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Universidade Federal do Pampa Centro de Ciências Sociais de São Borja Curso de Jornalismo Fato, acontecimento, notícia: apontamentos teórico-práticos Profª. Me. Joseline Pippi 2011
Informação:  - ainformação é entendida como um objeto de saber. Assim, informar é fazer-saber. Dessa forma, a informação é amatéria dos atos comunicativos.  “A informação é o que é possível e o que é legítimo mostrar, mas também o que devemos saber, o que está marcado para ser percebido (...). toda informação, como um asterisco em um guia, supõe a flecha de uma dêixis pela qual se autodesigna. Faz um anel com si própria. De maneira que, segundo os lingüistas, qualquer asserção é destacada por um “e isto é verdade”, qualquer informação se legenda com um “e isto deve ter sido visto ou sabido”.  (MOUILLAUD: 2002, p. 38)
[object Object]
 A informação tem diferentes fontes e o acontecimento é uma delas.“A informação é o conjunto de formas, condições e atuações para fazer públicos – contínua ou periodicamente – os elementos do saber, de fatos, de acontecimentos, de especulações, de ações e projetos, tudo isso mediante uma técnica especial feita com este fim e utilizando os meios de transmissão ou comunicação social. Esta técnica especial pode ser a técnica jornalística, que necessariamente utiliza instrumentos próprios para que a informação – conseguida e formada por esta técnica – se faça pública.”  (MEDINA:1988, p.22)
Fato: - Do latim factu. Designa coisa ou ação feita ou aquilo que realmente existe, real. ,[object Object]
O fato mediado pela linguagem transforma-se em acontecimento;
 Acredita-se não haver possibilidade de acesso ao fato bruto;
 Entende-se o fato como uma instância virtual de um evento ocorrido no mundo ao qual não se tem acesso a não ser a partir de sua construção discursiva: o acontecimento.,[object Object]
O jornalista não está conectado com fatos, mas com falas;
 “Um conjunto de marcas fizeram da página do jornal diário não apenas um texto, mas uma ‘área espacial’”.
 A produção do sentido começa com a diagramação;
 Fotografia = representação simbólica da vida social, sujas cenas mais importantes são figuras da comunicação;
 A identidade do jornal está diretamente relacionada a: o seu nome, seus títulos, meios de reprodução do discurso de outros enunciadores;
 Duas funções enunciadoras do jornal: fazer saber e fazer crer;,[object Object]
 Dispositivo = (muito além do suporte + conteúdo); matrizes nas quais se inscrevem os textos; de existência dupla: existe antes do texto, precedendo-o e comandando sua duração e extensão, ou sucede o texto;
 Texto + dispositivo = relação dinâmica;

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  • 1. Universidade Federal do Pampa Centro de Ciências Sociais de São Borja Curso de Jornalismo Fato, acontecimento, notícia: apontamentos teórico-práticos Profª. Me. Joseline Pippi 2011
  • 2. Informação: - ainformação é entendida como um objeto de saber. Assim, informar é fazer-saber. Dessa forma, a informação é amatéria dos atos comunicativos. “A informação é o que é possível e o que é legítimo mostrar, mas também o que devemos saber, o que está marcado para ser percebido (...). toda informação, como um asterisco em um guia, supõe a flecha de uma dêixis pela qual se autodesigna. Faz um anel com si própria. De maneira que, segundo os lingüistas, qualquer asserção é destacada por um “e isto é verdade”, qualquer informação se legenda com um “e isto deve ter sido visto ou sabido”. (MOUILLAUD: 2002, p. 38)
  • 3.
  • 4. A informação tem diferentes fontes e o acontecimento é uma delas.“A informação é o conjunto de formas, condições e atuações para fazer públicos – contínua ou periodicamente – os elementos do saber, de fatos, de acontecimentos, de especulações, de ações e projetos, tudo isso mediante uma técnica especial feita com este fim e utilizando os meios de transmissão ou comunicação social. Esta técnica especial pode ser a técnica jornalística, que necessariamente utiliza instrumentos próprios para que a informação – conseguida e formada por esta técnica – se faça pública.” (MEDINA:1988, p.22)
  • 5.
  • 6. O fato mediado pela linguagem transforma-se em acontecimento;
  • 7. Acredita-se não haver possibilidade de acesso ao fato bruto;
  • 8.
  • 9. O jornalista não está conectado com fatos, mas com falas;
  • 10. “Um conjunto de marcas fizeram da página do jornal diário não apenas um texto, mas uma ‘área espacial’”.
  • 11. A produção do sentido começa com a diagramação;
  • 12. Fotografia = representação simbólica da vida social, sujas cenas mais importantes são figuras da comunicação;
  • 13. A identidade do jornal está diretamente relacionada a: o seu nome, seus títulos, meios de reprodução do discurso de outros enunciadores;
  • 14.
  • 15. Dispositivo = (muito além do suporte + conteúdo); matrizes nas quais se inscrevem os textos; de existência dupla: existe antes do texto, precedendo-o e comandando sua duração e extensão, ou sucede o texto;
  • 16. Texto + dispositivo = relação dinâmica;
  • 17. Os dispositivos são encaixados uns nos outros: o jornal pertence à uma rede de informações que se originou no séc. XVIII (com as características que conhecemos);
  • 18. “(...) o dispositivo e o lugar são indissociáveis do sentido no qual só se atualizam um pelo outro” (MOUILLAUD: 2002, 35).
  • 19.
  • 20. “A informação é uma das figuras da visibilidade” (MOUILLAUD: 2002, 37);
  • 21. “(...) promover uma imagem ou uma informação é destacar do real uma superfície, um simulacro (...) que vêm à frente com relação a um fundo sem imagem” (Idem.);
  • 22. Pôr em visibilidade contém modalidades do poder e do dever;
  • 23. Toda e qualquer informação engendra o desconhecido: “pro-duzir uma superfície visível induz um invisível como seu avesso” (Id., p.39);
  • 24. Não pode haver um todo-informativo;
  • 25. Toda visão contém algo mais que si mesma: o que não pode/deve ser sabido;
  • 26.
  • 27.
  • 28. 1º: delimitar um campo e um fora de quadro;
  • 29. 2º: focalizar a visão no interior de seus limites, mostra-se a cena;
  • 30. O que está fora do campo está fora do quadro;
  • 31. Os jornalistas trabalham com baterias de informações preparadas;
  • 32. A disputa da visibilidade supõe o trabalho da condensação que permite apreender formas;
  • 33. “(...)se pode sustentar que a imagem é um acontecimento de luz. A representação é a modificação deste fluxo” (MOUILLAUD: 2002, 45);
  • 34. As coisas não possuem sua representação;
  • 35.
  • 36. “O reflexo reflete o refletidor em que se reflete”;
  • 37. “O que faz as vezes de tela na informação é a questão que é colocada. A representação muda com a questão” (Idem., 47);
  • 38.
  • 39. Uma das funções do noticiar é trazer o acontecimento para perto do destinatário da informação;
  • 40. A notícia deve ser axiomática, ou seja, ter valor de verdade;
  • 41. Construção discursiva: caráter de ineditismo;“Noticia es una representación social de la realidad cotidiana producida institucionalmente que se manifesta en la construcción de un mundo posible.” (ALSINA:2005, p. 185)
  • 42.
  • 43. Seleção: critérios de noticiabilidade;
  • 44. Transformação: espetacularização. “A notícia é um produto e como tal obedece às leis de mercado: é vendida regularmente (de acordo com a periodicidade do veículo), é produzida conforme o aparato ideológico da empresa que representa e segue a oferta e a procura inerentes também ao mercado da informação.” (MEDINA: 1988, p. 16)
  • 45.
  • 46. Não explica a influência que a redação (sua estrutura) exerce na produção das notícias;
  • 47. Ação social: notícias como produto das organizações e de seus constrangimentos
  • 48. Explica a existência de rotinas organizacionais, mas não de onde elas advêm;
  • 49. Ação cultural: produto da cultura e das restrições por ela impostas
  • 50. De base antropológico-literária: põe a notícia como “uma ficção de maneira simultaneamente intencional e não-intencional” (p.25);“A criação de notícias é sempre uma interação de repórter, diretor, editor, constrangimentos da organização da sala de redação, necessidade de manter os laços com as fontes, os desejos da audiência, as poderosas convenções culturais e literárias dentro das quais os jornalistas frequentemente operam sem pensar”. (p.26)
  • 51.
  • 52. Deve haver seleção;
  • 53. Para serem selecionados, os acontecimentos precisam de apresentar algumas características que os tornem passíveis de se transformarem em notícia.
  • 54. A existência de critérios de seleção possui dois objetivos: a escolha adequada de acontecimentos a serem veiculados a manutenção de determinadas práticas no processo produtivo de notícias - Há um conjunto de traços hierarquizados que permitem prever o grau de possibilidade que um acontecimento tem de se transformar em notícia: critérios de noticiabilidade.
  • 55. CRITÉRIOS DE NOTICIABILIDADE “Os jornalistas têm os seus óculos particulares através dos quais vêem certas coisas e não outras, e vêem de uma certa maneira as coisas que vêem. Operam uma seleção e uma construção daquilo que é selecionado.” (BOURDIEU: 1997, p. 12) “Conjunto de critérios e operações que fornecem a aptidão de merecer um tratamento jornalístico, isto é, possuir valor como notícia. Assim, critérios de noticiabilidade são o conjunto de valores-notícia que determinam se um acontecimento, ou assunto, é suscetível de se tornar notícia, isto é, de ser julgado como merecedor de ser transformado em matéria noticiável e, por isso, possuindo valor-notícia”. (TRAQUINA: 2005, p. 63)
  • 56.
  • 57. BOURDIEU, Pierre. Sobre a televisão. Rio de janeiro: Jorge Zahar Ed., 1997.
  • 58. MEDINA, Cremilda de A. Notícia, um produto à venda: o jornalismo na sociedade urbana e industrial. 2. ed. São Paulo: Summus, 1988.
  • 59. MOUILAUD, Maurice. In: PORTO, Sérgio. (Org). O jornal da forma ao sentido. 2. ed. Brasília: Editorada UnB, 2002 (p. 25-47).
  • 60. SCHUDSON, Michael. Por que as notícias são como são? In: Comunicação e Linguagens. Lisboa, n.6, dez.1988, p.17-27.
  • 61. TRAQUINA, Nelson. Teorias do jornalismo: porque as notícias são como são. 2.ed. Florianópolis: Insular, 2005.