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Em quase todas as teorias do conhecimento, ao longo da história ocidental, os
autores partem do pressuposto de que o conhecimento deveria fornecer uma
imagem do mundo real, isto é, de um mundo tal como ele é sem a intervenção do
observador humano.
Os céticos de todas as épocas constataram que este pressuposto é absurdo,
porque todo o saber tem origem na experiência ou em fatores inatos, e nestas
condições, não conseguiremos nunca confrontar o saber obtido com o mundo
“objetivo” que existe, antes de ser pensado e transformado pela experiência
humana e pelas propriedades do espírito humano, agente do conhecimento.
Apesar de todas as tentativas dos filósofos - e houve algumas muito belas e muito
poéticas -, o argumento dos céticos é tão incontestável hoje quanto o era há 2500
anos, no tempo dos pré-socráticos.
Mas, o termo usado no início “quase todas as teorias do conhecimento” quer
significar justamente “nem todas” ou “só algumas”. Há, com efeito, algumas
exceções. Uma delas é-nos dada por Giambatista Vico, um filósofo napolitano do
início do século XVIII. Vico é o verdadeiro pai do construtivismo. A sua ideia
principal foi vertida na seguinte frase: “O homem só pode conhecer aquilo que fez”.
Por outro lado, Vico deixou-nos um conjunto muito vasto de construções
conceptuais, das quais uma boa parte é claramente próxima do espírito das
análises de Piaget. Esta coincidência é interessante, enquanto facto histórico,
porque Piaget nunca leu o tratado epistemológico de Vico, um tratado escrito em
Latim que se manteve quase desconhecido até aos dias de hoje.
Não é este o momento nem o lugar adequados para falar da revolução cuja origem,
em retrospetiva, podemos encontrar nas ideias de Vico. Mas é fundamental explicar
o ponto central desta revolução conceptual que propõe uma mudança radical no
conceito de saber.
Em Português, temos alguma vantagem para compreender o problema, por
dispormos de duas palavras, “saber” e “conhecimento”, que nos facilitam a
compreensão de uma distinção muito importante: a distinção entre a atividade de
conhecer e o seu resultado, o saber. (Em inglês, só se recorre a uma palavra para
os dois conceitos, e esta característica linguística e cultural não é neutra).
No entanto, esta distinção, facilitada na nossa língua por dispormos de duas palavras, torna-se muito complexa e
difícil, não por razões lógicas, mas porque em todas as línguas e nos nossos hábitos de expressão somos
fortemente influenciados pela tradição realista que sempre esteve presente na tradição filosófica ocidental. É
extremamente difícil substituir o conceito de conhecimento como devendo produzir uma imagem do mundo real
(imagem incompleta, talvez, mas mesmo assim imagem) pelo conceito de “acção”. Mas é precisamente esta
substituição que é necessário fazer para compreender os fundamentos do construtivismo.
Todo o conhecimento é o resultado de uma acção ou de uma série de acções. Uma acção não surge por acaso. A
acção dirige-se sempre para um fim - e o fim é necessariamente uma estrutura construída ou por reflexos inatos ou
com base nas experiências do agente. Piaget mostrou muito bem como isso funciona no domínio da perceção e
também no domínio da concetualização. Nos dois domínios, é o sucesso de uma ação ou operação que nos
fornece a medida da sua validade. Neste ponto, o construtivismos aproxima-se claramente do pagmatismo, por
exemplo, de William James.
Para se ter sucesso, todavia, não é uma imagem “correta” o que nos faz falta, mas sobretudo uma espécie de
mapa que nos permita evitar os obstáculos que o mundo real poderá colocar no caminho das nossas acções. Por
outras palavras, trata-se não de fazer uma cópia da estrutura do mundo real, mas sim de construir um mapa de
itinerários, através dos quais nos podemos orientar no mundo e alcançar os fins que escolhemos.
Imaginemos uma noite sem luar. Encontramo-nos numa floresta e queremos encontrar o caminho para sair dela.
Avançamos lentamente. A cada dois ou três passos, as nossas mãos encontram um obstáculo - uma árvore, uma
pedra… - que nos obriga a desviarmo-nos do caminho que pretendíamos seguir. Após um certo tempo, se tudo
correr bem, começaremos a ver as estrelas e apercebemo-nos de que finalmente conseguimos deixar a floresta
para trás. Se nessa altura nos questionarmos sobre o que realmente sabemos a respeito daquela floresta, só
podemos dizer uma coisa que ficamos a saber: um caminho possível de saída, uma forma de a atravessar, de
passar por ela. Este saber só foi adquirido, avançando, superando os obstáculos que nos afastavam da saída e
tendo em conta os nossos próprios movimentos que nos conduziam pelo caminho possível. É neste preciso sentido
que podemos falar do saber que nos permite caminhar através do mundo e da vida.
Vejamos, então, alguns exemplos de construções, na esperança de que possa ser mais fácil mostrar um ou outro
aspeto desta forma de pensar. Os exemplos mais claros são os que descrevem ou analisam construções
necessárias ao desenvolvimento cognitivo das crianças.
Essas construções estão na origem de estruturas cognitivas a que se dá o nome de representações. Mas aqui há
uma questão que tem de ser esclarecida antes de tudo o resto.
A palavra “representação” é uma palavra muito ambígua. Falamos de representações para nos referirmos a
imagens, a símbolos, à atividade dos atores de teatro ou cinema, etc. A lista de significados possíveis dessa
palavra é uma das mais ricas do dicionário. Aquilo que devemos reter no uso que aqui se faz do termo
“representação” é que ele não se refere nunca a uma imagem ou cópia de uma coisa exterior, de uma coisa com
realidade ontológica. Pelo contrário, devemos considerá-lo como referindo-se a uma re-apresentação de uma coisa
previamente construída. De algum modo, Platão teve a intuição de que assim deveria ser o conhecimento, mas
esteve muito longe de dar à sua perspetiva uma dimensão construtivista. A sua busca incessante do universal e
imutável impedia-o de alguma vez equacionar o problema deste modo. A sua “re-apresentação” (reminiscência)
seria a das Ideias do Mundo das Ideias, vislumbradas pela alma humana numa vida anterior.
Este conceito de “representação” aplica-se igualmente às representações ditas “icónicas”, como os desenhos e as
pinturas. Se desenharmos numa folha de papel uma bicicleta, é possível que a maior parte das pessoas
“reconheça” o desenho como representando uma bicicleta. Sublinhemos, desde já, a palavra “reconhecer”. O seu
uso quer significar que essas pessoas veriam no desenho algo que já tinham visto antes. Poderíamos dizer que o
desenho as faz repetir uma experiência conhecida. O mesmo se pode dizer da forma como os visitantes de uma
galeria de arte representam no seu espírito os quadros que lá encontram expostos, ou da forma como cada um se
representa mentalmente o sorriso da Gioconda.
Se mostrasse o mesmo desenho a um, digamos, indígena da Amazónia que nunca tivesse visto rodas nem
bicicletas, não lhe seria possível representar a mesma coisa que representa a maioria dos indígenas da Europa.
Para ele, o desenho nunca poderia representar uma bicicleta, proque não a reconheceria nele.
Este será, porventura, um exemplo banal e até improvável, mas ilustra bem aquilo que pretendo pôr em evidência,
que mesmo uma representação icónica (de um desenho) só funciona através do recurso à evocação de
experiências ou “conhecimentos” que já possuímos. Do ponto de vista construtivista, podemos formular esta tese,
dizendo: uma re-apresentação só funciona se nos levar a executar uma operação (ou uma série de operações) que
já tinhamos aprendido antes.
Passemos agora, então, a um exemplo de construção mental. Escolho uma situação muito simples, mas mesmo
assim, inteiramente abstrata: a situação da criança que se encontra na fase de começar a aprender a formação do
plural na sua língua materna.
Na língua portuguesa, isso é mais compliacdo do que, por exemplo, em língua inglesa, porque o fonema que indica
o plural é mais variável. Em Inglês, com muito poucas exceções, o plural forma-se sempre com um “s” final. Mas
não é o código fonémico que aqui está em questão. É, pelo contrário, o estádio anterior à codificação linguística, o
estádio em que a criança aprende a distinguir os elementos experienciais sobre os quais constrói o conceito de
plural.
Imaginemos, então, uma mesa e, sobre essa mesa, cinco ou seis ovos. Uma criança que já tenha aprendido a
reconhecer um ovo como uma coisa independente e isolada no seu campo visual, e que também tenha aprendido
que essa coisa é, na maior parte das vezes, associada à palavra “ovo”, ao olhar para a mesa e para os ovos,
poderia dizer: “Ovo… ovo… ovo… “ - até chegar ao último exemplar dessa coisa. Para não se enganar, talvez
acrescentasse a essa espécie de contagem, o movimento de um dedo apontado para cada um dos objetos ao
ritmo da sua fala.
Para “reconhecer” uma coisa, é preciso possuir uma espécie de estrutura modelo, mais ou menos permanente,
com a qual possam ser comparadas as experiências atuais (a cada momento do presente). No entanto, embora
possamos admitir que o processo, a que a criança recorre, até funciona muito bem, a verdade é que ele não é
suficiente para que consiga reunir várias coisas reconhecidas sob o conceito de plural.
Para que tome consciência de que há uma pluralidade - neste caso, de ovos - é ainda necessário que a criança se
aperceba de que realizou uma comparação com a sua estrutura modelo chamada “ovo” mais do que uma vez, e de
que esta comparação conduziu a um resultado positivo mais do que num caso.
Este exemplo, apesar da sua simplicidade, mostra claramente que a atribuição de um plural a uma situação
percetiva requer, para além do trabalho percetivo, uma operação reflexiva, isto é, uma espécie de consciência do
que nós próprios fazemos. No exemplo dos ovos, é precisamente a consciência de ter reconhecido um ovo mais do
que uma vez.
Se compreendeu este exemplo, poderá ser tentado a perguntar o que é que ele tem a ver com o problema das
representações. Pois bem, já vimos que, para reconhecer um ovo, precisamos de ter uma estrutura modelo como
termo de comparação. Digamos que esta “estrutura modelo” é um tipo de representação indispensável. Se não a
tivermos, não seremos nunca capazes de recolher experiências a partir de um conjunto, de uma classe de coisas.
Todas as coisas que isloamos no campo visual, por exemplo, seriam indivíduos e nunca seríamos capazes de
concluir que um indivíduo é semelhante a outro.
Prosseguindo no exemplo até à construção do plural, é necessário introduzir um segundo tipo de “re-
apresentação”, justamente aquela representação que é necessária para reconhecer essa operação reflexiva a que
me referia quando fazia apelo à operação específica a que corresponde a formação do plural linguístico. Se não a
reconhecermos como tal, não seremos nunca capazes de saber quando e em que condições devemos formar um
plural.
Se aceitarmos esta análise, então teremos de falar de dois tipos de representações:
          ✤    As re-apresentações de objetos sensoriais;
          ✤    As re-apresentações de operações ou operatórias.
Como veremos daqui a pouco, o primeiro tipo de representações pode ser dividido em outras categorias de acordo
com a sua função. Mas, para já, falemos um pouco sobre as de segundo tipo, o das representações operatórias.
O que é se passaria na sua cabeça se eu lhe propusesse que “imaginasse uma pluralidade”. O que qualquer um
seria capaz de imaginar seria uma coleção de unidades. Isto parece paradoxal, porque parece estranho considerar
uma unidade que não é uma unidade de algo bem específico. No entanto, era isso mesmo o que faria qualquer um
em resposta ao meu pedido. Imaginaria uma pluralidade de pontos, de zeros, de árvores ou de pessoas, ou de
qualquer outra coisa.
Passar-se-ía mais ou menos aquilo que o filósofo irlandês George Berkeley dizia no início do século XVIII: não
conseguimos imaginar uma ideia abstrata sem a aplicarmos a algo de concreto. Tinha toda a razão. Mas Berkely
estava completamente errado ao concluir que essa incapacidade provava que as ideias abstratas ou universais
não existiam. Se a ideia abstrata de pluralidade não existisse, não seria possível imaginar uma pluralidade de
unidades do que quer que fosse. Não saberíamos o que fazer com as ideias de ponto, de zero, de árvore ou de
pessoa. Pelo contrário, sabemos muito bem que para construir uma pluralidade a partir de uma unidade qualquer,
temos de a repetir pelo menos uma vez.
O termo “pluralidade” refere-se, então, a uma atividade, precisamente a operações mentais.
O exemplo mais evidente de operações mentais encontra-se talvez na matemática. Quando vemos os sinais da
aritmética, “+”, “-”, “=”, etc., não procuramos um objeto que possa ser representado por esses sinais, mas sabemos
muito bem que esses sinais indicam que devemos realizar a operação de somar, de subtrair, de comparar, etc.
Não temos, até agora, a mais pequena ideia sobre como essas operações são armazenadas em memória. No
entanto, sabemos que conseguimos guardá-las para o futuro e sabemos que fazem parte de informações quase
inesquecíveis que resistem mesmo a lesões cerebrais, com mais eficácia do que as informações a respeito de
acontecimentos e objetos. Não será esse processo de armazenamento muito diferente daquele que corresponde à
nossa capacidade para reter em memória programas de ação (rotinas motoras), como andar de bicicleta, jogar
ténis, etc. Neste caso, compreendemos sem dificuldade como é que um jogador de ténis é capaz de imaginar o
movimento do braço no lançamento de uma bola, nos momentos em que não está jogar, isto é, sem realizar o
movimento correspondente. Essa imagem que ele constrói conterá talvez elementos visuais; mas a maior parte da
imagem será constituída por elementos motores, por uma espécie de programa. Assim, fica claro, que algures, os
jogadores de ténis mantêm uma espécie de registo do programa que governa esse movimento, e que podem
apresentar a si mesmos (re-apresentar) esse programa, sem o executar com o braço. A re-apresentação de um
programa deste género é, então, a apresentação de uma sequência de movimentos, sequência essa que foi
programada, organizada e armazenada em memória previamente.
Para acabar com o exemplo do ténis ou do desporto em geral, podemos dizer que, no caso de um especialista, a
escolha e o controlo destes programas de acção foram empurados para o inconsciente, isto é, que após a
aprendizagem essa escolha e controlo foram automatizados. É-nos legítimo defender que essa automatização se
manifesta de igual modo no domínio das operações mentais mais abstratas. Assim, um matemático especialista
põe em evidência a sua especialização, justamente, quando deixa de precisar de pensar na escolha e no controlo
de certas operações mentais; e essas operações podem ser ditas mais abstratas, porque não comportam
movimento físico, mas tão só o movimento da atenção (que inclui componentes físicas, mas subordinadas) dirigido
para as estruturas conceptuais.
Vejamos, então, agora o outro tipo de re-apresentação a que se pode chamar “representação de objetos
sensoriais”. Em primeiro lugar, convém lembrar que todas as representações contêm elementos de repetição de
um programa. Nas representações de objetos, trata-se de um programa que governa a reconstrução de uma
estrutura que contém elementos sensoriais específicos.
É o facto de aquilo a que chamamos “representação mental” - e a representação de objetos sensoriais é uma
representação mental -, implicar sempre uma repetição, que justifica porque, por vezes, escrevo a palavra
representação com um hífen, separando o prefixo “re” (re-apresentação). “Re” indica precisamente a repetição de
algo que já se possui.
Evidentemente, o objeto dessa representação ou reconstrução pode ter origem numa vasta diversidade de classes
de objetos sensoriais. Somos, com efeito, capazes de representar uma maçã, uma paisagem de inverno, a Torre
dos Clérigos, um pôr-do-sol, o sorriso de Mona Lisa. Evidentemente, podemos re-apresentar-nos coisas estáticas e
coisas dinâmicas, processos. É por isso que, em todos os casos, a representação é uma reconstrução:
reconstrução de uma estrutura de elementos sensoriais, num caso, e reconstrução de uma sucessão, no outro.
Para estes dois tipos de programação, precisamos de um programa de composição, digamos, de “compaginação”.
Esta “compaginação” não se faz sem conflitos, sem desequilíbrios, e da gestão desses conflitos e da
superação dos desequilíbrios resulta o desenvolvimento cognitivo ou das “estruturas mentais” que são o
contexto “ecológico”, com tendência para o equilíbrio, das representações.
Mas resta ainda um outro problema: como podemos representar (re-apresentar) uma estátua como uma mulher de
olhos vendados com uma balança na mão, e como um símbolo da justiça? Encontramos, aqui, com efeito, duas
relações bem diferentes uma da outra. Uma baseia-se numa analogia icónica (de imagem), a outra baseia-se numa
associação semântica escolhida arbitrariamente, e estabelecida por convenção.
No que diz respeito às analogias icónicas - que no seu conjunto formam aquilo a que chamo “imaginário” -
podemos verificar que elas se reduzem sempre ao facto de a percepção do objeto representante conter uma parte
das operações perceptivas que é necessário realizar quando percepcionamos o objeto representado. Por outras
palavras, reconheço uma estátua como imagem de uma mulher com os olhos vendados, se e somente se, ao
percepcionar a estátua, me apercebo que executo certas operações que tinha executado anteriormente quando
categorizava uma experiência como um exemplar do género “mulher com olhos vendados e uma balança na mão”.
Esta coincidência parcial de operações dá lugar à relação que Jackobson, na sua brilhante análise de conceitos,
incluiu no termo “metáfora”.
Todavia, no que diz respeito às associações semânticas, onde não há nenhuma analogia experiencial, mas uma
decisão arbitrária de empregar um como sinal ou símbolo do outro, a relação pode ser considerada como uma
caso de “metonímia” (figura de linguagem que consiste em substituir um termo por outro, por semelhança ou por
convenção).
Por isso, ao contrário do que pensou Nietzche, o conhecimento científico não é uma metáfora (embora seja uma
forma de falar), mas é mais uma metonímia. Esta distinção parece fundamental para compreendermos algumas
das limitações cognitivas nos sujeitos em causa….


(…)

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Construção do Conhecimento - Teoria das Representações

  • 1. Construção  do  Conhecimento Para  uma  Teoria  das  Representações J.  B.   Em quase todas as teorias do conhecimento, ao longo da história ocidental, os autores partem do pressuposto de que o conhecimento deveria fornecer uma imagem do mundo real, isto é, de um mundo tal como ele é sem a intervenção do observador humano. Os céticos de todas as épocas constataram que este pressuposto é absurdo, porque todo o saber tem origem na experiência ou em fatores inatos, e nestas condições, não conseguiremos nunca confrontar o saber obtido com o mundo “objetivo” que existe, antes de ser pensado e transformado pela experiência humana e pelas propriedades do espírito humano, agente do conhecimento. Apesar de todas as tentativas dos filósofos - e houve algumas muito belas e muito poéticas -, o argumento dos céticos é tão incontestável hoje quanto o era há 2500 anos, no tempo dos pré-socráticos. Mas, o termo usado no início “quase todas as teorias do conhecimento” quer significar justamente “nem todas” ou “só algumas”. Há, com efeito, algumas exceções. Uma delas é-nos dada por Giambatista Vico, um filósofo napolitano do início do século XVIII. Vico é o verdadeiro pai do construtivismo. A sua ideia principal foi vertida na seguinte frase: “O homem só pode conhecer aquilo que fez”. Por outro lado, Vico deixou-nos um conjunto muito vasto de construções conceptuais, das quais uma boa parte é claramente próxima do espírito das análises de Piaget. Esta coincidência é interessante, enquanto facto histórico, porque Piaget nunca leu o tratado epistemológico de Vico, um tratado escrito em Latim que se manteve quase desconhecido até aos dias de hoje. Não é este o momento nem o lugar adequados para falar da revolução cuja origem, em retrospetiva, podemos encontrar nas ideias de Vico. Mas é fundamental explicar o ponto central desta revolução conceptual que propõe uma mudança radical no conceito de saber. Em Português, temos alguma vantagem para compreender o problema, por dispormos de duas palavras, “saber” e “conhecimento”, que nos facilitam a compreensão de uma distinção muito importante: a distinção entre a atividade de conhecer e o seu resultado, o saber. (Em inglês, só se recorre a uma palavra para os dois conceitos, e esta característica linguística e cultural não é neutra).
  • 2. No entanto, esta distinção, facilitada na nossa língua por dispormos de duas palavras, torna-se muito complexa e difícil, não por razões lógicas, mas porque em todas as línguas e nos nossos hábitos de expressão somos fortemente influenciados pela tradição realista que sempre esteve presente na tradição filosófica ocidental. É extremamente difícil substituir o conceito de conhecimento como devendo produzir uma imagem do mundo real (imagem incompleta, talvez, mas mesmo assim imagem) pelo conceito de “acção”. Mas é precisamente esta substituição que é necessário fazer para compreender os fundamentos do construtivismo. Todo o conhecimento é o resultado de uma acção ou de uma série de acções. Uma acção não surge por acaso. A acção dirige-se sempre para um fim - e o fim é necessariamente uma estrutura construída ou por reflexos inatos ou com base nas experiências do agente. Piaget mostrou muito bem como isso funciona no domínio da perceção e também no domínio da concetualização. Nos dois domínios, é o sucesso de uma ação ou operação que nos fornece a medida da sua validade. Neste ponto, o construtivismos aproxima-se claramente do pagmatismo, por exemplo, de William James. Para se ter sucesso, todavia, não é uma imagem “correta” o que nos faz falta, mas sobretudo uma espécie de mapa que nos permita evitar os obstáculos que o mundo real poderá colocar no caminho das nossas acções. Por outras palavras, trata-se não de fazer uma cópia da estrutura do mundo real, mas sim de construir um mapa de itinerários, através dos quais nos podemos orientar no mundo e alcançar os fins que escolhemos. Imaginemos uma noite sem luar. Encontramo-nos numa floresta e queremos encontrar o caminho para sair dela. Avançamos lentamente. A cada dois ou três passos, as nossas mãos encontram um obstáculo - uma árvore, uma pedra… - que nos obriga a desviarmo-nos do caminho que pretendíamos seguir. Após um certo tempo, se tudo correr bem, começaremos a ver as estrelas e apercebemo-nos de que finalmente conseguimos deixar a floresta para trás. Se nessa altura nos questionarmos sobre o que realmente sabemos a respeito daquela floresta, só podemos dizer uma coisa que ficamos a saber: um caminho possível de saída, uma forma de a atravessar, de passar por ela. Este saber só foi adquirido, avançando, superando os obstáculos que nos afastavam da saída e tendo em conta os nossos próprios movimentos que nos conduziam pelo caminho possível. É neste preciso sentido que podemos falar do saber que nos permite caminhar através do mundo e da vida. Vejamos, então, alguns exemplos de construções, na esperança de que possa ser mais fácil mostrar um ou outro aspeto desta forma de pensar. Os exemplos mais claros são os que descrevem ou analisam construções necessárias ao desenvolvimento cognitivo das crianças. Essas construções estão na origem de estruturas cognitivas a que se dá o nome de representações. Mas aqui há uma questão que tem de ser esclarecida antes de tudo o resto. A palavra “representação” é uma palavra muito ambígua. Falamos de representações para nos referirmos a imagens, a símbolos, à atividade dos atores de teatro ou cinema, etc. A lista de significados possíveis dessa palavra é uma das mais ricas do dicionário. Aquilo que devemos reter no uso que aqui se faz do termo “representação” é que ele não se refere nunca a uma imagem ou cópia de uma coisa exterior, de uma coisa com realidade ontológica. Pelo contrário, devemos considerá-lo como referindo-se a uma re-apresentação de uma coisa previamente construída. De algum modo, Platão teve a intuição de que assim deveria ser o conhecimento, mas esteve muito longe de dar à sua perspetiva uma dimensão construtivista. A sua busca incessante do universal e imutável impedia-o de alguma vez equacionar o problema deste modo. A sua “re-apresentação” (reminiscência) seria a das Ideias do Mundo das Ideias, vislumbradas pela alma humana numa vida anterior. Este conceito de “representação” aplica-se igualmente às representações ditas “icónicas”, como os desenhos e as pinturas. Se desenharmos numa folha de papel uma bicicleta, é possível que a maior parte das pessoas “reconheça” o desenho como representando uma bicicleta. Sublinhemos, desde já, a palavra “reconhecer”. O seu uso quer significar que essas pessoas veriam no desenho algo que já tinham visto antes. Poderíamos dizer que o desenho as faz repetir uma experiência conhecida. O mesmo se pode dizer da forma como os visitantes de uma galeria de arte representam no seu espírito os quadros que lá encontram expostos, ou da forma como cada um se representa mentalmente o sorriso da Gioconda.
  • 3. Se mostrasse o mesmo desenho a um, digamos, indígena da Amazónia que nunca tivesse visto rodas nem bicicletas, não lhe seria possível representar a mesma coisa que representa a maioria dos indígenas da Europa. Para ele, o desenho nunca poderia representar uma bicicleta, proque não a reconheceria nele. Este será, porventura, um exemplo banal e até improvável, mas ilustra bem aquilo que pretendo pôr em evidência, que mesmo uma representação icónica (de um desenho) só funciona através do recurso à evocação de experiências ou “conhecimentos” que já possuímos. Do ponto de vista construtivista, podemos formular esta tese, dizendo: uma re-apresentação só funciona se nos levar a executar uma operação (ou uma série de operações) que já tinhamos aprendido antes. Passemos agora, então, a um exemplo de construção mental. Escolho uma situação muito simples, mas mesmo assim, inteiramente abstrata: a situação da criança que se encontra na fase de começar a aprender a formação do plural na sua língua materna. Na língua portuguesa, isso é mais compliacdo do que, por exemplo, em língua inglesa, porque o fonema que indica o plural é mais variável. Em Inglês, com muito poucas exceções, o plural forma-se sempre com um “s” final. Mas não é o código fonémico que aqui está em questão. É, pelo contrário, o estádio anterior à codificação linguística, o estádio em que a criança aprende a distinguir os elementos experienciais sobre os quais constrói o conceito de plural. Imaginemos, então, uma mesa e, sobre essa mesa, cinco ou seis ovos. Uma criança que já tenha aprendido a reconhecer um ovo como uma coisa independente e isolada no seu campo visual, e que também tenha aprendido que essa coisa é, na maior parte das vezes, associada à palavra “ovo”, ao olhar para a mesa e para os ovos, poderia dizer: “Ovo… ovo… ovo… “ - até chegar ao último exemplar dessa coisa. Para não se enganar, talvez acrescentasse a essa espécie de contagem, o movimento de um dedo apontado para cada um dos objetos ao ritmo da sua fala. Para “reconhecer” uma coisa, é preciso possuir uma espécie de estrutura modelo, mais ou menos permanente, com a qual possam ser comparadas as experiências atuais (a cada momento do presente). No entanto, embora possamos admitir que o processo, a que a criança recorre, até funciona muito bem, a verdade é que ele não é suficiente para que consiga reunir várias coisas reconhecidas sob o conceito de plural. Para que tome consciência de que há uma pluralidade - neste caso, de ovos - é ainda necessário que a criança se aperceba de que realizou uma comparação com a sua estrutura modelo chamada “ovo” mais do que uma vez, e de que esta comparação conduziu a um resultado positivo mais do que num caso. Este exemplo, apesar da sua simplicidade, mostra claramente que a atribuição de um plural a uma situação percetiva requer, para além do trabalho percetivo, uma operação reflexiva, isto é, uma espécie de consciência do que nós próprios fazemos. No exemplo dos ovos, é precisamente a consciência de ter reconhecido um ovo mais do que uma vez. Se compreendeu este exemplo, poderá ser tentado a perguntar o que é que ele tem a ver com o problema das representações. Pois bem, já vimos que, para reconhecer um ovo, precisamos de ter uma estrutura modelo como termo de comparação. Digamos que esta “estrutura modelo” é um tipo de representação indispensável. Se não a tivermos, não seremos nunca capazes de recolher experiências a partir de um conjunto, de uma classe de coisas. Todas as coisas que isloamos no campo visual, por exemplo, seriam indivíduos e nunca seríamos capazes de concluir que um indivíduo é semelhante a outro. Prosseguindo no exemplo até à construção do plural, é necessário introduzir um segundo tipo de “re- apresentação”, justamente aquela representação que é necessária para reconhecer essa operação reflexiva a que me referia quando fazia apelo à operação específica a que corresponde a formação do plural linguístico. Se não a reconhecermos como tal, não seremos nunca capazes de saber quando e em que condições devemos formar um plural. Se aceitarmos esta análise, então teremos de falar de dois tipos de representações: ✤ As re-apresentações de objetos sensoriais; ✤ As re-apresentações de operações ou operatórias.
  • 4. Como veremos daqui a pouco, o primeiro tipo de representações pode ser dividido em outras categorias de acordo com a sua função. Mas, para já, falemos um pouco sobre as de segundo tipo, o das representações operatórias. O que é se passaria na sua cabeça se eu lhe propusesse que “imaginasse uma pluralidade”. O que qualquer um seria capaz de imaginar seria uma coleção de unidades. Isto parece paradoxal, porque parece estranho considerar uma unidade que não é uma unidade de algo bem específico. No entanto, era isso mesmo o que faria qualquer um em resposta ao meu pedido. Imaginaria uma pluralidade de pontos, de zeros, de árvores ou de pessoas, ou de qualquer outra coisa. Passar-se-ía mais ou menos aquilo que o filósofo irlandês George Berkeley dizia no início do século XVIII: não conseguimos imaginar uma ideia abstrata sem a aplicarmos a algo de concreto. Tinha toda a razão. Mas Berkely estava completamente errado ao concluir que essa incapacidade provava que as ideias abstratas ou universais não existiam. Se a ideia abstrata de pluralidade não existisse, não seria possível imaginar uma pluralidade de unidades do que quer que fosse. Não saberíamos o que fazer com as ideias de ponto, de zero, de árvore ou de pessoa. Pelo contrário, sabemos muito bem que para construir uma pluralidade a partir de uma unidade qualquer, temos de a repetir pelo menos uma vez. O termo “pluralidade” refere-se, então, a uma atividade, precisamente a operações mentais. O exemplo mais evidente de operações mentais encontra-se talvez na matemática. Quando vemos os sinais da aritmética, “+”, “-”, “=”, etc., não procuramos um objeto que possa ser representado por esses sinais, mas sabemos muito bem que esses sinais indicam que devemos realizar a operação de somar, de subtrair, de comparar, etc. Não temos, até agora, a mais pequena ideia sobre como essas operações são armazenadas em memória. No entanto, sabemos que conseguimos guardá-las para o futuro e sabemos que fazem parte de informações quase inesquecíveis que resistem mesmo a lesões cerebrais, com mais eficácia do que as informações a respeito de acontecimentos e objetos. Não será esse processo de armazenamento muito diferente daquele que corresponde à nossa capacidade para reter em memória programas de ação (rotinas motoras), como andar de bicicleta, jogar ténis, etc. Neste caso, compreendemos sem dificuldade como é que um jogador de ténis é capaz de imaginar o movimento do braço no lançamento de uma bola, nos momentos em que não está jogar, isto é, sem realizar o movimento correspondente. Essa imagem que ele constrói conterá talvez elementos visuais; mas a maior parte da imagem será constituída por elementos motores, por uma espécie de programa. Assim, fica claro, que algures, os jogadores de ténis mantêm uma espécie de registo do programa que governa esse movimento, e que podem apresentar a si mesmos (re-apresentar) esse programa, sem o executar com o braço. A re-apresentação de um programa deste género é, então, a apresentação de uma sequência de movimentos, sequência essa que foi programada, organizada e armazenada em memória previamente. Para acabar com o exemplo do ténis ou do desporto em geral, podemos dizer que, no caso de um especialista, a escolha e o controlo destes programas de acção foram empurados para o inconsciente, isto é, que após a aprendizagem essa escolha e controlo foram automatizados. É-nos legítimo defender que essa automatização se manifesta de igual modo no domínio das operações mentais mais abstratas. Assim, um matemático especialista põe em evidência a sua especialização, justamente, quando deixa de precisar de pensar na escolha e no controlo de certas operações mentais; e essas operações podem ser ditas mais abstratas, porque não comportam movimento físico, mas tão só o movimento da atenção (que inclui componentes físicas, mas subordinadas) dirigido para as estruturas conceptuais. Vejamos, então, agora o outro tipo de re-apresentação a que se pode chamar “representação de objetos sensoriais”. Em primeiro lugar, convém lembrar que todas as representações contêm elementos de repetição de um programa. Nas representações de objetos, trata-se de um programa que governa a reconstrução de uma estrutura que contém elementos sensoriais específicos. É o facto de aquilo a que chamamos “representação mental” - e a representação de objetos sensoriais é uma representação mental -, implicar sempre uma repetição, que justifica porque, por vezes, escrevo a palavra representação com um hífen, separando o prefixo “re” (re-apresentação). “Re” indica precisamente a repetição de algo que já se possui.
  • 5. Evidentemente, o objeto dessa representação ou reconstrução pode ter origem numa vasta diversidade de classes de objetos sensoriais. Somos, com efeito, capazes de representar uma maçã, uma paisagem de inverno, a Torre dos Clérigos, um pôr-do-sol, o sorriso de Mona Lisa. Evidentemente, podemos re-apresentar-nos coisas estáticas e coisas dinâmicas, processos. É por isso que, em todos os casos, a representação é uma reconstrução: reconstrução de uma estrutura de elementos sensoriais, num caso, e reconstrução de uma sucessão, no outro. Para estes dois tipos de programação, precisamos de um programa de composição, digamos, de “compaginação”. Esta “compaginação” não se faz sem conflitos, sem desequilíbrios, e da gestão desses conflitos e da superação dos desequilíbrios resulta o desenvolvimento cognitivo ou das “estruturas mentais” que são o contexto “ecológico”, com tendência para o equilíbrio, das representações. Mas resta ainda um outro problema: como podemos representar (re-apresentar) uma estátua como uma mulher de olhos vendados com uma balança na mão, e como um símbolo da justiça? Encontramos, aqui, com efeito, duas relações bem diferentes uma da outra. Uma baseia-se numa analogia icónica (de imagem), a outra baseia-se numa associação semântica escolhida arbitrariamente, e estabelecida por convenção. No que diz respeito às analogias icónicas - que no seu conjunto formam aquilo a que chamo “imaginário” - podemos verificar que elas se reduzem sempre ao facto de a percepção do objeto representante conter uma parte das operações perceptivas que é necessário realizar quando percepcionamos o objeto representado. Por outras palavras, reconheço uma estátua como imagem de uma mulher com os olhos vendados, se e somente se, ao percepcionar a estátua, me apercebo que executo certas operações que tinha executado anteriormente quando categorizava uma experiência como um exemplar do género “mulher com olhos vendados e uma balança na mão”. Esta coincidência parcial de operações dá lugar à relação que Jackobson, na sua brilhante análise de conceitos, incluiu no termo “metáfora”. Todavia, no que diz respeito às associações semânticas, onde não há nenhuma analogia experiencial, mas uma decisão arbitrária de empregar um como sinal ou símbolo do outro, a relação pode ser considerada como uma caso de “metonímia” (figura de linguagem que consiste em substituir um termo por outro, por semelhança ou por convenção). Por isso, ao contrário do que pensou Nietzche, o conhecimento científico não é uma metáfora (embora seja uma forma de falar), mas é mais uma metonímia. Esta distinção parece fundamental para compreendermos algumas das limitações cognitivas nos sujeitos em causa…. (…)