1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre o tema: “Se somos livres para
buscar a nossa felicidade, porque então o mundo está no caos”, respondendo às questões
abaixo, baseadas no pensamento dos filósofos:
- Como você avalia a questão da liberdade, nesse novo mundo?
- Como você avalia o conceito de felicidade, nesse novo mundo?
- Em que pontos, nos vídeos, os homens se aproximam dos animais, e em que ponto eles
se afastam?
- Como deveria (poderia) ser essa busca pela felicidade e pela liberdade?
Para refletir sobre o tema proposta é primordial que liberdade e felicidade sejam
definidas, com base em dois vídeos apresentados em sala de aula: “A Ilha das Flores” e
“Globalização” idealizado por Sthefany S. Blanco.
DEFININDO FELICIDADE
Existem diferentes abordagens que tratam do estudo da felicidade, desde a
filosofia – que estudo os grupos humanos inseridos na sociedade, até a psicologia – que
estuda o homem e seu comportamento assim como as religiões.
Estamos sempre em busca da felicidade e os filósofos assim como os religiosos
sempre buscaram definir a natureza e o tipo de comportamento ou estilo de vida que levaria
o homem à felicidade que tanto almeja.
As definições são muitas vertendo sempre para um único ponto: satisfação,
equilíbrio físico, equilíbrio psicológico, a ausência de do sofrimento e da inquietude.
A felicidade está relacionada às emoções e aos sentimentos, indo desde o
contentamento, alegria intensa ou até mesmo júbilo. O bem-estar e a paz interior também
fazer parte do contexto da felicidade.
De acordo com Aristóteles a felicidade é “a atividade virtuosa da alma, em
conformidade com a razão”, ou seja, a prática da virtude.
Mas como podemos definir felicidade de forma correta e de modo a
compreendê-la em sua plenitude e de forma eficaz?
O que devemos fazer para sermos felizes?
Como devemos ser felizes?
Para que somos felizes?
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Quanto podemos ser felizes?
Por quanto tempo podemos ser felizes?
A felicidade tem um prazo definido de duração?
Todos esses questionamentos dependerão dos estímulos recebidos, do meio em
que o homem está inserido, dos valores desenvolvidos, das experiências vivenciadas, de
tanto fatores internos e externos, e até mesmo de próprio ‘eu’ de cada ser humano.
O certo é que a felicidade está intrinsecamente ligada à satisfação das
necessidades do ser humano tais como:
- Necessidade fisiológica – necessidades básicas do ser humano, como a de se
alimentar, a de saciar a sede.
- Necessidade de segurança – todos buscamos a segurança do tipo pessoal, social,
financeira;
- Necessidade Social – o ser humano necessita pertencer, ser membro e fazer parte de
um grupo social;
- Necessidade de estima - auto-estima e reconhecimento -
- Necessidade de auto-realização.
Alguns estudos têm procurado achar os padrões de comportamento e
pensamento nas pessoas que se consideram felizes. Alguns padrões encontrados foram:
- Capacidade de adaptação a novas situações;
- Buscar objetivos de acordo com suas características pessoais;
- Riqueza em relacionamentos humanos;
- Possuir uma forte identidade étnica;
- Ser competente naquilo que se faz;
- Enfrentar problemas com a ajuda de outras pessoas;
- Receber apoio de pais, parentes e amigos;
- Ser agradável e gentil no relacionamento com outras pessoas;
- Não superdimensionar suas falhas e defeitos;
- Gostar daquilo que se possui;
- Ser autoconfiante.
DEFININDO LIBERDADE
A liberdade é estudada, assim como a felicidade, por diversas ciências e também
pela religião. Negativamente, a liberdade significaria a ausência de submissão, de servidão e
de determinação, assim, qualifica a independência do ser humano. Positivamente, a
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liberdade é a autonomia e a espontaneidade de um sujeito racional, constituindo a condição
do comportamento humano voluntário.
Muitos filósofos definem a liberdade de muitas formas, influenciados ou não por
outros filósofos. como possibilidade de escolha entre as alternativas apresentadas.
Para os gregos, a liberdade humana é uma forma de ação, isto é, a
capacidade da razão para orientar e governar a vontade, a fim de que esta escolha o
que é bom, justo e virtuoso; para os cristãos, o homem é livre porque sua vontade é
uma capacidade para escolher tanto o bem quanto o mal, sendo mais poderosa do
que a razão e, pelo pecado, destinada à perversidade e ao vício, de modo que a ação
moral só será boa, justa e virtuosa se for guiada pela fé e pela Revelação.
De acordo com Cecília Meireles, “Liberdade é uma palavra que o sonho
humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”.
Todos sonham em ser livres e muitos acreditam que são capazes de ser
livres, pois não se ‘prendem’ a conceitos preconcebidos, a diretrizes estabelecidas e
fazem o que têm vontade.
Seria uma realidade ou uma ilusão?
Podemos ser livres em todos nossos atos, realizar tudo que desejamos, ir
onde queremos, pegar e largar no momento que nos convêm?
O homem realmente nasce livre e somente ao longo da vida vai se
prendendo à leis e regras impostas pela sociedade onde vive?
O homem busca a liberdade de agir de acordo com suas vontades, sem a
imposição de regras, conceitos, ideias ou crenças. Porém, ao viver em sociedade se
vê diante outros seres que, como ele, também têm o direito de serem livres e fazerem
o que bem entendem. Se uma das partes não se limitar às regras de boa convivência,
com certeza serão se verão diante de muitos conflitos e situações em que um estaria
invadindo e tomando a liberdade de outro.
COMO VOCÊ AVALIA A QUESTÃO DA LIBERDADE, NESSE NOVO
MUNDO?
Muitos filósofos defenderam teorias sobre a liberdade, como a teoria da
liberdade de indiferença, a Teoria do Esclarecimento, a Teoria da Autonomia.
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Filósofos como Sipnoza, Leibniz, Schopenhauer, Sartre, Pecotche, Marx,
Mikhail Bakunin, Guy Debord e tanto outros, definiram, cada qual a liberdade sob suas
óticas, baseados em seus conhecimentos.
No mundo atual o homem acredita ter alcançado o grau de liberdade que o
possibilita escolher, de sua forma, o que quer. Afinal, vivemos em regimes políticos que nos
dão autonomia de escolha e um leque muito grande de possibilidades, acreditamos viver
numa democracia em sua plenitude.
Mas será que o homem realmente é livre para tomar suas decisões?
O homem só poderá ser realmente usufruir de sua liberdade para tomada de
decisões se possuir o conhecimento suficiente para basear a sua decisão com precisão,
sabedoria e se tiver ciências de todas as possibilidades existentes.
O ser humano está sujeito a um excesso muito grande de informação, ficando
difícil definir qual é a informação correta, e mesmo assim, terá que saber distinguir entre o
certo e o errado, o bom e o ruim. Deverá ter a consciência das conseqüências ulteriores à sua
decisão.
O mundo globalizado introduziu o homem num contexto complexo e muito
cheio de possibilidades. Os meios de comunicação, hoje disponíveis, colocaram os seres
humanos diante de muitos estímulos despertando seus desejos, aumentando suas
necessidades.
O ser humano nunca se contentou com o necessário à sua subsistência, existindo
sempre uma minoria que domina a maioria, explorando-a, mantendo-a distante do
conhecimento.
Hoje, ao contrário, apesar das inúmeras possibilidades de se adquirir
conhecimento, o homem tornou-se escravo dos estímulos lançados diariamente nas mídias.
Conhecemos mais, sentimos mais, percebemos muito mais. Nossos olhos andam ávidos
pelas ruas em busca das muitas novidades expostas em vitrines, cartazes, jornais, revistas.
Nossos ouvidos se sintonizam no som que é propagado cada vez mais alto, mais forte e num
maior alcance. Nossas mãos buscam incessantemente apalpar a textura que mais agrada, a
que mais aparentam conforto assim como nosso olfato se despertou para inúmeros cheiros e
sensações.
O consumismo tomou conta de todos, indiscriminadamente, pobres e ricos. E
nos tornamos “escravos” desse consumismo. O ser humano passou a ser avaliado pelos bens
que possui. Passou a ser o melhor ao possuir e ostentar o melhor e mais caro produto. Foram
criados ‘grupos’ e as classes sociais passaram a ser classificados por eles. Os grupos
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passaram a ser identificados a partir dos produtos que utilizam, das marcas dos produtos que
consomem.
Foi desenvolvida a indústria cultural e, sem perceber, fomos escravizados por
ela. O nosso computador será melhor se for da marca ‘x’, independente se a outra marca, ‘y’
funcionar tão bem quanto o da marca em destaque.
Aliado a tudo isso ocorreu ainda a inversão dos valores. Antes os homens
sonhavam e buscavam a liberdade devido a opressão sofrida, a servidão imposta pelas
classes sociais, a miséria e a berrante diferença das classes. Hoje o homem busca a liberdade
para decisões que não possuem tanto valor, a liberdade individualista.
Hoje a liberdade tem sido confundida com libertinagem, para quebra de
conceitos sociais básicos e fundamentais, que regem e regram a sociedade, que sustentam e
mantém as instituições sociais.
O ser humano no novo mundo busca e preza tanto a liberdade que não consegue
valorizar o muito, e muito o menos e o essencial. Desenvolveu a cultura do desperdício, do
descartável, do inútil e do obsoleto e se tornou escravo dela, perdendo a noção do seu real
significado.
COMO VOCÊ AVALIA O CONCEITO DE FELICIDADE, NESSE
NOVO MUNDO?
Felicidade é a musa encantada e sonhada de todo ser humano, cantada em verso
e em prosa pelos poetas e sonhada todos os dias pelos mortais.
Por mais que se tente definir corretamente felicidade, e por mais que se queira
definir o melhor caminho para se chegar à felicidade, a cada época ela possui um novo
significado, um novo parâmetro.
Felicidade tem relação com o bem-estar e o íntimo de cada ser humano. É
preciso focar objetivos, ir a busca de sua realização tanto pessoal quanto profissional. O que
se torna uma tarefa quase impossível, já que são tantos desejos, tantos sonhos, tantas
possibilidades que surgem a cada instante.
A felicidade para muitos tem significado de possuir o que se deseja, o que se
quer, mesmo que não seja um sonho, e sim uma vontade despontada pela vontade de possuir
aquele ‘objeto’ e, depois de adquiri-lo, desprezá-lo em um canto e ir em busca de um novo
objeto que satisfaça seu desejo.
A felicidade para outros é o relacionar-se bem, viver em harmonia consigo
mesmo e com seus semelhantes. Um número raro de pessoas desenvolvem esse tipo de
conceito uma vez que o consumismo tem tomado conta da maioria das pessoas.
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Muitos estudos apontam como o ser humano poderia ser feliz, porém, o difícil é
manter o foco nos parâmetros reais da felicidade. O ser humano está sujeito a muitos
conceitos novos, inúmeras ideias lançadas diariamente, muita informação conexa e
desconexa.
Como já dizia o poeta Vicente de Carvalho, em sua vã filosofia: “essa felicidade
que supomos, árvore milagrosa que sonhamos, toda arreada de dourados pomos, existe,
sim: mas nós não a alcançamos, porque está sempre apenas onde a pomos e nunca a pomos
onde nós estamos”.
Não existe expressão melhor para definir o que seja felicidade e, principalmente
no novo mundo em que vivemos.
EM QUE PONTOS, NOS VÍDEOS, OS HOMENS SE APROXIMA DOS
ANIMAIS, E EM QUE PONTO ELES SE AFASTAM?
Ao ser desprezado como alimento para os porcos, o tomate podre fica a mercê da
população que reside próximo ao lixão. Estas pessoas se alimentam do que é “deixado pelos
porcos”. Esta é a verdadeira temática do documentário, que utiliza uma linha de raciocínio
em que tudo pode ser explicado com enunciados lógicos. Tudo menos a liberdade, que é
"palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique, e ninguém que
não entenda". E esta liberdade está diretamente ligada aos fatores socioeconômicos que o ser
humano possui, ou não possui, como é o caso dos habitantes da ilha das Flores.
O filme “Ilha das Flores” mostra uma realidade que acontece não só no Brasil,
mas também em muitos países: é a desvalorização do ser humano pelo próprio ser humano.
O ser humano como ser egocêntrico e egoísta se esquece da solidariedade e do afeto que
deve existir entre os seus semelhantes.
O progresso é usado como desculpa para estabelecer uma relação desumana na
sociedade capitalista. O lixo é capaz de unir a “parte limpa” com a “parte suja” do filme. O
filme “Ilha das Flores” mostra a incompatibilidade existente entre o progresso e o
desenvolvimento humano. Faz uma provocação à propriedade privada, ao lucro, ao trabalho,
à exploração do homem pelo próprio homem, entre o desenvolvimento tecnológico e ao
desenvolvimento social e humano.
A evolução tecnológica tem evoluído concomitantemente com a evolução
humana? O homem tem se preocupado somente com a evolução tecnológica e esquecido a
evolução humana, humanística? Ou temos aumentado a exclusão à medida que avançamos
tecnologicamente?
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O que não nos é adequado é adequado a outros seres humanos, como o tomate
desprezado no vídeo? Numa época em que tantas ONG’s de valorização da vida, de auxílio
aos necessitados são criadas todos os dias, ainda existem tantos lugares onde a miséria
impera e onde o ser humano é tratado com tanto desprezo e relegados à posição de animais
famintos em busca dos restos que aos porcos não servem.
O ser humano muitas vezes perde sua humanidade, sensibilidade e sua
capacidade de perceber no “outro”, um ser humano como nós mesmos, que possui
necessidade, que precisa de alimentos saudáveis, de água potável, de educação e lazer.
Vivemos a era onde impera o ‘eu’: “eu quero”, “eu posso”, “eu vou”. Nos
isolamos em nossas casas, assistimos a nossa televisão e nem através dos noticiários
conseguir perceber o ‘ele’, o outro ser humano igual a mim, cheio de carências e privações.
Para diminuir a culpa participamos de algumas campanhas lançadas, pegamos
nosso telefone e concretizamos nosso ato de bondade discando alguns números e realizando
nossa doação voluntária.
O que nos distingue dos animais é a capacidade de perceber, diferentemente do
instinto, perceber até mesmo o imperceptível como os sentimentos. O que nos distingue dos
animais é a nossa capacidade de ser ‘humano’, próximo de alguém a tal ponto de sentir suas
dores, suas aflições, suas angústias, sua felicidade.
O que nos distingue dos animais é nossa capacidade de dividir nossa liberdade
em prol de um bem comum, numa sociedade justa e coesa. Assim como muitas sociedades
perfeitas no mundo animal, porém, com razão, lógica e “humanidade”.
Temos a capacidade de transformar o meio em que vivemos, fazendo-o um lugar
melhor, mais aconchegante, mais bonito, porém, estamos trabalhando inversamente, estamos
transformando nossas florestas desmatando-as, cortando nossas árvores que purificam nosso
ar e criando desertos. Estamos poluindo nossas águas com nossos dejetos e nossas
indústrias. Estamos fabricando tanto lixo que não tendo onde depositá-lo e, para solução
desse problema muitos países estão transportando sua imundície de um lugar para outro,
“exportando-o” para países subdesenvolvidos.
COMO DEVERIA (PODERIA) SER ESSA BUSCA PELA FELICIDADE
E PELA LIBERDADE?
Para que a busca pela felicidade e pela liberdade seja concreta e de forma
justa e igualitária para todos, uma vez que vivemos em sociedade, a ação e a
transformação depende de cada um dos seres humanos.
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Em primeiro lugar devemos entender que, apesar de sermos únicos,
vivemos em sociedade. Portanto “meus atos” influenciarão diretamente na vida de
outras pessoas diretamente ou indiretamente ligadas a “mim”.
Devemos ter ciência e consciência que o ser humano não pode pensar em
liberdade sem pensar também em consequências, em responsabilidades.
Com relação à felicidade o ser humano deve entender que muito mais que
satisfação econômico-financeira - satisfação essa que nos garante o ter e o possuir
material, ele deve procurar seu autoconhecimento. Analisar-se primeiro como ser
individual e depois como ser que vive em contato com outros seres e criar um projeto
de vida de tal forma a harmonizar este convívio: o convívio consigo mesmo e com o
próximo.
Esse equilíbrio é uma utopia e depende de muito esforço individual, pois
como o próprio vídeo “Ilha das Fores” diz: “Liberdade é uma palavra que o sonho
humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”.
CONCLUSÃO
Para encerrar o presente trabalho, segue abaixo texto desenvolvido pela
professor Maria Angélica Campos Bissulle, sobre o tema “Liberdade e
Responsabilidade”:
“Liberdade, palavra de grande ressonância, que evoca paisagens maravilhosas:
praias de brancas areias, mar azul, sereno e puro, horizontes infindos, altas montanhas,
vales produtivos e fecundos, rios e cascatas Sonoras.
Liberdade, grito que retumba no íntimo de cada um de nós. Ânsia que habita em
cada ser vivente, força das forças que leva o homem a tudo fazer, a tudo tentar para
consegui-la.
Sentimento que eleva a alma e purifica os atos. Desejo de todos, idealismos de
muitos, realidade de poucos.
Liberdade, porque tanto a procuramos e tão pouco a encontramos?
Liberdade! O que nos falta para encontrar-te? Não és então uma realidade, és
um mito? Não existes, és uma miragem?
Liberdade, és vida, és força, és tudo, mas para seres realidade, deves ser
precedida de uma corte de outras virtudes.
Liberdade, antes de tudo és uma responsabilidade.
9. 9
Responsabilidade de um passado de glórias, responsabilidade de um presente
duro, difícil, mas promissor.
Responsabilidade de um futuro soberano, grandioso, honroso.
Responsabilidade de vivermos a nossa liberdade, sabendo ir além sem a
perdermos, sem a ofuscarmos, quer individual ou coletivamente; responsabilidade de
sabermos onde termina nossa liberdade e onde começa a de nossos semelhantes, pois,
liberdade, muitas vezes, quer dizer, também: deveres, direitos.
Liberdade não és compreendida, porque não compreendemos que se a
quisermos possuir, devemos antes nos responsabilizarmos pôr nossos atos, nossas atitudes,
nossas ações. Que, não és sinônimo de liberdade, de irresponsabilidade, de ignorância dos
direitos alheiros.
És antes, a consciência lúcida e refletida de nossos deveres, nossas obrigações,
nossos direitos e responsabilidades.
Só é livre, aquele que cumpre o que lhe cabe; que trabalha, estuda, se aplica,
que respeita e é respeitado, que vive e que morre.
Livre é aquele quem se curva ao peso de uma enxada, que se curva sobre uma
mesa, uma escrivaninha, quem sai à rua com um destino, quem tem uma missão a cumprir.
Livre é quem não olha para o relógio e se pergunta: “Que farei para preencher
meu tempo?...”.
Liberdade é responsabilidade, responsabilidade é liberdade, por mais
paradoxal que isto possa parecer.
Outra opção é também escravidão. Escravidão do tempo, do relógio, dos
sentidos, dos instintos, da carne, dos vícios, do crime, dos tóxicos.
Escravidão cruel e sem remissão!..”.
Somente através do desenvolvimento dessa consciência chegaremos à felicidade
plena e liberdade responsável.
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Responsabilidade de um passado de glórias, responsabilidade de um presente
duro, difícil, mas promissor.
Responsabilidade de um futuro soberano, grandioso, honroso.
Responsabilidade de vivermos a nossa liberdade, sabendo ir além sem a
perdermos, sem a ofuscarmos, quer individual ou coletivamente; responsabilidade de
sabermos onde termina nossa liberdade e onde começa a de nossos semelhantes, pois,
liberdade, muitas vezes, quer dizer, também: deveres, direitos.
Liberdade não és compreendida, porque não compreendemos que se a
quisermos possuir, devemos antes nos responsabilizarmos pôr nossos atos, nossas atitudes,
nossas ações. Que, não és sinônimo de liberdade, de irresponsabilidade, de ignorância dos
direitos alheiros.
És antes, a consciência lúcida e refletida de nossos deveres, nossas obrigações,
nossos direitos e responsabilidades.
Só é livre, aquele que cumpre o que lhe cabe; que trabalha, estuda, se aplica,
que respeita e é respeitado, que vive e que morre.
Livre é aquele quem se curva ao peso de uma enxada, que se curva sobre uma
mesa, uma escrivaninha, quem sai à rua com um destino, quem tem uma missão a cumprir.
Livre é quem não olha para o relógio e se pergunta: “Que farei para preencher
meu tempo?...”.
Liberdade é responsabilidade, responsabilidade é liberdade, por mais
paradoxal que isto possa parecer.
Outra opção é também escravidão. Escravidão do tempo, do relógio, dos
sentidos, dos instintos, da carne, dos vícios, do crime, dos tóxicos.
Escravidão cruel e sem remissão!..”.
Somente através do desenvolvimento dessa consciência chegaremos à felicidade
plena e liberdade responsável.