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Cultura, um conceito antropológico
Roque de Barros Laraia
O debate sobre os elementos determinantes da cultura levou alguns
teóricos a afirmarem que existe uma relação direta entre raça e cultura, ou
seja, existem capacidades específicas inatas à "raças" ou a outros grupos
humanos, por exemplo: os nórdicos são mais inteligentes do que os negros;
que os alemães têm mais habilidade para a mecânica; que os judeus são
avarentos e negociantes etc.
No passado atribuía-se a origem das diferenças culturais às diferenças
genéticas; entretanto, segundo Felix Keesing, não existe correlação
significativa entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição dos
comportamentos culturais. Qualquer criança humana normal pode ser
educada em qualquer cultura, se for colocada desde o início em situação
conveniente de aprendizado.
O determinismo geográfico considera que as diferenças do ambiente
físico condicionam a diversidade cultural. A partir de 1920, antropólogos
como Boas, Wissler, Kroeber, negaram esta teoria afirmando que existe uma
limitação na influência geográfica sobre os fatores culturais, pois é possível e
comum existir uma grande diversidade cultural localizada em um mesmo tipo
de ambiente físico.
A respeito do termo cultura, no final do século XVIII e no princípio do
seguinte, Laraia afirma que o termo germânico Kultur era utilizado para
simbolizar todos os aspectos espirituais de uma comunidade, enquanto a
palavra francesa Civilization referia-se principalmente às realizações materiais
de um povo.
O conceito de Cultura, pelo menos como utilizado atualmente, foi
definido pela primeira vez por Tylor. Segundo este conceito, Cultura é este
todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes
ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como
membro de uma sociedade.
A contribuição de Kroeber para a ampliação do conceito de cultura pode
ser relacionada nos seguintes pontos:
1. A cultura, mais do que a herança genética, determina o
comportamento do homem e justifica as suas realizações.
2. O homem age de acordo com os seus padrões culturais. Os seus
instintos foram parcialmente anulados pelo longo processo
evolutivo por que passou. (Voltaremos a este ponto mais
adiante.)
3. A cultura é o meio de adaptação aos diferentes ambientes
ecológicos. Em vez de modificar para isto o seu aparato
biológico, o homem modifica o seu equipamento
superorgânico.
4. Em decorrência da afirmação anterior, o homem foi capaz de
romper as barreiras das diferenças ambientais e transformar
toda a terra em seu hábitat.
5. Adquirindo cultura, o homem passou a depender muito mais do
aprendizado do que a agir através de atitudes geneticamente
determinadas.
6. Como já era do conhecimento da humanidade, desde o
Iluminismo, é este processo de aprendizagem (socialização ou
endoculturação, não importa o termo) que determina o seu
comportamento e a sua capacidade artística ou profissional.
7. A cultura é um processo acumulativo, resultante de toda a
experiência histórica das gerações anteriores. Este processo
limita ou estimula a ação criativa do indivíduo.
8. Os gênios são indivíduos altamente inteligentes que têm a
oportunidade de utilizar o conhecimento existente ao seu
dispor, construído pelos participantes vivos e mortos de seu
sistema cultural, e criar um novo objeto ou uma nova técnica.
A ORIGEM DA CULTURA
A cultura desenvolveu-se, pois, simultaneamente com o próprio
equipamento biológico e é, por isso mesmo, compreendida como uma das
características da espécie, ao lado do bipedismo e de um adequado volume
cerebral.
A CULTURA CONDICIONA A VISÃO DO HOMEM
Ruth Benedict escreveu em seu livro O crisântemo e a espada que a
cultura é como uma lente através da qual o homem vê o mundo. Homens de
culturas diferentes usam lentes diversas e, portanto, têm visões
desencontradas das coisas.
Comportamentos etnocêntricos resultam também em apreciações
negativas dos padrões culturais de povos diferentes. Práticas de outros
sistemas culturais são catalogadas como absurdas, deprimentes e imorais.
OS INDIVÍDUOS PARTICIPAM DIFERENTEMENTE DE SUA CULTURA
A participação do indivíduo em sua cultura é sempre limitada; nenhuma
pessoa é capaz de participar de todos os elementos de sua cultura.
Existem limitações que são objetivamente determinadas pela idade: uma
criança não está apta para exercer certas atividades próprias de adultos,
Embora nenhum indivíduo, repetimos, conheça totalmente o seu sistema
cultural, é necessário ter um conhecimento mínimo para operar dentro do
mesmo. Além disto, este conhecimento mínimo deve ser partilhado por todos
os componentes da sociedade de forma a permitir a convivência dos mesmos.
A CULTURA É DINÂMICA
Existem dois tipos de mudança cultural: uma que é interna, resultante da
dinâmica do próprio sistema cultural, e uma segunda que é o resultado do
contato de um sistema cultural com um outro.
No primeiro caso, a mudança pode ser lenta, quase impercebível para o
observador que não tenha o suporte de bons dados diacrônicos. O ritmo,
porém, pode ser alterado por eventos históricos tais como uma catástrofe,
uma grande inovação tecnológica ou uma dramática situação de contato.
O segundo caso, como vimos na afirmação do Manifesto sobre
aculturação, pode ser mais rápido e brusco. No caso dos índios brasileiros,
representou uma verdadeira catástrofe. Mas, também, pode ser um processo
menos radical, onde a troca de padrões culturais ocorre sem grandes traumas.
Este segundo tipo de mudança, além de ser o mais estudado, é o mais
atuante na maior parte das sociedades humanas.
É praticamente impossível imaginar a existência de um sistema cultural
que seja afetado apenas pela mudança interna. Isto somente seria possível no
caso, quase absurdo, de um povo totalmente isolado dos demais.
Por isto, a mudança proveniente de causas externas mereceu sempre
uma grande atenção por parte dos antropólogos.
Entender esta dinâmica é importante para atenuar o choque entre as
gerações e evitar comportamentos preconceituosos.
Da mesma forma que é fundamental para a humanidade a compreensão
das diferenças entre povos de culturas diferentes, é necessário saber
entender as diferenças que ocorrem dentro do mesmo sistema.
Este é o único procedimento que prepara o homem para enfrentar
serenamente este constante e admirável mundo novo do porvir.

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1 Resumo: cultura, um conceito antropológico (LARAIA)

  • 1. Cultura, um conceito antropológico Roque de Barros Laraia
  • 2. O debate sobre os elementos determinantes da cultura levou alguns teóricos a afirmarem que existe uma relação direta entre raça e cultura, ou seja, existem capacidades específicas inatas à "raças" ou a outros grupos humanos, por exemplo: os nórdicos são mais inteligentes do que os negros; que os alemães têm mais habilidade para a mecânica; que os judeus são avarentos e negociantes etc. No passado atribuía-se a origem das diferenças culturais às diferenças genéticas; entretanto, segundo Felix Keesing, não existe correlação significativa entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição dos comportamentos culturais. Qualquer criança humana normal pode ser educada em qualquer cultura, se for colocada desde o início em situação conveniente de aprendizado. O determinismo geográfico considera que as diferenças do ambiente físico condicionam a diversidade cultural. A partir de 1920, antropólogos como Boas, Wissler, Kroeber, negaram esta teoria afirmando que existe uma limitação na influência geográfica sobre os fatores culturais, pois é possível e comum existir uma grande diversidade cultural localizada em um mesmo tipo de ambiente físico.
  • 3. A respeito do termo cultura, no final do século XVIII e no princípio do seguinte, Laraia afirma que o termo germânico Kultur era utilizado para simbolizar todos os aspectos espirituais de uma comunidade, enquanto a palavra francesa Civilization referia-se principalmente às realizações materiais de um povo. O conceito de Cultura, pelo menos como utilizado atualmente, foi definido pela primeira vez por Tylor. Segundo este conceito, Cultura é este todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade.
  • 4. A contribuição de Kroeber para a ampliação do conceito de cultura pode ser relacionada nos seguintes pontos: 1. A cultura, mais do que a herança genética, determina o comportamento do homem e justifica as suas realizações. 2. O homem age de acordo com os seus padrões culturais. Os seus instintos foram parcialmente anulados pelo longo processo evolutivo por que passou. (Voltaremos a este ponto mais adiante.) 3. A cultura é o meio de adaptação aos diferentes ambientes ecológicos. Em vez de modificar para isto o seu aparato biológico, o homem modifica o seu equipamento superorgânico. 4. Em decorrência da afirmação anterior, o homem foi capaz de romper as barreiras das diferenças ambientais e transformar toda a terra em seu hábitat. 5. Adquirindo cultura, o homem passou a depender muito mais do aprendizado do que a agir através de atitudes geneticamente determinadas.
  • 5. 6. Como já era do conhecimento da humanidade, desde o Iluminismo, é este processo de aprendizagem (socialização ou endoculturação, não importa o termo) que determina o seu comportamento e a sua capacidade artística ou profissional. 7. A cultura é um processo acumulativo, resultante de toda a experiência histórica das gerações anteriores. Este processo limita ou estimula a ação criativa do indivíduo. 8. Os gênios são indivíduos altamente inteligentes que têm a oportunidade de utilizar o conhecimento existente ao seu dispor, construído pelos participantes vivos e mortos de seu sistema cultural, e criar um novo objeto ou uma nova técnica.
  • 6. A ORIGEM DA CULTURA A cultura desenvolveu-se, pois, simultaneamente com o próprio equipamento biológico e é, por isso mesmo, compreendida como uma das características da espécie, ao lado do bipedismo e de um adequado volume cerebral. A CULTURA CONDICIONA A VISÃO DO HOMEM Ruth Benedict escreveu em seu livro O crisântemo e a espada que a cultura é como uma lente através da qual o homem vê o mundo. Homens de culturas diferentes usam lentes diversas e, portanto, têm visões desencontradas das coisas. Comportamentos etnocêntricos resultam também em apreciações negativas dos padrões culturais de povos diferentes. Práticas de outros sistemas culturais são catalogadas como absurdas, deprimentes e imorais.
  • 7. OS INDIVÍDUOS PARTICIPAM DIFERENTEMENTE DE SUA CULTURA A participação do indivíduo em sua cultura é sempre limitada; nenhuma pessoa é capaz de participar de todos os elementos de sua cultura. Existem limitações que são objetivamente determinadas pela idade: uma criança não está apta para exercer certas atividades próprias de adultos, Embora nenhum indivíduo, repetimos, conheça totalmente o seu sistema cultural, é necessário ter um conhecimento mínimo para operar dentro do mesmo. Além disto, este conhecimento mínimo deve ser partilhado por todos os componentes da sociedade de forma a permitir a convivência dos mesmos.
  • 8. A CULTURA É DINÂMICA Existem dois tipos de mudança cultural: uma que é interna, resultante da dinâmica do próprio sistema cultural, e uma segunda que é o resultado do contato de um sistema cultural com um outro. No primeiro caso, a mudança pode ser lenta, quase impercebível para o observador que não tenha o suporte de bons dados diacrônicos. O ritmo, porém, pode ser alterado por eventos históricos tais como uma catástrofe, uma grande inovação tecnológica ou uma dramática situação de contato. O segundo caso, como vimos na afirmação do Manifesto sobre aculturação, pode ser mais rápido e brusco. No caso dos índios brasileiros, representou uma verdadeira catástrofe. Mas, também, pode ser um processo menos radical, onde a troca de padrões culturais ocorre sem grandes traumas.
  • 9. Este segundo tipo de mudança, além de ser o mais estudado, é o mais atuante na maior parte das sociedades humanas. É praticamente impossível imaginar a existência de um sistema cultural que seja afetado apenas pela mudança interna. Isto somente seria possível no caso, quase absurdo, de um povo totalmente isolado dos demais. Por isto, a mudança proveniente de causas externas mereceu sempre uma grande atenção por parte dos antropólogos. Entender esta dinâmica é importante para atenuar o choque entre as gerações e evitar comportamentos preconceituosos. Da mesma forma que é fundamental para a humanidade a compreensão das diferenças entre povos de culturas diferentes, é necessário saber entender as diferenças que ocorrem dentro do mesmo sistema. Este é o único procedimento que prepara o homem para enfrentar serenamente este constante e admirável mundo novo do porvir.