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TRANSTORNOS DO
COMPORTAMENTO DISRUPTOR
• Os transtornos da infância diretamente
  relacionados com o comportamento são os
  transtornos de oposição e desafio e o
  transtorno de conduta. São caracterizados por
  um padrão repetitivo e persistente de
  comportamento agressivo, desafiador, indo
  contra as regras de convivência social.
• Tal comportamento deve ser suficientemente
  grave, sendo diferente de travessuras infantis
  ou rebeldia "normal" da adolescência. O
  Transtorno de oposição e desafio (TOD) tem
  maior incidência na faixa etária dos 4 aos 12
  anos e atinge mais meninos que meninas.
  Tem como característica um comportamento
  opositor às normas, discute com adultos,
  perde o controle, fica aborrecido facilmente e
  aborrece aos outros.
• No Transtorno de Conduta, que é mais
  comum entre adolescentes do que crianças e
  é mais comum também entre meninos, o
  padrão disfuncional de comportamento é
  mais grave que no Transtorno de oposição e
  desafio. Eles freqüentemente agridem
  pessoas e animais, envolvem-se em brigas, em
  destruição de propriedade alheia, furtos ou
  ainda agressão sexual
• Sérias violações de regras, como fugir de casa,
  não comparecimento sistemático à aula e
  enfrentamento desafiador e hostil com os pais
  também são sinais da doença. Esse transtorno
  está freqüentemente associado à ambientes
  psicossociais     adversos,      tais    como:
  instabilidade familiar, abuso físico ou sexual,
  violência familiar, alcoolismo e sinais de
  severa perturbação dos pais.
• A comorbidade desses transtornos com o
  abuso de substâncias e TDAH chega a quase
  50%. O tratamento dos transtornos de
  oposição      e    de    conduta    envolve
  principalmente psicoterapia individual e
  familiar, e às vezes reclusão em unidades
  corretivas. O tratamento das comorbidades é
  fundamental e pode necessitar de medicação
  (nos casos de TDAH) ou até internação (em
  quadros graves de dependência química).
Transtorno de Conduta
  O Transtorno de Conduta (TC) é o distúrbio
psiquiátrico mais freqüente na infância e
adolescência e a primeira causa de
encaminhamento ao Psiquiatra Infantil.
Constitui-se de uma constelação de
comportamentos anti-sociais e agressivos,
que podem se tornar proeminentes já numa
fase muito precoce da infância (Assumpção,
2003).
• Os fatores de risco mais importantes para o
  desenvolvimento do transtorno, segundo o
  estudo de Ontário são:
• Disfunção no funcionamento familiar;
• Doença mental dos pais;
• Baixa renda (para crianças de 4 a 11 anos,
  mas não para adolescentes) (Offord et al,
  1987).
• Para o diagnóstico, o DSM-IV propõe os seguintes
  critérios:
• A – Padrão repetitivo e persistente de
  comportamento no qual são violados os direitos
  básicos dos outros ou normas ou regras sociais
  importantes apropriadas à idade, manifestado
  pela presença de 3 ou + dos seguintes critérios
  nos últimos 12 meses, com pelo menos um
  critério presente nos últimos 6 meses
Agressão a pessoas e animais
•     Freqüentemente provoca, ameaça ou intimida outros
•    Freqüentemente inicia lutas corporais
•     Utilizou uma arma capaz de causar sério dano físico a
    outros (p.ex. bastão, tijolo, garrafa quebrada, faca, arma de
    fogo)
•     Foi fisicamente cruel com pessoas
•     Foi fisicamente cruel com animais
•       Roubou com confronto com a vítima (p.ex. bater
    carteira, arrancar bolsa, extorsão, assalto à mão armada)
•     Forçou alguém a ter atividade sexual consigo
Destruição de propriedade
•     Envolveu-se deliberadamente na provocação de incêndio
    com a intenção de causar sérios danos
•    Destruiu deliberadamente a propriedade alheia (diferente
    de provocação de incêndio)
•    Defraudação ou furto
•    Arrombou residência, prédio ou automóvel alheios.
•    Mente com freqüência para obter bens ou favores ou para
    evitar obrigações legais (isto é, ludibria outras pessoas)
•    Roubou objetos de valor sem confronto com a vítima
    (p.ex. furto em lojas, mas sem arrombar e invadir;
    falsificação)
Sérias violações de regras
•      Freqüentemente permanece na rua à noite, apesar de proibições
    dos pais, iniciando antes dos 13 anos de idade.
•     Fugiu de casa à noite pelo menos 2 vezes, enquanto vivia na casa
    dos pais ou lar adotivo (ou uma vez, sem retornar por um extenso
    período)
•     Freqüentemente gazeteia à escola, iniciando antes dos 13 anos de
    idade.
•     A perturbação no comportamento causa prejuízo clinicamente
    significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.
•    Se o indivíduo tem 18 anos ou mais, não são satisfeitos os critérios
    para o Transtorno de Personalidade Anti-social (DSM-IV, 1995).
COMORBIDADES
•   TDAH (43%, mais comum na infância e nos meninos; maior incidência de
    persistência dos comportamentos anti-sociais na vida adulta);
•   Ansiedade, depressão e TOC (33%, mais comum na adolescência e nas
    meninas).
•   O transtorno de conduta está associado a baixo rendimento escolar e a
    problemas de relacionamento com colegas.
•   Fatores Associados: ser do sexo masculino, receber cuidados maternos e
    paternos inadequados, viver em meio a discórdia conjugal, ser criado por
    pais agressivos e violentos, ter mãe com problemas de saúde mental,
    residir em áreas urbanas e ter nível sócio-econômico baixo. Para homens,
    o fator de risco mais importante parece ser pais com problemas de saúde
    mental e para mulheres, abuso sexual na infância e o fato de terem sido
    criadas por pais com comportamento anti-social ou abuso de álcool/
    drogas.
Prevalência
Quanto ao Transtorno de Conduta, sua prevalência varia de acordo
com os vários estudos da área, ficando entre 5 e 10%, sendo 2 a 3
vezes mais comum entre os meninos, embora esta proporção
venha diminuindo ao longo dos últimos anos. É o diagnóstico mais
freqüente na população de meninos e responsável por quase ¾ de
todos os transtornos diagnosticados nesta população. A situação
sócio-econômica interfere nestes dados, sendo observada uma
duplicação nos índices de TC para populações mais pobres.
Acompanhando-se o desenvolvimento destas crianças, observa-se
uma diminuição na freqüência de sintomas de menor gravidade
com a idade e aumento daqueles de natureza mais séria
(vandalismo, tentar machucar alguém, crueldade com animais) a
medida em que vão se tornando mais velhos (Rutter, 2002)
TRATAMENTO
• Detecção precoce, ação preventiva, intervenções
  psicossociais junto aos pais e à escola.
• Com relação aos psicofármacos, estes são
  indicados quando há comorbidades ou para
  alguns sintomas alvo (ex: idéias paranóides
  associadas a agressividade, convulsões).

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Transtorno do Comportamento Disruptor

  • 2. • Os transtornos da infância diretamente relacionados com o comportamento são os transtornos de oposição e desafio e o transtorno de conduta. São caracterizados por um padrão repetitivo e persistente de comportamento agressivo, desafiador, indo contra as regras de convivência social.
  • 3. • Tal comportamento deve ser suficientemente grave, sendo diferente de travessuras infantis ou rebeldia "normal" da adolescência. O Transtorno de oposição e desafio (TOD) tem maior incidência na faixa etária dos 4 aos 12 anos e atinge mais meninos que meninas. Tem como característica um comportamento opositor às normas, discute com adultos, perde o controle, fica aborrecido facilmente e aborrece aos outros.
  • 4. • No Transtorno de Conduta, que é mais comum entre adolescentes do que crianças e é mais comum também entre meninos, o padrão disfuncional de comportamento é mais grave que no Transtorno de oposição e desafio. Eles freqüentemente agridem pessoas e animais, envolvem-se em brigas, em destruição de propriedade alheia, furtos ou ainda agressão sexual
  • 5. • Sérias violações de regras, como fugir de casa, não comparecimento sistemático à aula e enfrentamento desafiador e hostil com os pais também são sinais da doença. Esse transtorno está freqüentemente associado à ambientes psicossociais adversos, tais como: instabilidade familiar, abuso físico ou sexual, violência familiar, alcoolismo e sinais de severa perturbação dos pais.
  • 6. • A comorbidade desses transtornos com o abuso de substâncias e TDAH chega a quase 50%. O tratamento dos transtornos de oposição e de conduta envolve principalmente psicoterapia individual e familiar, e às vezes reclusão em unidades corretivas. O tratamento das comorbidades é fundamental e pode necessitar de medicação (nos casos de TDAH) ou até internação (em quadros graves de dependência química).
  • 7. Transtorno de Conduta O Transtorno de Conduta (TC) é o distúrbio psiquiátrico mais freqüente na infância e adolescência e a primeira causa de encaminhamento ao Psiquiatra Infantil. Constitui-se de uma constelação de comportamentos anti-sociais e agressivos, que podem se tornar proeminentes já numa fase muito precoce da infância (Assumpção, 2003).
  • 8. • Os fatores de risco mais importantes para o desenvolvimento do transtorno, segundo o estudo de Ontário são: • Disfunção no funcionamento familiar; • Doença mental dos pais; • Baixa renda (para crianças de 4 a 11 anos, mas não para adolescentes) (Offord et al, 1987).
  • 9. • Para o diagnóstico, o DSM-IV propõe os seguintes critérios: • A – Padrão repetitivo e persistente de comportamento no qual são violados os direitos básicos dos outros ou normas ou regras sociais importantes apropriadas à idade, manifestado pela presença de 3 ou + dos seguintes critérios nos últimos 12 meses, com pelo menos um critério presente nos últimos 6 meses
  • 10. Agressão a pessoas e animais • Freqüentemente provoca, ameaça ou intimida outros • Freqüentemente inicia lutas corporais • Utilizou uma arma capaz de causar sério dano físico a outros (p.ex. bastão, tijolo, garrafa quebrada, faca, arma de fogo) • Foi fisicamente cruel com pessoas • Foi fisicamente cruel com animais • Roubou com confronto com a vítima (p.ex. bater carteira, arrancar bolsa, extorsão, assalto à mão armada) • Forçou alguém a ter atividade sexual consigo
  • 11. Destruição de propriedade • Envolveu-se deliberadamente na provocação de incêndio com a intenção de causar sérios danos • Destruiu deliberadamente a propriedade alheia (diferente de provocação de incêndio) • Defraudação ou furto • Arrombou residência, prédio ou automóvel alheios. • Mente com freqüência para obter bens ou favores ou para evitar obrigações legais (isto é, ludibria outras pessoas) • Roubou objetos de valor sem confronto com a vítima (p.ex. furto em lojas, mas sem arrombar e invadir; falsificação)
  • 12. Sérias violações de regras • Freqüentemente permanece na rua à noite, apesar de proibições dos pais, iniciando antes dos 13 anos de idade. • Fugiu de casa à noite pelo menos 2 vezes, enquanto vivia na casa dos pais ou lar adotivo (ou uma vez, sem retornar por um extenso período) • Freqüentemente gazeteia à escola, iniciando antes dos 13 anos de idade. • A perturbação no comportamento causa prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional. • Se o indivíduo tem 18 anos ou mais, não são satisfeitos os critérios para o Transtorno de Personalidade Anti-social (DSM-IV, 1995).
  • 13. COMORBIDADES • TDAH (43%, mais comum na infância e nos meninos; maior incidência de persistência dos comportamentos anti-sociais na vida adulta); • Ansiedade, depressão e TOC (33%, mais comum na adolescência e nas meninas). • O transtorno de conduta está associado a baixo rendimento escolar e a problemas de relacionamento com colegas. • Fatores Associados: ser do sexo masculino, receber cuidados maternos e paternos inadequados, viver em meio a discórdia conjugal, ser criado por pais agressivos e violentos, ter mãe com problemas de saúde mental, residir em áreas urbanas e ter nível sócio-econômico baixo. Para homens, o fator de risco mais importante parece ser pais com problemas de saúde mental e para mulheres, abuso sexual na infância e o fato de terem sido criadas por pais com comportamento anti-social ou abuso de álcool/ drogas.
  • 14. Prevalência Quanto ao Transtorno de Conduta, sua prevalência varia de acordo com os vários estudos da área, ficando entre 5 e 10%, sendo 2 a 3 vezes mais comum entre os meninos, embora esta proporção venha diminuindo ao longo dos últimos anos. É o diagnóstico mais freqüente na população de meninos e responsável por quase ¾ de todos os transtornos diagnosticados nesta população. A situação sócio-econômica interfere nestes dados, sendo observada uma duplicação nos índices de TC para populações mais pobres. Acompanhando-se o desenvolvimento destas crianças, observa-se uma diminuição na freqüência de sintomas de menor gravidade com a idade e aumento daqueles de natureza mais séria (vandalismo, tentar machucar alguém, crueldade com animais) a medida em que vão se tornando mais velhos (Rutter, 2002)
  • 15. TRATAMENTO • Detecção precoce, ação preventiva, intervenções psicossociais junto aos pais e à escola. • Com relação aos psicofármacos, estes são indicados quando há comorbidades ou para alguns sintomas alvo (ex: idéias paranóides associadas a agressividade, convulsões).