O documento discute o câncer de glândula suprarrenal, incluindo sintomas, diagnóstico e tratamentos. Os principais sintomas incluem ganho de peso, puberdade precoce e produção excessiva de hormônios. O diagnóstico envolve exames de imagem, laboratoriais e biópsia. Os tratamentos são cirurgia, quimioterapia, radioterapia e medicamentos para bloquear hormônios. Novos estudos avaliam terapias-alvo e novas combinações de quimioterapia.
3. O que é Câncer de Glândula Suprarrenal?
A maioria dos tumores do córtex suprarrenal não é câncer. São tumores benignos
conhecidos como adenomas. O câncer suprarrenal na maioria das vezes é diagnosticado
devido aos sintomas e alterações causadas no corpo pela produção dos hormônios, como
ganho de peso, retenção de líquidos, puberdade precoce em crianças ou crescimento de
pêlos faciais ou corporais em excesso em mulheres e pelos sintomas causados pelo
crescimento do tumor.
4. Sintomas causados pela Produção de Estrogênio ou Andrógeno
Os sintomas causados pelo câncer suprarrenal são causados pelos hormônios produzidos
pelo tumor ou pela pressão que o tumor exerce em outros órgãos devido ao crescimento.
Em crianças, os sintomas são mais frequentemente causados pelos andrógenos
(hormônios masculinos); crescimento excessivo de pêlos faciais e corporais, aumento do
pênis em meninos ou do clitóris nas meninas. Se o tumor segrega estrogênios
(hormônios femininos), pode levar as meninas à puberdade precoce. Nas meninas, a
produção de estrogênio pode causar aumento da mama. Em adultos, os sintomas devido
ao aumento da produção dos hormônios sexuais são menos visíveis ou não apresentam
sintomas até que o tumor comece a pressionar órgãos adjacentes.
5. Sintomas causados pela Produção de Cortisol
Os níveis excessivos de cortisol provocam um problema conhecido como Síndrome de
Cushing. O aumento do nível de cortisol pode causar sintomas como:
ganho de peso, acúmulo de gordura no pescoço e ombros, estrias no abdome,
crescimento excessivo de pêlos em mulheres, menstruações irregulares, fraqueza e
perda de massa muscular nas pernas, depressão ou mau humor, osteoporose, diabetes
e hipertensão arterial.
6. Sintomas causados pela Produção de Aldosterona
Os principais sinais e sintomas são pressão alta, fraqueza, câimbras musculares e
diminuição do nível de potássio no sangue.
Sintomas causados pela Pressão do Tumor sobre os Órgãos Adjacentes
O crescimento do tumor suprarrenal pode pressionar os órgãos e tecidos adjacentes.
Isso pode causar dor na região do tumor, sensação de saciedade no abdome ou
dificuldade para comer devido a essa sensação de saciedade.
7. Diagnóstico do Câncer de Glândula Suprarrenal: Imagem
Os exames de imagem ajudam a localizar a lesão e são extremamente úteis para
determinar a extensão da doença o que se denomina estadiamento do câncer. Os
principais exames utilizados para o diagnóstico ou estadiamento do câncer da glândula
suprarrenal são:
• Radiografia de Tórax.
• Ultrassom.
• Tomografia Computadorizada.
• Ressonância Magnética.
• Tomografia por Emissão de Pósitrons.
8. Diagnóstico do Câncer de Glândula Suprarrenal: Laboratório
Os exames de sangue e urina são importantes para medir os níveis de hormônios
suprarrenais e diagnosticar se um paciente apresenta sinais e sintomas de câncer de
glândula suprarrenal. Os exames de sangue e urina são tão importantes quanto os
exames de imagem no diagnóstico da doença. Podem ser solicitados:
• Exames para medir o nível de cortisol.
• Exames para medir o nível de aldosterona.
• Exames para medir o nível de estrogênio e andrógeno.
9. Diagnóstico do Câncer de Glândula Suprarrenal: Biópsia
O procedimento comumente utilizado para obter o diagnóstico e estadiamento do
câncer de glândula suprarrenal é a biópsia por agulha, que é inserida através do abdome
até a glândula suprarrenal. Podem ser utilizados diferentes tipos de agulha:
• Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF) - Consiste na remoção de uma amostra
de células tumorais com uma seringa.
• Biópsia de Fragmento com Agulha (Core Biopsy) - Consiste na retirada de
fragmentos de tecido, com uma agulha de calibre mais grosso que da PAAF.
Ambos os procedimentos são geralmente guiados por ultrassom ou tomografia
computadorizada.
10. Estágios do Câncer de Glândula Suprarrenal
Sistema TNM:
I - T1, N0, M0.
II - T2, N0, M0.
III - T1 ou T2, N1, M0; ou T3, N0, M0.
IV - T3, N1, M0; ou T4, N0 ou N1, M0; ou qualquer T, qualquer N, M1.
Sistema ENSAT:
I - T1, N0, M0.
II - T2, N0, M0
III - T3 ou T4, N0, M0; ou qualquer T, N1, M0.
IV – Qualquer T, qualquer N, M1.
11. Tratamento: Cirurgia
A cirurgia para remover a glândula suprarrenal é denominada adrenalectomia. Existem
duas abordagens principais para a remoção da glândula suprarrenal cirurgia aberta e
cirurgia laparoscópica. Se o tumor invadiu o rim, todo o órgão ou parte dele também
devem ser retirados. Se a doença se desenvolveu no músculo e gordura da glândula
suprarrenal, estes tecidos também serão removidos. O objetivo principal da cirurgia é
retirar todo o tumor diminuindo assim a chance de recidiva.
12. Tratamento: Radioterapia
A radioterapia utiliza feixes de alta energia, como os raios-X, para matar as células
cancerosas e diminuir o tamanho do tumor. A radioterapia não é frequentemente
utilizada como o principal tratamento para o câncer de glândula suprarrenal, porque as
células cancerígenas não são fáceis de serem destruídas com radiação. A radioterapia
pode ser realizada após a cirurgia como tratamento adjuvante ou para tratar metástases
ósseas ou cerebrais.
13. Tratamento: Quimioterapia
O medicamento mais utilizado no tratamento do câncer de glândula suprarrenal é o
mitotano, que bloqueia a produção de hormônios pela glândula adrenal e também
destrói tanto as células suprarrenais cancerígenas, como o tecido saudável. O mitotano
é útil para pacientes com tumores de glândula suprarrenais com problemas
causados pela produção excessiva de hormônios. Mesmo quando não reduz o tumor, o
mitotano pode reduzir a produção de hormônios anormais e aliviar os sintomas. Cerca
de 80% dos pacientes com secreção hormonal excessiva são beneficiados pelo
mitotano. Outros medicamentos quimioterápicos usados no tratamento do câncer de
glândula suprarrenal são: Paclitaxel, 5-fluorouracil, Vincristina e Estreptozocina.
14. Tratamento: Outros medicamentos
Outros medicamentos podem ser utilizados para bloquear a produção de hormônios ou
diminuir os efeitos dos hormônios. O tratamento com algumas dessas medicações deve
ser supervisionado por um endocrinologista, porque afetam vários sistemas hormonais.
• Cetoconazol, aminoglutetimida e metirapona podem reduzir a produção de
hormônios esteroides suprarrenais.
• Espironolactona - Diminui o efeito da aldosterona.
• Mifepristone - Diminui os efeitos do cortisol.
• Tamoxifeno, toremifeno e fulvestranto - Podem bloquear os efeitos do estrogênio.
15. Vivendo com Câncer de Glândula Suprarrenal
O diagnóstico do câncer de glândula suprarrenal faz com que a maioria dos pacientes
passe a ver a vida sob outra perspectiva. Faça escolhas saudáveis, alimente-se bem, faça
exercícios e descanse sempre que precisar. Uma das coisas que ajuda muito o paciente
com câncer de glândula suprarrenal a enfrentar a doença é o apoio e a força que ele
recebe. Independente de como, o importante é que você encontre em algo ou alguém
essa ajuda, seja nos familiares, nos amigos, em ex-pacientes, em sites sobre a doença, ou
até em sua própria fé, você não precisa passar por tudo isso sozinho.
16. Novos Tratamentos
Quimioterapia - Alguns estudos clínicos em andamento estão avaliando novas combinações
de drogas quimioterápicas. Um estudo mostrou que o uso de gemcitabina e 5-FU em conjunto
podem ser útil para pacientes com câncer adrenocortical avançado. Outro estudo comparou
dois esquemas de quimioterapia: cisplatina, etoposídeo, doxorrubicina com mitotano versus
estreptozotocina com mitotano em pacientes com tumor suprarrenal avançado.
Terapia Alvo - Vários estudos estão avaliando o uso de medicamentos alvo isolados ou em
combinação com outras drogas, como o mitotano. Dois estudos recentes exploraram o efeito
de medicamentos que bloqueiam o hormônio do fator de crescimento insulina 2 (IGF2),
suspeito de aumentar o crescimento dos cânceres suprarrenais.