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Cadeias de Comercialização de Produtos Florestais Não
Madeireiros na Região de Integração Guamá, Estado do
                        Pará




                RELATÓRIO TÉCNICO
                        2011




                     BELÉM – PARÁ
                        2011
Governo do Estado do Pará
                    Simão Robison Oliveira Jatene
                            Governador
                       Helenilson Cunha Pontes
    Vice-Governador / Secretário Especial de Estado de Gestão - Seges




 Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará


                    Maria Adelina Guglioti Braglia
                             Presidente
              Diretoria de Pesquisa e Estudos Ambientais
                         Jonas Bastos da Veiga
                                Diretor
Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural
                      Cassiano Figueiredo Ribeiro
                                 Diretor
      Diretoria de Estatística, Tecnologia e Gestão da Informação
                          Sérgio Castro Gomes
                                  Diretor
         Diretoria de Administração, Planejamento e Finanças
                        Helaine Cordeiro Félix
                               Diretora
Cadeias de Comercialização de Produtos Florestais Não
Madeireiros na Região de Integração Guamá, Estado do
                        Pará


                RELATÓRIO TÉCNICO

                        2011




                     BELÉM – PARÁ
                         2011
Expediente
Diretor de Pesquisa e Estudos Ambientais
Jonas Bastos da Veiga

Coordenadora do Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação
Marli Maria de Mattos

Elaboração Técnica:
Marli Maria de Mattos– Coordenadora
Ellen Claudine Cardoso Castro
Divino Hercules Peres da Silva Lima
José de Alencar Costa
Ana Cristina Parente Brito
Isaac Luiz Magalhães Lopes
Rodrigo dos Santos Lima
Gilzibene Marques da Silva
Raquel Lopes de Araújo
Joyse Tatiane Souza dos Santos
Adriana Pinheiro dos Santos

Coleta de dados:
Ellen Claudine Cardoso Castro
Maricélia Gonçalves Barbosa
Daniela Monteiro da Cruz
Nelma Santos Amorim dos Santos
Tânia de Sousa Leite
Antônio Marcos Silva Pereira
Rafael da Silva Moraes
Apoio Técnico:
Francisco Assis Costa, UFPA/NAEA


Parceria

Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará
José Alberto da Silva Colares, Diretor Geral
Revisão:
Jonas Bastos da Veiga, Gustavo Silva, Marcílio Chiacchio, Edson da Silva e Silva
Normalização:
Adriana Taís G. dos Santos e Anna Márcia Malcher Muniz

              ____________________________________________________________
                   INSTITUTO DE DESENVOLVIEMNTO ECONÔMICO, SOCIAL E
              AMBIENTAL DO PARÁ
                   Cadeias de comercialização de produtos florestais não madeireiros na Região de
              Integração Guamá, Estado do Pará: relatório técnico 2011./Belém: IDESP, 2011.

                   171p.

                   1.Cadeias de comercialização.2.Produtos florestais não madeireiros.3.Contas
              sociais alfa.4.Economia regional.I.Região de Integração.II.Pará (Estado).III.Titulo.

                                                                                   CDD: 381.098115
APRESENTAÇÃO

         A extração dos produtos florestais não madeireiros (PFNM) no Brasil é de grande
importância social, econômica e ambiental. Apresenta-se como uma forma de exploração
sustentável, pois na maioria das vezes, não implica na remoção dos indivíduos das
espécies. Há tempos, populações tradicionais, extrativistas, ribeirinhas e agricultores
familiares utilizam produtos não madeireiros (frutos, fibras, resinas, plantas medicinais,
utensílios entre outros) para subsistência e renda. Apesar da relevância do tema, há poucas
informações sobre o mercado das espécies florestais não madeireiras, constituindo dessa
forma um fator crítico para a gestão das florestas.

        O mercado internacional desses produtos é relativamente conhecido, todavia, o
mesmo não ocorre sobre a cadeia de produção e comercialização no mercado doméstico.
Não há, nos sistemas de dados oficiais, uma lista completa de produtos florestais que são
comercializados, principalmente no que diz respeito às espécies locais e regionais, como
várias espécies medicinais e frutíferas. No estado do Pará, bem como em todos os estados
da Amazônia Legal, há uma carência de dados sobre o mercado de muitos produtos não
madeireiros de valor local ou regional e sua relevância para as populações rurais e urbanas
envolvidas nas cadeias de produção. As estatísticas oficiais não detectam as espécies
extrativistas que possuem mercado local, bem como as recentes demandas por produtos
para atender as indústrias cosméticas no mercado nacional e internacional.

        Em razão da relevância do tema exposto, o Instituto de Desenvolvimento
Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp), em parceria com o Instituto de
Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (Ideflor), desenvolveu o estudo sobre as
cadeias de comercialização dos PFNM do Estado do Pará, como forma de contribuir com
informações para a formulação de políticas públicas. Assim foi firmado o Termo de
Cooperação Técnica e Financeira TCTF No. 02/2010, tendo sua vigência iniciada em
março de 2010, e tem como objetivo identificar e analisar as cadeias de comercialização
dos PFNM em cinco Regiões de Integração (RI) do estado do Pará (Rio Caeté, Baixo
Amazonas, Guamá, Xingu e Marajó).
         Os resultados destas pesquisas podem contribuir para o entendimento da
economia dos PFNM no Estado do Pará, destacando as potencialidades econômicas e
identificando entraves (produção e comercialização) desses diversos produtos,
evidenciando os não detectados nas estatísticas oficiais, contribuindo com a conservação e
gestão florestal.
        O presente relatório contempla os resultados das análises das cadeias de
comercialização dos PFNM da Região de Integração (RI) Guamá.
RESUMO

         Na busca do desenvolvimento sustentável, o estado do Pará necessita de
atividades econômicas produtivas que dinamizem e gerem renda às populações locais, que
evitem o desmatamento, que agreguem valor aos produtos e que reduzam as desigualdades
entre regiões. O método das Contas Sociais Ascendentes Alfa (CSα) aplicado neste estudo,
utilizando o modelo Matriz Insumo-Produto, permitiu identificar o valor da produção de
Base Agroextrativista, de 31 produtos identificados, em 18 municípios da Região de
Integração do Guamá e, acompanhar os fluxos ao longo das cadeias estudadas, passando
pelos setores de beneficiamento, transformação, comércio e serviços até seu destino final.
Constatou-se que os produtos estudados (17 alimentícios, 9 fármacos e cosméticos, 2
utensílios, 2 derivados da madeira e 1 derivado animal) têm significativa importância na
dinâmica da economia local, assim como para outras regiões do Pará, além dos mercados
nacionais e internacionais. O principal produto de destaque na RI foi o açaí (R$ 88
milhões), porém com 85% da renda gerada e circulada no Pará, diferente do cacau
amêndoa que teve R$ 2,0 milhões e 64% da renda gerada e circulada fora do Pará. Outros
produtos de destaque foram o muruci, o urucum, o mel, a malva, o taperebá, o carvão e a
pupunha. A contabilidade social ascendente na região tem origem em milhares de famílias
envolvidas no setor da produção extrativa local (e extralocal), que receberam pela venda de
todos os produtos o montante de R$ 17,4 milhões (VBPα), que gerou R$ 46,2 milhões
(VBP) na compra destes produtos (predomínio in natura) e com a agregação de valor de
mais de R$ 53,3 milhões (VAB), chegando a uma renda bruta total (RBT) gerada e
circulada em R$ 99,5 milhões, com seus efeitos para frente e para trás nas cadeias de
comercialização. O estudo também demonstrou as fragilidades e potencialidades
identificadas nas cadeias, envolvendo a iniciativa privada, os órgãos governamentais e a
sociedade direta e indiretamente relacionada às cadeias dos produtos do agroextrativismo.


Palavras-chave: 1.Cadeias de comercialização, 2.Produtos florestais não madeireiros,
3.Contas sociais alfa, 4.Economia regional.
LISTA DE SIGLAS

CEASA         Central de Abastecimento do Pará
CONAB         Companhia Nacional de Abastecimento
DAP           Diâmetro à Altura do Peito
EMATER        Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
Embrapa       Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
GPS           Sistema de Posicionamento Global
IBGE          Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDEFLOR       Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará
IDESP         Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará
IDH           Índice de Desenvolvimento Humano
IPEA          Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
LSPA          Levantamento Sistemático da Produção Agrícola
MDA           Ministério do Desenvolvimento Agrário
MDS           Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
MIP           Matriz Insumo Produto
NAEA / UFPA   Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará
NPCTI         Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação do IDESP
PAA           Programa de Aquisição de Alimentos
PAM           Pesquisa Agrícola Municipal
PEVS          Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura
PFNM          Produtos Florestais Não Madeireiros
PIB           Produto Interno Bruto
PNPPS         Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da
              Sociobiodiversidade
PPM           Produção da Pecuária Municipal
PRB           Produto Regional Bruto
PRBα          Produto Regional Bruto de Base Agroextrativista
RBT           Renda Bruta Total
RBTα          Renda Bruta Total de Base Agroextrativista
RI            Região de Integração
SEBRAE        Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SEIR          Secretaria de Estado de Integração Regional
SENAR         Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
STR           Sindicato dos Trabalhadores Rurais
UFPA          Universidade Federal do Pará
VAB           Valor Agregado Bruto ou Valor Adicionado Bruto
VABα          Valor Agregado Bruto de Base Agroextrativista
VBP           Valor Bruto da Produção
VBPα          Valor Bruto da Produção de Base Agroextrativista
VTE           Valor Transacionado Efetivo
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- MUNICÍPIOS PERTENCENTES À REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTADO DO
       PARÁ. ................................................................................................................... 35
FIGURA 2- LOCALIZAÇÃO DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ......... 37
FIGURA 3- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO AÇAÍ NA RI GUAMÁ, ESTADO DO
       PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................... 38
FIGURA 4- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO AÇAÍ COMERCIALIZADO NA RI
       GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ................................... 41
FIGURA 5- PREÇO MÉDIO DO AÇAÍ (R$/KG DE FRUTO IN NATURA) PRATICADO NAS
       TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO
       DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ............................................. 42
FIGURA 6- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO MEL NA RI GUAMÁ, ESTADO DO
       PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................... 50
FIGURA 7- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO MEL COMERCIALIZADO NA RI
       GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ................................... 52
FIGURA 8- PREÇO MÉDIO DO MEL (R$/L) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES
       DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ,
       ESTADO DO PARÁ. ................................................................................................ 53
FIGURA 9- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO CUPUAÇU NA RI GUAMÁ, ESTADO
       DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................................................... 60
FIGURA 10- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO CUPUAÇU COMERCIALIZADO
       NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ......................... 62
FIGURA 11- PREÇO MÉDIO DO CUPUAÇU (R$/UNIDADE DO FRUTO) PRATICADO NAS
       TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO
       DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ............................................. 63
FIGURA 12- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO MURUCI NA RI GUAMÁ, ESTADO
       DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................................................... 64
FIGURA 13- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO MURUCI COMERCIALIZADO
       NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ......................... 66
FIGURA 14- PREÇO MÉDIO DO MURUCI (R$/L DO FRUTO IN NATURA) PRATICADO NAS
       TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO
       DE 2008 A 2009, DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. .......... 67
FIGURA 15- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO TAPEREBÁ NA RI GUAMÁ,
       ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ................................................. 68
FIGURA 16- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO TAPEREBÁ COMERCIALIZADO
       NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ......................... 69
FIGURA 17- PREÇO MÉDIO DO TAPEREBÁ (R$/KG DO FRUTO) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES
       ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A
       2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. .............................................................. 70
FIGURA 18- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO
       MÉDIO PRATICADO (R$/KG DA RAIZ) DA PRIPRIOCA NA RI GUAMÁ, ESTADO DO
       PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................... 80
FIGURA 19- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO MURUMURU NA RI GUAMÁ,
       ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ................................................. 81
FIGURA 20- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO MURUMURU
       COMERCIALIZADO NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009.
       ............................................................................................................................. 82
FIGURA 21- PREÇO MÉDIO DO MURUMURU (R$/KG DA SEMENTE) PRATICADO NAS
       TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO
       DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ............................................. 83
FIGURA 22- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO
       MÉDIO PRATICADO (R$/KG DA RAIZ) DO ESTORAQUE NA RI GUAMÁ, ESTADO DO
       PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................... 84
FIGURA 23- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO
       MÉDIO PRATICADO (R$/UNIDADE) DO TUCUMÃ NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ,
       NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................................................................... 85
FIGURA 24- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO
       MÉDIO PRATICADO (R$/KG DA RAIZ) DO CAPITIÚ NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ,
       NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................................................................... 87
FIGURA 25- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO
       MÉDIO PRATICADO (R$/UNIDADE DO FRUTO) DO INAJÁ NA RI GUAMÁ, ESTADO DO
       PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................... 88
FIGURA 26- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO
       MÉDIO PRATICADO (R$/KG DO FRUTO) DO MUCAJÁ NA RI GUAMÁ, ESTADO DO
       PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................... 89
FIGURA 27- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DA BORRACHA NA RI GUAMÁ,
       ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ................................................. 97
FIGURA 28- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DA BORRACHA COMERCIALIZADA
       NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ......................... 98
FIGURA 29- PREÇO MÉDIO DA BORRACHA (R$/KG DA BORRACHA) PRATICADO NAS
       TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO
       DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ............................................. 99
FIGURA 30- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO CARVÃO NA REGIÃO DE
       INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ........... 100
FIGURA 31- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO CARVÃO COMERCIALIZADO
       NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ....................... 101
FIGURA 32- PREÇO MÉDIO DO CARVÃO (R$/SACA DE 15 KG) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES
       ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A
       2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ............................................................ 102
FIGURA 33- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DA PUPUNHA NA RI GUAMÁ, ESTADO
       DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................................................. 103
FIGURA 34- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DA PUPUNHA COMERCIALIZADA
       NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ....................... 105
FIGURA 35- PREÇO MÉDIO DA PUPUNHA (R$/CACHO) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES ENTRE
       OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A 2009, DA
       REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ........................................ 106
FIGURA 36- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO URUCUM NA RI GUAMÁ, ESTADO
       DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................................................. 107
FIGURA 37- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO URUCUM COMERCIALIZADO
       NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ....................... 108
FIGURA 38- PREÇO MÉDIO DO URUCUM (R$/KG SEMENTE) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES
       ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A
       2009, DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ.......................... 109
FIGURA 39- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO BACURI NA RI GUAMÁ, ESTADO
       DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................................................. 110
FIGURA 40- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO BACURI COMERCIALIZADO NA
       RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................ 112
FIGURA 41- PREÇO MÉDIO DO BACURI (R$/UNIDADE DO FRUTO IN NATURA) PRATICADO NAS
       TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO
       DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ........................................... 113
FIGURA 42- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DA CASTANHA-DO-BRASIL NA RI
       GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ................................. 114
FIGURA 43- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DA CASTANHA-DO-BRASIL
       COMERCIALIZADA NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009.
       ........................................................................................................................... 116
FIGURA 44- PREÇO MÉDIO DA CASTANHA-DO-BRASIL (R$/KG DA SEMENTE) PRATICADO NAS
       TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO
       DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ........................................... 117
FIGURA 45- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO CACAU AMÊNDOA NA RI GUAMÁ,
       ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................................... 118
FIGURA 46- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO CACAU AMÊNDOA
       COMERCIALIZADO NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009.
       ........................................................................................................................... 119
FIGURA 47- PREÇO MÉDIO DO CACAU EM AMÊNDOA (R$/KG AMÊNDOA SECA) PRATICADO
       NAS TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO
       PERÍODO DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ............................ 120
FIGURA 48- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO CACAU FRUTO
       COMERCIALIZADO NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009.
       ........................................................................................................................... 122
FIGURA 49- PREÇO MÉDIO DO CACAU FRUTO (R$/UNIDADE DO FRUTO) PRATICADO NAS
       TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO
       DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ........................................... 123
FIGURA 50- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO PALMITO NA REGIÃO DE
       INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ........... 124
FIGURA 51- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO PALMITO COMERCIALIZADO
       NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ....................... 125
FIGURA 52- PREÇO MÉDIO DO PALMITO (R$/KG) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES ENTRE OS
       SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A 2009, DA RI
       GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ................................................................................ 126
FIGURA 53- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO UXI NA RI GUAMÁ, ESTADO DO
       PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................. 127
FIGURA 54- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO UXI COMERCIALIZADO NA RI
       GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ................................. 128
FIGURA 55- PREÇO MÉDIO DO UXI (R$/UNIDADE DO FRUTO) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES
       ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A
       2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ............................................................ 129
FIGURA 56- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DA ANDIROBA NA RI GUAMÁ,
       ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................................... 130
FIGURA 57- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DA ANDIROBA COMERCIALIZADA
       NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ....................... 132
FIGURA 58- PREÇO MÉDIO DA ANDIROBA (R$/KG DE FRUTO) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES
       ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A
       2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ............................................................ 133
FIGURA 59- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO
       MÉDIO PRATICADO (R$/UNIDADE) DO PANEIRO NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ,
       NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................................................................. 134
FIGURA 60- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO
       MÉDIO PRATICADO (R$/KG DO FRUTO) DA BACABA NA RI GUAMÁ, ESTADO DO
       PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................. 136
FIGURA 61- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO PIQUIÁ NA RI GUAMÁ, ESTADO DO
       PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................. 137
FIGURA 62- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO PIQUIÁ COMERCIALIZADO NA
       RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................ 138
FIGURA 63- PREÇO MÉDIO DO PIQUIÁ (R$/UNIDADE DO FRUTO) PRATICADO NAS
       TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO
       DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ........................................... 139
FIGURA 64- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO
       MÉDIO PRATICADO (R$/KG DO FRUTO) DO BIRIBÁ NA RI GUAMÁ, ESTADO DO
       PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................. 140
FIGURA 65- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO
       MÉDIO PRATICADO (R$/L) DA COPAÍBA NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO
       PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................................. 142
FIGURA 66- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO
       MÉDIO PRATICADO (R$/UNIDADE DO FRUTO) DA CAJARANA NA RI GUAMÁ,
       ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................................... 143
FIGURA 67- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO
       MÉDIO PRATICADO (R$/UNIDADE) DO TIPITI NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO
       PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................................. 144
FIGURA 68- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO
       MÉDIO PRATICADO (R$/UNIDADE DO FRUTO) DO MARI NA RI GUAMÁ, ESTADO DO
       PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................. 145
LISTA DE TABELAS



TABELA 1- PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS IDENTIFICADOS NA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ,
         COM QUANTIDADE E VALOR PAGO À PRODUÇÃO LOCAL, DE ACORDO COM A AMOSTRAGEM
         REALIZADA EM CAMPO, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................. 36

TABELA 2- DEMANDA FINAL (LOCAL, ESTADUAL E NACIONAL), EM R$ E %, DOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO
         MADEIREIROS IDENTIFICADOS DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO
         PARA 2008 (IDESP). .................................................................................................................... 147

TABELA 3- VAB (LOCAL, ESTADUAL E NACIONAL), EM R$ E % DOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO
        MADEIREIROS IDENTIFICADOS DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO
        PARA 2008 (IDESP). .................................................................................................................... 148

TABELA 4- VAB (LOCAL, ESTADUAL E NACIONAL), EM R$ E % DOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO
        MADEIREIROS IDENTIFICADOS DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO
        PARA 2008, ORGANIZADOS POR 5 CATEGORIAS (ALIMENTÍCIOS, ARTESANATOS E UTENSÍLIOS,
        DERIVADO ANIMAL, DERIVADO DA MADEIRA E FÁRMACOS E COSMÉTICOS), (IDESP). .............. 150
TABELA 5- RENDA BRUTA TOTAL (R$) NA ESFERA LOCAL, ESTADUAL E NACIONAL DOS PRODUTOS
        FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS IDENTIFICADOS NA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTIMADOS
        PARA 2008, ORGANIZADOS EM TRÊS CATEGORIAS RELATIVAS COM ESCALAS DE VALOR DO RBT
        (ACIMA DE R$ 600MIL, DE R$ 100MIL A R$ 600MIL E ABAIXO DE R$ 100MIL). ......................... 152
TABELA 6- INDICADORES ECONÔMICOS DOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS IDENTIFICADOS NA
         REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, COMPOSTOS PELO VALOR BRUTO DA
         PRODUÇÃO ALFA LOCAL (VBPΑ), O VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO ALFA EXTRALOCAL, A
         MARGEM DE LUCRO (MARK-UP), O VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO (VBP), O VALOR AGREGADO
         BRUTO (VAB) E A RENDA BRUTA TOTAL (RBT), EM R$, NAS ESFERAS LOCAL, ESTADUAL E
         NACIONAL, ESTIMADO PARA 2008 (IDESP). ................................................................................. 156
LISTA DE GRÁFICOS



GRÁFICO 1- VBPΑ, EM R$, PELA ÓTICA DA OFERTA NA COMERCIALIZAÇÃO DO AÇAÍ DA RI
          GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO PARA 2008. ......................................... 43
GRÁFICO 2- VAB (R$) E O MARK-UP (%), NA COMERCIALIZAÇÃO DO AÇAÍ DA RI GUAMÁ,
          ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO PARA 2008. ....................................................... 46

GRÁFICO 3- VALOR DA RBT, EM R$, GERADA E CIRCULADA NA COMERCIALIZAÇÃO DO
         AÇAÍ, CONSIDERANDO SUA COMPOSIÇÃO PELA ÓTICA DA DEMANDA (VBP +
         VAB), A PARTIR DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO PARA 2008. .... 48
GRÁFICO 4- VBPΑ, EM R$, PELA ÓTICA DA OFERTA NA COMERCIALIZAÇÃO DO MEL DA RI
         GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO PARA 2008. ......................................... 54
GRÁFICO 5- VAB (R$) E O MARK-UP (%), NA COMERCIALIZAÇÃO DO MEL DA RI GUAMÁ,
         ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO PARA 2008. ....................................................... 56

GRÁFICO 6- VALOR DA RBT, EM R$, GERADA E CIRCULADA NA COMERCIALIZAÇÃO DO
         MEL, CONSIDERANDO SUA COMPOSIÇÃO PELA ÓTICA DA DEMANDA (VBP +
         VAB), A PARTIR DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO PARA 2008. .... 58
GRÁFICO 7- VBPΑ, EM R$, PELA ÓTICA DA OFERTA NA COMERCIALIZAÇÃO DAS FRUTAS
         (CUPUAÇU, MURUCI E TAPEREBÁ) DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO
         PARA 2008. ...................................................................................................... 73

GRÁFICO 8- VAB (EM R$) E O MARK-UP (%), NA COMERCIALIZAÇÃO DAS FRUTAS
         (CUPUAÇU, MURUCI E TAPEREBÁ) DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO
         PARA 2008. ...................................................................................................... 75

GRÁFICO 9- VALOR DA RBT, EM R$, GERADA E CIRCULADA NA COMERCIALIZAÇÃO DAS
         FRUTAS (CUPUAÇU, MURUCI E TAPEREBÁ), CONSIDERANDO SUA COMPOSIÇÃO
         PELA ÓTICA DA DEMANDA (VBP + VAB), A PARTIR DA RI GUAMÁ, ESTADO DO
         PARÁ, ESTIMADO PARA 2008. .......................................................................... 77
GRÁFICO 10- VBPΑ,                   EM     R$,     PELA ÓTICA DA OFERTA NA COMERCIALIZAÇÃO DOS
                  FÁRMACOS E COSMÉTICOS DA                     RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO PARA
                  2008. ............................................................................................................... 91
GRÁFICO 11- VAB (R$)                       E O MARK-UP            (%), NA COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS
                  PERFUMARIA E COSMÉTICOS DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO PARA
                  2008. ............................................................................................................... 93
GRÁFICO 12- VALOR DA RBT, EM R$, GERADA E CIRCULADA NA COMERCIALIZAÇÃO DOS
         PRODUTOS DE PERFUMARIA E COSMÉTICOS, CONSIDERANDO SUA COMPOSIÇÃO
         PELA ÓTICA DA DEMANDA (VBP + VAB), A PARTIR DA RI GUAMÁ, ESTADO DO
         PARÁ, ESTIMADO PARA 2008. .......................................................................... 95
SUMÁRIO



1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 23

2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 24

2.1 GERAL ......................................................................................................................... 24
2.2 ESPECÍFICOS ............................................................................................................. 24

3 METODOLOGIA........................................................................................................... 25

4 RESULTADOS ............................................................................................................... 34

4.1. REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ ...................................................................... 34
4.1.1. CARACTERIZAÇÃO ...................................................................................................... 34
4.2. ANÁLISE DAS CADEIAS DE COMERCIALIZAÇÃO ............................................. 36
4.2.1 AÇAÍ ............................................................................................................................ 37
4.2.2 MEL ............................................................................................................................. 49
4.2.3 CUPUAÇU ..................................................................................................................... 59
4.2.4 MURUCI ....................................................................................................................... 63
4.2.5 TAPEREBÁ ................................................................................................................... 67
4.2.6 FRUTAS (MURUCI, CUPUAÇU E TAPEREBÁ) ................................................................... 71
4.2.7 PRIPRIOCA ................................................................................................................... 79
4.2.8 MURUMURU ................................................................................................................. 80
4.2.9 ESTORAQUE ................................................................................................................. 83
4.2.10 TUCUMÃ .................................................................................................................... 84
4.2.11 CAPITIÚ ..................................................................................................................... 85
4.2.12 INAJÁ ......................................................................................................................... 87
4.2.13 MUCAJÁ..................................................................................................................... 88
4.2.14 PERFUMARIA E COSMÉTICOS (PRIPRIOCA, MURUMURU, ESTORAQUE, TUCUMÃ,
CAPITIÚ, INAJÁ E MUCAJÁ) .................................................................................................. 89
4.2.15 BORRACHA ................................................................................................................ 96
4.2.16 CARVÃO .................................................................................................................... 99
4.2.17 PUPUNHA ................................................................................................................. 102
4.2.18 URUCUM .................................................................................................................. 106
4.2.19 BACURI .................................................................................................................... 109
4.2.20 CASTANHA-DO-BRASIL ............................................................................................ 113
4.2.21 CACAU ..................................................................................................................... 117
4.2.22 PALMITO .................................................................................................................. 123
4.2.23 UXI .......................................................................................................................... 126
4.2.24 ANDIROBA ............................................................................................................... 129
4.2.25 PANEIRO .................................................................................................................. 133
4.2.26 BACABA ................................................................................................................... 134
4.2.27 PIQUIÁ ..................................................................................................................... 136
4.2.28 BIRIBÁ ..................................................................................................................... 139
4.2.29 COPAÍBA .................................................................................................................. 140
4.2.30 CAJARANA ............................................................................................................... 142
4.2.31 TIPITI ....................................................................................................................... 143
4.2.32 MARI ....................................................................................................................... 144
4.3 ANÁLISES AGRUPADAS ......................................................................................... 146

5 CONCLUSÕES............................................................................................................. 157

6 RECOMENDAÇÕES................................................................................................... 160

7 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 165

APÊNDICES .................................................................................................................... 168
23

1 INTRODUÇÃO

          Segundo o Ministério da Agricultura de Moçambique (2008), os Produtos
Florestais Não Madeireiros (PFNM) são aqueles derivados da floresta, exceto a madeira,
cuja definição engloba fibras, frutos, raízes, cascas, folhas, taninos, cogumelos, exudados,
mel, plantas medicinais, lenha e carvão, entre outros. Silva et al. (2010) ressaltam que, em
tese, estes produtos também podem ser obtidos de plantas semidomesticadas em plantios
ou sistemas agroflorestais.
          Nas últimas décadas, assiste-se em todo o mundo, o crescimento da preocupação
relacionada a fatores como aquecimento global e o desmatamento das florestas tropicais,
que atraem o interesse de diversos atores sociais, que anseiam em equacionar tais
impactos. Dentro deste contexto, a extração e comercialização dos PFNM no Brasil têm
apresentado grande importância social, econômica e ambiental, em virtude de ocorrer
prioritariamente em pequenas propriedades, preservar parte importante da biodiversidade
das florestas nativas (FIEDLER et al., 2008) e gerar renda.
          Em relação ao comércio dos PFNM, nota-se que o mercado internacional desses
produtos é relativamente conhecido, diferente das cadeias de comercialização no mercado
doméstico. No estado do Pará, assim como nos outros estados da Amazônia Legal, é
restrita a literatura e dados existentes sobre o mercado “invisível” de muitas espécies de
valor local ou regional e sua importância para as populações rurais e urbanas envolvidas ao
longo da sua cadeia de produção (MONTEIRO, 2003). Dessa forma, gestores e demais
audiências estão desinformados sobre o fluxo desse comércio, que permanece oculto
(SILVA, 2010).
        Apesar da magnitude socioeconômica dos PFNM, verifica-se que há pouca
informação sistematizada sobre quantidade, valor, processos de produção, industrialização
e comercialização desses produtos. Essa escassez de informações é um empecilho à
conservação e ao desenvolvimento de estratégias mercadológicas para esses produtos
(FIEDLER et al., 2008).
        Este estudo teve como objeto principal identificar e analisar as cadeias de
comercialização dos PFNM na Região de Integração (RI) Guamá, Estado do Pará,
evidenciando os fatores críticos e potencialidades, como forma de subsidiar políticas
públicas.
24

2 OBJETIVOS

2.1 GERAL
     Identificar e analisar as cadeias de comercialização de produtos florestais não
     madeireiros da Região de Integração Guamá, Estado do Pará, buscando fatores
     críticos e potencialidades.

2.2 ESPECÍFICOS
     Identificar e descrever as estruturas das cadeias de comercialização dos produtos
     florestais não madeireiros da Região de Integração Guamá, e

     Quantificar o Valor Bruto da Produção (VBP), explicitando a produção
     agroextrativista do setor alfa (VBPα), o Valor Agregado Bruto (VAB) juntamente
     com a margem bruta de comercialização (mark-up) e a Renda Bruta Total (RBT)
     gerada e circulada na comercialização dos produtos identificados.
25

3 METODOLOGIA

        No intuito de descrever e analisar as cadeias de comercialização dos produtos
florestais não madeireiros (PFNM), a partir do conjunto dos 18 municípios pertencentes à
RI Guamá, Estado do Pará, desde os agentes que compraram do produtor até os que
venderam para o consumidor, este estudo baseou-se na metodologia das Contas
Ascendentes Alfa CSα (COSTA, 2002, 2006 e 2008a), que permite construir Contas
Sociais de base agroextrativista, para uma região, utilizando o modelo Matriz Insumo-
Produto de Leontief (1983).
        As “Contas Sociais Alfa” (CSα) referem-se à metodologia de cálculo ascendente
de matrizes de insumo-produto de equilíbrio computável e, que se baseia nos parâmetros e
indicadores de cada produto que compõem os setores originários e fundamentais, justifica-
se pelo fato de permitir uma análise pontual ou com foco na real problemática local, haja
vista que as estatísticas de produção são obtidas mais irredutível possível de uma economia
local. Ou seja, este método além de fazer uma “fotografia” da realidade macroeconômica e
social de uma delimitação geográfica, fornece respostas a questões que envolvem os
impactos gerados por ações e programas de desenvolvimento ali implementados.
        Conforme explica Costa (2008b), o método consiste em identificar a produção de
cada agente que pode ser agregado nos “setores alfa”, de certa delimitação geográfica e
acompanhar os fluxos até sua destinação final. Nesse trajeto define parametricamente as
condições de passagem pelas diversas interseções entre os setores derivados (quantidades
transacionadas em cada ponto e o mark-up correspondente), tratados como “setores beta”,
os quais são ajustados a três níveis diferentes: o local (βa), o estadual (βb) e o nacional
(βc).
        Esta metodologia foi aplicada na região sudeste do Pará, caracterizada por tensões
entre grandes projetos pecuários e minerais, e a expansão camponesa, com assentamentos
da reforma agrária. O trabalho desenvolvido por Costa (2008b), contempla a análise de
insumo-produto com metodologia ascendente que explicita a diversidade estrutural dos
setores de base primária e os impactos econômicos da programação de investimento da
Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) de 2004 até 2010. Os resultados do estudo indicam
que a metodologia ascendente CSα permitiu fazer as diferenciações estruturais necessárias
na geração de uma matriz de insumo-produto mais aderente à complexidade da economia
local, evidenciando a influência expressiva na economia do setor mineral do Sudeste
Paraense, com complexidade de tal ordem que sua expansão cria possibilidades de
26

crescimento para os demais setores da economia local. Por outro lado, demonstrou
vazamentos de vulto (em termos de renda, agregação de valor, entre outros) – tanto da
economia local e no entorno mais próximo, para a economia do resto do Pará, quanto para
o resto do Brasil.
             Em outro estudo Costa e Costa (2008) descreveram a economia da cultura do
festival de bois de Parintins, estado do Amazonas, utilizando a metodologia das CSα
conjuntamente orientada pelo conceito de Arranjos Produtivos Locais (APL). O estudo
identificou limitações de infraestrutura, apontou impactos para a economia do município
com a produção e realização do evento, com isso o município recebeu tratamento
diferenciado por parte dos poderes públicos, que se converteram em investimentos reais e o
APL da cultura identificado representou 10% da economia local e se apresentou como uma
nova base de exportação, com um efeito multiplicar elevado.
             A aplicação da metodologia CSα por Dürr (2008) no Departamento1 de Sololá, na
Guatemala, permitiu descrever as cadeias produtivas dos principais produtos da agricultura
camponesa, construiu a Contabilidade Social de base agrária do Departamento, ou seja,
calculou o Produto Interno Bruto mostrando a contribuição de diferentes setores,
especialmente no setor rural e da economia regional e, por último, identificou os impactos
sobre a agricultura e o desenvolvimento econômico das zonas rurais locais, estimado
através do uso de Matrizes de Insumo-Produto como ferramenta para o planejamento
estratégico do Departamento de Sololá. Devido as repercussões deste estudo, o autor
replicou para o departamento de El Quiché (DÜRR et al., 2009), para o território chamado
de Bacia do rio "Polochic. "(LOZA et al., 2009) e para o departamento de Petén (DÜRR et
al., 2010).
             O trabalho de Carvalho (2010) apresenta as contribuições que os produtos
florestais não madeireiros têm na economia do Estado do Amapá, fazendo o uso do método
de Contas Sociais Alfa em razão da inexistência de informações sistematizadas ou
agregadas em nível local. Contudo, consegue estabelecer as análises estruturais a partir das
interrelações existentes entre os agentes mercantis que participam do arranjo produtivo dos
PFNM, analisando os efeitos dos multiplicadores setoriais, os impactos do crescimento
econômico na produção, trabalho e renda setorial de toda a economia.
             Na mesma linha, Gomes (2007) identificou e caracterizou cadeias de
comercialização de produtos existentes nas florestas secundárias nas categorias de


1
    Unidade federativa equivalente a estado.
27

frutíferas, derivados da madeira (lenha, carvão e estaca), mel e diversas plantas medicinais
nos municípios de Bragança, Capitão Poço e Garrafão do Norte, Estado do Pará. A autora
utilizou o método de Contas Sociais Alfa para captar as especificidades econômicas e
sociais que ao contrário dos cálculos das contas regionais do IBGE, que consideram as
regiões homogêneas nas estimações conjunturais impossibilita captar as especificidades
locais. O estudo detectou a circulação aproximada de quatro milhões de reais, para o ano
de 2005, identificando a importância da vegetação secundária como reserva de valor e
como agente dinamizador da renda rural e dos setores econômicos associados como
atacadistas, varejistas e agroindústrias.
         No caso deste estudo desenvolvido pelo Idesp em parceria com o Ideflor, a
metodologia foi adequada para a contabilidade social ascendente que engloba além da
produção agroextrativista, as atividades na indústria e nos serviços que atuam diretamente
nos setores com foco nos produtos florestais não madeireiros. Trata-se de um modelo de
calculo de renda e do produto social do agroextrativismo que permitiu mensurar variáveis
como o Valor Bruto da Produção de Base Agroextrativista (VBPα), o Valor Agregado
Bruto de Base Agroextrativista (VABα) e o Produto Regional Bruto de Base
Agroextrativista (PRBα). De acordo com Considera et al. (1997) o Produto Regional Bruto
(PRB) seria o equivalente regional ao Produto Interno Bruto (PIB) deste setor.
         O modelo também produziu as matrizes das interrelações intersetoriais que as
fundamentam, por uma metodologia que maximiza a utilização dos dados do IBGE, tanto
os do Censo Agropecuário de 2006, quanto as séries históricas de 1990 a 2008 da Produção
Agrícola Municipal (PAM), da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) e
da Produção da Pecuária Municipal (PPM) e, correlacionando-os aos dados da pesquisa
primária executada pelo Idesp, permitiu agregações as mais variadas, orientadas tanto por
atributos geográficos, quanto por atributos estruturais do setor.
         A metodologia adotada permite descrever trajetórias de agregação, tanto em
função de um espaço geográfico limitado (município, região, território, etc.), quanto em
decorrência das estruturas da produção: formas de produção, tipos de atividades, níveis
tecnológicos, sistemas de produção, entre outros. A metodologia apresenta uma série de
vantagens, tais como: rapidez na coleta de dados primários em campo, identificação dos
maiores volumes comercializados junto aos agentes mercantis chaves, quantificação dos
valores pagos ao setor da produção agroextrativista, principais gargalos evidenciados nas
cadeias de comercialização, a economia antes invisível passa a ser explícita para diversos
produtos e aponta indicativos para subsidiar políticas publicas.
28

            As etapas adotadas desde a identificação do agente mercantil, até as análises das
cadeias de comercialização, consistiram em uma série de ações descritas a seguir.
            Articulação prévia, feita em Belém e/ou na chegada a cada um dos dezoito
municípios visitados da Região de Integração Guamá, junto a informantes-chaves (como os
técnicos dos escritórios da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do
Pará - Emater/Pará, dos sindicatos de trabalhadores rurais, das secretarias municipais de
agricultura, das cooperativas, das associações, das feiras, dos mercados locais, entre
outros), no que se referiu à produção e/ou comercialização dos produtos florestais não
madeireiros existentes no município, para o período de doze meses e, fazer a identificação
dos agentes mercantis envolvidos nestas atividades, para serem entrevistados.
            A coleta de dados ocorreu junto aos agentes mercantis com aplicação de
questionário       (Apêndice      A).   Nesta     etapa,   buscam-se   os   principais   agentes
(vendedores/compradores) de cada produto, que geralmente representam importantes elos
da cadeia, os quais em seguida, direcionam os elos para trás (comprou de quem) e para
frente (vendeu para quem) na cadeia, compondo uma amostragem não probabilística
autogerada (CABRAL, 2000), até chegar à produção local de um lado, bem como ao
último que vendeu o produto para o consumidor final, no outro extremo da cadeia (DÜRR;
COSTA, 2008). Esta metodologia identificou relações existentes entre agentes mercantis,
que atuam tanto na formalidade até os de completa informalidade, e foi capaz de apontar o
fluxo de comercialização para cada produto identificado. Neste tipo de amostragem o
tamanho e a localização da população não são conhecidos a priori pelo pesquisador, então,
esta é composta na medida em que o pesquisador identifica um agente mercantil, e solicita
ao mesmo que indique os que também fazem parte da população em estudo, e assim,
sucessivamente, a amostra é construída (MATTAR, 1997). Deste modo, para o
levantamento dos dezoito municípios foram aplicados trezentos e vinte e seis questionários
junto aos agentes mercantis envolvidos direta ou indiretamente com a comercialização dos
PFNM.
            Durante a aplicação dos questionários, foi possível georreferenciar cada
estabelecimento, utilizando o sistema de posicionamento global (GPS), compondo uma das
bases de dados com as coordenadas geográficas. Além disso, foi possível compor uma base
de dados qualitativos disponíveis na plataforma Windows, Microsoft Office 2007 no
aplicativo Access, e outra base de dados quantitativos no sistema NETZ2, com circuitos


2
    Software desenvolvido por Francisco de Assis Costa – NAEA/UFPA.
29

(referentes aos produtos) e lançamentos (referentes às transações comerciais realizadas
pelos agentes, por produtos).
           A padronização dos dados coletados em cada entrevista foi necessária para que as
unidades de quantidade (medida usada em kg, litro, saca entre outros) e de preço praticado
fossem uniformizadas conforme cada produto. As informações inseridas no sistema NETZ
referem-se aos dados primários de preço e quantidade para cada produto, em cada relação
mercantil de compra e venda, classificando por setor (produção, varejo, atacado, indústria e
consumidor) e por recorte espacial (local, estadual e nacional).
          Depois deste processo, foram elaboradas as matrizes que descrevem a
probabilidade da distribuição das quantidades e de atribuição dos preços a partir das
relações entre os agentes e, uma vez determinadas suas posições estruturais, entre os
setores. As Matrizes Insumo-Produto (MIP) descrevem nas colunas as compras e nas
linhas as vendas dos setores da produção primária e intermediaria (indústria, atacado e
varejo), entre si, e as vendas para a demanda final local, estadual ou nacional. No entanto,
como forma de melhor visualizar cada matriz, a equipe do Idesp envolvida no estudo
desenvolveu um modelo de apresentar os mesmos dados, com os fluxos de compra e venda
e os setores responsáveis por cada elo da cadeia. A inovação trata-se da disposição visual
dos diversos agentes mercantis ou setores representados por pequenas caixas retangulares
(produção local e extralocal, varejo, indústria de beneficiamento, de transformação,
atacado, consumidor, etc.) e espacialmente distribuídos na economia local, estadual ou fora
do estado (nacional e internacional), representados por retângulos maiores em três cores
distintas. Foram adotadas setas em diferentes formatos para a representação dos canais ou
fluxos de comercialização, que iniciam na produção local e extralocal até os consumidores
finais.
           Quanto aos fluxos da comercialização por produto estudado, estes foram
organizados para três dimensões geográficas: a) local, que corresponde aos dezoito
municípios pesquisados na RI Guamá; b) estadual, para os demais municípios do estado do
Pará e; c) nacional, que foram comercializados para outros estados e/ou países. O estudo
possibilitou compreender os fluxos existentes nas relações entre agentes/setores e seu papel
relativo ao longo da cadeia em função dos volumes transacionados. Ainda com base nas
matrizes de preço e quantidade, a relação dessas gera os respectivos preços médios
praticados ou implícitos por produto e por setor (em Reais por unidade do produto),
agregado ou não, ao longo da cadeia, da produção até o consumo final.
30

        A metodologia permite a atualização dos dados para os anos seguintes da
Contabilidade Social da Produção de Base Agroextrativista (CSα) obtida com os dados
mais recentes divulgados pelo IBGE, neste caso com o Censo Agropecuário de 2006. Para
tanto, foram construídos indexadores de quantidade e preço baseados nas séries municipais
da PAM, PEVS e PPM, no mesmo recorte regional, assim como as séries de preços dos
produtos da agricultura do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA).
       Existem duas especificidades na construção dos indexadores: aquela em que o
produto em questão é levantado sistematicamente e faz parte do acervo de estatísticas
conjunturais, acima explicitado, e aquela em que o produto estudado não é levantado
sistematicamente. Na primeira situação os indexadores de quantidade (IQ) são os números
índices do total das quantidades do produto v, para o conjunto dos municípios que atendem
à restrição s, tendo no caso do agroextrativismo, 2006 como ano base. E para os
indexadores de preço (IP) os números índices do preço médio do produto v, para os
municípios que atendem a restrição geográfica s, tendo 2006 também como ano base
(COSTA, 2002, 2006 e 2008).
       Os indexadores de quantidade e de preço são assim construídos:




        Onde:
         : atributo geográfico (local: municípios da RI Guamá; estadual: demais
        municípios do estado do Pará e nacional: outros estados e/ou países),
          : produto,
          : ano da pesquisa oficial (2006, 2007 e 2008),
             : quantidade do produto conforme seu atributo geográfico no ano da pesquisa
        oficial,
                   : quantidade do produto conforme atributo geográfico no Censo
        Agropecuário de 2006,
             : preço médio (ou implícito) conforme seu atributo geográfico no ano da
        pesquisa, e
                   : preço médio (ou implícito) conforme atributo geográfico no Censo de
        2006.
        Em relação aos produtos não levantados sistematicamente, estes foram indexados
pela evolução do conjunto da produção numa certa delimitação geográfica. A evolução do
31

conjunto da produção é observada pelos números índices da evolução do produto real e dos
preços implícitos para a restrição geográfica s. O produto real é a soma dos resultados da
multiplicação das quantidades de cada produto no ano a, pelo preço em um ano escolhido
para fornecer o vetor de preços, neste caso, média dos anos de 2006, 2007 e 2008.
Portanto, os indexadores dos PFNM que não estão presentes nas estatísticas oficiais foram
elaborados conforme agrupamentos, tendo como referências as categorias: geral para
alimentícios e geral do IBGE.
         Sendo assim, os frutos bacaba, bacuri, biribá, cacau, cajarana, mari, murici,
mucajá, piquiá, pupunha, taperebá, tucumã, uxi e o palmito foram agrupados na categoria
de alimentícios. Na categoria de indexador geral de quantidade (que utiliza o conjunto de
todos os produtos identificados pelo IBGE) foram identificados nove produtos (andiroba,
copaíba, murumuru, inajá, capitiú, estoraque, priprioca, paneiro e tipiti).
         Os únicos produtos que tiveram seus próprios indexadores, criados com base nas
estatísticas oficiais, foram: açaí, borracha da seringueira, amêndoa do cacau, carvão
vegetal, castanha-do-brasil, cupuaçu, mel de abelha e a semente de urucum.
         Finalmente, foi estimada a CSα para o ano de 2008, por ser o inicio do estudo,
multiplicando os indexadores obtidos com a matriz de estrutura, que descrevem a
probabilidade da distribuição das quantidades e, com a matriz de preços a partir das
relações entre os agentes. O resultado gera uma Matriz de Insumo Produto (MIP) para cada
produto pesquisado, contendo o Valor Bruto da Produção de base agroextrativista (VBPα)
sob a ótica da oferta, o VBP sob a ótica da demanda (ou seja, compra de insumo), o Valor
Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado ou Agregado Bruto
(VAB), a Renda Bruta Total (RBT) e, a margem bruta de comercialização (mark-up), que é
a relação entre a diferença do valor estimado do VAB com o VBPα (sob a ótica da oferta)
pelo VBPα, para que sejam feitas as análises econômicas (estimadas para 2008) e os
impactos que cada produto não madeireiro exerceu na economia local, estadual e fora do
estado. Frisa-se, no entanto, que no cálculo do VAB como na estimação do mark-up, não
se levou em consideração os custos produtivos e/ou de comercialização, pois não foram
foco da pesquisa. Em algumas cadeias, também não foi possível descrever a proporção dos
PFNM utilizados como insumo na preparação de certos produtos finais, como doces,
cosméticos, medicinais, entre outros.
         A definição em estimar a CSα para o ano de 2008 foi adotada para este estudo
(Guamá) e para as demais regiões estudadas (Tocantins, Rio Caeté, Xingu, Baixo
Amazonas e Marajó), permitindo assim comparações entre as economias de cada região. O
32

método permite também fazer atualizações desta economia conforme novos cálculos dos
indexadores por produto, após divulgação de estatísticas oficiais.
         Foram identificados trinta e um (31) PFNM, relacionados no Apêndice B, os
quais foram classificados conforme a sua utilização identificada em campo. Foram
estudados dois utensílios (paneiro e tipiti de fibra de guarumã); dezessete alimentícios
(açaí, bacaba, bacuri, biribá, cacau amêndoa, cacau fruto, cajarana, castanha-do-brasil,
cupuaçu, mari, muruci, palmito, piquiá, pupunha, taperebá, urucum e uxi), nove fármacos e
cosméticos (andiroba, capitiú, copaíba, estoraque, inajá, mucajá, murumuru, priprioca e
tucumã); um derivado animal (mel de abelha) e dois derivados da madeira (carvão e
borracha).
         Cada produto identificado foi analisado individualmente, por estruturas de fluxo
de quantidade e preço médio praticado ao longo das cadeias de comercialização e,
descritos os setores mercantis das esferas local, estadual e nacional. As análises
econômicas detalhadas foram feitas para dois produtos com maior destaque (açaí e mel) e
para dois grupos importantes: as frutas (muruci, cupuaçu e taperebá) e; perfumarias e
cosméticos (priprioca, murumuru, estoraque, tucumã, capitiú, inajá e mucajá).
         A classificação dos agentes nas cadeias de comercialização foram adaptadas aos
seguintes conceitos, conforme Costa (2002) e Dürr (2004).
             Produção local: Produção primária agroextrativista do município ou da região;
             Produção Extralocal: Produção primária agroextrativista oriunda de outras
             regiões de integração que não fazem parte da região estudada;
             Varejo rural local: Pequenos comerciantes do interior dos municípios que
             compram dos produtores, comumente denominados atravessadores rurais;
             Indústria de beneficiamento local: Unidades de beneficiamento da produção,
             localizadas na região;
             Indústria de transformação local: Unidades de transformação da produção,
             localizadas na região;
             Atacado local: Grandes compradores (atacadistas, representantes de empresas),
             localizados nos centros urbanos da região, que normalmente compram do
             varejo e/ou vendem para o varejo;
             Varejo urbano local: Pequenos comerciantes nas cidades (varejistas, feirantes,
             marreteiros, vendedores ambulantes);
33


           Indústria de beneficiamento estadual: Unidades de beneficiamento no Pará,
           localizadas além da RI Guamá;
           Indústria de transformação estadual: Unidades de transformação no Pará;
           Atacado estadual: Empresas compradoras da produção no Pará;
           Varejo urbano estadual: Comércios (supermercados, etc.) no Pará, que vendem
           para o consumidor estadual;
           Indústria de beneficiamento nacional: Unidades de beneficiamento no Brasil;
           Indústria de transformação nacional: Unidades de transformação no Brasil;
           Atacado nacional: Empresas compradoras do nível nacional;
           Varejo urbano nacional: Comércios nacionais que vendem para o consumidor
           nacional.
        As categorias de agentes mercantis estão descritas por produto não madeireiro
identificado, quer seja individual ou em grupo.
        As análises econômicas de todos os produtos identificados estão descritas em
detalhes no item 4.3.
34

4 RESULTADOS

4.1. REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ

4.1.1. Caracterização

        A Região de Integração Guamá é a mais numerosa do Pará em temos de
quantidade de municípios, pois tem em sua composição um total de dezoito municípios
(Figura 1), com uma população de aproximadamente 613.790 habitantes, o que
corresponde a 8,1% da população do Estado do Pará, sendo a quarta mais populosa
(IBGE/IDESP, 2010). Há um predomínio da população urbana sobre a rural, com um
índice de 62 em relação à população total da região, entretanto, apenas Castanhal, Igapé
Açu, Santa Izabel do Pará, Santa Maria do Pará, Santo Antonio do Tauá, São Miguel do
Guamá e Vigia apresentaram a população urbana superior à rural, com o primeiro
atingindo o índice de 89, diferenciando-se de São domingos do Capim em que 78% da sua
população residem no meio rural. Sua área total corresponde a 0,97% em relação ao
Estado, com densidade demográfica de 50,6 hab/km², sendo que apenas três (Castanhal,
Santa Izabel do Pará e São Miguel do Guamá), dos dezoito municípios, possuem
população maior que 50 mil habitantes (59.446 e 51.567 mil, respectivamente). Todavia,
Castanhal ultrapassou a faixa dos 170 mil habitantes, contabilizando 173.119 habitantes,
equivalente a 28% da população da região, se constituindo, deste modo, pólo da região.
35

        FIGURA 1- Municípios pertencentes à Região de Integração Guamá, estado do Pará.




        Fonte: Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, 2011.
        Elaboração: Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação.


        A Região de Integração Guamá apresentou um Índice de Desenvolvimento
Humano Municipal - IDHM de 0,69, menor que o estadual de 0,72.

        Em 2008 o Produto Interno Bruto – PIB da Região Guamá somou R$ 2.448.445
mil, com uma variação de 10,8% em relação ao PIB do ano anterior (R$ 2.210.053 mil),
porém se manteve na 8ª colocação no ranking entre as regiões de integração, e participou
com um percentual de 4,2% no PIB estadual. Com relação ao PIB Per capita regional, na
ordem de R$ 4.206,00, correspondente a 52% do PIB Per capita estadual e, configurou-se
como o quarto pior ficando a frente apenas das regiões do Tapajós, Rio Caeté e Marajó,
apesar da variação de 6,2%, que se deve ao crescimento das atividades econômicas
(indústria e serviços) e da arrecadação de impostos. As participações dos setores
econômicos, considerando somente o valor agregado, corresponderam a: 11%
Agropecuário, 17% Indústria e 72% Serviços.

        Entre os municípios que fazem parte da RI Guamá, São João da Ponta se
configurou como o de menor participação na economia da região (assim como constituí
também o menor PIB do Estado), não representando nem 1% PIB regional, caracterizado
pela baixa concentração demográfica (0,9% da população da RI) e forte dependência em
relação ao setor de serviços, soma-se a estes o fato deste município ser relativamente novo,
1993.
36

4.2. ANÁLISE DAS CADEIAS DE COMERCIALIZAÇÃO

          Nos dezoito municípios da Região de Integração Guamá (Figura 2) foram
identificados trinta e um produtos florestais não madeireiros, durante a pesquisa de campo
realizada em 2008 e 2009, com quantidade comercializada no período de doze meses e o
valor pago à produção local (Tabela 1). A relação das espécies / produtos estudados estão
descritos no Apêndice B.

TABELA 1- Produtos florestais não madeireiros identificados na Região de Integração Guamá, com
quantidade e valor pago à produção local, de acordo com a amostragem realizada em campo, no período de
2008 a 2009.

Produtos Florestais Não Madeireiros          Quantidade          Valor (R$)        Valor/Total (%)
Açaí (kg)                                          7.363.313        5.218.928,36                67,19
Mel (l)                                               74.571          729.076,57                  9,39
Cupuaçu (un.)                                        295.538          314.347,78                  4,05
Borracha (kg)                                        237.608          309.892,40                  3,99
Muruci (l)                                           242.570          259.140,96                  3,34
Carvão (sc)                                           42.556          223.441,00                  2,88
Pupunha (cacho)                                       47.883          140.721,00                  1,81
Taperebá (kg)                                        122.270          119.157,30                  1,53
Urucum (kg)                                           39.511          105.342,00                  1,36
Priprioca (kg)                                        24.500           73.500,00                  0,95
Bacuri (un.)                                         202.615           62.521,50                  0,80
Castanha-do-brasil (kg)                               38.536           52.719,51                  0,68
Cacau amêndoa (kg)                                    11.479           43.205,02                  0,56
Palmito (kg)                                           6.003           19.268,67                0,248
Uxi (un.)                                            540.600           17.691,00                0,228
Murumuru (kg)                                         21.880           14.764,00                0,190
Estoraque (kg)                                         9.000           13.500,00                0,174
Andiroba (l)                                          51.494           13.400,05                0,173
Cacau fruto (un.)                                     17.360            6.820,00                0,088
Paneiro (un.)                                          1.620            5.281,20                0,068
Capitiú (kg)                                           3.100            4.650,00                0,060
Bacaba (kg)                                            5.250            4.123,70                0,053
Piquiá (kg)                                           27.400            4.030,00                0,052
Biribá (un.)                                           1.850            3.250,00                0,042
Copaíba (l)                                              100            3.000,00                0,039
Tucumã (kg)                                            5.133            1.649,99                0,021
Cajarana (un.)                                        12.000            1.200,00                0,015
Inajá (kg)                                             2.500              875,00                0,011
Mucajá (kg)                                            2.500              875,00               0,0113
Tipiti (un.)                                             120              720,00               0,0093
Mari (un.)                                             2.000               80,00               0,0010
Total                                                             7.767.172,01                100,00
Fonte: Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, 2011.
Elaboração: Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação.
37

         FIGURA 2- Localização da Região de Integração Guamá, estado do Pará.




         Fonte: Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, 2011.
         Elaboração: Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação.


         A comercialização de dezenas destes produtos acontece em diferentes
estabelecimentos e feiras, explicitando a diversidade e a realidade regional, conforme
imagens registradas nos municípios visitados (Apêndice C).

         As análises das principais cadeias de comercialização da Região Guamá estão
descritas e ilustradas a seguir.

4.2.1 Açaí

         a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização
            do açaí.
         A principal utilização do açaí foi como fonte de matéria prima na indústria
alimentícia por meio da elaboração do “vinho de açaí”.

         Apresentado como um dos produtos econômicos mais emergentes na Região de
Integração Guamá, o açaí e sua estrutura de cadeia de comercialização é formada, de
acordo com a amostragem, por 105 agentes que comercializam este produto nos dezoito
municípios visitados, sendo aproximadamente 51% produtores, 14% atravessadores
(varejistas e atacadistas), 34% batedores e 1% agroindústria. Na Figura 3 estão
espacializados os agentes mercantis entrevistados nos municípios da RI Guamá.
38

        FIGURA 3- Localização dos agentes mercantis do açaí na RI Guamá, estado do Pará, no
        período de 2008 a 2009.




        Fonte: Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, 2011.
        Elaboração: Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação.


        Durante a pesquisa foi constatado que 51% do total de agentes entrevistados
trabalham somente com o açaí e estão no mercado entre 1 a 15 anos. Dentre os
entrevistados 53% declararam trabalhar apenas na safra do produto, 36% durante o ano
todo e 10% não informaram seu período de trabalho.

        Foi verificado que 23% dos agentes possuem propriedade rural com áreas que
aferem de 0,3 a 850 hectares, ressaltando que, em geral, estas áreas são destinadas para
outros cultivos além do açaí. Para estocagem da produção apenas 16% possuem armazém
com tamanhos que variam de 6 m² a 56 m². Aproximadamente 27% dos agentes não
possuem capacidade para transporte da produção e 69% contam com 25 motos, 22 barcos,
nove canoas, 23 bicicletas, cinco carros, quatro tratores, dois caminhões e um carro de boi.

        Em relação ao maquinário, 76% possuem algum tipo de equipamento (69
batedoras, 87 despolpadeiras, quatro máquinas seladoras de sacos, dois filtros, um
triturador de frutas, 29 freezers com capacidades que variam de 140 l a 500 l, duas câmaras
frigoríficas, uma geladeira e um trator). Alguns agentes declararam ter problemas com a
armazenagem e/ou transporte do produto.
39

        A mão de obra empregada é basicamente familiar, com média de cinco pessoas,
mas pode chegar até vinte empregados. Essa mão de obra é sazonal, aumentando durante a
safra. O pagamento desta mão de obra é muito variado, tanto em função da produção
quanto do período de trabalho, correspondendo a R$ 0,70 para cada quilo extraído, ou R$
15,00 a diária, ou R$ 40,00/semana, ou 1 salário mínimo mensal. Para melhorar a
capacidade de produção, dentre vários fatores foram colocados a questão da assistência
técnica para um melhor manejo da produção, financiamento para melhorar o espaço físico
dos armazéns e aquisição de maquinários.

        A seguir a descrição dos setores envolvidos na cadeia de comercialização do açaí:

        EXTRALOCAL (Municípios que não fazem parte da RI Guamá)

        Produção: Trata-se da produção primária de açaizais dos municípios de Igarapé
Miri (RI Tocantins) e Nova Timboteua (RI Rio Caeté);

        LOCAL (Municípios da RI Guamá)

        Produção: É a produção primária de açaizais manejados e extrativos identificados
em dezoito municípios da RI Guamá;

        Varejo rural: São atravessadores que se deslocam até as comunidades e compram
o açaí in natura diretamente do setor da produção;

        Indústria de beneficiamento: Setor responsável pelo processamento do açaí in
natura. Existem dois tipos de estrutura de empresa beneficiadora, a composta por pequenos
comerciantes que possuem máquinas despolpadeiras, chamadas de “batedores de açaí” no
qual vendem diretamente a polpa do açaí para os consumidores locais. A segunda categoria
composta por um número reduzido de agroindústrias que beneficia o açaí em polpa
pasteurizada e/ou congelada para atender o mercado nacional e/ou internacional;

        Varejo urbano: Trata-se de comerciantes (atravessadores que atuam nas cidades)
localizados na área urbana do município, que compram da produção local e de outros
atravessadores;

        ESTADUAL (Municípios paraenses que estão fora da RI Guamá)

        Indústria de beneficiamento: Incluem os “batedores de açaí”, encontrados fora da
região de integração, transformando o fruto em polpa pasteurizada e/ou congelada,
abastecendo o mercado consumidor estadual;
40

         Atacado: Trata-se de comerciantes que transacionam grandes quantidades de açaí
in natura, que compram da produção local e de outros atravessadores (varejo rural);

         NACIONAL (Fora do Estado do Pará)

         Varejo urbano: São compradores de polpa no âmbito nacional, que repassam para
o consumidor nacional.

         b) Estrutura da quantidade comercializada (%) do açaí.

         Na amostragem em campo o setor produtivo foi responsável por abastecer com
pouco mais de 7 mil toneladas de fruto in natura para o comércio. A Figura 4 permite
verificar a quantidade proporcional de açaí que circula entre os diferentes setores mercantis
identificados pela pesquisa.

         O principal nível de canal de comercialização do açaí (Figura 4) identificado com
as maiores quantidades é a compra do setor da indústria de beneficiamento (4.640
toneladas de fruto in natura), que compra 26,9% do setor da produção local, 15,7% do
setor da produção extralocal (provenientes dos municípios de Igarapé Miri - RI Tocantins)
e Nova Timboteua (RI Rio Caeté), 10,3% do varejo rural (atravessadores) e 10,1% do
varejo urbano local (atravessadores urbanos). Este setor da indústria de beneficiamento por
sua vez vende 42,8% para os consumidores locais e 20,2% para o mercado nacional na
forma de polpa congelada.

         O setor do varejo urbano local (atravessadores urbanos) comprou 14,2% do setor
da produção local e 1,4% do varejo rural e, vendeu para o setor da indústria de
beneficiamento local e estadual, 10,1% e 5,4% respectivamente.

         Outro setor que comercializa grande quantidade é o atacadista estadual com
aproximadamente 2.094 toneladas do fruto in natura, que adquire 27,3% da produção local
e apenas 1,1 % do varejo rural e, vende sua totalidade (28,4%) para o setor da indústria de
beneficiamento estadual onde estão inseridos os “batedores de açaí”.

         Destaca-se também a venda direta do produtor de açaí para o consumidor local
comercializando 1,1% da produção identificada, como também dos varejistas rurais
(atravessadores) com 1,4% da produção.
41

        FIGURA 4- Estrutura (%) da quantidade amostral do açaí comercializado na RI Guamá,
        estado do Pará, no período de 2008 a 2009.




        Fonte: Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, 2011.
        Elaboração: Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação.


        c) Preço médio praticado nas transações entre os setores da cadeia do açaí, no
           período de 2008 a 2009.
        A produção local vende conforme a oferta do fruto e a quantidade comercializada.
Sendo assim, vende a R$ 0,58/kg para o varejo rural, a R$ 0,92/kg para a indústria de
beneficiamento local (batedores de açaí), a R$ 0,60/kg para o varejo urbano
(atravessadores urbanos), a R$ 1,47/kg aos consumidores locais, R$ 0,90/kg para o setor da
indústria de beneficiamento estadual (batedores de açaí) e a R$ 0,68/kg para o atacadista
estadual (Figura 5). Enquanto que os preços de venda praticados pelos produtores extras
locais são estabelecidos conforme a oferta do fruto, destacando a venda direta para os
batedores de açaí local a R$ 0,55/kg. Neste caso, os batedores possuem transporte próprio
ou pagam o frete para buscar o fruto in natura nos municípios de Igarapé Miri (RI
Tocantins) e Nova Timboteua (RI Rio Caeté).

        O setor da indústria de beneficiamento local estabelece o seu preço de compra
conforme a quantidade transacionada e pela qualidade do produto. Com isso, compra da
produção extralocal a R$ 0,55/kg principalmente na entressafra do açaí na RI Guamá, da
produção local a R$ 0,92/kg, do varejo rural a R$ 1,15/kg e do varejo urbano a R$ 1,32/kg,
após fazer o beneficiamento em polpa pasteurizada, vende ao preço de R$ 2,76/kg para o
varejo urbano nacional e somente em forma de polpa a R$ 2,04/kg para o mercado local.
42

        FIGURA 5- Preço médio do açaí (R$/kg de fruto in natura) praticado nas transações entre
        os setores da cadeia de comercialização, no período de 2008 a 2009, da RI Guamá, estado
        do Pará.




        Fonte: Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, 2011.
        Elaboração: Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação.


        d) Valor Bruto da Produção, pela ótica da oferta, na comercialização do açaí.

        A soma dos valores recebidos por todos os agentes que realizaram a venda
(oferta) do açaí a partir da RI Guamá e, de outras regiões de integração, foi contabilizado
da ordem de R$ 88,1 milhões. Deste valor, o sistema local recebeu em torno de 58,3%, o
estadual recebeu aproximados 25,5% e o sistema nacional 16,2% (Gráfico 1).

        Do valor recebido pelos agentes mercantis que compõem os setores do mercado
local, os agroextrativistas agrupados no setor da produção (VBPα total) receberam mais de
R$ 14,5 milhões, aproximadamente 28% do VBP total recebido pelos setores que
ofertaram o produto a nível local (Gráfico 1). No entanto, que R$ 1,7 milhão foi
proveniente das vendas realizadas pelos agroextrativistas localizados em outras regiões de
integração, consubstanciado como agentes extralocais. Sendo que, 96% (dos R$ 1,7
milhão) foram pagos aos sediados no município de Nova Timboteua, pertencente a RI Rio
Caeté, que venderam este produto in natura (no período de entressafra) oriundo das ilhas,
para o setor de beneficiamento no município de Castanhal, pertencente a RI Guamá, mais
especificamente para uma agroindústria que fornece um produto beneficiado ao mercado
nacional, principalmente ao eixo Rio – São Paulo. O restante (4%) foi adquirido pelos
agroextrativistas do município de Igarapé Miri, da RI Tocantins, os quais venderam parte
da sua produção, no mercado municipal de Marapanim, da RI Guamá, diretamente aos
43

agentes mercantis do setor de beneficiamento, só que neste caso, trata-se dos tradicionais
“batedores” que beneficiaram o fruto (in natura) para vendê-lo aos consumidores finais do
próprio município de Marapanim.

        GRÁFICO 1- VBPα, em R$, pela ótica da oferta na comercialização do açaí da RI Guamá,
        estado do Pará, estimado para 2008.




        Fonte: Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, 2011.
        Elaboração: Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação.


        Na composição do VBPα total (local e extralocal), aproximadamente 71% foram
das vendas realizadas aos setores que compõem a demanda intermediária local, entre eles:
a indústria de beneficiamento, que pagou o equivalente a R$ 6,8 milhões; o setor de varejo
rural, responsável pela compra de R$ 1,6 milhão e, R$ 1,7 milhão foram oriundo da
compra realizada pelo setor de varejo urbano. O restante do VBPα total (27%) foi das
vendas do setor da produção aos setores da demanda intermediária estadual: em torno de
R$ 3,8 milhões ao atacado e R$ 150,6 mil ao setor de indústria de beneficiamento. Por fim
R$ 317,6 mil (2% do VBPα total) corresponderam ao valor recebido pelo setor da produção
pelas vendas efetivadas diretamente ao demandante final local, composto pelos consumos
das famílias. Porém, foram poucos os produtores com infraestrutura básica montada com
máquina de bater o açaí e o filtro de água, para iniciar o processo de beneficiamento deste
recurso, após sua coleta e, antes das vendas, o que provocaria um aumento significativo na
renda do produtor (Gráfico 1).

        Ainda no sistema local, o varejo rural recebeu pelas vendas do produto in natura
mais de R$ 3 milhões (5% do VBP local), do qual mais de 79% foi do fornecimento do
44

fruto in natura à indústria de beneficiamento local, dos quais 28% foram para agroindústria
de Castanhal. Assim como o setor de varejo urbano, constituído por grandes comerciantes,
recebeu R$ 4,6 milhões pelas vendas do fruto in natura ao setor de beneficiamento local
(59% do valor recebido pelo setor) e estadual (41% do valor recebido pelo setor), porém,
que este não realizou venda à agroindústria e sim somente para os batedores (Gráfico 1).
Por conseguinte, o setor de indústria de beneficiamento recebeu um montante no valor de
R$ 29,3 milhões (57% do VBP local), sendo que R$ 17,8 milhões corresponderam às
vendas aos demandantes finais locais realizados pelos inúmeros batedores deste fruto nos
18 municípios que compõem o mercado local, ou seja, RI Guamá e, R$ 11,4 milhões foram
do somatório das vendas realizadas pela agroindústria de Castanhal (RI Guamá) ao
mercado nacional, que representa dois agentes mercantis: as redes de supermercado (com
um representativo de 98% no valor recebido pelo setor) e consumidor final.

        As vendas dos setores que integram o sistema estadual, com VBP estimado em
mais de R$ 22,4 milhões, o setor atacadista (dos municípios de Belém e Tomé Açu)
vendeu o produto in natura para a indústria de beneficiamento estadual, composto em sua
essência por batedores de açaí, recebendo R$ 7,3 milhões. Esses batedores, por
conseguinte, venderam para os consumidores finais desses respectivos municípios citados,
recebendo R$ 15,1 milhões. O VBP constituído no mercado nacional estimado em R$ 14,3
milhões recebeu a exclusiva participação do setor de varejo urbano (setor que corresponde
às redes de supermercado localizadas fora do estado do Pará), o qual vende tudo que
adquiriu para os consumidores finais nacionais.

        Em resumo, no que se refere a atender a demanda final deste produto nos três
níveis de mercado, a comercialização deste produto, a partir da RI Guamá e, de outras
Regiões de Integração, teve no setor de indústria de beneficiamento o seu principal
aglutinador, diferenciando-se somente pelo papel que cada agente mercantil beneficiador
desenvolveu na cadeia. Enquanto os pequenos batedores forneceram o alimento para as
inúmeras famílias tanto da RI Guamá (mercado local), quanto para as do mercado estadual
(Belém, Marituba e Benevides da RI Metropolitana e Tomé Açu da RI Rio Capim). A
agroindústria, por sua vez, forneceu este produto beneficiado ao mercado nacional, tendo
como elo, antes do demandante final, as grandes redes de supermercado, que apresentam
uma demanda crescente pela polpa deste fruto, devido ao aumento do consumo, em
especial, nas academias e lanchonetes.
45

        Na RI Guamá, mais especificamente no município de Castanhal, há uma
concentração de agroindústrias (indústrias de beneficiamento de frutas), devido
principalmente ao preço praticado de comercialização do açaí junto a produtores,
atravessadores e grandes comerciantes, ser relativamente menor quando comparados com
preços praticados na RI Metropolitana, de modo especial a capital paraense, Belém, onde o
mercado consumidor é largamente maior e, sendo assim, teriam que concorrer com os
inúmeros batedores deste fruto na compra da matéria prima. Soma-se a este fato a questões
de infraestrutura de comercialização, isto é, logística, pois este município se localiza às
margens da Belém – Brasília (BR -010), o que facilita a via de acesso ao seu grande
mercado consumidor, além disso, também está mais próximo dos grandes centros
(municípios) fornecedores do fruto in natura, tal como aconteceu com o fornecimento da
RI Rio Caeté e Tocantina, na respectiva cadeia, no período de entressafra. No entanto,
apesar da competitividade dessas indústrias, os atravessadores continuam transacionando
parte da produção.

        e) VAB - gerado na comercialização do açaí e a margem de comercialização de
           cada setor (%).
        O VAB, equivalente ao Valor Transacionado Efetivo (VTE), ao longo da cadeia
de comercialização do açaí, desde o setor alfa (produção local e extralocal) da RI Guamá
até os consumidores finais, contabilizou um valor superior a R$ 47,5 milhões, que
constituiu uma margem bruta, ou mark-up total, na comercialização na ordem de 228%
(Gráfico 2). Do VAB total, 75% foram constituídos no âmbito local, 19% no âmbito
estadual e 6% no mercado nacional.

        O cálculo do VAB é necessário porque identifica onde a economia está em
processo de crescimento, uma vez que expõem as ações de beneficiamento, transformação
e/ou majoração de preço que este produto adquiriu nos setores, ao longo da cadeia de
comercialização, antes do demandante final. Este valor expõe também, a forma como essa
riqueza foi distribuída entre os diversos setores que contribuíram, direta ou indiretamente,
para a sua geração. A margem, calculada a partir da relação entre a diferença do VAB (R$
47,5 milhões) com o VBPα total (R$ 14,5 milhões), pelo valor do VBPα total (R$ 14,5
milhões, expõe em termos percentuais, o quanto foi adicionado ao produto, a partir do
setor alfa (α), até o consumidor final, incluindo todos os custos de produção e
comercialização do produto analisado, que não foram captados pela pesquisa.
46

        GRÁFICO 2- VAB (R$) e o mark-up (%), na comercialização do açaí da RI Guamá, estado
        do Pará, estimado para 2008.




        Fonte: Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, 2011.
        Elaboração: Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação.


         Do VAB constituído nos dezoito municípios da RI Guamá, estimado em R$ 35,8
milhões, o setor que mais agregou e, deste modo, com maior participação na formação
deste valor foi a indústria de beneficiamento local com R$ 17,3 milhões, com os inúmeros
batedores e uma agroindústria, em função do poder de negociação e compra que mantém
com os outros agentes locais, o qual adquiriu um produto in natura a preços bem mais
atrativos em relação ao mercado estadual e, o vendeu tanto para o consumidor final local
quanto para o mercado nacional, um produto beneficiado (pasteurizado e congelado
quando enviado para o nacional). Este setor obteve uma margem de comercialização
(mark-up do setor) de 144%, calculado pela diferença do valor estimado para o VTE, que
corresponde ao VAB do setor (R$ 17,3 milhões), dividido pelo VBP pela ótica da demanda
(R$ 11,9 milhões), ou seja, compra de insumos realizada pelo setor. Ainda no sistema
local, tanto o varejo urbano (grandes compradores nos centros urbanos dos municípios)
quanto o varejo rural (os atravessadores) que adicionaram, respectivamente, R$ 2,6
milhões (com mark-up de 132%) e R$ 1,4 milhão (mark-up 83%), através do processo de
majoração de preço, antes das venda ao setor de beneficiamento. O setor da produção
agregou aproximadamente R$ 14,5 milhões (Gráfico 2), equivalente a 32% do VAB local,
pois foi quem realizou o beneficiamento primário do produto, que a grosso modo
significou os processos de extração/colheita, debulha e preenchimento das rasas com o
fruto in natura. Convém ressaltar, que o setor da produção transacionou o valor efetivo
somente no que se referiu às vendas do produto e, por isso, não foi estimado o seu valor de
mark-up.
47

        O sistema estadual, cuja agregação de valor foi em torno de R$ 8,9 milhões, a
indústria de beneficiamento, setor composto somente por batedores, foi que mais
adicionou, R$ 5,5 milhões (com mark-up de 58%), seguido pelo atacado com valor
adicionado de R$ 3,4 milhões (e mark-up de 86%). No entanto, enquanto a indústria
adicionou pela ação de beneficiamento do fruto em polpa, os setores do varejo adicionaram
pela majoração de preço. Na esfera nacional só quem adicionou valor foi o setor de varejo
urbano com R$ 2,8 milhões, com um mark-up de 25%, pelo processo de majoração de
preço (Gráfico 2), mostrando que o fruto já ganhou importância nesse mercado.

        De modo geral, ao longo da cadeia de comercialização deste fruto, as indústrias de
beneficiamento (local e estadual) foram responsáveis por aproximadamente 48% do VAB
total, estimado em R$ 47,5 milhões. O setor alfa deste modelo, ou seja, os agroextrativistas
foram responsáveis pela agregação de 30% e o comércio (onde atuam os varejistas rurais e
urbanos e os atacadistas, ou seja, todos os atravessadores) contribuiu com
aproximadamente 22%, demonstrando o quanto este produto é importante para a geração
de emprego e renda na economia desta região, mais precisamente no setor de produção,
beneficiamento e comércio.

        f) Renda Bruta Total (RBT), gerada pela ótica da demanda, na comercialização do
           açaí.
        A Renda Bruta Total (RBT) gerada e circulada na comercialização deste produto e
estimada em R$ 88,1 milhões formou-se a partir da soma de compra de insumo (VBP pela
ótica da demanda) no valor de R$ 40,6 milhões, realizado pelos setores da demanda
intermediária, com Valor Transacionado Efetivo (VTE), que corresponde ao VAB
constituído ao longo da cadeia em R$ 47,5 milhões, tanto pelos setores da demanda
intermediária quanto o setor da produção. O sistema local foi responsável por mais de
58,3% desta renda, o estadual 25,5% e o nacional 16,2%, conforme o Gráfico 3.

        Na RI Guamá, identificado como mercado local, o setor de indústria de
beneficiamento (batedores e agroindústria) foi quem gerou a maior renda bruta no valor de
R$ 29,2 milhões, pois comprou o açaí na sua forma in natura no valor de R$ 11,9 milhões
junto aos setores intermediários (varejo rural e urbano) e da produção (local e no período
de entressafra da produção extralocal) e, adicionou um montante de R$ 17,3 milhões com o
seu beneficiamento (Gráfico 3). O varejo rural gerou uma renda bruta no valor de R$ 3
milhões, resultante da soma da compra de insumo no valor em torno de R$ 1,6 milhão
junto ao setor da produção e, na maioria das vezes, in loco, e agregação de R$ 1,4 milhão.
48

O varejo urbano, por sua vez, comprou insumos no valor de R$ 2 milhões junto ao varejo
rural e setor da produção nos pontos de comercialização nos centros urbanos e, adicionou
R$ 2,6 milhões, gerando uma renda bruta no valor de R$ 4,6 milhões.

        GRÁFICO 3– Valor da RBT, em R$, gerada e circulada na comercialização do açaí,
        considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), a partir da RI Guamá,
        estado do Pará, estimado para 2008.




        Fonte: Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, 2011.
        Elaboração: Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação.


        Na esfera estadual, com renda bruta contabilizado em R$ 22,4 milhões, quem
mais atuou para a formação deste montante foram os batedores (indústria de
beneficiamento), com mais de R$ 15,1 milhões, obtidos com a soma do valor agregado de
R$ 5,5 milhões e do valor do insumo (açaí in natura) comprado no valor de R$ 9,6
milhões, sendo R$ 2,3 milhões junto aos setores ofertantes advindos da região (produção,
varejo rural e varejo urbano) e R$ 7,3 milhões do atacadista estadual. E, o atacado que
gerou uma renda no valor de aproximadamente R$ 7,3 milhões, gerados pela compra do
açaí in natura o valor de R$ 3,9 milhões junto ao setor de produção e varejo rural e,
agregação de valor em torno de R$ 3,4 milhões (Gráfico 3). Na esfera nacional, o varejo
urbano comprou o açaí beneficiado (polpa pasteurizado e congelado) pelo setor de
indústria de beneficiamento local, mais especificamente da agroindústria do município de
Castanhal (RI Guamá), o valor de R$ 11,4 milhões, e adicionou o equivalente a R$ 2,9
milhões, gerando uma renda bruta o valor de R$ 14,3 milhões. Estes valores, gerados no
49

âmbito estadual e nacional, demonstram a importância que o açaí teve para a economia da
região, no que tange a geração de renda e emprego.

        Entretanto, dos R$ 88,1 milhões gerados e circulados na cadeia de
comercialização deste produto, apenas 13% deste montante (R$ 14,5 milhões)
correspondeu ao valor retido pelo setor que dá origem a toda a cadeia, ou seja, os
agroextrativistas. Pois, muitos foram os motivos que, agindo concomitantemente,
contribuíram para tal problemática: as vendas do produto foram parcialmente maiores, na
sua forma in natura, para os atravessadores; a falta de uma melhor organização social (seja
em forma de sindicato ou via cooperativa) fez com que as suas vendas tenham sido
dispersas e vendidas em maior quantidade para os setores que não estão ligados ao
beneficiamento; o local de produção/extração do produto se encontra distante dos centros
consumidores, o que por sua vez, pelo alto custo do transporte, acaba lhe impondo
dependências em relação à comercialização, ou seja, o escoamento de parte da produção
foi realizado por intermédio de terceiros (atravessadores). Esses entraves, mas não os
únicos, contribuíram para que preços médios praticados ficassem muito aquém do que na
verdade poderiam ter sido. Fato que se comprova quando se compara o preço pago aos
agroextrativistas pelo setor de beneficiamento com o preço pago pelos atravessadores,
conforme item (c) da cadeia 4.2.1 do açaí.

4.2.2 Mel

        a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização
           do mel.
        Foram identificados trinta e quatro agentes mercantis, dentre estes 78% são
produtores/apicultores, 17% atravessadores e 5% comerciantes. Dentre os entrevistados
foram identificados 59% que trabalham somente com o mel e 38% com outros produtos
(cupuaçu, muruci, taperebá, carvão, pupunha, biribá, uxi, castanha-do-brasil, cajarana,
muruci e açaí). O tempo que atuam com o produto mel varia de 10 a 20 anos. Foi
identificada a grande presença da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB)
fomentando a intermediação entre as prefeituras e os produtores, geralmente na forma de
associações e cooperativas, dentro do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

        Cerca de 30% dos agentes possuem propriedade rural com áreas que variam de 5 a
157 ha, alguns produtores se utilizam das áreas de vizinhos para deixar suas caixas de
abelha. No que se refere ao armazenamento (espaço físico), 26% dos agentes possuem tais
espaços com dimensões que variam de 2 a 48 m². Com relação ao transporte próprio, 44%
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  • 1.
  • 2.
  • 3. Cadeias de Comercialização de Produtos Florestais Não Madeireiros na Região de Integração Guamá, Estado do Pará RELATÓRIO TÉCNICO 2011 BELÉM – PARÁ 2011
  • 4. Governo do Estado do Pará Simão Robison Oliveira Jatene Governador Helenilson Cunha Pontes Vice-Governador / Secretário Especial de Estado de Gestão - Seges Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará Maria Adelina Guglioti Braglia Presidente Diretoria de Pesquisa e Estudos Ambientais Jonas Bastos da Veiga Diretor Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural Cassiano Figueiredo Ribeiro Diretor Diretoria de Estatística, Tecnologia e Gestão da Informação Sérgio Castro Gomes Diretor Diretoria de Administração, Planejamento e Finanças Helaine Cordeiro Félix Diretora
  • 5. Cadeias de Comercialização de Produtos Florestais Não Madeireiros na Região de Integração Guamá, Estado do Pará RELATÓRIO TÉCNICO 2011 BELÉM – PARÁ 2011
  • 6. Expediente Diretor de Pesquisa e Estudos Ambientais Jonas Bastos da Veiga Coordenadora do Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação Marli Maria de Mattos Elaboração Técnica: Marli Maria de Mattos– Coordenadora Ellen Claudine Cardoso Castro Divino Hercules Peres da Silva Lima José de Alencar Costa Ana Cristina Parente Brito Isaac Luiz Magalhães Lopes Rodrigo dos Santos Lima Gilzibene Marques da Silva Raquel Lopes de Araújo Joyse Tatiane Souza dos Santos Adriana Pinheiro dos Santos Coleta de dados: Ellen Claudine Cardoso Castro Maricélia Gonçalves Barbosa Daniela Monteiro da Cruz Nelma Santos Amorim dos Santos Tânia de Sousa Leite Antônio Marcos Silva Pereira Rafael da Silva Moraes Apoio Técnico: Francisco Assis Costa, UFPA/NAEA Parceria Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará José Alberto da Silva Colares, Diretor Geral Revisão: Jonas Bastos da Veiga, Gustavo Silva, Marcílio Chiacchio, Edson da Silva e Silva Normalização: Adriana Taís G. dos Santos e Anna Márcia Malcher Muniz ____________________________________________________________ INSTITUTO DE DESENVOLVIEMNTO ECONÔMICO, SOCIAL E AMBIENTAL DO PARÁ Cadeias de comercialização de produtos florestais não madeireiros na Região de Integração Guamá, Estado do Pará: relatório técnico 2011./Belém: IDESP, 2011. 171p. 1.Cadeias de comercialização.2.Produtos florestais não madeireiros.3.Contas sociais alfa.4.Economia regional.I.Região de Integração.II.Pará (Estado).III.Titulo. CDD: 381.098115
  • 7. APRESENTAÇÃO A extração dos produtos florestais não madeireiros (PFNM) no Brasil é de grande importância social, econômica e ambiental. Apresenta-se como uma forma de exploração sustentável, pois na maioria das vezes, não implica na remoção dos indivíduos das espécies. Há tempos, populações tradicionais, extrativistas, ribeirinhas e agricultores familiares utilizam produtos não madeireiros (frutos, fibras, resinas, plantas medicinais, utensílios entre outros) para subsistência e renda. Apesar da relevância do tema, há poucas informações sobre o mercado das espécies florestais não madeireiras, constituindo dessa forma um fator crítico para a gestão das florestas. O mercado internacional desses produtos é relativamente conhecido, todavia, o mesmo não ocorre sobre a cadeia de produção e comercialização no mercado doméstico. Não há, nos sistemas de dados oficiais, uma lista completa de produtos florestais que são comercializados, principalmente no que diz respeito às espécies locais e regionais, como várias espécies medicinais e frutíferas. No estado do Pará, bem como em todos os estados da Amazônia Legal, há uma carência de dados sobre o mercado de muitos produtos não madeireiros de valor local ou regional e sua relevância para as populações rurais e urbanas envolvidas nas cadeias de produção. As estatísticas oficiais não detectam as espécies extrativistas que possuem mercado local, bem como as recentes demandas por produtos para atender as indústrias cosméticas no mercado nacional e internacional. Em razão da relevância do tema exposto, o Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp), em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (Ideflor), desenvolveu o estudo sobre as cadeias de comercialização dos PFNM do Estado do Pará, como forma de contribuir com informações para a formulação de políticas públicas. Assim foi firmado o Termo de Cooperação Técnica e Financeira TCTF No. 02/2010, tendo sua vigência iniciada em março de 2010, e tem como objetivo identificar e analisar as cadeias de comercialização dos PFNM em cinco Regiões de Integração (RI) do estado do Pará (Rio Caeté, Baixo Amazonas, Guamá, Xingu e Marajó). Os resultados destas pesquisas podem contribuir para o entendimento da economia dos PFNM no Estado do Pará, destacando as potencialidades econômicas e identificando entraves (produção e comercialização) desses diversos produtos, evidenciando os não detectados nas estatísticas oficiais, contribuindo com a conservação e gestão florestal. O presente relatório contempla os resultados das análises das cadeias de comercialização dos PFNM da Região de Integração (RI) Guamá.
  • 8.
  • 9. RESUMO Na busca do desenvolvimento sustentável, o estado do Pará necessita de atividades econômicas produtivas que dinamizem e gerem renda às populações locais, que evitem o desmatamento, que agreguem valor aos produtos e que reduzam as desigualdades entre regiões. O método das Contas Sociais Ascendentes Alfa (CSα) aplicado neste estudo, utilizando o modelo Matriz Insumo-Produto, permitiu identificar o valor da produção de Base Agroextrativista, de 31 produtos identificados, em 18 municípios da Região de Integração do Guamá e, acompanhar os fluxos ao longo das cadeias estudadas, passando pelos setores de beneficiamento, transformação, comércio e serviços até seu destino final. Constatou-se que os produtos estudados (17 alimentícios, 9 fármacos e cosméticos, 2 utensílios, 2 derivados da madeira e 1 derivado animal) têm significativa importância na dinâmica da economia local, assim como para outras regiões do Pará, além dos mercados nacionais e internacionais. O principal produto de destaque na RI foi o açaí (R$ 88 milhões), porém com 85% da renda gerada e circulada no Pará, diferente do cacau amêndoa que teve R$ 2,0 milhões e 64% da renda gerada e circulada fora do Pará. Outros produtos de destaque foram o muruci, o urucum, o mel, a malva, o taperebá, o carvão e a pupunha. A contabilidade social ascendente na região tem origem em milhares de famílias envolvidas no setor da produção extrativa local (e extralocal), que receberam pela venda de todos os produtos o montante de R$ 17,4 milhões (VBPα), que gerou R$ 46,2 milhões (VBP) na compra destes produtos (predomínio in natura) e com a agregação de valor de mais de R$ 53,3 milhões (VAB), chegando a uma renda bruta total (RBT) gerada e circulada em R$ 99,5 milhões, com seus efeitos para frente e para trás nas cadeias de comercialização. O estudo também demonstrou as fragilidades e potencialidades identificadas nas cadeias, envolvendo a iniciativa privada, os órgãos governamentais e a sociedade direta e indiretamente relacionada às cadeias dos produtos do agroextrativismo. Palavras-chave: 1.Cadeias de comercialização, 2.Produtos florestais não madeireiros, 3.Contas sociais alfa, 4.Economia regional.
  • 10.
  • 11. LISTA DE SIGLAS CEASA Central de Abastecimento do Pará CONAB Companhia Nacional de Abastecimento DAP Diâmetro à Altura do Peito EMATER Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural Embrapa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária GPS Sistema de Posicionamento Global IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDEFLOR Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará IDESP Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará IDH Índice de Desenvolvimento Humano IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada LSPA Levantamento Sistemático da Produção Agrícola MDA Ministério do Desenvolvimento Agrário MDS Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome MIP Matriz Insumo Produto NAEA / UFPA Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará NPCTI Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação do IDESP PAA Programa de Aquisição de Alimentos PAM Pesquisa Agrícola Municipal PEVS Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura PFNM Produtos Florestais Não Madeireiros PIB Produto Interno Bruto PNPPS Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade PPM Produção da Pecuária Municipal PRB Produto Regional Bruto PRBα Produto Regional Bruto de Base Agroextrativista RBT Renda Bruta Total RBTα Renda Bruta Total de Base Agroextrativista RI Região de Integração SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SEIR Secretaria de Estado de Integração Regional SENAR Serviço Nacional de Aprendizagem Rural STR Sindicato dos Trabalhadores Rurais UFPA Universidade Federal do Pará VAB Valor Agregado Bruto ou Valor Adicionado Bruto VABα Valor Agregado Bruto de Base Agroextrativista VBP Valor Bruto da Produção VBPα Valor Bruto da Produção de Base Agroextrativista VTE Valor Transacionado Efetivo
  • 12.
  • 13. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1- MUNICÍPIOS PERTENCENTES À REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ................................................................................................................... 35 FIGURA 2- LOCALIZAÇÃO DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ......... 37 FIGURA 3- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO AÇAÍ NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................... 38 FIGURA 4- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO AÇAÍ COMERCIALIZADO NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ................................... 41 FIGURA 5- PREÇO MÉDIO DO AÇAÍ (R$/KG DE FRUTO IN NATURA) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ............................................. 42 FIGURA 6- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO MEL NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................... 50 FIGURA 7- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO MEL COMERCIALIZADO NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ................................... 52 FIGURA 8- PREÇO MÉDIO DO MEL (R$/L) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ................................................................................................ 53 FIGURA 9- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO CUPUAÇU NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................................................... 60 FIGURA 10- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO CUPUAÇU COMERCIALIZADO NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ......................... 62 FIGURA 11- PREÇO MÉDIO DO CUPUAÇU (R$/UNIDADE DO FRUTO) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ............................................. 63 FIGURA 12- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO MURUCI NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................................................... 64 FIGURA 13- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO MURUCI COMERCIALIZADO NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ......................... 66 FIGURA 14- PREÇO MÉDIO DO MURUCI (R$/L DO FRUTO IN NATURA) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A 2009, DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. .......... 67 FIGURA 15- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO TAPEREBÁ NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ................................................. 68 FIGURA 16- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO TAPEREBÁ COMERCIALIZADO NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ......................... 69 FIGURA 17- PREÇO MÉDIO DO TAPEREBÁ (R$/KG DO FRUTO) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. .............................................................. 70 FIGURA 18- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO MÉDIO PRATICADO (R$/KG DA RAIZ) DA PRIPRIOCA NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................... 80
  • 14. FIGURA 19- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO MURUMURU NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ................................................. 81 FIGURA 20- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO MURUMURU COMERCIALIZADO NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................................................................................................................. 82 FIGURA 21- PREÇO MÉDIO DO MURUMURU (R$/KG DA SEMENTE) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ............................................. 83 FIGURA 22- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO MÉDIO PRATICADO (R$/KG DA RAIZ) DO ESTORAQUE NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................... 84 FIGURA 23- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO MÉDIO PRATICADO (R$/UNIDADE) DO TUCUMÃ NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................................................................... 85 FIGURA 24- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO MÉDIO PRATICADO (R$/KG DA RAIZ) DO CAPITIÚ NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................................................................... 87 FIGURA 25- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO MÉDIO PRATICADO (R$/UNIDADE DO FRUTO) DO INAJÁ NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................... 88 FIGURA 26- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO MÉDIO PRATICADO (R$/KG DO FRUTO) DO MUCAJÁ NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................... 89 FIGURA 27- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DA BORRACHA NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ................................................. 97 FIGURA 28- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DA BORRACHA COMERCIALIZADA NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ......................... 98 FIGURA 29- PREÇO MÉDIO DA BORRACHA (R$/KG DA BORRACHA) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ............................................. 99 FIGURA 30- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO CARVÃO NA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ........... 100 FIGURA 31- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO CARVÃO COMERCIALIZADO NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ....................... 101 FIGURA 32- PREÇO MÉDIO DO CARVÃO (R$/SACA DE 15 KG) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ............................................................ 102 FIGURA 33- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DA PUPUNHA NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................................................. 103 FIGURA 34- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DA PUPUNHA COMERCIALIZADA NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ....................... 105 FIGURA 35- PREÇO MÉDIO DA PUPUNHA (R$/CACHO) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A 2009, DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ........................................ 106
  • 15. FIGURA 36- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO URUCUM NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................................................. 107 FIGURA 37- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO URUCUM COMERCIALIZADO NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ....................... 108 FIGURA 38- PREÇO MÉDIO DO URUCUM (R$/KG SEMENTE) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A 2009, DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ.......................... 109 FIGURA 39- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO BACURI NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................................................. 110 FIGURA 40- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO BACURI COMERCIALIZADO NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................ 112 FIGURA 41- PREÇO MÉDIO DO BACURI (R$/UNIDADE DO FRUTO IN NATURA) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ........................................... 113 FIGURA 42- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DA CASTANHA-DO-BRASIL NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ................................. 114 FIGURA 43- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DA CASTANHA-DO-BRASIL COMERCIALIZADA NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ........................................................................................................................... 116 FIGURA 44- PREÇO MÉDIO DA CASTANHA-DO-BRASIL (R$/KG DA SEMENTE) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ........................................... 117 FIGURA 45- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO CACAU AMÊNDOA NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................................... 118 FIGURA 46- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO CACAU AMÊNDOA COMERCIALIZADO NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ........................................................................................................................... 119 FIGURA 47- PREÇO MÉDIO DO CACAU EM AMÊNDOA (R$/KG AMÊNDOA SECA) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ............................ 120 FIGURA 48- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO CACAU FRUTO COMERCIALIZADO NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ........................................................................................................................... 122 FIGURA 49- PREÇO MÉDIO DO CACAU FRUTO (R$/UNIDADE DO FRUTO) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ........................................... 123 FIGURA 50- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO PALMITO NA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ........... 124 FIGURA 51- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO PALMITO COMERCIALIZADO NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ....................... 125 FIGURA 52- PREÇO MÉDIO DO PALMITO (R$/KG) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ................................................................................ 126
  • 16. FIGURA 53- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO UXI NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................. 127 FIGURA 54- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO UXI COMERCIALIZADO NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ................................. 128 FIGURA 55- PREÇO MÉDIO DO UXI (R$/UNIDADE DO FRUTO) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ............................................................ 129 FIGURA 56- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DA ANDIROBA NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................................... 130 FIGURA 57- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DA ANDIROBA COMERCIALIZADA NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ....................... 132 FIGURA 58- PREÇO MÉDIO DA ANDIROBA (R$/KG DE FRUTO) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ............................................................ 133 FIGURA 59- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO MÉDIO PRATICADO (R$/UNIDADE) DO PANEIRO NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................................................................. 134 FIGURA 60- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO MÉDIO PRATICADO (R$/KG DO FRUTO) DA BACABA NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................. 136 FIGURA 61- LOCALIZAÇÃO DOS AGENTES MERCANTIS DO PIQUIÁ NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................. 137 FIGURA 62- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL DO PIQUIÁ COMERCIALIZADO NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................ 138 FIGURA 63- PREÇO MÉDIO DO PIQUIÁ (R$/UNIDADE DO FRUTO) PRATICADO NAS TRANSAÇÕES ENTRE OS SETORES DA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO, NO PERÍODO DE 2008 A 2009, DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ. ........................................... 139 FIGURA 64- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO MÉDIO PRATICADO (R$/KG DO FRUTO) DO BIRIBÁ NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................. 140 FIGURA 65- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO MÉDIO PRATICADO (R$/L) DA COPAÍBA NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................................. 142 FIGURA 66- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO MÉDIO PRATICADO (R$/UNIDADE DO FRUTO) DA CAJARANA NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. ............................................... 143 FIGURA 67- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO MÉDIO PRATICADO (R$/UNIDADE) DO TIPITI NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................................. 144 FIGURA 68- ESTRUTURA (%) DA QUANTIDADE AMOSTRAL COMERCIALIZADA E PREÇO MÉDIO PRATICADO (R$/UNIDADE DO FRUTO) DO MARI NA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................. 145
  • 17. LISTA DE TABELAS TABELA 1- PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS IDENTIFICADOS NA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ, COM QUANTIDADE E VALOR PAGO À PRODUÇÃO LOCAL, DE ACORDO COM A AMOSTRAGEM REALIZADA EM CAMPO, NO PERÍODO DE 2008 A 2009. .................................................................. 36 TABELA 2- DEMANDA FINAL (LOCAL, ESTADUAL E NACIONAL), EM R$ E %, DOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS IDENTIFICADOS DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO PARA 2008 (IDESP). .................................................................................................................... 147 TABELA 3- VAB (LOCAL, ESTADUAL E NACIONAL), EM R$ E % DOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS IDENTIFICADOS DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO PARA 2008 (IDESP). .................................................................................................................... 148 TABELA 4- VAB (LOCAL, ESTADUAL E NACIONAL), EM R$ E % DOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS IDENTIFICADOS DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO PARA 2008, ORGANIZADOS POR 5 CATEGORIAS (ALIMENTÍCIOS, ARTESANATOS E UTENSÍLIOS, DERIVADO ANIMAL, DERIVADO DA MADEIRA E FÁRMACOS E COSMÉTICOS), (IDESP). .............. 150 TABELA 5- RENDA BRUTA TOTAL (R$) NA ESFERA LOCAL, ESTADUAL E NACIONAL DOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS IDENTIFICADOS NA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTIMADOS PARA 2008, ORGANIZADOS EM TRÊS CATEGORIAS RELATIVAS COM ESCALAS DE VALOR DO RBT (ACIMA DE R$ 600MIL, DE R$ 100MIL A R$ 600MIL E ABAIXO DE R$ 100MIL). ......................... 152 TABELA 6- INDICADORES ECONÔMICOS DOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS IDENTIFICADOS NA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, COMPOSTOS PELO VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO ALFA LOCAL (VBPΑ), O VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO ALFA EXTRALOCAL, A MARGEM DE LUCRO (MARK-UP), O VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO (VBP), O VALOR AGREGADO BRUTO (VAB) E A RENDA BRUTA TOTAL (RBT), EM R$, NAS ESFERAS LOCAL, ESTADUAL E NACIONAL, ESTIMADO PARA 2008 (IDESP). ................................................................................. 156
  • 18.
  • 19. LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1- VBPΑ, EM R$, PELA ÓTICA DA OFERTA NA COMERCIALIZAÇÃO DO AÇAÍ DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO PARA 2008. ......................................... 43 GRÁFICO 2- VAB (R$) E O MARK-UP (%), NA COMERCIALIZAÇÃO DO AÇAÍ DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO PARA 2008. ....................................................... 46 GRÁFICO 3- VALOR DA RBT, EM R$, GERADA E CIRCULADA NA COMERCIALIZAÇÃO DO AÇAÍ, CONSIDERANDO SUA COMPOSIÇÃO PELA ÓTICA DA DEMANDA (VBP + VAB), A PARTIR DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO PARA 2008. .... 48 GRÁFICO 4- VBPΑ, EM R$, PELA ÓTICA DA OFERTA NA COMERCIALIZAÇÃO DO MEL DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO PARA 2008. ......................................... 54 GRÁFICO 5- VAB (R$) E O MARK-UP (%), NA COMERCIALIZAÇÃO DO MEL DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO PARA 2008. ....................................................... 56 GRÁFICO 6- VALOR DA RBT, EM R$, GERADA E CIRCULADA NA COMERCIALIZAÇÃO DO MEL, CONSIDERANDO SUA COMPOSIÇÃO PELA ÓTICA DA DEMANDA (VBP + VAB), A PARTIR DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO PARA 2008. .... 58 GRÁFICO 7- VBPΑ, EM R$, PELA ÓTICA DA OFERTA NA COMERCIALIZAÇÃO DAS FRUTAS (CUPUAÇU, MURUCI E TAPEREBÁ) DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO PARA 2008. ...................................................................................................... 73 GRÁFICO 8- VAB (EM R$) E O MARK-UP (%), NA COMERCIALIZAÇÃO DAS FRUTAS (CUPUAÇU, MURUCI E TAPEREBÁ) DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO PARA 2008. ...................................................................................................... 75 GRÁFICO 9- VALOR DA RBT, EM R$, GERADA E CIRCULADA NA COMERCIALIZAÇÃO DAS FRUTAS (CUPUAÇU, MURUCI E TAPEREBÁ), CONSIDERANDO SUA COMPOSIÇÃO PELA ÓTICA DA DEMANDA (VBP + VAB), A PARTIR DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO PARA 2008. .......................................................................... 77 GRÁFICO 10- VBPΑ, EM R$, PELA ÓTICA DA OFERTA NA COMERCIALIZAÇÃO DOS FÁRMACOS E COSMÉTICOS DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO PARA 2008. ............................................................................................................... 91 GRÁFICO 11- VAB (R$) E O MARK-UP (%), NA COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS PERFUMARIA E COSMÉTICOS DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO PARA 2008. ............................................................................................................... 93 GRÁFICO 12- VALOR DA RBT, EM R$, GERADA E CIRCULADA NA COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS DE PERFUMARIA E COSMÉTICOS, CONSIDERANDO SUA COMPOSIÇÃO PELA ÓTICA DA DEMANDA (VBP + VAB), A PARTIR DA RI GUAMÁ, ESTADO DO PARÁ, ESTIMADO PARA 2008. .......................................................................... 95
  • 20.
  • 21. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 23 2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 24 2.1 GERAL ......................................................................................................................... 24 2.2 ESPECÍFICOS ............................................................................................................. 24 3 METODOLOGIA........................................................................................................... 25 4 RESULTADOS ............................................................................................................... 34 4.1. REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ ...................................................................... 34 4.1.1. CARACTERIZAÇÃO ...................................................................................................... 34 4.2. ANÁLISE DAS CADEIAS DE COMERCIALIZAÇÃO ............................................. 36 4.2.1 AÇAÍ ............................................................................................................................ 37 4.2.2 MEL ............................................................................................................................. 49 4.2.3 CUPUAÇU ..................................................................................................................... 59 4.2.4 MURUCI ....................................................................................................................... 63 4.2.5 TAPEREBÁ ................................................................................................................... 67 4.2.6 FRUTAS (MURUCI, CUPUAÇU E TAPEREBÁ) ................................................................... 71 4.2.7 PRIPRIOCA ................................................................................................................... 79 4.2.8 MURUMURU ................................................................................................................. 80 4.2.9 ESTORAQUE ................................................................................................................. 83 4.2.10 TUCUMÃ .................................................................................................................... 84 4.2.11 CAPITIÚ ..................................................................................................................... 85 4.2.12 INAJÁ ......................................................................................................................... 87 4.2.13 MUCAJÁ..................................................................................................................... 88 4.2.14 PERFUMARIA E COSMÉTICOS (PRIPRIOCA, MURUMURU, ESTORAQUE, TUCUMÃ, CAPITIÚ, INAJÁ E MUCAJÁ) .................................................................................................. 89 4.2.15 BORRACHA ................................................................................................................ 96 4.2.16 CARVÃO .................................................................................................................... 99 4.2.17 PUPUNHA ................................................................................................................. 102 4.2.18 URUCUM .................................................................................................................. 106 4.2.19 BACURI .................................................................................................................... 109 4.2.20 CASTANHA-DO-BRASIL ............................................................................................ 113
  • 22. 4.2.21 CACAU ..................................................................................................................... 117 4.2.22 PALMITO .................................................................................................................. 123 4.2.23 UXI .......................................................................................................................... 126 4.2.24 ANDIROBA ............................................................................................................... 129 4.2.25 PANEIRO .................................................................................................................. 133 4.2.26 BACABA ................................................................................................................... 134 4.2.27 PIQUIÁ ..................................................................................................................... 136 4.2.28 BIRIBÁ ..................................................................................................................... 139 4.2.29 COPAÍBA .................................................................................................................. 140 4.2.30 CAJARANA ............................................................................................................... 142 4.2.31 TIPITI ....................................................................................................................... 143 4.2.32 MARI ....................................................................................................................... 144 4.3 ANÁLISES AGRUPADAS ......................................................................................... 146 5 CONCLUSÕES............................................................................................................. 157 6 RECOMENDAÇÕES................................................................................................... 160 7 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 165 APÊNDICES .................................................................................................................... 168
  • 23. 23 1 INTRODUÇÃO Segundo o Ministério da Agricultura de Moçambique (2008), os Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNM) são aqueles derivados da floresta, exceto a madeira, cuja definição engloba fibras, frutos, raízes, cascas, folhas, taninos, cogumelos, exudados, mel, plantas medicinais, lenha e carvão, entre outros. Silva et al. (2010) ressaltam que, em tese, estes produtos também podem ser obtidos de plantas semidomesticadas em plantios ou sistemas agroflorestais. Nas últimas décadas, assiste-se em todo o mundo, o crescimento da preocupação relacionada a fatores como aquecimento global e o desmatamento das florestas tropicais, que atraem o interesse de diversos atores sociais, que anseiam em equacionar tais impactos. Dentro deste contexto, a extração e comercialização dos PFNM no Brasil têm apresentado grande importância social, econômica e ambiental, em virtude de ocorrer prioritariamente em pequenas propriedades, preservar parte importante da biodiversidade das florestas nativas (FIEDLER et al., 2008) e gerar renda. Em relação ao comércio dos PFNM, nota-se que o mercado internacional desses produtos é relativamente conhecido, diferente das cadeias de comercialização no mercado doméstico. No estado do Pará, assim como nos outros estados da Amazônia Legal, é restrita a literatura e dados existentes sobre o mercado “invisível” de muitas espécies de valor local ou regional e sua importância para as populações rurais e urbanas envolvidas ao longo da sua cadeia de produção (MONTEIRO, 2003). Dessa forma, gestores e demais audiências estão desinformados sobre o fluxo desse comércio, que permanece oculto (SILVA, 2010). Apesar da magnitude socioeconômica dos PFNM, verifica-se que há pouca informação sistematizada sobre quantidade, valor, processos de produção, industrialização e comercialização desses produtos. Essa escassez de informações é um empecilho à conservação e ao desenvolvimento de estratégias mercadológicas para esses produtos (FIEDLER et al., 2008). Este estudo teve como objeto principal identificar e analisar as cadeias de comercialização dos PFNM na Região de Integração (RI) Guamá, Estado do Pará, evidenciando os fatores críticos e potencialidades, como forma de subsidiar políticas públicas.
  • 24. 24 2 OBJETIVOS 2.1 GERAL Identificar e analisar as cadeias de comercialização de produtos florestais não madeireiros da Região de Integração Guamá, Estado do Pará, buscando fatores críticos e potencialidades. 2.2 ESPECÍFICOS Identificar e descrever as estruturas das cadeias de comercialização dos produtos florestais não madeireiros da Região de Integração Guamá, e Quantificar o Valor Bruto da Produção (VBP), explicitando a produção agroextrativista do setor alfa (VBPα), o Valor Agregado Bruto (VAB) juntamente com a margem bruta de comercialização (mark-up) e a Renda Bruta Total (RBT) gerada e circulada na comercialização dos produtos identificados.
  • 25. 25 3 METODOLOGIA No intuito de descrever e analisar as cadeias de comercialização dos produtos florestais não madeireiros (PFNM), a partir do conjunto dos 18 municípios pertencentes à RI Guamá, Estado do Pará, desde os agentes que compraram do produtor até os que venderam para o consumidor, este estudo baseou-se na metodologia das Contas Ascendentes Alfa CSα (COSTA, 2002, 2006 e 2008a), que permite construir Contas Sociais de base agroextrativista, para uma região, utilizando o modelo Matriz Insumo- Produto de Leontief (1983). As “Contas Sociais Alfa” (CSα) referem-se à metodologia de cálculo ascendente de matrizes de insumo-produto de equilíbrio computável e, que se baseia nos parâmetros e indicadores de cada produto que compõem os setores originários e fundamentais, justifica- se pelo fato de permitir uma análise pontual ou com foco na real problemática local, haja vista que as estatísticas de produção são obtidas mais irredutível possível de uma economia local. Ou seja, este método além de fazer uma “fotografia” da realidade macroeconômica e social de uma delimitação geográfica, fornece respostas a questões que envolvem os impactos gerados por ações e programas de desenvolvimento ali implementados. Conforme explica Costa (2008b), o método consiste em identificar a produção de cada agente que pode ser agregado nos “setores alfa”, de certa delimitação geográfica e acompanhar os fluxos até sua destinação final. Nesse trajeto define parametricamente as condições de passagem pelas diversas interseções entre os setores derivados (quantidades transacionadas em cada ponto e o mark-up correspondente), tratados como “setores beta”, os quais são ajustados a três níveis diferentes: o local (βa), o estadual (βb) e o nacional (βc). Esta metodologia foi aplicada na região sudeste do Pará, caracterizada por tensões entre grandes projetos pecuários e minerais, e a expansão camponesa, com assentamentos da reforma agrária. O trabalho desenvolvido por Costa (2008b), contempla a análise de insumo-produto com metodologia ascendente que explicita a diversidade estrutural dos setores de base primária e os impactos econômicos da programação de investimento da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) de 2004 até 2010. Os resultados do estudo indicam que a metodologia ascendente CSα permitiu fazer as diferenciações estruturais necessárias na geração de uma matriz de insumo-produto mais aderente à complexidade da economia local, evidenciando a influência expressiva na economia do setor mineral do Sudeste Paraense, com complexidade de tal ordem que sua expansão cria possibilidades de
  • 26. 26 crescimento para os demais setores da economia local. Por outro lado, demonstrou vazamentos de vulto (em termos de renda, agregação de valor, entre outros) – tanto da economia local e no entorno mais próximo, para a economia do resto do Pará, quanto para o resto do Brasil. Em outro estudo Costa e Costa (2008) descreveram a economia da cultura do festival de bois de Parintins, estado do Amazonas, utilizando a metodologia das CSα conjuntamente orientada pelo conceito de Arranjos Produtivos Locais (APL). O estudo identificou limitações de infraestrutura, apontou impactos para a economia do município com a produção e realização do evento, com isso o município recebeu tratamento diferenciado por parte dos poderes públicos, que se converteram em investimentos reais e o APL da cultura identificado representou 10% da economia local e se apresentou como uma nova base de exportação, com um efeito multiplicar elevado. A aplicação da metodologia CSα por Dürr (2008) no Departamento1 de Sololá, na Guatemala, permitiu descrever as cadeias produtivas dos principais produtos da agricultura camponesa, construiu a Contabilidade Social de base agrária do Departamento, ou seja, calculou o Produto Interno Bruto mostrando a contribuição de diferentes setores, especialmente no setor rural e da economia regional e, por último, identificou os impactos sobre a agricultura e o desenvolvimento econômico das zonas rurais locais, estimado através do uso de Matrizes de Insumo-Produto como ferramenta para o planejamento estratégico do Departamento de Sololá. Devido as repercussões deste estudo, o autor replicou para o departamento de El Quiché (DÜRR et al., 2009), para o território chamado de Bacia do rio "Polochic. "(LOZA et al., 2009) e para o departamento de Petén (DÜRR et al., 2010). O trabalho de Carvalho (2010) apresenta as contribuições que os produtos florestais não madeireiros têm na economia do Estado do Amapá, fazendo o uso do método de Contas Sociais Alfa em razão da inexistência de informações sistematizadas ou agregadas em nível local. Contudo, consegue estabelecer as análises estruturais a partir das interrelações existentes entre os agentes mercantis que participam do arranjo produtivo dos PFNM, analisando os efeitos dos multiplicadores setoriais, os impactos do crescimento econômico na produção, trabalho e renda setorial de toda a economia. Na mesma linha, Gomes (2007) identificou e caracterizou cadeias de comercialização de produtos existentes nas florestas secundárias nas categorias de 1 Unidade federativa equivalente a estado.
  • 27. 27 frutíferas, derivados da madeira (lenha, carvão e estaca), mel e diversas plantas medicinais nos municípios de Bragança, Capitão Poço e Garrafão do Norte, Estado do Pará. A autora utilizou o método de Contas Sociais Alfa para captar as especificidades econômicas e sociais que ao contrário dos cálculos das contas regionais do IBGE, que consideram as regiões homogêneas nas estimações conjunturais impossibilita captar as especificidades locais. O estudo detectou a circulação aproximada de quatro milhões de reais, para o ano de 2005, identificando a importância da vegetação secundária como reserva de valor e como agente dinamizador da renda rural e dos setores econômicos associados como atacadistas, varejistas e agroindústrias. No caso deste estudo desenvolvido pelo Idesp em parceria com o Ideflor, a metodologia foi adequada para a contabilidade social ascendente que engloba além da produção agroextrativista, as atividades na indústria e nos serviços que atuam diretamente nos setores com foco nos produtos florestais não madeireiros. Trata-se de um modelo de calculo de renda e do produto social do agroextrativismo que permitiu mensurar variáveis como o Valor Bruto da Produção de Base Agroextrativista (VBPα), o Valor Agregado Bruto de Base Agroextrativista (VABα) e o Produto Regional Bruto de Base Agroextrativista (PRBα). De acordo com Considera et al. (1997) o Produto Regional Bruto (PRB) seria o equivalente regional ao Produto Interno Bruto (PIB) deste setor. O modelo também produziu as matrizes das interrelações intersetoriais que as fundamentam, por uma metodologia que maximiza a utilização dos dados do IBGE, tanto os do Censo Agropecuário de 2006, quanto as séries históricas de 1990 a 2008 da Produção Agrícola Municipal (PAM), da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) e da Produção da Pecuária Municipal (PPM) e, correlacionando-os aos dados da pesquisa primária executada pelo Idesp, permitiu agregações as mais variadas, orientadas tanto por atributos geográficos, quanto por atributos estruturais do setor. A metodologia adotada permite descrever trajetórias de agregação, tanto em função de um espaço geográfico limitado (município, região, território, etc.), quanto em decorrência das estruturas da produção: formas de produção, tipos de atividades, níveis tecnológicos, sistemas de produção, entre outros. A metodologia apresenta uma série de vantagens, tais como: rapidez na coleta de dados primários em campo, identificação dos maiores volumes comercializados junto aos agentes mercantis chaves, quantificação dos valores pagos ao setor da produção agroextrativista, principais gargalos evidenciados nas cadeias de comercialização, a economia antes invisível passa a ser explícita para diversos produtos e aponta indicativos para subsidiar políticas publicas.
  • 28. 28 As etapas adotadas desde a identificação do agente mercantil, até as análises das cadeias de comercialização, consistiram em uma série de ações descritas a seguir. Articulação prévia, feita em Belém e/ou na chegada a cada um dos dezoito municípios visitados da Região de Integração Guamá, junto a informantes-chaves (como os técnicos dos escritórios da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará - Emater/Pará, dos sindicatos de trabalhadores rurais, das secretarias municipais de agricultura, das cooperativas, das associações, das feiras, dos mercados locais, entre outros), no que se referiu à produção e/ou comercialização dos produtos florestais não madeireiros existentes no município, para o período de doze meses e, fazer a identificação dos agentes mercantis envolvidos nestas atividades, para serem entrevistados. A coleta de dados ocorreu junto aos agentes mercantis com aplicação de questionário (Apêndice A). Nesta etapa, buscam-se os principais agentes (vendedores/compradores) de cada produto, que geralmente representam importantes elos da cadeia, os quais em seguida, direcionam os elos para trás (comprou de quem) e para frente (vendeu para quem) na cadeia, compondo uma amostragem não probabilística autogerada (CABRAL, 2000), até chegar à produção local de um lado, bem como ao último que vendeu o produto para o consumidor final, no outro extremo da cadeia (DÜRR; COSTA, 2008). Esta metodologia identificou relações existentes entre agentes mercantis, que atuam tanto na formalidade até os de completa informalidade, e foi capaz de apontar o fluxo de comercialização para cada produto identificado. Neste tipo de amostragem o tamanho e a localização da população não são conhecidos a priori pelo pesquisador, então, esta é composta na medida em que o pesquisador identifica um agente mercantil, e solicita ao mesmo que indique os que também fazem parte da população em estudo, e assim, sucessivamente, a amostra é construída (MATTAR, 1997). Deste modo, para o levantamento dos dezoito municípios foram aplicados trezentos e vinte e seis questionários junto aos agentes mercantis envolvidos direta ou indiretamente com a comercialização dos PFNM. Durante a aplicação dos questionários, foi possível georreferenciar cada estabelecimento, utilizando o sistema de posicionamento global (GPS), compondo uma das bases de dados com as coordenadas geográficas. Além disso, foi possível compor uma base de dados qualitativos disponíveis na plataforma Windows, Microsoft Office 2007 no aplicativo Access, e outra base de dados quantitativos no sistema NETZ2, com circuitos 2 Software desenvolvido por Francisco de Assis Costa – NAEA/UFPA.
  • 29. 29 (referentes aos produtos) e lançamentos (referentes às transações comerciais realizadas pelos agentes, por produtos). A padronização dos dados coletados em cada entrevista foi necessária para que as unidades de quantidade (medida usada em kg, litro, saca entre outros) e de preço praticado fossem uniformizadas conforme cada produto. As informações inseridas no sistema NETZ referem-se aos dados primários de preço e quantidade para cada produto, em cada relação mercantil de compra e venda, classificando por setor (produção, varejo, atacado, indústria e consumidor) e por recorte espacial (local, estadual e nacional). Depois deste processo, foram elaboradas as matrizes que descrevem a probabilidade da distribuição das quantidades e de atribuição dos preços a partir das relações entre os agentes e, uma vez determinadas suas posições estruturais, entre os setores. As Matrizes Insumo-Produto (MIP) descrevem nas colunas as compras e nas linhas as vendas dos setores da produção primária e intermediaria (indústria, atacado e varejo), entre si, e as vendas para a demanda final local, estadual ou nacional. No entanto, como forma de melhor visualizar cada matriz, a equipe do Idesp envolvida no estudo desenvolveu um modelo de apresentar os mesmos dados, com os fluxos de compra e venda e os setores responsáveis por cada elo da cadeia. A inovação trata-se da disposição visual dos diversos agentes mercantis ou setores representados por pequenas caixas retangulares (produção local e extralocal, varejo, indústria de beneficiamento, de transformação, atacado, consumidor, etc.) e espacialmente distribuídos na economia local, estadual ou fora do estado (nacional e internacional), representados por retângulos maiores em três cores distintas. Foram adotadas setas em diferentes formatos para a representação dos canais ou fluxos de comercialização, que iniciam na produção local e extralocal até os consumidores finais. Quanto aos fluxos da comercialização por produto estudado, estes foram organizados para três dimensões geográficas: a) local, que corresponde aos dezoito municípios pesquisados na RI Guamá; b) estadual, para os demais municípios do estado do Pará e; c) nacional, que foram comercializados para outros estados e/ou países. O estudo possibilitou compreender os fluxos existentes nas relações entre agentes/setores e seu papel relativo ao longo da cadeia em função dos volumes transacionados. Ainda com base nas matrizes de preço e quantidade, a relação dessas gera os respectivos preços médios praticados ou implícitos por produto e por setor (em Reais por unidade do produto), agregado ou não, ao longo da cadeia, da produção até o consumo final.
  • 30. 30 A metodologia permite a atualização dos dados para os anos seguintes da Contabilidade Social da Produção de Base Agroextrativista (CSα) obtida com os dados mais recentes divulgados pelo IBGE, neste caso com o Censo Agropecuário de 2006. Para tanto, foram construídos indexadores de quantidade e preço baseados nas séries municipais da PAM, PEVS e PPM, no mesmo recorte regional, assim como as séries de preços dos produtos da agricultura do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA). Existem duas especificidades na construção dos indexadores: aquela em que o produto em questão é levantado sistematicamente e faz parte do acervo de estatísticas conjunturais, acima explicitado, e aquela em que o produto estudado não é levantado sistematicamente. Na primeira situação os indexadores de quantidade (IQ) são os números índices do total das quantidades do produto v, para o conjunto dos municípios que atendem à restrição s, tendo no caso do agroextrativismo, 2006 como ano base. E para os indexadores de preço (IP) os números índices do preço médio do produto v, para os municípios que atendem a restrição geográfica s, tendo 2006 também como ano base (COSTA, 2002, 2006 e 2008). Os indexadores de quantidade e de preço são assim construídos: Onde: : atributo geográfico (local: municípios da RI Guamá; estadual: demais municípios do estado do Pará e nacional: outros estados e/ou países), : produto, : ano da pesquisa oficial (2006, 2007 e 2008), : quantidade do produto conforme seu atributo geográfico no ano da pesquisa oficial, : quantidade do produto conforme atributo geográfico no Censo Agropecuário de 2006, : preço médio (ou implícito) conforme seu atributo geográfico no ano da pesquisa, e : preço médio (ou implícito) conforme atributo geográfico no Censo de 2006. Em relação aos produtos não levantados sistematicamente, estes foram indexados pela evolução do conjunto da produção numa certa delimitação geográfica. A evolução do
  • 31. 31 conjunto da produção é observada pelos números índices da evolução do produto real e dos preços implícitos para a restrição geográfica s. O produto real é a soma dos resultados da multiplicação das quantidades de cada produto no ano a, pelo preço em um ano escolhido para fornecer o vetor de preços, neste caso, média dos anos de 2006, 2007 e 2008. Portanto, os indexadores dos PFNM que não estão presentes nas estatísticas oficiais foram elaborados conforme agrupamentos, tendo como referências as categorias: geral para alimentícios e geral do IBGE. Sendo assim, os frutos bacaba, bacuri, biribá, cacau, cajarana, mari, murici, mucajá, piquiá, pupunha, taperebá, tucumã, uxi e o palmito foram agrupados na categoria de alimentícios. Na categoria de indexador geral de quantidade (que utiliza o conjunto de todos os produtos identificados pelo IBGE) foram identificados nove produtos (andiroba, copaíba, murumuru, inajá, capitiú, estoraque, priprioca, paneiro e tipiti). Os únicos produtos que tiveram seus próprios indexadores, criados com base nas estatísticas oficiais, foram: açaí, borracha da seringueira, amêndoa do cacau, carvão vegetal, castanha-do-brasil, cupuaçu, mel de abelha e a semente de urucum. Finalmente, foi estimada a CSα para o ano de 2008, por ser o inicio do estudo, multiplicando os indexadores obtidos com a matriz de estrutura, que descrevem a probabilidade da distribuição das quantidades e, com a matriz de preços a partir das relações entre os agentes. O resultado gera uma Matriz de Insumo Produto (MIP) para cada produto pesquisado, contendo o Valor Bruto da Produção de base agroextrativista (VBPα) sob a ótica da oferta, o VBP sob a ótica da demanda (ou seja, compra de insumo), o Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado ou Agregado Bruto (VAB), a Renda Bruta Total (RBT) e, a margem bruta de comercialização (mark-up), que é a relação entre a diferença do valor estimado do VAB com o VBPα (sob a ótica da oferta) pelo VBPα, para que sejam feitas as análises econômicas (estimadas para 2008) e os impactos que cada produto não madeireiro exerceu na economia local, estadual e fora do estado. Frisa-se, no entanto, que no cálculo do VAB como na estimação do mark-up, não se levou em consideração os custos produtivos e/ou de comercialização, pois não foram foco da pesquisa. Em algumas cadeias, também não foi possível descrever a proporção dos PFNM utilizados como insumo na preparação de certos produtos finais, como doces, cosméticos, medicinais, entre outros. A definição em estimar a CSα para o ano de 2008 foi adotada para este estudo (Guamá) e para as demais regiões estudadas (Tocantins, Rio Caeté, Xingu, Baixo Amazonas e Marajó), permitindo assim comparações entre as economias de cada região. O
  • 32. 32 método permite também fazer atualizações desta economia conforme novos cálculos dos indexadores por produto, após divulgação de estatísticas oficiais. Foram identificados trinta e um (31) PFNM, relacionados no Apêndice B, os quais foram classificados conforme a sua utilização identificada em campo. Foram estudados dois utensílios (paneiro e tipiti de fibra de guarumã); dezessete alimentícios (açaí, bacaba, bacuri, biribá, cacau amêndoa, cacau fruto, cajarana, castanha-do-brasil, cupuaçu, mari, muruci, palmito, piquiá, pupunha, taperebá, urucum e uxi), nove fármacos e cosméticos (andiroba, capitiú, copaíba, estoraque, inajá, mucajá, murumuru, priprioca e tucumã); um derivado animal (mel de abelha) e dois derivados da madeira (carvão e borracha). Cada produto identificado foi analisado individualmente, por estruturas de fluxo de quantidade e preço médio praticado ao longo das cadeias de comercialização e, descritos os setores mercantis das esferas local, estadual e nacional. As análises econômicas detalhadas foram feitas para dois produtos com maior destaque (açaí e mel) e para dois grupos importantes: as frutas (muruci, cupuaçu e taperebá) e; perfumarias e cosméticos (priprioca, murumuru, estoraque, tucumã, capitiú, inajá e mucajá). A classificação dos agentes nas cadeias de comercialização foram adaptadas aos seguintes conceitos, conforme Costa (2002) e Dürr (2004). Produção local: Produção primária agroextrativista do município ou da região; Produção Extralocal: Produção primária agroextrativista oriunda de outras regiões de integração que não fazem parte da região estudada; Varejo rural local: Pequenos comerciantes do interior dos municípios que compram dos produtores, comumente denominados atravessadores rurais; Indústria de beneficiamento local: Unidades de beneficiamento da produção, localizadas na região; Indústria de transformação local: Unidades de transformação da produção, localizadas na região; Atacado local: Grandes compradores (atacadistas, representantes de empresas), localizados nos centros urbanos da região, que normalmente compram do varejo e/ou vendem para o varejo; Varejo urbano local: Pequenos comerciantes nas cidades (varejistas, feirantes, marreteiros, vendedores ambulantes);
  • 33. 33 Indústria de beneficiamento estadual: Unidades de beneficiamento no Pará, localizadas além da RI Guamá; Indústria de transformação estadual: Unidades de transformação no Pará; Atacado estadual: Empresas compradoras da produção no Pará; Varejo urbano estadual: Comércios (supermercados, etc.) no Pará, que vendem para o consumidor estadual; Indústria de beneficiamento nacional: Unidades de beneficiamento no Brasil; Indústria de transformação nacional: Unidades de transformação no Brasil; Atacado nacional: Empresas compradoras do nível nacional; Varejo urbano nacional: Comércios nacionais que vendem para o consumidor nacional. As categorias de agentes mercantis estão descritas por produto não madeireiro identificado, quer seja individual ou em grupo. As análises econômicas de todos os produtos identificados estão descritas em detalhes no item 4.3.
  • 34. 34 4 RESULTADOS 4.1. REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ 4.1.1. Caracterização A Região de Integração Guamá é a mais numerosa do Pará em temos de quantidade de municípios, pois tem em sua composição um total de dezoito municípios (Figura 1), com uma população de aproximadamente 613.790 habitantes, o que corresponde a 8,1% da população do Estado do Pará, sendo a quarta mais populosa (IBGE/IDESP, 2010). Há um predomínio da população urbana sobre a rural, com um índice de 62 em relação à população total da região, entretanto, apenas Castanhal, Igapé Açu, Santa Izabel do Pará, Santa Maria do Pará, Santo Antonio do Tauá, São Miguel do Guamá e Vigia apresentaram a população urbana superior à rural, com o primeiro atingindo o índice de 89, diferenciando-se de São domingos do Capim em que 78% da sua população residem no meio rural. Sua área total corresponde a 0,97% em relação ao Estado, com densidade demográfica de 50,6 hab/km², sendo que apenas três (Castanhal, Santa Izabel do Pará e São Miguel do Guamá), dos dezoito municípios, possuem população maior que 50 mil habitantes (59.446 e 51.567 mil, respectivamente). Todavia, Castanhal ultrapassou a faixa dos 170 mil habitantes, contabilizando 173.119 habitantes, equivalente a 28% da população da região, se constituindo, deste modo, pólo da região.
  • 35. 35 FIGURA 1- Municípios pertencentes à Região de Integração Guamá, estado do Pará. Fonte: Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, 2011. Elaboração: Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação. A Região de Integração Guamá apresentou um Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDHM de 0,69, menor que o estadual de 0,72. Em 2008 o Produto Interno Bruto – PIB da Região Guamá somou R$ 2.448.445 mil, com uma variação de 10,8% em relação ao PIB do ano anterior (R$ 2.210.053 mil), porém se manteve na 8ª colocação no ranking entre as regiões de integração, e participou com um percentual de 4,2% no PIB estadual. Com relação ao PIB Per capita regional, na ordem de R$ 4.206,00, correspondente a 52% do PIB Per capita estadual e, configurou-se como o quarto pior ficando a frente apenas das regiões do Tapajós, Rio Caeté e Marajó, apesar da variação de 6,2%, que se deve ao crescimento das atividades econômicas (indústria e serviços) e da arrecadação de impostos. As participações dos setores econômicos, considerando somente o valor agregado, corresponderam a: 11% Agropecuário, 17% Indústria e 72% Serviços. Entre os municípios que fazem parte da RI Guamá, São João da Ponta se configurou como o de menor participação na economia da região (assim como constituí também o menor PIB do Estado), não representando nem 1% PIB regional, caracterizado pela baixa concentração demográfica (0,9% da população da RI) e forte dependência em relação ao setor de serviços, soma-se a estes o fato deste município ser relativamente novo, 1993.
  • 36. 36 4.2. ANÁLISE DAS CADEIAS DE COMERCIALIZAÇÃO Nos dezoito municípios da Região de Integração Guamá (Figura 2) foram identificados trinta e um produtos florestais não madeireiros, durante a pesquisa de campo realizada em 2008 e 2009, com quantidade comercializada no período de doze meses e o valor pago à produção local (Tabela 1). A relação das espécies / produtos estudados estão descritos no Apêndice B. TABELA 1- Produtos florestais não madeireiros identificados na Região de Integração Guamá, com quantidade e valor pago à produção local, de acordo com a amostragem realizada em campo, no período de 2008 a 2009. Produtos Florestais Não Madeireiros Quantidade Valor (R$) Valor/Total (%) Açaí (kg) 7.363.313 5.218.928,36 67,19 Mel (l) 74.571 729.076,57 9,39 Cupuaçu (un.) 295.538 314.347,78 4,05 Borracha (kg) 237.608 309.892,40 3,99 Muruci (l) 242.570 259.140,96 3,34 Carvão (sc) 42.556 223.441,00 2,88 Pupunha (cacho) 47.883 140.721,00 1,81 Taperebá (kg) 122.270 119.157,30 1,53 Urucum (kg) 39.511 105.342,00 1,36 Priprioca (kg) 24.500 73.500,00 0,95 Bacuri (un.) 202.615 62.521,50 0,80 Castanha-do-brasil (kg) 38.536 52.719,51 0,68 Cacau amêndoa (kg) 11.479 43.205,02 0,56 Palmito (kg) 6.003 19.268,67 0,248 Uxi (un.) 540.600 17.691,00 0,228 Murumuru (kg) 21.880 14.764,00 0,190 Estoraque (kg) 9.000 13.500,00 0,174 Andiroba (l) 51.494 13.400,05 0,173 Cacau fruto (un.) 17.360 6.820,00 0,088 Paneiro (un.) 1.620 5.281,20 0,068 Capitiú (kg) 3.100 4.650,00 0,060 Bacaba (kg) 5.250 4.123,70 0,053 Piquiá (kg) 27.400 4.030,00 0,052 Biribá (un.) 1.850 3.250,00 0,042 Copaíba (l) 100 3.000,00 0,039 Tucumã (kg) 5.133 1.649,99 0,021 Cajarana (un.) 12.000 1.200,00 0,015 Inajá (kg) 2.500 875,00 0,011 Mucajá (kg) 2.500 875,00 0,0113 Tipiti (un.) 120 720,00 0,0093 Mari (un.) 2.000 80,00 0,0010 Total 7.767.172,01 100,00 Fonte: Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, 2011. Elaboração: Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação.
  • 37. 37 FIGURA 2- Localização da Região de Integração Guamá, estado do Pará. Fonte: Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, 2011. Elaboração: Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação. A comercialização de dezenas destes produtos acontece em diferentes estabelecimentos e feiras, explicitando a diversidade e a realidade regional, conforme imagens registradas nos municípios visitados (Apêndice C). As análises das principais cadeias de comercialização da Região Guamá estão descritas e ilustradas a seguir. 4.2.1 Açaí a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do açaí. A principal utilização do açaí foi como fonte de matéria prima na indústria alimentícia por meio da elaboração do “vinho de açaí”. Apresentado como um dos produtos econômicos mais emergentes na Região de Integração Guamá, o açaí e sua estrutura de cadeia de comercialização é formada, de acordo com a amostragem, por 105 agentes que comercializam este produto nos dezoito municípios visitados, sendo aproximadamente 51% produtores, 14% atravessadores (varejistas e atacadistas), 34% batedores e 1% agroindústria. Na Figura 3 estão espacializados os agentes mercantis entrevistados nos municípios da RI Guamá.
  • 38. 38 FIGURA 3- Localização dos agentes mercantis do açaí na RI Guamá, estado do Pará, no período de 2008 a 2009. Fonte: Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, 2011. Elaboração: Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação. Durante a pesquisa foi constatado que 51% do total de agentes entrevistados trabalham somente com o açaí e estão no mercado entre 1 a 15 anos. Dentre os entrevistados 53% declararam trabalhar apenas na safra do produto, 36% durante o ano todo e 10% não informaram seu período de trabalho. Foi verificado que 23% dos agentes possuem propriedade rural com áreas que aferem de 0,3 a 850 hectares, ressaltando que, em geral, estas áreas são destinadas para outros cultivos além do açaí. Para estocagem da produção apenas 16% possuem armazém com tamanhos que variam de 6 m² a 56 m². Aproximadamente 27% dos agentes não possuem capacidade para transporte da produção e 69% contam com 25 motos, 22 barcos, nove canoas, 23 bicicletas, cinco carros, quatro tratores, dois caminhões e um carro de boi. Em relação ao maquinário, 76% possuem algum tipo de equipamento (69 batedoras, 87 despolpadeiras, quatro máquinas seladoras de sacos, dois filtros, um triturador de frutas, 29 freezers com capacidades que variam de 140 l a 500 l, duas câmaras frigoríficas, uma geladeira e um trator). Alguns agentes declararam ter problemas com a armazenagem e/ou transporte do produto.
  • 39. 39 A mão de obra empregada é basicamente familiar, com média de cinco pessoas, mas pode chegar até vinte empregados. Essa mão de obra é sazonal, aumentando durante a safra. O pagamento desta mão de obra é muito variado, tanto em função da produção quanto do período de trabalho, correspondendo a R$ 0,70 para cada quilo extraído, ou R$ 15,00 a diária, ou R$ 40,00/semana, ou 1 salário mínimo mensal. Para melhorar a capacidade de produção, dentre vários fatores foram colocados a questão da assistência técnica para um melhor manejo da produção, financiamento para melhorar o espaço físico dos armazéns e aquisição de maquinários. A seguir a descrição dos setores envolvidos na cadeia de comercialização do açaí: EXTRALOCAL (Municípios que não fazem parte da RI Guamá) Produção: Trata-se da produção primária de açaizais dos municípios de Igarapé Miri (RI Tocantins) e Nova Timboteua (RI Rio Caeté); LOCAL (Municípios da RI Guamá) Produção: É a produção primária de açaizais manejados e extrativos identificados em dezoito municípios da RI Guamá; Varejo rural: São atravessadores que se deslocam até as comunidades e compram o açaí in natura diretamente do setor da produção; Indústria de beneficiamento: Setor responsável pelo processamento do açaí in natura. Existem dois tipos de estrutura de empresa beneficiadora, a composta por pequenos comerciantes que possuem máquinas despolpadeiras, chamadas de “batedores de açaí” no qual vendem diretamente a polpa do açaí para os consumidores locais. A segunda categoria composta por um número reduzido de agroindústrias que beneficia o açaí em polpa pasteurizada e/ou congelada para atender o mercado nacional e/ou internacional; Varejo urbano: Trata-se de comerciantes (atravessadores que atuam nas cidades) localizados na área urbana do município, que compram da produção local e de outros atravessadores; ESTADUAL (Municípios paraenses que estão fora da RI Guamá) Indústria de beneficiamento: Incluem os “batedores de açaí”, encontrados fora da região de integração, transformando o fruto em polpa pasteurizada e/ou congelada, abastecendo o mercado consumidor estadual;
  • 40. 40 Atacado: Trata-se de comerciantes que transacionam grandes quantidades de açaí in natura, que compram da produção local e de outros atravessadores (varejo rural); NACIONAL (Fora do Estado do Pará) Varejo urbano: São compradores de polpa no âmbito nacional, que repassam para o consumidor nacional. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) do açaí. Na amostragem em campo o setor produtivo foi responsável por abastecer com pouco mais de 7 mil toneladas de fruto in natura para o comércio. A Figura 4 permite verificar a quantidade proporcional de açaí que circula entre os diferentes setores mercantis identificados pela pesquisa. O principal nível de canal de comercialização do açaí (Figura 4) identificado com as maiores quantidades é a compra do setor da indústria de beneficiamento (4.640 toneladas de fruto in natura), que compra 26,9% do setor da produção local, 15,7% do setor da produção extralocal (provenientes dos municípios de Igarapé Miri - RI Tocantins) e Nova Timboteua (RI Rio Caeté), 10,3% do varejo rural (atravessadores) e 10,1% do varejo urbano local (atravessadores urbanos). Este setor da indústria de beneficiamento por sua vez vende 42,8% para os consumidores locais e 20,2% para o mercado nacional na forma de polpa congelada. O setor do varejo urbano local (atravessadores urbanos) comprou 14,2% do setor da produção local e 1,4% do varejo rural e, vendeu para o setor da indústria de beneficiamento local e estadual, 10,1% e 5,4% respectivamente. Outro setor que comercializa grande quantidade é o atacadista estadual com aproximadamente 2.094 toneladas do fruto in natura, que adquire 27,3% da produção local e apenas 1,1 % do varejo rural e, vende sua totalidade (28,4%) para o setor da indústria de beneficiamento estadual onde estão inseridos os “batedores de açaí”. Destaca-se também a venda direta do produtor de açaí para o consumidor local comercializando 1,1% da produção identificada, como também dos varejistas rurais (atravessadores) com 1,4% da produção.
  • 41. 41 FIGURA 4- Estrutura (%) da quantidade amostral do açaí comercializado na RI Guamá, estado do Pará, no período de 2008 a 2009. Fonte: Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, 2011. Elaboração: Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação. c) Preço médio praticado nas transações entre os setores da cadeia do açaí, no período de 2008 a 2009. A produção local vende conforme a oferta do fruto e a quantidade comercializada. Sendo assim, vende a R$ 0,58/kg para o varejo rural, a R$ 0,92/kg para a indústria de beneficiamento local (batedores de açaí), a R$ 0,60/kg para o varejo urbano (atravessadores urbanos), a R$ 1,47/kg aos consumidores locais, R$ 0,90/kg para o setor da indústria de beneficiamento estadual (batedores de açaí) e a R$ 0,68/kg para o atacadista estadual (Figura 5). Enquanto que os preços de venda praticados pelos produtores extras locais são estabelecidos conforme a oferta do fruto, destacando a venda direta para os batedores de açaí local a R$ 0,55/kg. Neste caso, os batedores possuem transporte próprio ou pagam o frete para buscar o fruto in natura nos municípios de Igarapé Miri (RI Tocantins) e Nova Timboteua (RI Rio Caeté). O setor da indústria de beneficiamento local estabelece o seu preço de compra conforme a quantidade transacionada e pela qualidade do produto. Com isso, compra da produção extralocal a R$ 0,55/kg principalmente na entressafra do açaí na RI Guamá, da produção local a R$ 0,92/kg, do varejo rural a R$ 1,15/kg e do varejo urbano a R$ 1,32/kg, após fazer o beneficiamento em polpa pasteurizada, vende ao preço de R$ 2,76/kg para o varejo urbano nacional e somente em forma de polpa a R$ 2,04/kg para o mercado local.
  • 42. 42 FIGURA 5- Preço médio do açaí (R$/kg de fruto in natura) praticado nas transações entre os setores da cadeia de comercialização, no período de 2008 a 2009, da RI Guamá, estado do Pará. Fonte: Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, 2011. Elaboração: Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação. d) Valor Bruto da Produção, pela ótica da oferta, na comercialização do açaí. A soma dos valores recebidos por todos os agentes que realizaram a venda (oferta) do açaí a partir da RI Guamá e, de outras regiões de integração, foi contabilizado da ordem de R$ 88,1 milhões. Deste valor, o sistema local recebeu em torno de 58,3%, o estadual recebeu aproximados 25,5% e o sistema nacional 16,2% (Gráfico 1). Do valor recebido pelos agentes mercantis que compõem os setores do mercado local, os agroextrativistas agrupados no setor da produção (VBPα total) receberam mais de R$ 14,5 milhões, aproximadamente 28% do VBP total recebido pelos setores que ofertaram o produto a nível local (Gráfico 1). No entanto, que R$ 1,7 milhão foi proveniente das vendas realizadas pelos agroextrativistas localizados em outras regiões de integração, consubstanciado como agentes extralocais. Sendo que, 96% (dos R$ 1,7 milhão) foram pagos aos sediados no município de Nova Timboteua, pertencente a RI Rio Caeté, que venderam este produto in natura (no período de entressafra) oriundo das ilhas, para o setor de beneficiamento no município de Castanhal, pertencente a RI Guamá, mais especificamente para uma agroindústria que fornece um produto beneficiado ao mercado nacional, principalmente ao eixo Rio – São Paulo. O restante (4%) foi adquirido pelos agroextrativistas do município de Igarapé Miri, da RI Tocantins, os quais venderam parte da sua produção, no mercado municipal de Marapanim, da RI Guamá, diretamente aos
  • 43. 43 agentes mercantis do setor de beneficiamento, só que neste caso, trata-se dos tradicionais “batedores” que beneficiaram o fruto (in natura) para vendê-lo aos consumidores finais do próprio município de Marapanim. GRÁFICO 1- VBPα, em R$, pela ótica da oferta na comercialização do açaí da RI Guamá, estado do Pará, estimado para 2008. Fonte: Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, 2011. Elaboração: Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação. Na composição do VBPα total (local e extralocal), aproximadamente 71% foram das vendas realizadas aos setores que compõem a demanda intermediária local, entre eles: a indústria de beneficiamento, que pagou o equivalente a R$ 6,8 milhões; o setor de varejo rural, responsável pela compra de R$ 1,6 milhão e, R$ 1,7 milhão foram oriundo da compra realizada pelo setor de varejo urbano. O restante do VBPα total (27%) foi das vendas do setor da produção aos setores da demanda intermediária estadual: em torno de R$ 3,8 milhões ao atacado e R$ 150,6 mil ao setor de indústria de beneficiamento. Por fim R$ 317,6 mil (2% do VBPα total) corresponderam ao valor recebido pelo setor da produção pelas vendas efetivadas diretamente ao demandante final local, composto pelos consumos das famílias. Porém, foram poucos os produtores com infraestrutura básica montada com máquina de bater o açaí e o filtro de água, para iniciar o processo de beneficiamento deste recurso, após sua coleta e, antes das vendas, o que provocaria um aumento significativo na renda do produtor (Gráfico 1). Ainda no sistema local, o varejo rural recebeu pelas vendas do produto in natura mais de R$ 3 milhões (5% do VBP local), do qual mais de 79% foi do fornecimento do
  • 44. 44 fruto in natura à indústria de beneficiamento local, dos quais 28% foram para agroindústria de Castanhal. Assim como o setor de varejo urbano, constituído por grandes comerciantes, recebeu R$ 4,6 milhões pelas vendas do fruto in natura ao setor de beneficiamento local (59% do valor recebido pelo setor) e estadual (41% do valor recebido pelo setor), porém, que este não realizou venda à agroindústria e sim somente para os batedores (Gráfico 1). Por conseguinte, o setor de indústria de beneficiamento recebeu um montante no valor de R$ 29,3 milhões (57% do VBP local), sendo que R$ 17,8 milhões corresponderam às vendas aos demandantes finais locais realizados pelos inúmeros batedores deste fruto nos 18 municípios que compõem o mercado local, ou seja, RI Guamá e, R$ 11,4 milhões foram do somatório das vendas realizadas pela agroindústria de Castanhal (RI Guamá) ao mercado nacional, que representa dois agentes mercantis: as redes de supermercado (com um representativo de 98% no valor recebido pelo setor) e consumidor final. As vendas dos setores que integram o sistema estadual, com VBP estimado em mais de R$ 22,4 milhões, o setor atacadista (dos municípios de Belém e Tomé Açu) vendeu o produto in natura para a indústria de beneficiamento estadual, composto em sua essência por batedores de açaí, recebendo R$ 7,3 milhões. Esses batedores, por conseguinte, venderam para os consumidores finais desses respectivos municípios citados, recebendo R$ 15,1 milhões. O VBP constituído no mercado nacional estimado em R$ 14,3 milhões recebeu a exclusiva participação do setor de varejo urbano (setor que corresponde às redes de supermercado localizadas fora do estado do Pará), o qual vende tudo que adquiriu para os consumidores finais nacionais. Em resumo, no que se refere a atender a demanda final deste produto nos três níveis de mercado, a comercialização deste produto, a partir da RI Guamá e, de outras Regiões de Integração, teve no setor de indústria de beneficiamento o seu principal aglutinador, diferenciando-se somente pelo papel que cada agente mercantil beneficiador desenvolveu na cadeia. Enquanto os pequenos batedores forneceram o alimento para as inúmeras famílias tanto da RI Guamá (mercado local), quanto para as do mercado estadual (Belém, Marituba e Benevides da RI Metropolitana e Tomé Açu da RI Rio Capim). A agroindústria, por sua vez, forneceu este produto beneficiado ao mercado nacional, tendo como elo, antes do demandante final, as grandes redes de supermercado, que apresentam uma demanda crescente pela polpa deste fruto, devido ao aumento do consumo, em especial, nas academias e lanchonetes.
  • 45. 45 Na RI Guamá, mais especificamente no município de Castanhal, há uma concentração de agroindústrias (indústrias de beneficiamento de frutas), devido principalmente ao preço praticado de comercialização do açaí junto a produtores, atravessadores e grandes comerciantes, ser relativamente menor quando comparados com preços praticados na RI Metropolitana, de modo especial a capital paraense, Belém, onde o mercado consumidor é largamente maior e, sendo assim, teriam que concorrer com os inúmeros batedores deste fruto na compra da matéria prima. Soma-se a este fato a questões de infraestrutura de comercialização, isto é, logística, pois este município se localiza às margens da Belém – Brasília (BR -010), o que facilita a via de acesso ao seu grande mercado consumidor, além disso, também está mais próximo dos grandes centros (municípios) fornecedores do fruto in natura, tal como aconteceu com o fornecimento da RI Rio Caeté e Tocantina, na respectiva cadeia, no período de entressafra. No entanto, apesar da competitividade dessas indústrias, os atravessadores continuam transacionando parte da produção. e) VAB - gerado na comercialização do açaí e a margem de comercialização de cada setor (%). O VAB, equivalente ao Valor Transacionado Efetivo (VTE), ao longo da cadeia de comercialização do açaí, desde o setor alfa (produção local e extralocal) da RI Guamá até os consumidores finais, contabilizou um valor superior a R$ 47,5 milhões, que constituiu uma margem bruta, ou mark-up total, na comercialização na ordem de 228% (Gráfico 2). Do VAB total, 75% foram constituídos no âmbito local, 19% no âmbito estadual e 6% no mercado nacional. O cálculo do VAB é necessário porque identifica onde a economia está em processo de crescimento, uma vez que expõem as ações de beneficiamento, transformação e/ou majoração de preço que este produto adquiriu nos setores, ao longo da cadeia de comercialização, antes do demandante final. Este valor expõe também, a forma como essa riqueza foi distribuída entre os diversos setores que contribuíram, direta ou indiretamente, para a sua geração. A margem, calculada a partir da relação entre a diferença do VAB (R$ 47,5 milhões) com o VBPα total (R$ 14,5 milhões), pelo valor do VBPα total (R$ 14,5 milhões, expõe em termos percentuais, o quanto foi adicionado ao produto, a partir do setor alfa (α), até o consumidor final, incluindo todos os custos de produção e comercialização do produto analisado, que não foram captados pela pesquisa.
  • 46. 46 GRÁFICO 2- VAB (R$) e o mark-up (%), na comercialização do açaí da RI Guamá, estado do Pará, estimado para 2008. Fonte: Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, 2011. Elaboração: Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação. Do VAB constituído nos dezoito municípios da RI Guamá, estimado em R$ 35,8 milhões, o setor que mais agregou e, deste modo, com maior participação na formação deste valor foi a indústria de beneficiamento local com R$ 17,3 milhões, com os inúmeros batedores e uma agroindústria, em função do poder de negociação e compra que mantém com os outros agentes locais, o qual adquiriu um produto in natura a preços bem mais atrativos em relação ao mercado estadual e, o vendeu tanto para o consumidor final local quanto para o mercado nacional, um produto beneficiado (pasteurizado e congelado quando enviado para o nacional). Este setor obteve uma margem de comercialização (mark-up do setor) de 144%, calculado pela diferença do valor estimado para o VTE, que corresponde ao VAB do setor (R$ 17,3 milhões), dividido pelo VBP pela ótica da demanda (R$ 11,9 milhões), ou seja, compra de insumos realizada pelo setor. Ainda no sistema local, tanto o varejo urbano (grandes compradores nos centros urbanos dos municípios) quanto o varejo rural (os atravessadores) que adicionaram, respectivamente, R$ 2,6 milhões (com mark-up de 132%) e R$ 1,4 milhão (mark-up 83%), através do processo de majoração de preço, antes das venda ao setor de beneficiamento. O setor da produção agregou aproximadamente R$ 14,5 milhões (Gráfico 2), equivalente a 32% do VAB local, pois foi quem realizou o beneficiamento primário do produto, que a grosso modo significou os processos de extração/colheita, debulha e preenchimento das rasas com o fruto in natura. Convém ressaltar, que o setor da produção transacionou o valor efetivo somente no que se referiu às vendas do produto e, por isso, não foi estimado o seu valor de mark-up.
  • 47. 47 O sistema estadual, cuja agregação de valor foi em torno de R$ 8,9 milhões, a indústria de beneficiamento, setor composto somente por batedores, foi que mais adicionou, R$ 5,5 milhões (com mark-up de 58%), seguido pelo atacado com valor adicionado de R$ 3,4 milhões (e mark-up de 86%). No entanto, enquanto a indústria adicionou pela ação de beneficiamento do fruto em polpa, os setores do varejo adicionaram pela majoração de preço. Na esfera nacional só quem adicionou valor foi o setor de varejo urbano com R$ 2,8 milhões, com um mark-up de 25%, pelo processo de majoração de preço (Gráfico 2), mostrando que o fruto já ganhou importância nesse mercado. De modo geral, ao longo da cadeia de comercialização deste fruto, as indústrias de beneficiamento (local e estadual) foram responsáveis por aproximadamente 48% do VAB total, estimado em R$ 47,5 milhões. O setor alfa deste modelo, ou seja, os agroextrativistas foram responsáveis pela agregação de 30% e o comércio (onde atuam os varejistas rurais e urbanos e os atacadistas, ou seja, todos os atravessadores) contribuiu com aproximadamente 22%, demonstrando o quanto este produto é importante para a geração de emprego e renda na economia desta região, mais precisamente no setor de produção, beneficiamento e comércio. f) Renda Bruta Total (RBT), gerada pela ótica da demanda, na comercialização do açaí. A Renda Bruta Total (RBT) gerada e circulada na comercialização deste produto e estimada em R$ 88,1 milhões formou-se a partir da soma de compra de insumo (VBP pela ótica da demanda) no valor de R$ 40,6 milhões, realizado pelos setores da demanda intermediária, com Valor Transacionado Efetivo (VTE), que corresponde ao VAB constituído ao longo da cadeia em R$ 47,5 milhões, tanto pelos setores da demanda intermediária quanto o setor da produção. O sistema local foi responsável por mais de 58,3% desta renda, o estadual 25,5% e o nacional 16,2%, conforme o Gráfico 3. Na RI Guamá, identificado como mercado local, o setor de indústria de beneficiamento (batedores e agroindústria) foi quem gerou a maior renda bruta no valor de R$ 29,2 milhões, pois comprou o açaí na sua forma in natura no valor de R$ 11,9 milhões junto aos setores intermediários (varejo rural e urbano) e da produção (local e no período de entressafra da produção extralocal) e, adicionou um montante de R$ 17,3 milhões com o seu beneficiamento (Gráfico 3). O varejo rural gerou uma renda bruta no valor de R$ 3 milhões, resultante da soma da compra de insumo no valor em torno de R$ 1,6 milhão junto ao setor da produção e, na maioria das vezes, in loco, e agregação de R$ 1,4 milhão.
  • 48. 48 O varejo urbano, por sua vez, comprou insumos no valor de R$ 2 milhões junto ao varejo rural e setor da produção nos pontos de comercialização nos centros urbanos e, adicionou R$ 2,6 milhões, gerando uma renda bruta no valor de R$ 4,6 milhões. GRÁFICO 3– Valor da RBT, em R$, gerada e circulada na comercialização do açaí, considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), a partir da RI Guamá, estado do Pará, estimado para 2008. Fonte: Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, 2011. Elaboração: Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação. Na esfera estadual, com renda bruta contabilizado em R$ 22,4 milhões, quem mais atuou para a formação deste montante foram os batedores (indústria de beneficiamento), com mais de R$ 15,1 milhões, obtidos com a soma do valor agregado de R$ 5,5 milhões e do valor do insumo (açaí in natura) comprado no valor de R$ 9,6 milhões, sendo R$ 2,3 milhões junto aos setores ofertantes advindos da região (produção, varejo rural e varejo urbano) e R$ 7,3 milhões do atacadista estadual. E, o atacado que gerou uma renda no valor de aproximadamente R$ 7,3 milhões, gerados pela compra do açaí in natura o valor de R$ 3,9 milhões junto ao setor de produção e varejo rural e, agregação de valor em torno de R$ 3,4 milhões (Gráfico 3). Na esfera nacional, o varejo urbano comprou o açaí beneficiado (polpa pasteurizado e congelado) pelo setor de indústria de beneficiamento local, mais especificamente da agroindústria do município de Castanhal (RI Guamá), o valor de R$ 11,4 milhões, e adicionou o equivalente a R$ 2,9 milhões, gerando uma renda bruta o valor de R$ 14,3 milhões. Estes valores, gerados no
  • 49. 49 âmbito estadual e nacional, demonstram a importância que o açaí teve para a economia da região, no que tange a geração de renda e emprego. Entretanto, dos R$ 88,1 milhões gerados e circulados na cadeia de comercialização deste produto, apenas 13% deste montante (R$ 14,5 milhões) correspondeu ao valor retido pelo setor que dá origem a toda a cadeia, ou seja, os agroextrativistas. Pois, muitos foram os motivos que, agindo concomitantemente, contribuíram para tal problemática: as vendas do produto foram parcialmente maiores, na sua forma in natura, para os atravessadores; a falta de uma melhor organização social (seja em forma de sindicato ou via cooperativa) fez com que as suas vendas tenham sido dispersas e vendidas em maior quantidade para os setores que não estão ligados ao beneficiamento; o local de produção/extração do produto se encontra distante dos centros consumidores, o que por sua vez, pelo alto custo do transporte, acaba lhe impondo dependências em relação à comercialização, ou seja, o escoamento de parte da produção foi realizado por intermédio de terceiros (atravessadores). Esses entraves, mas não os únicos, contribuíram para que preços médios praticados ficassem muito aquém do que na verdade poderiam ter sido. Fato que se comprova quando se compara o preço pago aos agroextrativistas pelo setor de beneficiamento com o preço pago pelos atravessadores, conforme item (c) da cadeia 4.2.1 do açaí. 4.2.2 Mel a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do mel. Foram identificados trinta e quatro agentes mercantis, dentre estes 78% são produtores/apicultores, 17% atravessadores e 5% comerciantes. Dentre os entrevistados foram identificados 59% que trabalham somente com o mel e 38% com outros produtos (cupuaçu, muruci, taperebá, carvão, pupunha, biribá, uxi, castanha-do-brasil, cajarana, muruci e açaí). O tempo que atuam com o produto mel varia de 10 a 20 anos. Foi identificada a grande presença da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) fomentando a intermediação entre as prefeituras e os produtores, geralmente na forma de associações e cooperativas, dentro do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Cerca de 30% dos agentes possuem propriedade rural com áreas que variam de 5 a 157 ha, alguns produtores se utilizam das áreas de vizinhos para deixar suas caixas de abelha. No que se refere ao armazenamento (espaço físico), 26% dos agentes possuem tais espaços com dimensões que variam de 2 a 48 m². Com relação ao transporte próprio, 44%