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AULA 14 – LITERATURA
PROFª Edna Prado
EÇA DE QUEIRÓS
I- EÇA DE QUEIRÓS E O REALISMO
Nós já vimos que o Realismo foi a estética literária da segunda
metade do século XIX, considerado como um movimento de reação aos
ideais românticos. Sua principal característica foi a preocupação com a
realidade, buscando reproduzi-la através do objetivismo. Eça de
Queirós foi o autor que, como nenhum outro, conseguiu trabalhar a
temática realista. Veja sua imagem:
Eça de Queirós é considerado o maior romancista português de todo o século XIX.
Eça de Queirós, assim como os jovens escritores realistas,
também estudou na Universidade de Coimbra, mas não participou com
eles da polêmica Questão Coimbrã, que como já vimos, foi o choque
entre os novos escritores, mais identificados com as novas tendências
realistas, e os velhos escritores românticos de Lisboa. Eça assistiu a
tudo com distância.
Mas, anos mais tarde, participou ativamente das Conferências
Democráticas do Cassino Lisbonense:
Nessas conferências os autores, ao contrário do sentimentalismo e
subjetivismo dos românticos, pregavam a difusão de uma arte crítica, voltada para a
realidade social, para o presente.
Dez conferências estavam programadas, mas apenas cinco foram
proferidas, pois o governo português fechou o cassino e proibiu qualquer
reunião. Segundo ele, elas atacavam a religião e as instituições do
Estado. Mesmo assim, elas foram responsáveis pela consolidação da
nova estética.
Eça de Queirós proferiu a 4ª conferência, nela atacou diretamente
o Romantismo e apresentou as principais características realistas,
destacando o papel da literatura enquanto veículo de denúncia dos
desequilíbrios da sociedade. Nessa ocasião, influenciado pelas idéias
deterministas Eça afirmou:
“ O homem é um resultado, uma conclusão e um procedimento
das circunstâncias que o envolvem. Abaixo os heróis!”.
Eça de Queirós
Segundo o determinismo, o homem era influenciado por três
grandes forças: o meio, a raça e o momento. Eça nesse trecho
reafirma a posição determinista ao dizer que o homem é resultado de
seu meio e a amplia numa clara oposição aos românticos, daí a
expressão: “Abaixo os heróis”.
Para Eça de Queirós o Realismo era uma nítida oposição ao
Romantismo:
“O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo
era a apoteose do sentimento: - o Realismo é a anatomia do caráter. É
a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos –
para condenar o que houver de mau na nossa sociedade”.
Eça de Queirós
Realismo é crítica. Crítica é a palavra síntese de Eça de Queirós. O
grande autor realista denunciou, como nunca fora visto, sociedade
portuguesa.
Freqüentemente os grandes vestibulares do Brasil incluem livros
de Eça de Queirós em suas bibliografias e elaboram questões sobre as
características de sua obra. Veja um exemplo de uma questão extraída
de um desses exames vestibulares:
(FUVEST – SP) Podemos afirmar que a obra de Eça de Queirós
está voltada prioritariamente para a defesa dos pobres e oprimidos?
Justifique sua resposta.
Para buscarmos a resposta é preciso verificar como sua obra esta
dividida:
II – DIVISÃO DE SUA OBRA
Divisão da obra de Eça de Queirós
1ª Fase
(influência romântica)
• O mistério da estrada de Sintra
2ª Fase
(caráter realista/naturalista)
• O crime do Padre Amaro
• O primo Basílio
• Os Maias
3ª Fase
(pós-realista)
• A ilustre casa de Ramires
• A cidade e as serras
• A relíquia
A obra de Eça é comumente dividida em três fases . Numa
primeira fase encontramos um autor ainda preso aos ideais românticos.
É dessa fase o livro O Mistério da Estrada de Sintra, escrito em
parceria com o amigo dos tempos de escola, Ramalho Ortigão.
Na segunda fase encontramos a consolidação das características
realistas. Essa fase tem início com a publicação de O crime do padre
Amaro, considerado o primeiro romance realista português, e se
estende até a publicação de Os Maias.
Já na terceira fase, encontramos um autor mais preocupado com
os valores tradicionais da vida portuguesa, com a existência humana e a
vida campestre. São dessa fase os livros A ilustre casa de Ramires e
A cidade e as serras.
A Segunda fase é a melhor parte de sua produção literária, nela
Eça de Queirós monta um amplo painel da sociedade portuguesa,
retratando-a sob vários aspectos, criticando principalmente a
decadência dos valores morais, a burguesia e o clero.
Eça dedicou-se ao romance de tese, muito popular na época.
Esse tipo de romance parte de uma idéia central, de uma tese que vai
ser demonstrada pela ação das personagens.
Foi isso que ele fez ao elaborar a trilogia dessa segunda fase:
TRILOGIA –“Cenas Portuguesas”
• O crime do Padre Amaro
• O primo Basílio
• Os Maias
Ao elaborar um painel da sociedade portuguesa, através de
minuciosas descrições, Eça analisa e critica os comportamentos
femininos, as ambições masculinas, a corrupção do clero, entre outros
aspectos da sociedade lisboeta do século XIX.
III – LIVROS
O crime do padre Amaro tem como enredo a história de
sedução de Amélia pelo padre Amaro. Amélia era uma moça solteira que
acreditava em tudo o que os padres diziam. Tanto que ironicamente,
Eça subtitulou o romance como cenas da vida devota. A história se
passa numa cidade provinciana do norte de Lisboa, fortemente
influenciada pela igreja católica. O livro foi um escândalo na época em
que foi escrito.
Veja dois fragmentos do livro em que Amaro e Amélia falam sobre
seus sentimentos:
“ Era este um dos grandes gozos de Amaro – ouvir gabar aos
colegas a beleza de Amélia, que era chamada entre o clero “a flor das
devotas”. Todos lhe invejavam aquela confessada. Por isso insistia muito
com ela em que se ajano tasse aos domingos, à missa; zangara-se
mesmo ultimamente de a ver quase sempre entrouxada num vestido de
merino escuro, que lhe dava um ar de velha penitente.
(...)
Cessaria as suas relações com Amaro, se o ousasse; mas
receava quase tanto a sua cólera como a de Deus. Que seria dela se
tivesse contra si Nossa Senhora e o senhor pároco? Além disso, amava-
o. Nos seus braços, todo o terror do céu, a mesma idéia do céu
desapareceria; refugiada ali, contra o seu peito, não tinha medo das iras
divinas; o desejo, o furor da carne, como vinho muito alcoólico, davam-
lhe uma coragem colérica; era com um brutal desafio ao céu que se
enroscava furiosamente ao seu corpo”.
Existem três versões sobre O crime do padre Amaro, nas duas
primeiras Amaro mata o filho assim que ele nasce. Na última versão,
Amaro não mata a criança, mas essa morre misteriosamente pouco
antes de Amélia, sua mãe.
Outra obra significativa é O primo Basílio, que tem como
subtítulo – episódio da vida doméstica. Ao contrário de O crime do padre
Amaro, ambienta-se na cidade. Nesse livro, como o próprio autor afirma
está uma crítica à família lisboeta. O livro conta a história de Luisa,
mulher sentimental e ociosa, que ficava a maior parte do tempo lendo
romances românticos. Numa viagem do marido ela entrega-se a um
caso amoroso com seu primo Basílio. Basílio era um malandro que
buscava apenas mais uma aventura, ao contrário de Luisa que estava
realmente apaixonada.
Uma das partes mais conhecidas do romance corresponde à
chantagem da empregada Juliana ao descobrir o adultério da patroa:
“ – Seiscentos mil-réis! Onde quer você que eu vá buscar
seiscentos mil-réis?
_ Ao inferno!_ gritou Juliana. _ Ou me dá seiscentos mil-réis,
ou tão certo como eu estar aqui, o seu marido há de ler as cartas!
Luísa deixou-se cair numa cadeira, aniquilada.
_ Que fiz eu para isto, meu Deus? Que fiz para isto?
Juliana plantou-se-lhe diante, muito insolente”.
Os Maias, último livro da trilogia “Cenas portuguesas” conta a
história do amor incestuoso dos irmãos Carlos Eduardo da Maia e Maria
Eduarda. Os dois foram separados enquanto crianças e cresceram em
países diferentes. Mas acabam se apaixonando. Ao lado dessa trama
central, Eça critica a futilidade e o falso moralismo da alta sociedade
lisboeta.
Veja um trecho da cena em que Carlos Eduardo descobre que
Maria Eduarda era sua irmã:
“ _ E tu acreditas que isso seja possível? Acreditas que suceda a
um homem como eu, como tu, numa rua de Lisboa? Encontro uma
mulher, olho para ela, conheço-a, durmo com ela e, entre todas as
mulheres do mundo, essa justamente há-de ser minha irmã! É
impossível ... Não há Guimarães, não há papéis, não há documentos
que me convençam!”.
Na terceira fase de sua obra, considerada pós-realista, Eça de
Queirós identifica-se com outros ideais, como o resgate dos valores
tradicionais e o elogio da vida no campo, temas tratados em A ilustre
casa de Ramires e A cidade e as serras.
Já o livro A relíquia, tem como temas a crítica à hipocrisia
religiosa e à falsidade humana. O romance conta a história de Teodorico
Raposo, o Raposão, que faz de tudo para agradar a tia rica e herdar sua
fortuna, inclusive se fingindo de beato.
Agora você já é capaz de responder àquela questão extraída de
um exame vestibular:
(FUVEST – SP) Podemos afirmar que a obra de Eça de Queirós
está voltada prioritariamente para a defesa dos pobres e oprimidos?
Justifique sua resposta.
A resposta correta seria não, pois mesmo falando de certas
injustiças sociais, prioritariamente, a obra de Eça de Queirós critica o
clero e a sociedade burguesa.
Para finalizarmos nossa aula, nada melhor do que um fragmento
do próprio Eça a respeito de sua obra, numa carta que escreveu a
Teófilo Braga:
“A minha ambição seria pintar a sociedade portuguesa, e mostrar-
lhe, como num espelho, que triste país eles formam - eles e elas. É o
meu fim nas Cenas portuguesas. É necessário acutilar o mundo oficial,
o mundo sentimental, o mundo literário, o mundo agrícola, o mundo
supersticioso - e, com todo respeito pelas instituições de origem eterna,
destruir as falsas interpretações e falsas realizações que lhe dá uma
sociedade podre. Não lhe parece você que um tal trabalho é justo?”
Eça de Queirós
IV – EXERCÍCIOS
1-) (FUVEST) O romance O primo Basílio investe contra a família
burguesa. Desse modo, na classificação da obra de seu autor, é
apontado como pertencente à mesma fase literária de:
a) A ilustre casa de Ramires e Os Maias.
b) A ilustre casa de Ramires e O crime do padre Amaro.
c) Os Maias e A correspondência de Fradique Mendes.
d) O crime do padre Amaro e A cidade e as serras.
e) O crime do padre Amaro e Os Maias.
R: e
2-) (FUVEST-SP) “A sala esteirada, alegrava, com seu teto de madeira
pintado a branco, o seu papel claro de ramagens verdes. Era em julho,
um domingo; fazia um grande calor; as duas janelas estavam cerradas,
mas sentia-se fora o sol faiscar nas vidraças, escaldar a pedra da
varanda.”
O Primo Basílio, Eça de Queirós
Indique:
a) O movimento literário a que pertence O Primo Basílio;
b) Uma característica do movimento, presente no trecho acima.
R: a) Realismo.
b) A descrição objetiva do ambiente.
3-) (VUNESP) Leia com atenção:
“Ele soube, com efeito, continuando e metodizando o trabalho de
Garret, reaproveitar a linguagem corrente, orientar-se no sentido dos
seus ritmos e da sua sintaxe, tirar partido do seu vocabulário habitual,
torná-la apta a exprimir uma intencionalidade ideológica e estética mais
rica do que aquela em que anteriormente fora utilizada.”
(Oscar Lopes e A. José Saraiva)
A apreciação anterior diz respeito ao maior prosador realista da
literatura portuguesa. A alternativa que o indica é:
a) Alexandre Herculano.
b) Camilo Castelo branco.
c) Antero de Quental.
d) Eça de Queirós.
e) Fialho de Almeida.
R: d
4-)( U S F - S P ) Pode-se entender o Naturalismo como uma
particularização do Realismo que:
a) Volta-se para a natureza a fim de analisar-lhe os processos
cíclicos de renovação.
b) Pretende expressar com naturalidade a vida simples dos homens
rústicos nas comunidades primitivas.
c) Defende a arte pela arte, isto é, desvinculada de compromissos
com a realidade social.
d) Analisa as perversões sexuais, condenando-as em nome da moral
religiosa.
e) Estabelece um nexo de causa e efeito entre alguns fatores
sociológicos e biológicos e a conduta dos personagens.
R:e
5-) (UNIP) Analise o fragmento seguinte e responda.
“A primeira que se pôs a lavar foi a Leandra, por alcunha a Machona,
portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e grossos...”
( A l u í s i o d e
Azevedo)
Descrição dos personagens pela acentuação de caracteres biológicos e
raciais é característica do:
a) Romantismo
b) Realismo
c) Modernismo
d) Impressionismo
e) Naturalismo
R:e

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Aula 14 eça de queiroz e o realismo

  • 1. AULA 14 – LITERATURA PROFª Edna Prado EÇA DE QUEIRÓS I- EÇA DE QUEIRÓS E O REALISMO Nós já vimos que o Realismo foi a estética literária da segunda metade do século XIX, considerado como um movimento de reação aos ideais românticos. Sua principal característica foi a preocupação com a realidade, buscando reproduzi-la através do objetivismo. Eça de Queirós foi o autor que, como nenhum outro, conseguiu trabalhar a temática realista. Veja sua imagem: Eça de Queirós é considerado o maior romancista português de todo o século XIX.
  • 2. Eça de Queirós, assim como os jovens escritores realistas, também estudou na Universidade de Coimbra, mas não participou com eles da polêmica Questão Coimbrã, que como já vimos, foi o choque entre os novos escritores, mais identificados com as novas tendências realistas, e os velhos escritores românticos de Lisboa. Eça assistiu a tudo com distância. Mas, anos mais tarde, participou ativamente das Conferências Democráticas do Cassino Lisbonense: Nessas conferências os autores, ao contrário do sentimentalismo e subjetivismo dos românticos, pregavam a difusão de uma arte crítica, voltada para a realidade social, para o presente. Dez conferências estavam programadas, mas apenas cinco foram proferidas, pois o governo português fechou o cassino e proibiu qualquer reunião. Segundo ele, elas atacavam a religião e as instituições do
  • 3. Estado. Mesmo assim, elas foram responsáveis pela consolidação da nova estética. Eça de Queirós proferiu a 4ª conferência, nela atacou diretamente o Romantismo e apresentou as principais características realistas, destacando o papel da literatura enquanto veículo de denúncia dos desequilíbrios da sociedade. Nessa ocasião, influenciado pelas idéias deterministas Eça afirmou: “ O homem é um resultado, uma conclusão e um procedimento das circunstâncias que o envolvem. Abaixo os heróis!”. Eça de Queirós Segundo o determinismo, o homem era influenciado por três grandes forças: o meio, a raça e o momento. Eça nesse trecho reafirma a posição determinista ao dizer que o homem é resultado de seu meio e a amplia numa clara oposição aos românticos, daí a expressão: “Abaixo os heróis”. Para Eça de Queirós o Realismo era uma nítida oposição ao Romantismo: “O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento: - o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para condenar o que houver de mau na nossa sociedade”. Eça de Queirós Realismo é crítica. Crítica é a palavra síntese de Eça de Queirós. O grande autor realista denunciou, como nunca fora visto, sociedade portuguesa. Freqüentemente os grandes vestibulares do Brasil incluem livros de Eça de Queirós em suas bibliografias e elaboram questões sobre as características de sua obra. Veja um exemplo de uma questão extraída de um desses exames vestibulares:
  • 4. (FUVEST – SP) Podemos afirmar que a obra de Eça de Queirós está voltada prioritariamente para a defesa dos pobres e oprimidos? Justifique sua resposta. Para buscarmos a resposta é preciso verificar como sua obra esta dividida: II – DIVISÃO DE SUA OBRA Divisão da obra de Eça de Queirós 1ª Fase (influência romântica) • O mistério da estrada de Sintra 2ª Fase (caráter realista/naturalista) • O crime do Padre Amaro • O primo Basílio • Os Maias 3ª Fase (pós-realista) • A ilustre casa de Ramires • A cidade e as serras • A relíquia A obra de Eça é comumente dividida em três fases . Numa primeira fase encontramos um autor ainda preso aos ideais românticos. É dessa fase o livro O Mistério da Estrada de Sintra, escrito em parceria com o amigo dos tempos de escola, Ramalho Ortigão. Na segunda fase encontramos a consolidação das características realistas. Essa fase tem início com a publicação de O crime do padre
  • 5. Amaro, considerado o primeiro romance realista português, e se estende até a publicação de Os Maias. Já na terceira fase, encontramos um autor mais preocupado com os valores tradicionais da vida portuguesa, com a existência humana e a vida campestre. São dessa fase os livros A ilustre casa de Ramires e A cidade e as serras. A Segunda fase é a melhor parte de sua produção literária, nela Eça de Queirós monta um amplo painel da sociedade portuguesa, retratando-a sob vários aspectos, criticando principalmente a decadência dos valores morais, a burguesia e o clero. Eça dedicou-se ao romance de tese, muito popular na época. Esse tipo de romance parte de uma idéia central, de uma tese que vai ser demonstrada pela ação das personagens. Foi isso que ele fez ao elaborar a trilogia dessa segunda fase: TRILOGIA –“Cenas Portuguesas” • O crime do Padre Amaro • O primo Basílio • Os Maias Ao elaborar um painel da sociedade portuguesa, através de minuciosas descrições, Eça analisa e critica os comportamentos femininos, as ambições masculinas, a corrupção do clero, entre outros aspectos da sociedade lisboeta do século XIX. III – LIVROS O crime do padre Amaro tem como enredo a história de sedução de Amélia pelo padre Amaro. Amélia era uma moça solteira que acreditava em tudo o que os padres diziam. Tanto que ironicamente, Eça subtitulou o romance como cenas da vida devota. A história se passa numa cidade provinciana do norte de Lisboa, fortemente influenciada pela igreja católica. O livro foi um escândalo na época em que foi escrito.
  • 6. Veja dois fragmentos do livro em que Amaro e Amélia falam sobre seus sentimentos: “ Era este um dos grandes gozos de Amaro – ouvir gabar aos colegas a beleza de Amélia, que era chamada entre o clero “a flor das devotas”. Todos lhe invejavam aquela confessada. Por isso insistia muito com ela em que se ajano tasse aos domingos, à missa; zangara-se mesmo ultimamente de a ver quase sempre entrouxada num vestido de merino escuro, que lhe dava um ar de velha penitente. (...) Cessaria as suas relações com Amaro, se o ousasse; mas receava quase tanto a sua cólera como a de Deus. Que seria dela se tivesse contra si Nossa Senhora e o senhor pároco? Além disso, amava- o. Nos seus braços, todo o terror do céu, a mesma idéia do céu desapareceria; refugiada ali, contra o seu peito, não tinha medo das iras divinas; o desejo, o furor da carne, como vinho muito alcoólico, davam- lhe uma coragem colérica; era com um brutal desafio ao céu que se enroscava furiosamente ao seu corpo”. Existem três versões sobre O crime do padre Amaro, nas duas primeiras Amaro mata o filho assim que ele nasce. Na última versão, Amaro não mata a criança, mas essa morre misteriosamente pouco antes de Amélia, sua mãe. Outra obra significativa é O primo Basílio, que tem como subtítulo – episódio da vida doméstica. Ao contrário de O crime do padre Amaro, ambienta-se na cidade. Nesse livro, como o próprio autor afirma está uma crítica à família lisboeta. O livro conta a história de Luisa, mulher sentimental e ociosa, que ficava a maior parte do tempo lendo romances românticos. Numa viagem do marido ela entrega-se a um caso amoroso com seu primo Basílio. Basílio era um malandro que buscava apenas mais uma aventura, ao contrário de Luisa que estava realmente apaixonada. Uma das partes mais conhecidas do romance corresponde à chantagem da empregada Juliana ao descobrir o adultério da patroa: “ – Seiscentos mil-réis! Onde quer você que eu vá buscar seiscentos mil-réis? _ Ao inferno!_ gritou Juliana. _ Ou me dá seiscentos mil-réis, ou tão certo como eu estar aqui, o seu marido há de ler as cartas!
  • 7. Luísa deixou-se cair numa cadeira, aniquilada. _ Que fiz eu para isto, meu Deus? Que fiz para isto? Juliana plantou-se-lhe diante, muito insolente”. Os Maias, último livro da trilogia “Cenas portuguesas” conta a história do amor incestuoso dos irmãos Carlos Eduardo da Maia e Maria Eduarda. Os dois foram separados enquanto crianças e cresceram em países diferentes. Mas acabam se apaixonando. Ao lado dessa trama central, Eça critica a futilidade e o falso moralismo da alta sociedade lisboeta. Veja um trecho da cena em que Carlos Eduardo descobre que Maria Eduarda era sua irmã: “ _ E tu acreditas que isso seja possível? Acreditas que suceda a um homem como eu, como tu, numa rua de Lisboa? Encontro uma mulher, olho para ela, conheço-a, durmo com ela e, entre todas as mulheres do mundo, essa justamente há-de ser minha irmã! É impossível ... Não há Guimarães, não há papéis, não há documentos que me convençam!”. Na terceira fase de sua obra, considerada pós-realista, Eça de Queirós identifica-se com outros ideais, como o resgate dos valores tradicionais e o elogio da vida no campo, temas tratados em A ilustre casa de Ramires e A cidade e as serras. Já o livro A relíquia, tem como temas a crítica à hipocrisia religiosa e à falsidade humana. O romance conta a história de Teodorico Raposo, o Raposão, que faz de tudo para agradar a tia rica e herdar sua fortuna, inclusive se fingindo de beato. Agora você já é capaz de responder àquela questão extraída de um exame vestibular: (FUVEST – SP) Podemos afirmar que a obra de Eça de Queirós está voltada prioritariamente para a defesa dos pobres e oprimidos? Justifique sua resposta.
  • 8. A resposta correta seria não, pois mesmo falando de certas injustiças sociais, prioritariamente, a obra de Eça de Queirós critica o clero e a sociedade burguesa. Para finalizarmos nossa aula, nada melhor do que um fragmento do próprio Eça a respeito de sua obra, numa carta que escreveu a Teófilo Braga: “A minha ambição seria pintar a sociedade portuguesa, e mostrar- lhe, como num espelho, que triste país eles formam - eles e elas. É o meu fim nas Cenas portuguesas. É necessário acutilar o mundo oficial, o mundo sentimental, o mundo literário, o mundo agrícola, o mundo supersticioso - e, com todo respeito pelas instituições de origem eterna, destruir as falsas interpretações e falsas realizações que lhe dá uma sociedade podre. Não lhe parece você que um tal trabalho é justo?” Eça de Queirós IV – EXERCÍCIOS 1-) (FUVEST) O romance O primo Basílio investe contra a família burguesa. Desse modo, na classificação da obra de seu autor, é apontado como pertencente à mesma fase literária de: a) A ilustre casa de Ramires e Os Maias. b) A ilustre casa de Ramires e O crime do padre Amaro. c) Os Maias e A correspondência de Fradique Mendes. d) O crime do padre Amaro e A cidade e as serras. e) O crime do padre Amaro e Os Maias. R: e 2-) (FUVEST-SP) “A sala esteirada, alegrava, com seu teto de madeira pintado a branco, o seu papel claro de ramagens verdes. Era em julho, um domingo; fazia um grande calor; as duas janelas estavam cerradas, mas sentia-se fora o sol faiscar nas vidraças, escaldar a pedra da varanda.” O Primo Basílio, Eça de Queirós
  • 9. Indique: a) O movimento literário a que pertence O Primo Basílio; b) Uma característica do movimento, presente no trecho acima. R: a) Realismo. b) A descrição objetiva do ambiente. 3-) (VUNESP) Leia com atenção: “Ele soube, com efeito, continuando e metodizando o trabalho de Garret, reaproveitar a linguagem corrente, orientar-se no sentido dos seus ritmos e da sua sintaxe, tirar partido do seu vocabulário habitual, torná-la apta a exprimir uma intencionalidade ideológica e estética mais rica do que aquela em que anteriormente fora utilizada.” (Oscar Lopes e A. José Saraiva) A apreciação anterior diz respeito ao maior prosador realista da literatura portuguesa. A alternativa que o indica é: a) Alexandre Herculano. b) Camilo Castelo branco. c) Antero de Quental. d) Eça de Queirós. e) Fialho de Almeida. R: d 4-)( U S F - S P ) Pode-se entender o Naturalismo como uma particularização do Realismo que: a) Volta-se para a natureza a fim de analisar-lhe os processos cíclicos de renovação. b) Pretende expressar com naturalidade a vida simples dos homens rústicos nas comunidades primitivas. c) Defende a arte pela arte, isto é, desvinculada de compromissos com a realidade social. d) Analisa as perversões sexuais, condenando-as em nome da moral religiosa. e) Estabelece um nexo de causa e efeito entre alguns fatores sociológicos e biológicos e a conduta dos personagens. R:e 5-) (UNIP) Analise o fragmento seguinte e responda.
  • 10. “A primeira que se pôs a lavar foi a Leandra, por alcunha a Machona, portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e grossos...” ( A l u í s i o d e Azevedo) Descrição dos personagens pela acentuação de caracteres biológicos e raciais é característica do: a) Romantismo b) Realismo c) Modernismo d) Impressionismo e) Naturalismo R:e