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Pra. Valnice Milhomens
Estaremos tecendo alguns comentários, à guisa de
introdução, sobre a liderança feminina na Igreja,
começando com citações de alguns servos versados nas
Escrituras e concluindo com uma abordagem pessoal
sobre princípios que regem a matéria, sem, contudo, fazer
uma exegese do texto, porque fugiria ao escopo de uma
introdução.
O Dr. Kenneth Hagin, falando sobre a
questão da mulher, comenta:
Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de
todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o
cabeça de Cristo. (1CO 11:3)
Quero, entretanto, que saibais que a cabeça de todo
homem é Cristo e a cabeça de uma mulher é seu marido
e que a cabeça de Cristo é Deus. (1CO 11:3)
(Weymouth,)
Desejo que saibais que a cabeça de todo homem é
Cristo e a cabeça da esposa é o marido e que a cabeça
de Cristo é Deus. (1CO 11:3) (Worrell,)
...Mas há uma questão sobre a qual quero
lembrar-vos: que uma esposa é responsável a
seu marido; seu marido é responsável a Cristo;
e Cristo é responsável a Deus (Tay)
“É o homem cabeça de toda mulher?
Asseguradamente não! Um homem pode ser o cabeça de
uma mulher – sua esposa. Mas ele não é a cabeça de
cada mulher” (Kenneth. Hagin)
A palavra grega para homem e marido é a mesma -
aner. A palavra grega para mulher e esposa é também a
mesma – gyne. Os tradutores, em grande parte, têm
traduzido por simplesmente homem ou mulher, segundo
o caso. Identifica-se a quem se refere pelo contexto.
“O texto em epígrafe tem a ver com a posição marido
– esposa e não homem – mulher. Cristo é a cabeça da
mulher, do mesmo modo que é a cabeça do homem. Se
não for assim, a mulher não está na igreja, pois Cristo é a
cabeça da Igreja. É possível fazer a Bíblia dizer qualquer
coisa que você queira crer. Não importa o que você
queira crer, pode encontrar versículos, mal interpretá-los,
tirá-los fora do seu contexto, e fazê-los dizer o que quer
que seja que você queira que eles digam.”
“Paulo estava simplesmente ilustrando do ponto de
vista da família – o ponto de vista doméstico – que o
homem é a cabeça da esposa, assim como do ponto de
vista espiritual Cristo é a cabeça da Igreja. Ele não está
dizendo que o marido é espiritualmente a cabeça da
esposa. Se isso fosse assim, a esposa convertida de um
homem descrente não teria cabeça espiritual. Mas glória
a Deus, ela tem uma cabeça espiritual – o Senhor Jesus
Cristo!” (K. Hagin)
Quanto a esta questão, a interpretação é mais
complexa, porque primeiro tem-se que ver o que Paulo
quer dizer por “cabeça”. Não há dúvidas de que I
Coríntios 11 a 14 responde a questões sobre os cultos
públicos da Igreja. Paulo, aqui aborda três assuntos:
1. O modo apropriado de se trajar para o exercício de
funções nos cultos públicos;
2. A maneira apropriada de ministrar-se a Ceia do
Senhor nas reuniões da Igreja;
3. uso efetivo dos dons espirituais nas reuniões da
Igreja.
O texto em consideração se refere ao modo como
homens e mulheres deveriam se trajar quando liderassem
a congregação em adoração ou profecia. Como a análise
do texto, juntamente com I Co. 14:34, demanda muito
espaço, apenas tocamos aqui ma questão.
conservem-se as mulheres caladas nas
igrejas, porque não lhes é permitido falar; mas
estejam submissas como também a lei o
determina. (1CO 14:34)
Basta analisar isto à luz de I Co. 11:5, que se
conclui haver muita interpretação conflitante.
Toda mulher, porém, que ora ou profetiza
com a cabeça sem véu desonra a sua própria
cabeça, porque é como se a tivesse rapada.
(1CO 11:5)
Este texto indica que as mulheres tomavam
parte na liderança do culto da Igreja em
Corinto. O fato de que Paulo é cuidadoso em
orientar quanto ao costume usado para o traje
feminino liderando em tais funções, mostra que
a prática era normal nas igrejas paulinas.
LIDERANÇA FEMININA
No entanto, “a expressão que demanda exame é a
aparente hierarquia, Deus – Cristo – Homem – Mulher.
A palavra cabeça aqui deve ser entendida não como
“governo”, mas como “fonte”. Cristo veio de Deus; Ele
é “o único Filho do Pai” (Jo. 1:14). Como agente da
criação (Jo. 1:3), Cristo trouxe o homem à existência
(“raça humana”, naturalmente, de acordo com Gênesis,
mas Paulo enfatiza aqui o macho da espécie); e do macho
da espécie, a fêmea veio a existir (Gn. 2:21-22). Um
certo desconforto de Paulo ao traçar implicações desse
padrão é logo percebido. Ele se apressa a acrescentar:
No Senhor, todavia, nem a mulher é independente do
homem, nem o homem, independente da mulher.
Porque, como provém a mulher do homem,
assim também o homem é nascido da mulher; e
tudo vem de Deus. (1CO 11:11-12)” (E. M.
Howe, Women & Church Leadership, no
capítulo sobre Exegese Bíblica)
Normalmente as discussões sobre o papel do
homem na Igreja, na sociedade e no lar são
baseadas no versículo em análise. O
significado muito depende da palavra grega
kephale, traduzida para “cabeça” no Novo
Testamento.
Um entendimento possível, na linguagem de
hoje, da palavra “cabeça” é “líder,” “chefe,”
“diretor,” “a posição mais alta dentro de uma
hierarquia.” Berkeley Mickelsen, em artigo
publicado na Christianity Today, 20.02.81,
analisa exaustivamente a palavra grega, citando
vários léxicos. Ele demonstra que a palavra,
usada sete vezes figuradamente, por Paulo, não
poderia ser entendida por um leitor no grego
como significando “supremo sobre” ou
“autoridade sobre”. O sentido seria de
originador exaltado e completador; fonte, base,
derivação; capacitador (alguém que traz ao
completude); fonte de vida; topo ou coroa. Ele
cita e analisa as vezes em que a palavra é usada
no sentido figurado. Vamos apenas transcrever
o significado da palavra em cada um dos textos:
1. Cl. 1:18 (contexto 1:14-20) – kephale quer
dizer “originador e completador exaltado”.
Usa a palavra no significado comum do
grego: “fonte, ou princípio ou completude”-
no sentido de que Cristo é o originador
exaltado e completador da Igreja.
2. Cl. 2:19 (contexto 2:16-19) – kephale aqui
significa “fonte de vida”. Cristo é a fonte
de vida que nutre a igreja.
3. Ef. 4:15 (contexto 4:11-16) – A passagem
enfatiza a unidade da cabeça e do corpo, e
apresenta Cristo como o nutridor e fonte de
crescimento.
4. I Co. 11:3 (contexto 11:2-16) – Kephale
parece trazer a idéia de “fonte, base ou
derivação”. “O homem era a fonte ou
princípio” da mulher no sentido de que ela
foi tirada do lado de Adão. Cristo é aquele
através de quem toda a criação veio a existir
(I Co. 8:6b). Deus é a base de Cristo (Jo.
8:42)”
“Quando reconhecemos o significado da
palavra grega kephale como fonte ou origem,
conforme Paulo explica nos versículos 8 a 12,
então o versículo 3 não parece ensinar uma
cadeia de comando. A ordem das palavras de
Paulo também mostra que ele não está
pensando em uma cadeia de comando. Aqueles
que assim o fazem devem rearranjar as palavras
de Paulo. De fato ele parece fazer um atalho a
fim de mostrar que não está imputando a
autoridade aos homens quando diz “ Porque,
como provém a mulher do homem, assim
também o homem é nascido da mulher; e tudo
vem de Deus.” (1CO 11:12)
I. Ef. 5:23 (contexto 5:18-23) – aqui é
usada a palavra kephale para mostrar a unidade
do marido e da mulher e de Cristo e da Igreja.
Paulo freqüentemente usou a metáfora cabeça -
corpo para enfatizar a unidade de Cristo e da
Igreja. A cabeça e o corpo são por natureza
dependentes um do outro.
Este versículo segue-se à explicação sobre o
significado de ser cheio do Espírito. Sua última
instrução é “sujeitando-vos uns aos outros no
temor do Senhor” (v. 21). Isto é dirigido a
todos os cristãos e obviamente inclui maridos e
mulheres.
A palavra grega “submeter-se” ou “sujeitar-
se a” não aparece no versículo 22. Diz
simplesmente: “esposas a seus maridos”. O
verbo suprimido deve portanto referir-se ao
mesmo tipo de submissão exigida a todos os
cristãos no versículo 21.
Para enfatizar a unidade de marido e esposa,
Paulo volta à sua metáfora favorita cabeça -
corpo (v. 23).
2
Paulo desenvolve sua metáfora extensamente
em I Coríntios 12:22-27. Se ele pensasse sobre
“cabeça” (kephale) como a parte do corpo que
tem autoridade sobre o resto do mesmo, tal
significado não apareceria nesta longa
passagem? Sabemos que o cérebro controla o
corpo. Mas Paulo não usa este conceito nesta
metáfora. Ele se refere a ouvidos, olhos e
nariz; a cabeça como um todo é mencionada
apenas no versículo 21. Ele ensina aqui a
unidade e mútua dependência de todas as partes
(v. 26). Não há aqui qualquer sugestão de que a
cabeça tenha autoridade sobre as outras partes
do corpo.
Cristo de fato tem autoridade sobre a Igreja
(Mt. 16:18). Mas a maioria das passagens que
falam de Cristo como cabeça (kephale) da
Igreja não aponta para Sua autoridade sobre a
Igreja, mas em vez disso para a unidade entre
Cristo e a Igreja. Em Efésios 5:18-33, esta
unidade é aplicada a marido e esposa.
II. Ef. 1:20-23 (contexto 1:13-23) –
kephale quer dizer “topo ou coroa”. Paulo
apresenta um elevado quadro de Cristo e sua
autoridade sobre tudo na criação. A autoridade
de Cristo estabelecida nos versículos 20-21, é
estendida a toda extremidade da coroa (cabeça)
aos pés – incluindo a igreja que é Seu corpo.
III. Cl. 2:10 (contexto 2:8-15) – kephale
outra vez parece ter a idéia grega de fonte de
vida, bem como a idéia de topo ou coroa. Este
versículo enfatiza a Igreja como a “plenitude de
Cristo”.
Paulo usa aqui duas metáforas – a cabeça -
corpo, com a Igreja vindo à “plenitude de
Cristo” (a fonte de vida, nutridor, capacitador),
e também o conceito de topo ou coroa quando
fala de Cristo como cabeça de todo principado e
autoridade. Nessas duas passagens, “topo” ou
“coroa” enfatiza a posição de Cristo por virtude
da cruz e ressurreição. Ele é o vencedor, e é
coroado com glória e honra (Hb. 2:9; Sl. 8:5).
Paulo usou outras palavras para referir-se à
autoridade, como exousia (Rm. 13:1-2) e
archon (Rm. 13:3).
Podemos ler legitimamente em inglês ou
hebraico o significado da palavra “cabeça” no
Novo Testamento, quando tanto o contexto
quanto a literatura secular grega dos dias
daqueles dias indicam que “posição superior”
ou autoridade sobre” não eram os significados
que os gregos associavam à palavra, e
provavelmente não era o significado que o
apóstolo Paulo tinha em mente? Terá a nossa
falta de compreensão de algumas dessas
passagens sido usada para sustentar o conceito
do domínio masculino que tem governado a
maioria das sociedades seculares pagãs desde o
início da história registrada? Terá essa falta de
compreensão também nos roubado um quadro
mais rico e exaltado de Cristo que Paulo estava
tentando nos dar?
(Até aqui síntese do artigo de Mickelsen, já referido)
Transcrevemos agora alguma coisa
apresentada por Charles Trombley, em seu livro
Who Said Women Can’t Teach? (Quem Disse
que as Mulheres não Podem Ensinar?). Este
livro é dedicado e prefaciado pelo Dr. Judson
Cornwall, que interrompeu a escrita de um livro
sobre o assunto, após ler o manuscrito de
Trombley, julgando-o completo e erudito. Dr.
Judson é autor muito respeitado, com muitos
livros publicados. É conferencista
internacional. Ele mesmo declara no prefácio:
“Minha irmã serviu comigo no pastorado por
quase doze anos, e meu presente pastor é uma
mulher.” (Pastora, portanto).
A Diferença entre Cabeça e Coração
Como os cristãos que liam as Epístolas de
Paulo entendiam o termo “cabeça”? Como ele
é usado no grego do Novo Testamento?
Kephale é usado 57 vezes, e 50 se referem à
cabeça física de um homem ou animal. Mas
Paulo usou a palavra como metáfora sete
vezes... Das sete vezes, apenas duas são
interpretadas como significando autoridade ou
chefia masculina dominante (I Co. 11:3 e Ef.
5:23).
O significado comum aceito é de autoridade
ou posição superior, mas tal significado não é
assim tão claro no Novo Testamento.
F. H. Palmer em seu Dicionário da Bíblia,
sob o título “cabeça”, diz: “A cabeça não é
considerada o assento do intelecto, mas a fonte
3
da vida... Portanto, levantar a cabeça é garantir
a vida no sentido de sucesso (Jz. 8:28).”
O Dicionário Bíblico de Harper diz: “...o
coração era metaforicamente considerado como
a fonte das atividades intelectuais do homem”.
O Dicionário Bíblico de Wilson declara: “A
palavra coração é usada nas Escrituras para
indicar as atitudes da mente e muitos tipos de
afeições e reações”.
Pensava-se que o coração, o homem interior,
incluía seu intelecto, vontade e emoções.
Quase todas as autoridades concordam que o
coração era considerado a fonte dos
pensamentos e emoções, enquanto a cabeça, a
fonte de vida. (Sl. 27:3,8). Mas o coração não
fala nem pensa, a mente o faz. Dizer “o seu
sangue seja sobre sua cabeça” era
responsabilizar a pessoa pela vida ou pela
morte (Js. 2:19; 1 Rs. 2:37). Quando o Sumo
Sacerdote impunha as mãos sobre a cabeça do
bode expiatório, simbolicamente ele colocava
os pecados coletivos de Israel sobre ele. A
cabeça do animal representava a fonte de vida,
substituindo a vida do povo. Para eles, a
cabeça era a fonte da vida.
Até Platão, um filósofo pagão, disse que a
alma humana estava no seu coração, o assento
da inteligência e da emoção. Com o
crescimento do conhecimento científico, os
homens descobriram que o coração não é o
lugar do intelecto, mas sim a mente, e que a
cabeça não era a fonte da vida, mas sim o
coração. Portanto, se forçamos um
entendimento moderno, mesmo que seja mais
exato, à luz do uso antigo de kephale (cabeça),
o verdadeiro significado do que Paulo queria
dizer é perdido.
As leis de Deus não eram escritas na mente
do homem, mas em seu coração (Sl. 37:31). O
coração do homem não pensa, sua mente o faz;
mas para eles era o oposto.
Lemos:
Porque, como o homem pensa em seu coração, assim
ele é; (PV 23:7 - KJV). No entanto, agora sabemos que
o coração bombeia o sangue e nada tem a ver com o
processo do pensamento. Paulo diz que devemos crer
com o coração a fim de sermos salvos (Rm. 10:9). No
entanto o contexto é sobre pregar e ouvir o evangelho,
informação recebida através da cabeça.
Quando Paulo usava kephale – “cabeça” – ele se
referia ao que hoje nos referimos como coração.”
CONCLUSÃO: Pela análise do significado da palavra
grega traduzida para “cabeça” e pelo significado de
“cabeça” na linguagem bíblica, que coloca a fonte de
vida na cabeça e o pensamento no coração, a
interpretação de I Coríntios 11:3 e Efésios 5:23 como
“autoridade sobre”, ou hierarquia, não retrata o
pensamento paulino, conforme até traduções como a
Bíblia na Linguagem de Hoje apresentam.
Uma exegese completa da questão feminina nos
cultos públicos abordada nos três capítulos referidos,
bem como em toda a Bíblia, demanda um livro. Há boa
literatura a respeito. Para os que dominam inglês,
recomendamos Who Said Women Can’t Teach? De
Charles Trombley, um livro sério, bem fundamentado em
pesquisas e análise dos textos originais, da cultura e da
história. Dr. Judson Cornwall a ele se refere nos
seguintes termos: “Eu já me encontrava em profunda
pesquisa para escrever um livro sobre o assunto, quando
descobri que Charles Trombley já havia se envolvido no
mesmo projeto. Voluntariei-me para deixar meu projeto
de lado até examinar seu manuscrito. Agora que o tenho
estudado cuidadosamente, não vejo mais razão para
escrever um livro sobre esta matéria – Charles Trombley
a cobriu inteiramente e de um forma bastante erudita.”
Olhemos para a questão do ponto de vista
geral da revelação:
A família é uma instituição divina, com regras
divinas, para o seu bom funcionamento. A Igreja
também é uma instituição divina, fundada pelo seu
cabeça, Cristo, autor e nutridor de sua vida e
funcionamento. A ligação familiar tem a ver com uma
relação física e emocional. A Igreja com uma relação
espiritual. Querer transferir a estrutura das ligações
familiares, baseada em realidades terrenas e temporais
para a Igreja, que é baseada em ligações espirituais e
eternas, é uma exegese no mínimo forçada.
A Estrutura familiar é baseada numa ligação física
ou sexual.
Da ligação entre marido e mulher, se diz: “Serão os
dois uma só carne” (I Co. 6:16; Ef. 5:31; Mt. 19:6; Gn.
2:24). A ligação física é primordial, pois daí viria a
propagação da raça – fruto desse “uma só carne”.
Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem
de Deus o criou; macho e fêmea os criou (GN 1:27).
O original de fato diz: “macho e fêmea o criou.” O
homem, como é mostrado no texto, é uma combinação
dos elementos masculino e feminino, formando uma
unidade física, cada um contribuindo com uma parte para
a propagação da raça. Deus determina que o macho de
todo o reino animal transporte a semente e a fêmea a
receba. A combinação dos dois traz à luz um outro igual.
Daí as diferenças físicas entre homem e mulher, que
chamamos de sexo. As distinções psicológicas dos dois
sexos são apenas no que se relaciona às questões ligadas
à união física dos dois. Homem e mulher são fisicamente
diferentes para que se completem numa ligação física que
resultará na cooperação com Deus para a propagação da
espécie humana sobre a terra. Homem e mulher são
4
diferentes em alguns elementos psicológicos para que se
completem na mesma ligação.
Os próximos filhos que entram na família, chegam
como resultado da relação sexual. Essa relação, no
entanto, é terrena e reservada “até que a morte os
separe”.
A estrutura da Igreja de Cristo é baseada numa
ligação espiritual.
Mas aquele que se une ao Senhor é um só espírito
com ele. (1CO 6:17)
A base da união aqui, é espiritual. Quando um ser
humano passa pela regeneração do seu espírito ele se liga
ao Senhor e se torna um só espírito com ele. (Ver Jo.
17:21,23). Aqui a distinção entre o marido (Jesus) e a
esposa (a Igreja) é totalmente espiritual, assexuada,
portanto. Sendo que cada um que nasce de novo se torna
parte da “esposa”, a diferença não é entre discípulo e
discípulo, mas entre Cristo e a Igreja.
Gênesis 1:27 deixa claro que tanto o macho quanto a
fêmea foram criados à imagem de Deus. Não há
diferença espiritual, intelectual, emocional ou volitiva
entre eles. Eram iguais em sua criação; iguais na queda;
iguais na redenção. A formação da imagem de Cristo em
cada discípulo é o propósito de Deus, que leva em
consideração apenas o espírito recriado e jamais o sexo
(Rm. 8:29; 2 Co. 3:18). Eis porque Paulo declara:
Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em
Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em
Cristo de Cristo vos revestistes. Dessarte, não pode
haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem
homem nem mulher; porque todos vós sois um em
Cristo Jesus. (GL 3:26-28)
A Hierarquia na Família
A Bíblia deixa claro que há uma hierarquia
que revela graus de responsabilidade e não de
superioridade em todas as instituições:
Família, Igreja, Estado. Isso revela que no
Reino Espiritual as hierarquias também existem
e são respeitadas.
Cada instituição tem uma função e uma estrutura. Na
família, temos pai, mãe, filho. O que tem a semente, a
que recebe a semente e o que resulta dessa união. Deus
criou primeiro o homem e depois a mulher que o
completava, ordenando-lhes que se multiplicassem. Não
existe, porém, qualquer palavra no relato da criação que
insinue a superioridade ou governo masculino sobre a
mulher. Toda a idéia é de dois parceiros que se
completam, em pé de igualdade. Os dois são a imagem
de Deus; os dois devem exercer domínio e autoridade e
os dois devem obediência ao seu Criador.
Também disse Deus: Façamos o homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele
domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus,
sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre
todos os répteis que rastejam pela terra.
Criou Deus, pois, o homem (Há’adam) à sua
imagem, à imagem de Deus os criou; homem e mulher
os criou.
E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos,
multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai
sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre
todo animal que rasteja pela terra. (GN 1:26-28)
O comando de Deus foi dado para eles, e não para
ele. “A declaração original de Deus deve governar
nosso pensamento nesta matéria! Ha’adam, com o
artigo definido ha’ não é o nome próprio de Adão com
um artigo. Ha’adam é um termo genérico significando
‘humanidade’ ou ‘raça humana’. É por isso que o plural
‘eles’ é usado. Este texto não declara que Deus não deu
Sua ordem de governar apenas a uma pessoa, mas o fez a
toda a humanidade.” (C. Trombley).
E qual a relação entre o homem e a mulher na sua
criação? De senhor e serva? Nunca.
Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom
que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora
que lhe seja idônea. (GN 2:18)
Só pode haver comunhão completa entre
iguais. Ezer kenegdo é a palavra hebraica
traduzida para “auxiliadora”. “Estaria Deus
dizendo: “Far-lhe-ei uma adjutora para servi-
lo?” ou Ele disse ”Far-lhe-ei uma cooperadora,
co-regente que seja exatamente como ele, que
cumprirá, susterá, satisfará e trabalhará com ele
e ele com ela? Ela será sua associada e não sua
assistente!”
“Ezer kekegdo descreve uma parte mais forte
sustentando alguém em necessidade.” (C.
Trombley) O Comentário de Púlpito declara:
“Ela deveria ser de similar natureza ao do
próprio homem, correspondendo pela caminho
do suplemento do seu ser solitário incompleto,
e de todos os sentidos adaptada para ser sua
parceira e companheira”
“O homem, sendo a última das criaturas,
como a melhor e mais excelente de todas,
coloca uma honra sobre aquele sexo, como a
glória do homem (I Co. 11:7). Se o homem é a
cabeça, ela é a coroa; uma coroa para o seu
marido, a coroa da criação visível. O homem
era pó refinado, a mulher era pó duplamente
refinado, ela estava a um passo a mais
removida da terra” (Comentário de Matthew
Henry).
Por que no Éden, quando Eva comeu do fruto nada
lhe aconteceu, mas quando Adão o fez seus olhos se
abriram? Porque era ele quem tinha a semente e o
pecado atingiu a raça, em sua semente.
5
Após a queda, tudo muda. Alguns intérpretes da
Bíblia até se referem a Gênesis 3:16 para justificar a
supremacia masculina: “O teu desejo será para o teu
marido e ele te dominará”. No entanto o texto aqui fala
de desejo sexual, domínio sexual, pois a referência está
diretamente ligada ao ter filhos. Contudo, ainda que o
texto se referisse a uma suposta maldição, Cristo veio
resgatar-nos de toda e qualquer maldição e eliminar toda
parede de separação. Veio destruir todo tipo de
escravidão e tornar-nos livres. Veio redimir-nos e formar
para si um reino sacerdotal composto por homens e
mulheres (somos reis e sacerdotes). Implícito está,
portanto, que na Nova Aliança todos podem governar
(reis) e ministrar (sacerdotes).
Vemos o modelo de relacionamento na própria
Trindade. Geralmente pensamos no Pai como o
presidente. Mas Ele não exerce domínio sobre as demais
pessoas da Trindade. Esta posição nada tem a ver com
sexo, pois Deus é espírito. Os três são co-eternos e
iguais, no conselho eterno; operam em perfeita harmonia
como iguais, mesmo que se infira que o Pai preside;
assim é a família.
6
A Hierarquia na Igreja
Cristo é o fundador e cabeça da Igreja. Sua
igreja é composta por homens e mulheres, jovens e
crianças, mediante nascimento espiritual. Sobre todos,
indistintamente, derrama do seu Espírito e distribui dons
a cada um.
A manifestação do Espírito é concedida a
cada um visando a um fim proveitoso. (1CO
12:7)
Cada um quer dizer todos – homens e
mulheres. Onde? Na igreja.
E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor,
que derramarei do meu Espírito sobre toda a
carne; vossos filhos e vossas filhas
profetizarão, vossos jovens terão visões, e
sonharão vossos velhos; até sobre os meus
servos e sobre as minhas servas derramarei do
meu Espírito naqueles dias, e profetizarão. (AT
2:18)
O Espírito Santo está apontando para um dia, os
últimos, em que uma geração de profetas e profetizas se
levantaria. Se o pecado trouxe a discriminação das
filhas, o Espírito de Deus as traria de volta à sua posição
não somente em Deus, mas na comunidade dos filhos de
Deus na sociedade e na própria família. . Profeta é porta
voz dos oráculos divinos; o que fala da parte de Deus.
Os últimos dias profetizados por Joel coloca filhos e
filhas, servos e servos, jovens e velhos na mesma posição
dentro no mover do Espírito e no conseqüente uso de
Suas capacitações.
Se a Igreja é uma instituição espiritual e eterna,
baseada num nascimento espiritual, onde todos os
espíritos regenerados recebem o derramar do Espírito e
operam nos dons espirituais, onde não há distinção de
raça, posição social ou sexo, mas todos formam a noiva
do Cordeiro, em que se baseia sua hierarquia? Qual o
fundamento para o governo da Igreja? Sexo? Idade?
Raça? Absolutamente não.
A uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente,
apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro
lugar, mestres... (1CO 12:28)
E ele mesmo concedeu uns para apóstolos,
outros para profetas, outros para evangelistas
e outros para pastores e mestres... (EF 4:11)
Se a presidência na família compete ao
marido, porque ele veio primeiro, na Igreja a
liderança maior pertence aos apóstolos. No
entanto não é a questão de ser formado primeiro
que garante a liderança. Se assim fosse, Adão
teria se submetido aos animais, pois estes foram
criados primeiro que o homem.
A presidência de uma Igreja local depende
do chamado divino, de Sua unção, que é
manifesta à própria Igreja. O exercício de
qualquer ministério tem o mesmo fundamento.
Se na família o homem é mais forte
fisicamente, para protegê-la, a proteção na
Igreja é espiritual e Cristo mesmo se constitui
esta proteção ou cobertura. Deus estabelece na
Igreja os diversos ministérios. Escolhe quem
quer. “Ninguém recebe esta honra se por Deus
não for concedida”. É o Espírito Santo quem
separa cada um para o que lhe apraz, conforme
Sua soberania.
Se entendermos estas coisas, não teremos
nenhuma dificuldade de entender os textos que
parecem vedar à mulher o exercício do
ministério. Não veremos incoerências na
Bíblia, pois se as funções na Igreja dependem
do sexo e não da unção do Espírito, como
decifrar o fato de que Paulo diz: “A mulher
fique calada na Igreja” e no mesmo capítulo diz
que todos na igreja (ela é composta por homens
e mulheres) têm uma participação no culto, seja
com profecia, salmo ou revelação? Quer que
todos profetizem? Onde as servas vão
profetizar? No cozinha ou na Igreja? Se as
profecias devem ser julgadas, onde o serão,
senão na reunião da Igreja?
Como conciliar o fato de que Paulo diz:
“Não permito que a mulher ensine” e menciona
uma lista de mulheres que exercem o
ministério, inclusive uma apóstola? Não haverá
nenhuma dificuldade se entendermos que estas
referências aplicam-se ao contexto familiar e
cultural e não aos ofícios e estrutura da Igreja
conforme a operação do Espírito Santo.
Não resta dúvidas de que as culturas
orientais discriminam fortemente a mulher,
embora em certos casos ela tivesse um papel de
liderança forte, como no caso de Débora e
Ester. Mas era raro. O Espírito Santo, no
entanto, fala “dos últimos dias” como um
tempo em que não haverá distinção. Estes
estariam relacionados com a consumação da
obra redentora de Cristo. Sabemos que os
próprios apóstolos trouxeram a revelação divina
sem, no entanto, compreenderem sua extensão.
Por exemplo, Pedro não entendia a extensão de
Atos 1:8. Recebera do próprio Cristo a ordem
de começar em Jerusalém e partir para os
confins da terra. Em sua limitação e
7
preconceito de raça, no entanto, ele só via os
judeus, mesmo que fosse nos confins da terra.
Com toda influência do judaísmo pós exílio,
certamente seria demais pedir dele uma postura
No que concerne à mulher, Jesus agiu de
forma chocante em relação aos costumes da
época. Não somente as mulheres O
acompanhavam em Suas viagens, mas
estimulou-as a se submeterem ao ensino, coisa
que não lhes era permitido pelos costumes da
época. Por exemplo, no caso de Marta e Maria:
Ele repreendeu Marta por gastar muito tempo
numa atividade atribuída somente à mulher
(cozinha) e garantiu a Maria algo destinado aos
homens (ensino). Por que escolheu honrar a
mulher com Sua primeira aparição ressurreto e
a ela confiar a mensagem da ressurreição? A
compreensão e aplicação de até onde vai a obra
redentora de Cristo seria lenta, mas em
qualquer geração os abertos à revelação divina
teriam um referencial do próprio Senhor da
Igreja. Por que no Pentecostes não fez
distinção entre homem e mulher, derramando
do Seu Espírito sobre todos? O Espírito jamais
excluiu a mulher. Jesus sem dúvida queria
inaugurar “os últimos dias” dos quais Joel
falou. Ele vinha redimir a criação de toda a
maldição da lei. Vinha trazer a humanidade de
volta ao plano original, e, neste caso, homem e
mulher seriam parceiros iguais, cooperadores
na grande obra de fazer discípulos de todas as
nações, como Suas testemunhas. Aliás, as
mulheres estavam com Cristo em Sua ascensão
à Jerusalém; a caminho do Calvário; nas horas
do Calvário (mesmo quando os apóstolos
fugiram pensando em salvar suas vidas); no
sepultamento (as únicas); no túmulo vazio (as
primeiras); no cenáculo, no monte das Oliveiras
(eram parte dos mais de quinhentos irmãos);
receberam, juntamente com todos os discípulos
a grande comissão conforme expressa nos
quatro Evangelhos e em Atos e, para sua
execução, foram equipadas, juntamente com os
discípulos homens pelo mesmo Espírito. A
profecia de Joel se manifestava e, quanto mais
caminhamos para a consumação de todas as
coisas, mais a realidade do que Cristo fez no
Calvário, será experimentada, inclusive a
emancipação das servas no serviço do Senhor.
Vivemos os últimos dias, caminhando para sua
em plenitude. Deus jamais deixaria fora dos
Seus planos uma parte tão significativa do
Corpo de Cristo, que em todo o ministério de
Jesus manifestou tanta fidelidade. Se as
mulheres têm sido alijadas, é por mero
preconceito humano. Mesmo que apóstolos ou
líderes da Igreja primitiva o tivessem feito,
nada disso anularia o que Cristo fez. Revelaria
simplesmente a incapacidade natural de lidar
com uma revelação muito acima de suas
limitações culturais. No entanto, um estudo
cuidadoso do Novo Testamento revela que
neste particular eles se posicionaram muito
acima de sua época.
A Igreja, ao longo da história, teria que
vencer preconceitos culturais arraigados de
geração em geração? Certamente sim. Vejamos
a declaração de Paulo:
Dessarte, não pode haver judeu nem grego;
nem escravo nem liberto; nem homem nem
mulher; porque todos vós sois um em Cristo
Jesus. (GL 3:26-28)
JUDEU E GREGO
Diferença entre raça ou cultura
Preconceito racial
Cristo veio demolir esta parede. A Igreja
primitiva entendeu isto plenamente? Paulo,
sim. Tinha uma mente mais aberta por causa
do contexto cultural em que nasceu e cresceu.
Era cidadão romano. Pedro, não. Viveu no
contexto judaico de absoluta segregação em
relação às outras raças ou culturas. Muitos em
Jerusalém eram “da circuncisão” e combatiam
qualquer mistura. Os mais abertos foram aos
gentios. Deus usou os dois grupos? Claro que
sim. Deus usa a cada um na dimensão em que
se encontra. Ele não nos usa pelo que somos,
mas apesar do que somos e no limite que
permitimos.
Hoje, à luz das Escrituras, podemos
alimentar preconceitos raciais e culturais? Dá
cadeia. Mas ainda temos tais preconceitos? E
como! Não, porém, por parte dos que
abraçaram a luz do Cristianismo.
ESCRAVO E LIBERTO
Preconceito Social, de Classe
8
Cristo veio também derrubar os preconceitos
de classe e tornar os homens iguais. “Todos
são iguais perante a lei”, é o que a sociedade
influenciada pelos valores cristãos afirma.
Alguém se levantaria hoje para escravizar seu
semelhante? Isso também dá cadeia. Será que
a igreja primitiva entendeu de pronto a
mensagem de Cristo quanto ao assunto?
Encontramos nas epístolas recomendação sobre
como um escravo ou senhor de escravo devem
se portar, mas não há um combate à prática. A
sociedade aceitava o fato sem questionar e os
escritores do Novo Testamento se omitem a
respeito de abolição da escravatura. Mas no
fundo encontramos os princípios que colocam
em pé de igualdade os homens e não nos dá
direito de escravizar alguém.
HOMEM E MULHER
Havia preconceitos contra a mulher na Igreja
primitiva? Certamente sim. Os ensinos
rabinices a respeito eram ultrajantes e
ostensivos. Não resta dúvidas de que os
judaizastes buscaram influenciar as igrejas
gregas e que tal influência alcançou Roma e
tem se perpetuado com suposta base bíblica,
por falta de entendimento sobretudo dos
escritos paulinos, que parecem ser
contraditórios quanto à matéria. O próprio
Calvino se refere à mulher de modo aviltante,
inferiorizando-a.
O que dizer de hoje? A própria sociedade
foi eliminando a discriminação racial, social e
sexual. Quanto mais forte a influência do
Cristianismo, especialmente protestante e
evangélico, mais as leis combatem tais
discriminações, em consonância com os valores
cristãos revelados no Novo Testamento.
Comprovada a capacidade da mulher, ele tem
ocupado todos os postos possíveis e se provado
digna. Quem não reconhece a liderança de uma
Golda Meir; de uma Indira Gandhi, de uma
Margareth Tatcher? Discriminar a mulher com
base no seu sexo também é contra a lei e
merece punição.
O que dizer da Igreja? Abertamente ela
jamais defenderá o preconceito racial, embora
ainda exista camuflado em muitos cristãos. De
fato existe até um ramo do protestantismo, a
Igreja Reformada Holandesa na África do Sul,
que tem defendido em seus dogmas a separação
das raças.
Qual a Igreja que abertamente defenderia a
escravatura? Há ainda patrões cristãos que
querem tratar seus empregados como escravos e
até poucos anos atrás, na época colonial, muitos
“criados” eram tratados como escravos. De
fato a abolição da escravatura tem apenas um
pouco mais de um século. Os que se deixaram
iluminar, porém, pelo conhecimento revelado
das Escrituras, sempre lutaram para que não
haja escravos.
Qual a Igreja que discriminaria hoje a
mulher na Igreja? Infelizmente neste campo,
porque tem sérias implicações espirituais, há
ainda muitas mentes fechadas, dominadas pela
cultura machista e não pelo espírito do
cristianismo. Satanás sabe que pela mulher o
pecado entrou no mundo, mas também pela
mulher - sua semente - veio a redenção. Se a
Igreja de Cristo soltasse as mulheres e deixasse
que os dons do Espírito, os ministérios que
Deus tem dado às mulheres fluísse livremente,
o inferno seria abalado. É provável que dois
terços da Igreja de Cristo seja composta por
mulheres. Nestes “últimos dias” o Espírito de
Deus tem levantado poderosos ministérios
dirigidos por mulheres, não por causa do seu
sexo, mas da unção que aprouve a Ele
derramar. Para a grande colheita do tempo do
fim, Ele usará todo o Corpo. É um mover
soberano de Deus. Agindo Deus, quem
impedirá? Mesmo que ainda se levantem
muitos para combater a abolição do preconceito
de sexo na liderança da Igreja, Deus faz uma
obra nova em nossos dias e multidões estão
sendo arrancadas do inferno pela
instrumentalidade das servas.
Tem cumprimento a profecia em Sl. 68:11,
onde a palavra para mensageiro é feminina: “O
Senhor entrega a palavra (de poder); as
mulheres que portam e publicam (as novas) são
um grande exército” (Versão Amplificada)
É já a última hora e o tempo da restauração
de todas as coisas é chegado. Se Cristo veio
derrubar todas as paredes de separação e levar a
humanidade ao plano primeiro e ainda elevá-lo,
até quando a base de relacionamento na Igreja e
na sociedade será discriminatória em função de
raça, de condição social ou de sexo? Não foi
9
assim que Deus criou a raça humana, nem foi
para a perpetuação das marcas da queda que
Cristo veio da glória para pagar um preço de
plena redenção. O Espírito Santo está sendo
derramado sobre a Igreja. Certamente o inferno
teme que outras Aimês (fundadora da Igreja do
Evangelho Quadrangular) se levantem. Mas é
evidente que o Espírito Santo usará todo o
Corpo de Cristo (homens e mulheres) para a
colheita final. E se Satanás conseguiu induzir a
primeira mulher à liderança da queda, muito
mais o Espírito Santo a usará a fim de liderar
um retorno para Deus. Será esta a maior
vingança do Redentor, contra Satanás e as
maldições conseqüentes impostas à
humanidade. Ele, que nasceu de mulher, não se
incomodou de andar com elas e transmitir-lhes
Seus ensinos no meio de uma cultura que as
privava dessas coisas; Ele, Cristo Jesus, que
aprovou o uso da mulher (a samaritana) para a
primeira transmissão aos gentios da boa nova
de que Ele era Cristo; Ele que honra a mulher
com Sua primeira aparição após romper os
grilhões da morte e faz dela a primeira
mensageira da ressurreição, certamente é
glorificado ao ver as mulheres profetizando e
realizando Sua obra em pé de igualdade com o
homem, de acordo com as unções que Seu
Espírito distribui ao Corpo (composto por
homens e mulheres), como bem lhe apraz. Até
quando certos segmentos da Igreja vão se
recusar a entender o que Cristo veio fazer e o
que o Espírito de Deus faz nestes “últimos
dias”, com suposta base bíblica que carece de
uma análise mais profunda?
E aqui é oportuno um conselho: Aplicando à
situação,
Agora, vos digo: dai de mão a estas
mulheres, deixai-as; porque, se este conselho
ou esta obra vem de mulheres, perecerá; mas,
se é de Deus, não podereis destruí-las, para
que não sejais, porventura, achados lutando
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Liderança feminina

  • 1. Pra. Valnice Milhomens Estaremos tecendo alguns comentários, à guisa de introdução, sobre a liderança feminina na Igreja, começando com citações de alguns servos versados nas Escrituras e concluindo com uma abordagem pessoal sobre princípios que regem a matéria, sem, contudo, fazer uma exegese do texto, porque fugiria ao escopo de uma introdução. O Dr. Kenneth Hagin, falando sobre a questão da mulher, comenta: Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo. (1CO 11:3) Quero, entretanto, que saibais que a cabeça de todo homem é Cristo e a cabeça de uma mulher é seu marido e que a cabeça de Cristo é Deus. (1CO 11:3) (Weymouth,) Desejo que saibais que a cabeça de todo homem é Cristo e a cabeça da esposa é o marido e que a cabeça de Cristo é Deus. (1CO 11:3) (Worrell,) ...Mas há uma questão sobre a qual quero lembrar-vos: que uma esposa é responsável a seu marido; seu marido é responsável a Cristo; e Cristo é responsável a Deus (Tay) “É o homem cabeça de toda mulher? Asseguradamente não! Um homem pode ser o cabeça de uma mulher – sua esposa. Mas ele não é a cabeça de cada mulher” (Kenneth. Hagin) A palavra grega para homem e marido é a mesma - aner. A palavra grega para mulher e esposa é também a mesma – gyne. Os tradutores, em grande parte, têm traduzido por simplesmente homem ou mulher, segundo o caso. Identifica-se a quem se refere pelo contexto. “O texto em epígrafe tem a ver com a posição marido – esposa e não homem – mulher. Cristo é a cabeça da mulher, do mesmo modo que é a cabeça do homem. Se não for assim, a mulher não está na igreja, pois Cristo é a cabeça da Igreja. É possível fazer a Bíblia dizer qualquer coisa que você queira crer. Não importa o que você queira crer, pode encontrar versículos, mal interpretá-los, tirá-los fora do seu contexto, e fazê-los dizer o que quer que seja que você queira que eles digam.” “Paulo estava simplesmente ilustrando do ponto de vista da família – o ponto de vista doméstico – que o homem é a cabeça da esposa, assim como do ponto de vista espiritual Cristo é a cabeça da Igreja. Ele não está dizendo que o marido é espiritualmente a cabeça da esposa. Se isso fosse assim, a esposa convertida de um homem descrente não teria cabeça espiritual. Mas glória a Deus, ela tem uma cabeça espiritual – o Senhor Jesus Cristo!” (K. Hagin) Quanto a esta questão, a interpretação é mais complexa, porque primeiro tem-se que ver o que Paulo quer dizer por “cabeça”. Não há dúvidas de que I Coríntios 11 a 14 responde a questões sobre os cultos públicos da Igreja. Paulo, aqui aborda três assuntos: 1. O modo apropriado de se trajar para o exercício de funções nos cultos públicos; 2. A maneira apropriada de ministrar-se a Ceia do Senhor nas reuniões da Igreja; 3. uso efetivo dos dons espirituais nas reuniões da Igreja. O texto em consideração se refere ao modo como homens e mulheres deveriam se trajar quando liderassem a congregação em adoração ou profecia. Como a análise do texto, juntamente com I Co. 14:34, demanda muito espaço, apenas tocamos aqui ma questão. conservem-se as mulheres caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar; mas estejam submissas como também a lei o determina. (1CO 14:34) Basta analisar isto à luz de I Co. 11:5, que se conclui haver muita interpretação conflitante. Toda mulher, porém, que ora ou profetiza com a cabeça sem véu desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapada. (1CO 11:5) Este texto indica que as mulheres tomavam parte na liderança do culto da Igreja em Corinto. O fato de que Paulo é cuidadoso em orientar quanto ao costume usado para o traje feminino liderando em tais funções, mostra que a prática era normal nas igrejas paulinas. LIDERANÇA FEMININA
  • 2. No entanto, “a expressão que demanda exame é a aparente hierarquia, Deus – Cristo – Homem – Mulher. A palavra cabeça aqui deve ser entendida não como “governo”, mas como “fonte”. Cristo veio de Deus; Ele é “o único Filho do Pai” (Jo. 1:14). Como agente da criação (Jo. 1:3), Cristo trouxe o homem à existência (“raça humana”, naturalmente, de acordo com Gênesis, mas Paulo enfatiza aqui o macho da espécie); e do macho da espécie, a fêmea veio a existir (Gn. 2:21-22). Um certo desconforto de Paulo ao traçar implicações desse padrão é logo percebido. Ele se apressa a acrescentar: No Senhor, todavia, nem a mulher é independente do homem, nem o homem, independente da mulher. Porque, como provém a mulher do homem, assim também o homem é nascido da mulher; e tudo vem de Deus. (1CO 11:11-12)” (E. M. Howe, Women & Church Leadership, no capítulo sobre Exegese Bíblica) Normalmente as discussões sobre o papel do homem na Igreja, na sociedade e no lar são baseadas no versículo em análise. O significado muito depende da palavra grega kephale, traduzida para “cabeça” no Novo Testamento. Um entendimento possível, na linguagem de hoje, da palavra “cabeça” é “líder,” “chefe,” “diretor,” “a posição mais alta dentro de uma hierarquia.” Berkeley Mickelsen, em artigo publicado na Christianity Today, 20.02.81, analisa exaustivamente a palavra grega, citando vários léxicos. Ele demonstra que a palavra, usada sete vezes figuradamente, por Paulo, não poderia ser entendida por um leitor no grego como significando “supremo sobre” ou “autoridade sobre”. O sentido seria de originador exaltado e completador; fonte, base, derivação; capacitador (alguém que traz ao completude); fonte de vida; topo ou coroa. Ele cita e analisa as vezes em que a palavra é usada no sentido figurado. Vamos apenas transcrever o significado da palavra em cada um dos textos: 1. Cl. 1:18 (contexto 1:14-20) – kephale quer dizer “originador e completador exaltado”. Usa a palavra no significado comum do grego: “fonte, ou princípio ou completude”- no sentido de que Cristo é o originador exaltado e completador da Igreja. 2. Cl. 2:19 (contexto 2:16-19) – kephale aqui significa “fonte de vida”. Cristo é a fonte de vida que nutre a igreja. 3. Ef. 4:15 (contexto 4:11-16) – A passagem enfatiza a unidade da cabeça e do corpo, e apresenta Cristo como o nutridor e fonte de crescimento. 4. I Co. 11:3 (contexto 11:2-16) – Kephale parece trazer a idéia de “fonte, base ou derivação”. “O homem era a fonte ou princípio” da mulher no sentido de que ela foi tirada do lado de Adão. Cristo é aquele através de quem toda a criação veio a existir (I Co. 8:6b). Deus é a base de Cristo (Jo. 8:42)” “Quando reconhecemos o significado da palavra grega kephale como fonte ou origem, conforme Paulo explica nos versículos 8 a 12, então o versículo 3 não parece ensinar uma cadeia de comando. A ordem das palavras de Paulo também mostra que ele não está pensando em uma cadeia de comando. Aqueles que assim o fazem devem rearranjar as palavras de Paulo. De fato ele parece fazer um atalho a fim de mostrar que não está imputando a autoridade aos homens quando diz “ Porque, como provém a mulher do homem, assim também o homem é nascido da mulher; e tudo vem de Deus.” (1CO 11:12) I. Ef. 5:23 (contexto 5:18-23) – aqui é usada a palavra kephale para mostrar a unidade do marido e da mulher e de Cristo e da Igreja. Paulo freqüentemente usou a metáfora cabeça - corpo para enfatizar a unidade de Cristo e da Igreja. A cabeça e o corpo são por natureza dependentes um do outro. Este versículo segue-se à explicação sobre o significado de ser cheio do Espírito. Sua última instrução é “sujeitando-vos uns aos outros no temor do Senhor” (v. 21). Isto é dirigido a todos os cristãos e obviamente inclui maridos e mulheres. A palavra grega “submeter-se” ou “sujeitar- se a” não aparece no versículo 22. Diz simplesmente: “esposas a seus maridos”. O verbo suprimido deve portanto referir-se ao mesmo tipo de submissão exigida a todos os cristãos no versículo 21. Para enfatizar a unidade de marido e esposa, Paulo volta à sua metáfora favorita cabeça - corpo (v. 23). 2
  • 3. Paulo desenvolve sua metáfora extensamente em I Coríntios 12:22-27. Se ele pensasse sobre “cabeça” (kephale) como a parte do corpo que tem autoridade sobre o resto do mesmo, tal significado não apareceria nesta longa passagem? Sabemos que o cérebro controla o corpo. Mas Paulo não usa este conceito nesta metáfora. Ele se refere a ouvidos, olhos e nariz; a cabeça como um todo é mencionada apenas no versículo 21. Ele ensina aqui a unidade e mútua dependência de todas as partes (v. 26). Não há aqui qualquer sugestão de que a cabeça tenha autoridade sobre as outras partes do corpo. Cristo de fato tem autoridade sobre a Igreja (Mt. 16:18). Mas a maioria das passagens que falam de Cristo como cabeça (kephale) da Igreja não aponta para Sua autoridade sobre a Igreja, mas em vez disso para a unidade entre Cristo e a Igreja. Em Efésios 5:18-33, esta unidade é aplicada a marido e esposa. II. Ef. 1:20-23 (contexto 1:13-23) – kephale quer dizer “topo ou coroa”. Paulo apresenta um elevado quadro de Cristo e sua autoridade sobre tudo na criação. A autoridade de Cristo estabelecida nos versículos 20-21, é estendida a toda extremidade da coroa (cabeça) aos pés – incluindo a igreja que é Seu corpo. III. Cl. 2:10 (contexto 2:8-15) – kephale outra vez parece ter a idéia grega de fonte de vida, bem como a idéia de topo ou coroa. Este versículo enfatiza a Igreja como a “plenitude de Cristo”. Paulo usa aqui duas metáforas – a cabeça - corpo, com a Igreja vindo à “plenitude de Cristo” (a fonte de vida, nutridor, capacitador), e também o conceito de topo ou coroa quando fala de Cristo como cabeça de todo principado e autoridade. Nessas duas passagens, “topo” ou “coroa” enfatiza a posição de Cristo por virtude da cruz e ressurreição. Ele é o vencedor, e é coroado com glória e honra (Hb. 2:9; Sl. 8:5). Paulo usou outras palavras para referir-se à autoridade, como exousia (Rm. 13:1-2) e archon (Rm. 13:3). Podemos ler legitimamente em inglês ou hebraico o significado da palavra “cabeça” no Novo Testamento, quando tanto o contexto quanto a literatura secular grega dos dias daqueles dias indicam que “posição superior” ou autoridade sobre” não eram os significados que os gregos associavam à palavra, e provavelmente não era o significado que o apóstolo Paulo tinha em mente? Terá a nossa falta de compreensão de algumas dessas passagens sido usada para sustentar o conceito do domínio masculino que tem governado a maioria das sociedades seculares pagãs desde o início da história registrada? Terá essa falta de compreensão também nos roubado um quadro mais rico e exaltado de Cristo que Paulo estava tentando nos dar? (Até aqui síntese do artigo de Mickelsen, já referido) Transcrevemos agora alguma coisa apresentada por Charles Trombley, em seu livro Who Said Women Can’t Teach? (Quem Disse que as Mulheres não Podem Ensinar?). Este livro é dedicado e prefaciado pelo Dr. Judson Cornwall, que interrompeu a escrita de um livro sobre o assunto, após ler o manuscrito de Trombley, julgando-o completo e erudito. Dr. Judson é autor muito respeitado, com muitos livros publicados. É conferencista internacional. Ele mesmo declara no prefácio: “Minha irmã serviu comigo no pastorado por quase doze anos, e meu presente pastor é uma mulher.” (Pastora, portanto). A Diferença entre Cabeça e Coração Como os cristãos que liam as Epístolas de Paulo entendiam o termo “cabeça”? Como ele é usado no grego do Novo Testamento? Kephale é usado 57 vezes, e 50 se referem à cabeça física de um homem ou animal. Mas Paulo usou a palavra como metáfora sete vezes... Das sete vezes, apenas duas são interpretadas como significando autoridade ou chefia masculina dominante (I Co. 11:3 e Ef. 5:23). O significado comum aceito é de autoridade ou posição superior, mas tal significado não é assim tão claro no Novo Testamento. F. H. Palmer em seu Dicionário da Bíblia, sob o título “cabeça”, diz: “A cabeça não é considerada o assento do intelecto, mas a fonte 3
  • 4. da vida... Portanto, levantar a cabeça é garantir a vida no sentido de sucesso (Jz. 8:28).” O Dicionário Bíblico de Harper diz: “...o coração era metaforicamente considerado como a fonte das atividades intelectuais do homem”. O Dicionário Bíblico de Wilson declara: “A palavra coração é usada nas Escrituras para indicar as atitudes da mente e muitos tipos de afeições e reações”. Pensava-se que o coração, o homem interior, incluía seu intelecto, vontade e emoções. Quase todas as autoridades concordam que o coração era considerado a fonte dos pensamentos e emoções, enquanto a cabeça, a fonte de vida. (Sl. 27:3,8). Mas o coração não fala nem pensa, a mente o faz. Dizer “o seu sangue seja sobre sua cabeça” era responsabilizar a pessoa pela vida ou pela morte (Js. 2:19; 1 Rs. 2:37). Quando o Sumo Sacerdote impunha as mãos sobre a cabeça do bode expiatório, simbolicamente ele colocava os pecados coletivos de Israel sobre ele. A cabeça do animal representava a fonte de vida, substituindo a vida do povo. Para eles, a cabeça era a fonte da vida. Até Platão, um filósofo pagão, disse que a alma humana estava no seu coração, o assento da inteligência e da emoção. Com o crescimento do conhecimento científico, os homens descobriram que o coração não é o lugar do intelecto, mas sim a mente, e que a cabeça não era a fonte da vida, mas sim o coração. Portanto, se forçamos um entendimento moderno, mesmo que seja mais exato, à luz do uso antigo de kephale (cabeça), o verdadeiro significado do que Paulo queria dizer é perdido. As leis de Deus não eram escritas na mente do homem, mas em seu coração (Sl. 37:31). O coração do homem não pensa, sua mente o faz; mas para eles era o oposto. Lemos: Porque, como o homem pensa em seu coração, assim ele é; (PV 23:7 - KJV). No entanto, agora sabemos que o coração bombeia o sangue e nada tem a ver com o processo do pensamento. Paulo diz que devemos crer com o coração a fim de sermos salvos (Rm. 10:9). No entanto o contexto é sobre pregar e ouvir o evangelho, informação recebida através da cabeça. Quando Paulo usava kephale – “cabeça” – ele se referia ao que hoje nos referimos como coração.” CONCLUSÃO: Pela análise do significado da palavra grega traduzida para “cabeça” e pelo significado de “cabeça” na linguagem bíblica, que coloca a fonte de vida na cabeça e o pensamento no coração, a interpretação de I Coríntios 11:3 e Efésios 5:23 como “autoridade sobre”, ou hierarquia, não retrata o pensamento paulino, conforme até traduções como a Bíblia na Linguagem de Hoje apresentam. Uma exegese completa da questão feminina nos cultos públicos abordada nos três capítulos referidos, bem como em toda a Bíblia, demanda um livro. Há boa literatura a respeito. Para os que dominam inglês, recomendamos Who Said Women Can’t Teach? De Charles Trombley, um livro sério, bem fundamentado em pesquisas e análise dos textos originais, da cultura e da história. Dr. Judson Cornwall a ele se refere nos seguintes termos: “Eu já me encontrava em profunda pesquisa para escrever um livro sobre o assunto, quando descobri que Charles Trombley já havia se envolvido no mesmo projeto. Voluntariei-me para deixar meu projeto de lado até examinar seu manuscrito. Agora que o tenho estudado cuidadosamente, não vejo mais razão para escrever um livro sobre esta matéria – Charles Trombley a cobriu inteiramente e de um forma bastante erudita.” Olhemos para a questão do ponto de vista geral da revelação: A família é uma instituição divina, com regras divinas, para o seu bom funcionamento. A Igreja também é uma instituição divina, fundada pelo seu cabeça, Cristo, autor e nutridor de sua vida e funcionamento. A ligação familiar tem a ver com uma relação física e emocional. A Igreja com uma relação espiritual. Querer transferir a estrutura das ligações familiares, baseada em realidades terrenas e temporais para a Igreja, que é baseada em ligações espirituais e eternas, é uma exegese no mínimo forçada. A Estrutura familiar é baseada numa ligação física ou sexual. Da ligação entre marido e mulher, se diz: “Serão os dois uma só carne” (I Co. 6:16; Ef. 5:31; Mt. 19:6; Gn. 2:24). A ligação física é primordial, pois daí viria a propagação da raça – fruto desse “uma só carne”. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou (GN 1:27). O original de fato diz: “macho e fêmea o criou.” O homem, como é mostrado no texto, é uma combinação dos elementos masculino e feminino, formando uma unidade física, cada um contribuindo com uma parte para a propagação da raça. Deus determina que o macho de todo o reino animal transporte a semente e a fêmea a receba. A combinação dos dois traz à luz um outro igual. Daí as diferenças físicas entre homem e mulher, que chamamos de sexo. As distinções psicológicas dos dois sexos são apenas no que se relaciona às questões ligadas à união física dos dois. Homem e mulher são fisicamente diferentes para que se completem numa ligação física que resultará na cooperação com Deus para a propagação da espécie humana sobre a terra. Homem e mulher são 4
  • 5. diferentes em alguns elementos psicológicos para que se completem na mesma ligação. Os próximos filhos que entram na família, chegam como resultado da relação sexual. Essa relação, no entanto, é terrena e reservada “até que a morte os separe”. A estrutura da Igreja de Cristo é baseada numa ligação espiritual. Mas aquele que se une ao Senhor é um só espírito com ele. (1CO 6:17) A base da união aqui, é espiritual. Quando um ser humano passa pela regeneração do seu espírito ele se liga ao Senhor e se torna um só espírito com ele. (Ver Jo. 17:21,23). Aqui a distinção entre o marido (Jesus) e a esposa (a Igreja) é totalmente espiritual, assexuada, portanto. Sendo que cada um que nasce de novo se torna parte da “esposa”, a diferença não é entre discípulo e discípulo, mas entre Cristo e a Igreja. Gênesis 1:27 deixa claro que tanto o macho quanto a fêmea foram criados à imagem de Deus. Não há diferença espiritual, intelectual, emocional ou volitiva entre eles. Eram iguais em sua criação; iguais na queda; iguais na redenção. A formação da imagem de Cristo em cada discípulo é o propósito de Deus, que leva em consideração apenas o espírito recriado e jamais o sexo (Rm. 8:29; 2 Co. 3:18). Eis porque Paulo declara: Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes. Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. (GL 3:26-28) A Hierarquia na Família A Bíblia deixa claro que há uma hierarquia que revela graus de responsabilidade e não de superioridade em todas as instituições: Família, Igreja, Estado. Isso revela que no Reino Espiritual as hierarquias também existem e são respeitadas. Cada instituição tem uma função e uma estrutura. Na família, temos pai, mãe, filho. O que tem a semente, a que recebe a semente e o que resulta dessa união. Deus criou primeiro o homem e depois a mulher que o completava, ordenando-lhes que se multiplicassem. Não existe, porém, qualquer palavra no relato da criação que insinue a superioridade ou governo masculino sobre a mulher. Toda a idéia é de dois parceiros que se completam, em pé de igualdade. Os dois são a imagem de Deus; os dois devem exercer domínio e autoridade e os dois devem obediência ao seu Criador. Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem (Há’adam) à sua imagem, à imagem de Deus os criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra. (GN 1:26-28) O comando de Deus foi dado para eles, e não para ele. “A declaração original de Deus deve governar nosso pensamento nesta matéria! Ha’adam, com o artigo definido ha’ não é o nome próprio de Adão com um artigo. Ha’adam é um termo genérico significando ‘humanidade’ ou ‘raça humana’. É por isso que o plural ‘eles’ é usado. Este texto não declara que Deus não deu Sua ordem de governar apenas a uma pessoa, mas o fez a toda a humanidade.” (C. Trombley). E qual a relação entre o homem e a mulher na sua criação? De senhor e serva? Nunca. Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que lhe seja idônea. (GN 2:18) Só pode haver comunhão completa entre iguais. Ezer kenegdo é a palavra hebraica traduzida para “auxiliadora”. “Estaria Deus dizendo: “Far-lhe-ei uma adjutora para servi- lo?” ou Ele disse ”Far-lhe-ei uma cooperadora, co-regente que seja exatamente como ele, que cumprirá, susterá, satisfará e trabalhará com ele e ele com ela? Ela será sua associada e não sua assistente!” “Ezer kekegdo descreve uma parte mais forte sustentando alguém em necessidade.” (C. Trombley) O Comentário de Púlpito declara: “Ela deveria ser de similar natureza ao do próprio homem, correspondendo pela caminho do suplemento do seu ser solitário incompleto, e de todos os sentidos adaptada para ser sua parceira e companheira” “O homem, sendo a última das criaturas, como a melhor e mais excelente de todas, coloca uma honra sobre aquele sexo, como a glória do homem (I Co. 11:7). Se o homem é a cabeça, ela é a coroa; uma coroa para o seu marido, a coroa da criação visível. O homem era pó refinado, a mulher era pó duplamente refinado, ela estava a um passo a mais removida da terra” (Comentário de Matthew Henry). Por que no Éden, quando Eva comeu do fruto nada lhe aconteceu, mas quando Adão o fez seus olhos se abriram? Porque era ele quem tinha a semente e o pecado atingiu a raça, em sua semente. 5
  • 6. Após a queda, tudo muda. Alguns intérpretes da Bíblia até se referem a Gênesis 3:16 para justificar a supremacia masculina: “O teu desejo será para o teu marido e ele te dominará”. No entanto o texto aqui fala de desejo sexual, domínio sexual, pois a referência está diretamente ligada ao ter filhos. Contudo, ainda que o texto se referisse a uma suposta maldição, Cristo veio resgatar-nos de toda e qualquer maldição e eliminar toda parede de separação. Veio destruir todo tipo de escravidão e tornar-nos livres. Veio redimir-nos e formar para si um reino sacerdotal composto por homens e mulheres (somos reis e sacerdotes). Implícito está, portanto, que na Nova Aliança todos podem governar (reis) e ministrar (sacerdotes). Vemos o modelo de relacionamento na própria Trindade. Geralmente pensamos no Pai como o presidente. Mas Ele não exerce domínio sobre as demais pessoas da Trindade. Esta posição nada tem a ver com sexo, pois Deus é espírito. Os três são co-eternos e iguais, no conselho eterno; operam em perfeita harmonia como iguais, mesmo que se infira que o Pai preside; assim é a família. 6
  • 7. A Hierarquia na Igreja Cristo é o fundador e cabeça da Igreja. Sua igreja é composta por homens e mulheres, jovens e crianças, mediante nascimento espiritual. Sobre todos, indistintamente, derrama do seu Espírito e distribui dons a cada um. A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso. (1CO 12:7) Cada um quer dizer todos – homens e mulheres. Onde? Na igreja. E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão. (AT 2:18) O Espírito Santo está apontando para um dia, os últimos, em que uma geração de profetas e profetizas se levantaria. Se o pecado trouxe a discriminação das filhas, o Espírito de Deus as traria de volta à sua posição não somente em Deus, mas na comunidade dos filhos de Deus na sociedade e na própria família. . Profeta é porta voz dos oráculos divinos; o que fala da parte de Deus. Os últimos dias profetizados por Joel coloca filhos e filhas, servos e servos, jovens e velhos na mesma posição dentro no mover do Espírito e no conseqüente uso de Suas capacitações. Se a Igreja é uma instituição espiritual e eterna, baseada num nascimento espiritual, onde todos os espíritos regenerados recebem o derramar do Espírito e operam nos dons espirituais, onde não há distinção de raça, posição social ou sexo, mas todos formam a noiva do Cordeiro, em que se baseia sua hierarquia? Qual o fundamento para o governo da Igreja? Sexo? Idade? Raça? Absolutamente não. A uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente, apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres... (1CO 12:28) E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres... (EF 4:11) Se a presidência na família compete ao marido, porque ele veio primeiro, na Igreja a liderança maior pertence aos apóstolos. No entanto não é a questão de ser formado primeiro que garante a liderança. Se assim fosse, Adão teria se submetido aos animais, pois estes foram criados primeiro que o homem. A presidência de uma Igreja local depende do chamado divino, de Sua unção, que é manifesta à própria Igreja. O exercício de qualquer ministério tem o mesmo fundamento. Se na família o homem é mais forte fisicamente, para protegê-la, a proteção na Igreja é espiritual e Cristo mesmo se constitui esta proteção ou cobertura. Deus estabelece na Igreja os diversos ministérios. Escolhe quem quer. “Ninguém recebe esta honra se por Deus não for concedida”. É o Espírito Santo quem separa cada um para o que lhe apraz, conforme Sua soberania. Se entendermos estas coisas, não teremos nenhuma dificuldade de entender os textos que parecem vedar à mulher o exercício do ministério. Não veremos incoerências na Bíblia, pois se as funções na Igreja dependem do sexo e não da unção do Espírito, como decifrar o fato de que Paulo diz: “A mulher fique calada na Igreja” e no mesmo capítulo diz que todos na igreja (ela é composta por homens e mulheres) têm uma participação no culto, seja com profecia, salmo ou revelação? Quer que todos profetizem? Onde as servas vão profetizar? No cozinha ou na Igreja? Se as profecias devem ser julgadas, onde o serão, senão na reunião da Igreja? Como conciliar o fato de que Paulo diz: “Não permito que a mulher ensine” e menciona uma lista de mulheres que exercem o ministério, inclusive uma apóstola? Não haverá nenhuma dificuldade se entendermos que estas referências aplicam-se ao contexto familiar e cultural e não aos ofícios e estrutura da Igreja conforme a operação do Espírito Santo. Não resta dúvidas de que as culturas orientais discriminam fortemente a mulher, embora em certos casos ela tivesse um papel de liderança forte, como no caso de Débora e Ester. Mas era raro. O Espírito Santo, no entanto, fala “dos últimos dias” como um tempo em que não haverá distinção. Estes estariam relacionados com a consumação da obra redentora de Cristo. Sabemos que os próprios apóstolos trouxeram a revelação divina sem, no entanto, compreenderem sua extensão. Por exemplo, Pedro não entendia a extensão de Atos 1:8. Recebera do próprio Cristo a ordem de começar em Jerusalém e partir para os confins da terra. Em sua limitação e 7
  • 8. preconceito de raça, no entanto, ele só via os judeus, mesmo que fosse nos confins da terra. Com toda influência do judaísmo pós exílio, certamente seria demais pedir dele uma postura No que concerne à mulher, Jesus agiu de forma chocante em relação aos costumes da época. Não somente as mulheres O acompanhavam em Suas viagens, mas estimulou-as a se submeterem ao ensino, coisa que não lhes era permitido pelos costumes da época. Por exemplo, no caso de Marta e Maria: Ele repreendeu Marta por gastar muito tempo numa atividade atribuída somente à mulher (cozinha) e garantiu a Maria algo destinado aos homens (ensino). Por que escolheu honrar a mulher com Sua primeira aparição ressurreto e a ela confiar a mensagem da ressurreição? A compreensão e aplicação de até onde vai a obra redentora de Cristo seria lenta, mas em qualquer geração os abertos à revelação divina teriam um referencial do próprio Senhor da Igreja. Por que no Pentecostes não fez distinção entre homem e mulher, derramando do Seu Espírito sobre todos? O Espírito jamais excluiu a mulher. Jesus sem dúvida queria inaugurar “os últimos dias” dos quais Joel falou. Ele vinha redimir a criação de toda a maldição da lei. Vinha trazer a humanidade de volta ao plano original, e, neste caso, homem e mulher seriam parceiros iguais, cooperadores na grande obra de fazer discípulos de todas as nações, como Suas testemunhas. Aliás, as mulheres estavam com Cristo em Sua ascensão à Jerusalém; a caminho do Calvário; nas horas do Calvário (mesmo quando os apóstolos fugiram pensando em salvar suas vidas); no sepultamento (as únicas); no túmulo vazio (as primeiras); no cenáculo, no monte das Oliveiras (eram parte dos mais de quinhentos irmãos); receberam, juntamente com todos os discípulos a grande comissão conforme expressa nos quatro Evangelhos e em Atos e, para sua execução, foram equipadas, juntamente com os discípulos homens pelo mesmo Espírito. A profecia de Joel se manifestava e, quanto mais caminhamos para a consumação de todas as coisas, mais a realidade do que Cristo fez no Calvário, será experimentada, inclusive a emancipação das servas no serviço do Senhor. Vivemos os últimos dias, caminhando para sua em plenitude. Deus jamais deixaria fora dos Seus planos uma parte tão significativa do Corpo de Cristo, que em todo o ministério de Jesus manifestou tanta fidelidade. Se as mulheres têm sido alijadas, é por mero preconceito humano. Mesmo que apóstolos ou líderes da Igreja primitiva o tivessem feito, nada disso anularia o que Cristo fez. Revelaria simplesmente a incapacidade natural de lidar com uma revelação muito acima de suas limitações culturais. No entanto, um estudo cuidadoso do Novo Testamento revela que neste particular eles se posicionaram muito acima de sua época. A Igreja, ao longo da história, teria que vencer preconceitos culturais arraigados de geração em geração? Certamente sim. Vejamos a declaração de Paulo: Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. (GL 3:26-28) JUDEU E GREGO Diferença entre raça ou cultura Preconceito racial Cristo veio demolir esta parede. A Igreja primitiva entendeu isto plenamente? Paulo, sim. Tinha uma mente mais aberta por causa do contexto cultural em que nasceu e cresceu. Era cidadão romano. Pedro, não. Viveu no contexto judaico de absoluta segregação em relação às outras raças ou culturas. Muitos em Jerusalém eram “da circuncisão” e combatiam qualquer mistura. Os mais abertos foram aos gentios. Deus usou os dois grupos? Claro que sim. Deus usa a cada um na dimensão em que se encontra. Ele não nos usa pelo que somos, mas apesar do que somos e no limite que permitimos. Hoje, à luz das Escrituras, podemos alimentar preconceitos raciais e culturais? Dá cadeia. Mas ainda temos tais preconceitos? E como! Não, porém, por parte dos que abraçaram a luz do Cristianismo. ESCRAVO E LIBERTO Preconceito Social, de Classe 8
  • 9. Cristo veio também derrubar os preconceitos de classe e tornar os homens iguais. “Todos são iguais perante a lei”, é o que a sociedade influenciada pelos valores cristãos afirma. Alguém se levantaria hoje para escravizar seu semelhante? Isso também dá cadeia. Será que a igreja primitiva entendeu de pronto a mensagem de Cristo quanto ao assunto? Encontramos nas epístolas recomendação sobre como um escravo ou senhor de escravo devem se portar, mas não há um combate à prática. A sociedade aceitava o fato sem questionar e os escritores do Novo Testamento se omitem a respeito de abolição da escravatura. Mas no fundo encontramos os princípios que colocam em pé de igualdade os homens e não nos dá direito de escravizar alguém. HOMEM E MULHER Havia preconceitos contra a mulher na Igreja primitiva? Certamente sim. Os ensinos rabinices a respeito eram ultrajantes e ostensivos. Não resta dúvidas de que os judaizastes buscaram influenciar as igrejas gregas e que tal influência alcançou Roma e tem se perpetuado com suposta base bíblica, por falta de entendimento sobretudo dos escritos paulinos, que parecem ser contraditórios quanto à matéria. O próprio Calvino se refere à mulher de modo aviltante, inferiorizando-a. O que dizer de hoje? A própria sociedade foi eliminando a discriminação racial, social e sexual. Quanto mais forte a influência do Cristianismo, especialmente protestante e evangélico, mais as leis combatem tais discriminações, em consonância com os valores cristãos revelados no Novo Testamento. Comprovada a capacidade da mulher, ele tem ocupado todos os postos possíveis e se provado digna. Quem não reconhece a liderança de uma Golda Meir; de uma Indira Gandhi, de uma Margareth Tatcher? Discriminar a mulher com base no seu sexo também é contra a lei e merece punição. O que dizer da Igreja? Abertamente ela jamais defenderá o preconceito racial, embora ainda exista camuflado em muitos cristãos. De fato existe até um ramo do protestantismo, a Igreja Reformada Holandesa na África do Sul, que tem defendido em seus dogmas a separação das raças. Qual a Igreja que abertamente defenderia a escravatura? Há ainda patrões cristãos que querem tratar seus empregados como escravos e até poucos anos atrás, na época colonial, muitos “criados” eram tratados como escravos. De fato a abolição da escravatura tem apenas um pouco mais de um século. Os que se deixaram iluminar, porém, pelo conhecimento revelado das Escrituras, sempre lutaram para que não haja escravos. Qual a Igreja que discriminaria hoje a mulher na Igreja? Infelizmente neste campo, porque tem sérias implicações espirituais, há ainda muitas mentes fechadas, dominadas pela cultura machista e não pelo espírito do cristianismo. Satanás sabe que pela mulher o pecado entrou no mundo, mas também pela mulher - sua semente - veio a redenção. Se a Igreja de Cristo soltasse as mulheres e deixasse que os dons do Espírito, os ministérios que Deus tem dado às mulheres fluísse livremente, o inferno seria abalado. É provável que dois terços da Igreja de Cristo seja composta por mulheres. Nestes “últimos dias” o Espírito de Deus tem levantado poderosos ministérios dirigidos por mulheres, não por causa do seu sexo, mas da unção que aprouve a Ele derramar. Para a grande colheita do tempo do fim, Ele usará todo o Corpo. É um mover soberano de Deus. Agindo Deus, quem impedirá? Mesmo que ainda se levantem muitos para combater a abolição do preconceito de sexo na liderança da Igreja, Deus faz uma obra nova em nossos dias e multidões estão sendo arrancadas do inferno pela instrumentalidade das servas. Tem cumprimento a profecia em Sl. 68:11, onde a palavra para mensageiro é feminina: “O Senhor entrega a palavra (de poder); as mulheres que portam e publicam (as novas) são um grande exército” (Versão Amplificada) É já a última hora e o tempo da restauração de todas as coisas é chegado. Se Cristo veio derrubar todas as paredes de separação e levar a humanidade ao plano primeiro e ainda elevá-lo, até quando a base de relacionamento na Igreja e na sociedade será discriminatória em função de raça, de condição social ou de sexo? Não foi 9
  • 10. assim que Deus criou a raça humana, nem foi para a perpetuação das marcas da queda que Cristo veio da glória para pagar um preço de plena redenção. O Espírito Santo está sendo derramado sobre a Igreja. Certamente o inferno teme que outras Aimês (fundadora da Igreja do Evangelho Quadrangular) se levantem. Mas é evidente que o Espírito Santo usará todo o Corpo de Cristo (homens e mulheres) para a colheita final. E se Satanás conseguiu induzir a primeira mulher à liderança da queda, muito mais o Espírito Santo a usará a fim de liderar um retorno para Deus. Será esta a maior vingança do Redentor, contra Satanás e as maldições conseqüentes impostas à humanidade. Ele, que nasceu de mulher, não se incomodou de andar com elas e transmitir-lhes Seus ensinos no meio de uma cultura que as privava dessas coisas; Ele, Cristo Jesus, que aprovou o uso da mulher (a samaritana) para a primeira transmissão aos gentios da boa nova de que Ele era Cristo; Ele que honra a mulher com Sua primeira aparição após romper os grilhões da morte e faz dela a primeira mensageira da ressurreição, certamente é glorificado ao ver as mulheres profetizando e realizando Sua obra em pé de igualdade com o homem, de acordo com as unções que Seu Espírito distribui ao Corpo (composto por homens e mulheres), como bem lhe apraz. Até quando certos segmentos da Igreja vão se recusar a entender o que Cristo veio fazer e o que o Espírito de Deus faz nestes “últimos dias”, com suposta base bíblica que carece de uma análise mais profunda? E aqui é oportuno um conselho: Aplicando à situação, Agora, vos digo: dai de mão a estas mulheres, deixai-as; porque, se este conselho ou esta obra vem de mulheres, perecerá; mas, se é de Deus, não podereis destruí-las, para que não sejais, porventura, achados lutando contra Deus... (AT 5:39) 10