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Catequeses Quaresmais
1. OS DEZ MANDAMENTOS
- Os mandamentos têm seu fundamento no livro do Êxodo, são retomados pelo livro do Deuteronômio,
e recebem uma formulação mais clara e prática através da história da Igreja. O quadro que se segue
leva a entender o nascimento e a formulação do Decálogo.
Êxodo 20,2-17 Deuteronômio 5,6-21 Hoje
Eu sou o Senhor teu Deus Eu sou o Senhor teu Deus,
Que te fez sair aquele que te fez sair
Da terra do Egito da terra do Egito,
Da casa da servidão. Da casa da servidão.
Não terás Não terás Amar a Deus
Outros deuses diante de mim. Outros deuses além de mim... Sobre todas as
Não farás para ti coisas
Imagem esculpida de nada
Que se assemelhe ao que
Existe lá em cima, nos céus,
Ou embaixo na terra,
Ou nas águas
Que estão debaixo da terra,
Não te prostrarás
Diante desses deuses
E não os servirás, porque
Eu, o Senhor teu Deus,
Sou um Deus ciumento,
Que puno a iniqüidade dos pais
Nos filhos,
Até à terceira
E quarta geração
Dos que me odeiam,
E faço misericórdia
Até à milésima geração
Para aqueles que me amam
E guardam os meus
Mandamentos.
Não pronunciarás em vão Não pronunciarás em vão Não tomar seu
O nome do Senhor o nome do Senhor Santo nome
Teu Deus, teu Deus... em vão.
Porque o Senhor não deixará
Impune
Aquele que pronunciar
Em vão o seu nome.
Lembra-te do dia do sábado Guardarás o dia de sábado Guardar
Para santificá-lo. Para santificá-lo... domingos e
Trabalharás durante festas de
Seis dias, e farás guarda
Todas as tuas obras.
O sétimo dia, porém,
É o sábado
1
Do Senhor teu Deus.
Não farás nenhum trabalho,
Nem tu, nem teu filho,
Nem tua filha,
Nem teu escravo nem tua
Escrava.
Nem teu animal,
Nem o estrangeiro
Que está em tuas portas,
Porque em seis dias
O Senhor fez o céu,
A terra, o mar e tudo o
Que eles contêm,
Mas repousou no sétimo dia;
Por isso o Senhor
Abençoou o dia do sábado
E o santificou.
Honra teu pai e tua mãe, Honra teu pai e tua mãe... Honrar pai e
Para que se prolonguem mãe.
Os teus dias na terra
Que o Senhor teu Deus
Te dá.
Não matarás. Não matarás Não matar.
Não cometerás adultério. Não cometerás adultério. Não pecar
contra
A castidade.
Não roubarás. Não roubarás.
Não furtar.
Não apresentarás Não apresentarás
Um falso testemunho um falso testemunho Não levantar
Contra teu próximo. Contra o teu próximo. Falso testemunho.
Não cobiçarás Não cobiçarás
A casa de teu próximo, a mulher de teu próximo. Não desejar a
Não desejarás a sua mulher, mulher do
Nem a sua serva, próximo.
Nem o seu boi, Não desejarás...
Nem o seu jumento, coisa alguma que pertença Não cobiçara as
Nem coisa alguma a teu próximo. Coisas alheias.
Que pertença a teu próximo.
Mestre, o que devo fazer?
- Um jovem se aproxima de Jesus e pergunta: “Mestre, o que devo fazer de bom para ter a vida eterna?”
Jesus responde: “Se queres entrar na vida eterna, observa os mandamentos”. E Cristo vai dizendo os
mandamentos para o jovem, e acrescenta: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 19,16-19).
- Como decorrência da observância dos mandamentos que o jovem atestou perante o Mestre, Jesus faz
uma proposta mais avançada e exigente: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens e dá o
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dinheiro aos pobres, e terás um tesouro nos céus. Depois, vem e segue-me” (Mt 19,21). O seguimento
de Jesus requer a prática dos mandamentos. Não basta observar a lei pela lei. O jovem era um bom
observador da lei, porém não se converteu ao espírito da lei. Continua rico ao lado de tantos pobres.
Observar o mandamento do amor ao próximo requer partilhar com ele a vida e os bens que estão
sobrando em alguns e fazendo falta em outros. Por isso, Cristo desafiou o jovem para dar um passo a
mais na vida espiritual.
- Quando é feita a Jesus a pergunta: “Qual é o maior mandamento da lei?” (Mt 22,36), Ele responde:
“Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.
Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: amarás o teu próximo como
a ti mesmo. Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (Mt 22,37-40). São Paulo
entendeu muito bem que todos os mandamentos devem ser interpretados à luz desse duplo e único
mandamento quando ensina: “Os preceitos não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não
cobiçarás, e todos os outros, se resumem nesta sentença: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. A
caridade não pratica o mal contra o próximo. Portanto, a caridade é a plenitude da lei” (Rm 13,9-10).
O Decálogo na Sagrada Escritura
- A palavra “decálogo” significa literalmente “dez palavras”. Deus revelou essas “dez palavras” no
Monte Sagrado. Foram escritas e transmitidas através dos livros do Êxodo e do Deuteronômio.
- O Decálogo deve ser entendido em primeiro lugar dentro do contexto do livro do Êxodo. É o maior
momento da grande aliança do povo, através de Moisés, com Deus. Formulados, em parte, em forma
negativa e, em outra, em forma positiva, se tornam o caminho do Povo de Deus, o caminho da vida
como se lê no próprio Deuteronômio: “Se amares teu Deus, se andares em seus caminhos, se
observardes seus mandamentos, suas leis e seus costumes, viverás e te multiplicarás” (Dt 30,14).
- As “dez palavras” resumem e proclamam a lei de Deus: “Tais foram as palavras que, em alta voz, o
Senhor dirigiu a toda a vossa assembleia no monte, do meio do fogo, em meio a trevas, nuvens e
escuridão. Sem nada acrescentar, escreveu-se sobre duas tábuas de pedra e as entregou a mim” (Dt 5,22).
- O Decálogo é uma consequência da aliança. Deus faz uma aliança com Moisés e com o Povo de
Deus. Firma esta aliança com as “dez palavras” que vêm selar o compromisso do povo com Deus. Os
mandamentos, vistos isoladamente, poderiam dar uma visão moralista, mas num contexto de aliança,
em que Deus e o homem firmam um pacto de amor, são vistos como obra da bondade e do amor de
Deus. Os mandamentos recebem pleno significado através da aliança.
O Decálogo na Tradição da Igreja
- A Tradição da Igreja sempre concedeu ao Decálogo uma grande importância. Sempre fez parte da
catequese da Igreja.
- Os mandamentos sempre foram enunciados como exigências do amor a Deus e ao próximo. Os três
primeiros se referem mais ao amor de Deus, e os outros sete ao amor ao próximo.
- Nos diversos Concílios da Igreja sempre se reforçou a importância dos mandamentos. Especialmente
o Concílio Vaticano II afirma: “como sucessores dos apóstolos, os bispos recebem do Senhor a
missão de ensinar a todos os povos e pregar o evangelho a toda a criatura, a fim de que os homens
todos, pela fé, pelo batismo e pelo cumprimento dos mandamentos, alcancem a salvação”.
A unidade do Decálogo
- O Decálogo forma um todo inseparável. Cada “palavra” está diretamente relacionada com as outras.
Elas se condicionam reciprocamente. As duas tábuas se esclarecem mutuamente. Formam uma
unidade orgânica. Transgredir um mandamento é infringir todos os outros. Não se pode honrar o
próximo sem bendizer a Deus, seu criador. Não se pode adorar a Deus sem amar a todos os homens,
suas criaturas.
O Decálogo e a lei natural
- O homem, desde as suas origens, tem dentro de si escritas as leis que constam no Decálogo. Essas leis
não estão acima das possibilidades humanas. Elas fazem parte do ser humano. Para as pessoas que são
sensíveis às leis do coração e da vida, os mandamentos são leis naturais que não necessitam ser
explicitadas e estudadas.
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- O homem, com o passar do tempo, foi colocando lixo em seu coração. Através do pecado a lei foi se
tornando obscura. Já não via claro o caminho da vida. Foi necessária a revelação de Deus para que
esta lei novamente fosse sentida pelas pessoas. O Decálogo, então, aparece como a explicação da lei
natural, que já se faz presente em cada criatura humana.
A Obrigação do Decálogo
- A obrigação do Decálogo não parte como uma imposição de fora para dentro. É um chamado que vem
de dentro. A observância dos mandamentos são condições para se conseguir felicidade e vida plena.
Eles são caminho para a vida, e, como tal, eles se tornam uma obrigação para a realização humana.
Ninguém pode dispensar-se deles. Eles estão gravados em cada coração. Não viver os mandamentos é
frustrar-se a si mesmo.
“Sem mim, nada podeis fazer”.
- Sabemos que estamos vivendo numa situação de pecado e de graça. Nem sempre a graça se torna
mais forte que o pecado. Nesta condição de pecado e de fragilidade Jesus vem oferecer sua graça, e
ele mesmo diz: “Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele produz
muito fruto, porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5).
- Contando com a força de Deus em nós, contando com sua graça podemos vencer o comodismo e o
egoísmo e teremos a força para viver o amor a Deus e ao próximo. Além disso, em Cristo, os
mandamentos recebem nova vida e nova roupagem. Eles se revestem de amor. Perdem a característica
da lei seca, lei pela lei, e se tornam lei do amor. E o agir do batizado se orienta pela lei do amor:
“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12).
“AMARÁS AO SENHOR TEU DEUS DE TODO O CORAÇÃO, DE TODA A ALMA E DE
TODO O TEU ENTENDIMENTO”
- Jesus resumiu os deveres da pessoa humana para com Deus com estas palavras: “Amarás ao Senhor
com todo o teu coração, com toda a toda a tua alma e com todas as tuas forças” (Mt 22,37). Estas
palavras são um eco do apelo solene: “Escuta, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor” (Dt 6,4-5).
- Deus amou por primeiro. Tomou a iniciativa do amor. Este amor do Deus único é lembrado na
primeira das “dez palavras”. Deus é o centro de toda a lei. A lei deve conduzir o homem para Deus.
Deve ser resposta ao seu amor.
 O primeiro mandamento
- “Eu sou o Senhor, teu Deus, que te fez sair da terra do Egito, da casa da escravidão. Não terás outros
deuses diante de mim. Não farás para ti imagem esculpida de nada que se assemelhe ao que existe lá
em cima, nos céus, ou embaixo na terra, ou nas águas que estão debaixo da terra. Não te prostrarás
diante desses deuses e não os servirás” (Ex 20,2-5). Cristo completou dizendo: “Ao Senhor teu Deus
adorarás e só a ele prestarás culto” (Mt 4,10).
I – “ADORARÁS O SENHOR TEU DEUS E O SERVIRÁS”
- O Povo de Deus é libertado da escravidão do Egito. A primeira exigência de Deus a este povo é
“adoração ao Senhor e único Deus”. O Deus único e verdadeiro revela primeiramente sua grandeza e
sua glória ao povo de Israel. Este primeiro mandamento abrange a fé, a esperança e a caridade.
O povo de Deus é um povo que vive da fé
- Fé em Deus que nos revela seu amor. Fé em Deus libertador, capaz de libertar das opressões de outros
povos e da opressão do pecado. Na medida em que o povo vive a fé e nela persevera, vão se
realizando as grandes maravilhas, e Deus vai se manifestando através dos acontecimentos da vida, e o
povo vê neles a presença de Deus. Quando entra a dúvida ou a incredulidade, que são os pecados
contra a fé, Deus deixa de agir em benefício de seu povo. O Deus de Abraão é o Deus da fé.
O Povo de Deus é um povo que vive de Esperança
- Através de Abraão o Povo de Deus vive na esperança de vida melhor. Esperança na realização das
promessas. Deus é sempre promessa viva de vida plena e felicidade, como foi ao Povo de Deus,
promessa da Terra Prometida. Esperar é estar voltado para o futuro. Futuro que construímos agora.
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Futuro que é vida em plenitude e felicidade total. Futuro que é vida “sem lágrimas, sem dores e sem
morte”. Futuro que é vida face a face com Deus.
- Como o Povo de Deus ou pessoalmente, pode-se pecar contra a esperança. O desespero é a atitude de
quem se volta para si mesmo e perde toda a confiança no futuro e em vida melhor. Desesperar-se é
descrer das promessas de Deus e de seu amor. É descrer que Deus é fiel em suas promessas.
- Ao lado da desesperança, ou pior que a desesperança, é a pretensão de salvar-se sozinho, é não querer
contar com a graça de Deus. É contar somente com suas próprias capacidades.
O Povo de Deus é um povo que vive na caridade
- Amar é salvar-se. Deus é amor. Seu primeiro mandamento é o amor. É amor a Deus acima de tudo e
de todas as criaturas. Jesus Cristo vem completar quando diz: “Quem ama o pai ou a mãe mais do que
a mim, não é digno de mim. Quem ama ao filho ou a filha mais do que a mim, não é digno de mim” (Mt 10, 37).
- Há pecados terríveis contra o amor. Pecados que passam muitas vezes desapercebidos pela
insensibilidade humana.
- A indiferença é o desprezo do amor. Menospreza a delicadeza e a bondade de Deus. Deus todo amor
pessoal para com todos, e esse amor não é recebido nem sentido.
- A ingratidão é outro pecado. Recusa-se a reconhecer o amor divino. É capaz de perceber que tudo
recebe de graça, e não desperta em si a atitude de reconhecimento.
- O ódio a Deus também perpassa os corações humanos. O ódio vem do orgulho. Opõe-se totalmente ao
amor de Deus. Nega a bondade de Deus. Pretende maldizê-lo em vez de bendizê-lo. É querer destruir
a Deus para conservar-se acima de Deus.
II – “SÓ A ELE PRESTARÁS CULTO”
- Independentemente de ser preceito bíblico a adoração a Deus Criador é inerente a toda a criatura.
Todo ser humano é criatura que se relaciona com seu criador. É uma ligação de dependência, de
subsistência e, sobretudo, de amor. É a ligação da obra com seu Criador
É uma ligação de adoração
- Adorar a Deus é reconhecê-lo como Deus, como Criador e Salvador, como Senhor dos céus e da terra.
É o gesto da criatura que se prostra perante a grandeza do Criador, devido ao seu amor e misericórdia
infinita. A adoração é a atitude do homem que realiza o primeiro mandamento: “Adorarás o teu Deus
e só a ele prestarás culto” (Dt 6,13).
- Adorar a Deus é colocar-se numa atitude de respeito e submissão total, é reconhecer a pequenez e o
nada da criatura, que não existe e nem subsiste sem o poder e a força de seu Criador. Adorar a Deus é
louvá-lo, engrandecê-lo, e acima de tudo proclamar sua santidade e sabedoria infinitas.
- A adoração ao Deus único e verdadeiro liberta a pessoa de se fechar em si mesmo, liberta-a da
escravidão do egoísmo e da adoração de deuses falsos. Na realidade a criatura humana é grande
quando se coloca de joelhos, não diante de si, mas diante do Criador. Toda vez que a humanidade se
volta para si e se esquece da adoração, está preparando para si uma nova Sodoma e Gomorra ou uma
nova Torre de Babel.
É uma ligação pela oração
- A oração é própria da criatura simples e que reconhece a grandeza de seu Criador. É o servo que se
dirige ao seu Senhor. É o coração da pessoa que expressa, num tu a tu, os sentimentos de louvor e de
ação de graças, de intercessão e de súplica, de admiração e agradecimento. A oração é condição
indispensável para poder sustentar-se como criatura humana. É o combustível da caminhada na vida.
É a expressão de que a criatura não está só e não é autossuficiente. É expressar a ligação criatura-
Criador, filho-Pai.
É uma ligação de oferta e sacrifício
- Somos presente e dom do Criador. Nada é nosso. Tudo é graça e nos é dado de graça. As realidades
terrestres, o universo, o nosso existir, tudo é graça.
- Deus não quer mais sacrifícios e ofertas de animais ou coisas. Deus Pai, de graça, nos deu seu próprio
Filho. É a grande oferta de Deus para a humanidade. A atitude grande da criatura para com Deus é de
oferecer-se e dar sua vida por amor ao mesmo Deus que nos ofertou a vida e ofertou, pela nossa
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salvação, seu filho único, Jesus Cristo. Como Cristo ofereceu-se num sacrifício total na cruz por amor,
nós nos unimos a ele e fazemos de nossa vida uma oferta total, um sacrifício de nosso ser ao Deus
Altíssimo.
O dever social da religião e o direito à liberdade religiosa
- Todas as pessoas são obrigadas a buscar a verdade. O coração humano tem sua direção para o
Criador. Para chegar ao Criador há muitos caminhos. Deus deixa o homem e a mulher livres na
escolha dos caminhos. Não pode escolher um caminho que não responda a seus desejos e à finalidade
de sua vida. O destino de toda a criatura é a busca de Deus.
- Cristo veio proclamar que ele é o “caminho, a verdade e a vida”. Veio colocar uma norma para a
humanidade. Veio dar uma direção e uma segurança. Os apóstolos foram anunciando a pessoa e a
verdade de Cristo. Hoje a Igreja tem obrigação de ser anunciadora da mesma verdade dos apóstolos. É
ordem de Cristo que seu evangelho seja anunciado a todos os povos e em todos os tempos.
- Mas, como há muitos caminhos para o coração humano, Deus respeita as decisões humanas, e todo
cristão, como os membros de todas as religiões, devem respeitar a decisão do sistema de culto de cada
pessoa e de cada organização religiosa. A humanidade é muito mais que a igreja. A igreja tem a
verdade, porém, não pode impor essa verdade. Nem é a única verdade. A liberdade religiosa faz
perceber que a verdade está em todas as pessoas e em todos os cultos. Nada é só verdade e nada é só
erro. Todos devem buscar a verdade mais pura.
- No meio de tantas buscas e caminhos que levam ao Criador, os cristãos são chamados a ser “luz do
mundo e sal da terra”. O cristão, pela sua vida pessoal, e as comunidades cristãs devem apresentar-se
diante da sociedade e do mundo como a verdade mais clara, o caminho mais possível, e a busca da
vida em plenitude e da felicidade de um jeito mais evidente segundo o Plano de Deus. O critério de
uma religião ser mais ou menos verdadeira se revela no seu modo de viver o Plano de Deus Pai.
- A busca de Deus e sua adoração é uma obrigação de toda a criatura. A maneira de adorar e prestar
culto deve ser respeitada. Cada criatura e cada organização religiosa tem seu caminho.
III – “NÃO TERÁS OUTROS DEUSES DIANTE DE MIM”
- O primeiro mandamento pede para que se adore somente a Deus e ao mesmo tempo não se preste
culto e honra a outros deuses fora do Deus único e verdadeiro. Diversos são os desvios do verdadeiro
culto ao Senhor.
1. A superstição
- A superstição é o desvio do sentimento religioso e das práticas que ele impõe. A superstição atribui
um poder e importância a certas práticas religiosas, concedendo a esse poder efeitos mágicos. É
atribuir eficácia a certos ritos e orações, e até a sinais sacramentais sem exigir disposições interiores.
A superstição atribui às coisas o poder que é somente de Deus.
2. A idolatria
- A Bíblia fala muitas vezes da necessidade de rejeitar os ídolos “feitos por mãos dos homens, que têm
boca e não falam, têm olhos e não vêem”.
- A idolatria é tornar Deus outra coisa, dar o poder de Deus àquilo que não é Deus. Não se trata aqui
somente da adoração e prestação de culto a criaturas. Trata-se de uma adoração e prestação de culto a
criaturas. Trata-se de uma maneira de viver de muitas pessoas. As atribuições do poder a uma raça, ao
estado, ao dinheiro, ao prazer, ao poder em si, são formas declaradas de idolatria. A grande tendência
em toda a história é o homem adorar a si mesmo. Na medida em que o homem se coloca como centro
de tudo, está realizando uma idolatria de si mesmo ou das obras que faz.
- A idolatria é inverter a natureza das coisas. É dar o poder de criador a qualquer criatura. O culto do
corpo e à beleza, a busca exagerada do lazer e do esporte, a exaltação de artistas e atletas, a crença no
poder da técnica e da ciência, são formas de atribuir poder que envolve o pensamento, o coração e a
atividade humana.
- Cristo falou: “Onde está o teu tesouro, ali está teu coração” (Mt 6,21). Onde a criatura humana coloca
“todo coração, toda mente, todas as forças...”, ali está o seu ídolo.
3. Adivinhação e magia
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- O futuro pertence a Deus. Houve e há santos e profetas que predisseram acontecimentos futuros.
Porém, a atitude correta é entregar-se com confiança nas mãos de Deus. Confiar na providência de
Deus, e ao mesmo tempo sendo previdente, é atitude normal humana.
- A adivinhação se torna uma prática condenada porque recorre a entidades que na realidade não são
instrumentos e meios de se utilizar, como Satanás e demônios, evocação aos mortos e espíritos. A
capacidade de adivinhar o futuro não está em entidades fora da pessoa humana. Pessoas sensíveis e
dotadas de um poder de antever fatos. É o poder do inconsciente que supera o aqui e o agora e se
lança no futuro.
- A consulta a horóscopos, astrologia, quiromancia, interpretação de presságios e da sorte, os
fenômenos de visão, o recurso a médiuns criam uma mentalidade fatalista, e fazem descrer do Plano
de Deus e de sua providência. A adivinhação e a magia criam poderes nas coisas e nos ritos que na
realidade eles não têm, e que somente são atribuídos a Deus. É um roubo ao poder de Deus.
- Todas as práticas de magia e de feitiçaria com as quais a pessoa pretende domesticar os poderes
ocultos para colocá-los a seu serviço e obter um poder sobrenatural sobre o próximo contrariam o
sentido da religião. Religião é crer num Deus que conduz seu povo e seus filhos e filhas com amor,
sem necessidade de ocultismos e magias. Estas magias e feitiçarias se revestem de maior gravidade
quando têm como objetivo prejudicar o próximo. O uso de amuletos também revela o poder de
conduzir a vida.
- No meio do mundo mágico, o cristão é testemunha de sua fé verdadeira que liberta e conduz a vida
segundo o Plano amoroso do Pai. Vive o sentido de religião, que é o relacionamento pessoal com
Deus, sem intermediários, e um relacionamento de harmonia com o próximo sem feitiçaria e amuletos.
A irreligião
- A irreligião se manifesta de diversas maneiras na vida prática das pessoas.
- A irreligião é tentar a Deus. Consiste em pôr Deus à prova. É a atitude de provar a bondade e o poder
de Deus. Foi essa atitude que Satanás usou quando quis colocar Jesus à prova querendo que ele se
atirasse do alto do templo. Jesus desafia Satanás dizendo: “Não tentarás o Senhor, teu Deus” (Dt
6,16). Todas as pessoas que assumem atitudes de desconfiança do amor e da bondade de Deus, do seu
poder e misericórdia, estão cometendo um ato de irreligião. A irreligião se expressa também no
sacrilégio. O Sacrilégio é uma atitude de desprezo. Todas as coisas são sagradas. Tudo é obra de
Deus, e tudo o que é de Deus é sagrado. As criaturas todas são obras sagradas. Quando elas são
profanadas, desprezadas por atitudes de descrença e de desprezo da vida, está se tomando uma atitude
pecaminosa, uma atitude sacrílega. Até a natureza, obra saída das mãos de Deus, quando usada de
uma maneira injusta e exploradora, está sendo motivo de sacrilégio. A ecologia vem conscientizar o
respeito para com a obra de Deus.
- Porém o sacrilégio se manifesta muito mais grave quando acontece a profanação de lugares sagrados,
de sacramentos, e especialmente da Eucaristia. Sacrilégio é, também, fazer das pessoas máquinas de
produção e consumo, objetos de prazer e de exploração. O corpo humano é templo de Deus, e, como
consequência, é sagrado. A fome, o trabalho desumano, a violência, a injustiça são todas formas de
desprezar a sacralidade do corpo.
- A irreligião se expressa também na simonia. Simão, o mago, quis comprar o poder espiritual que os
apóstolos tinham de curar e ressuscitar (At 8,20). Simonia é o ato de querer se apropriar do poder de
Deus. Com dinheiro se deseja comprar os dons que Deus concede às suas criaturas, de uma forma
totalmente gratuita. Jesus fala a Pedro: “recebestes de graça, daí de graça” (Mt 10,8).
- A simonia está presente na sociedade quando, através de dinheiro, deseja comprar favores de Deus.
Está nos economistas e políticos, está no povo simples que, pagando promessas e fazendo votos, quer
negociar com Deus e comprar seus favores e graças.
O ateísmo
- Ser ateu é viver sem Deus. É não precisar dele. O ateísmo se manifesta pela recusa de Deus; pela
negação de Deus. Tudo é obra do homem. Tudo é obra da evolução. Deus não interveio e nem
intervém na vida do homem. O homem é o centro e condutor da história. O ateísmo se fundamenta na
concepção falsa da autonomia humana, que chega a recusar toda a dependência em relação a Deus.
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- Pior que o ateísmo declarado é o ateísmo como prática de vida. Intelectualmente se crê na existência
de Deus. Na vida do dia-a-dia se vive como se ele não existisse. O homem vive voltado para o tempo
e o espaço, para o mundo material que o absorve integralmente. É o pecado do homem que vive
voltado totalmente para o mundo do trabalho e do lazer, da profissão e da vida social. Não tem
momentos de religiosidade, os faz isoladamente, sem buscar a expressão da fé numa vida em comunidade.
- A igreja ensina que, quanto mais pessoa humana se é, mais necessidades se têm de expressar ao
Criador a maravilha de ser criatura. A dignidade e a grandeza do homem se manifestam na sua ligação
com Deus.
O agnosticismo
- Há muitas maneiras de ser agnóstico. Há os que simplesmente negam a existência de Deus. Grande
parte admite a existência de Deus, porém, não de um Deus pessoal. Deus é um ser transcendente, uma
energia cósmica, um organizador do universo. Deus é uma conquista da mente e não da fé. O
agnóstico elimina totalmente a fé e cultiva radicalmente a razão. É o endurecimento da razão humana.
Vale o mundo racional com desprezo ao mundo da fé.
IV – “NÃO FARÁS PARA TI IMAGEM ESCULPIDA DE NADA...”
- Os mandamentos do Senhor proíbem o culto às imagens. A imagem, quando rouba o poder de Deus,
quando se endeusa, torna-se um pecado. No contexto da Bíblia, onde os pagãos, que viviam nos
países vizinhos do Povo de Deus e que adoravam deuses representados em imagens, tornam a imagem
uma representação divina, e, como tal, digna de condenação.
- No mesmo Antigo Testamento; Deus permite que se façam imagens: a arca da aliança, os querubins, a
serpente de bronze, não como deuses, e sim como sinal da presença de Deus.
- Depois que Cristo se tornou imagem viva de Deus no meio de nós, a escultura de imagens recebe
outro sentido. As imagens não são deuses. São sinais sagrados. São lembranças que lembram fatos e
pessoas ligadas ao Deus único e Verdadeiro.
- O culto cristão de imagens não é contrário ao primeiro mandamento que proíbe os ídolos. Quem
venera uma imagem, venera a pessoa que nela está representada. A honra prestada aos santos, a Maria
e a Deus, através de imagens, não são adoração, mas lembrança e veneração a quem foi e é grande
sinal de Deus.
 O segundo mandamento - “Não pronunciarás em vão o nome do Senhor teu Deus” (Ex 20,7; Dt 5,11)
I – O NOME DO SENHOR É SANTO
- O segundo mandamento manda respeitar o nome do Senhor. O nome do Senhor é sagrado, é santo.
Não se pode usar e abusar do nome de Deus. Deve-se guardá-lo na memória e no coração com
carinho. O nome do Senhor não pode ser usado em qualquer ocasião. Deve ser usado para ser bendito,
louvado e glorificado.
- Todo batizado deve confessar o nome do Senhor, sem ter medo de pronunciá-lo no momento de
necessidade e sem vergonha de sua crença. O nome sagrado de Deus inclui Jesus Cristo, Espírito
Santo, a Virgem Maria e o nome dos santos.
- O pecado da blasfêmia fere o segundo mandamento. A blasfêmia joga contra Deus ódio, ofensa,
desafio. Blasfemar é também falar mal de Deus e faltar com respeito a seu nome e sua presença no
universo, em cada pessoa e em toda a história da humanidade.
- Há blasfêmias que não usam o nome de Deus, mas que destroem publicamente sua grande santidade.
Usa-se o nome de Deus para matar, para legitimar guerras, para explorar no trabalho, para torturar e
até para satisfazer a ganância econômica e política.
- A blasfêmia, além de ser uma ofensa e um desrespeito a Deus, é um motivo de escândalo para quem a
escuta. Fere o ouvido de quem tem sensibilidade e amor a Deus. É também uma atitude grosseira.
Bendito e louvado sejam sempre o nome do Senhor pelos lábios e voz dos cristãos.
II – O NOME DO SENHOR PRONUNCIADO EM VÃO
- Usa-se demais o nome do Senhor em vão. Desde a exclamação “meu Deus” até o “graças a Deus”
percebe-se o uso demasiado do santo nome de Deus. O nome do Senhor não deve ser tomado como
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testemunha de nossas verdades ou posições. Jura-se por Deus, promete-se em nome de Deus, e nem
sempre essas atitudes são de veracidade.
- Jesus, no Sermão da Montanha, retomou práticas erradas do Antigo Testamento e colocou uma
roupagem nova e um novo sentido. Assim se fala a respeito do nome do Senhor: “Não perjurarás, mas
cumprirás teus mandamentos para com o Senhor... Eu porém vos digo: não jureis em hipótese
alguma... Seja vosso sim, sim e vosso não, não. O que passa disso vem do maligno” (Mt 5,33s).
- A santidade do nome divino exige que não seja pronunciado em qualquer ocasião e nem em defesa
das próprias opiniões e argumentos.
III – O NOME CRISTÃO
- O nome do batizado também é santo. É santificado pelo batismo, que foi realizado em nome da
Santíssima Trindade. O nome do batismo foi celebrado e consagrado num lugar sagrado: a igreja.
- O cristão começa as orações e as ações em nome da Santíssima Trindade. Tudo faz marcado pela
presença de Deus. Além do mais, Deus chama a cada um por seu nome. Se o nome das coisas é
sagrado, muito sagrado é o nome do homem, que é um nome eterno. Somos todos marcados por um
nome que fará parte da lista dos eleitos e santos no Reino dos Céus.
 O terceiro mandamento - “Lembra-te do dia de sábado para santificá-lo. Trabalharás durante seis dias, e farás
toda a tua obra. O sétimo dia, porém, é o sábado do Senhor teu Deus. Não farás nenhum trabalho” (Ex 20,8-10).
I – O DIA DO SÁBADO
- O terceiro mandamento do Decálogo lembra a santidade do sábado: “o sétimo dia é o sábado: repouso
absoluto em honra do Senhor” (Ex 31,15). Falando do sábado a Escritura faz uma memória da criação:
“em seis dias o Senhor fez o céu e a terra, o mar e tudo o que eles contêm, mas repousou no sétimo
dia. Por isso o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou” (Ex 20,11).
- Para o Povo de Israel o sábado era muito sagrado: guardá-lo era sinal da aliança inquebrantável. O
agir de Deus se torna modelo para o agir humano. Se Deus trabalhou seis dias e no sétimo descansou,
também todas as criaturas devem fazer o mesmo. O sábado faz cessar os trabalhos cotidianos e
garante uma parada. É um dia de protesto contra as escravidões do trabalho e o culto do dinheiro.
- Cristo, como bom hebreu, faz do sábado o dia do descanso, porém não faz como os fariseus que se
tornaram escravos da lei. Se há necessidades básicas humanas que devem ser satisfeitas mesmo em
dia de sábado. Jesus foi advertido pelos fariseus por fazer curas em dia de sábado. E Jesus advertiu
dizendo: “O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado” (Mc 2,27).
O DIA DO SENHOR - O dia da Ressurreição: nova criação
- Jesus ressuscitou dentre os mortos “no primeiro dia da semana” (Mt 28,1). Desde as primeiras
comunidades, por causa da ressurreição de Cristo, o dia santificado, o dia do Senhor, se tornou o
primeiro dia da semana: o domingo. O domingo, além de ser o dia do Senhor, tornou-se o Dia da
Ressurreição.
O domingo – plenitude do sábado
- Cristo leva à plenitude todas as coisas. Com sua ressurreição levou o sábado à plenitude. É o novo dia
da Páscoa. Santo Inácio de Antioquia, bem no início do cristianismo, escrevia: “aqueles que viviam
segundo a ordem antiga das coisas vieram para a nova esperança, não observando mais o sábado e sim
o dia do Senhor, no qual a nossa vida foi abençoada por ele e por sua morte”.
- A partir de Cristo o domingo assumiu a plenitude do tempo.
A Eucaristia dominical
- A celebração dominical do dia e da Eucaristia do Senhor constitui a essência da vida da Igreja. A
prática da celebração Eucarística no domingo vem desde os tempos apostólicos. O dia da Eucaristia
deve ser celebrado em todas as comunidades cristãs. É o dia do culto. É o dia da comunidade, em que
reunidos em nome de Cristo escutam a Palavra, rezam e se alimentam da Eucaristia.
A obrigação do domingo
- É mandamento da Igreja que aos domingos e dia de festa de preceito todos os batizados participem da
oração comunitária. A obrigação da participação dos batizados na Eucaristia dominical provém como
preceito do Senhor e como celebração do dia da Ressurreição.
9
- A participação na celebração comunitária da Eucaristia dominical é um testemunho de pertença e de
fidelidade a Cristo e à sua Igreja. Vive-se a fé, a esperança e o amor em comunidade. É testemunho
visível da unidade da Trindade e da unidade que Cristo celebrou com os doze apóstolos da Ceia Sagrada.
Dia de graça e de interrupção do trabalho
- Deus descansou no sétimo dia. Ensinou, com seu exemplo, ao homem para que também descanse. A
instituição do dia do Senhor contribui para que todos desfrutem do tempo de repouso e de lazer
suficiente que permita cultivar a vida familiar, cultural, social e religiosa. É uma parada obrigatória do
trabalho normal para dedicar-se ao culto a Deus, à prática da caridade e ao descanso conveniente do corpo.
- Para o cristão o domingo, além de ser o dia do lazer e do descanso, é o dia do encontro com a
comunidade cristã. Perde todo o sentido o domingo que não tem o momento para a oração
comunitária. Além da oração comunitária é um dia que favorece a reflexão, a leitura, a meditação, e
até o silêncio, como forma de recompor as tensões criadas pelo mundo do trabalho.
- O sistema de trabalho que não respeita o domingo, porque as máquinas não podem parar, é um
sistema desumano. Já não é a pessoa que está no centro da vida, mas a produção e o lucro. Viver o
domingo no sentido cristão é imitar o Criador que depois de ter trabalhado seis dias na construção do
universo viu que tudo era muito bom, e descansou.
Para o exame de consciência:
1. «Não terás outro Deus além de mim» (Dt 5,7). «Amarás ao Senhor com todo teu coração, com toda tua
alma e com toda tua mente» (Mt 22, 37).
Amo assim o Senhor? Dou-lhe o primeiro lugar em minha vida? Empenho-me em rejeitar todo ídolo que
pode interpor-se entre Ele e eu, seja o dinheiro, o prazer, a superstição ou o poder? Escuto com fé sua
Palavra? Sou perseverante na oração?
2. «Não tomarás em falso o nome do Senhor teu Deus» (Dt 5,11). Respeito o nome santo de Deus? Abuso ao
referir-me a Ele ofendendo-o ou servindo-me dele em lugar de servi-lo? Bendigo a Deus em cada um de
meus atos? Remeto-me sem reservas a sua vontade sobre mim, confiando totalmente nele? Confio-me
com humildade e confiança à guia e ao ensinamento dos pastores que o Senhor deu a sua Igreja?
Empenho-me em aprofundar e nutrir minha vida de fé?
3. «Santificarás as festas» (cf. Dt 5, 12-15). Vivo a centralidade do domingo, começando por seu centro que
é a celebração da Eucaristia, e os outros dias consagrados ao Senhor para louvá-lo e dar-lhe graças para
confiar-me a ele e repousar nele? Participo com fidelidade e empenho na liturgia festiva, preparando-me
a ela com a oração e esforçando-me em obter fruto durante toda a semana? Santifico o dia de festa com
algum gesto de amor para com quem precisa?
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Os mandamentos

  • 1. Catequeses Quaresmais 1. OS DEZ MANDAMENTOS - Os mandamentos têm seu fundamento no livro do Êxodo, são retomados pelo livro do Deuteronômio, e recebem uma formulação mais clara e prática através da história da Igreja. O quadro que se segue leva a entender o nascimento e a formulação do Decálogo. Êxodo 20,2-17 Deuteronômio 5,6-21 Hoje Eu sou o Senhor teu Deus Eu sou o Senhor teu Deus, Que te fez sair aquele que te fez sair Da terra do Egito da terra do Egito, Da casa da servidão. Da casa da servidão. Não terás Não terás Amar a Deus Outros deuses diante de mim. Outros deuses além de mim... Sobre todas as Não farás para ti coisas Imagem esculpida de nada Que se assemelhe ao que Existe lá em cima, nos céus, Ou embaixo na terra, Ou nas águas Que estão debaixo da terra, Não te prostrarás Diante desses deuses E não os servirás, porque Eu, o Senhor teu Deus, Sou um Deus ciumento, Que puno a iniqüidade dos pais Nos filhos, Até à terceira E quarta geração Dos que me odeiam, E faço misericórdia Até à milésima geração Para aqueles que me amam E guardam os meus Mandamentos. Não pronunciarás em vão Não pronunciarás em vão Não tomar seu O nome do Senhor o nome do Senhor Santo nome Teu Deus, teu Deus... em vão. Porque o Senhor não deixará Impune Aquele que pronunciar Em vão o seu nome. Lembra-te do dia do sábado Guardarás o dia de sábado Guardar Para santificá-lo. Para santificá-lo... domingos e Trabalharás durante festas de Seis dias, e farás guarda Todas as tuas obras. O sétimo dia, porém, É o sábado 1
  • 2. Do Senhor teu Deus. Não farás nenhum trabalho, Nem tu, nem teu filho, Nem tua filha, Nem teu escravo nem tua Escrava. Nem teu animal, Nem o estrangeiro Que está em tuas portas, Porque em seis dias O Senhor fez o céu, A terra, o mar e tudo o Que eles contêm, Mas repousou no sétimo dia; Por isso o Senhor Abençoou o dia do sábado E o santificou. Honra teu pai e tua mãe, Honra teu pai e tua mãe... Honrar pai e Para que se prolonguem mãe. Os teus dias na terra Que o Senhor teu Deus Te dá. Não matarás. Não matarás Não matar. Não cometerás adultério. Não cometerás adultério. Não pecar contra A castidade. Não roubarás. Não roubarás. Não furtar. Não apresentarás Não apresentarás Um falso testemunho um falso testemunho Não levantar Contra teu próximo. Contra o teu próximo. Falso testemunho. Não cobiçarás Não cobiçarás A casa de teu próximo, a mulher de teu próximo. Não desejar a Não desejarás a sua mulher, mulher do Nem a sua serva, próximo. Nem o seu boi, Não desejarás... Nem o seu jumento, coisa alguma que pertença Não cobiçara as Nem coisa alguma a teu próximo. Coisas alheias. Que pertença a teu próximo. Mestre, o que devo fazer? - Um jovem se aproxima de Jesus e pergunta: “Mestre, o que devo fazer de bom para ter a vida eterna?” Jesus responde: “Se queres entrar na vida eterna, observa os mandamentos”. E Cristo vai dizendo os mandamentos para o jovem, e acrescenta: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 19,16-19). - Como decorrência da observância dos mandamentos que o jovem atestou perante o Mestre, Jesus faz uma proposta mais avançada e exigente: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens e dá o 2
  • 3. dinheiro aos pobres, e terás um tesouro nos céus. Depois, vem e segue-me” (Mt 19,21). O seguimento de Jesus requer a prática dos mandamentos. Não basta observar a lei pela lei. O jovem era um bom observador da lei, porém não se converteu ao espírito da lei. Continua rico ao lado de tantos pobres. Observar o mandamento do amor ao próximo requer partilhar com ele a vida e os bens que estão sobrando em alguns e fazendo falta em outros. Por isso, Cristo desafiou o jovem para dar um passo a mais na vida espiritual. - Quando é feita a Jesus a pergunta: “Qual é o maior mandamento da lei?” (Mt 22,36), Ele responde: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: amarás o teu próximo como a ti mesmo. Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (Mt 22,37-40). São Paulo entendeu muito bem que todos os mandamentos devem ser interpretados à luz desse duplo e único mandamento quando ensina: “Os preceitos não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e todos os outros, se resumem nesta sentença: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. A caridade não pratica o mal contra o próximo. Portanto, a caridade é a plenitude da lei” (Rm 13,9-10). O Decálogo na Sagrada Escritura - A palavra “decálogo” significa literalmente “dez palavras”. Deus revelou essas “dez palavras” no Monte Sagrado. Foram escritas e transmitidas através dos livros do Êxodo e do Deuteronômio. - O Decálogo deve ser entendido em primeiro lugar dentro do contexto do livro do Êxodo. É o maior momento da grande aliança do povo, através de Moisés, com Deus. Formulados, em parte, em forma negativa e, em outra, em forma positiva, se tornam o caminho do Povo de Deus, o caminho da vida como se lê no próprio Deuteronômio: “Se amares teu Deus, se andares em seus caminhos, se observardes seus mandamentos, suas leis e seus costumes, viverás e te multiplicarás” (Dt 30,14). - As “dez palavras” resumem e proclamam a lei de Deus: “Tais foram as palavras que, em alta voz, o Senhor dirigiu a toda a vossa assembleia no monte, do meio do fogo, em meio a trevas, nuvens e escuridão. Sem nada acrescentar, escreveu-se sobre duas tábuas de pedra e as entregou a mim” (Dt 5,22). - O Decálogo é uma consequência da aliança. Deus faz uma aliança com Moisés e com o Povo de Deus. Firma esta aliança com as “dez palavras” que vêm selar o compromisso do povo com Deus. Os mandamentos, vistos isoladamente, poderiam dar uma visão moralista, mas num contexto de aliança, em que Deus e o homem firmam um pacto de amor, são vistos como obra da bondade e do amor de Deus. Os mandamentos recebem pleno significado através da aliança. O Decálogo na Tradição da Igreja - A Tradição da Igreja sempre concedeu ao Decálogo uma grande importância. Sempre fez parte da catequese da Igreja. - Os mandamentos sempre foram enunciados como exigências do amor a Deus e ao próximo. Os três primeiros se referem mais ao amor de Deus, e os outros sete ao amor ao próximo. - Nos diversos Concílios da Igreja sempre se reforçou a importância dos mandamentos. Especialmente o Concílio Vaticano II afirma: “como sucessores dos apóstolos, os bispos recebem do Senhor a missão de ensinar a todos os povos e pregar o evangelho a toda a criatura, a fim de que os homens todos, pela fé, pelo batismo e pelo cumprimento dos mandamentos, alcancem a salvação”. A unidade do Decálogo - O Decálogo forma um todo inseparável. Cada “palavra” está diretamente relacionada com as outras. Elas se condicionam reciprocamente. As duas tábuas se esclarecem mutuamente. Formam uma unidade orgânica. Transgredir um mandamento é infringir todos os outros. Não se pode honrar o próximo sem bendizer a Deus, seu criador. Não se pode adorar a Deus sem amar a todos os homens, suas criaturas. O Decálogo e a lei natural - O homem, desde as suas origens, tem dentro de si escritas as leis que constam no Decálogo. Essas leis não estão acima das possibilidades humanas. Elas fazem parte do ser humano. Para as pessoas que são sensíveis às leis do coração e da vida, os mandamentos são leis naturais que não necessitam ser explicitadas e estudadas. 3
  • 4. - O homem, com o passar do tempo, foi colocando lixo em seu coração. Através do pecado a lei foi se tornando obscura. Já não via claro o caminho da vida. Foi necessária a revelação de Deus para que esta lei novamente fosse sentida pelas pessoas. O Decálogo, então, aparece como a explicação da lei natural, que já se faz presente em cada criatura humana. A Obrigação do Decálogo - A obrigação do Decálogo não parte como uma imposição de fora para dentro. É um chamado que vem de dentro. A observância dos mandamentos são condições para se conseguir felicidade e vida plena. Eles são caminho para a vida, e, como tal, eles se tornam uma obrigação para a realização humana. Ninguém pode dispensar-se deles. Eles estão gravados em cada coração. Não viver os mandamentos é frustrar-se a si mesmo. “Sem mim, nada podeis fazer”. - Sabemos que estamos vivendo numa situação de pecado e de graça. Nem sempre a graça se torna mais forte que o pecado. Nesta condição de pecado e de fragilidade Jesus vem oferecer sua graça, e ele mesmo diz: “Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto, porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5). - Contando com a força de Deus em nós, contando com sua graça podemos vencer o comodismo e o egoísmo e teremos a força para viver o amor a Deus e ao próximo. Além disso, em Cristo, os mandamentos recebem nova vida e nova roupagem. Eles se revestem de amor. Perdem a característica da lei seca, lei pela lei, e se tornam lei do amor. E o agir do batizado se orienta pela lei do amor: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12). “AMARÁS AO SENHOR TEU DEUS DE TODO O CORAÇÃO, DE TODA A ALMA E DE TODO O TEU ENTENDIMENTO” - Jesus resumiu os deveres da pessoa humana para com Deus com estas palavras: “Amarás ao Senhor com todo o teu coração, com toda a toda a tua alma e com todas as tuas forças” (Mt 22,37). Estas palavras são um eco do apelo solene: “Escuta, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor” (Dt 6,4-5). - Deus amou por primeiro. Tomou a iniciativa do amor. Este amor do Deus único é lembrado na primeira das “dez palavras”. Deus é o centro de toda a lei. A lei deve conduzir o homem para Deus. Deve ser resposta ao seu amor.  O primeiro mandamento - “Eu sou o Senhor, teu Deus, que te fez sair da terra do Egito, da casa da escravidão. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem esculpida de nada que se assemelhe ao que existe lá em cima, nos céus, ou embaixo na terra, ou nas águas que estão debaixo da terra. Não te prostrarás diante desses deuses e não os servirás” (Ex 20,2-5). Cristo completou dizendo: “Ao Senhor teu Deus adorarás e só a ele prestarás culto” (Mt 4,10). I – “ADORARÁS O SENHOR TEU DEUS E O SERVIRÁS” - O Povo de Deus é libertado da escravidão do Egito. A primeira exigência de Deus a este povo é “adoração ao Senhor e único Deus”. O Deus único e verdadeiro revela primeiramente sua grandeza e sua glória ao povo de Israel. Este primeiro mandamento abrange a fé, a esperança e a caridade. O povo de Deus é um povo que vive da fé - Fé em Deus que nos revela seu amor. Fé em Deus libertador, capaz de libertar das opressões de outros povos e da opressão do pecado. Na medida em que o povo vive a fé e nela persevera, vão se realizando as grandes maravilhas, e Deus vai se manifestando através dos acontecimentos da vida, e o povo vê neles a presença de Deus. Quando entra a dúvida ou a incredulidade, que são os pecados contra a fé, Deus deixa de agir em benefício de seu povo. O Deus de Abraão é o Deus da fé. O Povo de Deus é um povo que vive de Esperança - Através de Abraão o Povo de Deus vive na esperança de vida melhor. Esperança na realização das promessas. Deus é sempre promessa viva de vida plena e felicidade, como foi ao Povo de Deus, promessa da Terra Prometida. Esperar é estar voltado para o futuro. Futuro que construímos agora. 4
  • 5. Futuro que é vida em plenitude e felicidade total. Futuro que é vida “sem lágrimas, sem dores e sem morte”. Futuro que é vida face a face com Deus. - Como o Povo de Deus ou pessoalmente, pode-se pecar contra a esperança. O desespero é a atitude de quem se volta para si mesmo e perde toda a confiança no futuro e em vida melhor. Desesperar-se é descrer das promessas de Deus e de seu amor. É descrer que Deus é fiel em suas promessas. - Ao lado da desesperança, ou pior que a desesperança, é a pretensão de salvar-se sozinho, é não querer contar com a graça de Deus. É contar somente com suas próprias capacidades. O Povo de Deus é um povo que vive na caridade - Amar é salvar-se. Deus é amor. Seu primeiro mandamento é o amor. É amor a Deus acima de tudo e de todas as criaturas. Jesus Cristo vem completar quando diz: “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem ama ao filho ou a filha mais do que a mim, não é digno de mim” (Mt 10, 37). - Há pecados terríveis contra o amor. Pecados que passam muitas vezes desapercebidos pela insensibilidade humana. - A indiferença é o desprezo do amor. Menospreza a delicadeza e a bondade de Deus. Deus todo amor pessoal para com todos, e esse amor não é recebido nem sentido. - A ingratidão é outro pecado. Recusa-se a reconhecer o amor divino. É capaz de perceber que tudo recebe de graça, e não desperta em si a atitude de reconhecimento. - O ódio a Deus também perpassa os corações humanos. O ódio vem do orgulho. Opõe-se totalmente ao amor de Deus. Nega a bondade de Deus. Pretende maldizê-lo em vez de bendizê-lo. É querer destruir a Deus para conservar-se acima de Deus. II – “SÓ A ELE PRESTARÁS CULTO” - Independentemente de ser preceito bíblico a adoração a Deus Criador é inerente a toda a criatura. Todo ser humano é criatura que se relaciona com seu criador. É uma ligação de dependência, de subsistência e, sobretudo, de amor. É a ligação da obra com seu Criador É uma ligação de adoração - Adorar a Deus é reconhecê-lo como Deus, como Criador e Salvador, como Senhor dos céus e da terra. É o gesto da criatura que se prostra perante a grandeza do Criador, devido ao seu amor e misericórdia infinita. A adoração é a atitude do homem que realiza o primeiro mandamento: “Adorarás o teu Deus e só a ele prestarás culto” (Dt 6,13). - Adorar a Deus é colocar-se numa atitude de respeito e submissão total, é reconhecer a pequenez e o nada da criatura, que não existe e nem subsiste sem o poder e a força de seu Criador. Adorar a Deus é louvá-lo, engrandecê-lo, e acima de tudo proclamar sua santidade e sabedoria infinitas. - A adoração ao Deus único e verdadeiro liberta a pessoa de se fechar em si mesmo, liberta-a da escravidão do egoísmo e da adoração de deuses falsos. Na realidade a criatura humana é grande quando se coloca de joelhos, não diante de si, mas diante do Criador. Toda vez que a humanidade se volta para si e se esquece da adoração, está preparando para si uma nova Sodoma e Gomorra ou uma nova Torre de Babel. É uma ligação pela oração - A oração é própria da criatura simples e que reconhece a grandeza de seu Criador. É o servo que se dirige ao seu Senhor. É o coração da pessoa que expressa, num tu a tu, os sentimentos de louvor e de ação de graças, de intercessão e de súplica, de admiração e agradecimento. A oração é condição indispensável para poder sustentar-se como criatura humana. É o combustível da caminhada na vida. É a expressão de que a criatura não está só e não é autossuficiente. É expressar a ligação criatura- Criador, filho-Pai. É uma ligação de oferta e sacrifício - Somos presente e dom do Criador. Nada é nosso. Tudo é graça e nos é dado de graça. As realidades terrestres, o universo, o nosso existir, tudo é graça. - Deus não quer mais sacrifícios e ofertas de animais ou coisas. Deus Pai, de graça, nos deu seu próprio Filho. É a grande oferta de Deus para a humanidade. A atitude grande da criatura para com Deus é de oferecer-se e dar sua vida por amor ao mesmo Deus que nos ofertou a vida e ofertou, pela nossa 5
  • 6. salvação, seu filho único, Jesus Cristo. Como Cristo ofereceu-se num sacrifício total na cruz por amor, nós nos unimos a ele e fazemos de nossa vida uma oferta total, um sacrifício de nosso ser ao Deus Altíssimo. O dever social da religião e o direito à liberdade religiosa - Todas as pessoas são obrigadas a buscar a verdade. O coração humano tem sua direção para o Criador. Para chegar ao Criador há muitos caminhos. Deus deixa o homem e a mulher livres na escolha dos caminhos. Não pode escolher um caminho que não responda a seus desejos e à finalidade de sua vida. O destino de toda a criatura é a busca de Deus. - Cristo veio proclamar que ele é o “caminho, a verdade e a vida”. Veio colocar uma norma para a humanidade. Veio dar uma direção e uma segurança. Os apóstolos foram anunciando a pessoa e a verdade de Cristo. Hoje a Igreja tem obrigação de ser anunciadora da mesma verdade dos apóstolos. É ordem de Cristo que seu evangelho seja anunciado a todos os povos e em todos os tempos. - Mas, como há muitos caminhos para o coração humano, Deus respeita as decisões humanas, e todo cristão, como os membros de todas as religiões, devem respeitar a decisão do sistema de culto de cada pessoa e de cada organização religiosa. A humanidade é muito mais que a igreja. A igreja tem a verdade, porém, não pode impor essa verdade. Nem é a única verdade. A liberdade religiosa faz perceber que a verdade está em todas as pessoas e em todos os cultos. Nada é só verdade e nada é só erro. Todos devem buscar a verdade mais pura. - No meio de tantas buscas e caminhos que levam ao Criador, os cristãos são chamados a ser “luz do mundo e sal da terra”. O cristão, pela sua vida pessoal, e as comunidades cristãs devem apresentar-se diante da sociedade e do mundo como a verdade mais clara, o caminho mais possível, e a busca da vida em plenitude e da felicidade de um jeito mais evidente segundo o Plano de Deus. O critério de uma religião ser mais ou menos verdadeira se revela no seu modo de viver o Plano de Deus Pai. - A busca de Deus e sua adoração é uma obrigação de toda a criatura. A maneira de adorar e prestar culto deve ser respeitada. Cada criatura e cada organização religiosa tem seu caminho. III – “NÃO TERÁS OUTROS DEUSES DIANTE DE MIM” - O primeiro mandamento pede para que se adore somente a Deus e ao mesmo tempo não se preste culto e honra a outros deuses fora do Deus único e verdadeiro. Diversos são os desvios do verdadeiro culto ao Senhor. 1. A superstição - A superstição é o desvio do sentimento religioso e das práticas que ele impõe. A superstição atribui um poder e importância a certas práticas religiosas, concedendo a esse poder efeitos mágicos. É atribuir eficácia a certos ritos e orações, e até a sinais sacramentais sem exigir disposições interiores. A superstição atribui às coisas o poder que é somente de Deus. 2. A idolatria - A Bíblia fala muitas vezes da necessidade de rejeitar os ídolos “feitos por mãos dos homens, que têm boca e não falam, têm olhos e não vêem”. - A idolatria é tornar Deus outra coisa, dar o poder de Deus àquilo que não é Deus. Não se trata aqui somente da adoração e prestação de culto a criaturas. Trata-se de uma adoração e prestação de culto a criaturas. Trata-se de uma maneira de viver de muitas pessoas. As atribuições do poder a uma raça, ao estado, ao dinheiro, ao prazer, ao poder em si, são formas declaradas de idolatria. A grande tendência em toda a história é o homem adorar a si mesmo. Na medida em que o homem se coloca como centro de tudo, está realizando uma idolatria de si mesmo ou das obras que faz. - A idolatria é inverter a natureza das coisas. É dar o poder de criador a qualquer criatura. O culto do corpo e à beleza, a busca exagerada do lazer e do esporte, a exaltação de artistas e atletas, a crença no poder da técnica e da ciência, são formas de atribuir poder que envolve o pensamento, o coração e a atividade humana. - Cristo falou: “Onde está o teu tesouro, ali está teu coração” (Mt 6,21). Onde a criatura humana coloca “todo coração, toda mente, todas as forças...”, ali está o seu ídolo. 3. Adivinhação e magia 6
  • 7. - O futuro pertence a Deus. Houve e há santos e profetas que predisseram acontecimentos futuros. Porém, a atitude correta é entregar-se com confiança nas mãos de Deus. Confiar na providência de Deus, e ao mesmo tempo sendo previdente, é atitude normal humana. - A adivinhação se torna uma prática condenada porque recorre a entidades que na realidade não são instrumentos e meios de se utilizar, como Satanás e demônios, evocação aos mortos e espíritos. A capacidade de adivinhar o futuro não está em entidades fora da pessoa humana. Pessoas sensíveis e dotadas de um poder de antever fatos. É o poder do inconsciente que supera o aqui e o agora e se lança no futuro. - A consulta a horóscopos, astrologia, quiromancia, interpretação de presságios e da sorte, os fenômenos de visão, o recurso a médiuns criam uma mentalidade fatalista, e fazem descrer do Plano de Deus e de sua providência. A adivinhação e a magia criam poderes nas coisas e nos ritos que na realidade eles não têm, e que somente são atribuídos a Deus. É um roubo ao poder de Deus. - Todas as práticas de magia e de feitiçaria com as quais a pessoa pretende domesticar os poderes ocultos para colocá-los a seu serviço e obter um poder sobrenatural sobre o próximo contrariam o sentido da religião. Religião é crer num Deus que conduz seu povo e seus filhos e filhas com amor, sem necessidade de ocultismos e magias. Estas magias e feitiçarias se revestem de maior gravidade quando têm como objetivo prejudicar o próximo. O uso de amuletos também revela o poder de conduzir a vida. - No meio do mundo mágico, o cristão é testemunha de sua fé verdadeira que liberta e conduz a vida segundo o Plano amoroso do Pai. Vive o sentido de religião, que é o relacionamento pessoal com Deus, sem intermediários, e um relacionamento de harmonia com o próximo sem feitiçaria e amuletos. A irreligião - A irreligião se manifesta de diversas maneiras na vida prática das pessoas. - A irreligião é tentar a Deus. Consiste em pôr Deus à prova. É a atitude de provar a bondade e o poder de Deus. Foi essa atitude que Satanás usou quando quis colocar Jesus à prova querendo que ele se atirasse do alto do templo. Jesus desafia Satanás dizendo: “Não tentarás o Senhor, teu Deus” (Dt 6,16). Todas as pessoas que assumem atitudes de desconfiança do amor e da bondade de Deus, do seu poder e misericórdia, estão cometendo um ato de irreligião. A irreligião se expressa também no sacrilégio. O Sacrilégio é uma atitude de desprezo. Todas as coisas são sagradas. Tudo é obra de Deus, e tudo o que é de Deus é sagrado. As criaturas todas são obras sagradas. Quando elas são profanadas, desprezadas por atitudes de descrença e de desprezo da vida, está se tomando uma atitude pecaminosa, uma atitude sacrílega. Até a natureza, obra saída das mãos de Deus, quando usada de uma maneira injusta e exploradora, está sendo motivo de sacrilégio. A ecologia vem conscientizar o respeito para com a obra de Deus. - Porém o sacrilégio se manifesta muito mais grave quando acontece a profanação de lugares sagrados, de sacramentos, e especialmente da Eucaristia. Sacrilégio é, também, fazer das pessoas máquinas de produção e consumo, objetos de prazer e de exploração. O corpo humano é templo de Deus, e, como consequência, é sagrado. A fome, o trabalho desumano, a violência, a injustiça são todas formas de desprezar a sacralidade do corpo. - A irreligião se expressa também na simonia. Simão, o mago, quis comprar o poder espiritual que os apóstolos tinham de curar e ressuscitar (At 8,20). Simonia é o ato de querer se apropriar do poder de Deus. Com dinheiro se deseja comprar os dons que Deus concede às suas criaturas, de uma forma totalmente gratuita. Jesus fala a Pedro: “recebestes de graça, daí de graça” (Mt 10,8). - A simonia está presente na sociedade quando, através de dinheiro, deseja comprar favores de Deus. Está nos economistas e políticos, está no povo simples que, pagando promessas e fazendo votos, quer negociar com Deus e comprar seus favores e graças. O ateísmo - Ser ateu é viver sem Deus. É não precisar dele. O ateísmo se manifesta pela recusa de Deus; pela negação de Deus. Tudo é obra do homem. Tudo é obra da evolução. Deus não interveio e nem intervém na vida do homem. O homem é o centro e condutor da história. O ateísmo se fundamenta na concepção falsa da autonomia humana, que chega a recusar toda a dependência em relação a Deus. 7
  • 8. - Pior que o ateísmo declarado é o ateísmo como prática de vida. Intelectualmente se crê na existência de Deus. Na vida do dia-a-dia se vive como se ele não existisse. O homem vive voltado para o tempo e o espaço, para o mundo material que o absorve integralmente. É o pecado do homem que vive voltado totalmente para o mundo do trabalho e do lazer, da profissão e da vida social. Não tem momentos de religiosidade, os faz isoladamente, sem buscar a expressão da fé numa vida em comunidade. - A igreja ensina que, quanto mais pessoa humana se é, mais necessidades se têm de expressar ao Criador a maravilha de ser criatura. A dignidade e a grandeza do homem se manifestam na sua ligação com Deus. O agnosticismo - Há muitas maneiras de ser agnóstico. Há os que simplesmente negam a existência de Deus. Grande parte admite a existência de Deus, porém, não de um Deus pessoal. Deus é um ser transcendente, uma energia cósmica, um organizador do universo. Deus é uma conquista da mente e não da fé. O agnóstico elimina totalmente a fé e cultiva radicalmente a razão. É o endurecimento da razão humana. Vale o mundo racional com desprezo ao mundo da fé. IV – “NÃO FARÁS PARA TI IMAGEM ESCULPIDA DE NADA...” - Os mandamentos do Senhor proíbem o culto às imagens. A imagem, quando rouba o poder de Deus, quando se endeusa, torna-se um pecado. No contexto da Bíblia, onde os pagãos, que viviam nos países vizinhos do Povo de Deus e que adoravam deuses representados em imagens, tornam a imagem uma representação divina, e, como tal, digna de condenação. - No mesmo Antigo Testamento; Deus permite que se façam imagens: a arca da aliança, os querubins, a serpente de bronze, não como deuses, e sim como sinal da presença de Deus. - Depois que Cristo se tornou imagem viva de Deus no meio de nós, a escultura de imagens recebe outro sentido. As imagens não são deuses. São sinais sagrados. São lembranças que lembram fatos e pessoas ligadas ao Deus único e Verdadeiro. - O culto cristão de imagens não é contrário ao primeiro mandamento que proíbe os ídolos. Quem venera uma imagem, venera a pessoa que nela está representada. A honra prestada aos santos, a Maria e a Deus, através de imagens, não são adoração, mas lembrança e veneração a quem foi e é grande sinal de Deus.  O segundo mandamento - “Não pronunciarás em vão o nome do Senhor teu Deus” (Ex 20,7; Dt 5,11) I – O NOME DO SENHOR É SANTO - O segundo mandamento manda respeitar o nome do Senhor. O nome do Senhor é sagrado, é santo. Não se pode usar e abusar do nome de Deus. Deve-se guardá-lo na memória e no coração com carinho. O nome do Senhor não pode ser usado em qualquer ocasião. Deve ser usado para ser bendito, louvado e glorificado. - Todo batizado deve confessar o nome do Senhor, sem ter medo de pronunciá-lo no momento de necessidade e sem vergonha de sua crença. O nome sagrado de Deus inclui Jesus Cristo, Espírito Santo, a Virgem Maria e o nome dos santos. - O pecado da blasfêmia fere o segundo mandamento. A blasfêmia joga contra Deus ódio, ofensa, desafio. Blasfemar é também falar mal de Deus e faltar com respeito a seu nome e sua presença no universo, em cada pessoa e em toda a história da humanidade. - Há blasfêmias que não usam o nome de Deus, mas que destroem publicamente sua grande santidade. Usa-se o nome de Deus para matar, para legitimar guerras, para explorar no trabalho, para torturar e até para satisfazer a ganância econômica e política. - A blasfêmia, além de ser uma ofensa e um desrespeito a Deus, é um motivo de escândalo para quem a escuta. Fere o ouvido de quem tem sensibilidade e amor a Deus. É também uma atitude grosseira. Bendito e louvado sejam sempre o nome do Senhor pelos lábios e voz dos cristãos. II – O NOME DO SENHOR PRONUNCIADO EM VÃO - Usa-se demais o nome do Senhor em vão. Desde a exclamação “meu Deus” até o “graças a Deus” percebe-se o uso demasiado do santo nome de Deus. O nome do Senhor não deve ser tomado como 8
  • 9. testemunha de nossas verdades ou posições. Jura-se por Deus, promete-se em nome de Deus, e nem sempre essas atitudes são de veracidade. - Jesus, no Sermão da Montanha, retomou práticas erradas do Antigo Testamento e colocou uma roupagem nova e um novo sentido. Assim se fala a respeito do nome do Senhor: “Não perjurarás, mas cumprirás teus mandamentos para com o Senhor... Eu porém vos digo: não jureis em hipótese alguma... Seja vosso sim, sim e vosso não, não. O que passa disso vem do maligno” (Mt 5,33s). - A santidade do nome divino exige que não seja pronunciado em qualquer ocasião e nem em defesa das próprias opiniões e argumentos. III – O NOME CRISTÃO - O nome do batizado também é santo. É santificado pelo batismo, que foi realizado em nome da Santíssima Trindade. O nome do batismo foi celebrado e consagrado num lugar sagrado: a igreja. - O cristão começa as orações e as ações em nome da Santíssima Trindade. Tudo faz marcado pela presença de Deus. Além do mais, Deus chama a cada um por seu nome. Se o nome das coisas é sagrado, muito sagrado é o nome do homem, que é um nome eterno. Somos todos marcados por um nome que fará parte da lista dos eleitos e santos no Reino dos Céus.  O terceiro mandamento - “Lembra-te do dia de sábado para santificá-lo. Trabalharás durante seis dias, e farás toda a tua obra. O sétimo dia, porém, é o sábado do Senhor teu Deus. Não farás nenhum trabalho” (Ex 20,8-10). I – O DIA DO SÁBADO - O terceiro mandamento do Decálogo lembra a santidade do sábado: “o sétimo dia é o sábado: repouso absoluto em honra do Senhor” (Ex 31,15). Falando do sábado a Escritura faz uma memória da criação: “em seis dias o Senhor fez o céu e a terra, o mar e tudo o que eles contêm, mas repousou no sétimo dia. Por isso o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou” (Ex 20,11). - Para o Povo de Israel o sábado era muito sagrado: guardá-lo era sinal da aliança inquebrantável. O agir de Deus se torna modelo para o agir humano. Se Deus trabalhou seis dias e no sétimo descansou, também todas as criaturas devem fazer o mesmo. O sábado faz cessar os trabalhos cotidianos e garante uma parada. É um dia de protesto contra as escravidões do trabalho e o culto do dinheiro. - Cristo, como bom hebreu, faz do sábado o dia do descanso, porém não faz como os fariseus que se tornaram escravos da lei. Se há necessidades básicas humanas que devem ser satisfeitas mesmo em dia de sábado. Jesus foi advertido pelos fariseus por fazer curas em dia de sábado. E Jesus advertiu dizendo: “O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado” (Mc 2,27). O DIA DO SENHOR - O dia da Ressurreição: nova criação - Jesus ressuscitou dentre os mortos “no primeiro dia da semana” (Mt 28,1). Desde as primeiras comunidades, por causa da ressurreição de Cristo, o dia santificado, o dia do Senhor, se tornou o primeiro dia da semana: o domingo. O domingo, além de ser o dia do Senhor, tornou-se o Dia da Ressurreição. O domingo – plenitude do sábado - Cristo leva à plenitude todas as coisas. Com sua ressurreição levou o sábado à plenitude. É o novo dia da Páscoa. Santo Inácio de Antioquia, bem no início do cristianismo, escrevia: “aqueles que viviam segundo a ordem antiga das coisas vieram para a nova esperança, não observando mais o sábado e sim o dia do Senhor, no qual a nossa vida foi abençoada por ele e por sua morte”. - A partir de Cristo o domingo assumiu a plenitude do tempo. A Eucaristia dominical - A celebração dominical do dia e da Eucaristia do Senhor constitui a essência da vida da Igreja. A prática da celebração Eucarística no domingo vem desde os tempos apostólicos. O dia da Eucaristia deve ser celebrado em todas as comunidades cristãs. É o dia do culto. É o dia da comunidade, em que reunidos em nome de Cristo escutam a Palavra, rezam e se alimentam da Eucaristia. A obrigação do domingo - É mandamento da Igreja que aos domingos e dia de festa de preceito todos os batizados participem da oração comunitária. A obrigação da participação dos batizados na Eucaristia dominical provém como preceito do Senhor e como celebração do dia da Ressurreição. 9
  • 10. - A participação na celebração comunitária da Eucaristia dominical é um testemunho de pertença e de fidelidade a Cristo e à sua Igreja. Vive-se a fé, a esperança e o amor em comunidade. É testemunho visível da unidade da Trindade e da unidade que Cristo celebrou com os doze apóstolos da Ceia Sagrada. Dia de graça e de interrupção do trabalho - Deus descansou no sétimo dia. Ensinou, com seu exemplo, ao homem para que também descanse. A instituição do dia do Senhor contribui para que todos desfrutem do tempo de repouso e de lazer suficiente que permita cultivar a vida familiar, cultural, social e religiosa. É uma parada obrigatória do trabalho normal para dedicar-se ao culto a Deus, à prática da caridade e ao descanso conveniente do corpo. - Para o cristão o domingo, além de ser o dia do lazer e do descanso, é o dia do encontro com a comunidade cristã. Perde todo o sentido o domingo que não tem o momento para a oração comunitária. Além da oração comunitária é um dia que favorece a reflexão, a leitura, a meditação, e até o silêncio, como forma de recompor as tensões criadas pelo mundo do trabalho. - O sistema de trabalho que não respeita o domingo, porque as máquinas não podem parar, é um sistema desumano. Já não é a pessoa que está no centro da vida, mas a produção e o lucro. Viver o domingo no sentido cristão é imitar o Criador que depois de ter trabalhado seis dias na construção do universo viu que tudo era muito bom, e descansou. Para o exame de consciência: 1. «Não terás outro Deus além de mim» (Dt 5,7). «Amarás ao Senhor com todo teu coração, com toda tua alma e com toda tua mente» (Mt 22, 37). Amo assim o Senhor? Dou-lhe o primeiro lugar em minha vida? Empenho-me em rejeitar todo ídolo que pode interpor-se entre Ele e eu, seja o dinheiro, o prazer, a superstição ou o poder? Escuto com fé sua Palavra? Sou perseverante na oração? 2. «Não tomarás em falso o nome do Senhor teu Deus» (Dt 5,11). Respeito o nome santo de Deus? Abuso ao referir-me a Ele ofendendo-o ou servindo-me dele em lugar de servi-lo? Bendigo a Deus em cada um de meus atos? Remeto-me sem reservas a sua vontade sobre mim, confiando totalmente nele? Confio-me com humildade e confiança à guia e ao ensinamento dos pastores que o Senhor deu a sua Igreja? Empenho-me em aprofundar e nutrir minha vida de fé? 3. «Santificarás as festas» (cf. Dt 5, 12-15). Vivo a centralidade do domingo, começando por seu centro que é a celebração da Eucaristia, e os outros dias consagrados ao Senhor para louvá-lo e dar-lhe graças para confiar-me a ele e repousar nele? Participo com fidelidade e empenho na liturgia festiva, preparando-me a ela com a oração e esforçando-me em obter fruto durante toda a semana? Santifico o dia de festa com algum gesto de amor para com quem precisa? 10