1) Uma bela donzela cristã é raptada por um alcaide mouro e levada para o Castelo da Feira. 2) Anos mais tarde, o irmão do alcaide mata o alcaide e tenta matar a donzela, mas acaba por deixá-la ferida no monte. 3) A donzela passa a viver como uma bruxa naquele monte, curando os feridos que por lá passam.
3. Em tempos que já lá vão…
… das torres altaneiras do Castelo da Feira o alcaide mouro avistava toda a
terra em redor. Ali mesmo, no sopé do morro, balançava o seu majestoso
barco de velas desfraldadas. Ele sonhava com a bela donzela cristã daquela
vila ali ao pé, Gaia.
4. A belíssima donzela
era adorada por todos
os povos que a
conheciam, dado que
tudo o que possuía era
para dar aos
pobrezinhos
5. O alcaide mouro, roído de curiosidade, disfarçou-se
de pobre e foi até Gaia pedir esmola. Quando a viu,
ficou tão encantado que resolveu raptá-la.
6. E, pela calada da noite,
subornou uns criados
do castelo que a
apanharam, fingindo
um rapto. O mouro,
armado em homem
bom e defensor da
donzela, fingiu que
lutou para a libertar
dos seus raptores,
parecendo, aos olhos
desta, como um anjo
libertador. Com o
intuito de “fugir” aos
malfeitores,
convenceu-a a entrar
num barco e trouxe-a
para o Castelo da
Feira.
Esta donzela
há-de ser
minha!
7. Combinado o rapto com os seus criados, o alcaide simulou o
resgate. Desse modo, a donzela, agradecida, apaixonar-se-ia por
ele.
9. Olhem, levem-na daqui, para esses montes e
matem-na lá, matem-na e que eu não a torne a
ver!”.
O alcaide tinha um irmão que morria de
inveja . Ele queria ser o senhor do
castelo e não gostava que uma cristã
viesse para as suas terras contar as leis
de Cristo.
Um dia, o mau irmão assalta o castelo, mata o
alcaide e quando ia matar a donzela, sentiu-se a
fraquejar, porque além de ser mulher, havia,
secretamente uma paixão pela cunhada .
10. Para não ser reconhecida, rasgou a face
com uma pedra afiada …
Ficou medonha e assustadora. Vestiu-se
de negro, e andava por ali à noite, como
alma penada.
Os soldados
abandonaram
a donzela no
meio das
giestas
11. Durante o dia,
sempre
bondosa,
recebia numa
barraca de
cascas e
folhas das
árvores e
arbustos, as
pessoas com
maleitas. A
todos tratava
bem. Curava
feridas dos
viandantes, e
dizia coisas
proféticas.
12. Começou a
ser conhecida
como a bruxa
do Monte da
Corujeira e
tudo o que
dizia batia
certo.
Então o mau
alcaide ouviu falar
da Bruxa do Monte
e também lá foi
ouvi-la numa altura
de crise.
Esta
noite vais
morrer!
13. Mas em terras em Santa Maria, o povo não aceitou a
maldade feita aos seus senhores.
Uma noite, amarram velas acesas aos seus bois imitando
um grande exército para atacarem o Castelo. Com medo, o
mau irmão foge, deixando aquelas terras ao mando da boa
donzela.
16. • Quando o
Quando o príncipe D. Pedro
chegou à idade de casar, a
escolhida foi Constança Manuel,
que pertencia à família real
17. D. Pedro recebeu D. Constança como sua
mulher mas apaixonou-se perdidamente
por uma das aias que a acompanhavam
18. O rei e da rainha, furiosos, fecharam
Inês no Convento de Santa Clara, em
Coimbra. D. Pedro não a podia visitar,
mas continuava a contactar a sua
amada .
19. D. Pedro ficou viúvo. Durante alguns anos
viveram felizes e despreocupados na
Quinta das Lágrimas, com os seus três
filhos.
20. D. Afonso IV e os
três fidalgos
decidiram matá-
la e nem as suas
súplicas os
demoveram .
21. Maria Dulce Murteira Cirino
Diz-se também
que D. Pedro,
quando foi rei,
retirou Inês do
túmulo, a sentou
no trono e
obrigou a corte a
beijar-lhe a mão.
23. No ano de 1415, construíam-se
nas margens do Douro as naus
e os barcos que haveriam de
levar os portugueses, nesse
ano, à conquista de Ceuta e,
mais tarde, à epopeia dos
Descobrimentos.
24. O Infante confidenciou ao mestre
Vaz, o fiel encarregado da
construção, as verdadeiras e
secretas razões que estavam na
sua origem: a conquista de
Ceuta.
25. Esse nome
de
"tripeiros"
é uma
verdadeira
honra para
o povo do
Porto.
Faremos o mesmo que
fizemos há trinta anos
atrás aquando da guerra
com Castela: damos
toda a carne da
cidade e
comemos
apenas as
tripas.
27. Em tempos que já lá vão
Quer acreditem ou não
O mundo tinha magia.
In ancient times
Believe it or not
The world was magic
28. The woods and the rivers
The lakes , the fogs
Were more than it seems
Os bosques e os
ribeiros
Os lagos, os
nevoeiros
Eram mais do que
se via.
29. O que é que isto quer dizer?
O que temos de aprender
E que dantes se sabia?
What does it mean?
What we need to learn
And what had you known?
30. Em florestas
encantadas
Eram demónios ou
fadas
Seduzindo quem lá
ia?
Demónios o que é
que são?
Fugimos deles ou
não?
O que é o
desconhecido?
In charmed woods
Were demons or fairies?
Seducting who went there ?
Demons, what are they?
31. E cavalos a voar
Onde nos podem
levar?
No voo, o que está
escondido?
And flying horses
Where can they take us?
What is hidden in the flight?
32. Em tempos que já lá vão
Quer acreditem ou não
Passou-se uma coisa estranha:
In passed times
Believe it or not
Something strange had hapen:
33. D. Diogo, cavaleiro
Que era hábil Monteiro
E caçava na montanha
Andando um dia a caçar
Perseguindo um javali
Ouviu uma voz a cantar
Em fonte perto dali:
D. Diogo, knight
He was an artful rider
And he hunts in the mountains
Spending all day hunting
Chasing a wild boar
Heard a voice singing
34. “Quem vem ao verde tão verde
Quem vem ao verde verá
Quem não vem em vão e vede
Que o verde o ajudará.”
“who comes to the green , so
green
Who comes to the green will
see
Who doesn’t come will not see
The green on will help him
35. “- Quem sois? Vossa
voz me chama!
- Sou de
mui alta
linhagem.
”
“- Sede minha, linda dama
E eu serei vosso pagem.”
“- Irei contigo, porém
Nunca mais te hás-de
benzer.”
“-who are you? Your voice calls for
me
“- I am from a high birth
“- Be mine, pretty lady
And I will be your servant
“- I will go with you, however
You will never get blessed yourself
again
36. P´ro seu castelo a levou
E com ela partilhou
Tudo o que tinha de seu.
Nada há que não lhe dê
Nem porta que não lhe abra.
Mesmo quando um dia vê
Que ela tinha pés de cabra.
To the castle he takes her
And with her he left
Everything that belongs him
He gives her everything that he
has
The door he opens to her
Even when a day ???
She has a goat feet
37. Pois mesmo assim a amou
E ela um filho lhe deu
D. Enheguez lhe chamou.
Depois veio uma menina
Bem rosada e pequenina
Que em seus braços embalou.
But in the same way he loves
her
And a son she gives him
His name was D. Enheguez
After that a litle girl comes
Very pinkish and very litle
In her arms snuggle them
38. And the time was passed
D. Diogo keeps on hunting
And the lady stays at home
E o tempo foi passando
D. Diogo ia caçando
E a dama em casa ficava
39. Até que um dia ao jantar
Estava D. Diogo a dar
A um dos cães um osso
Veio uma das cadelas
Pequena e às rosnadelas
Filou o cão p’lo pescoço.
E matou o seu alão!
E o cavaleiro, então
Ao ver isto se benzeu.
So one day at dinner
D. Diogo was given
A bone to one of his dogs
Comes a female dog
Litle and growling
Bite the dog in neck
40. E a dama, quando isto
ouviu
Quando viu a benzedura
Solta um uivo, um
assobio
Com sua filha sumiu
Pelo ar, a grande altura.
E subiu, subiu bem alto
Passou além do planalto
Se confundiu com a
verdura.
When the lady heard this
When the lady saw him getting
blessed
Gives a howl, a whistle
With her daughter she
vanishes
Through the air, big high
And climb, climb very high
Went beyond the plateau
Mixed with the bushes
41. E o tempo passou,
passou
Foi D. Diogo em cruzada
E contra os mouros
lutou
Mui valente se mostrou
Mas caiu numa
emboscada.
Mesmo lutando sem
medo
Por fim o bom cavaleiro
Foi levado prisioneiro
P’ra cidade de Toledo.
And the time passed, passed
D. Diogo went in a cruzade
And against moors he fought
He proved to be very brave
But in an ambush he felt
down
Even fighting without fear
Lastly the good knight
Was taken as prisioner