O documento descreve critérios preventivos e limites de tolerância para exposição ao calor em ambientes de trabalho. Inclui tabelas com tipos de atividades e respectivas taxas metabólicas, além de índices de bulbo úmido para definir regimes de trabalho intermitente com ou sem local de descanso dedicado. Resolve casos práticos aplicando as fórmulas para cálculo de metabolismo médio e índice térmico.
Curso de calor IBUTG.pdf_pdf_656164706c61746166323032322d30372d30352031313a33...
Calor
1. 04/11/2014
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Atividades e Operações Insalubres
NORMA REGULAMENTADORA –NR 15.
ANEXO 3 EXPOSIÇÃO AO CALOR
Oserhumanodispõedemecanismosreguladoreseficazesporqueprecisamanteratemperaturainternadoseucorpopraticamenteconstante,entre36°Ce38°C,mesmoemcondiçõesambientaismuitoagressivas.
Para evitar que o calor recebido do ambiente e o produzido internamente devido a atividade física realizada desestabilizem a temperatura corporal, o organismo utiliza processos físicos e fisiológicos para dissipar o excesso de calor.
Osmecanismosfísicossãoosseguintes:
Radiação:éatrocadecalorqueseproduzatravésdeondaseletromagnéticasentrecorposcomdiferentestemperaturas.Aperdaouganhodecalorporradiaçãodependedatemperaturasuperficialdoscorpos.
Condução:éatrocadecalorqueaconteceentrecorposemcontato.Aperdaouganhodecalorporconduçãodependedatemperaturadoscorpos.
Convecção:éatrocatérmicaentreapeleeoarquearodeia.Aperdaouganhodecalorporconvecçãodependedatemperaturaedavelocidadedoar.
Evaporação:aevaporaçãodosuoréoúnicodosmecanismosquesóimplicaemperdadecalor,essaperdadependedaumidadeedavelocidadedoar.
Nocalor:aumentodaproduçãodesuoredofluxosanguíneosuperficial,ediminuiçãodaatividadefísica(moleza).
Osefeitosmaisimportantesdaexposiçãoaambientesquentessão:choquetérmico,desmaios,câimbrasedesidratação.
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CRITÉRIOSPREVENTIVOSBÁSICOS
Calor
Controlar as fontes emissoras de calor com a colocação de anteparos ou painéis isolantes ou refletores.
Limitar a exigência física do trabalho, programando as tarefas mais pesadas para os períodos mais frios do turno de trabalho.
Aclimatar o trabalhador às condições ambientais do local de trabalho antes da sua entrada.
Limitar a exposição ao calor, aumentando a frequência e a duração dos intervalos.
Reduzir a transmissão de calor através de paredes e telhados.
Instalarequipamentoscondicionadoresdear.
Instalarventilaçãoexaustoraparaeliminarosfocosdearquente.
Disponibilizaráguapotávelmineralizadanasproximidadesdolocaldetrabalho.
Isolarosprocessos,osequipamentosousuaspartesquentes,paraevitarocontatoepropagaçãodocalor.
Fornecerroupasdeproteçãocontraocalor.
Realizartreinamentosdostrabalhadoresparaoreconhecimentodesintomaseosprimeirossocorrosrelacionadosaproblemasdesobrecargatérmica.
Realizarexamesmédicosespecíficosadmissionaiseperiódicos.
Conforto térmico
Proporcionar condição térmica agradável à maioria dos ocupantes do local através de sistemas de ventilação e climatização.
Reduzir a transmissão de calor através do telhado, das paredes e das janelas.
Adequar as variáveis ambientais (temperatura, umidade, temperatura radiante média e velocidade do ar) à atividade física realizada.
Garantir que o sistema de distribuição de ar está equilibrado, de modo que as vazões de ar e sua velocidade não causem desconforto e moléstias devido as correntes de ar.
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LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR
1. A exposição ao calor deve ser avaliada através do "Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo" -IBUTG definido pelas equações que se seguem:
Ambientes internos ou externos sem carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn+ 0,3 tg
Ambientes externos com carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn+ 0,1 tbs+ 0,2 tg
onde:
tbn=temperaturadebulboúmidonatural
tg=temperaturadeglobo
tbs=temperaturadebulboseco.
2.Osaparelhosquedevemserusadosnestaavaliaçãosão: termômetrodebulboúmidonatural,termômetrodegloboetermômetrodemercúriocomum.
3.Asmediçõesdevemserefetuadasnolocalondepermaneceotrabalhador,àalturadaregiãodocorpomaisatingida.
LimitesdeTolerânciaparaexposiçãoaocalor,emregimedetrabalhointermitentecomperíodosdedescansonoprópriolocaldeprestaçãodeserviço.
1. Em função do índice obtido, o regime de trabalho intermitente será definido no Quadro N.º 1.
QUADRO N.º 1
REGIMEDETRABALHOINTERMITENTECOMDESCANSONOPRÓPRIOLOCALDETRABALHO(porhora)
TIPO DE ATIVIDADE
LEVE
MODERADA
PESADA
Trabalho contínuo
até 30,0
até 26,7
até 25,0
45 minutos trabalho
15 minutos descanso
30,1 a 30,5
26,8 a 28,0
25,1 a 25,9
30 minutos trabalho
30 minutos descanso
30,7 a 31,4
28,1 a 29,4
26,0 a 27,9
15 minutos trabalho
45 minutos descanso
31,5 a 32,2
29,5 a 31,1
28,0 a 30,0
Não é permitido o trabalho, sem a adoção de medidas adequadas de controle.
acima de 32,2
acima de 31,1
acima de 30,0
2. Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos os efeitos legais.
3. A determinação do tipo de atividade (Leve, Moderada ou Pesada) é feita consultando-se o Quadro n.º 3.
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Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente com período de descanso em outro local (local de descanso).
1. Para os fins deste item, considera-se como local de descanso ambiente termicamente mais ameno, com o trabalhador em repouso ou exercendo atividade leve.
2. Os limites de tolerância são dados segundo o Quadro n.º 2.
QUADRO N.°2
M (Kcal/h)
MÁXIMO IBUTG
175
30,5
200
30,0
250
28,5
300
27,5
350
26,5
400
26,0
450
25,5
500
25,0
Onde: M é a taxa de metabolismo média ponderada para uma hora, determinada pela seguinte fórmula:
M = Mtx Tt+ Mdx Td
60
Sendo:
Mt-taxa de metabolismo no local de trabalho.
Tt-soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de trabalho.
Md-taxa de metabolismo no local de descanso.
Td-soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de descanso.
______
IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para uma hora, determinado pela seguinte fórmula:
______
IBUTG = IBUTGtx Tt+ IBUTGdxTd
60
Sendo:
IBUTGt= valor do IBUTG no local de trabalho.
IBUTGd= valor do IBUTG no local de descanso.
Tte Td= como anteriormente definidos.
Os tempos Tte Tddevem ser tomados no período mais desfavorável do ciclo de trabalho, sendo Tt+ Td= 60 minutos
corridos.
3. As taxas de metabolismo Mte Mdserão obtidas consultando-se o Quadro n.º 3.
4. Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos os efeitos legais.
QUADRO N.º 3
TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE
TIPO DE ATIVIDADE
Kcal/h
SENTADO EM REPOUSO
100
TRABALHO LEVE
Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex.: datilografia).
Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (ex.: dirigir).
De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os braços.
125
150
150
TRABALHO MODERADO
Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas.
De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma movimentação.
De pé, trabalho moderada em máquina ou bancada, com alguma movimentação.
Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar.
180
175
220
300
TRABALHO PESADO
Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex.: remoção com pá).
Trabalho fatigante
440
550
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Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente com períodos de descanso no próprio local de prestação de serviço
CASO A:
UmtrabalhadorexercemetabolismoigualaM=175
kcal/hcomexposiçãoacalorcomcargasolar.
Astemperaturasquantificadasnopostolaboralforam:
tbn=26,8ºCtg=40,8ºCtbs=40,4ºC
QualoregimedeTRABALHOintermitenteadmissível,considerandoqueoREPOUSOseráexercidonomesmolocaldetrabalho??
CASO A: M=175 kcal/h com carga solar
tbun=26,8ºC tg=40,8ºC tbs= 40,4ºC
IBUTG = 0,7 tbun+ 0,2 tg+ 0,1 tbs
IBUTG = 0,7 x 26,8 + 0,2 x 40,8 + 0,1 x 40,4
IBUTG = 30,96ºCMetabolismo –Moderado
CASO AM=175 kcal/h com carga solar
tbun=26,8ºC tg=40,8ºC tbs= 40,4ºC
IBUTG= 0,7 x 26,8 + 0,2 x 40,8 + 0,1 x 40,4
Metabolismo –Moderado
Resultado:IBUTG 30,96ºC
Regime INTERMITENTE -15 min de TRABALHO
45 min de DESCANSO
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QUANTO AO QUADRO DE INTERVALOS DE IBUTG PARA REGIME DE TRABALHO INTERMITENTE
CASOBUmtrabalhadorexecutaatividadedemetabolismoM=150kcal/hcomexposiçãoacalorsemcargasolar.Astemperaturasquantificadasnopostolaboralforam:
tbun=31,8ºCtg=40,3ºCtbs=38,8ºC.
QualoregimedeTRABALHOintermitente
permissível,considerandoqueoREPOUSOseráexercidonomesmolocaldetrabalho?
CASO BM=150 kcal/h semcargasolar
tbun=31,8ºC tg=40,3ºC tbs=38,8ºC
IBUTG= 0,7 x 31,8 + 0,3 x 40,3
Metabolismo: Leve
Resultado:IBUTG 34,35ºC
ATIVIDADE NÃO PERMISSÍVEL
Limites de exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente com período de descanso em outro local (local de descanso)
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CASO C
M = (Mtx Tt+ Mdx Td)/60
M = (300 x 36+ 125x 24)/60
M = 230 Kcal
IBUTG = (IBUTGtx Tt+ IBUTGdx Td)/60
IBUTG = (IBUTGtx 36+ IBUTGdx 24)/60
IBUTG = {(31,6x36) + (22,4x24)}/60
IBUTG = 27,92ºC
Regime INTERMITENTE -45 min de trabalho
15mindedescanso
Caso D
Numa Siderúrgica trabalhadores operam um forno elétrico em local fechado, num regime de trabalho intermitente com local de descanso numa cabine termicamente isolada. Considerando os seguintes dados, avalie se a atividade está acima do LT.
Tempo de trabalho no forno: 38 minutos (trabalho pesado)
Tempo de descanso na cabine: 22 minutos
No local de trabalho foram obtidas as seguintes medições:
Tg= 30º Tbn= 22º Tbs= 25º
No local de descanso foram obtidos os seguintes valores:
Tg= 22º Tbn= 18º Tbs= 22°
IBUTG no forno: 0,7 x 22 + 0,3 x 30 = 24,4
IBUTG no descanso: 0,7 x 18 + 0,3 x 22 = 19,22
IBUTG = 24,4 x 38 + 19,22 x 22 = 22,5
60
Cálculo da taxa de metabolismo :
M= 440 x 38 + 100 x 22 = 315
60
Verificando na tabela 2 = M ~350 maxIBUTG = 26,5
Portanto exposição dentro do limite de tolerância
Seotrabalhadorlaboratempossuperioresaos
temposmáximostabelados,aatividadeé
consideradainsalubrenoBrasil.
Seexistentemedidasdecontroledaexposiçãoao
calorestesdevemseravaliadosquantosuaeficácia,
ousejaseaproteçãorealminimizaaexposiçãono
postolaboral.Seeficientes,asquantificaçõesdevem
serrealizadasnopostolaboralcomasproteções
Implantadas.
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MEDIDAS DE CONTROLE DO CALOR1-AUTOMAÇÃO DA OPERAÇÃO–REDUZ O ESFORÇO FÍSICO DO TRABALHADOR (METABOLISMO) 2-VENTILAÇÃO–PODE RESOLVER/AJUDAR EM MUITOS CASOS, POIS SE AUMENTA A EVAPORAÇÃO, PODE AUMENTAR O CALOR POR CONDUÇÃO/CONVECÇÃO3-BARREIRAS REFLEXIVAS–REFLETEM OS RAIOS INFRAVERMELHOS. ALUMINIO POLIDO, VIDROS ESPECIAIS, FILMES (INSUFILM) (CALOR POR RADIAÇÃO. DEVEM SER LOCALIZADAS ENTRE A FONTE E O TRABALHADOR4-VESTIMENTAS LEVES E CLARASEXPOSIÇÃO CRÍTICA –VESTIMENTAS COM VENTILAÇÃO5-EDUCAÇÃO E TREINAMENTO
Instrumentosde medição
TERMOMETRODEGLOBO