Análise do texto: Narrativas autobiográficas de professoras /es de línguas na Universidade: letramento racial crítico e teoria racial crítica, de Aparecida de Jesus Ferreira, na perspectiva do letramento e da construção identitária.
1. Disciplina: Formação do Professor nas Letras Estrangeiras
Professor: Francisco Carlos Fogaça
Tema: Letramentos
Estudante: Itamara Peters
CURITIBA
2018
UFPR
2. Texto 1: NARRATIVAS AUTOBIOGRÁFICAS DE
PROFESSORAS/ES DE LÍNGUAS NA
UNIVERSIDADE: LETRAMENTO RACIAL
CRÍTICO E TEORIA RACIAL CRITICA
Aparecida de Jesus Ferreira
4. Letramento
[ ... 1 as práticas de letramento são constitutivas da identidade e da
pessoalidade. O que quero dizer com isso é que, quaisquer que sejam as
formas de leitura e escrita que aprendemos e usamos, elas são associadas
a determinadas identidades e expectativas sociais acerca de modelos de
comportamento e papéis a desempenhar. (STREET;BAGNO, 2006, p. 466).
5. Letramento crítico
O letramento crítico é também entendido como uma ferramenta para
entender o contexto social, político e ideológico em que o aluno se insere.
O letramento crítico é também entendido como uma ferramenta para
entender o contexto social, político e ideológico em que o aluno se insere.
6. Letramento racial crítico
Letramento Racial é uma compreensão das formas Letramento poderosas e complexas
em que raça influencia as experiências sociais, econômicas, políticas e educacionais de
Racial indivíduos e grupos." (SKERRETT,2011, p. 314).
Letramento Racial, obriga-nos a repensar a raça Letramento como um instrumento de
controle social, geográfico e econômico de ambos brancos e negros." (GUINIER, 2004, p.
114).
7. Narrativa
Narrativa e contranarrativa deveria ser capturada pelo pesquisador, experimentada pelos
participantes da pesquisa, e dito por pessoas negras. Os avanços da Teoria Racial Crítica (TRC)
que centralizam raça na narrativa e contranarrativa para o conhecedor e para o conhecido. Em
outras palavras, raça e racismo são colocados no centro da análise através da narrativa e da
contranarrativa na Teoria Racial Crítica. (MILNER; HOWARD, 2013, p. 542).
Historicamente, a narrativa [contar histórias] tem sido uma espécie de remédio para curar as
feridas da dor causada pela opressão racial. A história da própria condição conduz à realização
de como se chegou a serem oprimidos e subjugados, permitindo assim que uma pessoa pare de
infligir violência mental sobre si mesmo. (LADSON-BILLlNGS, 1998, p. 14).
8. Questões norteadoras
Às questões de identidades sociais e diversidade que ocorreram em janeiro de 2003,
com a Lei Federal n° 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino de "História e Cultura
Afro-Brasileira“ (BRASIL,2005a, 2005b). De acordo com o Brasil (2005a. 2005b), História e
Cultura Afro-Brasileira é um conteúdo que deve ser ensinado em todas as disciplinas do
currículo escolar.
A contribuição para a educação no Brasil feita pela Lei Federal nº 10.639/2003.
As diretrizes para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira.
Como as universidades e as/os professoras/es estão sendo preparados por seus cursos
de formação, bem como por atividades de formação continuada, para efetivar a
inclusão de questões que abordem as questões de diversidade étnico-racial nos seus
currículos?
9. Preocupação, no que se refere à Lei Federal nº
10.639/2003 e à Lei Federal nº 11.645/2008, diz respeito
ao interesse e à necessidade de desenvolver essa
pesquisa.
O preparo do/a professor/a para trazer a discussão de identidade racial no contexto escolar.
Quero com isso dizer que apenas fornecendo materiais de ensino não é suficiente, pois há a
necessidade de observar os professores na sala de aula, porque esse é o lugar onde os
materiais são utilizados e onde "mensagens são enviadas sobre o tema raça/etnia em sala de
aula"
10. PERSPECTIVAS INTERCULTURAIS SOBRE O LETRAMENTO
Brian Street
Práticas de letramento
Existem vários modos diferentes pelos quais representamos nossos usos e
significados de ler e escrever em diferentes contextos sociais e o
testemunho de sociedades e épocas diferentes demonstra que é
enganoso pensar em uma coisa única e compacta chamada
letramento. (2007, p. 02).
Modelo ideológico de letramento
Reconhece uma multiplicidade de letramentos;
O significado e os usos das práticas de letramento estão relacionados
com contextos culturais específicos;
Essas práticas estão sempre associadas com relações de poder e
ideologia;
11. Letramento e identidade para Street
As práticas de letramento são constitutivas da identidade e da pessoalidade (personhood).
As formas de leitura e escrita que aprendemos e usamos, são associadas a determinadas
identidades e expectativas sociais acerca de modelos de comportamento e papéis a
desempenhar.
Os usos e significados de letramento em diferentes sociedades são semelhantes aos usos e
significados do conceito de pessoa, na medida em que ambos representam o que Kirkpatrick
chama campos, (p. 468).
existe frequentemente uma relação fundamental entre os campos ideológicos de pessoalidade
e letramento.
O que vem a ser uma pessoa, a ser moral e a ser humano em contextos culturais específicos é
muitas vezes representado pelo tipo de práticas de letramento em que a pessoa está
comprometida. (p. 469).
12. LETRAMENTOS COMO LUGARES DE NEGOCIAÇÃO
a aquisição de um conjunto particular de práticas de letramento, enquanto
claramente associada a identidades culturais particulares, pode de fato ser um foco
para transformação e desafio. (p.471).
o letramento dominante marginaliza outras variedades, afirma sua própria dominação
e disfarça sua própria base de classe e de cultura são questões que raramente têm
sido levanta das no campo do letramento; (p. 472)
13. Letramento e variação contextual
O contexto social do aprendizado do letramento facilita o uso;
O letramento afeta as pessoas;
Os processos de letramento não podem ser entendidos simplesmente em
termos de escolarização e pedagogia: eles são parte de instituições e
concepções sociais mais abrangentes. (p. 475).
As práticas de letramento de gerações diferentes podem ser tão
diferentes quanto as de culturas diferentes. (p. 480).
14. Eventos de letramento e práticas de letramento
“Eventos de letramento se refere a qualquer ocasião em que um trecho
de escrita é essencial à natureza das interações dos participantes e a
seus processos interpretativos” (STREET, 2014, 18).
“O conceito de ‘práticas de letramento’ se coloca num nível mais alto
de abstração e se refere igualmente ao comportamento e às
conceitualizações sociais e culturais que conferem sentido aos usos da
leitura e/ou da escrita. As práticas de letramento incorporam não só os
‘eventos de letramento’, como ocasiões empíricas às quais o letramento
é essencial, mas também modelos populares desses eventos e as
preconcepções ideológicas que os sustentam.” (STREET, 2014, p. 18).
“Práticas de letramento são modos culturais gerais de utilização do
letramento aos quais as pessoas recorrem num evento de letramento”
(STREET, 2014, p. 18).
15. “[...] ‘eventos de letramento’ é um conceito útil porque capacita pesquisadores, e
também praticantes, a focalizar uma situação particular onde as coisas estão
acontecendo e pode-se vê-las enquanto acontecem” (STREET, 2012, p. 75).
“As práticas de letramento referem-se a essa concepção cultural mais ampla de modos
particulares de pensar sobre a leitura e a escrita e de realiza-la em contextos culturais”
(STREET, 2014, p. 71).
16. Questões de identidade
Maria Aparecida Resende Ottoni
O significado identificacional é relacionado por Fairclough (2003) ao conceito de estilo,
diz respeito aos modos de ser ou identidades em seus aspectos linguísticos e semióticos.
Tem relação com o conceito de modernidade tardia.
Novo sentido de identidade – busca a identificação do “eu”.
Para Hall (2001, p.222) a identidade não é um fato concluído, deve ser pensada de
modo incompleto, em constante reconstrução, ou seja, é reposicionada.
17. Para Ottoni (2014, p.39) [...] “devemos considerar nossas identidades como
construídas em nossas práticas discursivas com o outro, pois as pessoas
têm suas identidades construídas de acordo com a maneira pela qual se
vinculam ao discurso.” [...] “as identidades se formam, são atravessadas
pelas posições de sujeitos que são construídas historicamente nos discursos
e reflexivamente através de um processo de negociação.
18. Relações sociais e identidades
Segundo Ottoni (2014, p. 49) [...] Os estilos estão ligados à identificação (como as pessoas se
identificam e como são identificadas pelos outros) e as identidades.
Os estilos se manifestam por diferentes recursos (pronúncia, entonação, domínio vocabular,
adequação da variante, recursos visuais, etc).
19. De acordo com Lima (2014, p. 71) “Na construção de identidades, há valores
culturais que fazem com que nossa autoestima seja alta ou baixa, de acordo com as
posições que ocupamos na sociedade.”
“A construção da identidade se dá na cultura da escola, por meio de suas práticas.”
Relação linguagem e ideologia nos processos de formação e de desenvolvimento
discursivo.
20. Letramentos e identidade
Guilherme Veiga Rios
Segundo Barton (1994) “as práticas de letramento são modos culturais gerais pelos
quais as pessoas usam o letramento”.
Rios (2014, p. 178) afirma que “no evento de letramento, os papéis dos participantes,
suas identidades sociais e os sentidos dos textos são dinâmicos, [...] os sentidos dos
materiais escritos e as identidades sociais são negociados e reestruturados pelos
participantes no curso mesmo do evento.”
21. “As lutas pelas identidades são lutas pelo poder e pela posse
de representações de prestigio. Nesse sentido, o acesso aos
letramentos pode ser visto como uma forma de aquisição
dessas representações e dos modos de agir com a língua.”
(Batista Jr e Sato, 2014, p. 197).
22. Segundo Batista e Sato (2014, p. 199) [...] “ao produzir
significados nos eventos de letramento, as identidades
se constroem, recriam seus espaços e possibilitam a
manutenção ou a transformação das práticas.”
23. O ato de aprender está diretamente relacionado à
função social que o sujeito exerce e às experiências
individuais, intimamente relacionadas com o modo de
pensamento que o sujeito possui, portanto, aprender
não é “repetir a lição” memorizada mecanicamente,
vai muito além. (FREIRE,1994, p. 33.).
24. Referências
FERREIRA, Aparecida de Jesus. Narrativas autobiográficas de professoras/es de
línguas na universidade: letramento racial crítico e teoria racial critica. São Paulo:
Pontes, 2015.
FREIRE, Paulo. Professora Sim, Tia Não – cartas a quem ousa ensinar. 4ª ed. São
Paulo: Olho d’Água, 1994.
OTTONI, Maria Aparecida Resende e LIMA, Maria Cecília. Discursos, Identidades e
Letramentos. São Paulo: Cortez, 2014.
STREET, B. Letramentos Sociais: abordagens críticas do letramento no
desenvolvimento, na etnografia e na educação. Trad. Marcos Bagno. São Paulo:
Parábola, 2014.
_____. Perspectivas interculturais sobre o letramento. Revista de Filologia, v.7, 2007.