A poesia homenageia o abolicionista Joaquim Nabuco e sua luta contra a escravidão, comparando a situação atual de crianças carentes com a escravidão do passado. A poesia pede que iluminemos a crueldade sofrida por aqueles que vivem em condições difíceis e que não ignoremos seus problemas.
1. Nabucos Calados
De tempos ora distantes inda ecoam,
Lúcidas como o tenor do vento que passa,
As palavras libertárias que trespassam
As memórias de um anti-escravagista.
No presente que se doa descuidado
Em tanta valia se eleva a lembrança
Da justa herança das lutas bravias.
Acordemos, pois, hoje, da sina
Inda viva e obscura de nossa senzala
Dura nas ruas de meninos que inalam
O cruor amargo da vida.
Lancemos luz sobre o cruel descaso
Com a vida dos que, desencarnados
De tão azuis, lançam-se às estrelas.
Vejamos! Vejamos! Não viremos as costas,
Pois este mundo que célere desbota
Evoca o ímpeto da volta
Das vozes de Nabucos calados.
- Poesia que me rendeu o 1º lugar no concurso municipal de poesias "Ano Joaquim Nabuco",
do 5º Festival da Juventude do Cabo de Santo Agostinho/2010.
(Jéfte Amorim)