1. Figuras de linguagemFiguras de linguagem
C.E. PROFª MARIA LUIZC.E. PROFª MARIA LUIZ
Anexo Povoado CassimiroAnexo Povoado Cassimiro
Prof. José Arnaldo da Silva
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2. Tipos de linguagem
DenotativoDenotativo:: sentido real (dicionário)
Exemplo: Minha geladeira quebrou.
ConotativoConotativo:: sentido figurado
Exemplo: Minha namorada é uma geladeira.
Figuras de linguagem
As figuras de linguagem são recursos estilísticos
responsáveis pela beleza estética do texto literário. Ou seja, é
uma forma de expressão que consiste no uso de palavras em
sentido figurado, isto é , em um sentido diferente daqueles em
que eles são empregados normalmente.
Exemplo: Aquela menina é um avião.
3. Figuras de palavras
Antonomásia – Consiste na substituição de um nome por outro que
com ele seja afim semanticamente ou por uma ação notória.
Exemplos: “O poeta dos escravos” (Castro Alves) / “O rei do
cangaço” (Lampião) / “O rei do pop” (Michael Jackson) / “O rei do
futebol” (Pelé) / Cidade Maravilhosa (Rio de Janeiro) etc.
Catacrese – Costuma ocorrer quando, por falta de um termo
específico para designar um conceito, toma-se outro "emprestado“,
empregando algumas palavras fora de seu sentido original.
Exemplos: “Embarcar num trem.” / Segunda-feira haverá
sabatina. / Enterrar uma agulha no dedo. / cavalgar um burro; / braço
da cadeira, / pé da mesa, / cabeça de cebola, / dente de alho, / asa
do bule ,/ aterrissar no mar, / barriga da perna, etc.
Metáfora – É uma comparação implícita, pois o elemento comparativo
fica subentendido.
Exemplo: “As mãos que dizem adeus são pássaros”.
4. MetonímiaMetonímia -- A metonímia consiste em empregar um termo no lugar de outro,
havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido.
Exemplos:Exemplos:
a) parte pelo todoa) parte pelo todo
O bonde passa cheio deO bonde passa cheio de pernaspernas::
pernaspernas brancas pretas amarelas.brancas pretas amarelas.
Para que tantaPara que tanta pernaperna, meu Deus, pergunta meu coração., meu Deus, pergunta meu coração.
b) o lugar pela coisab) o lugar pela coisa
Fumei um saboroso havana. (= Fumei um saboroso charuto.)
c) O instrumento pela pessoa que o utilizac) O instrumento pela pessoa que o utiliza
A melhorA melhor tesouratesoura da região.da região.
OO gatilhogatilho mais rápido do oeste.mais rápido do oeste.
d) O autor pela obrad) O autor pela obra
Eu leioEu leio Clarice LispectorClarice Lispector..
e) A marca pelo produtoe) A marca pelo produto
Ela bebeuEla bebeu Coca-colaCoca-cola, comprou, comprou BombrilBombril e deu ao filho mingau dee deu ao filho mingau de
MaizenaMaizena..
f) O continente pelo conteúdof) O continente pelo conteúdo
João comeu doisJoão comeu dois pratospratos de feijoada e bebeu doisde feijoada e bebeu dois coposcopos de suco.de suco.
5. ProsopopeiaProsopopeia ouou personificaçãopersonificação – Consiste em atribuir a seres– Consiste em atribuir a seres
inanimados predicativos que são próprios de seres animados.inanimados predicativos que são próprios de seres animados.
Exemplos:Exemplos:
““O jardim olhavaO jardim olhava as crianças sem dizer nada.”as crianças sem dizer nada.”
““As casas espiamAs casas espiam os homens que correm atrás de mulheres.”os homens que correm atrás de mulheres.”
Comparação ou símile – É a figura de linguagem que consiste na
aproximação entre dois seres em função de uma semelhança entre
eles, ou seja, é possível atribuir características de um elemento ao
outro, sempre usando os termos comparativos explícitos citados acima.
Exs.: “De tão branca, a moça parecia um fantasma”.
“Ele dirigia como um louco”.
“Trabalhava tal qual um profissional”.
“Ele era tão bom quanto um santo”.
“Seus olhos brilhavam que nem esmeraldas”.
SinestesiaSinestesia – Trata-se de mesclar, numa expressão, sensações– Trata-se de mesclar, numa expressão, sensações
percebidas por diferentes órgãos do sentido.percebidas por diferentes órgãos do sentido.
Exs.:Exs.: “A luz“A luz cruacrua da madrugada invadia meu quarto”.da madrugada invadia meu quarto”.
“O sol de outono caía com uma luz pálida e macia”.
“Dirigiu-lhe uma palavra branca e fria como agradecimento”.
6. Figuras de construção
AliteraçãoAliteração – Consiste na repetição ordenada de mesmos sons– Consiste na repetição ordenada de mesmos sons
consonantais.consonantais.
Exemplos:Exemplos:
“Es“Esppeerrando,ando, ppaarrada,ada, prpregada naegada na ppededrra doa do ppoorrto.”to.”
“O rato roeu a roupa do rei de Roma”.
“Quem com ferro fere com ferro será ferido”.
AnacolutoAnacoluto – Consiste em deixar um termo solto na frase.– Consiste em deixar um termo solto na frase.
Normalmente, isso ocorre porque se inicia uma determinadaNormalmente, isso ocorre porque se inicia uma determinada
construção sintática e depois se opta por outra. Palavra ou palavrasconstrução sintática e depois se opta por outra. Palavra ou palavras
jogadas no início de um período sem desempenhar função sintática.jogadas no início de um período sem desempenhar função sintática.
Exemplos:Exemplos:
““A vidaA vida, não sei realmente se ela vale alguma coisa”., não sei realmente se ela vale alguma coisa”.
““PoesiaPoesia. Ora, ninguém gosta de choradeiras poéticas.”. Ora, ninguém gosta de choradeiras poéticas.”
“Eu, toda vez que chego, você me chama pra conversar”.
7. Anáfora – Consiste na repetição de uma mesma palavra no início de
versos ou frases.
Exemplos:
“Noite – montanha. Noite vazia. Noite indecisa. Confusa noite. Noite à
procura, mesmo sem alvo.” (Carlos Drummond de Andrade)
“Oô...
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
Da ingazeira
Debruçada
No riacho
Que vontade
De cantar!”
(M. Bandeira)
“Acorda, Maria, é dia
de matar formiga
de matar cascavel
de matar estrangeiro
de matar irmão
de matar impulso
de se matar”.
(Carlos Drummond de Andrade)
8. Assíndeto – é a omissão das conjunções ou conectivos aditivas.
Exemplos:
“... há de morrer como viveu: sozinho! Sem ar! sem luz! sem Deus!
sem fé! sem pão! sem lar!” (Olavo Bilac)
“É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias”
(Vinícius de Moraes)
Elipse – Consiste na omissão de um termo que é facilmente
identificado.
Exemplos:
“Na estante, livros e mais livros”. (há)
“Chegamos tarde ontem”. (Nós)
“Não fosse sua carona, eu ainda estaria no meio do caminho”. (Se)
Hipérbato – Se refere a uma inversão brusca da ordem dos termos de
uma oração.
Exemplos.:
Brincavam antigamente na rua as crianças.
Dança, à noite, o casal de apaixonados no clube.
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas / De um povo heroico o
brado retumbante.
9. Pleonasmo – consiste na repetição de um termo da oração ou do
significado de uma expressão, isto é, alguma informação que é repetida
desnecessariamente. Podem ser literários e vicioso.
Literários
Exs.:
Chovia uma triste chuva de resignação. (Manuel Bandeira)
Me sorrir um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã. (Chico
Buarque)
Viciosos
Exs.:“Todos subiram em cima do palco”. / “Menino, entre já para
dentro”. / “Vi com meus próprios olhos”.
Polissíndeto – É uma figura caracterizada pela repetição enfática dos
conectivos (geralmente a conjunção e).
Exemplos:
"Falta-lhe o solo aos pés: recua e corre, vacila e grita, luta e
ensanguenta, e rola, e tomba, e se espedaça, e morre." (Olavo Bilac)
"Deus criou o sol e a lua e as estrelas. E fez o homem e deu-lhe
inteligência e fê-lo chefe da natureza.
10. Silepse – É uma figura de linguagem que faz concordância não através
de regras gramaticais, mas sim pela ideia associada em nossa mente.
Conhecida também como concordância ideológica. Pode ser de
gênero, de número ou de pessoa.
Exemplos:
de gênero:
“Bom Jardim é encantadora!” (a concordância é feita com a palavra
cidade, feminina, que está subentendida)
“Alguém andava bem saudosa.” (concorda com a ideia de feminino.)
de número:
O pessoal pôs-se a gritar e choravam.
O casal de pássaros nada fez, apenas voaram, foram embora.
de pessoa:
“Aliás todos os sertanejos somos assim.”
“Os amigos nos revezávamos à sua cabeceira.”
11. Figuras de pensamento
Antítese – É a oposição entre dois pensamentos, duas ou mais
ideias. “É a oposição de duas verdades, uma dando vida à outra.” La
Bruyère).Figura fundamental, básica do pensamento e do sentir:
nascimento x morte; ódio x amor; dia x noite; alegria x dor etc.
Exemplo:
E Carlos, jovem de idade e velho de espírito, aproximou-se.
O que sempre foi simples tornou-se complexo.
"O mito é o nada que é tudo." (Fernando Pessoa)
Apóstrofe – Consiste no chamamento a uma pessoa ou coisa que
pode ser real ou imaginária, pode estar presente ou ausente; usada
para dar ênfase.
Exemplo:
Ó mar salgado, / quanto do teu sal / são lágrimas de Portugal!
(Fernando Pessoa)
Senhor Deus dos desgraçados! / Dizei-me vós, Senhor Deus!
(Castro Alves)
12. Eufemismo – Busca suavizar uma expressão através do uso de termos
mais agradáveis.
Exemplos:
Ele é desprovido de beleza. (= feio)
O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
Osvaldo partiu dessa pra melhor. (= morreu)
Hipérbole – Consiste em engrandecer ou diminuir exageradamente a
verdade.
Exemplo:
Eu já disse um milhão de vezes que não fui eu quem fez isso!
Hoje está um frio de rachar!
Aquela mãe derramou rios de lágrimas quando seu filho foi preso.
Não convide o João para sua festa, porque ele come até explodir!
Ironia – Figura pela qual se diz o contrário do que se quer dizer.
Exemplo: Que pessoa educada! Entrou sem cumprimentar ninguém.
13. Paradoxo – Consiste numa proposição aparentemente absurda,
resultante da união de ideias contraditórias.
Exemplos.:
É só um pobre rapaz rico que não sabe nada da vida.
Quanto mais vivemos, mais nos aproximamos da morte.
Essa menina parece que dorme acordada.
“Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer”. (Camões)
REFERÊNCIAS
AMARAL, Emília et al. Português: Novas palavras: literatura, gramática,
redação e leitura. volumes 1,2 e 3: ensino médio/ 2 ed. – São Paulo:
FTD, 2013.