SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  5
Télécharger pour lire hors ligne
Texto não publicado
Autor – Joaquim Colôa
2003/2004
___________________________
1
Problemas Neuromotores
Definição da problemática
As crianças e jovens com problemas neuromotores, apresentam limitações
de funcionamento no sistema ósseo-articular, muscular e/ou nervoso o que em
graus variáveis limita algumas das actividades que podem realizar os restantes
sujeitos da mesma idade em idêntico contexto sociocultural. Assim, a
problemática do domínio motor é entendida como “a perca de capacidades,
resultante de uma lesão congénita ou adquirida nas estruturas efectoras,
reguladoras ou executoras do acto motor nos sistemas nervoso ou ósteo-muscular
afectando directamente a postura e/ou o movimento” (Rodrigues,1998).
Este tipo de problemática compreende uma diversidade de situações que
podem ser referenciadas tendo em conta o momento em que aparecem, a sua
etiologia, a sua localização topográfica ou a sua origem.
Com base na Classificação Internacional da Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde (OMS, 2001) podemos referir que os problemas motores
decorrem de limitações ao nível das funções do corpo:
 das articulações e da estrutura óssea (mobilidade das articulações e
estabilidade das suas funções);
 da força, do tónus e da resistência muscular,
 do movimento (reflexos motores, reacções motoras involuntárias,
controlo do movimento voluntário, movimentos involuntários, padrão
de marcha e sensações relacionadas com os músculos e o seu
movimento).
As referidas limitações, podem ter repercussões ao nível da actividade e
da participação especificamente no que se refere a:
Texto não publicado
Autor – Joaquim Colôa
2003/2004
___________________________
2
 mudar as posições básicas do corpo;
 manter a posição do corpo;
 proceder a auto-transferências;
 levantar e transportar objectos;
 mover objectos com os membros inferiores;
 realizar acções coordenadas de motricidade fina;
 utilizar em acções coordenadas a mão e o braço;
 andar;
 deslocar-se excluindo a marcha.
Características das crianças e jovens com limitações no domínio motor
As crianças e jovens com limitações no domínio motor apresentam um
quadro complexo, especifico e bastante individualizado decorrente de
alterações nas funções motoras que, de modo variável, limitam algumas das suas
actividades e interacções. Deste modo, a característica mais significativa são as
alterações no aparelho motor.
Estas crianças e jovens apresentam, prioritariamente, dificuldades na
execução de alguns movimentos ou ausência dos mesmos. Estas características
podem apresentar graus variáveis de gravidade. Nesta perspectiva não
podemos generalizar, já que em cada criança ou jovem se podem observar
funcionalidades diferentes. Realçando-se, assim, a importância de rentabilizar
movimentos residuais que em cada tipo de execução é capaz de realizar cada
criança e jovem concreto.
Estas crianças e jovens podem apresentar associados outros problemas,
sejam emocionais, de comunicação (sobretudo linguagem oral) e/ou cognitivos.
É de referir que quando esta última área se apresenta muito afectada a
situação é, normalmente, enquadrada no âmbito da multidificiência. No
Texto não publicado
Autor – Joaquim Colôa
2003/2004
___________________________
3
entanto, como refere Sánchez (1990) devemos evitar interpretações precipitadas
relativamente às capacidades cognitivas destas crianças e jovens, e não nos
basearmos, somente, nas suas manifestações externas.
De modo geral as limitações são observadas, sobretudo, ao nível da
autonomia, da mobilidade e da manipulação. Quando existem graves
problemas de comunicação associados, o acesso à informação revela-se
limitado bem como todas as interacções com o meio ambiente.
Respostas educativas
As respostas educativas devem realçar, em primeiro, as necessidades
básicas como o afecto, a nutrição e a segurança. As necessidades de
desenvolvimento social, emocional e físico devem ser consideradas no decorrer
de qualquer intervenção.
Qualquer tipo de intervenção deve ser equacionada de modo integrado
considerando-se o ambiente familiar e outros contextos da comunidade. É
também importante considerar-se a idade, os interesses, as actividades de rotina
e outros serviços (fisioterapia, terapia da fala, etc.) em que a criança ou o jovem
habitualmente interagem.
O processo de intervenção educativa (tempos, estratégias,...) deve
reflectir a colaboração com outros serviços/técnicos (fisioterapia, terapia da fala,
etc.). Nesta perspectiva, parece-nos importante proceder-se ao
(re)conhecimento dos recursos, existentes na comunidade, que se constituam
como necessários e prioritários.
A cooperação com estes serviços deve basear-se em práticas de
rentabilização e integração de sinergias no sentido de facilitar a participação e
não se tornarem mais um factor de stress para a criança ou jovem, para a escola
e/ou para a família. A planificação da intervenção deve, ainda, reflectir níveis de
Texto não publicado
Autor – Joaquim Colôa
2003/2004
___________________________
4
responsabilidade e cooperação dos suportes formais e informais, tendo-se em
conta as necessidades da criança e do jovem e os recursos da comunidade.
As crianças e os jovens bem como as suas famílias devem desempenhar
um papel proactivo no processo de intervenção. O melhor recurso para um
apoio (estratégias, actividades e serviços) de sucesso, que responda às
necessidades destas crianças e destes jovens são as forças/competências da
família.
No entanto, estas crianças e jovens apresentam características que
apelam a respostas mais específicas, no sentido de valorizar os seus recursos
funcionais e intelectuais permitindo, ainda que com a ajuda de Tecnologias de
Apoio, ganhem maior autonomia. Nesta perspectiva, estas crianças e jovens,
necessitam, normalmente, de Tecnologias de Apoio para aceder o mais possível
às mesmas oportunidades que os seus pares. Estas tecnologias podem ser
auxiliares:
 De tratamento de treino que permitem a reabilitação e que podem ser
conjugadas com situações de optimização da autonomia
(posicionadores verticais, multiposicionadores, coletes moldáveis, etc.).
 Para cuidados pessoais de protecção que facilitam a autonomia em
rotinas e protegem as crianças ou jovens de agressões decorrentes de
movimentos não controlados e/ou de posicionamentos incorrectos
(abotoadores, almofadas ortopédicas, etc.).
 Para a mobilidade que permitem obter maior autonomia em questões
de mobilidade (cadeira de rodas, andarilho, bengala, etc.).
 Para melhorar o ambiente que permitem maior autonomia ao nível das
interacções sociais e aceder a maior número de contextos
(elevadores, rampas, mesas adaptadas, cadeiras de banho, etc.).
Texto não publicado
Autor – Joaquim Colôa
2003/2004
___________________________
5
 Para comunicação, informação e sinalização que permitem uma
comunicação mais eficaz (tabelas de comunicação, quadros de
conceitos, calendários de actividades, sistemas de comunicação
aumentativa, digitalizadores da fala, etc.).
É de realçar que uma resposta educativa de qualidade implica,
inevitavelmente, os aspectos organizativos dos serviços, nomeadamente da
escola. Estes vão afectar positiva ou negativamente a funcionalidade da criança
ou do jovem. Assim, é necessário ter em atenção o modo como são organizados
os espaços relativamente a questões do acesso à maioria dos espaços e da
participação em todas as actividades. Esta situação apela, por vezes, à
necessidade de se proceder a adaptações arquitectónicas (casas de banho e/
ou espaços de muda de fraldas, portas, etc.), do mobiliário, do material
didáctico, etc.
Nas escolas é também preponderante ter em atenção a forma como são
organizadas as turmas e relativamente a estas os tempos e os horários bem como
os serviços adicionais na sua generalidade. É necessário termos presente que
estas crianças ou jovens, devido aos serviços de apoio adicionais (fisioterapia,
treino na área das TIC, etc.) a que normalmente têm que recorrer, podem ser
excluídos de grande parte das actividades experienciadas pelos seus pares.
NOTA: este documento foi elaborado para ser inserido na página Web do Ministério da Educação / na área das
Necessidades Educativas Especiais

Contenu connexe

Tendances

Auditoria, Controle e Programação dos Serviços de Saúde
Auditoria, Controle e Programação dos Serviços de SaúdeAuditoria, Controle e Programação dos Serviços de Saúde
Auditoria, Controle e Programação dos Serviços de Saúde
Helenice Alexandrino
 
PNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar
PNAE - Programa Nacional de Alimentação EscolarPNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar
PNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar
comredesan
 
Plano de ensino anual 2015 6º aos 8º anos
Plano de ensino anual 2015  6º aos 8º anosPlano de ensino anual 2015  6º aos 8º anos
Plano de ensino anual 2015 6º aos 8º anos
Francisco de Sousa
 
Saúde mental na atenção básica
Saúde mental na atenção básicaSaúde mental na atenção básica
Saúde mental na atenção básica
multicentrica
 
Carta convite para compor banca examinadora
Carta convite para compor banca examinadoraCarta convite para compor banca examinadora
Carta convite para compor banca examinadora
reginaeduc
 
RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA SECRETARIA DA JUVENTUDE, CULTURA,...
RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA SECRETARIA DA JUVENTUDE, CULTURA,...RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA SECRETARIA DA JUVENTUDE, CULTURA,...
RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA SECRETARIA DA JUVENTUDE, CULTURA,...
MarciaBarreto10
 
Aula reforma psiquiátrica
Aula reforma psiquiátricaAula reforma psiquiátrica
Aula reforma psiquiátrica
Aroldo Gavioli
 

Tendances (20)

Auditoria, Controle e Programação dos Serviços de Saúde
Auditoria, Controle e Programação dos Serviços de SaúdeAuditoria, Controle e Programação dos Serviços de Saúde
Auditoria, Controle e Programação dos Serviços de Saúde
 
PNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar
PNAE - Programa Nacional de Alimentação EscolarPNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar
PNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar
 
Código de ética assistente social cfess
Código de ética assistente social   cfessCódigo de ética assistente social   cfess
Código de ética assistente social cfess
 
Anamnese Infantil e do Adolescente.pdf
Anamnese Infantil e do Adolescente.pdfAnamnese Infantil e do Adolescente.pdf
Anamnese Infantil e do Adolescente.pdf
 
ESF
ESFESF
ESF
 
Políticas públicas no brasil
Políticas públicas no brasilPolíticas públicas no brasil
Políticas públicas no brasil
 
RELATÓRIO DE PESQUISA SOBRE PROJETO GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA.SOCIOLOGIA.PROF....
RELATÓRIO DE PESQUISA SOBRE PROJETO GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA.SOCIOLOGIA.PROF....RELATÓRIO DE PESQUISA SOBRE PROJETO GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA.SOCIOLOGIA.PROF....
RELATÓRIO DE PESQUISA SOBRE PROJETO GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA.SOCIOLOGIA.PROF....
 
Plano de ensino anual 2015 6º aos 8º anos
Plano de ensino anual 2015  6º aos 8º anosPlano de ensino anual 2015  6º aos 8º anos
Plano de ensino anual 2015 6º aos 8º anos
 
Serviço Social e Saúde Mental
Serviço Social e Saúde MentalServiço Social e Saúde Mental
Serviço Social e Saúde Mental
 
Aula 3 - SUS
Aula 3 - SUSAula 3 - SUS
Aula 3 - SUS
 
Livro fitoterapia ana paula pujol
 Livro fitoterapia ana paula pujol Livro fitoterapia ana paula pujol
Livro fitoterapia ana paula pujol
 
RAPS
RAPS RAPS
RAPS
 
Parametros para a atuacao de assistentes sociais na saude
Parametros para a atuacao de assistentes sociais na saudeParametros para a atuacao de assistentes sociais na saude
Parametros para a atuacao de assistentes sociais na saude
 
Saúde do idoso
 Saúde do idoso Saúde do idoso
Saúde do idoso
 
Saúde mental na atenção básica
Saúde mental na atenção básicaSaúde mental na atenção básica
Saúde mental na atenção básica
 
Carta convite para compor banca examinadora
Carta convite para compor banca examinadoraCarta convite para compor banca examinadora
Carta convite para compor banca examinadora
 
RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA SECRETARIA DA JUVENTUDE, CULTURA,...
RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA SECRETARIA DA JUVENTUDE, CULTURA,...RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA SECRETARIA DA JUVENTUDE, CULTURA,...
RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA SECRETARIA DA JUVENTUDE, CULTURA,...
 
Plano de atenção ao idoso
Plano de atenção ao idosoPlano de atenção ao idoso
Plano de atenção ao idoso
 
Luciana tavares alves maia plano alimentar
Luciana tavares alves maia   plano alimentarLuciana tavares alves maia   plano alimentar
Luciana tavares alves maia plano alimentar
 
Aula reforma psiquiátrica
Aula reforma psiquiátricaAula reforma psiquiátrica
Aula reforma psiquiátrica
 

Similaire à Problemas Neuromotores

Estudo de caso_projeto_se_nnet_cristiana_chaves_2013_pt
Estudo de caso_projeto_se_nnet_cristiana_chaves_2013_ptEstudo de caso_projeto_se_nnet_cristiana_chaves_2013_pt
Estudo de caso_projeto_se_nnet_cristiana_chaves_2013_pt
Ministério da Educação
 
Desenvolvimento Motor em C
Desenvolvimento Motor em CDesenvolvimento Motor em C
Desenvolvimento Motor em C
Daniela Bandeira
 
Inclusão de alunos com paralisia cerebral no ensino superior
Inclusão de alunos com paralisia cerebral no ensino superiorInclusão de alunos com paralisia cerebral no ensino superior
Inclusão de alunos com paralisia cerebral no ensino superior
eurenicedosreis
 
Tecnologias de informação e comunicação em educação especial
Tecnologias de informação e comunicação em educação especialTecnologias de informação e comunicação em educação especial
Tecnologias de informação e comunicação em educação especial
Joaquim Colôa
 
Pellegrini, ana maria et al. desenvolvendo a coordenação motora no ensino fun...
Pellegrini, ana maria et al. desenvolvendo a coordenação motora no ensino fun...Pellegrini, ana maria et al. desenvolvendo a coordenação motora no ensino fun...
Pellegrini, ana maria et al. desenvolvendo a coordenação motora no ensino fun...
oficinadeaprendizagemace
 
Ppt por natália moura tr60 - youth engaging
Ppt por natália moura   tr60 - youth engagingPpt por natália moura   tr60 - youth engaging
Ppt por natália moura tr60 - youth engaging
Isabel Santos
 

Similaire à Problemas Neuromotores (20)

Paralisia Cerebral
Paralisia CerebralParalisia Cerebral
Paralisia Cerebral
 
Desenvolvimento motor implicacões para a edução fisica escolar i
Desenvolvimento motor implicacões para a edução fisica escolar iDesenvolvimento motor implicacões para a edução fisica escolar i
Desenvolvimento motor implicacões para a edução fisica escolar i
 
Educação física escolar conhecimento e especificidade
Educação física escolar conhecimento e especificidadeEducação física escolar conhecimento e especificidade
Educação física escolar conhecimento e especificidade
 
Estudo de caso_projeto_se_nnet_cristiana_chaves_2013_pt
Estudo de caso_projeto_se_nnet_cristiana_chaves_2013_ptEstudo de caso_projeto_se_nnet_cristiana_chaves_2013_pt
Estudo de caso_projeto_se_nnet_cristiana_chaves_2013_pt
 
Desenvolvimento Motor em C
Desenvolvimento Motor em CDesenvolvimento Motor em C
Desenvolvimento Motor em C
 
Inclusão de alunos com paralisia cerebral no ensino superior
Inclusão de alunos com paralisia cerebral no ensino superiorInclusão de alunos com paralisia cerebral no ensino superior
Inclusão de alunos com paralisia cerebral no ensino superior
 
Tecnologias de informação e comunicação em educação especial
Tecnologias de informação e comunicação em educação especialTecnologias de informação e comunicação em educação especial
Tecnologias de informação e comunicação em educação especial
 
Pellegrini, ana maria et al. desenvolvendo a coordenação motora no ensino fun...
Pellegrini, ana maria et al. desenvolvendo a coordenação motora no ensino fun...Pellegrini, ana maria et al. desenvolvendo a coordenação motora no ensino fun...
Pellegrini, ana maria et al. desenvolvendo a coordenação motora no ensino fun...
 
Alterações das funçoes executivas
Alterações das funçoes executivasAlterações das funçoes executivas
Alterações das funçoes executivas
 
Sobrecarga cognitiva
Sobrecarga cognitiva Sobrecarga cognitiva
Sobrecarga cognitiva
 
Há rotinas “mais importantes” na educação de infância?
Há rotinas “mais importantes” na educação de infância?Há rotinas “mais importantes” na educação de infância?
Há rotinas “mais importantes” na educação de infância?
 
Simone aguiar
Simone aguiarSimone aguiar
Simone aguiar
 
PPA aula I.pptx
PPA aula I.pptxPPA aula I.pptx
PPA aula I.pptx
 
Avaliação em atividade motora adaptada
Avaliação em atividade motora adaptadaAvaliação em atividade motora adaptada
Avaliação em atividade motora adaptada
 
Ppt por natália moura tr60 - youth engaging
Ppt por natália moura   tr60 - youth engagingPpt por natália moura   tr60 - youth engaging
Ppt por natália moura tr60 - youth engaging
 
Neidi monica
Neidi monicaNeidi monica
Neidi monica
 
Final trabalho final oswaldo (5)
Final trabalho final oswaldo (5)Final trabalho final oswaldo (5)
Final trabalho final oswaldo (5)
 
Projeto aia escolar
Projeto aia escolarProjeto aia escolar
Projeto aia escolar
 
INTERVENÇÃO PRECOCE EM PORTUGAL E NO BRASIL: CLARIFICAÇÃO NACIONAL E INTERNAC...
INTERVENÇÃO PRECOCE EM PORTUGAL E NO BRASIL: CLARIFICAÇÃO NACIONAL E INTERNAC...INTERVENÇÃO PRECOCE EM PORTUGAL E NO BRASIL: CLARIFICAÇÃO NACIONAL E INTERNAC...
INTERVENÇÃO PRECOCE EM PORTUGAL E NO BRASIL: CLARIFICAÇÃO NACIONAL E INTERNAC...
 
Educação Inclusiva: Desafios e Possibilidades do Alunado com TGD / TEA
Educação Inclusiva: Desafios e Possibilidades do Alunado com TGD / TEAEducação Inclusiva: Desafios e Possibilidades do Alunado com TGD / TEA
Educação Inclusiva: Desafios e Possibilidades do Alunado com TGD / TEA
 

Plus de Joaquim Colôa

INCLUSÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE PÓS-PANDEMIA.pdf
INCLUSÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE PÓS-PANDEMIA.pdfINCLUSÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE PÓS-PANDEMIA.pdf
INCLUSÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE PÓS-PANDEMIA.pdf
Joaquim Colôa
 

Plus de Joaquim Colôa (20)

CAMINHOS PARA A PROMOÇÃO DA INLUSÃO E VIDA INDEPENDENTE
CAMINHOS PARA  A PROMOÇÃO DA INLUSÃO E VIDA INDEPENDENTECAMINHOS PARA  A PROMOÇÃO DA INLUSÃO E VIDA INDEPENDENTE
CAMINHOS PARA A PROMOÇÃO DA INLUSÃO E VIDA INDEPENDENTE
 
APRESENTAÇÃO AULA ABERTA INSTITUTO JEAN PIAGET DE ALMADA.pdf
APRESENTAÇÃO AULA ABERTA INSTITUTO JEAN PIAGET DE ALMADA.pdfAPRESENTAÇÃO AULA ABERTA INSTITUTO JEAN PIAGET DE ALMADA.pdf
APRESENTAÇÃO AULA ABERTA INSTITUTO JEAN PIAGET DE ALMADA.pdf
 
DA VIOLÊNCIA DA EXCLUSÃO À INCLUSÃO QUE (ÀS VEZES) É VIOLENTA
DA VIOLÊNCIA DA EXCLUSÃO À INCLUSÃO QUE (ÀS VEZES) É VIOLENTADA VIOLÊNCIA DA EXCLUSÃO À INCLUSÃO QUE (ÀS VEZES) É VIOLENTA
DA VIOLÊNCIA DA EXCLUSÃO À INCLUSÃO QUE (ÀS VEZES) É VIOLENTA
 
APRESENTAÇÃO CENTRO DE FORMAÇÃO ANTÓNIO SÉRGIO.pdf
APRESENTAÇÃO CENTRO DE FORMAÇÃO ANTÓNIO SÉRGIO.pdfAPRESENTAÇÃO CENTRO DE FORMAÇÃO ANTÓNIO SÉRGIO.pdf
APRESENTAÇÃO CENTRO DE FORMAÇÃO ANTÓNIO SÉRGIO.pdf
 
APRESENTAÇÃO CONGRESSO UNIVERSIDADE LUSÓFONA .pdf
APRESENTAÇÃO CONGRESSO UNIVERSIDADE LUSÓFONA .pdfAPRESENTAÇÃO CONGRESSO UNIVERSIDADE LUSÓFONA .pdf
APRESENTAÇÃO CONGRESSO UNIVERSIDADE LUSÓFONA .pdf
 
INCLUSÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE PÓS-PANDEMIA.pdf
INCLUSÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE PÓS-PANDEMIA.pdfINCLUSÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE PÓS-PANDEMIA.pdf
INCLUSÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE PÓS-PANDEMIA.pdf
 
Problemas Emocinais e Comportamentais - Teoria e Prática.pdf
Problemas Emocinais e Comportamentais - Teoria e Prática.pdfProblemas Emocinais e Comportamentais - Teoria e Prática.pdf
Problemas Emocinais e Comportamentais - Teoria e Prática.pdf
 
Tempos de Pandemia: quando os frágeis sintomas de inclusão se transformam em ...
Tempos de Pandemia: quando os frágeis sintomas de inclusão se transformam em ...Tempos de Pandemia: quando os frágeis sintomas de inclusão se transformam em ...
Tempos de Pandemia: quando os frágeis sintomas de inclusão se transformam em ...
 
Políticas e Culturas de Avaliação de Alunos com Necessidades Educativas Espec...
Políticas e Culturas de Avaliação de Alunos com Necessidades Educativas Espec...Políticas e Culturas de Avaliação de Alunos com Necessidades Educativas Espec...
Políticas e Culturas de Avaliação de Alunos com Necessidades Educativas Espec...
 
Texto elaborado para: Audição conjunta sobre o acompanhamento e avaliação da ...
Texto elaborado para: Audição conjunta sobre o acompanhamento e avaliação da ...Texto elaborado para: Audição conjunta sobre o acompanhamento e avaliação da ...
Texto elaborado para: Audição conjunta sobre o acompanhamento e avaliação da ...
 
DES|CONFINAR 2.º MARÇO.ABRIL 2021
DES|CONFINAR 2.º MARÇO.ABRIL 2021DES|CONFINAR 2.º MARÇO.ABRIL 2021
DES|CONFINAR 2.º MARÇO.ABRIL 2021
 
Cabe a Diferenciação pedagógica numa Medida Prescritiva?
Cabe a Diferenciação pedagógica numa Medida Prescritiva?Cabe a Diferenciação pedagógica numa Medida Prescritiva?
Cabe a Diferenciação pedagógica numa Medida Prescritiva?
 
Da Exclusão à Inclusão - A escola completa do século XXI
Da Exclusão à Inclusão - A escola completa do século XXIDa Exclusão à Inclusão - A escola completa do século XXI
Da Exclusão à Inclusão - A escola completa do século XXI
 
Reflexão sobre o conceito de Necessidades Educativas Especiais
Reflexão sobre o conceito de Necessidades Educativas EspeciaisReflexão sobre o conceito de Necessidades Educativas Especiais
Reflexão sobre o conceito de Necessidades Educativas Especiais
 
DES|CONFINAR - Joaquim Colôa
DES|CONFINAR - Joaquim ColôaDES|CONFINAR - Joaquim Colôa
DES|CONFINAR - Joaquim Colôa
 
Joaquim Colôa - AS OPORTUNIDADES DA NOVA LEI EM PORTUGAL – DITA QUE É PARA A ...
Joaquim Colôa - AS OPORTUNIDADES DA NOVA LEI EM PORTUGAL – DITA QUE É PARA A ...Joaquim Colôa - AS OPORTUNIDADES DA NOVA LEI EM PORTUGAL – DITA QUE É PARA A ...
Joaquim Colôa - AS OPORTUNIDADES DA NOVA LEI EM PORTUGAL – DITA QUE É PARA A ...
 
Educação Inclusiva: Uma narrativa de 25 anos no aroma dos dias
Educação Inclusiva: Uma narrativa de 25 anos no aroma dos diasEducação Inclusiva: Uma narrativa de 25 anos no aroma dos dias
Educação Inclusiva: Uma narrativa de 25 anos no aroma dos dias
 
Autodeterminação ou o Poder e a Liberdade em dar Sentido à Singularidade*
Autodeterminação ou o Poder e a Liberdade em dar Sentido à Singularidade*Autodeterminação ou o Poder e a Liberdade em dar Sentido à Singularidade*
Autodeterminação ou o Poder e a Liberdade em dar Sentido à Singularidade*
 
Educação Inclusiva: Um Olhar Organizado em 5 Pontos de Vista
Educação Inclusiva: Um Olhar Organizado em 5 Pontos de VistaEducação Inclusiva: Um Olhar Organizado em 5 Pontos de Vista
Educação Inclusiva: Um Olhar Organizado em 5 Pontos de Vista
 
Defender inclusao sem comecar pelo fim
Defender inclusao sem comecar pelo fim Defender inclusao sem comecar pelo fim
Defender inclusao sem comecar pelo fim
 

Dernier

A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
PatriciaCaetano18
 
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
azulassessoria9
 
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
azulassessoria9
 
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.pptArtigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
RogrioGonalves41
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
marlene54545
 

Dernier (20)

classe gramatical Substantivo apresentação..pptx
classe gramatical Substantivo apresentação..pptxclasse gramatical Substantivo apresentação..pptx
classe gramatical Substantivo apresentação..pptx
 
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .pptAula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
 
Cópia de AULA 2- ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS - LÍNGUA PORTUGUESA.pptx
Cópia de AULA 2- ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS - LÍNGUA PORTUGUESA.pptxCópia de AULA 2- ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS - LÍNGUA PORTUGUESA.pptx
Cópia de AULA 2- ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS - LÍNGUA PORTUGUESA.pptx
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
APRESENTAÇÃO - BEHAVIORISMO - TEORIA DA APRENDIZAGEM.pdf
APRESENTAÇÃO - BEHAVIORISMO - TEORIA DA APRENDIZAGEM.pdfAPRESENTAÇÃO - BEHAVIORISMO - TEORIA DA APRENDIZAGEM.pdf
APRESENTAÇÃO - BEHAVIORISMO - TEORIA DA APRENDIZAGEM.pdf
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
 
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
 
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
 
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.pptArtigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
 
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdfTCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
 
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 

Problemas Neuromotores

  • 1. Texto não publicado Autor – Joaquim Colôa 2003/2004 ___________________________ 1 Problemas Neuromotores Definição da problemática As crianças e jovens com problemas neuromotores, apresentam limitações de funcionamento no sistema ósseo-articular, muscular e/ou nervoso o que em graus variáveis limita algumas das actividades que podem realizar os restantes sujeitos da mesma idade em idêntico contexto sociocultural. Assim, a problemática do domínio motor é entendida como “a perca de capacidades, resultante de uma lesão congénita ou adquirida nas estruturas efectoras, reguladoras ou executoras do acto motor nos sistemas nervoso ou ósteo-muscular afectando directamente a postura e/ou o movimento” (Rodrigues,1998). Este tipo de problemática compreende uma diversidade de situações que podem ser referenciadas tendo em conta o momento em que aparecem, a sua etiologia, a sua localização topográfica ou a sua origem. Com base na Classificação Internacional da Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (OMS, 2001) podemos referir que os problemas motores decorrem de limitações ao nível das funções do corpo:  das articulações e da estrutura óssea (mobilidade das articulações e estabilidade das suas funções);  da força, do tónus e da resistência muscular,  do movimento (reflexos motores, reacções motoras involuntárias, controlo do movimento voluntário, movimentos involuntários, padrão de marcha e sensações relacionadas com os músculos e o seu movimento). As referidas limitações, podem ter repercussões ao nível da actividade e da participação especificamente no que se refere a:
  • 2. Texto não publicado Autor – Joaquim Colôa 2003/2004 ___________________________ 2  mudar as posições básicas do corpo;  manter a posição do corpo;  proceder a auto-transferências;  levantar e transportar objectos;  mover objectos com os membros inferiores;  realizar acções coordenadas de motricidade fina;  utilizar em acções coordenadas a mão e o braço;  andar;  deslocar-se excluindo a marcha. Características das crianças e jovens com limitações no domínio motor As crianças e jovens com limitações no domínio motor apresentam um quadro complexo, especifico e bastante individualizado decorrente de alterações nas funções motoras que, de modo variável, limitam algumas das suas actividades e interacções. Deste modo, a característica mais significativa são as alterações no aparelho motor. Estas crianças e jovens apresentam, prioritariamente, dificuldades na execução de alguns movimentos ou ausência dos mesmos. Estas características podem apresentar graus variáveis de gravidade. Nesta perspectiva não podemos generalizar, já que em cada criança ou jovem se podem observar funcionalidades diferentes. Realçando-se, assim, a importância de rentabilizar movimentos residuais que em cada tipo de execução é capaz de realizar cada criança e jovem concreto. Estas crianças e jovens podem apresentar associados outros problemas, sejam emocionais, de comunicação (sobretudo linguagem oral) e/ou cognitivos. É de referir que quando esta última área se apresenta muito afectada a situação é, normalmente, enquadrada no âmbito da multidificiência. No
  • 3. Texto não publicado Autor – Joaquim Colôa 2003/2004 ___________________________ 3 entanto, como refere Sánchez (1990) devemos evitar interpretações precipitadas relativamente às capacidades cognitivas destas crianças e jovens, e não nos basearmos, somente, nas suas manifestações externas. De modo geral as limitações são observadas, sobretudo, ao nível da autonomia, da mobilidade e da manipulação. Quando existem graves problemas de comunicação associados, o acesso à informação revela-se limitado bem como todas as interacções com o meio ambiente. Respostas educativas As respostas educativas devem realçar, em primeiro, as necessidades básicas como o afecto, a nutrição e a segurança. As necessidades de desenvolvimento social, emocional e físico devem ser consideradas no decorrer de qualquer intervenção. Qualquer tipo de intervenção deve ser equacionada de modo integrado considerando-se o ambiente familiar e outros contextos da comunidade. É também importante considerar-se a idade, os interesses, as actividades de rotina e outros serviços (fisioterapia, terapia da fala, etc.) em que a criança ou o jovem habitualmente interagem. O processo de intervenção educativa (tempos, estratégias,...) deve reflectir a colaboração com outros serviços/técnicos (fisioterapia, terapia da fala, etc.). Nesta perspectiva, parece-nos importante proceder-se ao (re)conhecimento dos recursos, existentes na comunidade, que se constituam como necessários e prioritários. A cooperação com estes serviços deve basear-se em práticas de rentabilização e integração de sinergias no sentido de facilitar a participação e não se tornarem mais um factor de stress para a criança ou jovem, para a escola e/ou para a família. A planificação da intervenção deve, ainda, reflectir níveis de
  • 4. Texto não publicado Autor – Joaquim Colôa 2003/2004 ___________________________ 4 responsabilidade e cooperação dos suportes formais e informais, tendo-se em conta as necessidades da criança e do jovem e os recursos da comunidade. As crianças e os jovens bem como as suas famílias devem desempenhar um papel proactivo no processo de intervenção. O melhor recurso para um apoio (estratégias, actividades e serviços) de sucesso, que responda às necessidades destas crianças e destes jovens são as forças/competências da família. No entanto, estas crianças e jovens apresentam características que apelam a respostas mais específicas, no sentido de valorizar os seus recursos funcionais e intelectuais permitindo, ainda que com a ajuda de Tecnologias de Apoio, ganhem maior autonomia. Nesta perspectiva, estas crianças e jovens, necessitam, normalmente, de Tecnologias de Apoio para aceder o mais possível às mesmas oportunidades que os seus pares. Estas tecnologias podem ser auxiliares:  De tratamento de treino que permitem a reabilitação e que podem ser conjugadas com situações de optimização da autonomia (posicionadores verticais, multiposicionadores, coletes moldáveis, etc.).  Para cuidados pessoais de protecção que facilitam a autonomia em rotinas e protegem as crianças ou jovens de agressões decorrentes de movimentos não controlados e/ou de posicionamentos incorrectos (abotoadores, almofadas ortopédicas, etc.).  Para a mobilidade que permitem obter maior autonomia em questões de mobilidade (cadeira de rodas, andarilho, bengala, etc.).  Para melhorar o ambiente que permitem maior autonomia ao nível das interacções sociais e aceder a maior número de contextos (elevadores, rampas, mesas adaptadas, cadeiras de banho, etc.).
  • 5. Texto não publicado Autor – Joaquim Colôa 2003/2004 ___________________________ 5  Para comunicação, informação e sinalização que permitem uma comunicação mais eficaz (tabelas de comunicação, quadros de conceitos, calendários de actividades, sistemas de comunicação aumentativa, digitalizadores da fala, etc.). É de realçar que uma resposta educativa de qualidade implica, inevitavelmente, os aspectos organizativos dos serviços, nomeadamente da escola. Estes vão afectar positiva ou negativamente a funcionalidade da criança ou do jovem. Assim, é necessário ter em atenção o modo como são organizados os espaços relativamente a questões do acesso à maioria dos espaços e da participação em todas as actividades. Esta situação apela, por vezes, à necessidade de se proceder a adaptações arquitectónicas (casas de banho e/ ou espaços de muda de fraldas, portas, etc.), do mobiliário, do material didáctico, etc. Nas escolas é também preponderante ter em atenção a forma como são organizadas as turmas e relativamente a estas os tempos e os horários bem como os serviços adicionais na sua generalidade. É necessário termos presente que estas crianças ou jovens, devido aos serviços de apoio adicionais (fisioterapia, treino na área das TIC, etc.) a que normalmente têm que recorrer, podem ser excluídos de grande parte das actividades experienciadas pelos seus pares. NOTA: este documento foi elaborado para ser inserido na página Web do Ministério da Educação / na área das Necessidades Educativas Especiais