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Poesia e Alegria na
  Ação Moradia
                      Danielle Stephane
                         Jamille Rabelo
                        Kamilla Kristina
                        Mariana Ramos
                        Miriane Dayrell
A casa
 Era uma casa muito engraçada
 Não tinha teto, não tinha nada
Ninguém podia entrar nela, não
 Porque na casa não tinha chão
 Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede
    Ninguém podia fazer pipi
  Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
Na rua dos bobos, número zero.
                    (Vinícius de Moraes in “A Arca de Noé”)
A casa
 Era uma casa muito _____________
 Não tinha teto, não tinha ________
 Ninguém podia entrar nela, ______
 Porque na casa não tinha ________
  Ninguém podia dormir na _______
 Porque na casa não tinha ________
  Ninguém podia fazer ___________
  Porque penico não tinha ________
  Mas era feita com muito ________
 Na rua dos bobos, número ______.
O mosquito escreve
                                          E aí, se arredonda e faz outro O,
O Mosquito pernilongo
                                                              mais bonito.
trança as pernas, faz um M,
depois, treme, treme, treme,
faz um O bastante oblongo,                                           Oh!
faz um S.                                            já não é analfabeto,
                                                             esse inseto,
                                          pois sabe escrever o seu nome.
O mosquito sobe e desce.
Com artes que ninguém vê,
faz um Q,                                         Mas depois vai procurar
faz um U e faz um I.                              alguém que possa picar,
                                                      pois escrever cansa,
                                                           não é, criança?
Esse mosquito
esquisito
cruza as patas, faz um T.                      E ele está com muita fome.

                                               (Cecília Meireles in “Ou isto ou aquilo”)
Ou isto ou aquilo
Ou se tem chuva e não se tem sol
                                     Ou guardo o dinheiro e não compro
ou se tem sol e não se tem chuva!
                                                                o doce,
                                            ou compro o doce e gasto o
Ou se calça a luva e não se põe o                             dinheiro.
anel,
ou se põe o anel e não se calça a
                                            Ou isto ou aquilo: ou isto ou
luva!
                                                                aquilo ...
                                         e vivo escolhendo o dia inteiro!
Quem sobe nos ares não fica no
chão,
                                     Não sei se brinco, não sei se estudo,
quem fica no chão não sobe nos
                                      se saio correndo ou fico tranquilo.
ares.

                                       Mas não consegui entender ainda
É uma grande pena que não se possa
                                       qual é melhor: se é isto ou aquilo.
estar ao mesmo tempo em dois
lugares!                                        (Cecília Meireles in “Ou isto ou aquilo”)
As abelhas
A aaaaaaabelha mestra
                                     De rosa pro cravo
E aaaaaaas abelhinhas
                                     Do cravo pra rosa
Estão tooooooodas
prontinhas                            Da rosa pro favo
Pra iiiiiiir para a festa             Volta pro cravo.


Num zune que zune
Lá vão pro jardim               Venham ver como dão
                                                   mel
Brincar com a cravina
                                 As abelhinhas do céu!
Valsar com o jasmim                  (Vinícius de Moraes in “A Arca de Noé”)
ASSIM MORO em meu sonho:
como um peixe no mar.                 Não é noite nem dia,
O que sou é o que eu vejo.          não é morte nem vida:
Vejo e sou meu olhar.               é viagem noutro mapa,
                                    sem volta nem partida.
Água é meu próprio corpo,
simplesmente mais denso.                Ó céu da liberdade,
E meu corpo é minha alma,               por onde o coração
e o que sinto é o que penso.         já nem sofre, sabendo
                                 Que bateu sempre em vão.
Assim vou no meu sonho.
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Ou sou contorno seu?               (Cecília Meireles in “Canções”)
A bailarina
Esta menina                             Põe no cabelo uma estrela e um véu
tão pequenina
quer ser bailarina.                     e diz que caiu do céu.

Não conhece nem dó nem ré               Esta menina
mas sabe ficar na ponta do pé.          tão pequenina
                                        quer ser bailarina.
Não conhece nem mi nem fá
mas inclina o corpo para cá e para lá. Mas depois esquece todas as
                                       danças,
Não conhece nem lá nem si,             e também quer dormir como as
mas fecha os olhos e sorri.            outras crianças.

Roda, roda, roda com os bracinhos no
ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
                                       (Cecília Meireles in “Ou isto ou aquilo”)
O eco
O menino pergunta ao eco
onde é que ele se esconde.
Mas o eco só responde: "Onde? Onde?"

O menino também lhe pede:
"Eco, vem passear comigo!"
Mas não sabe se o eco é amigo
ou inimigo.

Pois só lhe ouve dizer:
"Migo!"


       (Cecília Meireles in “Ou isto ou aquilo”)
Café com pão
Café com pão
Café com pão                           Oô...
Café com pão                           Foge, bicho
                                       Foge, povo
Virge Maria que foi isso maquinista?   Passa ponte
Agora sim                              Passa poste
Café com pão                           Passa pasto
Agora sim                              Passa boi
Voa, fumaça                            Passa boiada
Corre, cerca                           Passa galho
Ai seu foguista                        Da ingazeira
Bota fogo                              Debruçada
Na fornalha                            No riacho
Que eu preciso                         Que vontade
Muita força                            De cantar!
Muita força                            Oô...
Muita força
Oô...
Quando me prendero     Vou mimbora vou mimbora
No canaviá             Não gosto daqui
Cada pé de cana        Nasci no sertão
Era um oficiá          Sou de Ouricuri
                       Oô...
Oô...
                       Vou depressa
Menina bonita
                       Vou correndo
Do vestido verde
                       Vou na toda
Me dá tua boca
                       Que só levo
Pra matar minha sede
                       Pouca gente
                       Pouca gente
                       Pouca gente...

                                        Manuel Bandeira
O Poeima agradece a
  atenção de vocês.
  Obrigada e até a
     próxima!!!!

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Poesia e Alegria na Ação Moradia

  • 1. Poesia e Alegria na Ação Moradia Danielle Stephane Jamille Rabelo Kamilla Kristina Mariana Ramos Miriane Dayrell
  • 2. A casa Era uma casa muito engraçada Não tinha teto, não tinha nada Ninguém podia entrar nela, não Porque na casa não tinha chão Ninguém podia dormir na rede Porque na casa não tinha parede Ninguém podia fazer pipi Porque penico não tinha ali Mas era feita com muito esmero Na rua dos bobos, número zero. (Vinícius de Moraes in “A Arca de Noé”)
  • 3. A casa Era uma casa muito _____________ Não tinha teto, não tinha ________ Ninguém podia entrar nela, ______ Porque na casa não tinha ________ Ninguém podia dormir na _______ Porque na casa não tinha ________ Ninguém podia fazer ___________ Porque penico não tinha ________ Mas era feita com muito ________ Na rua dos bobos, número ______.
  • 4. O mosquito escreve E aí, se arredonda e faz outro O, O Mosquito pernilongo mais bonito. trança as pernas, faz um M, depois, treme, treme, treme, faz um O bastante oblongo, Oh! faz um S. já não é analfabeto, esse inseto, pois sabe escrever o seu nome. O mosquito sobe e desce. Com artes que ninguém vê, faz um Q, Mas depois vai procurar faz um U e faz um I. alguém que possa picar, pois escrever cansa, não é, criança? Esse mosquito esquisito cruza as patas, faz um T. E ele está com muita fome. (Cecília Meireles in “Ou isto ou aquilo”)
  • 5. Ou isto ou aquilo Ou se tem chuva e não se tem sol Ou guardo o dinheiro e não compro ou se tem sol e não se tem chuva! o doce, ou compro o doce e gasto o Ou se calça a luva e não se põe o dinheiro. anel, ou se põe o anel e não se calça a Ou isto ou aquilo: ou isto ou luva! aquilo ... e vivo escolhendo o dia inteiro! Quem sobe nos ares não fica no chão, Não sei se brinco, não sei se estudo, quem fica no chão não sobe nos se saio correndo ou fico tranquilo. ares. Mas não consegui entender ainda É uma grande pena que não se possa qual é melhor: se é isto ou aquilo. estar ao mesmo tempo em dois lugares! (Cecília Meireles in “Ou isto ou aquilo”)
  • 6. As abelhas A aaaaaaabelha mestra De rosa pro cravo E aaaaaaas abelhinhas Do cravo pra rosa Estão tooooooodas prontinhas Da rosa pro favo Pra iiiiiiir para a festa Volta pro cravo. Num zune que zune Lá vão pro jardim Venham ver como dão mel Brincar com a cravina As abelhinhas do céu! Valsar com o jasmim (Vinícius de Moraes in “A Arca de Noé”)
  • 7. ASSIM MORO em meu sonho: como um peixe no mar. Não é noite nem dia, O que sou é o que eu vejo. não é morte nem vida: Vejo e sou meu olhar. é viagem noutro mapa, sem volta nem partida. Água é meu próprio corpo, simplesmente mais denso. Ó céu da liberdade, E meu corpo é minha alma, por onde o coração e o que sinto é o que penso. já nem sofre, sabendo Que bateu sempre em vão. Assim vou no meu sonho. Se outra forma fui, se perdeu. É o mundo que me envolve? Ou sou contorno seu? (Cecília Meireles in “Canções”)
  • 8. A bailarina Esta menina Põe no cabelo uma estrela e um véu tão pequenina quer ser bailarina. e diz que caiu do céu. Não conhece nem dó nem ré Esta menina mas sabe ficar na ponta do pé. tão pequenina quer ser bailarina. Não conhece nem mi nem fá mas inclina o corpo para cá e para lá. Mas depois esquece todas as danças, Não conhece nem lá nem si, e também quer dormir como as mas fecha os olhos e sorri. outras crianças. Roda, roda, roda com os bracinhos no ar e não fica tonta nem sai do lugar. (Cecília Meireles in “Ou isto ou aquilo”)
  • 9. O eco O menino pergunta ao eco onde é que ele se esconde. Mas o eco só responde: "Onde? Onde?" O menino também lhe pede: "Eco, vem passear comigo!" Mas não sabe se o eco é amigo ou inimigo. Pois só lhe ouve dizer: "Migo!" (Cecília Meireles in “Ou isto ou aquilo”)
  • 10. Café com pão Café com pão Café com pão Oô... Café com pão Foge, bicho Foge, povo Virge Maria que foi isso maquinista? Passa ponte Agora sim Passa poste Café com pão Passa pasto Agora sim Passa boi Voa, fumaça Passa boiada Corre, cerca Passa galho Ai seu foguista Da ingazeira Bota fogo Debruçada Na fornalha No riacho Que eu preciso Que vontade Muita força De cantar! Muita força Oô... Muita força
  • 11. Oô... Quando me prendero Vou mimbora vou mimbora No canaviá Não gosto daqui Cada pé de cana Nasci no sertão Era um oficiá Sou de Ouricuri Oô... Oô... Vou depressa Menina bonita Vou correndo Do vestido verde Vou na toda Me dá tua boca Que só levo Pra matar minha sede Pouca gente Pouca gente Pouca gente... Manuel Bandeira
  • 12. O Poeima agradece a atenção de vocês. Obrigada e até a próxima!!!!