SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  5
Télécharger pour lire hors ligne
DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA
ADUBOS E ADUBAÇÃO
Prof. Dr. Gaspar H. Korndörfer
Universidade Federal de Uberlândia
CALAGEM

PORQUE OS SOLOS ÁCIDOS DEVEM RECEBER CALAGEM ?
A acidez do solo afeta o crescimento das plantas de várias formas. Sempre que o pH é
baixo (a acidez é alta) um ou mais efeitos detrimentais podem afetar o crescimento das
culturas:
1 - Concentrações de elementos, tais como o Al e o Mn, podem atingir níveis tóxicos,
porque sua solubilidade aumenta nos solos ácidos;
2 - Os organismos responsáveis pela decomposição da matéria orgânica e pela
liberação de nitrogênio, fósforo e enxofre podem estar em pequeno número e com pouca
atividade;
3 - O Ca pode ser deficiente quando a CTC do solo é baixa. O mesmo pode acontecer
como o Mg;
4 - A fixação simbiótica de N pelas leguminosas é severamente reduzida. A fixação
simbiótica requer uma amplitude de pH mais estreita para o crescimento ótimo das plantas do
que no caso de plantas não fixadoras de N. A bactéria simbiótica da soja é mais eficiente em pH
variando de 6,0 a 6,2.
5 - Os solos argilosos, com alta acidez, são menos agregados. Isto causa baixa
permeabilidade e aeração, um efeito indireto, motivo pelo qual os solos que receberam calagem
produzem mais resíduos das culturas. Os resíduos favorecem a estrutura;
6 - A disponibilidade de nutrientes como o P e o Mo é diminuída.
A calagem dos solos ácidos corrige essas condições anteriores. Ela também diminui a
tendência de lixiviação do potássio. Os calcários magnesianos e dolomítico fornecem cálcio e
magnésio, sendo ambos essenciais para o crescimento das plantas.
COMO O CALCÁRIO REDUZ ACIDEZ DO SOLO?
Os processos e as reações pelos quais o calcário reduz a acidez do solo são muito
complexos, mas uma simplificação é apresentada a seguir:
Como foi mencionado anteriormente, o pH e um solo é uma expressão da atividade do
íon H+. O calcário reduz a acidez do solo (eleva o pH) pela conversão de alguns desses íons H+
em água. A reação acontece assim:
Solo-H + CaCO3

?

Solo-Ca + H 2 O + CO 2
Lembre-se de que o inverso desse processo também pode ocorrer. Um solo ácido pode
tornar-se mais ácido se um programa de calagem não for seguido. À medida que os íons
básicos como Ca2+ , Mg2+ e K+ são removidos, geralmente por absorção pelas culturas, eles
podem ser substituídos por H+. Estes íons básicos também podem ser perdidos por lixiviação,
novamente sendo substituídos por H+. A atividade do H+ aumentará continuamente, abaixando o
pH do solo, se não for feita a calagem adequada.

ÉPOCA E FREQUÊNCIA DAS APLICAÇÕES DE CALCÁRIO
Para rotações que incluem leguminosas, o calcário deve ser aplicado entre três a seis
meses antes da semeadura, especialmente em solos muito ácidos. A calagem feita poucos
dias antes do plantio da alfafa ou do trevo, por exemplo, geralmente produz resultados
decepcionantes, porque o calcário pode não ter tido tempo suficiente para reagir com o solo.
Se uma leguminosa como o trevo é plantada após o trigo de outono, o calcário deve ser
aplicado no plantio do trigo. Independente da cultura, o calcário deve ser aplicado com a devida
antecedência ao plantio para permitir a reação com o solo.
As formas cáusticas de calcário (óxido de cálcio e hidróxido de cálcio) devem ser
espalhadas com bastante antecedência ao plantio para prevenir danos às sementes na
germinação.
As afirmações generalizadas sobre a frequência da calagem são provavelmente
inadequadas. Muitos fatores estão envolvidos. A melhor maneira para se determinar a
necessidade de uma nova calagem, é analisando-se o solo. As amostras de solo devem ser
feitas a cada três ou cinco anos - mais frequentemente em solos arenosos. Os seguintes
fatores influenciarão a frequência da calagem.
Textura do solo - Os solos arenosos precisam receber nova calagem com mais
frequência do que os solos argilosos;
Dose de adubação nitrogenada - Altas doses de adubos NH 4 + (amoniacais) geram
considerável acidez;
Taxa de remoção pelas culturas - As leguminosas removem mais Ca e Mg do que as
não leguminosas;
Quantidade de calcário aplicada - Doses mais elevadas normalmente significam que o
solo não necessita de nova calagem com frequência. Não abuse do calcário.
LOCALIZAÇÃO DO CALCÁRIO
O fator mais importante, que determina a eficiência do calcário, é a sua localização. É
essencial que a incorporação seja feita de modo a permitir o máximo contato com o solo da
camada arável. Os materiais calcários mais comuns são apenas ligeiramente solúveis em
água, assim sendo, é absolutamente necessária a incorporação para que ocorra a reação do
calcário. Mesmo quando adequadamente misturado ao solo, o calcário terá pouco efeito sobre o
pH, se o solo estiver seco. A umidade é essencial para que o calcário reaja no solo.
Quando grandes quantidades de calcário são aplicadas em solos argilosos, a mistura
fica mais bem feita aplicando-se uma parte antes da aração, e outra, depois desta operação.
Em solos arenosos, que podem ser preparados à profundidade de 10-15cm, uma aplicação
apenas, antes ou depois da gradagem, é suficiente.
Em alguns sistemas de cultivo, como as culturas perenes e as pastagens, a mistura
somente pode ser feita antes da semeadura. Uma vez estabelecida a cultura, o calcário só
poderá ser aplicado a lanço, em cobertura. O calcário aplicado à superfície reage lentamente e
não tão completamente quanto o calcário misturado com o solo.

2
MATERIAIS CALCÁRIOS
Óxido de cálcio (CaO) - Também conhecido como cal viva, cal virgem ou calcário
rápido, o CaO é um pó branco, muito desagradável na mão. É fabricado pela queima de
calcário em fornos e sua pureza depende da matéria prima. Quando adicionado ao solo, ele
reage quase imediatamente, de modo que, quando se desejam resultados rápidos, o CaO ou o
hidróxido de cálcio são ideais. Deve ser completamente misturado ao solo, pois empedra
rapidamente e pode tornar-se ineficiente.
Hidróxido de cálcio [Ca(OH) 2] - Frequentemente chamado de cal apagada, cal hidratada
ou cal de construção, o Ca(OH) 2 é uma substância branca, pulverulenta, difícil e não agradável
de manusear. A neutralização ocorre rapidamente quando é adicionado ao solo. É preparado
através da hidratação do CaO.
Calcário Calcítico (CaCO 3 ), Magnesiano e Dolomítico [CaMg(CO3)2 ] - Eles são mais
comumente explorados em mineração a céu aberto. Sua qualidade depende das impurezas tais com o argila - que eles contêm. Seu poder de neutralização (equivalente em CaCO3)
usualmente varia de 65 a 70% a pouco mais de 100%. São produtos apenas moídos, para
posterior utilização.

0 - 5%
Mg = Calcítico
5 - 12%
Mg = Magnesiano
>12% Mg = Dolomítico

Calcário calcinado - Os calcários calcinados, que tanto podem ser calcíticos,
magnesianos ou dolomíticos, são produtos muito comercializados em algumas regiões do
Brasil. São fabricados pela calcinação das rochas em fornos e posterior moagem. O grau de
calcinação pode ser total ou parcial, o que dá ao produto final diferentes graus de poder relativo
de neutralização total.
Escórias - Vários tipos de materiais são classificados como escórias. A escória de
siderurgia é um sub-produto da fabricação do aço a partir do ferro gusa. As escórias básicas
são geralmente aplicadas pelo seu teor de fósforo, ao invés do seu valor como material
corretivo. As escórias de forno elétrico resultam da redução, em forno elétrico, do fosfato de
rocha na preparação do fósforo elementar. É um resíduo, geralmente comercializado a baixo
preço dentro de um raio limitado em torno do local de produção.

3
CÁLCULO DA NECESSIDADE DE CALCÁRIO

Necessidade de Calcário para Cana-de-açúcar - COPERSUCAR
NC (t/ha) = 3 - ( Ca + Mg )

Método de Saturação de Bases - IAC

NC (t/ha) = T ( V2 - V1 )
100
onde:

V = S/T x 100

Método Ca e Al - Trocáveis - CFSMG/4a Aproximação

NC (t/ha) = Y x Al + [ X - (Ca + Mg)]
onde: Y = 1 ð Arenoso (Argila < 15%)
Y = 2 ð Médio
(Argila 15-35%)
Y = 3 ð Argiloso
(Argila > 35%)
X = 1 ð (Eucalipto, Braquiaria)
X = 2 ð (Maioria das culturas)
X = 3 ð (Café)
Obs: Se o agricultor não indicar a textura e cultura, a recoemndação de calcário é feita usando
o valor médio de "Y"e "X". Normalmente, se não há sugestão para o método à ser empregado,
faz-se a recomendação para a maior dosagem.

4
BENEFÍCIOS DA CALAGEM
+

Fornecimento de Ca e Mg

+

Aumenta o pH

+

Reduz o Al3+ , Mn2+ , Fe3+ em excesso

+

Aumenta a disponibilidade de N, P, K, Mg, S, Mo, etc

+

Melhora a atividade bacteriana

+

Aumenta a CTC do solo

+

Diminui a fixação do P

+

Diminuição da disponibilidade de micronutrientes

+

Aumenta eficiência dos fertilizantes

+

Aumenta a produtividade das culturas

5

Contenu connexe

Tendances

(2) 01. avaliação da fertilidade do solo fernando freire
(2) 01. avaliação da fertilidade do solo   fernando freire(2) 01. avaliação da fertilidade do solo   fernando freire
(2) 01. avaliação da fertilidade do solo fernando freire
igorjlc
 
Apresentação pedras naturais
Apresentação pedras naturaisApresentação pedras naturais
Apresentação pedras naturais
Kleverton Dias
 
Trabalho de Mineralogia - Bauxita
Trabalho de Mineralogia - BauxitaTrabalho de Mineralogia - Bauxita
Trabalho de Mineralogia - Bauxita
Thiago Meira
 
Aula 2 acidez e calagem do solo
Aula 2 acidez e calagem do soloAula 2 acidez e calagem do solo
Aula 2 acidez e calagem do solo
Fernando Rodrigo.
 
Litologias do Jardim das Sensações da Escola Secundária do Forte da Casa
Litologias do Jardim das Sensações da Escola Secundária do Forte da CasaLitologias do Jardim das Sensações da Escola Secundária do Forte da Casa
Litologias do Jardim das Sensações da Escola Secundária do Forte da Casa
joaodeus7
 

Tendances (20)

(2) 01. avaliação da fertilidade do solo fernando freire
(2) 01. avaliação da fertilidade do solo   fernando freire(2) 01. avaliação da fertilidade do solo   fernando freire
(2) 01. avaliação da fertilidade do solo fernando freire
 
Apresentação pedras naturais
Apresentação pedras naturaisApresentação pedras naturais
Apresentação pedras naturais
 
Trabalho rochas
Trabalho rochasTrabalho rochas
Trabalho rochas
 
Trabalho de Mineralogia - Bauxita
Trabalho de Mineralogia - BauxitaTrabalho de Mineralogia - Bauxita
Trabalho de Mineralogia - Bauxita
 
Apresentação de rochas
Apresentação de rochasApresentação de rochas
Apresentação de rochas
 
Rochas ornamentais
Rochas ornamentaisRochas ornamentais
Rochas ornamentais
 
Aula 9 fertilidade dos solos
Aula 9   fertilidade dos solosAula 9   fertilidade dos solos
Aula 9 fertilidade dos solos
 
Basalto
BasaltoBasalto
Basalto
 
Aula 2 acidez e calagem do solo
Aula 2 acidez e calagem do soloAula 2 acidez e calagem do solo
Aula 2 acidez e calagem do solo
 
Pedras Naturais e PisosLaminados
Pedras Naturais e PisosLaminados Pedras Naturais e PisosLaminados
Pedras Naturais e PisosLaminados
 
Litologias do Jardim das Sensações da Escola Secundária do Forte da Casa
Litologias do Jardim das Sensações da Escola Secundária do Forte da CasaLitologias do Jardim das Sensações da Escola Secundária do Forte da Casa
Litologias do Jardim das Sensações da Escola Secundária do Forte da Casa
 
Granito grasielle
Granito grasielleGranito grasielle
Granito grasielle
 
Latossolo spdf
Latossolo spdfLatossolo spdf
Latossolo spdf
 
material auxiliar agregados I
material auxiliar agregados Imaterial auxiliar agregados I
material auxiliar agregados I
 
Uso de rochas ornamentais em interiores.
Uso de rochas ornamentais em interiores.Uso de rochas ornamentais em interiores.
Uso de rochas ornamentais em interiores.
 
Trabalho de geologia
Trabalho de geologiaTrabalho de geologia
Trabalho de geologia
 
Apresentação argissolo
Apresentação argissoloApresentação argissolo
Apresentação argissolo
 
Solos e Recursos Minerais do Brasil e do Mundo
Solos e Recursos Minerais do Brasil e do MundoSolos e Recursos Minerais do Brasil e do Mundo
Solos e Recursos Minerais do Brasil e do Mundo
 
PH do solo
PH do soloPH do solo
PH do solo
 
Latossolo
Latossolo Latossolo
Latossolo
 

Similaire à Apostila calcario 02

Gessagem
GessagemGessagem
Gessagem
Geagra UFG
 
Práticas agrícolas relacionadas à calagem do solo.pdf
Práticas agrícolas relacionadas à calagem do solo.pdfPráticas agrícolas relacionadas à calagem do solo.pdf
Práticas agrícolas relacionadas à calagem do solo.pdf
AnoChesi
 
Adubação Potassica Soja
Adubação Potassica SojaAdubação Potassica Soja
Adubação Potassica Soja
Gustavo Avila
 
Boletim 02
Boletim 02Boletim 02
Boletim 02
mvezzone
 

Similaire à Apostila calcario 02 (20)

Corretores da acidez superficial do solo
Corretores da acidez superficial do solo Corretores da acidez superficial do solo
Corretores da acidez superficial do solo
 
Novidades na Utilização de Corretivos do Solo - Dr Bernardo Van Raij
Novidades na Utilização de Corretivos do Solo - Dr Bernardo Van RaijNovidades na Utilização de Corretivos do Solo - Dr Bernardo Van Raij
Novidades na Utilização de Corretivos do Solo - Dr Bernardo Van Raij
 
Calcario no-solo-20201029124633
Calcario no-solo-20201029124633Calcario no-solo-20201029124633
Calcario no-solo-20201029124633
 
Apostila potassio
Apostila potassioApostila potassio
Apostila potassio
 
Acidez do solo e calagem
Acidez do solo e calagemAcidez do solo e calagem
Acidez do solo e calagem
 
CONSTRUÇÃOFERTILIDADE.pptx
CONSTRUÇÃOFERTILIDADE.pptxCONSTRUÇÃOFERTILIDADE.pptx
CONSTRUÇÃOFERTILIDADE.pptx
 
Gessagem
GessagemGessagem
Gessagem
 
Práticas agrícolas relacionadas à calagem do solo.pdf
Práticas agrícolas relacionadas à calagem do solo.pdfPráticas agrícolas relacionadas à calagem do solo.pdf
Práticas agrícolas relacionadas à calagem do solo.pdf
 
Correção do solo e adubação da soja
Correção do solo e adubação da soja Correção do solo e adubação da soja
Correção do solo e adubação da soja
 
Solos Salinos.pptx
Solos Salinos.pptxSolos Salinos.pptx
Solos Salinos.pptx
 
adubação potássica (k) Potássio - Técnico em Agropecuária João Antonio 2018
adubação potássica (k) Potássio - Técnico em Agropecuária João Antonio 2018 adubação potássica (k) Potássio - Técnico em Agropecuária João Antonio 2018
adubação potássica (k) Potássio - Técnico em Agropecuária João Antonio 2018
 
praticas base novo
praticas base novopraticas base novo
praticas base novo
 
Aula propriedades solo
Aula propriedades  soloAula propriedades  solo
Aula propriedades solo
 
Adubação Potassica Soja
Adubação Potassica SojaAdubação Potassica Soja
Adubação Potassica Soja
 
1 3 ii
1 3 ii1 3 ii
1 3 ii
 
Noçoes de jardinagem
Noçoes de jardinagemNoçoes de jardinagem
Noçoes de jardinagem
 
Boletim 02
Boletim 02Boletim 02
Boletim 02
 
Boletim 02 interpretação de analise de solo
Boletim 02 interpretação de analise de soloBoletim 02 interpretação de analise de solo
Boletim 02 interpretação de analise de solo
 
Boletim 02
Boletim 02Boletim 02
Boletim 02
 
Aula solos fundamental
Aula solos fundamentalAula solos fundamental
Aula solos fundamental
 

Plus de homertc (8)

Maual Técnico mineraçãoApostila tminerac3a7c3a3o
Maual Técnico mineraçãoApostila tminerac3a7c3a3oMaual Técnico mineraçãoApostila tminerac3a7c3a3o
Maual Técnico mineraçãoApostila tminerac3a7c3a3o
 
Avaliacao dos impactos
Avaliacao dos impactosAvaliacao dos impactos
Avaliacao dos impactos
 
Princípios de treinamento e a musculação
Princípios de treinamento e a musculaçãoPrincípios de treinamento e a musculação
Princípios de treinamento e a musculação
 
Aula 6 -_estabilidade_de_taludes
Aula 6 -_estabilidade_de_taludesAula 6 -_estabilidade_de_taludes
Aula 6 -_estabilidade_de_taludes
 
Forros
Forros Forros
Forros
 
Estudos preliminares-rev
Estudos preliminares-revEstudos preliminares-rev
Estudos preliminares-rev
 
Vocabulário da construção
Vocabulário da construçãoVocabulário da construção
Vocabulário da construção
 
21. michelle rose petronilho
21. michelle rose petronilho21. michelle rose petronilho
21. michelle rose petronilho
 

Dernier

Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
azulassessoria9
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
AntonioVieira539017
 
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XVExpansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
lenapinto
 

Dernier (20)

Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdfConflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
 
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
 
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDF
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDFRenascimento Cultural na Idade Moderna PDF
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDF
 
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do séculoSistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
 
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docGUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de LedAula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
 
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptxPoesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
 
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XVExpansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
 

Apostila calcario 02

  • 1. DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA ADUBOS E ADUBAÇÃO Prof. Dr. Gaspar H. Korndörfer Universidade Federal de Uberlândia CALAGEM PORQUE OS SOLOS ÁCIDOS DEVEM RECEBER CALAGEM ? A acidez do solo afeta o crescimento das plantas de várias formas. Sempre que o pH é baixo (a acidez é alta) um ou mais efeitos detrimentais podem afetar o crescimento das culturas: 1 - Concentrações de elementos, tais como o Al e o Mn, podem atingir níveis tóxicos, porque sua solubilidade aumenta nos solos ácidos; 2 - Os organismos responsáveis pela decomposição da matéria orgânica e pela liberação de nitrogênio, fósforo e enxofre podem estar em pequeno número e com pouca atividade; 3 - O Ca pode ser deficiente quando a CTC do solo é baixa. O mesmo pode acontecer como o Mg; 4 - A fixação simbiótica de N pelas leguminosas é severamente reduzida. A fixação simbiótica requer uma amplitude de pH mais estreita para o crescimento ótimo das plantas do que no caso de plantas não fixadoras de N. A bactéria simbiótica da soja é mais eficiente em pH variando de 6,0 a 6,2. 5 - Os solos argilosos, com alta acidez, são menos agregados. Isto causa baixa permeabilidade e aeração, um efeito indireto, motivo pelo qual os solos que receberam calagem produzem mais resíduos das culturas. Os resíduos favorecem a estrutura; 6 - A disponibilidade de nutrientes como o P e o Mo é diminuída. A calagem dos solos ácidos corrige essas condições anteriores. Ela também diminui a tendência de lixiviação do potássio. Os calcários magnesianos e dolomítico fornecem cálcio e magnésio, sendo ambos essenciais para o crescimento das plantas. COMO O CALCÁRIO REDUZ ACIDEZ DO SOLO? Os processos e as reações pelos quais o calcário reduz a acidez do solo são muito complexos, mas uma simplificação é apresentada a seguir: Como foi mencionado anteriormente, o pH e um solo é uma expressão da atividade do íon H+. O calcário reduz a acidez do solo (eleva o pH) pela conversão de alguns desses íons H+ em água. A reação acontece assim: Solo-H + CaCO3 ? Solo-Ca + H 2 O + CO 2
  • 2. Lembre-se de que o inverso desse processo também pode ocorrer. Um solo ácido pode tornar-se mais ácido se um programa de calagem não for seguido. À medida que os íons básicos como Ca2+ , Mg2+ e K+ são removidos, geralmente por absorção pelas culturas, eles podem ser substituídos por H+. Estes íons básicos também podem ser perdidos por lixiviação, novamente sendo substituídos por H+. A atividade do H+ aumentará continuamente, abaixando o pH do solo, se não for feita a calagem adequada. ÉPOCA E FREQUÊNCIA DAS APLICAÇÕES DE CALCÁRIO Para rotações que incluem leguminosas, o calcário deve ser aplicado entre três a seis meses antes da semeadura, especialmente em solos muito ácidos. A calagem feita poucos dias antes do plantio da alfafa ou do trevo, por exemplo, geralmente produz resultados decepcionantes, porque o calcário pode não ter tido tempo suficiente para reagir com o solo. Se uma leguminosa como o trevo é plantada após o trigo de outono, o calcário deve ser aplicado no plantio do trigo. Independente da cultura, o calcário deve ser aplicado com a devida antecedência ao plantio para permitir a reação com o solo. As formas cáusticas de calcário (óxido de cálcio e hidróxido de cálcio) devem ser espalhadas com bastante antecedência ao plantio para prevenir danos às sementes na germinação. As afirmações generalizadas sobre a frequência da calagem são provavelmente inadequadas. Muitos fatores estão envolvidos. A melhor maneira para se determinar a necessidade de uma nova calagem, é analisando-se o solo. As amostras de solo devem ser feitas a cada três ou cinco anos - mais frequentemente em solos arenosos. Os seguintes fatores influenciarão a frequência da calagem. Textura do solo - Os solos arenosos precisam receber nova calagem com mais frequência do que os solos argilosos; Dose de adubação nitrogenada - Altas doses de adubos NH 4 + (amoniacais) geram considerável acidez; Taxa de remoção pelas culturas - As leguminosas removem mais Ca e Mg do que as não leguminosas; Quantidade de calcário aplicada - Doses mais elevadas normalmente significam que o solo não necessita de nova calagem com frequência. Não abuse do calcário. LOCALIZAÇÃO DO CALCÁRIO O fator mais importante, que determina a eficiência do calcário, é a sua localização. É essencial que a incorporação seja feita de modo a permitir o máximo contato com o solo da camada arável. Os materiais calcários mais comuns são apenas ligeiramente solúveis em água, assim sendo, é absolutamente necessária a incorporação para que ocorra a reação do calcário. Mesmo quando adequadamente misturado ao solo, o calcário terá pouco efeito sobre o pH, se o solo estiver seco. A umidade é essencial para que o calcário reaja no solo. Quando grandes quantidades de calcário são aplicadas em solos argilosos, a mistura fica mais bem feita aplicando-se uma parte antes da aração, e outra, depois desta operação. Em solos arenosos, que podem ser preparados à profundidade de 10-15cm, uma aplicação apenas, antes ou depois da gradagem, é suficiente. Em alguns sistemas de cultivo, como as culturas perenes e as pastagens, a mistura somente pode ser feita antes da semeadura. Uma vez estabelecida a cultura, o calcário só poderá ser aplicado a lanço, em cobertura. O calcário aplicado à superfície reage lentamente e não tão completamente quanto o calcário misturado com o solo. 2
  • 3. MATERIAIS CALCÁRIOS Óxido de cálcio (CaO) - Também conhecido como cal viva, cal virgem ou calcário rápido, o CaO é um pó branco, muito desagradável na mão. É fabricado pela queima de calcário em fornos e sua pureza depende da matéria prima. Quando adicionado ao solo, ele reage quase imediatamente, de modo que, quando se desejam resultados rápidos, o CaO ou o hidróxido de cálcio são ideais. Deve ser completamente misturado ao solo, pois empedra rapidamente e pode tornar-se ineficiente. Hidróxido de cálcio [Ca(OH) 2] - Frequentemente chamado de cal apagada, cal hidratada ou cal de construção, o Ca(OH) 2 é uma substância branca, pulverulenta, difícil e não agradável de manusear. A neutralização ocorre rapidamente quando é adicionado ao solo. É preparado através da hidratação do CaO. Calcário Calcítico (CaCO 3 ), Magnesiano e Dolomítico [CaMg(CO3)2 ] - Eles são mais comumente explorados em mineração a céu aberto. Sua qualidade depende das impurezas tais com o argila - que eles contêm. Seu poder de neutralização (equivalente em CaCO3) usualmente varia de 65 a 70% a pouco mais de 100%. São produtos apenas moídos, para posterior utilização. 0 - 5% Mg = Calcítico 5 - 12% Mg = Magnesiano >12% Mg = Dolomítico Calcário calcinado - Os calcários calcinados, que tanto podem ser calcíticos, magnesianos ou dolomíticos, são produtos muito comercializados em algumas regiões do Brasil. São fabricados pela calcinação das rochas em fornos e posterior moagem. O grau de calcinação pode ser total ou parcial, o que dá ao produto final diferentes graus de poder relativo de neutralização total. Escórias - Vários tipos de materiais são classificados como escórias. A escória de siderurgia é um sub-produto da fabricação do aço a partir do ferro gusa. As escórias básicas são geralmente aplicadas pelo seu teor de fósforo, ao invés do seu valor como material corretivo. As escórias de forno elétrico resultam da redução, em forno elétrico, do fosfato de rocha na preparação do fósforo elementar. É um resíduo, geralmente comercializado a baixo preço dentro de um raio limitado em torno do local de produção. 3
  • 4. CÁLCULO DA NECESSIDADE DE CALCÁRIO Necessidade de Calcário para Cana-de-açúcar - COPERSUCAR NC (t/ha) = 3 - ( Ca + Mg ) Método de Saturação de Bases - IAC NC (t/ha) = T ( V2 - V1 ) 100 onde: V = S/T x 100 Método Ca e Al - Trocáveis - CFSMG/4a Aproximação NC (t/ha) = Y x Al + [ X - (Ca + Mg)] onde: Y = 1 ð Arenoso (Argila < 15%) Y = 2 ð Médio (Argila 15-35%) Y = 3 ð Argiloso (Argila > 35%) X = 1 ð (Eucalipto, Braquiaria) X = 2 ð (Maioria das culturas) X = 3 ð (Café) Obs: Se o agricultor não indicar a textura e cultura, a recoemndação de calcário é feita usando o valor médio de "Y"e "X". Normalmente, se não há sugestão para o método à ser empregado, faz-se a recomendação para a maior dosagem. 4
  • 5. BENEFÍCIOS DA CALAGEM + Fornecimento de Ca e Mg + Aumenta o pH + Reduz o Al3+ , Mn2+ , Fe3+ em excesso + Aumenta a disponibilidade de N, P, K, Mg, S, Mo, etc + Melhora a atividade bacteriana + Aumenta a CTC do solo + Diminui a fixação do P + Diminuição da disponibilidade de micronutrientes + Aumenta eficiência dos fertilizantes + Aumenta a produtividade das culturas 5