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Análise de Hibridização
Caio Fagundes
João Moreira
Breve histórico
• A idéia de imobilizar e hibridizar moléculas em
um suporte sólido foi primeiro proposta por
Denhardt (1966), conduzindo ao desenvolvimento
de metodologias de identificação de seqüências no
DNA genômico e de clonagem.
• O passo seguinte foi dado por Southern (1975),
quando demonstrou como poderia ser feita a
transferência de DNA do gel para membranas;
• Segundo Dyson (1991), desde as descobertas de
Denhardt e Southern as técnicas de hibridização
em membranas tornaram-se gradativamente
sofisticadas, principalmente devido a melhor
compreensão acerca dos fatores que influenciam a
taxa de hibridização e estabilidade dos híbridos.
Hibridização de ácidos nucléicos
• É o pareamento complementar de bases entre os
ácidos nucléicos de fita simples, gerando um
produto dupla fita.
• Pode ser:
– DNA/DNA
– RNA/RNA
– DNA/RNA
Hibridização de ácidos nucléicos
Como se mantem unidas as fitas?
• Pontes de hidrogênio entre as
bases;
• Interações hidrofóbicas entre as
bases adjacentes de uma mesma
fita.
Fatores que afetam a estabilidade dos
híbridos
•
•
•
•
•
•

Número de pares GC v/s pares AT;
Grau de complementariedade;
Tamanho das fitas (número de pares de bases) ;
Concentração de sal na solução;
Temperatura;
Concentração de formamida (para híbridos de RNA).
Fatores que afetam a estabilidade dos
híbridos
• Número de pares GC v/s pares AT:
– Maior número de ligações de H
entre as fitas → maior
estabilidade dos híbridos.
• 3 ligações de H entre G e C
• 2 ligações de H entre A e T
Fatores que afetam a estabilidade dos
híbridos
• Grau de complementariedade:
– Menor complementariedade de bases:
→ menos ligações de H formadas;
→ menor estabilidade.
Fatores que afetam a estabilidade dos
híbridos
• Tamanho das fitas:
– Maior tamanho (cDNAs >200pb):
→ mais ligações de H;
→ maior estabilidade do híbrido.
– Menor tamanho (oligos <50pb):
→ Maior especificidade;
→ Menor probalidade de hibridização cruzada.
Fatores que afetam a estabilidade dos
híbridos
• Concentração de sal na solução:
∀ ↑ [sal] → ↑ estabilidade do híbrido
– Cátions monovalentes (Na+) ou
divalentes (Mg++)
– As cargas negativas dos grupos fosfato
repelem umas às outras.
– Os íons positivos da solução reduzem a
repulsão eletrostática entre as fitas.
Fatores que afetam a estabilidade dos
híbridos
• Temperatura:
– Maior T → aumenta a energia cinética das
fitas e desestabiliza a estructura dos ácidos
nucléicos.
→ as fitas se separan.
Fatores que afetam a estabilidade dos
híbridos
• pH:
↑ [OH- ]
↑ ionização dos grupos fosfato, favorecendo
a repulsão eletrostática entre as fitas.
• Concentração de formamida:
– Provavelmente forma ligações de H com os
ácidos nucléicos;
– Desestabiliza a formação de híbridos.
O efeito combinado destes fatores pode
ser expresso em uma equação para o
cálculo da Tm
• O que é Tm?
Tm = temperatura de melting ou temperatura de
separação das fitas.
A Tm é uma medida de estabilidade dos híbridos,
definida como a temperatura na qual 50% dos híbridos
se encontram formados e 50% permanecen dissociados.
50%
5’ - - - - - - - - - - -3’
3’ - - - - - - - - - - 5’

5’ - ----5’
----3’ - -50%
-3’
Para DNA:DNA
Tm = 81,5 ºC + 16,6log[Na] + 41(%G+C) - 0,63(%formamida) - (500/L)

Para DNA:RNA
Tm = 79,8 ºC + 18,5log[Na] + 58,4(%G+C) + 11,8(%G+C)2 - 0,5(%formamida) - (820/L)

Para oligonucleotidos em 1 M Na+
Tm (oC) = 4 (G+C) + 2 (A+T)
Dot/Slot Blot
• Desenvolvido primeiramente por Kafatos et al em
1979.
• Usado na determinação da abundância relativa de
uma seqüência alvo em uma série de amostras de
DNA
• Aplicada em análise genômica de espécies
relacionadas
• Zoo Blot: blots contendo DNA de uma variedade
de espécies relacionadas.
Dot/Slot Blot
• Técnica de imobilização
de DNA não fracionado
em uma membrana de
nitrocelulose ou de
nylon. Posteriormente a
análise de hibridização
pode ser feita.
• Dot ou Slot: Diferenças
na geometria do blot
Dot/Slot Blot
• Dot/Slot blotting de DNA em membranas não
carregadas de nitrocelulose e nylon:
– Aprelho de sucção e um manifold
– Materiais:
•
•
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•
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•
•

SSC 6x e 20x
DNA a ser analizado
Solução de desnaturação: 1.5M NaCl/0.5M NaOH
Solução de neutralização: 1M NaCl/0.5M tris.Cl pH 7,0
Membrana
Folhas de papel de filtro
Manifold
Plástico transparente a luz UV
Fonte UV
Dot/Slot Blot
• Embeber a membrana e o filtro de papel em SSC 6x
por 10 min.
• Posicionar a membrana sobre o filtro no manifold.
Observar se há bolhas de ar.
• Diluir DNA com água e SSC 20x p/ um volume de
400ul. Desnaturar o DNA em banho de água a 100 ºC
por 10 min.
• Ligar o aparelho de sucção ao manifold, adicionar
500ul de SSC 20x e permitir filtragem (5 min).
• Centrifugar amostras de DNA e aplicar aos poços.
• Filtrar.
Dot/Slot Blot
• Após filtragem, colocar membrana sobre um papel
de filtro embebido em solução de desnaturação
por 10 minutos.
• Levar membrana a um papel embebido em solução
de neutralização por 5 minutos.
• Embrulhar a membrana no plástico transperente a
UV e posicioná-la com o DNA voltado para baixo
na fonte de UV pelo tempo indicado.
• Secar a membrana.
Análise de Hibridização
• DNA de fita simples e RNA de sequencias
definidas podem parear com um segundo DNA ou
RNA com uma seqüência complementar, com a
estabilidade do híbrido dependendo do grau de
pareamento de bases.
• Experimentalmente usa-se uma sonda marcada e
um DNA alvo imobilizado em uma membrana. É
um método bastante sensível.
Análise de Hibridização

•
•
•
•
•

Imobilização;
Adição das sondas na solução de hibridização;
Lavagem: grau de complementaridade;
Sondas: 100 a 1000 bp marcados radioativamente;
Diversos protocolos: Southern e Dot
Análise de hibridização de DNA
com sonda de DNA marcada
•
•
•
•

Bloqueio de sítios não específicos
Incubação com a sonda.
Lavagem.
Materiais:
– Sonda
– Solução de pre-hibridização/hibridização
– 2x SSC/0,1% SDS, 0,2x SSC/0,1% SDS, 0,1x
SSC/0,1% SDS, 2x e 6x SSC
– Incubadora
– Tubo de hibridização
– Reagentes para marcação de DNA e autoradiografia
Análise de hibridização de DNA
com sonda de DNA marcada
• Marcação da sonda de DNA (nick translation ou
random priming) a atividade especifica de 1x108
dpm/ug;
• Molhar a membrana com o DNA em 6x SSC;
• Incubar membrana no tubo de hibridização com
APH (1ml para 10cm2) por 3 hr a 68 ºC;
• Desnaturar sonda a 100 ºC por 10 min;
• Repor a APH contendo a sonda no tubo e incubar
overnight a 68 ºC;
• Lavar a membrana (SSC/SDS - ciclos de 10 min);
• Fazer autoradiografia.
Análise de hibridização de DNA
com sonda de RNA marcada
• Construção de sondas de RNA (RNA pol:SP6, T3
ou T7) para o DNA template;
Para marcação radioativa adicionar NTPs radioativos.

• Molhar a membrana com o DNA em 6x SSC;
• Incubar membrana no tubo de hibridização com
FPH (1ml para 10cm2) por 3 hr a 42 ºC;
• Trocar o FPH, adicionar a sonda no tubo e incubar
overnight a 42 ºC, sob agitação;
• Lavar a membrana (SSC/SDS - ciclos de 10 min).
• Repor a solução de lavagem e adicionar igual
volume de 2x SSC (25µg/ml RNase A + 10U/ml
RNase T1) e incubar 30 min;
• Realizar a autoradiografia.
• Para remover as sondas da membrana hibridizada
basta realizar um tratamento com 0,4 M de NaOH
à 45 ºC, ou com 0,1% de SDS. Assim a membrana
poderá ser novamente hibridizada.
Random priming:

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Analise de hibridização

  • 1. Análise de Hibridização Caio Fagundes João Moreira
  • 2. Breve histórico • A idéia de imobilizar e hibridizar moléculas em um suporte sólido foi primeiro proposta por Denhardt (1966), conduzindo ao desenvolvimento de metodologias de identificação de seqüências no DNA genômico e de clonagem. • O passo seguinte foi dado por Southern (1975), quando demonstrou como poderia ser feita a transferência de DNA do gel para membranas;
  • 3. • Segundo Dyson (1991), desde as descobertas de Denhardt e Southern as técnicas de hibridização em membranas tornaram-se gradativamente sofisticadas, principalmente devido a melhor compreensão acerca dos fatores que influenciam a taxa de hibridização e estabilidade dos híbridos.
  • 4. Hibridização de ácidos nucléicos • É o pareamento complementar de bases entre os ácidos nucléicos de fita simples, gerando um produto dupla fita. • Pode ser: – DNA/DNA – RNA/RNA – DNA/RNA
  • 5. Hibridização de ácidos nucléicos Como se mantem unidas as fitas? • Pontes de hidrogênio entre as bases; • Interações hidrofóbicas entre as bases adjacentes de uma mesma fita.
  • 6. Fatores que afetam a estabilidade dos híbridos • • • • • • Número de pares GC v/s pares AT; Grau de complementariedade; Tamanho das fitas (número de pares de bases) ; Concentração de sal na solução; Temperatura; Concentração de formamida (para híbridos de RNA).
  • 7. Fatores que afetam a estabilidade dos híbridos • Número de pares GC v/s pares AT: – Maior número de ligações de H entre as fitas → maior estabilidade dos híbridos. • 3 ligações de H entre G e C • 2 ligações de H entre A e T
  • 8. Fatores que afetam a estabilidade dos híbridos • Grau de complementariedade: – Menor complementariedade de bases: → menos ligações de H formadas; → menor estabilidade.
  • 9. Fatores que afetam a estabilidade dos híbridos • Tamanho das fitas: – Maior tamanho (cDNAs >200pb): → mais ligações de H; → maior estabilidade do híbrido. – Menor tamanho (oligos <50pb): → Maior especificidade; → Menor probalidade de hibridização cruzada.
  • 10. Fatores que afetam a estabilidade dos híbridos • Concentração de sal na solução: ∀ ↑ [sal] → ↑ estabilidade do híbrido – Cátions monovalentes (Na+) ou divalentes (Mg++) – As cargas negativas dos grupos fosfato repelem umas às outras. – Os íons positivos da solução reduzem a repulsão eletrostática entre as fitas.
  • 11. Fatores que afetam a estabilidade dos híbridos • Temperatura: – Maior T → aumenta a energia cinética das fitas e desestabiliza a estructura dos ácidos nucléicos. → as fitas se separan.
  • 12. Fatores que afetam a estabilidade dos híbridos • pH: ↑ [OH- ] ↑ ionização dos grupos fosfato, favorecendo a repulsão eletrostática entre as fitas. • Concentração de formamida: – Provavelmente forma ligações de H com os ácidos nucléicos; – Desestabiliza a formação de híbridos.
  • 13. O efeito combinado destes fatores pode ser expresso em uma equação para o cálculo da Tm • O que é Tm? Tm = temperatura de melting ou temperatura de separação das fitas. A Tm é uma medida de estabilidade dos híbridos, definida como a temperatura na qual 50% dos híbridos se encontram formados e 50% permanecen dissociados. 50% 5’ - - - - - - - - - - -3’ 3’ - - - - - - - - - - 5’ 5’ - ----5’ ----3’ - -50% -3’
  • 14. Para DNA:DNA Tm = 81,5 ºC + 16,6log[Na] + 41(%G+C) - 0,63(%formamida) - (500/L) Para DNA:RNA Tm = 79,8 ºC + 18,5log[Na] + 58,4(%G+C) + 11,8(%G+C)2 - 0,5(%formamida) - (820/L) Para oligonucleotidos em 1 M Na+ Tm (oC) = 4 (G+C) + 2 (A+T)
  • 15. Dot/Slot Blot • Desenvolvido primeiramente por Kafatos et al em 1979. • Usado na determinação da abundância relativa de uma seqüência alvo em uma série de amostras de DNA • Aplicada em análise genômica de espécies relacionadas • Zoo Blot: blots contendo DNA de uma variedade de espécies relacionadas.
  • 16. Dot/Slot Blot • Técnica de imobilização de DNA não fracionado em uma membrana de nitrocelulose ou de nylon. Posteriormente a análise de hibridização pode ser feita. • Dot ou Slot: Diferenças na geometria do blot
  • 17. Dot/Slot Blot • Dot/Slot blotting de DNA em membranas não carregadas de nitrocelulose e nylon: – Aprelho de sucção e um manifold – Materiais: • • • • • • • • • SSC 6x e 20x DNA a ser analizado Solução de desnaturação: 1.5M NaCl/0.5M NaOH Solução de neutralização: 1M NaCl/0.5M tris.Cl pH 7,0 Membrana Folhas de papel de filtro Manifold Plástico transparente a luz UV Fonte UV
  • 18. Dot/Slot Blot • Embeber a membrana e o filtro de papel em SSC 6x por 10 min. • Posicionar a membrana sobre o filtro no manifold. Observar se há bolhas de ar. • Diluir DNA com água e SSC 20x p/ um volume de 400ul. Desnaturar o DNA em banho de água a 100 ºC por 10 min. • Ligar o aparelho de sucção ao manifold, adicionar 500ul de SSC 20x e permitir filtragem (5 min). • Centrifugar amostras de DNA e aplicar aos poços. • Filtrar.
  • 19. Dot/Slot Blot • Após filtragem, colocar membrana sobre um papel de filtro embebido em solução de desnaturação por 10 minutos. • Levar membrana a um papel embebido em solução de neutralização por 5 minutos. • Embrulhar a membrana no plástico transperente a UV e posicioná-la com o DNA voltado para baixo na fonte de UV pelo tempo indicado. • Secar a membrana.
  • 20.
  • 21. Análise de Hibridização • DNA de fita simples e RNA de sequencias definidas podem parear com um segundo DNA ou RNA com uma seqüência complementar, com a estabilidade do híbrido dependendo do grau de pareamento de bases. • Experimentalmente usa-se uma sonda marcada e um DNA alvo imobilizado em uma membrana. É um método bastante sensível.
  • 22. Análise de Hibridização • • • • • Imobilização; Adição das sondas na solução de hibridização; Lavagem: grau de complementaridade; Sondas: 100 a 1000 bp marcados radioativamente; Diversos protocolos: Southern e Dot
  • 23. Análise de hibridização de DNA com sonda de DNA marcada • • • • Bloqueio de sítios não específicos Incubação com a sonda. Lavagem. Materiais: – Sonda – Solução de pre-hibridização/hibridização – 2x SSC/0,1% SDS, 0,2x SSC/0,1% SDS, 0,1x SSC/0,1% SDS, 2x e 6x SSC – Incubadora – Tubo de hibridização – Reagentes para marcação de DNA e autoradiografia
  • 24. Análise de hibridização de DNA com sonda de DNA marcada • Marcação da sonda de DNA (nick translation ou random priming) a atividade especifica de 1x108 dpm/ug; • Molhar a membrana com o DNA em 6x SSC; • Incubar membrana no tubo de hibridização com APH (1ml para 10cm2) por 3 hr a 68 ºC; • Desnaturar sonda a 100 ºC por 10 min; • Repor a APH contendo a sonda no tubo e incubar overnight a 68 ºC; • Lavar a membrana (SSC/SDS - ciclos de 10 min); • Fazer autoradiografia.
  • 25. Análise de hibridização de DNA com sonda de RNA marcada • Construção de sondas de RNA (RNA pol:SP6, T3 ou T7) para o DNA template; Para marcação radioativa adicionar NTPs radioativos. • Molhar a membrana com o DNA em 6x SSC; • Incubar membrana no tubo de hibridização com FPH (1ml para 10cm2) por 3 hr a 42 ºC; • Trocar o FPH, adicionar a sonda no tubo e incubar overnight a 42 ºC, sob agitação; • Lavar a membrana (SSC/SDS - ciclos de 10 min).
  • 26. • Repor a solução de lavagem e adicionar igual volume de 2x SSC (25µg/ml RNase A + 10U/ml RNase T1) e incubar 30 min; • Realizar a autoradiografia. • Para remover as sondas da membrana hibridizada basta realizar um tratamento com 0,4 M de NaOH à 45 ºC, ou com 0,1% de SDS. Assim a membrana poderá ser novamente hibridizada.
  • 27. Random priming: Nick translation: ds DNA DESNATURACION ALINEAMIENTO DE PARTIDORES DNase I quebra o DNA DNA POLIMERASA + dNTPs + dNTP-P DNA pol I agrega NTPs