O documento discute vários fatores que afetam a força muscular, incluindo área da seção transversal muscular, comprimento muscular, velocidade de encurtamento e pré-alongamento. Também explica conceitos como tipos de força, funções musculares na coordenação, receptores sensoriais como fusos musculares e órgãos tendinosos de Golgi, e reflexos como o reflexo miotático.
8. ÁREA DA SECÇÃO
TRANSVERSAL FISIOLÓGICA
“O aumento do número de sarcomeros
em paralelo à fibra muscular, aumenta
o número de miofibrilas e,
consequentemente a força muscular”.
9. COMPRIMENTO MUSCULAR
“A área de secção transversal fisiológica do músculo activo
dará uma indicação da força de tracção máxima que um
músculo é capaz de produzir, mas é dependente do
comprimento do músculo durante a contracção”.
10. COMPRIMENTO MUSCULAR
O pré-estiramento muscular, em até 15-25%
de seu comprimento, cria condições ideais
para a realização de uma contracção eficaz,
alcançando altos índices de força.
O alongamento demasiado do músculo
(mais de 30-35%) provoca uma redução na
força em função do afastamento entre os
miofilamentos de actina e miosina,
dificultando a formação da ligação
actomiosínica.
12. VELOCIDADE DE ENCURTAMENTO
“ A capacidade do
músculo de gerar
tensão é
inversamente
proporcional a sua
velocidade de
contracção.
13. PRÉ-ALONGAMENTO
“ Quanto menor o tempo entre o alongamento
do músculo e a contracção concêntrica
subsequente, maior a força de contracção”.
14. Arcos de movimento e
contracção muscular
“É possível aplicar-se ao músculo
quatro modos de trabalho, os quais
correspondem a diferentes
resultados, relacionados ao
desenvolvimento em comprimento do
ventre e dos tendões do músculo
interessado” (LAPIERRE, 1982).
15. Arcos (cursos) de movimento
e contracção muscular
1. CONTRAÇÃO COMPLETA E ESTIRAMENTO
COMPLETO
(CURSO TOTAL)
2. CONTRAÇÃO INCOMPLETA E ESTIRAMENTO
COMPLETO
(CURSO EXTERNO)
3. CONTRAÇÃO COMPLETA, ESTIRAMENTO
INCOMPLETO
(CURSO INTERNO)
4. CONTRAÇÃO INCOMPLETA, ESTIRAMENTO
INCOMPLETO
(CURSO MÉDIO)
16. CONCEITO DE FORÇA
MUSCULAR
A capacidade de vencer, suportar ou
atenuar uma resistência mediante a
actividade muscular
(PLATONOV & BULATOVA, 2003).
17. Tipos de força muscular
1.Força máxima ou pura =
capacidade máxima do indivíduo numa
contracção voluntária máxima.
2. Força-velocidade ou explosiva =
capacidade do sistema neuro-muscular em
mobilizar o potencial funcional para manifestar
elevados níveis de força no menor período de
tempo possível.
3. Força-resistência ou resistência
muscular =
capacidade de manter índices de força
relativamente altos durante o maior período de
tempo possível.
19. Funções musculares na
coordenação intermuscular
AGONISTA = É o músculo
responsável pela acção muscular
desejada.
Perfazem a maior parte do esforço
Ex. Flexão do do cotovelo = bíceps
braquial.
20. Funções musculares na
coordenação intermuscular
ANTAGONISTA = Tem efeito contrário
do agonista, músculos que se opõem
ao movimento.
Desempenham importante papel, pois
desaceleram o movimento.
Ex: Flexão do cotovelo:
Agonista = Bíceps
Antagonista = Tríceps
21. Funções musculares na
coordenação intermuscular
SINERGISTA = Músculos que
exercem a mesma função; Auxiliam na
produção da acção desejada de um
músculo agonista. São responsáveis
pela coordenação motora fina na
actividade.
Ex. braquial-anterior na flexão do
cotovelo
23. Funções musculares na
coordenação intermuscular
ESTABILIZADOR, FIXADOR OU
SUSTENTADOR = Estabiliza uma
articulação para outro músculo
(agonista) realizar o movimento.
Referem-se a músculos isometricamente
activos para permitir o movimento do
membro, quando o músculo de referência
se contrai dinamicamente.
25. Musculos neutralizadores
Papel
Contraem para eliminar
uma acção acessória
indesejada
Exemplo
Musculo redondo pronador
pode neutralizar a
supinação do Bicipete e
permite a flexão em
posição neutra!
26. Fisiologia da abdução
Até aos 90º Actuam:
Supraespinhoso (Se)
Deltoide (De)
Romboides, serratil
anterior e infra-
espinhoso
estabilizam.
27. Fisiologia da abdução
A partir dos 90º até
aos 180º entram em
acção:
Trapézio (Tr)
Grande dentado (De)
Os romboides
relaxam para o
omoplata abduzir.
29. Relação mono -
biarticulares
M. mono-articular: musculo que só
atravessa uma articulação e como tal a
sua contracção só mobiliza essa mesma
articulação.
M. Biarticular: musculo que atravessa 2
articulções e como tal a sua contracção
pode afectar ambas articulações ou
apenas uma.
30. Relações intermusculares
especiais.
Relação antagonista-sinergico: Musculo que
sendo antagonista de um determinado
movimento produzido por um musculo bi-
articular, ao se contrair numa articulação cria
um estado de pre-tensão que potencia a acção
do agonista sobre a outra articulação.
Ex. O Glúteo cria um estiramento sobre o recto
femoral ao nível da coxa que potencia a acção
deste sobre o joelho.
31. Enervação Sensitiva do
Músculo Esquelético
Controle da função muscular:
Excitação pelos neurónios motores inferiores
(corno anterior da medula)
Informações sensoriais fornecidas pelo músculo
(comprimento, tensão e velocidade de mudança
desses estados)
Receptores sensoriais (controle intrínseco,
subconsciente):
Fusos musculares
Órgãos tendinosos de Golgi
33. FUSO MUSCULAR
distribuídos por todo o corpo do músculo
enviam informações sobre o comprimento e a
velocidade da sua variação (receptores de
estiramento)
3 a 10 mm de comprimento
3 a 12 fibras intrafusais (pequenas e se fixam
às grandes fibras extrafusais)
o centro das fibras intrafusais não possuem
actina nem miosina funciona apenas como
receptor sensorial
37. Fuso Neuromuscular
Inervação motora:
fibras eferentes gama (parte terminal da fibra
intrafusal)
fibra eferente alfa (fibras extrafusais)
Inervação sensitiva:
terminação primária (circunda a parte central de
cada fibra intrafusal)
terminação secundária (fibras menores, enervam
região receptora de um ou ambos os lados da
terminação primária)
38. Fuso Neuromuscular
FIBRAS INTRAFUSAIS
fibras com bolsa nuclear
fibras com cadeia nuclear (metade do tamanho)
39. Reflexo miotático
O músculo é protegido de lesões por dois tipos de
células nervosas : o FUSO NEUROMUSCULAR e os
Orgãos tendinosos de Golgi.
Se as células musculares forem alongadas, os
fusos neuromusculares também são alongados. Se
o músculo for alongado demais, essas células
enviam para o sistema nervoso central um sinal de
que o músculo está passando dos seus limites.
Rapidamente, o SNC desencadeia um sinal que faz
com que o músculo seja contraído, precavendo
assim uma distensão muscular. Esse fenómeno é
denominado de REFLEXO MIOTÁTICO ou de
estiramento.
40. Reflexo miotático
RESPOSTA ESTÁTICA
distensão lenta da parte central do fuso
aumento proporcional ao grau de distensão do
número de impulsos das fibras primárias e
secundárias
impulso transmitido por alguns minutos
principal: fibra com cadeia nuclear
nervos gama: excita fibras com cadeia nuclear,
intensifica a resposta
41. Reflexo miotático
RESPOSTA DINÂMICA
distensão súbita da parte central do fuso
estímulo vigoroso da terminação primária
impulso transmitido apenas quando o
comprimento estiver aumentando
principal: fibra com bolsa nuclear
nervos gama: excita fibra com bolsa nuclear,
intensifica a resposta
42. Reflexo miotático patelar
Choque abrupto sobre tendões estiramento do músculo da coxa
distende fusos musculares envia sinal para medula espinal
volta de sinal reflexo para músculo Contracção movimento.
44. Reflexo miotático patelar
Importância Teste:
Se o reflexo estiver ok (+), todas as
conexões nervosas estão intactas ,
Mede o grau de reactividade dos
Reflexos musculares pelo grau de
excitabilidade da medula.
45. Inibição reciproca
Os impulsos a partir de um musculo estirado excitam as unidades
motoras no mesmo musculo, e inibe através de um interneurónio,
as unidades motoras do musculo antagonista.
46. Funções do fuso muscular
Controle do sistema motor gama (fibras
intrafusais)
controlam e amortecem os movimentos
durante a marcha e a corrida, pois estão
relacionados com os músculos que
realizam contracções antigraviticas.
48. Orgãos tendinosos de
Golgi
Situam-se dentro dos tendões musculares e
imediatamente a frente das suas inserções nas
fibras musculares. É um órgão estimulado pela
tensão produzida por esse pequeno feixe de
fibras musculares. O órgão tendinoso têm uma
resposta dinâmica e uma resposta estática,
respondendo com intensidade quando a
tensão do músculo aumenta subitamente
49. Reflexo miotático inverso
O Orgão Tendinoso de Golgi (OTG) detecta o estiramento do
tendão, pelo que reage às contracções do músculo. Quando o
músculo se contrai intensamente, ou é estirado fortemente o OTG
"sente" o estiramento do tendão e desencadeia o relaxamento do
músculo contraído.
50. Método PNF para estiramento
Realizamos o movimento escolhido até próximo do nosso
limite de amplitude (sem chegar a sentir dor). Nesse
momento, com a ajuda de um parceiro que impede o
movimento, realiza-se uma contracção isométrica
máxima dos músculos antagonistas (no sentido contrário
ao estiramento pretendido). Essa contracção é mantida
durante 5-6 segundos com a oposição do ajudante.
Seguidamente, relaxa-se e o ajudante força mais um
pouco o limite da amplitude (por um período de 20-30").
Após um repouso de cerca de 60", repete-se o exercício
até 3X.
52. Como é que este método
aproveita os reflexos?
contracção isométrica dos antagonistas
provoca a distensão do tendão e a
estimulação do OTG, que desencadeia o
seu posterior relaxamento, e assim
contribui para a facilitação do
estiramento muscular. Por outro lado a
contracção dos músculos evita a
estimulação precoce do FNM que, de
outra forma, iria dificultar o estiramento.