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Espírito Santo
CPM - Programa de Certificação de Pessoal de Manutenção
Mecânica
Procedimento de Segurança
e Higiene do Trabalho
Espírito Santo
Procedimento de Segurança e Higiene do Trabalho - Mecânica
© SENAI - ES, 1996
Trabalho realizado em parceria SENAI / CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão)
SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
DAE - Divisão de Assistência às Empresas
Departamento Regional do Espírito Santo
Av. Nossa Senhora da Penha, 2053 - Vitória - ES.
CEP 29045-401 - Caixa Postal 683
Telefone: (27) 3325-0255
Telefax: (27) 3227-9017
CST - Companhia Siderúrgica de Tubarão
AHD - Divisão de Desenvolvimento de Recursos Humanos
AV. Brigadeiro Eduardo Gomes, n° 930, Jardim Limoeiro - Serra - ES.
CEP 29163-970
Telefone: (27) 3348-1333
Espírito Santo
Sumário
Segurança e Higiene do Trabalho.......................................... 05
• Introdução ......................................................................... 05
Acidente do Trabalho ............................................................. 06
• Definição ........................................................................... 06
• Por que o Acidente do Trabalho deve ser evitado ............. 07
• Identificação das Causas do Acidente............................... 08
• Classificação do Acidente.................................................. 11
• Padrão Operacional........................................................... 12
Equipamento de Proteção...................................................... 13
• Introdução ......................................................................... 13
• Equipamento de Proteção Coletiva.................................... 13
• Equipamento de Proteção Individual ................................. 14
Riscos Ambientais.................................................................. 20
• Introdução ......................................................................... 20
• Classificação dos Riscos ................................................... 20
• Fatores que Colaboram para que os Produtos ou Agentes causem danos
à Saúde ............................................................................. 21
• Vias de Entrada dos Materiais Tóxicos no Organismo....... 22
• Riscos Químicos................................................................ 23
• Riscos Físicos.................................................................... 25
• Riscos Biológicos............................................................... 27
• Principais Medidas e Controle dos Riscos Ambientais....... 28
• Medidas Relativas ao ambiente......................................... 28
• Medidas Relativas ao pessoal ........................................... 30
Riscos de Eletricidade............................................................ 32
• Introdução ......................................................................... 32
• O que é Eletricidade .......................................................... 32
• Lei de OHM ....................................................................... 33
• Efeitos da Corrente Elétrica............................................... 34
• Principais Sintomas Causados pelo Choque ..................... 35
• Riscos Elétricos ................................................................. 36
• Cuidados nas Instalações Elétricas ................................... 37
• Medidas Preventivas em Instalações Elétricas .................. 37
• Aterramento Elétrico.......................................................... 39
Noções Básicas de Demarcações de Segurança ...................40
• Introdução ..........................................................................40
Espírito Santo
• Cores e Sinalização na Segurança do Trabalho.................40
Noções Básicas de Combate à Incêndio.................................48
• Princípios Básicos do Fogo ................................................48
• Condições Propícias para a Combustão.............................51
• Combustão.........................................................................55
• Combate à Incêndio ...........................................................65
• Tipos de Equipamentos para Combate à Incêndios ...........68
Primeiros Socorros..................................................................78
• Introdução ..........................................................................78
• Material necessário para Emergência.................................79
• Ferimentos .........................................................................80
• Hemorragias.......................................................................84
• Queimaduras......................................................................87
• Choque Elétrico..................................................................88
• Calor...................................................................................89
• Frio.....................................................................................91
• Estado de Choque..............................................................92
• Desmaios ...........................................................................93
• Convulsão ..........................................................................94
• Intoxicações e Envenenamentos ........................................95
• Corpos Estranhos...............................................................97
• Fraturas e Lesões de Articulação .......................................98
• Acidentes por Animais Peçonhentos ..................................100
• Parada Cardíaca - Massagem Cardíaca.............................102
• Parada Respiratória - Respiração Artificial .........................104
• Resgate e Transporte de Pessoas Acidentadas.................106
Controle Ambiental..................................................................113
• Meio Ambiente....................................................................113
• Poluição..............................................................................113
• Controle Ambiental na CST ................................................116
• Padronização Ambiental.....................................................116
• Responsabilidade Ambiental ..............................................117
Espírito Santo
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Segurança e Higiene do Trabalho
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SENAI
Departamento Regional do Espírito Santo 5
Introdução
É sabido que o brasileiro, tradicionalmente, não se apega à
Prevenção, seja ela de acidentes do trabalho ou não.
A nossa formação escolar não nos enseja qualquer contato com
técnicas de Prevenção de Acidentes, nem ao menos com a sua
necessidade. Assim, até o nosso ingresso no mercado de trabalho
e, assim mesmo, dependendo do setor de atividade e, pior ainda,
da empresa em que trabalharemos, é que teremos o primeiro
contato com a Prevenção de Acidentes, isso, já na idade adulta!
Na verdade, embora de forma precária, a única vez em que
normalmente temos alguma noção de prevenção é no lar, através
da mãe, ao nos puxar a orelha, dar-nos umas palmadas por
alguma travessura, mas, incoerentemente, é, também, no próprio
lar que somos desafiados, pela primeira vez, a demonstrar
coragem, praticando o Ato Inseguro, juntamente, pelo próprio pai.
Daí, a grande necessidade que a empresa moderna tem de
aplicar recursos, investir em treinamento, em equipamentos e em
métodos de trabalho para incutir em seu pessoal o Espírito
Prevencionista e, através de técnicas e de sensibilização,
combater em seu meio o Acidentes do Trabalho que, conforme
tem sido demonstrado, atinge forte e danosamente a Qualidade,
a Produção e o Custo.
Espírito Santo
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CST
6 Companhia Siderúrgica de Tubarão
Acidente do Trabalho
Definição
O Acidente é toda e qualquer ocorrência imprevista e indesejável,
instantânea ou não, que provoca lesão pessoal ou de que decorre
risco próximo ou remoto dessa lesão. Se tal ocorrência estiver
relacionada com o exercício do trabalho, estará, então,
caracterizado o Acidente de Trabalho. Trocando o conceito em
miúdos:
A ocorrência é imprevista por não ter um momento pré-
determinado (dia ou hora) para acontecer. É preciso distinguir
previsto/imprevisto de previsível/imprevisível.
O "previsto" significa programa, enquanto o "previsível" sugere
possibilidade. Assim, pode-se dizer que o acidente é previsível em
função de circunstâncias (uma escada de degraus defeituosos,
um mecânico esmerilhando sem óculos, por exemplo), isto é,
existe a possibilidade, clara, de ocorrer o acidente. No entanto, a
ocorrência não está prevista, por não estar programada.
O indesejável, é óbvio, é por não se querer o acidente. Daí, se
alguém, intencionalmente, joga, por exemplo, um alicate contra
outro e o atinge, caracteriza-se o acidente, apesar de o indivíduo
ter desejado atingir o outro. Isso se dá porque a ocorrência é
caracterizada em função da vítima (ou vítima potencial) e é claro
que ela não queria ser atacada.
O "instantânea ou não" faz a diferença entre o acidente típico,
como o conhecemos (queda, impacto sofrido, aprisionamento,
etc.) e a doença ocupacional ou do trabalho (asbestose,
saturnismo, silicose, etc.). Esclarecendo: o acidente propriamente
dito é a ocorrência que tem conseqüência (lesão) imediata em
relação ao momento da ocorrência (queda = fratura, luxação,
escoriações). A Doença Ocupacional é conseqüência mediata em
relação à exposição ao risco (exposição ao vapor de chumbo hoje,
saturnismo após algum tempo).
O acidente, não implica, necessariamente em lesão, podendo ficar
somente no risco de provocá-la (acidente sem vítima). Assim, a
queda de uma marreta, por exemplo, é o acidente que pode ser
com vítima (provoca lesão) ou sem vítima (não atinge ninguém).
A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), em sua NB
18 (Norma Brasileira n
o
18) focaliza o acidente sob os seguintes
aspectos:
Espírito Santo
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Tipo: Classifica o acidente quanto à sua espécie, como Impacto
de Pessoa Contra (que se aplica aos casos em que a lesão foi
produzida por impacto do acidentado contra um objeto parado,
exceto em casos de queda); Impacto Sofrido (o movimento é de
objeto); Queda com Diferença de Nível (ação da gravidade, com o
objeto de contato estando abaixo da superfície em que se
encontra o acidentado); Queda em Mesmo Nível (movimentado
devido à perda de equilíbrio, com o objeto de contato estando no
mesmo nível ou acima da superfície de apoio do acidentado);
Atrito ou Abrasão; Aprovisionamento, etc.
Por que o Acidente do Trabalho deve ser evitado
Sob todos os ângulos em que possa ser analisado, o acidente do
trabalho apresenta fatores altamente negativos no que se refere
ao aspecto humano, social e econômico, cujas conseqüências se
constituem num forte argumento de apoio a qualquer ações de
controle e prevenção dos infortúnios ocasionais.
Aspecto Humano
Bastaria a consulta as estatísticas oficiais, que registram os
acidentes que prejudicam a integridade física do empregado, para
conhecimento do grande índice de pessoas incapacitadas para o
trabalho e de tantas vidas truncadas, tendo como conseqüência a
desestruturação do ambiente familiar, onde tais infortúnios
repercutem por tempo indeterminado.
Aspecto Social
Em referência a este aspecto, vamos analisar o acidente do
trabalho e suas conseqüências sociais, visando a estes dois
aspectos:
• o acidente do trabalho como efeito;
• o acidente do trabalho como causa.
Pode-se considerar o acidente do trabalho como efeito quando ele
resulta de uma ação imprudente ou de condições inadequadas,
isto é, quando ele resulta de uma inobservância das normas de
segurança; pode-se considerá-lo como causa quando se tem em
vista as conseqüências dele advindas.
Como se deduz, são imensuráveis, em termos de extensão e
proporção, as conseqüências dos acidentes do trabalho. Mas, o
importante diante de todos os aspectos que possam ser
apresentados, é que as pessoas se inteiram dessa realidade,
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8 Companhia Siderúrgica de Tubarão
interessando-se pela aplicação correta das medidas de prevenção
do acidente, para não se tornarem vítimas do mesmo.
Aspecto Econômico
Um dos fatores altamente negativos, resultante dos acidentes do
trabalho, é o prejuízo econômico cujas conseqüências atingem ao
empregado, a empresa, a sociedade e, em uma concepção mas
ampla, a própria nação.
Quanto ao empregado, apesar de toda a assistência e das
indenizações recebidas por ele ou por seus familiares através da
Previdência Social, no caso de acidentar-se, os prejuízos
econômicos fazem-se sentir na medida em que a indenização não
lhe garante necessariamente o mesmo padrão de vida mantido
até então. E, dependendo do tipo de lesão sofrida, tais benefícios,
por melhores que sejam, não repararão uma invalidez ou a perda
de uma vida.
Na empresa, os prejuízos econômicos derivados dos acidentes
variam em função da importância que ela dedica à prevenção de
acidentes. A perda ainda que de alguns minutos de atividade no
trabalho traz prejuízo econômico, o mesmo acontecendo com a
danificação de máquinas, equipamentos, perda de materiais etc.
Outro tipo de prejuízo econômico refere-se ao acidente que atinge
o empregado, variando as proporções quanto ao tempo de
afastamento do mesmo, devido à gravidade da lesão.
As conseqüências podem ser, dentre outras: a paralisação do
trabalho por tempo indeterminado, devido à impossibilidade de
substituição do acidentado por um elemento treinado para aquele
tipo de trabalho e, ainda, a influência psicológica negativa que
atinge os demais empregados e que interfere no rítmo normal do
trabalho, levando sempre a uma grande queda da produção.
Em termos gerais, esses são alguns fatores que muito contribuem
para os prejuízos econômicos tanto do empregado quanto da
empresa.
Identificação das Causas do Acidente
É fundamental que se entenda que a busca da causa de um
acidente não tem, absolutamente, o objetivo de punição, mas,
sim, o de encontrar a partir das causas, as medidas que
possibilitem impedir ocorrências semelhantes.
A causa do acidente pode estar em fatores hereditários (herança
sangüínea) ou de meio-ambiente (cultura). Pode, também,
originar-se de falha pessoal. Clareando: a Hereditariedade,
processo de transmissão de características físicas e mentais dos
ascendentes (pais, avós, etc.) para os descendentes (filhos,
netos, etc.), quando o ambiente é propício, manifesta-se sob a
forma de fobias, principalmente as claustrofobia ( medo de
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Departamento Regional do Espírito Santo 9
lugares fechados), acrofobia (medo de altura), etc., e de outras
formas. Tal manifestação interfere na formação do homem, dando
oportunidade ao afloramento das falhas pessoais (atitudes
impróprias, inadequadas, por exemplo: imprudência, negligência,
exibicionismo, insubordinação, etc.).
A falha pessoal, por sua vez, leva o homem a cometer Atos
Inseguros ou criar/permitir Condições Inseguras.
Resumindo: o acidente tem origem nos antecedentes hereditários
e no meio-ambiente da primeira infância do homem. As
características indesejáveis, herdadas (hereditariedade) ou
adquiridas (meio-ambiente) manifestam-se através da falha
pessoal que, por sua vez, induz o homem a criar ou permitir a
condição insegura e/ou praticar o ato inseguro, que são as causas
aparentes do acidente que pode, ou não, resultar em lesão
pessoal.
Para esclarecer, imaginemos uma situação: a companhia admite
um novo empregado que terá a ocupação de escarfador. O
candidato selecionado é jovem e a CST é sua primeira empresa.
Até então, trabalhará no quiosque do pai, na praia de Camburi, o
dia todo, à vontade, de sunga, vez por outra tomando uma
aguinha de coco, enquanto inspecionava biquínis e similares. Pois
bem, esse rapaz começa a trabalhar na CST e, após treinamento,
se vê todo equipado para o trabalho; possivelmente, não se
adaptará, sentir-se-á agoniado, preso: A SITUAÇÃO É MUITO
DIFERENTE E A TENDÊNCIA É CHEGAR AO ACIDENTE.
Ato Inseguro
O Ato Inseguro é a desobediência a um procedimento seguro,
comumente aceito. Não é necessariamente a desobediência a
norma ou procedimento escrito, mas também àquelas normas de
conduta ditadas pelo bom senso, tacitamente aceitas. Na
caracterização do Ato Inseguro cabe a seguinte questão: nas
mesmas circunstâncias uma pessoa prudente agiria da mesma
maneira?
Um exemplo: não se conhece nenhuma norma escrita que oriente
para não se segurar, na palma da mão, um ferro elétrico
aquecido, porém, se alguém o fizer, estará cometendo um Ato
Inseguro.
O Ato Inseguro ocorre em três modalidades:
Omissão: A pessoa Não Faz o que deveria fazer.
Exemplo: Deixar de impedir equipamento.
Comissão: A pessoa faz o que Não Deveria Fazer
Exemplo: Operar equipamento sem estar capacitado e/ou
autorizado.
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Variação: A pessoa faz algo De Modo Diferente do que deveria
fazer.
Exemplo: Para "encurtar caminho", salta da plataforma em lugar
de descer pela escada.
É claro que a "Omissão" implica em existência/conhecimento de
norma/procedimento específico. Quanto às "Comissão" e
"Variação", a desobediência pode ocorrer ao próprio bom senso,
não, necessariamente a normas/procedimentos/instruções.
Condição Insegura
A Condição Insegura são as condições de ambiente, cuja
correção não são da alçada do acidentado. A Condição Insegura
compreende máquinas, equipamentos, materiais, métodos de
trabalho e deficiência administrativa.
Para efeito de maior clareza, podemos classificar a condição
insegura em quatro classes:
Mecânica: máquina/ferramenta/equipamento defeituoso, sem
proteção, inadequado, etc.
Física: "Lay-out" (arrumação, passagens, espaço, acesso, etc.).
Ambiental: Ventilação, iluminação, poluição, ruído, etc.
Método: Procedimento de Trabalho inadequado, padrão
inexistente, processo perigoso, método arriscado, supervisão
deficiente, etc.
A Condição Insegura ocorre, também, em três modalidades, todas
elas, derivadas das posições de comando:
Negligência: (corresponde à omissão do Ato Inseguro): deixar de
fazer o que deve ser feito.
Exemplo: Deixar de reparar escada defeituosa. Permitir práticas
inseguras.
Imperícia: derivada da falta de conhecimento/experiência
específica. Mandar Fazer sem Estabelecer Procedimento
Exemplo: Não fixar padrão/procedimento de trabalho.
Imprudência: Mandar fazer de forma diferente do estabelecido.
Exemplo: Mandar improvisar ferramenta.
É importante frisar que a Condição Insegura e Ato Inseguro são a
causa final de um acidente, ou seja, a ação que deflagrou a
ocorrência, a "gota d'água" que fez transbordar o conteúdo do
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Departamento Regional do Espírito Santo 11
copo, mas outros fatores concorreram para a ocorrência e esses
fatores, "as causas de causa" precisam ser identificadas para a
prevenção. Daí, a importância de estudar as "Hereditariedade e
Meio-Ambiente" (muito difícil para a indústria comum) e as "Falhas
Pessoais", estas mais visíveis, a partir das convivência e
observação. Aliás, as convivência e observação precisam ser
valorizadas. A observação é tão importante que a sua negligência
tem o poder de alterar o Ato Inseguro para a Condição Insegura.
É verdade, a norma diz que se um ato inseguro vem sendo
cometido repetidas vezes, por tempo suficiente para ter sido
"observado" e "corrigido" e não é, deixa de ser Ato para ser
Condição Insegura, enquadrando-se como "Negligência" da
supervisão.
Classificação do Acidente
O acidente pessoal, em termos de gravidade da lesão que
provoca, é classificado de duas maneiras:
1º Se o acidente provoca lesão tal que impeça o acidentado de
retornar ao trabalho, em suas funções, no dia imediato ao da
ocorrência, ele é dito Com Lesão, Com Afastamento, o
conhecido CPT (Com Perda de Tempo). Mesmo que o
acidentado possa trabalhar, em suas funções, no dia seguinte
ao da ocorrência, a lesão pode ser classificada de "Com
Afastamento" (CPT), desde que dela resulte uma
incapacidade permanente, por exemplo, a perda de uma
falange (nó) de um dedo.
2º Se a lesão decorrente do acidente não impede o acidentado de
trabalhar no dia seguinte ao da ocorrência, temos o conhecido
SPT (Sem Perda de Tempo), oficialmente classificado de
Lesão Sem Afastamento.
É importante frisar que tal classificação se refere unicamente à
gravidade da lesão e do acidente. Podemos ter acidentes até
mesmo impessoais de alta gravidade.
_
de imediato, a curto, médio ou longo prazos pode representar o
fracasso do trabalho, do seu trabalho.
Ninguém está mais capacitado que você para saber qual a melhor
maneira de executar o seu trabalho. Organizando a tarefa,
discutindo-a com seus colegas, aperfeiçoando-a sempre e
mantendo o seu registro, você chegará naturalmente ao Padrão
ideal quer requer constantes avaliações e adequações, obtidas
através de Análise de Riscos que é, em resumo, a ferramenta de
atualização do Padrão.
Lembre-se, o Padrão Operacional precisa ser registrado, escrito
e receber constantes adequações. O bom Padrão Operacional
não sobrevive sem retoques. Busque o Padrão junto ao seu
Gerente Supervisor, é ele o centralizador, o catalisador do
Padrão, você é o usuário, o gerador de aperfeiçoamento do
mesmo. Zele por ele que é seu melhor companheiro.
A IMPORTÂNCIA DO DETALHE:
"Pela falta de um cravo, a ferradura foi perdida;
Pela falta da ferradura, o cavalo foi perdido;
pela perda do cavalo, o cavaleiro se perdeu;
pela perda do cavaleiro, a batalha foi perdida,
pela perda da batalha, o reino foi perdido,
e tudo porque um cravo de ferradura foi perdido!"
Benjamim Frankilin
Padrão Operacional
É o estabelecimento do método correto e, consequentemente,
seguro de execução do trabalho. Fundamentado no
conhecimento do trabalho, exige constante aperfeiçoamento,
adequando-se quanto ao como, onde, quando e com o que
fazer. O Padrão Operacional somente pode ser considerado se
estiver registrado (escrito), ser conhecido e estar ao alcance de
todos os envolvidos no trabalho. Seu ponto chave é o Detalhe, o
detalhe que não pode ser negligenciado ou esquecido, já que,
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CST
12 Companhia Siderúrgica de Tubarão
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Equipamentos de Proteção
Introdução
A CST, conforme Portaria 3.214 do MTb, NR4, é uma empresa
enquadrada no Grau de Risco 4 (risco elevado de acidentes) e
portanto, podem existir nos locais de trabalho, condições que
poderão acasionar danos à saúde ou à integridade física do
empregado. Estes riscos devem ser neutralizados ou eliminados
por meio da utilização dos equipamentos de proteção, que
oferecem:
Proteção Coletiva: beneficiam a todos os empregados
indistintamente.
Proteção Individual: protegem apenas a pessoa que utiliza o
equipamento.
Nota: A empresa é obrigada fornecer aos empregados,
gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito estado
de conservação e funcionamento, nas seguintes
circunstâncias:
a) Sempre que as medidas de proteção coletiva forem
tecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa
proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou
de doenças profissionais e do trabalho;
b) Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem
sendo implantadas;
c) Para atender situação de emergência.
Equipamento de Proteção Coletiva - EPC
São os que, quando adotados, neutralizam o risco na própria
fonte.
As proteções em furadeiras, serras, prensas; os sistemas de
isolamento de operações ruidosas; os exaustores de gases e
vapores; as barreiras de proteção; aterramentos elétricos; os
dispositivos de proteção em escadas, corredores, guindastes e
esteiras transportadoras são exemplos de proteção coletivas.
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Equipamento de Proteção Individual - EPI
Definição
O equipamento de proteção individual (EPI) é todo dispositivo de
uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a
proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.
Seleção do EPI
A seleção deve ser feita por pessoal competente, conhecedor não
só dos equipamentos como, também, das condições em que o
trabalho é executado.
É preciso conhecer as características, qualidade técnicas e,
principalmente, o grau de proteção que o equipamento deverá
proporcionar.
Características e Classificação dos EPI
Pode-se classificar os EPI, agrupando-os segundo a parte do
corpo que devem proteger:
Proteção da Cabeça
Capacete: Protege de impacto de objeto que cai ou é projetado e
de impacto contra objeto imóvel e somente estará completo e em
condições adequadas de uso se composto de:
*Casco: é o capacete propriamente dito;
*Carneira: armação plástica, semi-elástica, que
separa o casco do couro cabeludo e tem a finalidade
de absorver a energia do impacto;
*Jugular: presta-se à fixação do capacete à cabeça.
O capacete de celeron se presta, também, à proteção contra
radiação térmica.
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Proteção dos Olhos
Óculos de segurança: Protegem os olhos de impacto de
materiais projetados e de impacto contra objetos imóveis. Os
óculos de segurança utilizados na CST são, comprovadamente,
muito eficazes quanto à proteção contra impactos.
Para a proteção contra aerodispersóides (poeira), a CST fornece
os óculos ampla visão, que envolvem totalmente a região ocular.
Onde se somam os riscos de impacto e intensa presença de
aerodispersóides (poeira), a afetiva proteção dos olhos se obtém
com o uso dos dois EPI - óculos de segurança (óculos basculavel)
óculos ampla visão, ao mesmo tempo.
11
Proteção Facial
Protetor facial: Protege todo o rosto de impacto de materiais
projetados e de calor radiante, podendo ser acoplado ao
capacete. É articulado e tem perfil côncavo e tamanho e altura
que permitem cobrir todo o rosto, sem tocá-lo, sendo construído
em acrílico, alumínio ou tela de aço inox.
Proteção das Laterais e Parte Posterior da Cabeça
Espírito Santo
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CST
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Capuz: Protege as laterais e a parte posterior da cabeça (nuca)
de projeção de fagulhas, poeiras e similares. Para uso em
ambientes de alta temperatura, o capuz é equipado com filtros de
luz, permitindo proteção também contra queimaduras.
Proteção Respiratória
Máscaras: Protegem as vias respiratórias contra gases tóxicos,
asfixiantes e contra aerodispersóides (poeira). Elas protegem não
somente de envenenamento e asfixias, mas, também, da inalação
de substâncias que provocam doenças ocupacionais (silicose,
siderose, etc.).
Há vários tipos de máscaras para aplicações específicas, com ou
sem alimentação de ar respirável.
Proteção de Membros Superiores
Protetores de punho, mangas e mangotes: Protegem o braço,
inclusive o punho, contra impactos cortantes e perfurantes,
queimaduras, choque elétrico, abrasão e radiações ionizantes e
não ionizantes.
Luvas: Protegem os dedos e as mãos de ferimentos cortantes e
perfurantes, de calor, choques elétricos, abrasão e radiações
ionizantes.
Proteção Auditiva
Protetor auricular: Diminui a intensidade da pressão sonora
exercida pelo ruído contra o aparelho auditivo. Existem em dois
tipos básicos:
*Tipo Plug (de borracha macia, espuma, de
poliuretano ou PVC), que é introduzido no canal
auditivo.
Espírito Santo
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*Tipo Concha, que cobre todo o aparelho auditivo e
protege também o sistema auxiliar de audição (ósseo).
O protetor auricular não anula o som, mas reduz o ruído (que é
o som indesejável) a níveis compatíveis com a saúde auditiva.
Isso significa que, mesmo usando o protetor auricular, ouve-se o
som mais o ruído, sem que este afete o usuário.
Proteção do Tronco
Paletó: Protege troncos e braços de queimaduras, perfurações,
projeções de materiais particulados e de abrasão, calor radiante e
de frio.
Avental: Protege o tronco frontalmente e parte dos membros
inferiores - alguns modelos (tipo barbeiro) protegem também os
membros superiores - contra queimaduras, calor, radiante,
perfurações, projeção de materiais particulados, ambos permitindo
uma boa mobilidade ao usuário.
Proteção da Pele
Luva química: Creme que protege a pele, membros superiores,
contra a ação dos solventes, lubrificantes e outros produtos
agressivos.
Proteção dos Membros Inferiores
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Calçado de segurança: Protege os pés contra impactos de
objetos que caem ou são projetados, impactos contra objetos
imóveis e contra perfurações. Por norma, somente é de
segurança o calçado que possui biqueira de aço para proteção
dos dedos.
Perneiras: Protegem a perna contra projeções de aparas,
fagulhas, limalhas, etc., principalmente de materiais quentes.
Proteção Global Contra Quedas
Cinto de segurança: Cinturões anti-quedas que protegem o
homem nas atividades exercidas em locais com altura igual ou
superior a 2 (dois) metros, composto de cinturão, propriamente
dito, e de talabarte, extensão de corda (polietileno, nylon, aço,
etc.) com que se fixa o cinturão à estrutura firme.
Espírito Santo
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Guarda e Conservação do EPI
Quando na troca de usuário
De um modo geral, os EPI devem ser limpos e desinfetados, cada
vez em que há troca de usuário.
Guarda do EPI
O empregado deve conservar o seu equipamento de proteção
individual e estar conscientizado de que, com a conservação, ele
estará se protegendo quando voltar a utilizar o equipamento.
Conservação do EPI
O EPI deve ser mantido sempre em bom estado de uso.
Sempre que possível, a verificação e a limpeza destes
equipamentos devem ser confiados a uma pessoa habilitada para
esse fim. Neste caso, o próprio empregado pode se ocupar desta
tarefa, desde que receba orientação para isso.
Muitos acidentes e doenças do trabalho ocorrem devido à não
observância do uso de EPI. A eficácia de um EPI depende do uso
correto e constante no trabalho onde exista o risco.
Exigência Legal para Empresa e Empregado
O uso de equipamento de proteção individual, além da indicação
técnica para operações locais e empregados determinados, é
exigência constante de textos legais. A Seção IV, do Capítulo V da
CLT, cuida do Equipamento de Proteção Individual em dois
artigos, a saber:
"Art. 166 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados,
gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao
risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento,
sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa
proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos
empregados."
"Art. 167 - O equipamento de proteção só poderá ser posto à
venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação
do Ministério do Trabalho - CA.
Por outro lado, a regulamentação de segurança e medicina do
trabalho em sua Norma Regulamentadora 1 - item 1.8, cuida
minuciosamente do Equipamento de Proteção Individual,
mencionando, entre outras coisas, as obrigações do empregado,
que incluem o dever de utilizar a proteção fornecida pela empresa.
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Riscos Ambientais
Introdução
Os ambientes de trabalho podem conter, dependendo da
atividade que neles é desenvolvida, um ou mais fatores ou
agentes que, dentro de certas condições, irão causar danos à
saúde do pessoal. Chamam-se, esses fatores, riscos
ambientais. Os riscos ambientais exigem a observação de certos
cuidados e a tomada de medidas corretivas nos ambientes, se
pretende evitar o aparecimento das chamadas doenças do
trabalho.
A Portaria 3214 de Segurança e Medicina do trabalho do
Ministério do Trabalho na sua Norma Regulamentadora de nº 09,
contempla o Programa de Proteção aos Riscos Ambientais -
PPRA - que tem como objetivo de antecipação, identificação,
avaliação e controle de todos os fatores do ambiente de trabalho
que podem causar doenças ou danos à saúde dos empregados.
Segue-se uma série de informações básicas relativas aos Riscos
Ambientais, com enumeração dos principais fatores, das
condições possíveis de risco para a saúde e das medidas gerais
para o controle desses fatores nos ambientes de trabalho.
Classificação dos Riscos
Os riscos ambientais estão divididos em três grupos: riscos
químicos, riscos físicos e riscos biológicos.
Riscos Químicos
São representados por um grande número de substâncias que
podem contaminar o ambiente de trabalho.
Riscos Físicos
São representados por fatores do ambiente de trabalho que
podem causar danos à saúde, sendo os principais: o calor, o ruído
ou barulho, as radiações, o trabalho com pressões anormais, a
vibração e a má iluminação.
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Riscos Biológicos
São representados por uma variedade de microrganismos com os
quais o empregado pode entrar em contato, segundo o seu tipo
de atividade, e que podem causar doenças.
Fatores que colaboram para que os Produtos ou Agentes
causem danos à Saúde
Nem todo produto ou agente, presente no ambiente, irá causar
obrigatoriamente um dano à saúde. Para que isso ocorra, é
preciso que haja uma inter-relação entre os fatores que serão
expostos a seguir:
O tempo de exposição
Quanto maior o tempo de exposição, de contato, maiores são as
possibilidades de se desenvolver um dano à saúde e vice-versa.
A concentração do contaminante no ambiente
Quanto maiores as concentrações, maiores as chances de
aparecerem problemas.
O quanto a substância é tóxica
Algumas substâncias são mais tóxicas que outras se comparadas
em relação a uma mesma concentração.
A forma em que o contaminante se encontra
Isto é, se em forma de gás, líquido ou neblina, ou poeira. Isto tem
relação com a forma de entrada do tóxico no organismo, como
será visto adiante.
A possibilidade de as pessoas absorverem as substâncias
Algumas substâncias só são capazes de entrar no organismo por
inalação ou, então, pela pele.
Deve-se acentuar que é importante conhecer cada caso em
separado. Havendo dúvida quanto à existência ou não de perigo,
o interessado deve procurar um membro da CIPA ou do Serviço
Especializado ou, ainda, o seu gerente.
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22 Companhia Siderúrgica de Tubarão
Vias de Entrada dos Materiais Tóxicos no Organismo
Três são as formas pelas quais os materiais tóxicos podem
penetrar no organismo humano:
Por inalação
Quando se está num ambiente contaminado, pode-se absorver
uma substância nociva por inalação, isto é, pela respiração.
Por contato com a pele, ou via cutânea
A pele pode absorver certas substâncias se houver contato,
mesmo que por poucos instantes. Dessa forma, o tóxico pode
atingir o sangue e causar dano à saúde.
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Por ingestão
ou seja, ao se engolir, acidentalmente, o tóxico Isso acontece
muito quando são comidos ou bebidos alimentos que estão
contaminados com quantidades não visíveis de substâncias
nocivas. É por essa razão que nunca se deve fazer as refeições
no próprio posto de trabalho. E, também, não se deve ir para o
refeitório ou para casa sem antes efetuar um perfeito asseio
pessoal: lavar as mãos e rosto com sabão e bastante água.
Riscos Químicos
As substâncias químicas podem estar na forma de gases,
vapores, líquidos, fumos, poeiras e névoas ou neblinas. Por
exemplo:
Vapores
Emanados de solventes como o benzol, o toluol, "thinners" em
geral, desengraxantes como o tetracloreto de carbono, o
tricloroetileno.
Gases
Monóxido de carbono, gases dos processos industriais como o
gás sulfídrico.
Líquidos
Que podem ser corrosivos, como os ácidos e a soda cáustica, ou
irritantes, causando doenças da pele. Muitos líquidos também
podem ser absorvidos pela pele, causando prejuízo à saúde.
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Névoas ou neblinas
Nos banhos de galvanoplastia, fosfatização e outros processos,
onde se formam névoas ou neblinas de ácidos.
Fumos
Nos banhos de metais fundidos como o chumbo. Os fumos são
pequenas partículas de metal ou de seus compostos,
provenientes do banho que ficam suspensos no ar.
Poeiras ou pós
Pó de serragem, poeira de rebarbação de peças fundidas no
jateamento de areia ou granalha de aço.
Principais Efeitos no Organismo
Dentre os efeitos dos riscos químicos no organismo, destacam-se,
como principais, os seguintes:
Irritação
Irritação dos olhos, nariz, garganta, pulmões, da pele.
Geralmente, as substâncias que causam irritação se encontram
na forma de gás ou vapor, mas podem, também, estar no estado
líquido ou sólido. Exemplos: vapores de ácidos, a amônia
(amoníaco), certas poeiras. A irritação da pele é causada pelo
contato direto com líquidos ou poeiras, sendo exemplos os
solventes "thinners", e a poeira de caviúna.
Asfixia
Ou seja, falta de oxigênio no organismo. Exemplos: monóxido de
carbono (CO), gás carbônico (CO2), acetileno.
Anestesia
Isto é, uma ação sobre o sistema nervoso central, causando
estado de sonolência ou tonturas. Geralmente, as substâncias
anestésicas estão no estado de gás ou vapor. Exemplos: vapores
de éter etílico, acetona.
Intoxicação
Pode ser causada tanto por inalação como por contato com a pele
ou ingestão acidental do tóxico, que pode estar na forma sólida,
líquida ou gasosa. Exemplos: benzol, toluol, tricloroetileno,
metanol, gasolina, inseticidas, fumos de chumbo, pó de chumbo
(nas tipografias).
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Pneumoconiose
Isto é, uma alteração da capacidade respiratória devido a uma
alteração no pulmão da pessoa. As substâncias que causam esse
tipo de doença estão na forma de poeira. Exemplos: poeira de
sílica livre cristalizada, contida no pó de mármore, areia, carepa
de fundição (areia), poeira de amianto ou asbesto, pós de
algodão.
Riscos Físicos
Há fatores no ambiente do trabalho cuja presença, tendendo aos
limites de excesso ou falta, podem tornar-se responsáveis por
variadas alterações na saúde do empregado.
Calor
O calor ocorre geralmente em fundições, siderúrgicas, cerâmicas,
indústrias de vidro, etc. Quanto aos efeitos, sabe-se que o
organismo pode adaptar-se aos ambientes quentes, dentro de
certos limites. Quando há exposição excessiva ao calor, pode
ocorrer uma série de problemas, como câimbras, insolação ou
intermação, ou, ainda, uma afecção nos olhos chamada de
catarata.
Ruído ou barulho
Ocorre na indústria em geral, mas, principalmente, nas
tecelagens, estamparias, no rebarbamento por marteletes nas
fundições, etc. O ruído excessivo tem vários efeitos no ser
humano, variando de pessoa para pessoa, como a irritabilidade,
entre outros. Entretanto, seu efeito principal, comprovado quando
as pessoas são expostas a altos níveis de ruído por tempos
longos, é o dano à audição, que leva a vários graus de surdez.
Radiação infravermelho
É o calor radiante cujos efeitos são, justamente, os mencionados
acima em "calor". Onde há corpos aquecidos, há calor radiante
que é emitido em todas as direções.
Radiação ultravioleta
É um tipo de radiação que está presente principalmente nas
seguintes operações: solda elétrica, fusão de metais a
temperatura muito alta, nas lâmpadas germicidas, nos geradores
de ozona. Seus efeitos são térmicos, causando queimaduras,
eritemas (vermelhidão) na pele, e, também, inflamação nos olhos
(conjuntivite). Os efeitos são retardados, aparecendo com maior
força 6 a 12 horas após a exposição.
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Radiações ionizantes
Podem ser provenientes de materiais radioativos ou de aparelhos
especiais. Exemplos: aparelhos de raio-x (quando indevidamente
utilizados), radiografias industriais de controle (gamagrafia). Os
efeitos das exposições descontroladas a radiações ionizantes, por
mau controle dos processos, são em geral sérios: anemia,
leucemia, certos tipos de câncer e efeitos que só aparecem nas
gerações seguintes (genéticos).
Trabalhos com pressões anormais
São os trabalhos em que o homem é submetido a pressões
diferentes da atmosférica, na qual vive normalmente. Esses
trabalhos exigem um controle rígido das operações,
principalmente na etapa de descompressão e volta à pressão
normal. Ocorrência: em trabalhos submarinos, no trabalho em
tubulações e caixões pneumáticos. Os efeitos são: problemas nas
articulações, desde dores até paralisia, e outros problemas mais
graves que podem ser fatais.
Vibrações
As vibrações ocorrem, principalmente, nas grandes máquinas
pesadas: tratores, escavadeiras, máquinas de terraplanagem, que
fazem vibrar o corpo inteiro, e nas ferramentas manuais
motorizadas que fazem vibrar as mãos, braços e ombros. Os
problemas provenientes das vibrações aparecem em geral após
longo tempo de exposição (vários anos). No caso de vibração do
corpo inteiro, podem aparecer dores na coluna, problemas nos
rins, enjôos (mal de mar); no caso de vibrações localizadas nas
mãos e braços, podem aparecer problemas circulatórios (má
circulação do sangue) e problemas nas articulações. O tempo
longo de exposição e fatores como o frio têm muita influência no
aparecimento desses problemas.
Má iluminação
A iluminação inadequadas nos locais de trabalho pode levar, além
de ser causa de baixa eficiência e qualidade do serviço, a uma
maior probabilidade de ocorrência de certos tipos de acidentes e a
uma redução da capacidade visual das pessoas, o que é um
efeito negativo muito importante em alguns tipos de trabalho que
exigem atenção e boa visão.
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Riscos Biológicos
São os microrganismos presentes no ambiente de trabalho que
podem trazer doenças de natureza moderada e, mesmo, grave.
Eles se apresentam invisíveis a olho nu, sendo visíveis somente
ao microscópio. Exemplos: as bactérias, bacilos, vírus, fungos,
parasitas e outros.
Todos estão sujeitos à contaminação por esses agentes, seja em
decorrência de ferimentos e machucaduras, seja pela presença de
colegas doentes ou por contaminação alimentar.
Exemplo: Nos ferimentos e machucaduras, pode ocorrer, entre
outras, a infecção por tétano que pode até matar o
empregado.
Os colegas podem trazer ao ambiente de trabalho os
micróbios que causam hepatite, tuberculose, micose
das unhas e da pele.
Se o pessoal da copa e cozinha não tiver higiene e
asseio, pode ocorrer contaminação das refeições,
tendo como possível conseqüência as diarréias.
Para prevenção, usam-se as seguintes medidas:
• vacinação;
• equipamento de proteção individual;
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28 Companhia Siderúrgica de Tubarão
• rigorosa higiene pessoal, das roupas e dos ambientes de
trabalho;
• controle médico permanente.
Principais Medidas de Controle dos Riscos Ambientais
As principais medidas de controle dos riscos ambientais podem
referir-se ao ambiente ou ao pessoal:
Medidas relativas ao ambiente
Substituição do produto tóxico
O produto tóxico pode ser substituído por outro produto menos
tóxico ou inofensivo. Esta é a medida ideal, desde que o substituto
tenha qualidades próximas às do original. Também, deve-se
tomar cuidado para não se criar um risco maior, substituindo um
produto tóxico por outro menos tóxico mas altamente inflamável.
Exemplos de substituições corretas: benzeno substituído pelo
tolueno; substituição de tintas à base de chumbo por tintas à base
de zinco; jateamento com areia substituído por jateamento de
óxido de alumínio, etc.
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Mudança do processo ou equipamento
Certas modificações em processos ou equipamentos podem
reduzir muito os riscos ou, até, eliminá-los. Exemplos: pintura a
imersão ao invés de pintura a pistola (diminuindo-se a formação
de vapores dos solventes); rebitagem substituída por solda
(menor barulho).
Enclausuramento ou confinamento
Consiste em isolar determinada operação do resto da área,
diminuindo assim o número de pessoas expostas ao risco.
Exemplos: cabine de jateamento de areia; enclausuramento de
uma máquina ruidosa.
Ventilação
Pode ser exaustora, retirando o ar contaminado no local de
formação do contaminante, ou diluidora, que é aquela que joga ar
limpo dentro do ambiente, diluindo o ar contaminado. Exemplos:
nos tanques de solventes, nas operações com colas, nas
operações geradoras de poeiras, nos rebolos de rebarbamento de
peças fundidas.
Umidificação
Onde há poeiras, o risco de exposição pode ser eliminado ou
diminuído pela aplicação de água ou neblina. Muitas operações,
feitas a úmido, oferecem um risco bem menor à saúde. Exemplos:
mistura de areias de fundição, varredura a úmido.
Segregação
Segregação quer dizer separação. Nesta medida de controle,
separa-se a operação ou equipamento do restante, seja no tempo
seja no espaço. Separar no tempo quer dizer fazer a operação
fora do horário normal do resto do pessoal; separar no espaço
significa colocar a operação a distância, longe dos demais. O
número de pessoas expostas ficará bastante reduzido e aqueles
que devem ficar junto à operação irão receber proteção especial.
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30 Companhia Siderúrgica de Tubarão
Boa manutenção e conservação
Rigorosamente, estas medidas não podem ser consideradas
formas específicas de prevenção de riscos. Entretanto, são
complementos de quaisquer outras medidas. Muitas vezes, a má
manutenção é a causa principal dos problemas ambientais. Os
programas e cronogramas de manutenção devem ser seguidos à
risca, dentro dos prazos propostos pelos fabricantes dos
equipamentos. Exemplos: ruído excessivo em estruturas e
mancais; vazamentos de produtos tóxicos; superaquecimento.
Ordem e limpeza
Boas condições de ordem e limpeza e asseio geral ocupam um
lugar-chave nos sistemas de proteção ambiental. O pó, em
bancadas, rodapés e pisos, que se deposita nas horas calmas,
pode rapidamente ser redispersado, no ar da sala, por correntes
de ar, movimento de pessoas ou funcionamento de equipamentos.
O asseio é sempre importante e onde há materiais tóxicos é
importantíssimo, é primordial. A limpeza imediata de qualquer
derramamento de produtos tóxicos é importante medida de
controle. Para a limpeza de poeira, deve ser preferida a aspiração
a vácuo; nunca o pó deve ser soprado com bicos de ar
comprimido, para efeito de limpeza. É impossível manter um bom
programa de prevenção de riscos ambientais sem um
preocupação constante nos aspectos de ordem e limpeza.
Medidas relativas ao pessoal
Equipamento de Proteção Individual
O equipamento de proteção individual deve ser sempre
considerado como uma segunda linha de defesa, após serem
tentadas medidas relativas ao ambiente de trabalho. Nas
situações onde não são eficientes medidas gerais e coletivas
relativas ao ambiente, a critério técnico, o EPI é a forma de
proteção, aliada à limitação da exposição.
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O uso correto do EPI por parte do empregado, o conhecimento
das suas limitações e vantagens, são aspectos que todo
empregado deve conhecer através de treinamento específico,
coordenado pelo pessoal especializado em Segurança e Medicina
do Trabalho.
Especial cuidado deve ser tomado na conservação da eficiência
do EPI, sob pena de o mesmo se tornar uma arma de dois gumes,
fornecendo ao empregado confiança numa proteção inexistente.
Limitação de exposição
A redução dos períodos de trabalho tornam-se importante medida
de controle onde e quando todas as outras forem impraticáveis
por motivos técnicos, locais (físicos) ou econômicos, não se
conseguindo reduzir ou eliminar o risco. Assim, a limitação da
exposição, dentro de critérios bem definidos tecnicamente, pode
tornar-se uma solução eficiente em muitos casos. Exemplos:
controle do tempo de exposição ao calor. às pressões anormais,
às radiações ionizantes.
Controle Médico
Exames médicos pré-admissionais e periódicos são medidas
fundamentais de caráter permanente, constituindo-se numa das
atividades principais dos serviços médicos da empresa. Uma boa
seleção na admissão pode evitar a contratação de pessoas que
têm maior sensibilidade e que poderiam adquirir doenças
relacionadas com certas atividades. Os exames médicos
periódicos dos empregados possibilitam, além de um controle de
saúde geral do pessoal, a descoberta e a detenção de fatores que
podem levar a uma doença profissional, num estágio ainda inicial
e com pouca probabilidade de danos.
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32 Companhia Siderúrgica de Tubarão
Riscos de Eletricidade
Introdução
A eletricidade é de grande utilidade no mundo atual, facilitando
muito o trabalho nas indústrias, acionando máquinas e
equipamentos. Proporciona, também, conforto e bem-estar em
casa, acendendo lâmpadas, fazendo funcionar rádios televisores,
geladeiras, aquecedores etc.
A eletricidade é uma forma de energia (energia elétrica)
transportada através de condutores (fios elétricos), sendo muito
conhecidas três das suas unidades, que são: volts (V), ampères
(A) e watts (W).
A tensão, medida em V (volts), é o potencial elétrico e pode-se
fazer analogia com a pressão d'água numa tubulação. Pode-se ter
várias voltagens, como, por exemplo, numa fábrica onde existe
tensão de 110 V para as lâmpadas, de 220 V para acionar
pequenos aparelhos, de 440 V para acionar motores e
equipamentos e, mesmo, tensões maiores.
A corrente elétrica (I), medida em ampères (A), em analogia com
a rede de água, é a vazão. A corrente depende da solicitação do
aparelho elétrico, assim como a vazão da torneira depende de
quando se abre a válvula.
A multiplicação da tensão pela corrente elétrica dá a potência (P),
que é medida em watts (W) ou c.v. (cavalo-vapor).
Em eletricidade, há outro fator importante: a resistência elétrica
(R), medida em Ohm (Ω), que, a grosso modo, pode ser
comparada com a perda de carga de uma tubulação ou de um
escoamento de fluido.
Mas, enquanto uma rede d'água não mata, quando se toca na
tubulação, a energia elétrica, que tanto benefício traz, pode matar
pelo choque elétrico.
O que é Eletricidade
Para uma maior compreensão dos acidentes e riscos causados
pela eletricidade, é preciso explicar alguns conceitos e algumas
características da eletricidade.
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Lei de OHM
A Lei de Ohm estabelece que a corrente elétrica que atravessa
um condutor está em proporção direta à diferença de potencial e
em proporção inversa à resistência do condutor.
SÍMBOLO SIGNIFICADO UNIDADE
V Corrente volts (V)
I Tensão ampères (A)
R Resistência Ohms (Ω)
Da lei de Ohm tem-se que: I = V/R.
Segundo essa lei, para uma dada tensão, que geralmente é fixa
(110, 220, 440 volts), quanto maior for a resistência elétrica menor
será a corrente.
Exemplo:
V = 110 volts Para R = 10
I = 110/10 = 11 Ampères
V = 110 volts Para R = 20
I = 110/20 = 5,5 Ampères
Para acontecer qualquer acidente com uma pessoa, é necessário
que passe pelo seu corpo uma determinada corrente e, conforme
o lugar por onde passa e o tempo de contato dessa corrente, ter-
se-á a gravidade e o tipo de efeito do acidente.
Como se vê anteriormente, a corrente depende da tensão e da
resistência elétrica, e a passagem da corrente elétrica pelo corpo
humano depende da resistência elétrica do mesmo.
A resistência elétrica do corpo humano depende de diversos
fatores, como exemplo variação da tensão aplicada, tipo de pele,
os meios internos como vasos sangüíneos e sistema nervoso, tipo
de contato e condição da pele.
Existem dois tipos principais de resistência do corpo humano,
sendo a cutânea (da pele) a que oferece maiores variações de
valores, dependendo da espessura da pele no local, da umidade
da pele, variando de 1.000 a 100.000 Ohms, podendo atingir
valores maiores. A outra resistência, a dos meios internos, varia
menos, de 500 a 1.000 Ohms aproximadamente.
Portanto, a resistência elétrica do corpo humano varia de 1.500 a
100.000 Ohms, em média.
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EFEITOS DA CORRENTE ELÈTRICA
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34 Companhia Siderúrgica de Tubarão
Considerando que uma corrente de 25 miliampères pode causar
acidentes fatais, e considerando-se uma resistência de 1.500
Ohms para o corpo humano, tem-se:
V = I x R = 0,025 x 1.500 = 37,5V
Portanto, uma tensão de 37,5 volts já poderá causar acidentes
fatais em casos especiais de contato.
Intensidade
(miliampères)
Estado Possível
de Choque
Perturbações Possíveis Resultado Final
Provável
1 Normal Nenhuma Normal
1 a 3 Normal Pequena sensação
desagradável
Normal
3 a 9 Normal Sensação de choque
desagradável; contrações
musculares
Normal
9 a 20 Morte
aparente
Sensações dolorosas;
contrações musculares
violentas;
dificuldade de respirar;
perturbações circulatórias
Restabelecimento
ou Morte
20 a 100 Morte
aparente
Sensação insuportável;
contrações musculares
violentas;
asfixia;
perturbação circulatória;
desmaios.
Restabelecimento
ou Morte
acima de 100 Morte
aparente
Desmaios;
asfixia imediata;
fibrilação ventricular.
Morte
O tempo de contato com a corrente é muito importante na
gravidade dos acidentes, porque, como foi visto na tabela anterior,
determinadas intensidades de corrente produzem contrações
musculares que levam à asfixia e à fibrilação ventricular, o que,
por tempo prolongado, causa acidente fatal ou, então dificulta a
recuperação. Estima-se em menos de 2 minutos o tempo de
choque em que as contrações musculares levam à asfixia.
O trajeto da corrente no corpo humano tem grande influência para
as conseqüências do choque elétrico, pois é mais difícil reanimar
uma pessoa com fibrilação ventricular, que exige um processo de
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massagem cardíaca, difícil de se executar, do que uma pessoa
que, simplesmente, tem uma asfixia e que pode ser reanimada
com o processo de respiração artificial.
Abaixo, um tipo de contato elétrico onde há passagem de corrente
elétrica pelo corpo e a porcentagem de corrente que passa pelo
coração:
Principais Sintomas Causados pelo Choque
As principais conseqüências devidas a choques elétricos podem
ser divididas em dois tipos; os que causam:
Choques que não causam lesões orgânicas
• Os casos de pequenos choques elétricos de simples descargas
elétricas de baixa intensidade num intervalo de tempo pequeno,
sem causar danos, em que a vítima sente apenas um
formigamento no local de contato;
• Os choques elétricos um poucos mais fortes, por pouco tempo,
quando a pessoa atingida sofre uma violenta contração
muscular;
• Os choques elétricos em que a vítima, além da violenta
contração muscular, sofre um estado de comoção que se
dissipa rapidamente;
• Os choques elétricos que, causando a contração dos músculos
das regiões próximas à do contato, levam a lesões profundas,
como queimadura no local e outros acidentes, por exemplo,
quedas.
Choques que causam lesões orgânicas:
A vítima do choque elétrico fica em estado de morte aparente
devido a um ou mais fatores que são explicados abaixo:
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36 Companhia Siderúrgica de Tubarão
• Inibição do centro respiratório. É o caso em que devido ao
choque elétrico os músculos respiratórios se contraem
violentamente e perdem a sua capacidade muscular, podendo
levar à parada respiratória;
• Fibrilação do coração. É o caso em que, após a passagem de
uma corrente elétrica pelos músculos do coração, estes entram
num estado de batimento insatisfatório, fazendo que o coração
não execute a sua função de bombear sangue.
Riscos Elétricos
Como já foi visto, até uma tensão de 37,5 volts poderá causar um
acidente fatal em determinadas condições. Como a maioria das
instalações elétricas são de uma voltagem de 110 V ou mais,
sempre existirão perigos potenciais de acidentes elétricos.
Os principais tipos de riscos elétricos são:
• Fios e partes metálicas sob tensão, desprotegidos, que
poderão ser tocados acidentalmente ou sem conhecimento de
que estejam energizados.
• Máquinas, equipamentos e ferramentas que estejam com suas
carcaças energizadas, devido a falha do isolamento interno da
sua fiação, poderão causar choques elétricos quando não
aterradas eletricamente e quando a mão do operador estiver
úmida ou ele estiver sobre o piso úmido sem calçados
apropriados.
Estes tipos de contato poderão causar o surgimento de uma
diferença de potencial entre uma pessoa e a terra e com isso a
passagem de corrente elétrica através do seu corpo.
Além desses acidentes, o choque elétrico poderá desencadear
outros efeitos mais graves como, por exemplo, os casos em que a
vítima, após o contato com partes energizadas da instalação em
lugares altos, em passarelas ou andaime, pode sofrer uma queda,
se não estiver devidamente segura no local.
Existe o risco de se provocar incêndio devido a um condutor
subdimensionado ou por haver nele uma sobrecarga, ou seja, a
corrente que passa no condutor é mais que a corrente que ele
pode suportar, a ponto de o seu isolamento entrar em
deterioração, com conseqüente curto-circuito.
Ligações de fios com contatos mal feitos criarão uma maior
resistência elétrica que poderá aquecer o local da ligação.
Desligar chave tipo faca, com aparelhos ligados, poderá fazer com
que haja a formação do arco voltaico (formação de faísca), o que
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poderá ser perigoso, principalmente em ambiente onde se
armazenam inflamáveis.
Cuidados nas Instalações Elétricas
Algumas providências são essenciais. Deve-se, assim:
• Tomar alguns cuidados com as instalações elétricas como, por
exemplo, não deixar fios, partes metálicas ou objetos expostos
que possam ser tocados por pessoas. Em casos de
emergência, colocar placas de advertência de forma bem
visível com o nome do responsável;
• Não deixar chaves tipo faca e nem quadro de comando de
força expostos, com suas partes energizadas oferecendo riscos
de contato acidental;
• Proteger os equipamentos elétricos de alta tensão através de
guardas fixas, como cercas, ou instalá-los em locais que não
oferecem perigo;
• Usar fiação correta para as ligações, dimensionando a bitola da
mesma de acordo com a carga (corrente) que irá conduzir,
usando para isso, de preferência, as tabelas da NB-3 da ABNT;
• Proteger as instalações elétricas, usando fusíveis e disjuntores
para que, em caso de sobrecarga, o circuito seja desligado,
queimando o fusível ou desligando o disjuntor, provocando o
corte do fornecimento de energia e com isso não danificando a
instalação elétrica e o equipamento;
• Ao ligar um aparelho e uma tomada elétrica ou ao fazer uma
ligação de um aparelho a uma rede elétrica, verificar se a
tensão da linha de fornecimento corresponde à do aparelho e
se, ligando-se o aparelho, não se irá sobrecarregar a linha,
provocando a queima do fusível, queda de disjuntores ou
danos na fiação elétrica;
• Não ligar simultâneamente mais de um aparelho à mesma
tomada de corrente;
• Usar ferramentas manuais com isolamento elétrico;
• Certificar se o circuito elétrico esta energizado ou não, através
do detector de tensão;
• Identificar o nível de tensão das instalações elétricas, e colocar
placas de advertência.
Medidas Preventivas em Instalações Elétricas
As medidas a seguir têm importância capital na prevenção de
acidentes.
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38 Companhia Siderúrgica de Tubarão
• Somente usar material, aparelhos e equipamentos, de
qualidade comprovada;
• Permitir a instalação e manutenção somente por profissionais
qualificados e obedecendo às normas técnicas vigentes no
país;
• Manter as instalações e os aparelhos em ótimo estado de
conservação e manutenção;
• Tomar cuidado em qualquer serviço nas instalações elétricas,
mesmo as de baixa tensão;
• Usar somente fios com capacidade adequada para o
equipamento a ser utilizado, devidamente protegidos contra
toque acidental, preferivelmente isolados e protegidos
mecanicamente, fazendo-se a instalação aérea ou por
eletroduto (conduíte) rígido ou flexível;
• Aterrar eletricamente as carcaças e as proteções metálicas dos
equipamentos. Ver, no fim deste capítulo, como aterrar
adequadamente máquinas e equipamentos;
• Proteger de toques acidentais os equipamentos sob tensão,
colocando-os dentro de caixas especiais ou cercando-os com
barreiras fixas (cerca de tela ou balaustrada).
Nos acidentes de origem elétrica, o número de casos fatais
poderá ser consideravelmente diminuído se medidas de socorros
forem postas imediatamente em prática, já que o tempo de
exposição à corrente é um fator muito importante no agravamento
deste tipo de acidentes.
E o ideal é que todos conheçam os métodos de primeiros
socorros para acidentes causados por eletricidade ou, pelo
menos, o pessoal que trabalha com ela ou em lugares onde o
risco de choques elétricos é alto.
Na reanimação de um acidentado, devem-se observar alguns
cuidados como, por exemplo:
• antes de tocar no corpo da vítima, procurar livrá-la do circuito
elétrico, com segurança e rapidez;
• não usar as mãos nuas ou qualquer objeto metálico para cortar
o circuito ou afastar fios; usar luvas ou bastões isolantes;
• verificar se o desligamento da corrente não causará uma
grande queda da vítima e, se isto for ocorrer, procurar um meio
de ampará-la.
Passos a seguir na reanimação:
a) desligar imediatamente circuito;
b) mover o menos possível a vítima;
c) examine as narinas, abra a boca, desenrole a língua e retire
objetos estranhos (dentaduras, palitos, alimentos, etc.) se for o
caso;
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Departamento Regional do Espírito Santo 39
d) se for o caso de respiração artificial, seguir as instruções do
Capítulo de Primeiros Socorros;
e) afrouxar o colarinho e peças de roupa que impeçam a livre
circulação;
f) se for o caso, iniciar imediatamente a massagem cardíaca.
Aterramento Elétrico
O aterramento elétrico é uma maneira entre várias de eliminar os
riscos:
Choque elétrico - proveniente de defeitos de equipamentos
elétricos e causado por processos industriais;
Incêndios ou explosões - resultantes da manipulação de
produtos inflamáveis e/ou explosivos.
Além das duas finalidades mencionadas, ele é mais comumente
utilizado com o propósito de oferecer segurança aos
equipamentos e às instalações elétricas.
O emprego do aterramento elétrico, quando visa à proteção de
equipamentos e instalações elétricas, normalmente se dá quer
como meio de proteção às instalações elétricas, quer como meio
de proteção a equipamentos elétricos; tal é o caso dos
dispositivos como o pára-raios, que visam a proteger as linhas
aéreas quanto aos perigos decorrentes de sobretensões ou,
então, a evitar a interferência que surge em equipamentos
eletrônicos devido à falta do aterramento elétrico.
Em ambos os casos descritos acima, os cuidados a serem
observados na instalação não são tão críticos quanto aqueles
dirigidos à proteção de pessoas, por causa dos riscos de choque
elétrico e quanto à proteção de instalações, no caso de incêndios
e explosões.
A obrigatoriedade do uso do aterramento elétrico como medida de
controle dos riscos provenientes do uso da eletricidade, é dada
pela portaria 3214 de 8 de junho de 1978 do Ministério do
Trabalho, através da Norma Regulamentadora nº 10, "Instalações
e Serviços em Eletricidade".
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Noções Básicas de Demarcações de Segurança
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40 Companhia Siderúrgica de Tubarão
Introdução
Sendo, a visão, a capacidade sensitiva mais usada pelo homem
(aproximadamente 87% das sensações recebidas passam pelo
órgão da visão), e como em muito caso há necessidade de uma
rápida distinção entre o perigoso e o seguro, ou da localização de
certos equipamentos, com segurança e rapidez, resolveu-se
padronizar o uso das cores.
Com o uso de cores padronizadas, pode-se, em caso de incêndio,
localizar os equipamentos de combate ao fogo, com rapidez,
distinguir os dispositivos de parada de emergência de máquinas
ou notar suas partes perigosas.
O uso de tubulações pintadas em cores padronizadas permite
distinguir cada elemento transportado em uma tubulação entre
diversas tubulações existentes dentro de uma empresa.
Cores e Sinalização na Segurança do Trabalho
Tem por objetivo fixar as cores que devem ser usadas nos locais
de trabalho para prevenção de acidentes, identificando os
equipamentos de segurança, delimitando áreas, identificando as
canalizações empregadas nas empresas para a condução de
líquidos e gases, e advertindo contra riscos.
Deverão ser adotadas cores para segurança em estabelecimentos
ou locais de trabalho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos
existentes.
A utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas
de prevenção de acidentes.
O uso de cores deverá ser o mais reduzido possível, a fim de não
ocasionar distração, confusão e fadiga ao trabalhador.
As cores aqui adotadas serão as seguintes:
• Vermelho, amarelo, branco, preto, azul, verde, laranja, púrpura,
lilás, cinza, alumínio, marrom.
A indicação em cor, sempre que necessária, especialmente
quando em área de trânsito para pessoas estranhas ao trabalho,
será acompanhada dos sinais convencionais ou a identificação
por palavras.
Vermelho
O vermelho deverá ser usado para distinguir e indicar
equipamentos e aparelhos de proteção e combate a incêndio. Não
deverá ser usada na indústria para assinalar perigo, por ser de
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Departamento Regional do Espírito Santo 41
pouca visibilidade em comparação com o amarelo (de alta
visibilidade) e o alaranjado (que significa Alerta).
É empregado para identificar:
• Caixa de alarme de incêndio;
• Hidrantes;
• Bombas de incêndio;
• Sirene de alarme de incêndio;
• Extintores e sua localização;
• Indicações de extintores (visível à distância, dentro da área de
uso do extintor);
• Localização de mangueiras de incêndio (a cor deve ser usada
no carretel, suporte, moldura da caixa ou nicho);
• Tubulações, válvulas e hastes do sistema de aspersão de
água;
• Transporte com equipamentos de combate a incêndio;
• Portas de saídas de emergência;
• Rede de água para incêndio (SPRINKLERS);
• Mangueira de acetileno (solda oxiacetilênica).
A cor vermelha será usada excepcionalmente com sentido de
advertência de perigo:
• Nas luzes a serem colocadas em barricadas, tapumes de
construções e quaisquer outras obstruções temporárias;
• Em botões interruptores de circuitos elétricos para paradas de
emergência.
Amarelo
Em canalizações, deve-se utilizar o amarelo para identificar gases
não liqüefeitos.
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42 Companhia Siderúrgica de Tubarão
O amarelo deverá ser empregado para indicar "Cuidado!",
assinalando:
• Partes baixas de escadas portáteis;
• Corrimões, parapeitos, pisos e partes inferiores de escadas
que apresentem risco;
• Espelhos de degraus de escadas;
• Bordos desguarnecidos de aberturas no solo (poço, entradas
subterrâneas, etc.) e de plataformas que não possam ter
corrimões;
• Bordas horizontais de portas de elevadores que se fecham
verticalmente;
• Faixas no piso de entrada de elevadores e plataformas de
carregamento;
• Meios-fios, onde haja necessidade de chamar atenção;
• Paredes de fundo de corredores sem saída;
• Vigas colocadas à baixa altura;
• Cabines, caçambas, guindastes, escavadeiras, etc;
• Equipamentos de transporte e manipulação de material tais
como: empilhadeiras, tratores industriais, pontes-rolantes,
vagonetes, reboques, etc;
• Fundos de letreiros e avisos de advertência;
• Pilastras, vigas, postes, colunas e partes salientes da estrutura
e equipamentos em que se possa esbarrar;
• Cavaletes, porteiras e lanças de cancelas;
• Bandeiras como sinal de advertência (combinado ao preto);
• Comandos e equipamentos suspensos que ofereçam risco;
• Pára-choques para veículos de transporte pesados, com listras
pretas.
Listras (verticais ou inclinadas) e quadrados pretos serão usados
sobre o amarelo quando houver necessidade de melhorar a
visibilidade da sinalização.
Branco
O branco será empregado em:
• Passarelas e corredores de circulação, por meio de faixas
(localização e largura);
• Direção e circulação, por meio de sinais;
• Localização e coletores de resíduos;
• Localização de bebedouros;
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Departamento Regional do Espírito Santo 43
• Áreas em torno dos equipamentos de socorro de urgência, de
combate a incêndio ou outros equipamentos de emergência;
• Áreas destinadas à armazenagem;
• Zonas de segurança.
Preto
O preto será empregado para indicar as canalizações de
inflamáveis e combustíveis de alta viscosidade (ex.: óleo
lubrificante, asfalto, óleo combustível, alcatrão, piche, etc.).
O preto poderá ser usado em substituição ao branco, ou
combinado a este quando condições especiais o exigirem.
Azul
O azul será utilizado para indicar "Cuidado!", ficando o seu
emprego limitado a avisos contra uso e movimentação de
equipamentos, que deverão permanecer fora de serviço.
• Empregado em barreiras e bandeirolas de advertência a serem
localizadas nos pontos de comando, de partida, ou fontes de
energia dos equipamentos.
Será também empregado em:
• Canalizações de ar comprimido;
• Prevenção contra movimento acidental de qualquer
equipamento em manutenção;
• Avisos colocados no ponto de arranque ou fontes de potência.
Verde
O verde é a cor que caracteriza "segurança".
Deverá ser empregado para identificar:
• Canalizações de água;
• Caixas de equipamentos de socorro de urgência;
• Caixas contendo máscaras contra gases;
• Chuveiros de segurança;
• Macas;
• Fontes lavadoras de olhos;
• Quadros para exposição de cartazes, boletins, avisos de
segurança, etc;
• Porta de entrada de salas de curativos de urgência;
• Localização de EPI; caixas contendo EPI;
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44 Companhia Siderúrgica de Tubarão
• Emblemas de segurança;
• Dispositivos de segurança;
• Mangueiras de oxigênio (solda oxiacetilênica).
Laranja
O laranja deverá ser empregado para identificar:
• Canalizações contendo ácidos;
• Partes móveis de máquinas e equipamentos;
• Partes internas das guardas de máquinas que possam ser
removidas ou abertas;
• Faces internas de caixas protetoras de dispositivos elétricos;
• Faces externas de polias e engrenagens;
• Botões de arranque de segurança;
• Dispositivos de corte, bordas de serras, prensas;
Púrpura
A púrpura deverá ser usada para indicar os perigos provenientes
das radiações eletromagnéticas penetrantes de partículas
nucleares.
Deverá ser empregada a púrpura em:
• Portas e aberturas que dão acesso a locais onde se manipulam
ou armazenam materiais radioativos ou materiais contaminados
pela radioatividade;
• Locais onde tenham sido enterrados materiais e equipamentos
contaminados;
• Recipientes de materiais radioativos ou de refugos de materiais
e equipamentos contaminados;
• Sinais luminosos para indicar equipamentos produtores de
radiações eletromagnéticas penetrantes e partículas nucleares.
Lilás
O lilás deverá ser usado para indicar canalizações que contenham
álcalis. As refinarias de petróleo poderão utilizar o lilás para a
identificação de lubrificantes.
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Cinza
Cinza Claro
O cinza claro deverá ser usado para identificar canalizações em
vácuo.
Cinza Escuro
O cinza escuro deverá ser usado para identificar eletrodutos.
Alumínio
O alumínio será utilizado em canalizações contendo gases
liqüefeitos, inflamáveis e combustíveis de baixa viscosidade (ex.:
óleo diesel, gasolina, querosene, óleo lubrificante, etc.).
Marrom
O marrom pode ser adotado, a critério da empresa, para
identificar qualquer fluido não identificável pelas demais cores.
Cores em Máquinas
O corpo das máquinas deverá ser pintado em branco, preto ou
verde.
Cores em Canalizações
As canalizações industriais, para condução de líquidos e gases,
deverão receber a aplicação de cores, em toda sua extensão, a
fim de facilitar a identificação do produto e evitar acidentes.
Obrigatoriamente, a canalização de água potável deverá ser
diferenciada das demais.
Quando houver a necessidade de uma identificação mais
detalhada (concentração, temperatura, pressões, pureza, etc.), a
diferenciação far-se-á através de faixas de cores diferentes,
aplicadas sobre a cor básica.
A identificação por meio de faixas deverá ser feita de modo que
possibilite facilmente a sua visualização em qualquer parte da
canalização.
Todos os acessórios das tubulações serão pintados nas cores
básicas de acordo com a natureza do produto a ser transportado.
O sentido de transporte de fluido, quando necessário, será
indicado por meio de seta pintada em cor de contraste sobre a cor
básica da tubulação.
Para fins de segurança pelo mesmo sistema de cores que as
canalizações.
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46 Companhia Siderúrgica de Tubarão
Sinalização para Armazenamento de Substância Perigosas
O armazenamento de substâncias perigosas deverá seguir
padrões internacionais.
Para fins do disposto no item anterior, considera-se substância
perigosa todo o material que seja, isoladamente ou não, corrosivo,
tóxico, radioativo, oxidante, e que durante o seu manejo,
armazenamento, processamento, embalagem, transporte, possa
conduzir efeitos prejudiciais sobre trabalhadores, equipamentos,
ambiente de trabalho.
Símbolos para Identificação dos Recipientes na
Movimentação de Materiais
Na movimentação de materiais no transporte terrestre, marítimo,
aéreo e intermodal, deverão ser seguidas as normas técnicas
sobre simbologia vigentes no país.
Rotulagem Preventiva
A rotulagem dos produtos perigosos ou nocivos à saúde deverá
ser feita segundo as normas constantes deste item.
Todas as instruções dos rótulos deverão ser breves, precisas,
redigidas em termos simples e de fácil compreensão.
A linguagem deverá ser prática, não se baseando somente nas
propriedades inerentes a uma produto, mas dirigida de modo a
evitar os riscos resultantes do uso, manipulação e armazenagem
do produto.
Onde possa ocorrer misturas de duas ou mais substâncias
químicas, com propriedades que variem, em tipo ou grau
daquelas dos componentes considerados isoladamente, o rótulo
deverá destacar as propriedades perigosas do produto final.
Do rótulo deverão constar os seguintes tópicos:
• Nome Técnico do Produto;
• Palavra de Advertência, designando o grau de risco;
• Indicações de Risco;
• Medidas Preventivas, abrangendo aquelas a serem tomadas;
• Primeiros Socorros;
• Informações Para Médicos, em casos de acidentes;
• Instruções Especiais em Caso de Fogo, Derrame ou
Vazamento, quando for o caso.
No cumprimento do disposto no item anterior dever-se-á adotar o
seguinte procedimento:
Nome Técnico Completo
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O rótulo especificando a natureza do produto químico. Exemplo:
"Ácido Corrosivo", "Composto de Chumbo" etc. Em qualquer
situação a identificação deverá ser adequada, para permitir a
escolha do tratamento médico correto, no caso de acidente.
Palavra de Advertência
As palavras de advertência que devem ser usadas são:
"PERIGO" - para indicar substâncias que apresentam alto risco.
"ATENÇÃO" - para substâncias que apresentam risco leve.
Indicação de Risco
As indicações deverão informar sobre os riscos relacionados ao
manuseio de uso habitual ou razoavelmente previsível do produto.
Exemplos: "Extremamente Inflamáveis", "Nocivo se Absorvido
Através da Pele", etc.
Medidas Preventivas
Têm por finalidade estabelecer outras medidas a serem tomadas
para evitar lesões ou danos decorrentes dos riscos indicados.
Exemplos: "Mantenha Afastado do Calor, Faíscas e Chamas
Abertas" e "Evite Inalar a Poeira".
Primeiros Socorros
Medidas específicas que podem ser tomadas antes da chegada
do médico.
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48 Companhia Siderúrgica de Tubarão
Noções Básicas de Combate à Incêndio
Princípios Básicos do Fogo
Para nossa própria segurança, devem-se conhecer os dois
aspectos fundamentais da proteção contra incêndio.
O primeiro aspecto é o da prevenção de incêndios, isto é, evitar
que ocorra o fogo, utilizando certas medidas básicas, as quais
envolvem a necessidade de se conhecerem, entre outros itens:
a) as características do fogo;
b) as propriedades de risco dos materiais;
c) as causas de incêndios;
d) o estudo dos combustíveis.
Quando, apesar da prevenção, ocorre um princípio de incêndio, é
importante que ele seja combatido de forma eficiente, para que
sejam minimizadas suas conseqüências. A fim de que esse
combate seja eficaz, deve-se, ainda:
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Departamento Regional do Espírito Santo 49
a) conhecer os agentes extintores;
b) saber utilizar os equipamentos de combate a incêndios;
c) saber avaliar as características do incêndio, o que determinará
a melhor atitude a ser tomada.
Pode-se definir o fogo como a conseqüência de uma reação
química denominada combustão, que produz calor ou calor e luz.
Para que ocorra essa reação química, dever-se-á ter, no mínimo,
dois reagentes que, a partir da existência de uma circunstância
favorável, poderão combinar-se.
Os elementos essenciais do fogo são:
• combustível (carbono, hidrogênio)
• comburente (oxigênio);
• calor (energia de ativação).
Combustível
Em síntese, combustível é todo material, toda substância que
possui a propriedade de queimar, de entrar em combustão.
Os combustíveis podem apresentar-se em 3 estados físicos:
• sólido (madeira, papel, tecidos, etc.);
• líquido (álcool, éter, gasolina, etc.);
• gasoso (acetileno, butano, propano, etc.).
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50 Companhia Siderúrgica de Tubarão
Comburente
Normalmente, o oxigênio combina-se com o material combustível,
dando início à combustão.
O ar atmosférico contém, na sua composição, cerca de 21% de
oxigênio.
Para demonstrar a importância do oxigênio na reação,
recomendamos a seguinte experiência:
1º acender uma vela;
2º colocar um copo de material resistente ou um recipiente de
vidro sobre a vela.
Observe que a chama diminuirá gradativamente até a extinção do
fogo; isso porque o oxigênio existente no recipiente vai sendo
consumido na reação, até atingir uma quantidade insuficiente para
mantê-la.
Genericamente, o comburente é definido como "mistura gasosa
que contém o oxidante em concentração suficiente para que em
seu meio se desenvolva a reação de combustão".
Calor
É o elemento que fornece a energia de ativação necessária para
iniciar a reação entre o combustível e o comburente, mantendo e
propagando a combustão, como a chama de um palito de
fósforos.
Note-se que o calor propicia:
a) elevação da temperatura;
b) aumento do volume dos corpos;
c) mudança no estado físico das substância.
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Departamento Regional do Espírito Santo 51
Há casos de materiais em que a própria temperatura ambiente já
serve como fonte de calor, como o magnésio, por exemplo.
Condições Propícias para a Combustão
Além dos elementos essenciais do fogo, há a necessidade de que
as condições em que esses elementos se apresentam sejam
propícias para o início da combustão.
Se uma pessoa trabalha em um escritório iluminado com uma
lâmpada incandescente de 100 watts e, além disso, ela fuma,
haverá no ambiente:
Combustível: mesa, cadeira, papel, etc.;
Comburente: oxigênio presente na atmosfera;
Calor: representado pela lâmpada incandescente ligada e pelo
cigarro acesso.
Apesar de esses três elementos estarem presentes no ambiente,
só ocorrerá incêndio, se, por distração da pessoa que está
trabalhando, uma folha de papel, por exemplo, encostar no cigarro
aceso.
Neste caso, o calor do cigarro aquecerá o papel e este começará
a liberar vapores que, em contato com a fonte de calor (brasa do
cigarro), se combinará com o oxigênio do ar e entrará em
combustão.
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52 Companhia Siderúrgica de Tubarão
IMPORTANTE: Somente quando o combustível se apresentar sob
a forma de vapor (ou gás), ele poderá, normalmente, entrar em
ignição. Se esse combustível estiver no estado sólido ou líquido,
haverá necessidade de que seja aquecido, para que comece a
liberar vapores ou gases.
Esquematicamente, podem-se considerar vários casos:
aquecimento
a) sólido ----------------------------------> vapor
Exemplo: Papel
aquecimento aquecimento
b) sólido -------------------------> líquido --------------------------> vapor
Exemplo: Parafina
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Departamento Regional do Espírito Santo 53
aquecimento
c) líquido ----------------------------------> vapor
Exemplo: Óleos combustíveis
d) gás (já se apresenta no estado físico adequado à combustão)
Exemplo: Acetileno
Quanto ao oxigênio, ele deverá estar presente no ambiente, em
porcentagens adequadas.
Para cada combustível haverá a necessidade da presença de uma
porcentagem mínima de oxigênio, a partir da qual a mistura
poderá entrar em combustão. A concentração de oxigênio abaixo
desse limite inviabiliza a combustão, pois a mistura combustível-
comburente estará muito "rica".
Reação em Cadeia
Toda reação química envolve troca de energia. Na combustão,
parte da energia desprendida é dissipada no ambiente,
provocando os efeitos térmicos derivados do incêndio; o restante
continua a aquecer o combustível, fornecendo a energia (fonte de
calor)) necessária para que o processo continue.
Didaticamente, representa-se a reação química da seguinte
forma:
COMBUSTÍVEL + COMBURENTE FONTE DE IGNIÇÃO LUZ +
CALOR + FUMOS + GASES (vapor)
Essa reação vai ter uma velocidade de propagação relacionada
com diversos fatores, tais como temperatura, umidade do ar,
características inerentes ao material combustível, forma física
desse material (sólido bruto ou particulado, líquido, etc.),
condições de ventilação aspectos que serão adiante analisados:
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54 Companhia Siderúrgica de Tubarão
ER - Energia das substâncias reagentes
EA - Energia de ativação
EI = ER + EA = Energia do processo que desencadeia a reação
EP = Energia final dos produtos da reação
∆E1 = parte da energia desprendida que é reaproveitada no
processo, continuando a aquecer as substâncias reagentes;
∆E2 = parte da energia desprendida que é dissipada no ambiente.
Triângulo do Fogo
Os três elementos básicos para que um fogo se inicie são,
portanto, o material combustível, o comburente e a fonte de
ignição ou fonte de calor. A representação gráfica desse conjunto
é tradicionalmente chamada de Triângulo do Fogo.
Conforme ao exposto no item anterior, a propagação do fogo vai
depender da existência de energia suficiente para manter a
reação em cadeia.
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Departamento Regional do Espírito Santo 55
Combustão
A combinação dos três elementos do triângulo do fogo sob
condições propícias permite a ignição e a continuação das
reações químicas, as quais podem ser classificadas em:
• oxidação lenta,
• combustão simples,
• deflagração,
• detonação,
• explosão.
O parâmetro empregado para classificar as combustões é a
velocidade de propagação.
A velocidade de propagação é definida como a velocidade de
deslocamento da frente de reação, ou a velocidade de
deslocamento da fronteira entre a área já queimada (zona dos
produtos da reação) e a área ainda não atingida pela reação
(zona não destruída).
Classificação
Oxidação lenta - A energia despendida na reação é dissipada no
meio ambiente sem criar um aumento de temperatura na área
atingida (não ocorre a reação em cadeia). É o que ocorre com a
ferrugem (oxidação do ferro) ou com o papel, quando fica
amarelecido. A propagação ocorre lentamente, com velocidade
praticamente nula.
Combustão simples - Há percepção visual do deslocamento da
frente de reação, porém a velocidade de propagação é inferior a 1
metro por segundo (m/s). Os incêndios normais, como a
combustão de madeira, papel, algodão, são exemplos de
combustão simples, onde a energia desprendida na reação é
dissipada, indo parte para o ambiente e sendo parte utilizada para
manter a reação em cadeia, ativando a mistura combustível-
comburente.
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56 Companhia Siderúrgica de Tubarão
Deflagração - A velocidade de propagação é superior a 1 m/s,
mas inferior a 400 m/s. Surge o fenômeno de elevação da
pressão com valores limitados entre 1 e 10 vezes a pressão
inicial. Ocorre a deflagração com a pólvora, misturas de pós
combustíveis e vapores líquidos inflamáveis.
Detonação - A velocidade de propagação é superior a 400 m/s.
Pela descontinuidade das ondas de pressão geradas, cria-se uma
onda de choque que pode atingir até 100 vezes a pressão inicial.
Ocorre com explosivos industriais, como a nitroglicerina, e, em
circunstâncias especiais, com mistura de gases e vapores em
espaços confinados.
Explosão - O termo pode ser aplicado genericamente aos
fenômenos onde o surgimento de ondas de pressão produzem
efeitos destrutivos, quando o ambiente onde ocorre a reação não
pode suportar a pressão gerada.
Comportamento do Combustível
Pelos efeitos possíveis de uma combustão em função da
velocidade de propagação, fica evidente a necessidade de se
conhecerem os fatores que influem na velocidade de propagação,
para que o técnico prevencionista possa calcular os riscos
oriundos de determinada mistura combustível-comburente.
Estado Físico
Para avaliação do risco de incêndio, o estado físico do
combustível é o primeiro aspecto a ser analisado:
Combustível sólido - em condições normais, o aquecimento de
um combustível no estado sólido provoca inicialmente a
vaporização da umidade, obtendo-se um resíduo sólido (carbono
fixo); posteriormente, pela ação do calor, são liberados compostos
gasosos que reagirão com o oxigênio em presença do calor, até
que seja consumida toda a matéria combustível.
Combustível líquido - a combustão dos líquidos, de composição
CN Hm, é decorrente de dois processos:
Teoria da Hidroxilização
Os hidrocarbonetos pulverizados são decompostos, quando sob a
ação do oxigênio e do calor, em compostos hidroxilados (tipo
aldeído) de cadeia menor. A ação contínua do calor e do oxigênio
acaba por transformar estes compostos em espécies químicas
mais simples, como monóxido de carbono e hidrogênio, que
sofrerão nova combustão, produzindo, finalmente, dióxido de
carbono e água. Assim, a chama azul produzida no Bico de
Bunsem, indicativa de combustão de monóxido de carbono e
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  • 1. Espírito Santo CPM - Programa de Certificação de Pessoal de Manutenção Mecânica Procedimento de Segurança e Higiene do Trabalho
  • 2. Espírito Santo Procedimento de Segurança e Higiene do Trabalho - Mecânica © SENAI - ES, 1996 Trabalho realizado em parceria SENAI / CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão) SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial DAE - Divisão de Assistência às Empresas Departamento Regional do Espírito Santo Av. Nossa Senhora da Penha, 2053 - Vitória - ES. CEP 29045-401 - Caixa Postal 683 Telefone: (27) 3325-0255 Telefax: (27) 3227-9017 CST - Companhia Siderúrgica de Tubarão AHD - Divisão de Desenvolvimento de Recursos Humanos AV. Brigadeiro Eduardo Gomes, n° 930, Jardim Limoeiro - Serra - ES. CEP 29163-970 Telefone: (27) 3348-1333
  • 3. Espírito Santo Sumário Segurança e Higiene do Trabalho.......................................... 05 • Introdução ......................................................................... 05 Acidente do Trabalho ............................................................. 06 • Definição ........................................................................... 06 • Por que o Acidente do Trabalho deve ser evitado ............. 07 • Identificação das Causas do Acidente............................... 08 • Classificação do Acidente.................................................. 11 • Padrão Operacional........................................................... 12 Equipamento de Proteção...................................................... 13 • Introdução ......................................................................... 13 • Equipamento de Proteção Coletiva.................................... 13 • Equipamento de Proteção Individual ................................. 14 Riscos Ambientais.................................................................. 20 • Introdução ......................................................................... 20 • Classificação dos Riscos ................................................... 20 • Fatores que Colaboram para que os Produtos ou Agentes causem danos à Saúde ............................................................................. 21 • Vias de Entrada dos Materiais Tóxicos no Organismo....... 22 • Riscos Químicos................................................................ 23 • Riscos Físicos.................................................................... 25 • Riscos Biológicos............................................................... 27 • Principais Medidas e Controle dos Riscos Ambientais....... 28 • Medidas Relativas ao ambiente......................................... 28 • Medidas Relativas ao pessoal ........................................... 30 Riscos de Eletricidade............................................................ 32 • Introdução ......................................................................... 32 • O que é Eletricidade .......................................................... 32 • Lei de OHM ....................................................................... 33 • Efeitos da Corrente Elétrica............................................... 34 • Principais Sintomas Causados pelo Choque ..................... 35 • Riscos Elétricos ................................................................. 36 • Cuidados nas Instalações Elétricas ................................... 37 • Medidas Preventivas em Instalações Elétricas .................. 37 • Aterramento Elétrico.......................................................... 39 Noções Básicas de Demarcações de Segurança ...................40 • Introdução ..........................................................................40
  • 4. Espírito Santo • Cores e Sinalização na Segurança do Trabalho.................40 Noções Básicas de Combate à Incêndio.................................48 • Princípios Básicos do Fogo ................................................48 • Condições Propícias para a Combustão.............................51 • Combustão.........................................................................55 • Combate à Incêndio ...........................................................65 • Tipos de Equipamentos para Combate à Incêndios ...........68 Primeiros Socorros..................................................................78 • Introdução ..........................................................................78 • Material necessário para Emergência.................................79 • Ferimentos .........................................................................80 • Hemorragias.......................................................................84 • Queimaduras......................................................................87 • Choque Elétrico..................................................................88 • Calor...................................................................................89 • Frio.....................................................................................91 • Estado de Choque..............................................................92 • Desmaios ...........................................................................93 • Convulsão ..........................................................................94 • Intoxicações e Envenenamentos ........................................95 • Corpos Estranhos...............................................................97 • Fraturas e Lesões de Articulação .......................................98 • Acidentes por Animais Peçonhentos ..................................100 • Parada Cardíaca - Massagem Cardíaca.............................102 • Parada Respiratória - Respiração Artificial .........................104 • Resgate e Transporte de Pessoas Acidentadas.................106 Controle Ambiental..................................................................113 • Meio Ambiente....................................................................113 • Poluição..............................................................................113 • Controle Ambiental na CST ................................................116 • Padronização Ambiental.....................................................116 • Responsabilidade Ambiental ..............................................117
  • 5. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ Segurança e Higiene do Trabalho ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 5 Introdução É sabido que o brasileiro, tradicionalmente, não se apega à Prevenção, seja ela de acidentes do trabalho ou não. A nossa formação escolar não nos enseja qualquer contato com técnicas de Prevenção de Acidentes, nem ao menos com a sua necessidade. Assim, até o nosso ingresso no mercado de trabalho e, assim mesmo, dependendo do setor de atividade e, pior ainda, da empresa em que trabalharemos, é que teremos o primeiro contato com a Prevenção de Acidentes, isso, já na idade adulta! Na verdade, embora de forma precária, a única vez em que normalmente temos alguma noção de prevenção é no lar, através da mãe, ao nos puxar a orelha, dar-nos umas palmadas por alguma travessura, mas, incoerentemente, é, também, no próprio lar que somos desafiados, pela primeira vez, a demonstrar coragem, praticando o Ato Inseguro, juntamente, pelo próprio pai. Daí, a grande necessidade que a empresa moderna tem de aplicar recursos, investir em treinamento, em equipamentos e em métodos de trabalho para incutir em seu pessoal o Espírito Prevencionista e, através de técnicas e de sensibilização, combater em seu meio o Acidentes do Trabalho que, conforme tem sido demonstrado, atinge forte e danosamente a Qualidade, a Produção e o Custo.
  • 6. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 6 Companhia Siderúrgica de Tubarão Acidente do Trabalho Definição O Acidente é toda e qualquer ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não, que provoca lesão pessoal ou de que decorre risco próximo ou remoto dessa lesão. Se tal ocorrência estiver relacionada com o exercício do trabalho, estará, então, caracterizado o Acidente de Trabalho. Trocando o conceito em miúdos: A ocorrência é imprevista por não ter um momento pré- determinado (dia ou hora) para acontecer. É preciso distinguir previsto/imprevisto de previsível/imprevisível. O "previsto" significa programa, enquanto o "previsível" sugere possibilidade. Assim, pode-se dizer que o acidente é previsível em função de circunstâncias (uma escada de degraus defeituosos, um mecânico esmerilhando sem óculos, por exemplo), isto é, existe a possibilidade, clara, de ocorrer o acidente. No entanto, a ocorrência não está prevista, por não estar programada. O indesejável, é óbvio, é por não se querer o acidente. Daí, se alguém, intencionalmente, joga, por exemplo, um alicate contra outro e o atinge, caracteriza-se o acidente, apesar de o indivíduo ter desejado atingir o outro. Isso se dá porque a ocorrência é caracterizada em função da vítima (ou vítima potencial) e é claro que ela não queria ser atacada. O "instantânea ou não" faz a diferença entre o acidente típico, como o conhecemos (queda, impacto sofrido, aprisionamento, etc.) e a doença ocupacional ou do trabalho (asbestose, saturnismo, silicose, etc.). Esclarecendo: o acidente propriamente dito é a ocorrência que tem conseqüência (lesão) imediata em relação ao momento da ocorrência (queda = fratura, luxação, escoriações). A Doença Ocupacional é conseqüência mediata em relação à exposição ao risco (exposição ao vapor de chumbo hoje, saturnismo após algum tempo). O acidente, não implica, necessariamente em lesão, podendo ficar somente no risco de provocá-la (acidente sem vítima). Assim, a queda de uma marreta, por exemplo, é o acidente que pode ser com vítima (provoca lesão) ou sem vítima (não atinge ninguém). A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), em sua NB 18 (Norma Brasileira n o 18) focaliza o acidente sob os seguintes aspectos:
  • 7. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 7 Tipo: Classifica o acidente quanto à sua espécie, como Impacto de Pessoa Contra (que se aplica aos casos em que a lesão foi produzida por impacto do acidentado contra um objeto parado, exceto em casos de queda); Impacto Sofrido (o movimento é de objeto); Queda com Diferença de Nível (ação da gravidade, com o objeto de contato estando abaixo da superfície em que se encontra o acidentado); Queda em Mesmo Nível (movimentado devido à perda de equilíbrio, com o objeto de contato estando no mesmo nível ou acima da superfície de apoio do acidentado); Atrito ou Abrasão; Aprovisionamento, etc. Por que o Acidente do Trabalho deve ser evitado Sob todos os ângulos em que possa ser analisado, o acidente do trabalho apresenta fatores altamente negativos no que se refere ao aspecto humano, social e econômico, cujas conseqüências se constituem num forte argumento de apoio a qualquer ações de controle e prevenção dos infortúnios ocasionais. Aspecto Humano Bastaria a consulta as estatísticas oficiais, que registram os acidentes que prejudicam a integridade física do empregado, para conhecimento do grande índice de pessoas incapacitadas para o trabalho e de tantas vidas truncadas, tendo como conseqüência a desestruturação do ambiente familiar, onde tais infortúnios repercutem por tempo indeterminado. Aspecto Social Em referência a este aspecto, vamos analisar o acidente do trabalho e suas conseqüências sociais, visando a estes dois aspectos: • o acidente do trabalho como efeito; • o acidente do trabalho como causa. Pode-se considerar o acidente do trabalho como efeito quando ele resulta de uma ação imprudente ou de condições inadequadas, isto é, quando ele resulta de uma inobservância das normas de segurança; pode-se considerá-lo como causa quando se tem em vista as conseqüências dele advindas. Como se deduz, são imensuráveis, em termos de extensão e proporção, as conseqüências dos acidentes do trabalho. Mas, o importante diante de todos os aspectos que possam ser apresentados, é que as pessoas se inteiram dessa realidade,
  • 8. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 8 Companhia Siderúrgica de Tubarão interessando-se pela aplicação correta das medidas de prevenção do acidente, para não se tornarem vítimas do mesmo. Aspecto Econômico Um dos fatores altamente negativos, resultante dos acidentes do trabalho, é o prejuízo econômico cujas conseqüências atingem ao empregado, a empresa, a sociedade e, em uma concepção mas ampla, a própria nação. Quanto ao empregado, apesar de toda a assistência e das indenizações recebidas por ele ou por seus familiares através da Previdência Social, no caso de acidentar-se, os prejuízos econômicos fazem-se sentir na medida em que a indenização não lhe garante necessariamente o mesmo padrão de vida mantido até então. E, dependendo do tipo de lesão sofrida, tais benefícios, por melhores que sejam, não repararão uma invalidez ou a perda de uma vida. Na empresa, os prejuízos econômicos derivados dos acidentes variam em função da importância que ela dedica à prevenção de acidentes. A perda ainda que de alguns minutos de atividade no trabalho traz prejuízo econômico, o mesmo acontecendo com a danificação de máquinas, equipamentos, perda de materiais etc. Outro tipo de prejuízo econômico refere-se ao acidente que atinge o empregado, variando as proporções quanto ao tempo de afastamento do mesmo, devido à gravidade da lesão. As conseqüências podem ser, dentre outras: a paralisação do trabalho por tempo indeterminado, devido à impossibilidade de substituição do acidentado por um elemento treinado para aquele tipo de trabalho e, ainda, a influência psicológica negativa que atinge os demais empregados e que interfere no rítmo normal do trabalho, levando sempre a uma grande queda da produção. Em termos gerais, esses são alguns fatores que muito contribuem para os prejuízos econômicos tanto do empregado quanto da empresa. Identificação das Causas do Acidente É fundamental que se entenda que a busca da causa de um acidente não tem, absolutamente, o objetivo de punição, mas, sim, o de encontrar a partir das causas, as medidas que possibilitem impedir ocorrências semelhantes. A causa do acidente pode estar em fatores hereditários (herança sangüínea) ou de meio-ambiente (cultura). Pode, também, originar-se de falha pessoal. Clareando: a Hereditariedade, processo de transmissão de características físicas e mentais dos ascendentes (pais, avós, etc.) para os descendentes (filhos, netos, etc.), quando o ambiente é propício, manifesta-se sob a forma de fobias, principalmente as claustrofobia ( medo de
  • 9. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 9 lugares fechados), acrofobia (medo de altura), etc., e de outras formas. Tal manifestação interfere na formação do homem, dando oportunidade ao afloramento das falhas pessoais (atitudes impróprias, inadequadas, por exemplo: imprudência, negligência, exibicionismo, insubordinação, etc.). A falha pessoal, por sua vez, leva o homem a cometer Atos Inseguros ou criar/permitir Condições Inseguras. Resumindo: o acidente tem origem nos antecedentes hereditários e no meio-ambiente da primeira infância do homem. As características indesejáveis, herdadas (hereditariedade) ou adquiridas (meio-ambiente) manifestam-se através da falha pessoal que, por sua vez, induz o homem a criar ou permitir a condição insegura e/ou praticar o ato inseguro, que são as causas aparentes do acidente que pode, ou não, resultar em lesão pessoal. Para esclarecer, imaginemos uma situação: a companhia admite um novo empregado que terá a ocupação de escarfador. O candidato selecionado é jovem e a CST é sua primeira empresa. Até então, trabalhará no quiosque do pai, na praia de Camburi, o dia todo, à vontade, de sunga, vez por outra tomando uma aguinha de coco, enquanto inspecionava biquínis e similares. Pois bem, esse rapaz começa a trabalhar na CST e, após treinamento, se vê todo equipado para o trabalho; possivelmente, não se adaptará, sentir-se-á agoniado, preso: A SITUAÇÃO É MUITO DIFERENTE E A TENDÊNCIA É CHEGAR AO ACIDENTE. Ato Inseguro O Ato Inseguro é a desobediência a um procedimento seguro, comumente aceito. Não é necessariamente a desobediência a norma ou procedimento escrito, mas também àquelas normas de conduta ditadas pelo bom senso, tacitamente aceitas. Na caracterização do Ato Inseguro cabe a seguinte questão: nas mesmas circunstâncias uma pessoa prudente agiria da mesma maneira? Um exemplo: não se conhece nenhuma norma escrita que oriente para não se segurar, na palma da mão, um ferro elétrico aquecido, porém, se alguém o fizer, estará cometendo um Ato Inseguro. O Ato Inseguro ocorre em três modalidades: Omissão: A pessoa Não Faz o que deveria fazer. Exemplo: Deixar de impedir equipamento. Comissão: A pessoa faz o que Não Deveria Fazer Exemplo: Operar equipamento sem estar capacitado e/ou autorizado.
  • 10. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 10 Companhia Siderúrgica de Tubarão Variação: A pessoa faz algo De Modo Diferente do que deveria fazer. Exemplo: Para "encurtar caminho", salta da plataforma em lugar de descer pela escada. É claro que a "Omissão" implica em existência/conhecimento de norma/procedimento específico. Quanto às "Comissão" e "Variação", a desobediência pode ocorrer ao próprio bom senso, não, necessariamente a normas/procedimentos/instruções. Condição Insegura A Condição Insegura são as condições de ambiente, cuja correção não são da alçada do acidentado. A Condição Insegura compreende máquinas, equipamentos, materiais, métodos de trabalho e deficiência administrativa. Para efeito de maior clareza, podemos classificar a condição insegura em quatro classes: Mecânica: máquina/ferramenta/equipamento defeituoso, sem proteção, inadequado, etc. Física: "Lay-out" (arrumação, passagens, espaço, acesso, etc.). Ambiental: Ventilação, iluminação, poluição, ruído, etc. Método: Procedimento de Trabalho inadequado, padrão inexistente, processo perigoso, método arriscado, supervisão deficiente, etc. A Condição Insegura ocorre, também, em três modalidades, todas elas, derivadas das posições de comando: Negligência: (corresponde à omissão do Ato Inseguro): deixar de fazer o que deve ser feito. Exemplo: Deixar de reparar escada defeituosa. Permitir práticas inseguras. Imperícia: derivada da falta de conhecimento/experiência específica. Mandar Fazer sem Estabelecer Procedimento Exemplo: Não fixar padrão/procedimento de trabalho. Imprudência: Mandar fazer de forma diferente do estabelecido. Exemplo: Mandar improvisar ferramenta. É importante frisar que a Condição Insegura e Ato Inseguro são a causa final de um acidente, ou seja, a ação que deflagrou a ocorrência, a "gota d'água" que fez transbordar o conteúdo do
  • 11. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 11 copo, mas outros fatores concorreram para a ocorrência e esses fatores, "as causas de causa" precisam ser identificadas para a prevenção. Daí, a importância de estudar as "Hereditariedade e Meio-Ambiente" (muito difícil para a indústria comum) e as "Falhas Pessoais", estas mais visíveis, a partir das convivência e observação. Aliás, as convivência e observação precisam ser valorizadas. A observação é tão importante que a sua negligência tem o poder de alterar o Ato Inseguro para a Condição Insegura. É verdade, a norma diz que se um ato inseguro vem sendo cometido repetidas vezes, por tempo suficiente para ter sido "observado" e "corrigido" e não é, deixa de ser Ato para ser Condição Insegura, enquadrando-se como "Negligência" da supervisão. Classificação do Acidente O acidente pessoal, em termos de gravidade da lesão que provoca, é classificado de duas maneiras: 1º Se o acidente provoca lesão tal que impeça o acidentado de retornar ao trabalho, em suas funções, no dia imediato ao da ocorrência, ele é dito Com Lesão, Com Afastamento, o conhecido CPT (Com Perda de Tempo). Mesmo que o acidentado possa trabalhar, em suas funções, no dia seguinte ao da ocorrência, a lesão pode ser classificada de "Com Afastamento" (CPT), desde que dela resulte uma incapacidade permanente, por exemplo, a perda de uma falange (nó) de um dedo. 2º Se a lesão decorrente do acidente não impede o acidentado de trabalhar no dia seguinte ao da ocorrência, temos o conhecido SPT (Sem Perda de Tempo), oficialmente classificado de Lesão Sem Afastamento. É importante frisar que tal classificação se refere unicamente à gravidade da lesão e do acidente. Podemos ter acidentes até mesmo impessoais de alta gravidade.
  • 12. _ de imediato, a curto, médio ou longo prazos pode representar o fracasso do trabalho, do seu trabalho. Ninguém está mais capacitado que você para saber qual a melhor maneira de executar o seu trabalho. Organizando a tarefa, discutindo-a com seus colegas, aperfeiçoando-a sempre e mantendo o seu registro, você chegará naturalmente ao Padrão ideal quer requer constantes avaliações e adequações, obtidas através de Análise de Riscos que é, em resumo, a ferramenta de atualização do Padrão. Lembre-se, o Padrão Operacional precisa ser registrado, escrito e receber constantes adequações. O bom Padrão Operacional não sobrevive sem retoques. Busque o Padrão junto ao seu Gerente Supervisor, é ele o centralizador, o catalisador do Padrão, você é o usuário, o gerador de aperfeiçoamento do mesmo. Zele por ele que é seu melhor companheiro. A IMPORTÂNCIA DO DETALHE: "Pela falta de um cravo, a ferradura foi perdida; Pela falta da ferradura, o cavalo foi perdido; pela perda do cavalo, o cavaleiro se perdeu; pela perda do cavaleiro, a batalha foi perdida, pela perda da batalha, o reino foi perdido, e tudo porque um cravo de ferradura foi perdido!" Benjamim Frankilin Padrão Operacional É o estabelecimento do método correto e, consequentemente, seguro de execução do trabalho. Fundamentado no conhecimento do trabalho, exige constante aperfeiçoamento, adequando-se quanto ao como, onde, quando e com o que fazer. O Padrão Operacional somente pode ser considerado se estiver registrado (escrito), ser conhecido e estar ao alcance de todos os envolvidos no trabalho. Seu ponto chave é o Detalhe, o detalhe que não pode ser negligenciado ou esquecido, já que, Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 12 Companhia Siderúrgica de Tubarão
  • 13. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 13 Equipamentos de Proteção Introdução A CST, conforme Portaria 3.214 do MTb, NR4, é uma empresa enquadrada no Grau de Risco 4 (risco elevado de acidentes) e portanto, podem existir nos locais de trabalho, condições que poderão acasionar danos à saúde ou à integridade física do empregado. Estes riscos devem ser neutralizados ou eliminados por meio da utilização dos equipamentos de proteção, que oferecem: Proteção Coletiva: beneficiam a todos os empregados indistintamente. Proteção Individual: protegem apenas a pessoa que utiliza o equipamento. Nota: A empresa é obrigada fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: a) Sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças profissionais e do trabalho; b) Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; c) Para atender situação de emergência. Equipamento de Proteção Coletiva - EPC São os que, quando adotados, neutralizam o risco na própria fonte. As proteções em furadeiras, serras, prensas; os sistemas de isolamento de operações ruidosas; os exaustores de gases e vapores; as barreiras de proteção; aterramentos elétricos; os dispositivos de proteção em escadas, corredores, guindastes e esteiras transportadoras são exemplos de proteção coletivas.
  • 14. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 14 Companhia Siderúrgica de Tubarão Equipamento de Proteção Individual - EPI Definição O equipamento de proteção individual (EPI) é todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. Seleção do EPI A seleção deve ser feita por pessoal competente, conhecedor não só dos equipamentos como, também, das condições em que o trabalho é executado. É preciso conhecer as características, qualidade técnicas e, principalmente, o grau de proteção que o equipamento deverá proporcionar. Características e Classificação dos EPI Pode-se classificar os EPI, agrupando-os segundo a parte do corpo que devem proteger: Proteção da Cabeça Capacete: Protege de impacto de objeto que cai ou é projetado e de impacto contra objeto imóvel e somente estará completo e em condições adequadas de uso se composto de: *Casco: é o capacete propriamente dito; *Carneira: armação plástica, semi-elástica, que separa o casco do couro cabeludo e tem a finalidade de absorver a energia do impacto; *Jugular: presta-se à fixação do capacete à cabeça. O capacete de celeron se presta, também, à proteção contra radiação térmica.
  • 15. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 15 Proteção dos Olhos Óculos de segurança: Protegem os olhos de impacto de materiais projetados e de impacto contra objetos imóveis. Os óculos de segurança utilizados na CST são, comprovadamente, muito eficazes quanto à proteção contra impactos. Para a proteção contra aerodispersóides (poeira), a CST fornece os óculos ampla visão, que envolvem totalmente a região ocular. Onde se somam os riscos de impacto e intensa presença de aerodispersóides (poeira), a afetiva proteção dos olhos se obtém com o uso dos dois EPI - óculos de segurança (óculos basculavel) óculos ampla visão, ao mesmo tempo. 11 Proteção Facial Protetor facial: Protege todo o rosto de impacto de materiais projetados e de calor radiante, podendo ser acoplado ao capacete. É articulado e tem perfil côncavo e tamanho e altura que permitem cobrir todo o rosto, sem tocá-lo, sendo construído em acrílico, alumínio ou tela de aço inox. Proteção das Laterais e Parte Posterior da Cabeça
  • 16. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 16 Companhia Siderúrgica de Tubarão Capuz: Protege as laterais e a parte posterior da cabeça (nuca) de projeção de fagulhas, poeiras e similares. Para uso em ambientes de alta temperatura, o capuz é equipado com filtros de luz, permitindo proteção também contra queimaduras. Proteção Respiratória Máscaras: Protegem as vias respiratórias contra gases tóxicos, asfixiantes e contra aerodispersóides (poeira). Elas protegem não somente de envenenamento e asfixias, mas, também, da inalação de substâncias que provocam doenças ocupacionais (silicose, siderose, etc.). Há vários tipos de máscaras para aplicações específicas, com ou sem alimentação de ar respirável. Proteção de Membros Superiores Protetores de punho, mangas e mangotes: Protegem o braço, inclusive o punho, contra impactos cortantes e perfurantes, queimaduras, choque elétrico, abrasão e radiações ionizantes e não ionizantes. Luvas: Protegem os dedos e as mãos de ferimentos cortantes e perfurantes, de calor, choques elétricos, abrasão e radiações ionizantes. Proteção Auditiva Protetor auricular: Diminui a intensidade da pressão sonora exercida pelo ruído contra o aparelho auditivo. Existem em dois tipos básicos: *Tipo Plug (de borracha macia, espuma, de poliuretano ou PVC), que é introduzido no canal auditivo.
  • 17. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 17 *Tipo Concha, que cobre todo o aparelho auditivo e protege também o sistema auxiliar de audição (ósseo). O protetor auricular não anula o som, mas reduz o ruído (que é o som indesejável) a níveis compatíveis com a saúde auditiva. Isso significa que, mesmo usando o protetor auricular, ouve-se o som mais o ruído, sem que este afete o usuário. Proteção do Tronco Paletó: Protege troncos e braços de queimaduras, perfurações, projeções de materiais particulados e de abrasão, calor radiante e de frio. Avental: Protege o tronco frontalmente e parte dos membros inferiores - alguns modelos (tipo barbeiro) protegem também os membros superiores - contra queimaduras, calor, radiante, perfurações, projeção de materiais particulados, ambos permitindo uma boa mobilidade ao usuário. Proteção da Pele Luva química: Creme que protege a pele, membros superiores, contra a ação dos solventes, lubrificantes e outros produtos agressivos. Proteção dos Membros Inferiores
  • 18. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 18 Companhia Siderúrgica de Tubarão Calçado de segurança: Protege os pés contra impactos de objetos que caem ou são projetados, impactos contra objetos imóveis e contra perfurações. Por norma, somente é de segurança o calçado que possui biqueira de aço para proteção dos dedos. Perneiras: Protegem a perna contra projeções de aparas, fagulhas, limalhas, etc., principalmente de materiais quentes. Proteção Global Contra Quedas Cinto de segurança: Cinturões anti-quedas que protegem o homem nas atividades exercidas em locais com altura igual ou superior a 2 (dois) metros, composto de cinturão, propriamente dito, e de talabarte, extensão de corda (polietileno, nylon, aço, etc.) com que se fixa o cinturão à estrutura firme.
  • 19. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 19 Guarda e Conservação do EPI Quando na troca de usuário De um modo geral, os EPI devem ser limpos e desinfetados, cada vez em que há troca de usuário. Guarda do EPI O empregado deve conservar o seu equipamento de proteção individual e estar conscientizado de que, com a conservação, ele estará se protegendo quando voltar a utilizar o equipamento. Conservação do EPI O EPI deve ser mantido sempre em bom estado de uso. Sempre que possível, a verificação e a limpeza destes equipamentos devem ser confiados a uma pessoa habilitada para esse fim. Neste caso, o próprio empregado pode se ocupar desta tarefa, desde que receba orientação para isso. Muitos acidentes e doenças do trabalho ocorrem devido à não observância do uso de EPI. A eficácia de um EPI depende do uso correto e constante no trabalho onde exista o risco. Exigência Legal para Empresa e Empregado O uso de equipamento de proteção individual, além da indicação técnica para operações locais e empregados determinados, é exigência constante de textos legais. A Seção IV, do Capítulo V da CLT, cuida do Equipamento de Proteção Individual em dois artigos, a saber: "Art. 166 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados." "Art. 167 - O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho - CA. Por outro lado, a regulamentação de segurança e medicina do trabalho em sua Norma Regulamentadora 1 - item 1.8, cuida minuciosamente do Equipamento de Proteção Individual, mencionando, entre outras coisas, as obrigações do empregado, que incluem o dever de utilizar a proteção fornecida pela empresa.
  • 20. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 20 Companhia Siderúrgica de Tubarão Riscos Ambientais Introdução Os ambientes de trabalho podem conter, dependendo da atividade que neles é desenvolvida, um ou mais fatores ou agentes que, dentro de certas condições, irão causar danos à saúde do pessoal. Chamam-se, esses fatores, riscos ambientais. Os riscos ambientais exigem a observação de certos cuidados e a tomada de medidas corretivas nos ambientes, se pretende evitar o aparecimento das chamadas doenças do trabalho. A Portaria 3214 de Segurança e Medicina do trabalho do Ministério do Trabalho na sua Norma Regulamentadora de nº 09, contempla o Programa de Proteção aos Riscos Ambientais - PPRA - que tem como objetivo de antecipação, identificação, avaliação e controle de todos os fatores do ambiente de trabalho que podem causar doenças ou danos à saúde dos empregados. Segue-se uma série de informações básicas relativas aos Riscos Ambientais, com enumeração dos principais fatores, das condições possíveis de risco para a saúde e das medidas gerais para o controle desses fatores nos ambientes de trabalho. Classificação dos Riscos Os riscos ambientais estão divididos em três grupos: riscos químicos, riscos físicos e riscos biológicos. Riscos Químicos São representados por um grande número de substâncias que podem contaminar o ambiente de trabalho. Riscos Físicos São representados por fatores do ambiente de trabalho que podem causar danos à saúde, sendo os principais: o calor, o ruído ou barulho, as radiações, o trabalho com pressões anormais, a vibração e a má iluminação.
  • 21. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 21 Riscos Biológicos São representados por uma variedade de microrganismos com os quais o empregado pode entrar em contato, segundo o seu tipo de atividade, e que podem causar doenças. Fatores que colaboram para que os Produtos ou Agentes causem danos à Saúde Nem todo produto ou agente, presente no ambiente, irá causar obrigatoriamente um dano à saúde. Para que isso ocorra, é preciso que haja uma inter-relação entre os fatores que serão expostos a seguir: O tempo de exposição Quanto maior o tempo de exposição, de contato, maiores são as possibilidades de se desenvolver um dano à saúde e vice-versa. A concentração do contaminante no ambiente Quanto maiores as concentrações, maiores as chances de aparecerem problemas. O quanto a substância é tóxica Algumas substâncias são mais tóxicas que outras se comparadas em relação a uma mesma concentração. A forma em que o contaminante se encontra Isto é, se em forma de gás, líquido ou neblina, ou poeira. Isto tem relação com a forma de entrada do tóxico no organismo, como será visto adiante. A possibilidade de as pessoas absorverem as substâncias Algumas substâncias só são capazes de entrar no organismo por inalação ou, então, pela pele. Deve-se acentuar que é importante conhecer cada caso em separado. Havendo dúvida quanto à existência ou não de perigo, o interessado deve procurar um membro da CIPA ou do Serviço Especializado ou, ainda, o seu gerente.
  • 22. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 22 Companhia Siderúrgica de Tubarão Vias de Entrada dos Materiais Tóxicos no Organismo Três são as formas pelas quais os materiais tóxicos podem penetrar no organismo humano: Por inalação Quando se está num ambiente contaminado, pode-se absorver uma substância nociva por inalação, isto é, pela respiração. Por contato com a pele, ou via cutânea A pele pode absorver certas substâncias se houver contato, mesmo que por poucos instantes. Dessa forma, o tóxico pode atingir o sangue e causar dano à saúde.
  • 23. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 23 Por ingestão ou seja, ao se engolir, acidentalmente, o tóxico Isso acontece muito quando são comidos ou bebidos alimentos que estão contaminados com quantidades não visíveis de substâncias nocivas. É por essa razão que nunca se deve fazer as refeições no próprio posto de trabalho. E, também, não se deve ir para o refeitório ou para casa sem antes efetuar um perfeito asseio pessoal: lavar as mãos e rosto com sabão e bastante água. Riscos Químicos As substâncias químicas podem estar na forma de gases, vapores, líquidos, fumos, poeiras e névoas ou neblinas. Por exemplo: Vapores Emanados de solventes como o benzol, o toluol, "thinners" em geral, desengraxantes como o tetracloreto de carbono, o tricloroetileno. Gases Monóxido de carbono, gases dos processos industriais como o gás sulfídrico. Líquidos Que podem ser corrosivos, como os ácidos e a soda cáustica, ou irritantes, causando doenças da pele. Muitos líquidos também podem ser absorvidos pela pele, causando prejuízo à saúde.
  • 24. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 24 Companhia Siderúrgica de Tubarão Névoas ou neblinas Nos banhos de galvanoplastia, fosfatização e outros processos, onde se formam névoas ou neblinas de ácidos. Fumos Nos banhos de metais fundidos como o chumbo. Os fumos são pequenas partículas de metal ou de seus compostos, provenientes do banho que ficam suspensos no ar. Poeiras ou pós Pó de serragem, poeira de rebarbação de peças fundidas no jateamento de areia ou granalha de aço. Principais Efeitos no Organismo Dentre os efeitos dos riscos químicos no organismo, destacam-se, como principais, os seguintes: Irritação Irritação dos olhos, nariz, garganta, pulmões, da pele. Geralmente, as substâncias que causam irritação se encontram na forma de gás ou vapor, mas podem, também, estar no estado líquido ou sólido. Exemplos: vapores de ácidos, a amônia (amoníaco), certas poeiras. A irritação da pele é causada pelo contato direto com líquidos ou poeiras, sendo exemplos os solventes "thinners", e a poeira de caviúna. Asfixia Ou seja, falta de oxigênio no organismo. Exemplos: monóxido de carbono (CO), gás carbônico (CO2), acetileno. Anestesia Isto é, uma ação sobre o sistema nervoso central, causando estado de sonolência ou tonturas. Geralmente, as substâncias anestésicas estão no estado de gás ou vapor. Exemplos: vapores de éter etílico, acetona. Intoxicação Pode ser causada tanto por inalação como por contato com a pele ou ingestão acidental do tóxico, que pode estar na forma sólida, líquida ou gasosa. Exemplos: benzol, toluol, tricloroetileno, metanol, gasolina, inseticidas, fumos de chumbo, pó de chumbo (nas tipografias).
  • 25. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 25 Pneumoconiose Isto é, uma alteração da capacidade respiratória devido a uma alteração no pulmão da pessoa. As substâncias que causam esse tipo de doença estão na forma de poeira. Exemplos: poeira de sílica livre cristalizada, contida no pó de mármore, areia, carepa de fundição (areia), poeira de amianto ou asbesto, pós de algodão. Riscos Físicos Há fatores no ambiente do trabalho cuja presença, tendendo aos limites de excesso ou falta, podem tornar-se responsáveis por variadas alterações na saúde do empregado. Calor O calor ocorre geralmente em fundições, siderúrgicas, cerâmicas, indústrias de vidro, etc. Quanto aos efeitos, sabe-se que o organismo pode adaptar-se aos ambientes quentes, dentro de certos limites. Quando há exposição excessiva ao calor, pode ocorrer uma série de problemas, como câimbras, insolação ou intermação, ou, ainda, uma afecção nos olhos chamada de catarata. Ruído ou barulho Ocorre na indústria em geral, mas, principalmente, nas tecelagens, estamparias, no rebarbamento por marteletes nas fundições, etc. O ruído excessivo tem vários efeitos no ser humano, variando de pessoa para pessoa, como a irritabilidade, entre outros. Entretanto, seu efeito principal, comprovado quando as pessoas são expostas a altos níveis de ruído por tempos longos, é o dano à audição, que leva a vários graus de surdez. Radiação infravermelho É o calor radiante cujos efeitos são, justamente, os mencionados acima em "calor". Onde há corpos aquecidos, há calor radiante que é emitido em todas as direções. Radiação ultravioleta É um tipo de radiação que está presente principalmente nas seguintes operações: solda elétrica, fusão de metais a temperatura muito alta, nas lâmpadas germicidas, nos geradores de ozona. Seus efeitos são térmicos, causando queimaduras, eritemas (vermelhidão) na pele, e, também, inflamação nos olhos (conjuntivite). Os efeitos são retardados, aparecendo com maior força 6 a 12 horas após a exposição.
  • 26. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 26 Companhia Siderúrgica de Tubarão Radiações ionizantes Podem ser provenientes de materiais radioativos ou de aparelhos especiais. Exemplos: aparelhos de raio-x (quando indevidamente utilizados), radiografias industriais de controle (gamagrafia). Os efeitos das exposições descontroladas a radiações ionizantes, por mau controle dos processos, são em geral sérios: anemia, leucemia, certos tipos de câncer e efeitos que só aparecem nas gerações seguintes (genéticos). Trabalhos com pressões anormais São os trabalhos em que o homem é submetido a pressões diferentes da atmosférica, na qual vive normalmente. Esses trabalhos exigem um controle rígido das operações, principalmente na etapa de descompressão e volta à pressão normal. Ocorrência: em trabalhos submarinos, no trabalho em tubulações e caixões pneumáticos. Os efeitos são: problemas nas articulações, desde dores até paralisia, e outros problemas mais graves que podem ser fatais. Vibrações As vibrações ocorrem, principalmente, nas grandes máquinas pesadas: tratores, escavadeiras, máquinas de terraplanagem, que fazem vibrar o corpo inteiro, e nas ferramentas manuais motorizadas que fazem vibrar as mãos, braços e ombros. Os problemas provenientes das vibrações aparecem em geral após longo tempo de exposição (vários anos). No caso de vibração do corpo inteiro, podem aparecer dores na coluna, problemas nos rins, enjôos (mal de mar); no caso de vibrações localizadas nas mãos e braços, podem aparecer problemas circulatórios (má circulação do sangue) e problemas nas articulações. O tempo longo de exposição e fatores como o frio têm muita influência no aparecimento desses problemas. Má iluminação A iluminação inadequadas nos locais de trabalho pode levar, além de ser causa de baixa eficiência e qualidade do serviço, a uma maior probabilidade de ocorrência de certos tipos de acidentes e a uma redução da capacidade visual das pessoas, o que é um efeito negativo muito importante em alguns tipos de trabalho que exigem atenção e boa visão.
  • 27. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 27 Riscos Biológicos São os microrganismos presentes no ambiente de trabalho que podem trazer doenças de natureza moderada e, mesmo, grave. Eles se apresentam invisíveis a olho nu, sendo visíveis somente ao microscópio. Exemplos: as bactérias, bacilos, vírus, fungos, parasitas e outros. Todos estão sujeitos à contaminação por esses agentes, seja em decorrência de ferimentos e machucaduras, seja pela presença de colegas doentes ou por contaminação alimentar. Exemplo: Nos ferimentos e machucaduras, pode ocorrer, entre outras, a infecção por tétano que pode até matar o empregado. Os colegas podem trazer ao ambiente de trabalho os micróbios que causam hepatite, tuberculose, micose das unhas e da pele. Se o pessoal da copa e cozinha não tiver higiene e asseio, pode ocorrer contaminação das refeições, tendo como possível conseqüência as diarréias. Para prevenção, usam-se as seguintes medidas: • vacinação; • equipamento de proteção individual;
  • 28. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 28 Companhia Siderúrgica de Tubarão • rigorosa higiene pessoal, das roupas e dos ambientes de trabalho; • controle médico permanente. Principais Medidas de Controle dos Riscos Ambientais As principais medidas de controle dos riscos ambientais podem referir-se ao ambiente ou ao pessoal: Medidas relativas ao ambiente Substituição do produto tóxico O produto tóxico pode ser substituído por outro produto menos tóxico ou inofensivo. Esta é a medida ideal, desde que o substituto tenha qualidades próximas às do original. Também, deve-se tomar cuidado para não se criar um risco maior, substituindo um produto tóxico por outro menos tóxico mas altamente inflamável. Exemplos de substituições corretas: benzeno substituído pelo tolueno; substituição de tintas à base de chumbo por tintas à base de zinco; jateamento com areia substituído por jateamento de óxido de alumínio, etc.
  • 29. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 29 Mudança do processo ou equipamento Certas modificações em processos ou equipamentos podem reduzir muito os riscos ou, até, eliminá-los. Exemplos: pintura a imersão ao invés de pintura a pistola (diminuindo-se a formação de vapores dos solventes); rebitagem substituída por solda (menor barulho). Enclausuramento ou confinamento Consiste em isolar determinada operação do resto da área, diminuindo assim o número de pessoas expostas ao risco. Exemplos: cabine de jateamento de areia; enclausuramento de uma máquina ruidosa. Ventilação Pode ser exaustora, retirando o ar contaminado no local de formação do contaminante, ou diluidora, que é aquela que joga ar limpo dentro do ambiente, diluindo o ar contaminado. Exemplos: nos tanques de solventes, nas operações com colas, nas operações geradoras de poeiras, nos rebolos de rebarbamento de peças fundidas. Umidificação Onde há poeiras, o risco de exposição pode ser eliminado ou diminuído pela aplicação de água ou neblina. Muitas operações, feitas a úmido, oferecem um risco bem menor à saúde. Exemplos: mistura de areias de fundição, varredura a úmido. Segregação Segregação quer dizer separação. Nesta medida de controle, separa-se a operação ou equipamento do restante, seja no tempo seja no espaço. Separar no tempo quer dizer fazer a operação fora do horário normal do resto do pessoal; separar no espaço significa colocar a operação a distância, longe dos demais. O número de pessoas expostas ficará bastante reduzido e aqueles que devem ficar junto à operação irão receber proteção especial.
  • 30. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 30 Companhia Siderúrgica de Tubarão Boa manutenção e conservação Rigorosamente, estas medidas não podem ser consideradas formas específicas de prevenção de riscos. Entretanto, são complementos de quaisquer outras medidas. Muitas vezes, a má manutenção é a causa principal dos problemas ambientais. Os programas e cronogramas de manutenção devem ser seguidos à risca, dentro dos prazos propostos pelos fabricantes dos equipamentos. Exemplos: ruído excessivo em estruturas e mancais; vazamentos de produtos tóxicos; superaquecimento. Ordem e limpeza Boas condições de ordem e limpeza e asseio geral ocupam um lugar-chave nos sistemas de proteção ambiental. O pó, em bancadas, rodapés e pisos, que se deposita nas horas calmas, pode rapidamente ser redispersado, no ar da sala, por correntes de ar, movimento de pessoas ou funcionamento de equipamentos. O asseio é sempre importante e onde há materiais tóxicos é importantíssimo, é primordial. A limpeza imediata de qualquer derramamento de produtos tóxicos é importante medida de controle. Para a limpeza de poeira, deve ser preferida a aspiração a vácuo; nunca o pó deve ser soprado com bicos de ar comprimido, para efeito de limpeza. É impossível manter um bom programa de prevenção de riscos ambientais sem um preocupação constante nos aspectos de ordem e limpeza. Medidas relativas ao pessoal Equipamento de Proteção Individual O equipamento de proteção individual deve ser sempre considerado como uma segunda linha de defesa, após serem tentadas medidas relativas ao ambiente de trabalho. Nas situações onde não são eficientes medidas gerais e coletivas relativas ao ambiente, a critério técnico, o EPI é a forma de proteção, aliada à limitação da exposição.
  • 31. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 31 O uso correto do EPI por parte do empregado, o conhecimento das suas limitações e vantagens, são aspectos que todo empregado deve conhecer através de treinamento específico, coordenado pelo pessoal especializado em Segurança e Medicina do Trabalho. Especial cuidado deve ser tomado na conservação da eficiência do EPI, sob pena de o mesmo se tornar uma arma de dois gumes, fornecendo ao empregado confiança numa proteção inexistente. Limitação de exposição A redução dos períodos de trabalho tornam-se importante medida de controle onde e quando todas as outras forem impraticáveis por motivos técnicos, locais (físicos) ou econômicos, não se conseguindo reduzir ou eliminar o risco. Assim, a limitação da exposição, dentro de critérios bem definidos tecnicamente, pode tornar-se uma solução eficiente em muitos casos. Exemplos: controle do tempo de exposição ao calor. às pressões anormais, às radiações ionizantes. Controle Médico Exames médicos pré-admissionais e periódicos são medidas fundamentais de caráter permanente, constituindo-se numa das atividades principais dos serviços médicos da empresa. Uma boa seleção na admissão pode evitar a contratação de pessoas que têm maior sensibilidade e que poderiam adquirir doenças relacionadas com certas atividades. Os exames médicos periódicos dos empregados possibilitam, além de um controle de saúde geral do pessoal, a descoberta e a detenção de fatores que podem levar a uma doença profissional, num estágio ainda inicial e com pouca probabilidade de danos.
  • 32. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 32 Companhia Siderúrgica de Tubarão Riscos de Eletricidade Introdução A eletricidade é de grande utilidade no mundo atual, facilitando muito o trabalho nas indústrias, acionando máquinas e equipamentos. Proporciona, também, conforto e bem-estar em casa, acendendo lâmpadas, fazendo funcionar rádios televisores, geladeiras, aquecedores etc. A eletricidade é uma forma de energia (energia elétrica) transportada através de condutores (fios elétricos), sendo muito conhecidas três das suas unidades, que são: volts (V), ampères (A) e watts (W). A tensão, medida em V (volts), é o potencial elétrico e pode-se fazer analogia com a pressão d'água numa tubulação. Pode-se ter várias voltagens, como, por exemplo, numa fábrica onde existe tensão de 110 V para as lâmpadas, de 220 V para acionar pequenos aparelhos, de 440 V para acionar motores e equipamentos e, mesmo, tensões maiores. A corrente elétrica (I), medida em ampères (A), em analogia com a rede de água, é a vazão. A corrente depende da solicitação do aparelho elétrico, assim como a vazão da torneira depende de quando se abre a válvula. A multiplicação da tensão pela corrente elétrica dá a potência (P), que é medida em watts (W) ou c.v. (cavalo-vapor). Em eletricidade, há outro fator importante: a resistência elétrica (R), medida em Ohm (Ω), que, a grosso modo, pode ser comparada com a perda de carga de uma tubulação ou de um escoamento de fluido. Mas, enquanto uma rede d'água não mata, quando se toca na tubulação, a energia elétrica, que tanto benefício traz, pode matar pelo choque elétrico. O que é Eletricidade Para uma maior compreensão dos acidentes e riscos causados pela eletricidade, é preciso explicar alguns conceitos e algumas características da eletricidade.
  • 33. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 33 Lei de OHM A Lei de Ohm estabelece que a corrente elétrica que atravessa um condutor está em proporção direta à diferença de potencial e em proporção inversa à resistência do condutor. SÍMBOLO SIGNIFICADO UNIDADE V Corrente volts (V) I Tensão ampères (A) R Resistência Ohms (Ω) Da lei de Ohm tem-se que: I = V/R. Segundo essa lei, para uma dada tensão, que geralmente é fixa (110, 220, 440 volts), quanto maior for a resistência elétrica menor será a corrente. Exemplo: V = 110 volts Para R = 10 I = 110/10 = 11 Ampères V = 110 volts Para R = 20 I = 110/20 = 5,5 Ampères Para acontecer qualquer acidente com uma pessoa, é necessário que passe pelo seu corpo uma determinada corrente e, conforme o lugar por onde passa e o tempo de contato dessa corrente, ter- se-á a gravidade e o tipo de efeito do acidente. Como se vê anteriormente, a corrente depende da tensão e da resistência elétrica, e a passagem da corrente elétrica pelo corpo humano depende da resistência elétrica do mesmo. A resistência elétrica do corpo humano depende de diversos fatores, como exemplo variação da tensão aplicada, tipo de pele, os meios internos como vasos sangüíneos e sistema nervoso, tipo de contato e condição da pele. Existem dois tipos principais de resistência do corpo humano, sendo a cutânea (da pele) a que oferece maiores variações de valores, dependendo da espessura da pele no local, da umidade da pele, variando de 1.000 a 100.000 Ohms, podendo atingir valores maiores. A outra resistência, a dos meios internos, varia menos, de 500 a 1.000 Ohms aproximadamente. Portanto, a resistência elétrica do corpo humano varia de 1.500 a 100.000 Ohms, em média.
  • 34. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ EFEITOS DA CORRENTE ELÈTRICA ___________________________________________________________________________________________________ CST 34 Companhia Siderúrgica de Tubarão Considerando que uma corrente de 25 miliampères pode causar acidentes fatais, e considerando-se uma resistência de 1.500 Ohms para o corpo humano, tem-se: V = I x R = 0,025 x 1.500 = 37,5V Portanto, uma tensão de 37,5 volts já poderá causar acidentes fatais em casos especiais de contato. Intensidade (miliampères) Estado Possível de Choque Perturbações Possíveis Resultado Final Provável 1 Normal Nenhuma Normal 1 a 3 Normal Pequena sensação desagradável Normal 3 a 9 Normal Sensação de choque desagradável; contrações musculares Normal 9 a 20 Morte aparente Sensações dolorosas; contrações musculares violentas; dificuldade de respirar; perturbações circulatórias Restabelecimento ou Morte 20 a 100 Morte aparente Sensação insuportável; contrações musculares violentas; asfixia; perturbação circulatória; desmaios. Restabelecimento ou Morte acima de 100 Morte aparente Desmaios; asfixia imediata; fibrilação ventricular. Morte O tempo de contato com a corrente é muito importante na gravidade dos acidentes, porque, como foi visto na tabela anterior, determinadas intensidades de corrente produzem contrações musculares que levam à asfixia e à fibrilação ventricular, o que, por tempo prolongado, causa acidente fatal ou, então dificulta a recuperação. Estima-se em menos de 2 minutos o tempo de choque em que as contrações musculares levam à asfixia. O trajeto da corrente no corpo humano tem grande influência para as conseqüências do choque elétrico, pois é mais difícil reanimar uma pessoa com fibrilação ventricular, que exige um processo de
  • 35. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 35 massagem cardíaca, difícil de se executar, do que uma pessoa que, simplesmente, tem uma asfixia e que pode ser reanimada com o processo de respiração artificial. Abaixo, um tipo de contato elétrico onde há passagem de corrente elétrica pelo corpo e a porcentagem de corrente que passa pelo coração: Principais Sintomas Causados pelo Choque As principais conseqüências devidas a choques elétricos podem ser divididas em dois tipos; os que causam: Choques que não causam lesões orgânicas • Os casos de pequenos choques elétricos de simples descargas elétricas de baixa intensidade num intervalo de tempo pequeno, sem causar danos, em que a vítima sente apenas um formigamento no local de contato; • Os choques elétricos um poucos mais fortes, por pouco tempo, quando a pessoa atingida sofre uma violenta contração muscular; • Os choques elétricos em que a vítima, além da violenta contração muscular, sofre um estado de comoção que se dissipa rapidamente; • Os choques elétricos que, causando a contração dos músculos das regiões próximas à do contato, levam a lesões profundas, como queimadura no local e outros acidentes, por exemplo, quedas. Choques que causam lesões orgânicas: A vítima do choque elétrico fica em estado de morte aparente devido a um ou mais fatores que são explicados abaixo:
  • 36. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 36 Companhia Siderúrgica de Tubarão • Inibição do centro respiratório. É o caso em que devido ao choque elétrico os músculos respiratórios se contraem violentamente e perdem a sua capacidade muscular, podendo levar à parada respiratória; • Fibrilação do coração. É o caso em que, após a passagem de uma corrente elétrica pelos músculos do coração, estes entram num estado de batimento insatisfatório, fazendo que o coração não execute a sua função de bombear sangue. Riscos Elétricos Como já foi visto, até uma tensão de 37,5 volts poderá causar um acidente fatal em determinadas condições. Como a maioria das instalações elétricas são de uma voltagem de 110 V ou mais, sempre existirão perigos potenciais de acidentes elétricos. Os principais tipos de riscos elétricos são: • Fios e partes metálicas sob tensão, desprotegidos, que poderão ser tocados acidentalmente ou sem conhecimento de que estejam energizados. • Máquinas, equipamentos e ferramentas que estejam com suas carcaças energizadas, devido a falha do isolamento interno da sua fiação, poderão causar choques elétricos quando não aterradas eletricamente e quando a mão do operador estiver úmida ou ele estiver sobre o piso úmido sem calçados apropriados. Estes tipos de contato poderão causar o surgimento de uma diferença de potencial entre uma pessoa e a terra e com isso a passagem de corrente elétrica através do seu corpo. Além desses acidentes, o choque elétrico poderá desencadear outros efeitos mais graves como, por exemplo, os casos em que a vítima, após o contato com partes energizadas da instalação em lugares altos, em passarelas ou andaime, pode sofrer uma queda, se não estiver devidamente segura no local. Existe o risco de se provocar incêndio devido a um condutor subdimensionado ou por haver nele uma sobrecarga, ou seja, a corrente que passa no condutor é mais que a corrente que ele pode suportar, a ponto de o seu isolamento entrar em deterioração, com conseqüente curto-circuito. Ligações de fios com contatos mal feitos criarão uma maior resistência elétrica que poderá aquecer o local da ligação. Desligar chave tipo faca, com aparelhos ligados, poderá fazer com que haja a formação do arco voltaico (formação de faísca), o que
  • 37. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 37 poderá ser perigoso, principalmente em ambiente onde se armazenam inflamáveis. Cuidados nas Instalações Elétricas Algumas providências são essenciais. Deve-se, assim: • Tomar alguns cuidados com as instalações elétricas como, por exemplo, não deixar fios, partes metálicas ou objetos expostos que possam ser tocados por pessoas. Em casos de emergência, colocar placas de advertência de forma bem visível com o nome do responsável; • Não deixar chaves tipo faca e nem quadro de comando de força expostos, com suas partes energizadas oferecendo riscos de contato acidental; • Proteger os equipamentos elétricos de alta tensão através de guardas fixas, como cercas, ou instalá-los em locais que não oferecem perigo; • Usar fiação correta para as ligações, dimensionando a bitola da mesma de acordo com a carga (corrente) que irá conduzir, usando para isso, de preferência, as tabelas da NB-3 da ABNT; • Proteger as instalações elétricas, usando fusíveis e disjuntores para que, em caso de sobrecarga, o circuito seja desligado, queimando o fusível ou desligando o disjuntor, provocando o corte do fornecimento de energia e com isso não danificando a instalação elétrica e o equipamento; • Ao ligar um aparelho e uma tomada elétrica ou ao fazer uma ligação de um aparelho a uma rede elétrica, verificar se a tensão da linha de fornecimento corresponde à do aparelho e se, ligando-se o aparelho, não se irá sobrecarregar a linha, provocando a queima do fusível, queda de disjuntores ou danos na fiação elétrica; • Não ligar simultâneamente mais de um aparelho à mesma tomada de corrente; • Usar ferramentas manuais com isolamento elétrico; • Certificar se o circuito elétrico esta energizado ou não, através do detector de tensão; • Identificar o nível de tensão das instalações elétricas, e colocar placas de advertência. Medidas Preventivas em Instalações Elétricas As medidas a seguir têm importância capital na prevenção de acidentes.
  • 38. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 38 Companhia Siderúrgica de Tubarão • Somente usar material, aparelhos e equipamentos, de qualidade comprovada; • Permitir a instalação e manutenção somente por profissionais qualificados e obedecendo às normas técnicas vigentes no país; • Manter as instalações e os aparelhos em ótimo estado de conservação e manutenção; • Tomar cuidado em qualquer serviço nas instalações elétricas, mesmo as de baixa tensão; • Usar somente fios com capacidade adequada para o equipamento a ser utilizado, devidamente protegidos contra toque acidental, preferivelmente isolados e protegidos mecanicamente, fazendo-se a instalação aérea ou por eletroduto (conduíte) rígido ou flexível; • Aterrar eletricamente as carcaças e as proteções metálicas dos equipamentos. Ver, no fim deste capítulo, como aterrar adequadamente máquinas e equipamentos; • Proteger de toques acidentais os equipamentos sob tensão, colocando-os dentro de caixas especiais ou cercando-os com barreiras fixas (cerca de tela ou balaustrada). Nos acidentes de origem elétrica, o número de casos fatais poderá ser consideravelmente diminuído se medidas de socorros forem postas imediatamente em prática, já que o tempo de exposição à corrente é um fator muito importante no agravamento deste tipo de acidentes. E o ideal é que todos conheçam os métodos de primeiros socorros para acidentes causados por eletricidade ou, pelo menos, o pessoal que trabalha com ela ou em lugares onde o risco de choques elétricos é alto. Na reanimação de um acidentado, devem-se observar alguns cuidados como, por exemplo: • antes de tocar no corpo da vítima, procurar livrá-la do circuito elétrico, com segurança e rapidez; • não usar as mãos nuas ou qualquer objeto metálico para cortar o circuito ou afastar fios; usar luvas ou bastões isolantes; • verificar se o desligamento da corrente não causará uma grande queda da vítima e, se isto for ocorrer, procurar um meio de ampará-la. Passos a seguir na reanimação: a) desligar imediatamente circuito; b) mover o menos possível a vítima; c) examine as narinas, abra a boca, desenrole a língua e retire objetos estranhos (dentaduras, palitos, alimentos, etc.) se for o caso;
  • 39. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 39 d) se for o caso de respiração artificial, seguir as instruções do Capítulo de Primeiros Socorros; e) afrouxar o colarinho e peças de roupa que impeçam a livre circulação; f) se for o caso, iniciar imediatamente a massagem cardíaca. Aterramento Elétrico O aterramento elétrico é uma maneira entre várias de eliminar os riscos: Choque elétrico - proveniente de defeitos de equipamentos elétricos e causado por processos industriais; Incêndios ou explosões - resultantes da manipulação de produtos inflamáveis e/ou explosivos. Além das duas finalidades mencionadas, ele é mais comumente utilizado com o propósito de oferecer segurança aos equipamentos e às instalações elétricas. O emprego do aterramento elétrico, quando visa à proteção de equipamentos e instalações elétricas, normalmente se dá quer como meio de proteção às instalações elétricas, quer como meio de proteção a equipamentos elétricos; tal é o caso dos dispositivos como o pára-raios, que visam a proteger as linhas aéreas quanto aos perigos decorrentes de sobretensões ou, então, a evitar a interferência que surge em equipamentos eletrônicos devido à falta do aterramento elétrico. Em ambos os casos descritos acima, os cuidados a serem observados na instalação não são tão críticos quanto aqueles dirigidos à proteção de pessoas, por causa dos riscos de choque elétrico e quanto à proteção de instalações, no caso de incêndios e explosões. A obrigatoriedade do uso do aterramento elétrico como medida de controle dos riscos provenientes do uso da eletricidade, é dada pela portaria 3214 de 8 de junho de 1978 do Ministério do Trabalho, através da Norma Regulamentadora nº 10, "Instalações e Serviços em Eletricidade".
  • 40. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ Noções Básicas de Demarcações de Segurança ___________________________________________________________________________________________________ CST 40 Companhia Siderúrgica de Tubarão Introdução Sendo, a visão, a capacidade sensitiva mais usada pelo homem (aproximadamente 87% das sensações recebidas passam pelo órgão da visão), e como em muito caso há necessidade de uma rápida distinção entre o perigoso e o seguro, ou da localização de certos equipamentos, com segurança e rapidez, resolveu-se padronizar o uso das cores. Com o uso de cores padronizadas, pode-se, em caso de incêndio, localizar os equipamentos de combate ao fogo, com rapidez, distinguir os dispositivos de parada de emergência de máquinas ou notar suas partes perigosas. O uso de tubulações pintadas em cores padronizadas permite distinguir cada elemento transportado em uma tubulação entre diversas tubulações existentes dentro de uma empresa. Cores e Sinalização na Segurança do Trabalho Tem por objetivo fixar as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes, identificando os equipamentos de segurança, delimitando áreas, identificando as canalizações empregadas nas empresas para a condução de líquidos e gases, e advertindo contra riscos. Deverão ser adotadas cores para segurança em estabelecimentos ou locais de trabalho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes. A utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas de prevenção de acidentes. O uso de cores deverá ser o mais reduzido possível, a fim de não ocasionar distração, confusão e fadiga ao trabalhador. As cores aqui adotadas serão as seguintes: • Vermelho, amarelo, branco, preto, azul, verde, laranja, púrpura, lilás, cinza, alumínio, marrom. A indicação em cor, sempre que necessária, especialmente quando em área de trânsito para pessoas estranhas ao trabalho, será acompanhada dos sinais convencionais ou a identificação por palavras. Vermelho O vermelho deverá ser usado para distinguir e indicar equipamentos e aparelhos de proteção e combate a incêndio. Não deverá ser usada na indústria para assinalar perigo, por ser de
  • 41. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 41 pouca visibilidade em comparação com o amarelo (de alta visibilidade) e o alaranjado (que significa Alerta). É empregado para identificar: • Caixa de alarme de incêndio; • Hidrantes; • Bombas de incêndio; • Sirene de alarme de incêndio; • Extintores e sua localização; • Indicações de extintores (visível à distância, dentro da área de uso do extintor); • Localização de mangueiras de incêndio (a cor deve ser usada no carretel, suporte, moldura da caixa ou nicho); • Tubulações, válvulas e hastes do sistema de aspersão de água; • Transporte com equipamentos de combate a incêndio; • Portas de saídas de emergência; • Rede de água para incêndio (SPRINKLERS); • Mangueira de acetileno (solda oxiacetilênica). A cor vermelha será usada excepcionalmente com sentido de advertência de perigo: • Nas luzes a serem colocadas em barricadas, tapumes de construções e quaisquer outras obstruções temporárias; • Em botões interruptores de circuitos elétricos para paradas de emergência. Amarelo Em canalizações, deve-se utilizar o amarelo para identificar gases não liqüefeitos.
  • 42. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 42 Companhia Siderúrgica de Tubarão O amarelo deverá ser empregado para indicar "Cuidado!", assinalando: • Partes baixas de escadas portáteis; • Corrimões, parapeitos, pisos e partes inferiores de escadas que apresentem risco; • Espelhos de degraus de escadas; • Bordos desguarnecidos de aberturas no solo (poço, entradas subterrâneas, etc.) e de plataformas que não possam ter corrimões; • Bordas horizontais de portas de elevadores que se fecham verticalmente; • Faixas no piso de entrada de elevadores e plataformas de carregamento; • Meios-fios, onde haja necessidade de chamar atenção; • Paredes de fundo de corredores sem saída; • Vigas colocadas à baixa altura; • Cabines, caçambas, guindastes, escavadeiras, etc; • Equipamentos de transporte e manipulação de material tais como: empilhadeiras, tratores industriais, pontes-rolantes, vagonetes, reboques, etc; • Fundos de letreiros e avisos de advertência; • Pilastras, vigas, postes, colunas e partes salientes da estrutura e equipamentos em que se possa esbarrar; • Cavaletes, porteiras e lanças de cancelas; • Bandeiras como sinal de advertência (combinado ao preto); • Comandos e equipamentos suspensos que ofereçam risco; • Pára-choques para veículos de transporte pesados, com listras pretas. Listras (verticais ou inclinadas) e quadrados pretos serão usados sobre o amarelo quando houver necessidade de melhorar a visibilidade da sinalização. Branco O branco será empregado em: • Passarelas e corredores de circulação, por meio de faixas (localização e largura); • Direção e circulação, por meio de sinais; • Localização e coletores de resíduos; • Localização de bebedouros;
  • 43. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 43 • Áreas em torno dos equipamentos de socorro de urgência, de combate a incêndio ou outros equipamentos de emergência; • Áreas destinadas à armazenagem; • Zonas de segurança. Preto O preto será empregado para indicar as canalizações de inflamáveis e combustíveis de alta viscosidade (ex.: óleo lubrificante, asfalto, óleo combustível, alcatrão, piche, etc.). O preto poderá ser usado em substituição ao branco, ou combinado a este quando condições especiais o exigirem. Azul O azul será utilizado para indicar "Cuidado!", ficando o seu emprego limitado a avisos contra uso e movimentação de equipamentos, que deverão permanecer fora de serviço. • Empregado em barreiras e bandeirolas de advertência a serem localizadas nos pontos de comando, de partida, ou fontes de energia dos equipamentos. Será também empregado em: • Canalizações de ar comprimido; • Prevenção contra movimento acidental de qualquer equipamento em manutenção; • Avisos colocados no ponto de arranque ou fontes de potência. Verde O verde é a cor que caracteriza "segurança". Deverá ser empregado para identificar: • Canalizações de água; • Caixas de equipamentos de socorro de urgência; • Caixas contendo máscaras contra gases; • Chuveiros de segurança; • Macas; • Fontes lavadoras de olhos; • Quadros para exposição de cartazes, boletins, avisos de segurança, etc; • Porta de entrada de salas de curativos de urgência; • Localização de EPI; caixas contendo EPI;
  • 44. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 44 Companhia Siderúrgica de Tubarão • Emblemas de segurança; • Dispositivos de segurança; • Mangueiras de oxigênio (solda oxiacetilênica). Laranja O laranja deverá ser empregado para identificar: • Canalizações contendo ácidos; • Partes móveis de máquinas e equipamentos; • Partes internas das guardas de máquinas que possam ser removidas ou abertas; • Faces internas de caixas protetoras de dispositivos elétricos; • Faces externas de polias e engrenagens; • Botões de arranque de segurança; • Dispositivos de corte, bordas de serras, prensas; Púrpura A púrpura deverá ser usada para indicar os perigos provenientes das radiações eletromagnéticas penetrantes de partículas nucleares. Deverá ser empregada a púrpura em: • Portas e aberturas que dão acesso a locais onde se manipulam ou armazenam materiais radioativos ou materiais contaminados pela radioatividade; • Locais onde tenham sido enterrados materiais e equipamentos contaminados; • Recipientes de materiais radioativos ou de refugos de materiais e equipamentos contaminados; • Sinais luminosos para indicar equipamentos produtores de radiações eletromagnéticas penetrantes e partículas nucleares. Lilás O lilás deverá ser usado para indicar canalizações que contenham álcalis. As refinarias de petróleo poderão utilizar o lilás para a identificação de lubrificantes.
  • 45. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 45 Cinza Cinza Claro O cinza claro deverá ser usado para identificar canalizações em vácuo. Cinza Escuro O cinza escuro deverá ser usado para identificar eletrodutos. Alumínio O alumínio será utilizado em canalizações contendo gases liqüefeitos, inflamáveis e combustíveis de baixa viscosidade (ex.: óleo diesel, gasolina, querosene, óleo lubrificante, etc.). Marrom O marrom pode ser adotado, a critério da empresa, para identificar qualquer fluido não identificável pelas demais cores. Cores em Máquinas O corpo das máquinas deverá ser pintado em branco, preto ou verde. Cores em Canalizações As canalizações industriais, para condução de líquidos e gases, deverão receber a aplicação de cores, em toda sua extensão, a fim de facilitar a identificação do produto e evitar acidentes. Obrigatoriamente, a canalização de água potável deverá ser diferenciada das demais. Quando houver a necessidade de uma identificação mais detalhada (concentração, temperatura, pressões, pureza, etc.), a diferenciação far-se-á através de faixas de cores diferentes, aplicadas sobre a cor básica. A identificação por meio de faixas deverá ser feita de modo que possibilite facilmente a sua visualização em qualquer parte da canalização. Todos os acessórios das tubulações serão pintados nas cores básicas de acordo com a natureza do produto a ser transportado. O sentido de transporte de fluido, quando necessário, será indicado por meio de seta pintada em cor de contraste sobre a cor básica da tubulação. Para fins de segurança pelo mesmo sistema de cores que as canalizações.
  • 46. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 46 Companhia Siderúrgica de Tubarão Sinalização para Armazenamento de Substância Perigosas O armazenamento de substâncias perigosas deverá seguir padrões internacionais. Para fins do disposto no item anterior, considera-se substância perigosa todo o material que seja, isoladamente ou não, corrosivo, tóxico, radioativo, oxidante, e que durante o seu manejo, armazenamento, processamento, embalagem, transporte, possa conduzir efeitos prejudiciais sobre trabalhadores, equipamentos, ambiente de trabalho. Símbolos para Identificação dos Recipientes na Movimentação de Materiais Na movimentação de materiais no transporte terrestre, marítimo, aéreo e intermodal, deverão ser seguidas as normas técnicas sobre simbologia vigentes no país. Rotulagem Preventiva A rotulagem dos produtos perigosos ou nocivos à saúde deverá ser feita segundo as normas constantes deste item. Todas as instruções dos rótulos deverão ser breves, precisas, redigidas em termos simples e de fácil compreensão. A linguagem deverá ser prática, não se baseando somente nas propriedades inerentes a uma produto, mas dirigida de modo a evitar os riscos resultantes do uso, manipulação e armazenagem do produto. Onde possa ocorrer misturas de duas ou mais substâncias químicas, com propriedades que variem, em tipo ou grau daquelas dos componentes considerados isoladamente, o rótulo deverá destacar as propriedades perigosas do produto final. Do rótulo deverão constar os seguintes tópicos: • Nome Técnico do Produto; • Palavra de Advertência, designando o grau de risco; • Indicações de Risco; • Medidas Preventivas, abrangendo aquelas a serem tomadas; • Primeiros Socorros; • Informações Para Médicos, em casos de acidentes; • Instruções Especiais em Caso de Fogo, Derrame ou Vazamento, quando for o caso. No cumprimento do disposto no item anterior dever-se-á adotar o seguinte procedimento: Nome Técnico Completo
  • 47. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 47 O rótulo especificando a natureza do produto químico. Exemplo: "Ácido Corrosivo", "Composto de Chumbo" etc. Em qualquer situação a identificação deverá ser adequada, para permitir a escolha do tratamento médico correto, no caso de acidente. Palavra de Advertência As palavras de advertência que devem ser usadas são: "PERIGO" - para indicar substâncias que apresentam alto risco. "ATENÇÃO" - para substâncias que apresentam risco leve. Indicação de Risco As indicações deverão informar sobre os riscos relacionados ao manuseio de uso habitual ou razoavelmente previsível do produto. Exemplos: "Extremamente Inflamáveis", "Nocivo se Absorvido Através da Pele", etc. Medidas Preventivas Têm por finalidade estabelecer outras medidas a serem tomadas para evitar lesões ou danos decorrentes dos riscos indicados. Exemplos: "Mantenha Afastado do Calor, Faíscas e Chamas Abertas" e "Evite Inalar a Poeira". Primeiros Socorros Medidas específicas que podem ser tomadas antes da chegada do médico.
  • 48. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 48 Companhia Siderúrgica de Tubarão Noções Básicas de Combate à Incêndio Princípios Básicos do Fogo Para nossa própria segurança, devem-se conhecer os dois aspectos fundamentais da proteção contra incêndio. O primeiro aspecto é o da prevenção de incêndios, isto é, evitar que ocorra o fogo, utilizando certas medidas básicas, as quais envolvem a necessidade de se conhecerem, entre outros itens: a) as características do fogo; b) as propriedades de risco dos materiais; c) as causas de incêndios; d) o estudo dos combustíveis. Quando, apesar da prevenção, ocorre um princípio de incêndio, é importante que ele seja combatido de forma eficiente, para que sejam minimizadas suas conseqüências. A fim de que esse combate seja eficaz, deve-se, ainda:
  • 49. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 49 a) conhecer os agentes extintores; b) saber utilizar os equipamentos de combate a incêndios; c) saber avaliar as características do incêndio, o que determinará a melhor atitude a ser tomada. Pode-se definir o fogo como a conseqüência de uma reação química denominada combustão, que produz calor ou calor e luz. Para que ocorra essa reação química, dever-se-á ter, no mínimo, dois reagentes que, a partir da existência de uma circunstância favorável, poderão combinar-se. Os elementos essenciais do fogo são: • combustível (carbono, hidrogênio) • comburente (oxigênio); • calor (energia de ativação). Combustível Em síntese, combustível é todo material, toda substância que possui a propriedade de queimar, de entrar em combustão. Os combustíveis podem apresentar-se em 3 estados físicos: • sólido (madeira, papel, tecidos, etc.); • líquido (álcool, éter, gasolina, etc.); • gasoso (acetileno, butano, propano, etc.).
  • 50. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 50 Companhia Siderúrgica de Tubarão Comburente Normalmente, o oxigênio combina-se com o material combustível, dando início à combustão. O ar atmosférico contém, na sua composição, cerca de 21% de oxigênio. Para demonstrar a importância do oxigênio na reação, recomendamos a seguinte experiência: 1º acender uma vela; 2º colocar um copo de material resistente ou um recipiente de vidro sobre a vela. Observe que a chama diminuirá gradativamente até a extinção do fogo; isso porque o oxigênio existente no recipiente vai sendo consumido na reação, até atingir uma quantidade insuficiente para mantê-la. Genericamente, o comburente é definido como "mistura gasosa que contém o oxidante em concentração suficiente para que em seu meio se desenvolva a reação de combustão". Calor É o elemento que fornece a energia de ativação necessária para iniciar a reação entre o combustível e o comburente, mantendo e propagando a combustão, como a chama de um palito de fósforos. Note-se que o calor propicia: a) elevação da temperatura; b) aumento do volume dos corpos; c) mudança no estado físico das substância.
  • 51. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 51 Há casos de materiais em que a própria temperatura ambiente já serve como fonte de calor, como o magnésio, por exemplo. Condições Propícias para a Combustão Além dos elementos essenciais do fogo, há a necessidade de que as condições em que esses elementos se apresentam sejam propícias para o início da combustão. Se uma pessoa trabalha em um escritório iluminado com uma lâmpada incandescente de 100 watts e, além disso, ela fuma, haverá no ambiente: Combustível: mesa, cadeira, papel, etc.; Comburente: oxigênio presente na atmosfera; Calor: representado pela lâmpada incandescente ligada e pelo cigarro acesso. Apesar de esses três elementos estarem presentes no ambiente, só ocorrerá incêndio, se, por distração da pessoa que está trabalhando, uma folha de papel, por exemplo, encostar no cigarro aceso. Neste caso, o calor do cigarro aquecerá o papel e este começará a liberar vapores que, em contato com a fonte de calor (brasa do cigarro), se combinará com o oxigênio do ar e entrará em combustão.
  • 52. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 52 Companhia Siderúrgica de Tubarão IMPORTANTE: Somente quando o combustível se apresentar sob a forma de vapor (ou gás), ele poderá, normalmente, entrar em ignição. Se esse combustível estiver no estado sólido ou líquido, haverá necessidade de que seja aquecido, para que comece a liberar vapores ou gases. Esquematicamente, podem-se considerar vários casos: aquecimento a) sólido ----------------------------------> vapor Exemplo: Papel aquecimento aquecimento b) sólido -------------------------> líquido --------------------------> vapor Exemplo: Parafina
  • 53. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 53 aquecimento c) líquido ----------------------------------> vapor Exemplo: Óleos combustíveis d) gás (já se apresenta no estado físico adequado à combustão) Exemplo: Acetileno Quanto ao oxigênio, ele deverá estar presente no ambiente, em porcentagens adequadas. Para cada combustível haverá a necessidade da presença de uma porcentagem mínima de oxigênio, a partir da qual a mistura poderá entrar em combustão. A concentração de oxigênio abaixo desse limite inviabiliza a combustão, pois a mistura combustível- comburente estará muito "rica". Reação em Cadeia Toda reação química envolve troca de energia. Na combustão, parte da energia desprendida é dissipada no ambiente, provocando os efeitos térmicos derivados do incêndio; o restante continua a aquecer o combustível, fornecendo a energia (fonte de calor)) necessária para que o processo continue. Didaticamente, representa-se a reação química da seguinte forma: COMBUSTÍVEL + COMBURENTE FONTE DE IGNIÇÃO LUZ + CALOR + FUMOS + GASES (vapor) Essa reação vai ter uma velocidade de propagação relacionada com diversos fatores, tais como temperatura, umidade do ar, características inerentes ao material combustível, forma física desse material (sólido bruto ou particulado, líquido, etc.), condições de ventilação aspectos que serão adiante analisados:
  • 54. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 54 Companhia Siderúrgica de Tubarão ER - Energia das substâncias reagentes EA - Energia de ativação EI = ER + EA = Energia do processo que desencadeia a reação EP = Energia final dos produtos da reação ∆E1 = parte da energia desprendida que é reaproveitada no processo, continuando a aquecer as substâncias reagentes; ∆E2 = parte da energia desprendida que é dissipada no ambiente. Triângulo do Fogo Os três elementos básicos para que um fogo se inicie são, portanto, o material combustível, o comburente e a fonte de ignição ou fonte de calor. A representação gráfica desse conjunto é tradicionalmente chamada de Triângulo do Fogo. Conforme ao exposto no item anterior, a propagação do fogo vai depender da existência de energia suficiente para manter a reação em cadeia.
  • 55. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ SENAI Departamento Regional do Espírito Santo 55 Combustão A combinação dos três elementos do triângulo do fogo sob condições propícias permite a ignição e a continuação das reações químicas, as quais podem ser classificadas em: • oxidação lenta, • combustão simples, • deflagração, • detonação, • explosão. O parâmetro empregado para classificar as combustões é a velocidade de propagação. A velocidade de propagação é definida como a velocidade de deslocamento da frente de reação, ou a velocidade de deslocamento da fronteira entre a área já queimada (zona dos produtos da reação) e a área ainda não atingida pela reação (zona não destruída). Classificação Oxidação lenta - A energia despendida na reação é dissipada no meio ambiente sem criar um aumento de temperatura na área atingida (não ocorre a reação em cadeia). É o que ocorre com a ferrugem (oxidação do ferro) ou com o papel, quando fica amarelecido. A propagação ocorre lentamente, com velocidade praticamente nula. Combustão simples - Há percepção visual do deslocamento da frente de reação, porém a velocidade de propagação é inferior a 1 metro por segundo (m/s). Os incêndios normais, como a combustão de madeira, papel, algodão, são exemplos de combustão simples, onde a energia desprendida na reação é dissipada, indo parte para o ambiente e sendo parte utilizada para manter a reação em cadeia, ativando a mistura combustível- comburente.
  • 56. Espírito Santo ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________ CST 56 Companhia Siderúrgica de Tubarão Deflagração - A velocidade de propagação é superior a 1 m/s, mas inferior a 400 m/s. Surge o fenômeno de elevação da pressão com valores limitados entre 1 e 10 vezes a pressão inicial. Ocorre a deflagração com a pólvora, misturas de pós combustíveis e vapores líquidos inflamáveis. Detonação - A velocidade de propagação é superior a 400 m/s. Pela descontinuidade das ondas de pressão geradas, cria-se uma onda de choque que pode atingir até 100 vezes a pressão inicial. Ocorre com explosivos industriais, como a nitroglicerina, e, em circunstâncias especiais, com mistura de gases e vapores em espaços confinados. Explosão - O termo pode ser aplicado genericamente aos fenômenos onde o surgimento de ondas de pressão produzem efeitos destrutivos, quando o ambiente onde ocorre a reação não pode suportar a pressão gerada. Comportamento do Combustível Pelos efeitos possíveis de uma combustão em função da velocidade de propagação, fica evidente a necessidade de se conhecerem os fatores que influem na velocidade de propagação, para que o técnico prevencionista possa calcular os riscos oriundos de determinada mistura combustível-comburente. Estado Físico Para avaliação do risco de incêndio, o estado físico do combustível é o primeiro aspecto a ser analisado: Combustível sólido - em condições normais, o aquecimento de um combustível no estado sólido provoca inicialmente a vaporização da umidade, obtendo-se um resíduo sólido (carbono fixo); posteriormente, pela ação do calor, são liberados compostos gasosos que reagirão com o oxigênio em presença do calor, até que seja consumida toda a matéria combustível. Combustível líquido - a combustão dos líquidos, de composição CN Hm, é decorrente de dois processos: Teoria da Hidroxilização Os hidrocarbonetos pulverizados são decompostos, quando sob a ação do oxigênio e do calor, em compostos hidroxilados (tipo aldeído) de cadeia menor. A ação contínua do calor e do oxigênio acaba por transformar estes compostos em espécies químicas mais simples, como monóxido de carbono e hidrogênio, que sofrerão nova combustão, produzindo, finalmente, dióxido de carbono e água. Assim, a chama azul produzida no Bico de Bunsem, indicativa de combustão de monóxido de carbono e