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COMPADECIDA
O AU O DA
SAOCRITOVAO-SE 2014
s
COMPADECIDA
O AU O DA
analise
ANALISEDOFILMEOAUTODACOMPADECIDA
PARAADISCIPLINA DESIGNECIENCIAA
ANTROPOLOGIAVISUALNOCURSODE
BACHAERLADOEMDESIGNGRAFICO,
SEGUNDOPERIODO,SOBAORIENTACAODO
PROFESSORLUIZAMERICOBOMFIM, COMO
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HERCOLYSDEOLIVEIRASANTOS
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SAOCRITOVAO-SE 2014
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PAGINA01
Análise Antropológica - O Auto da Compadecida
O filme o Auto da Compadecida é lançado no ano 2000, após sucesso como minissérie na Rede Globo,
em 1999.
A obra dirigida por Guel Arraes e Mauro Filho, é uma reprodução da peça teatral de Ariano Suassuna,
escrita em 1955. Apresentando algumas modificações do romance original, o filme faz uma síntese
da vida numa pacata cidade do interior.
Ao contrário de muitos filmes, a trama de Arraes não buscou representar alguns problemas sociais
vividos no ano, como; 2º mandato de Fernando Henrique Cardoso, sequestro do ônibus 174, CPIs,
500 anos do país, entre outros.
Ele trás à tona alguns elementos sociais, que quase sempre existiram
na civilização, como; pobreza, adultério, corrupção eclesiástica,
religiosidade, morte, desigualdade social, preconceito social e racial.
A pobreza é uma realidade presente
em parte do sertão nordestino e
espalhada pelos quatro extremos do
Brasil, e no filme, ela vem retratada
pelo cenário em que se passa a trama
e de forma marcante em seus dois
protagonistas; João Grilo e Chicó.
Personagens que vivem em condição
extrema de pobreza e vivem de forma
precária, utilizando-se de trapaças e pequenos bicos para a sobrevivência.
Ainda no tocante à pobreza e trapaças para a sobrevivência, o filme traz um fato interessante, que é
a esperteza do sertanejo para se livrar de pequenas situações do dia a dia. Esse fato vem retratado
na imagem de João Grilo, que é um indivíduo aparentemente ingênuo e burro, entretanto, se
mostra um homem totalmente provido de inteligência, quando é preciso, para levar proveito em
alguma situação. E seu companheiro de estrada, Chicó, que, apesar de ser um homem ingênuo,
de pouca coragem e também aparentando ser desprovido de inteligência, quando se enrola nas
armadas de João Grilo, se mostra uma pessoa com um alto grau de esperteza, inteligência e
improviso, para se safar dos problemas enfrentados. Estas características da dupla refletem a
esperteza e a criatividade que o sertanejo tem em criar histórias mirabolantes, talvez até realmente
acontecidas, porém, com alguns acréscimos, para dar uma vivacidade à história.
pobreza
adultério
corruPCAo eclesiástica,
religiosidade
morte
desigualdade social
preconceito social e racial
PAGINA02
Ainda no personagem Chicó, durante a trama, ele retrata
em alguns momentos histórias fantasiosas que o mesmo
já teria passado, com animais, rios, entre outros. São
relatados pelo personagem momentos criados pela sua
mente, que dificilmente poderiam ter acontecido.
Estas situações que o personagem relata ter passado,
remetem às histórias de trancoso, que os sertanejos
costumam contar, em suas façanhas com seres
sobrenaturais do folclore brasileiro; Mula sem Cabeça,
Sací Perere, ou até Lobisomem, além de aventuras com
animais ou até sozinho.
O adultério é representado de forma clara no filme, quando
Dora, mulher do padeiro Eurico, chega à casa muito tarde
em casa e também com o próprio funcionário Chicó.
Em seu encontro frustrado com Chicó, após o próprio estar
de casamento marcado, Ariano traz à tona a fragilidade do
amor humano, devido ao fato de, apesar do personagem
Chicó estar apaixonado por Rosinha e com casamento
marcado, topa ter mais um encontro com Dora, com quem
sempre se encontrou antes de conhecer Rosinha, somente
para conseguir os dez contos de réis prometidos por Dora,
para pagar uma dívida que tinha com o Major Antônio
Morais.
O filme traz em suas primeiras cenas, de forma questionável e exagerada, a problemática da corrupção
eclesiástica, quando o Padre João se utiliza de um discurso religioso persuasivo, para tirar proveito do
pobre João Grilo com o valor arrecadado com o cinema.
A corrupção eclesiástica também é apresentada como forma de favorecimento social, quando o Padre
consente em benzer a cadela de Dora, quando ludibriado por João Grilo, fazendo com que o religioso
achasse que se tratava da cadela do Major Antônio Morais.
PAGINA03
A obra de Ariano Suassuna traz em poucos personagens
a pirâmide da hierarquia social, propondo então uma
separação de seus personagens por classe sociais
distintas; entre dominantes e dominados.
Essa pirâmide tem início com os
protagonistas, o esperto João Grilo
e seu companheiro Chicó. Ambos
são de condições financeiras
precária, e vivem de
pequenos trabalhos e da esperteza de João Grilo para o sustento. Em grande parte do filme eles são
submissos ao seu patrão, o padeiro Eurico.
Todavia, o filme traz nas entrelinhas, que o homem pode sim viver feliz com uma baixa renda mensal,
pois, em momento algum, Chicó ou João Grilo se deprime por suas condições. Há apenas alguns
murmúrios por parte do esperto João Grilo, quando seus planos não dão certo.
Ambos, juntamente com uma parcela da população de Taperoá, representam a classe dominada da
sociedade, pois não possuem os mesmo privilégios que os personagens de maior prestígio.
Logo após a dupla, está o casal Eurico e Dora, que são proprietários de uma padaria no pequeno
vilarejo. Comércio onde Chicó e seu companheiro se empregam com uma baixa remuneração, que
não lhes permite adquirir nenhum bem material de alto valor.
Já o casal, possui um poder financeiro maior que seus funcionários, o que lhes permite um status
maior na sociedade. Este fato é retratado na cena em que era para benzer a cadela do casal, e que
isto só foi possível graças ao pagamento de um alto valor.
Ambos representam então a classe dominadora da sociedade, pois detém um poder de compra e
favorecimento maior que o de seus funcionários.
Logo após, vem o clero, representado pelo Padre João e o Bispo. Nesta classe, é interessante ressaltar
que o filme, por se passar numa pequena cidade do interior da Paraíba, apresenta fortes traços
religiosos, quando apresenta a devoção da população pelos santos e o respeito e poder que as
palavras dos eclesiásticos têm em influenciar os atos dos habitantes daquela localidade.
DOMINANTES
DOMINADOS
PAGINA04
O nível de representação da religiosidade é tão grande, que
chega a ser espantoso, quando o violento cangaceiro Sivirino
de Aracaju, representando o Lampião e seus seguidores,
que fora uma realidade no início do século XX no Nordeste,
que tem uma devoção imensa por Padre Cícero, chegando
a retirar sua tropa da cidade por ordem de seu“padim”. Essas
características religiosas também vêm mostradas na devoção
de João Grilo por Nossa Senhora e as promessas de Chicó.
Diante desses fatos, o clero se estabiliza em lugar de destaque
na sociedade, tendo poder de manipulação sob a população.
Eles são na cidade representantes de Deus.
Por último e não menos favorecido, está o Major Antônio Morais, que detém um respeito muito grande
na cidade, devido ao seu poder, ele é, na verdade, temido por todos, se passa por um homem grosso
e bruto. Tem o respeito principalmente do clero, que é totalmente submisso a ele.
Então, tanto o clero, como o Major,
representam a classe dominadora
daquela cidade. A religiosidade
vem apresentada como elemento
principal no nome do filme, pois o
nome do filme vem do fato de Nossa
Senhora compadecer dos personagens
na hora do julgamento deles depois de
mortos. O filme traz o ponto de vista
católico sobre a morte, onde, depois de
morto, o indivíduo fica na espera de ser
julgado, onde há a possibilidade de ir
para o inferno ou para o céu. É quando
são apresentas suas boas e más ações.
Nesse momento, surge então a imagem de Maria, mãe de Jesus, como compadecida dos seus fieis, e
intercede por eles na hora do julgamento.
PAGINA05
E nesse momento é apresentada mais uma problemática presente na sociedade. Qual a real feição
de Jesus Cristo?
Para isso, o autor traz um impacto, ao trazer a imagem
de Jesus de uma forma diferente da imaginada pelos
personagens e pela população. É nesse momento que
surge o preconceito por parte de alguns personagens
com a cor de Jesus. Ele vem sendo negro, e segundo ele,
isso foi feito de propósito, para testar a reação dos
julgados. Então, surge a dúvida; qual será a verdadeira
feição de Jesus?
O romance de Ariano Suassuna é trazido para o cinema
por Guel Arraes de forma excepcional, retratando a vida
simples no sertão da Paraíba, por volta da década de 30,
apresentando alguns problemas sociais vividos pela
sociedade há anos e com um romance entre dois de seus
personagens.
A produção apresenta algumas falhas técnicas de captação
de áudio e enquadramento de cena, mas que são compensados pela brilhante atuação dos atores.

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  • 2. COMPADECIDA O AU O DA analise ANALISEDOFILMEOAUTODACOMPADECIDA PARAADISCIPLINA DESIGNECIENCIAA ANTROPOLOGIAVISUALNOCURSODE BACHAERLADOEMDESIGNGRAFICO, SEGUNDOPERIODO,SOBAORIENTACAODO PROFESSORLUIZAMERICOBOMFIM, COMO PRE-REQUISITODAUNIDADEI. HERCOLYSDEOLIVEIRASANTOS ´ ´ s ´ ´ ^ ´ SAOCRITOVAO-SE 2014 s
  • 3. PAGINA01 Análise Antropológica - O Auto da Compadecida O filme o Auto da Compadecida é lançado no ano 2000, após sucesso como minissérie na Rede Globo, em 1999. A obra dirigida por Guel Arraes e Mauro Filho, é uma reprodução da peça teatral de Ariano Suassuna, escrita em 1955. Apresentando algumas modificações do romance original, o filme faz uma síntese da vida numa pacata cidade do interior. Ao contrário de muitos filmes, a trama de Arraes não buscou representar alguns problemas sociais vividos no ano, como; 2º mandato de Fernando Henrique Cardoso, sequestro do ônibus 174, CPIs, 500 anos do país, entre outros. Ele trás à tona alguns elementos sociais, que quase sempre existiram na civilização, como; pobreza, adultério, corrupção eclesiástica, religiosidade, morte, desigualdade social, preconceito social e racial. A pobreza é uma realidade presente em parte do sertão nordestino e espalhada pelos quatro extremos do Brasil, e no filme, ela vem retratada pelo cenário em que se passa a trama e de forma marcante em seus dois protagonistas; João Grilo e Chicó. Personagens que vivem em condição extrema de pobreza e vivem de forma precária, utilizando-se de trapaças e pequenos bicos para a sobrevivência. Ainda no tocante à pobreza e trapaças para a sobrevivência, o filme traz um fato interessante, que é a esperteza do sertanejo para se livrar de pequenas situações do dia a dia. Esse fato vem retratado na imagem de João Grilo, que é um indivíduo aparentemente ingênuo e burro, entretanto, se mostra um homem totalmente provido de inteligência, quando é preciso, para levar proveito em alguma situação. E seu companheiro de estrada, Chicó, que, apesar de ser um homem ingênuo, de pouca coragem e também aparentando ser desprovido de inteligência, quando se enrola nas armadas de João Grilo, se mostra uma pessoa com um alto grau de esperteza, inteligência e improviso, para se safar dos problemas enfrentados. Estas características da dupla refletem a esperteza e a criatividade que o sertanejo tem em criar histórias mirabolantes, talvez até realmente acontecidas, porém, com alguns acréscimos, para dar uma vivacidade à história. pobreza adultério corruPCAo eclesiástica, religiosidade morte desigualdade social preconceito social e racial
  • 4. PAGINA02 Ainda no personagem Chicó, durante a trama, ele retrata em alguns momentos histórias fantasiosas que o mesmo já teria passado, com animais, rios, entre outros. São relatados pelo personagem momentos criados pela sua mente, que dificilmente poderiam ter acontecido. Estas situações que o personagem relata ter passado, remetem às histórias de trancoso, que os sertanejos costumam contar, em suas façanhas com seres sobrenaturais do folclore brasileiro; Mula sem Cabeça, Sací Perere, ou até Lobisomem, além de aventuras com animais ou até sozinho. O adultério é representado de forma clara no filme, quando Dora, mulher do padeiro Eurico, chega à casa muito tarde em casa e também com o próprio funcionário Chicó. Em seu encontro frustrado com Chicó, após o próprio estar de casamento marcado, Ariano traz à tona a fragilidade do amor humano, devido ao fato de, apesar do personagem Chicó estar apaixonado por Rosinha e com casamento marcado, topa ter mais um encontro com Dora, com quem sempre se encontrou antes de conhecer Rosinha, somente para conseguir os dez contos de réis prometidos por Dora, para pagar uma dívida que tinha com o Major Antônio Morais. O filme traz em suas primeiras cenas, de forma questionável e exagerada, a problemática da corrupção eclesiástica, quando o Padre João se utiliza de um discurso religioso persuasivo, para tirar proveito do pobre João Grilo com o valor arrecadado com o cinema. A corrupção eclesiástica também é apresentada como forma de favorecimento social, quando o Padre consente em benzer a cadela de Dora, quando ludibriado por João Grilo, fazendo com que o religioso achasse que se tratava da cadela do Major Antônio Morais.
  • 5. PAGINA03 A obra de Ariano Suassuna traz em poucos personagens a pirâmide da hierarquia social, propondo então uma separação de seus personagens por classe sociais distintas; entre dominantes e dominados. Essa pirâmide tem início com os protagonistas, o esperto João Grilo e seu companheiro Chicó. Ambos são de condições financeiras precária, e vivem de pequenos trabalhos e da esperteza de João Grilo para o sustento. Em grande parte do filme eles são submissos ao seu patrão, o padeiro Eurico. Todavia, o filme traz nas entrelinhas, que o homem pode sim viver feliz com uma baixa renda mensal, pois, em momento algum, Chicó ou João Grilo se deprime por suas condições. Há apenas alguns murmúrios por parte do esperto João Grilo, quando seus planos não dão certo. Ambos, juntamente com uma parcela da população de Taperoá, representam a classe dominada da sociedade, pois não possuem os mesmo privilégios que os personagens de maior prestígio. Logo após a dupla, está o casal Eurico e Dora, que são proprietários de uma padaria no pequeno vilarejo. Comércio onde Chicó e seu companheiro se empregam com uma baixa remuneração, que não lhes permite adquirir nenhum bem material de alto valor. Já o casal, possui um poder financeiro maior que seus funcionários, o que lhes permite um status maior na sociedade. Este fato é retratado na cena em que era para benzer a cadela do casal, e que isto só foi possível graças ao pagamento de um alto valor. Ambos representam então a classe dominadora da sociedade, pois detém um poder de compra e favorecimento maior que o de seus funcionários. Logo após, vem o clero, representado pelo Padre João e o Bispo. Nesta classe, é interessante ressaltar que o filme, por se passar numa pequena cidade do interior da Paraíba, apresenta fortes traços religiosos, quando apresenta a devoção da população pelos santos e o respeito e poder que as palavras dos eclesiásticos têm em influenciar os atos dos habitantes daquela localidade. DOMINANTES DOMINADOS
  • 6. PAGINA04 O nível de representação da religiosidade é tão grande, que chega a ser espantoso, quando o violento cangaceiro Sivirino de Aracaju, representando o Lampião e seus seguidores, que fora uma realidade no início do século XX no Nordeste, que tem uma devoção imensa por Padre Cícero, chegando a retirar sua tropa da cidade por ordem de seu“padim”. Essas características religiosas também vêm mostradas na devoção de João Grilo por Nossa Senhora e as promessas de Chicó. Diante desses fatos, o clero se estabiliza em lugar de destaque na sociedade, tendo poder de manipulação sob a população. Eles são na cidade representantes de Deus. Por último e não menos favorecido, está o Major Antônio Morais, que detém um respeito muito grande na cidade, devido ao seu poder, ele é, na verdade, temido por todos, se passa por um homem grosso e bruto. Tem o respeito principalmente do clero, que é totalmente submisso a ele. Então, tanto o clero, como o Major, representam a classe dominadora daquela cidade. A religiosidade vem apresentada como elemento principal no nome do filme, pois o nome do filme vem do fato de Nossa Senhora compadecer dos personagens na hora do julgamento deles depois de mortos. O filme traz o ponto de vista católico sobre a morte, onde, depois de morto, o indivíduo fica na espera de ser julgado, onde há a possibilidade de ir para o inferno ou para o céu. É quando são apresentas suas boas e más ações. Nesse momento, surge então a imagem de Maria, mãe de Jesus, como compadecida dos seus fieis, e intercede por eles na hora do julgamento.
  • 7. PAGINA05 E nesse momento é apresentada mais uma problemática presente na sociedade. Qual a real feição de Jesus Cristo? Para isso, o autor traz um impacto, ao trazer a imagem de Jesus de uma forma diferente da imaginada pelos personagens e pela população. É nesse momento que surge o preconceito por parte de alguns personagens com a cor de Jesus. Ele vem sendo negro, e segundo ele, isso foi feito de propósito, para testar a reação dos julgados. Então, surge a dúvida; qual será a verdadeira feição de Jesus? O romance de Ariano Suassuna é trazido para o cinema por Guel Arraes de forma excepcional, retratando a vida simples no sertão da Paraíba, por volta da década de 30, apresentando alguns problemas sociais vividos pela sociedade há anos e com um romance entre dois de seus personagens. A produção apresenta algumas falhas técnicas de captação de áudio e enquadramento de cena, mas que são compensados pela brilhante atuação dos atores.