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EXTRAS – Cenas cortadas

23 de dezembro – Voltando do hospital de Juruanã (quando Fred diz para
a mãe voltar de carona com Vitor)

Amélia e Vitor entram no carro e partem para Girassol. Ele ri e comenta:
- Parece que o Fred quer ver você comigo...
- Confesso que eu fiquei surpresa. Ainda mais depois da bandeira que eu dei
na lanchonete do hospital. Será que ele não percebeu nada?
- Acho que ele percebeu sim... percebeu que eu te quero muito bem, que
ninguém vai cuidar melhor de você do que eu.
- Convencido... - Amélia ri.
- Sério, Amélia. O Fred sabe bem o pai que tem. Sabe que o Max não merece
consideração. Tenho certeza que seu filho quer ver você feliz. Ele não deve ter
se dado conta ainda, mas acho que lá no fundo já enxergou que você merece
ser amada, e que é muito mais feliz ao meu lado do que com o pai dele. Aliás,
nem sei como você conseguiu viver tanto tempo com o Max - diz Vitor, sem
disfarçar o ódio.
- Nem eu, Vitor, nem eu... mas por falar no Max, é ele seu suspeito, né? Você
acha que foi ele quem sabotou seu avião?
- Tenho certeza. Quem mais ia querer me matar?
- Será que ele já estava desconfiando de alguma coisa? - questiona Amélia,
preocupada.
- Não, Amélia... - Vitor responde com doçura - fica tranquila, o problema do
Max comigo é outro. Aquela história do frigorífico, você sabe. Além, claro, do
que ele aprontou para a Manuela e eu acabei ajudando... como me arrependo.
- Ah, Vitor, tenho tanto medo... só de pensar no que o Max pode fazer com
você, fico apavorada - confessa Amélia, aflita.
- Ele já viu que não é fácil me derrubar, Amélia... - Vitor ri - Acho que não vai
tentar me matar de novo tão cedo.
- Você ainda brinca com isso? - ela reclama.
- Tá bom, não brinco mais... não quero ver você nervosa.
Amélia acaricia os cabelos de Vitor e diz:
- Você é muito importante pra mim...
- E eu não sei mais viver sem você - ele devolve, olhando para ela e
esquecendo do trânsito por alguns instantes.
- Vitor, olha pra frente... esqueceu que está dirigindo?
- É difícil concentrar na direção com uma mulher tão linda ao meu lado... - ele
explica com um sorriso travesso.
Amélia apenas sorri e fica olhando para ele com olhar apaixonado.

De repente, Vitor entra numa rua lateral e dirige até um beco sem saída.
Quando chega no ponto mais escondido do beco, pára o carro.
- Que foi, Vitor, aconteceu alguma coisa? - Amélia pergunta, preocupada.
- Aconteceu - ele diz bem sério - preciso urgentemente de um beijo.
Só depois de falar, Vitor sorri de um jeito malicioso. Amélia ri.
- Você é louco... e se alguém nos ver?
- Amélia, você está vendo alguém aí na rua? - ele questiona enquanto solta o
cinto de segurança dos dois.
- Não...
- Vem aqui - ele diz se aproximando dos lábios dela, e continua a falar como se
estivesse sem forças - Estou tão fraquinho, sem forças pra continuar dirigindo...
e o único remédio que funciona é um beijo seu.
- Ah, é? - Amélia sorri e avisa com ternura - Então, deixa eu cuidar de você...
Eles colam os lábios e trocam um beijo demorado.
- Melhorou? - ela pergunta, acarinhando o rosto dele.
- Acho que eu preciso de um pouco mais desse remédio...
- Sei... - Amélia ri de novo - Vamos voltar para a estrada, senão o Fred vai se
arrepender ter deixando você me levar pra casa.
- Tá bem, mas mais tarde eu preciso de uma nova dose... - Vitor concorda, se
ajeitando no carro e colocando o cinto de segurança.
- A gente fala sobre isso depois - promete Amélia, sorrindo e olhando para ele.
Antes de dar a partida no carro, Vitor rouba um selinho de Amélia e ri. Ela fica
observando-o com um sorriso iluminado, enquanto ele recomeça a dirigir.


24 de dezembro – Vitor invade o quarto de Amélia
Quando Vitor tomou Amélia nos braços e a beijou intensamente, ela não
conseguiu pensar em mais nada. Só nos lábios de Vitor colados aos seus, no
calor do corpo dele, em sentir aquele corpo cada vez mais junto do seu. Ele
também não pensava, apenas deixava seus sentimentos e desejos
comandarem. Os beijos foram ficando mais intensos, e sem perceber, eles
chegavam cada vez mais perto da cama. Vitor foi debruçando seu corpo sobre
o dela até estivessem deitados. Então suas mãos começaram a passear pelas
pernas de Amélia, subindo sua camisola. De repente, foi como se ela tivesse
despertado de um transe e percebido que estava indo longe demais.
- Pára, Vitor... - ela pediu, ofegante.
- Não, Amélia, não... - ele desceu com beijos pelo pescoço dela.
- Por favor... - Amélia pediu de novo, empurrando Vitor, que girou o corpo e
deitou ao lado dela. Ele fechou os olhos por alguns instantes e respirou fundo,
tentando se acalmar. Só então virou a cabeça e olhou para Amélia, mas ficou
em silêncio. Ela começou a falar:
- Tenta entender, minha filha está aqui do lado... Imagina se ela vê você aqui,
na minha cama? O que ela vai pensar de mim?
- Desculpa, mas é tão difícil resistir...
- Eu sei, acha que é fácil pra mim? Mas não pode ser desse jeito - ela explica,
um tanto séria, quase triste.
- Tudo bem, prometo que não vou mais fazer nada... hoje - ele sorri - Quero só
dormir ao seu lado, não vou encostar em você.
Ela olha para ele com jeito pensativo.
- Deixa, Amélia... - ele pede com olhar suplicante.
- Não sei... - ela responde, com jeito de quem está se segurando para não dizer
sim.
Vitor desliza na cama e se ajeita bem na beiradinha:
- Eu fico aqui, e você aí no outro lado - ele deita de lado, com o braço apoiando
a cabeça, e fica olhando para Amélia.
Ela sorri e fala:
- Tá bem... - Amélia também deita de lado, olhando para Vitor.
Eles ficam olhando um para o outro, em silêncio, até adormecer.
1° de janeiro – Amélia ajuda a preparar a festa da colheita
Amélia terminou o sanduíche de mortadela, limpou a boca com um
guardanapo. Quase sem se dar conta, levantou os olhos na direção de Vitor.
Ele ainda estava parado, olhando para ela. Tinha pego um sanduíche também,
mas deu umas duas mordidas e esqueceu do lanche, o olhar ficou perdido em
Amélia. Ela sorriu, achando graça, e também achando lindo o jeito com que ele
a olhava. Vitor também sorriu.
- E então, vamos trabalhar? - perguntou Amélia.
- Me ajuda aqui com as bandeirolas? - ele convidou sem tirar os olhos dela.
- Claro...
- Então vem aqui. Segura o cordão que eu vou colando as bandeirinhas.
Vitor amarrou a ponta do cordão em uma cadeira, esticou uma parte e entregou
o restante para Amélia. Foi colando as bandeirolas a partir da ponta. Quando
chegou bem perto de Amélia, "sem querer" encostou um pouco de cola nas
costas da mão dela.
- Ah, desculpa... deixa que eu limpo - ele falou com um olhar travesso.
Com carinho, ele passou os dedos na mão dela. Depois que tirou toda a cola,
passou a mão inteira sobre a mão de Amélia, parando por um instante para
acarinhá-la com o polegar.
Amélia sorriu, mas logo olhou para os lados, preocupada, e tirou sua mão da
mão de Vitor.
- Alguém pode ver... - ela justificou baixinho.
- E daí? Que vejam... - ele retrucou com um olhar apaixonado.
Amélia ficou tensa com o jeito que Vitor a olhava, e pôs a mão no peito como
se quisesse segurar o coração que estava disparando.
- Vou ajudar as meninas com as flores - ela avisou e se afastou, antes que não
conseguisse se controlar.
Vitor ficou observando Amélia se afastar. Logo Nancy se aproximou com mais
bandeirolas recortadas e as entregou para ele, que chamou Bruno para segurar
o cordão. Nancy saiu para recortar mais, e Vitor continuou a colar. Enquanto
isso, Amélia montava os arranjos de flores junto com as jóias.

Depois de colar uma porção de bandeirolas, Vitor se aproximou para ver como
estavam as flores. Ametista foi logo perguntando:
- Diz, Vitor, quem fez o arranjo mais bonito? Eu, a Safira ou a Esmeralda?
- Deixa eu ver... - ele observou com atenção os arranjos, depois olhou para
Amélia, que tentava não olhar na direção dele - E o seu, Amélia? Tem que
entrar na disputa também.
- Ah, deixa essa brincadeira só entre as meninas - ela respondeu, encabulada.
- Não, eu faço questão que você participe.
Amélia estendeu o arranjo e Vitor o analisou.
- Meninas, me desculpem, mas a Amélia ganhou - ele olhou para ela de canto
de olho e com um leve sorriso.
- Ah... - as três jóias lamentaram ao mesmo tempo.
- Não fiquem tristes. É que a experiência faz com que uma mulher fique melhor
em muitas coisas - ele olhou para Amélia com olhar de admiração - Até em
fazer arranjos de flores.
- Tá certo, você tem razão - ponderou Esmeralda.
Enquanto isso, Amélia começou a fazer outro arranjo, tentando não olhar para
Vitor, mas sorrindo, com jeito de quem estava pensando no que acabara de
ouvir. Ele olhou para Amélia de novo e percebeu que ela estava tentando se
concentrar no trabalho. Então, voltou o olhar para a mesa e disse:
- Mas, ó, tá ficando tudo lindo, meninas. As quatro estão de parabéns...
Vitor lançou um último olhar para Amélia e se afastou, voltando para sua tarefa.

Mais tarde, Janaína se aproximou com mais uma bandeja de suco. Vitor se
adiantou:
- Deixa que eu te ajudo - ele pediu, já pegando a bandeja das mãos dela.
Vitor levou o suco até a mesa onde estavam as jóias e Amélia. Tentando
disfarçar, entregou um copo em mãos para cada uma das meninas. Deixou
Amélia por último. Quando passou o copo às mãos dela, Vitor aproveitou para
tocar nos dedos da amada, discretamente. Ela sorriu, olhando para ele:
- Obrigada.
- Disponha - ele devolveu o sorriso e o olhar - Se quiser mais, é só pedir.
- Já está ótimo - ela respondeu, e provou o suco, aproveitando para desviar o
olhar para o copo - Humm, diz pra Janaína que este suco está delicioso.
- Pode deixar - ele afirmou, ainda sorrindo.
Vitor se afastou com a bandeja. Amélia olhou para as jóias, se assegurou de
que elas estavam distraídas. Então olhou rapidamente na direção de Vitor, que
conversava com Janaína. Ele percebeu e deu um olhar de volta, discretamente.
Amélia sorriu e voltou ao trabalho, tentando conter o entusiasmo.

Anoiteceu, e já estava tudo praticamente pronto. Vitor pediu atenção e avisou:
- Acho que por hoje já trabalhamos bastante.
As jóias se despedem e vão embora.
- Também já vou indo - diz Amélia.
- Obrigada pela ajuda, dona Amélia - agradece Janaína.
- Que nada, adorei ter participado - ela responde, olhando rapidamente para
Vitor de canto de olho. Ele dá um leve sorriso, tentando se conter, enquanto
Amélia continua a falar com a futura nora - E esqueça o "dona", pode me
chamar só de Amélia. Vou ser sua sogra, mas quero que sejamos amigas,
certo?
- Nossa, não sei nem se eu mereço ter uma amiga como a senhora... como
você - diz Janaína, emocionada.
- Claro que merece. Se meu filho a escolheu, é porque você é mulher de bem -
Amélia abraça Janaína, já se despedindo - Até a próxima.
Depois, ela vai se despedir de Vitor, que diz:
- Te acompanho até o carro.
- Tá bem - Amélia concorda, sorrindo.
(Aí aconteceu o que a gente viu... quase um beijo.)


7 de março – Amélia encontra Vitor em seu quarto
Aproveitando a distração de Veloso, Vitor consegue entrar na casa da fazenda.
Lurdinha leva um susto ao vê-lo:
- Vi-vitor! Que você tá fazendo aqui?
- Preciso falar com a Amélia.
- Ela saiu com a Manu, foi na casa da dona Pérola.
- Vou esperar... lá em cima.
- Ai, Jesus... sei o seu Max te pega aqui... não quero nem ver.
- Fica tranquila, Lurdinha, ele nem vai saber. É só você fazer de conta que não
me viu entrando aqui.
- Tá, sobe logo, então - ela concorda, nervosa.
Vitor dá dois passos e volta.
- Ah, depois você ajuda a distrair o cão perdigueiro pra eu ir embora? Por
favor...
- Ai, Vitor, como eu vou fazer isso? - Lurdinha fica ainda mais aflita.
- Tenho certeza que você vai pensar num jeito. Posso contar com você?
- Pode... - ela responde num fio de voz.
Vitor sorri:
- Valeu, Lurdinha, você é o máximo - ele dá um beijo no rosto dela e sai feliz
em direção à escada.
Lurdinha põe a mão na bochecha, onde Vitor beijou, e fica paralisada por
alguns instantes.

Quando Vitor desce do quarto de Amélia, vai direto para cozinha.
- E aí, Lurdinha, preparada?
- Tomara que isso dê certo, senão eu tô perdida, aquele encosto vai contar
tudo pro seu Max. Ó, eu vou levar um pedaço de bolo pro Veloso e puxar
conversa. Quando você ver que ele está distraído, corre, pelo amor de Deus...
- Fico te devendo essa, viu? - ele avisa, enquanto Lurdinha vai saindo com a
bandeja.

Lurdinha entra na cozinha e solta um suspiro de alívio:
- Ufa, ainda bem que o perdigueiro não percebeu nada...
Ela volta ao seu trabalho. Logo depois, Amélia entra e abraça a empregada,
dizendo:
- Lurdinha... Obrigada pela ajuda.
- Vocês ainda me matam do coração - retruca Lurdinha.
- Você não tem idéia do bem que me fez essa visita - confessa Amélia,
sorrindo.
- Dá pra ver por esse sorriso aí, que quase não cabe no seu rosto... aproveitou
bem a visita, hein? - a empregada devolve com olhar malicioso.
- Estou tão feliz que não vou te mandar moderar a língua - Amélia ri - Obrigada
mais uma vez, viu?
- Quando precisar distrair o encosto de novo, pode contar comigo. Estou
ficando boa nisso - Lurdinha responde com um ar convencido, que provoca
mais risos em Amélia.


23/03 - Amélia vai de bicicleta encontrar com Vitor
Amélia abre devagarinho a porta do quarto de Vitor e vai entrando com
cuidado. Ele está concentrado lendo alguns papéis, mas logo percebe a
presença dela.
- Amélia! - exclama, surpreso, e se aproxima - Como você conseguiu vir?
- Vim de bicicleta, acredita? - ela conta, com um sorriso de quem fez
travessura.
- Não! Você pedalou da fazenda até aqui só pra me ver?
- Mas é convencido... - ela ri.
- Foi pra quê, então? - ele também ri, mexendo nos cabelos dela.
- Tá bem... foi pra te ver. Estava morrendo de saudade.
Ele a puxa pela cintura:
- Eu também... estava louco pra te beijar de novo, te abraçar... - os lábios se
encontram em um beijo apaixonado e demorado.
Ainda durante o beijo, Vitor começa a conduzir Amélia até a cama. Ela se solta
e explica, ofegante:
- Não, Vitor... senão eu vou esquecer do tempo, esquecer de tudo... e não
quero nem pensar nas consequências.
Ele solta um suspiro resignado:
- Tudo bem, você tem razão.
- E além disso, tenho uma coisa importante pra te contar - ela senta-se em uma
cadeira - Senta aqui.
Ele senta na outra cadeira e Amélia conta o que aconteceu com Pérola.

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Extras

  • 1. EXTRAS – Cenas cortadas 23 de dezembro – Voltando do hospital de Juruanã (quando Fred diz para a mãe voltar de carona com Vitor) Amélia e Vitor entram no carro e partem para Girassol. Ele ri e comenta: - Parece que o Fred quer ver você comigo... - Confesso que eu fiquei surpresa. Ainda mais depois da bandeira que eu dei na lanchonete do hospital. Será que ele não percebeu nada? - Acho que ele percebeu sim... percebeu que eu te quero muito bem, que ninguém vai cuidar melhor de você do que eu. - Convencido... - Amélia ri. - Sério, Amélia. O Fred sabe bem o pai que tem. Sabe que o Max não merece consideração. Tenho certeza que seu filho quer ver você feliz. Ele não deve ter se dado conta ainda, mas acho que lá no fundo já enxergou que você merece ser amada, e que é muito mais feliz ao meu lado do que com o pai dele. Aliás, nem sei como você conseguiu viver tanto tempo com o Max - diz Vitor, sem disfarçar o ódio. - Nem eu, Vitor, nem eu... mas por falar no Max, é ele seu suspeito, né? Você acha que foi ele quem sabotou seu avião? - Tenho certeza. Quem mais ia querer me matar? - Será que ele já estava desconfiando de alguma coisa? - questiona Amélia, preocupada. - Não, Amélia... - Vitor responde com doçura - fica tranquila, o problema do Max comigo é outro. Aquela história do frigorífico, você sabe. Além, claro, do que ele aprontou para a Manuela e eu acabei ajudando... como me arrependo. - Ah, Vitor, tenho tanto medo... só de pensar no que o Max pode fazer com você, fico apavorada - confessa Amélia, aflita. - Ele já viu que não é fácil me derrubar, Amélia... - Vitor ri - Acho que não vai tentar me matar de novo tão cedo. - Você ainda brinca com isso? - ela reclama. - Tá bom, não brinco mais... não quero ver você nervosa. Amélia acaricia os cabelos de Vitor e diz: - Você é muito importante pra mim... - E eu não sei mais viver sem você - ele devolve, olhando para ela e esquecendo do trânsito por alguns instantes. - Vitor, olha pra frente... esqueceu que está dirigindo? - É difícil concentrar na direção com uma mulher tão linda ao meu lado... - ele explica com um sorriso travesso. Amélia apenas sorri e fica olhando para ele com olhar apaixonado. De repente, Vitor entra numa rua lateral e dirige até um beco sem saída. Quando chega no ponto mais escondido do beco, pára o carro. - Que foi, Vitor, aconteceu alguma coisa? - Amélia pergunta, preocupada. - Aconteceu - ele diz bem sério - preciso urgentemente de um beijo. Só depois de falar, Vitor sorri de um jeito malicioso. Amélia ri. - Você é louco... e se alguém nos ver? - Amélia, você está vendo alguém aí na rua? - ele questiona enquanto solta o cinto de segurança dos dois. - Não...
  • 2. - Vem aqui - ele diz se aproximando dos lábios dela, e continua a falar como se estivesse sem forças - Estou tão fraquinho, sem forças pra continuar dirigindo... e o único remédio que funciona é um beijo seu. - Ah, é? - Amélia sorri e avisa com ternura - Então, deixa eu cuidar de você... Eles colam os lábios e trocam um beijo demorado. - Melhorou? - ela pergunta, acarinhando o rosto dele. - Acho que eu preciso de um pouco mais desse remédio... - Sei... - Amélia ri de novo - Vamos voltar para a estrada, senão o Fred vai se arrepender ter deixando você me levar pra casa. - Tá bem, mas mais tarde eu preciso de uma nova dose... - Vitor concorda, se ajeitando no carro e colocando o cinto de segurança. - A gente fala sobre isso depois - promete Amélia, sorrindo e olhando para ele. Antes de dar a partida no carro, Vitor rouba um selinho de Amélia e ri. Ela fica observando-o com um sorriso iluminado, enquanto ele recomeça a dirigir. 24 de dezembro – Vitor invade o quarto de Amélia Quando Vitor tomou Amélia nos braços e a beijou intensamente, ela não conseguiu pensar em mais nada. Só nos lábios de Vitor colados aos seus, no calor do corpo dele, em sentir aquele corpo cada vez mais junto do seu. Ele também não pensava, apenas deixava seus sentimentos e desejos comandarem. Os beijos foram ficando mais intensos, e sem perceber, eles chegavam cada vez mais perto da cama. Vitor foi debruçando seu corpo sobre o dela até estivessem deitados. Então suas mãos começaram a passear pelas pernas de Amélia, subindo sua camisola. De repente, foi como se ela tivesse despertado de um transe e percebido que estava indo longe demais. - Pára, Vitor... - ela pediu, ofegante. - Não, Amélia, não... - ele desceu com beijos pelo pescoço dela. - Por favor... - Amélia pediu de novo, empurrando Vitor, que girou o corpo e deitou ao lado dela. Ele fechou os olhos por alguns instantes e respirou fundo, tentando se acalmar. Só então virou a cabeça e olhou para Amélia, mas ficou em silêncio. Ela começou a falar: - Tenta entender, minha filha está aqui do lado... Imagina se ela vê você aqui, na minha cama? O que ela vai pensar de mim? - Desculpa, mas é tão difícil resistir... - Eu sei, acha que é fácil pra mim? Mas não pode ser desse jeito - ela explica, um tanto séria, quase triste. - Tudo bem, prometo que não vou mais fazer nada... hoje - ele sorri - Quero só dormir ao seu lado, não vou encostar em você. Ela olha para ele com jeito pensativo. - Deixa, Amélia... - ele pede com olhar suplicante. - Não sei... - ela responde, com jeito de quem está se segurando para não dizer sim. Vitor desliza na cama e se ajeita bem na beiradinha: - Eu fico aqui, e você aí no outro lado - ele deita de lado, com o braço apoiando a cabeça, e fica olhando para Amélia. Ela sorri e fala: - Tá bem... - Amélia também deita de lado, olhando para Vitor. Eles ficam olhando um para o outro, em silêncio, até adormecer.
  • 3. 1° de janeiro – Amélia ajuda a preparar a festa da colheita Amélia terminou o sanduíche de mortadela, limpou a boca com um guardanapo. Quase sem se dar conta, levantou os olhos na direção de Vitor. Ele ainda estava parado, olhando para ela. Tinha pego um sanduíche também, mas deu umas duas mordidas e esqueceu do lanche, o olhar ficou perdido em Amélia. Ela sorriu, achando graça, e também achando lindo o jeito com que ele a olhava. Vitor também sorriu. - E então, vamos trabalhar? - perguntou Amélia. - Me ajuda aqui com as bandeirolas? - ele convidou sem tirar os olhos dela. - Claro... - Então vem aqui. Segura o cordão que eu vou colando as bandeirinhas. Vitor amarrou a ponta do cordão em uma cadeira, esticou uma parte e entregou o restante para Amélia. Foi colando as bandeirolas a partir da ponta. Quando chegou bem perto de Amélia, "sem querer" encostou um pouco de cola nas costas da mão dela. - Ah, desculpa... deixa que eu limpo - ele falou com um olhar travesso. Com carinho, ele passou os dedos na mão dela. Depois que tirou toda a cola, passou a mão inteira sobre a mão de Amélia, parando por um instante para acarinhá-la com o polegar. Amélia sorriu, mas logo olhou para os lados, preocupada, e tirou sua mão da mão de Vitor. - Alguém pode ver... - ela justificou baixinho. - E daí? Que vejam... - ele retrucou com um olhar apaixonado. Amélia ficou tensa com o jeito que Vitor a olhava, e pôs a mão no peito como se quisesse segurar o coração que estava disparando. - Vou ajudar as meninas com as flores - ela avisou e se afastou, antes que não conseguisse se controlar. Vitor ficou observando Amélia se afastar. Logo Nancy se aproximou com mais bandeirolas recortadas e as entregou para ele, que chamou Bruno para segurar o cordão. Nancy saiu para recortar mais, e Vitor continuou a colar. Enquanto isso, Amélia montava os arranjos de flores junto com as jóias. Depois de colar uma porção de bandeirolas, Vitor se aproximou para ver como estavam as flores. Ametista foi logo perguntando: - Diz, Vitor, quem fez o arranjo mais bonito? Eu, a Safira ou a Esmeralda? - Deixa eu ver... - ele observou com atenção os arranjos, depois olhou para Amélia, que tentava não olhar na direção dele - E o seu, Amélia? Tem que entrar na disputa também. - Ah, deixa essa brincadeira só entre as meninas - ela respondeu, encabulada. - Não, eu faço questão que você participe. Amélia estendeu o arranjo e Vitor o analisou. - Meninas, me desculpem, mas a Amélia ganhou - ele olhou para ela de canto de olho e com um leve sorriso. - Ah... - as três jóias lamentaram ao mesmo tempo. - Não fiquem tristes. É que a experiência faz com que uma mulher fique melhor em muitas coisas - ele olhou para Amélia com olhar de admiração - Até em fazer arranjos de flores. - Tá certo, você tem razão - ponderou Esmeralda. Enquanto isso, Amélia começou a fazer outro arranjo, tentando não olhar para Vitor, mas sorrindo, com jeito de quem estava pensando no que acabara de
  • 4. ouvir. Ele olhou para Amélia de novo e percebeu que ela estava tentando se concentrar no trabalho. Então, voltou o olhar para a mesa e disse: - Mas, ó, tá ficando tudo lindo, meninas. As quatro estão de parabéns... Vitor lançou um último olhar para Amélia e se afastou, voltando para sua tarefa. Mais tarde, Janaína se aproximou com mais uma bandeja de suco. Vitor se adiantou: - Deixa que eu te ajudo - ele pediu, já pegando a bandeja das mãos dela. Vitor levou o suco até a mesa onde estavam as jóias e Amélia. Tentando disfarçar, entregou um copo em mãos para cada uma das meninas. Deixou Amélia por último. Quando passou o copo às mãos dela, Vitor aproveitou para tocar nos dedos da amada, discretamente. Ela sorriu, olhando para ele: - Obrigada. - Disponha - ele devolveu o sorriso e o olhar - Se quiser mais, é só pedir. - Já está ótimo - ela respondeu, e provou o suco, aproveitando para desviar o olhar para o copo - Humm, diz pra Janaína que este suco está delicioso. - Pode deixar - ele afirmou, ainda sorrindo. Vitor se afastou com a bandeja. Amélia olhou para as jóias, se assegurou de que elas estavam distraídas. Então olhou rapidamente na direção de Vitor, que conversava com Janaína. Ele percebeu e deu um olhar de volta, discretamente. Amélia sorriu e voltou ao trabalho, tentando conter o entusiasmo. Anoiteceu, e já estava tudo praticamente pronto. Vitor pediu atenção e avisou: - Acho que por hoje já trabalhamos bastante. As jóias se despedem e vão embora. - Também já vou indo - diz Amélia. - Obrigada pela ajuda, dona Amélia - agradece Janaína. - Que nada, adorei ter participado - ela responde, olhando rapidamente para Vitor de canto de olho. Ele dá um leve sorriso, tentando se conter, enquanto Amélia continua a falar com a futura nora - E esqueça o "dona", pode me chamar só de Amélia. Vou ser sua sogra, mas quero que sejamos amigas, certo? - Nossa, não sei nem se eu mereço ter uma amiga como a senhora... como você - diz Janaína, emocionada. - Claro que merece. Se meu filho a escolheu, é porque você é mulher de bem - Amélia abraça Janaína, já se despedindo - Até a próxima. Depois, ela vai se despedir de Vitor, que diz: - Te acompanho até o carro. - Tá bem - Amélia concorda, sorrindo. (Aí aconteceu o que a gente viu... quase um beijo.) 7 de março – Amélia encontra Vitor em seu quarto Aproveitando a distração de Veloso, Vitor consegue entrar na casa da fazenda. Lurdinha leva um susto ao vê-lo: - Vi-vitor! Que você tá fazendo aqui? - Preciso falar com a Amélia. - Ela saiu com a Manu, foi na casa da dona Pérola. - Vou esperar... lá em cima. - Ai, Jesus... sei o seu Max te pega aqui... não quero nem ver.
  • 5. - Fica tranquila, Lurdinha, ele nem vai saber. É só você fazer de conta que não me viu entrando aqui. - Tá, sobe logo, então - ela concorda, nervosa. Vitor dá dois passos e volta. - Ah, depois você ajuda a distrair o cão perdigueiro pra eu ir embora? Por favor... - Ai, Vitor, como eu vou fazer isso? - Lurdinha fica ainda mais aflita. - Tenho certeza que você vai pensar num jeito. Posso contar com você? - Pode... - ela responde num fio de voz. Vitor sorri: - Valeu, Lurdinha, você é o máximo - ele dá um beijo no rosto dela e sai feliz em direção à escada. Lurdinha põe a mão na bochecha, onde Vitor beijou, e fica paralisada por alguns instantes. Quando Vitor desce do quarto de Amélia, vai direto para cozinha. - E aí, Lurdinha, preparada? - Tomara que isso dê certo, senão eu tô perdida, aquele encosto vai contar tudo pro seu Max. Ó, eu vou levar um pedaço de bolo pro Veloso e puxar conversa. Quando você ver que ele está distraído, corre, pelo amor de Deus... - Fico te devendo essa, viu? - ele avisa, enquanto Lurdinha vai saindo com a bandeja. Lurdinha entra na cozinha e solta um suspiro de alívio: - Ufa, ainda bem que o perdigueiro não percebeu nada... Ela volta ao seu trabalho. Logo depois, Amélia entra e abraça a empregada, dizendo: - Lurdinha... Obrigada pela ajuda. - Vocês ainda me matam do coração - retruca Lurdinha. - Você não tem idéia do bem que me fez essa visita - confessa Amélia, sorrindo. - Dá pra ver por esse sorriso aí, que quase não cabe no seu rosto... aproveitou bem a visita, hein? - a empregada devolve com olhar malicioso. - Estou tão feliz que não vou te mandar moderar a língua - Amélia ri - Obrigada mais uma vez, viu? - Quando precisar distrair o encosto de novo, pode contar comigo. Estou ficando boa nisso - Lurdinha responde com um ar convencido, que provoca mais risos em Amélia. 23/03 - Amélia vai de bicicleta encontrar com Vitor Amélia abre devagarinho a porta do quarto de Vitor e vai entrando com cuidado. Ele está concentrado lendo alguns papéis, mas logo percebe a presença dela. - Amélia! - exclama, surpreso, e se aproxima - Como você conseguiu vir? - Vim de bicicleta, acredita? - ela conta, com um sorriso de quem fez travessura. - Não! Você pedalou da fazenda até aqui só pra me ver? - Mas é convencido... - ela ri. - Foi pra quê, então? - ele também ri, mexendo nos cabelos dela.
  • 6. - Tá bem... foi pra te ver. Estava morrendo de saudade. Ele a puxa pela cintura: - Eu também... estava louco pra te beijar de novo, te abraçar... - os lábios se encontram em um beijo apaixonado e demorado. Ainda durante o beijo, Vitor começa a conduzir Amélia até a cama. Ela se solta e explica, ofegante: - Não, Vitor... senão eu vou esquecer do tempo, esquecer de tudo... e não quero nem pensar nas consequências. Ele solta um suspiro resignado: - Tudo bem, você tem razão. - E além disso, tenho uma coisa importante pra te contar - ela senta-se em uma cadeira - Senta aqui. Ele senta na outra cadeira e Amélia conta o que aconteceu com Pérola.