2. FABIANO DE CRISTO
Nasceu João Barbosa, na localidade de Soengas,
Portugal, no dia 08 de fevereiro de 1676 e
desencarnou no Rio de Janeiro, 17 de outubro
de 1747, aos 71 anos de idade.
Filho de Gervásio Barbosa
e Senhorinha Gonçalves,
Ficou conhecido pelo seu nome religioso
de Frei Fabiano de Cristo.
Foi frade da Ordem dos Frades Menores.
Ainda jovem emigrou para o Brasil
em busca de fortuna.
Chegou ao Rio de Janeiro, seguindo depois
para a atual cidade de Paraty-RJ.
Trabalhou em Mariana e Ouro Preto-MG.
Estabeleceu-se como comerciante em Paraty.
3. FABIANO DE CRISTO
Já em 1704 possuía uma boa condição
financeira, não deixando porém, de auxiliar
os mais necessitados.
Ajudava familiares, amigos e necessitados
de todas as formas, com dinheiro, remédios
e alimentos.
Ele vivia uma busca intensa de motivação
para a vida, experimentando um vazio que
o angustiava.
Certo dia, um de seus antigos sócios e mais
um companheiro foram assassinados, o que
teria feito João Barbosa repensar a sua
situação e questionar o que a fortuna
amealhada realmente representava.
4. FABIANO DE CRISTO
Sobre negócios, sua sorte era infinita,
bastava colocar as mãos e o
dinheiro se multiplicava.
Mas carregava em si a certeza de que sua
verdadeira tarefa na orbe terrestre
ainda não havia começado.
Sua alma pedia outros caminhos.
Descobre então que o dinheiro não é tudo.
5. FABIANO DE CRISTO
Chamado Divino
Certo dia, em 1704, Barbosa caminhava pensativo
pelas ruas desertas, naquela noite fria. Acabara de
atender a um pedido de alimentos e agasalhos feito
por uma família. Percebe que muitas pessoas
passavam desviando-se de algo estendido na calçada.
Apressa os passos e depara-se com uma pessoa a
estrebuchar-se no chão frio. Ele abaixa-se e recolhe o
doente em seus braços. Aquele corpo estremecia-se
de dor e o suor descia-lhe pelo rosto. Barbosa sente
algo estranho e parecia-lhe que uma luminosidade
partia do seu coração.
- Vamos amigo, não tenha medo, procurarei ajudá-lo –
diz ao estranho.
- Fui vítima de assalto – diz com dificuldade.
- Não fale agora. Aqui perto há uma hospedaria. Lá
será mais confortável e mais fácil tratá-lo.
6. FABIANO DE CRISTO
Chamado Divino
Barbosa passa a noite tentando baixar a febre do pobre homem.
Em meio aos delírios, ele olha com ternura para o seu benfeitor e
procurando segurar uma de suas mãos, fala:
- Finalmente vens de encontro ao meu regaço.
- Mas quem é o senhor que parece conhecer-me? – diz surpreso.
- Sou aquele a quem há muitos séculos serves. Voltastes a
procurar-me porque cansaste de juntar bens materiais. Vindo ao
meu encontro, procuras atender os aflitos, aplacando a fome do
corpo de muitos. Mas seu coração inundado de luz alcança muito
mais. Para continuar a servir-me, vá onde a dor é imensa. Enxugue
as lágrimas maternais, ensine o caminho do Bem a quem desviar-
se por arrastamentos e tentações inferiores. Veja que é chegada a
hora para ti, de encontrares o verdadeiro tesouro que está nas
Leis do nosso Pai.
7. FABIANO DE CRISTO
Chamado Divino
- Mas quem é o senhor, afinal? Indaga Barbosa.
- Eu sou o Cristo, meu filho e voltei para buscar-te e lembrar-te de tua
verdadeira missão. A todos que servires, será a mim que estarás servindo.
Portanto, dá tudo o que tens e terás a vida eterna. Assim me terás por
inteiro, e dessa forma trabalharemos juntos a servir o nosso Pai – responde
o desconhecido.
Em prantos, João refletiu sobre as palavras do “doente”, que entretanto
desaparece sem deixar esclarecimentos. Ele não consegue esquecer aquele
encontro. Depois da noite passada em claro, o dia já amanhecendo, João
Barbosa adormeceu e teve um sonho estranho. Se viu em um lugar muito
bonito, onde tinha à sua frente, um ser luminoso com um hábito marrom
que lhe estendia a mão sorrindo. Reconhecendo aquele ser de luz, cai de
joelhos e exclama:
8. FABIANO DE CRISTO
Chamado Divino
- Francisco de Assis!!! - reconhecendo o grande amigo de outrora.
Pois bem, meu irmão, se o seu coração anseia em amparar os aflitos e servir
ao Senhor Jesus, vem comigo - diz Francisco de Assis.
- Mas tenho que despojar-me dos bens terrenos.
E Francisco de Assis lhe fala mansamente:
- Os bens da vida eterna é que devem ser entesourados, Barbosa. De agora
em diante, o Evangelho será o teu tesouro maior. Não percas mais tempo.
Aplica-o na prática da caridade maior, entre todos. Tu não precisarás mais
percorrer muitos lugares para falar da paz e do amor de Cristo. Muitos irão
procurar-te e irás orientá-los para que encontrem o Reino de Deus. Para que
trabalhes com tranquilidade, o teu trabalho será de cargo singelo. O teu
coração nutrir-se-á de paciência e resignação. O teu corpo sofrerá para
que liberto seja o teu espírito das tentações da carne.
9. FABIANO DE CRISTO
A Missão Divina
Dividiu sua fortuna em 3 partes: familiares em Portugal, obras
assistenciais e famílias pobres.
Apresentou-se ao Convento de São Bernardino de Sena, no dia 08 de
novembro de 1704.
No dia 11 vestiu o hábito marrom e se transformou em "Frei Fabiano
de Cristo".
Em 1705, apresenta-se no Convento Santo Antônio, no Rio de
Janeiro. Diz ao superior que gostaria de ali permanecer para
servir, “aprendendo a amar o semelhante como Jesus ensinou em
suas lições”. Passa a desempenhar a função de porteiro.
Em 1708, assumiu o cargo de enfermeiro, muito embora não tivesse
conhecimento sobre o assunto. Dormia na própria enfermaria.
Desempenhou essa função por cerca de 30 anos. Usava a água
fluidificada e o passe pela imposição de suas mãos, para curar e
aliviar as dores.
10. FABIANO DE CRISTO
A Missão Divina
Fabiano de Cristo começava sua nova vida. Ali ouviria o
semelhante, choraria com suas dificuldades físicas e espirituais,
porém, saberia que dessa forma estaria com o Mestre Jesus.
Lágrimas rolaram mais uma vez pela face do agora Frei Fabiano de
Cristo, constituindo-se em um soldado da caridade.
Consolava os aflitos, curava chagas profundas e aliviava as dores
físicas e espirituais de quem o procurava.
Desdobrava-se com facilidade e socorria enfermos a grandes
distâncias.
Ele nunca se dizia cansado, estava sempre disposto, apesar de
sofrer profundamente com uma grande ferida em sua perna, que
provocava dores intensas.
11. FABIANO DE CRISTO
A Missão Divina
O procedimento de Fabiano, em apenas administrar água para os
enfermos e logo após vê-los curados, chamou a atenção do Dr.
Fortes, que voluntariamente atendia os pacientes no convento e em
seu consultório. Fabiano o auxiliava em tudo, por isso, certa feita,
Dr. Fortes o chamou e lhe disse:
- Observo Frei, a sua dedicação para com os enfermos, e sei que
nada mais fazes do que dar e limpar as feridas com a água. Vejo
que logo após, os doentes melhoram e curam-se rapidamente. O
que há nessa água? Qual a medicação que colocas nela?
- Nada mais faço do que orar, senhor. Peço ao nosso Pai e a Jesus, o
verdadeiro médico, que ajude a sarar os ferimentos da alma e do
corpo das criaturas. Se for da vontade do Pai, o doente se cura
também por sua fé. Creio que se o senhor fizer o mesmo, Ele o
atenderá com muito mais facilidade, pois o senhor é mais sábio que
eu, em cultura e conhecimento médico. Eu nada sou.
12. FABIANO DE CRISTO
Desenvolveu erisipela nas duas pernas e quistos nos joelhos – resultado das
horas em que ficava de joelhos em preces à Virgem Maria de Nazaré.
Previu seu desencarne três dias antes. No dia 14 de outubro de 1747, dirige-
se ao Superior do Convento para se despedir e também obter licença para
abraçar um por um dos enfermos e dos amigos que ali encontrou.
No dia seguinte, ainda alentava os enfermos, confortando-os com suas
preces.
No dia 16 de outubro de 1747, todos queriam adentrar a cela onde Frei
Fabiano de Cristo estava. Queriam retribuir o carinho que sempre
receberam daquele enorme coração. Como viver sem a presença desse que
transmitia só amor e alegria? Onde buscar alegria para vencer a dor? E
Fabiano respondeu: - Em Deus, meus filhos. Procurem estar sempre no
regaço do Cristo. Só Ele poderá ajudá-los, nunca esqueçam disso.
Dia 17 de outubro de 1747, Frei Fabiano de Cristo desencarna. Legiões de
espíritos vêm ao encontro de Fabiano.
13. FABIANO DE CRISTO
"O Pai dos Pobres partia da Terra, mas está eternamente em cada ser",
retribuiu com estas palavras seu eterno companheiro,
Francisco de Assis.
15. FABIANO DE CRISTO
O que falta para que eu atenda ao chamado do Mestre Amado,
como fizeram Francisco de Assis e Fabiano de Cristo?
Eu preciso me cristianizar?
Ou evangelizar-me?
Fé ou obras?