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ESCOLA BÁSICA INTEGRADA QUINTA DO CONDE – 11/12
                   CURSO DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE ADULTOS – NÍVEL SECUNDÁRIO




                      CULTURA, LÍNGUA E COMUNICAÇÃO                             EFA – NS – 2º Ano



                                                                                         23/03/12

Formadora: Rute Gomes

Formando: Judite Salgueiro




                                      O CACHIMBO

        O cachimbo é utilizado para fumar, geralmente, tabaco. É composto de um recipiente
(o chamado fornilho) onde se queima a erva, e de um tubo (a chamada piteira) por onde se
aspira a fumaça.


        Em termos gerais, este objeto é fabricado em madeira, mas também podem ser
utilizadas outras matérias na sua confeção, tais como o barro, as espigas de milho, a porcelana
e ainda o “meerschaum” (carbonato de cálcio).

        Pode ser utilizado como peça religiosa, como símbolo de status ou simplesmente como
fonte de prazer.


        Achados arqueológicos indicam que cachimbos feitos de argila, já eram conhecidos na
ilha de Creta, há cerca de 3.000 anos A.C., mas tendo em conta que o uso do tabaco nessa
época só era conhecido na América, não é possível determinar o que era fumado nos mesmos.


        Na América do Norte foram encontrados, nos locais de sepultamento de algumas
tribos, cachimbos de pedra e madeira datados de mais de 2.000 anos A.C.


        Outra razão que torna difícil datar o início do uso do cachimbo é que vários povos que
faziam uso do mesmo se aproveitavam de materiais disponíveis localmente para a fabricação
dos mesmos, como por exemplo, bambu, ossos de animais, dentes de morsa (entre os
esquimós) e outros.
O uso do cachimbo teve início nas Américas, no período pré-colombiano.

          Fazia parte de rituais sagrados, significando, para alguns povos ameríndios
(Indígenas), a união terrestre (representado pelas folhas) com o celeste (representado pela
fumaça).

          Lendas e rituais interligando tabaco, sociedade e religião, fazem parte também da
cultura dos nativos sul americanos e, devido ao fato da planta do tabaco ter tido origem nesta
região, é até possível que o aparecimento do cachimbo tenha ocorrido primeiro na América do
Sul do que na América do Norte.

          A lenda do Búfalo Branco (cultura Sioux) atribui uma origem divina ao cachimbo. A
cultura do cachimbo nas Américas é milenar, ligada à espiritualidade e às religiões de cada
povo.

          Assim, o uso do cachimbo, passou a fazer parte de uma comunicação cultural e uma
tradição comum a todos os nativos americanos.

          As culturas Maia e Asteca, da América Central, defendiam o uso do tabaco, como
forma de lhes possibilitar enviar mensagens e receber respostas e inspiração, por parte dos
deuses, através da fumaça.

          Na cultura Asteca, o tabaco era usado pelos sacerdotes que determinavam os
sacrifícios humanos, sendo também fumado, em cachimbos tubulares, após os banquetes dos
nobres.

          Daí se conclui que o tabaco era usado tanto para obter prazer como para fins místicos.


          Os cachimbos indígenas eram feitos de madeira, osso ou barro, muitas vezes com
ornamentações de caráter mítico e religioso.


          Os índios da América do Norte costumavam celebrar acordos de paz com inimigos
através do ritual de se fumar cachimbo em conjunto. Era o chamado “cachimbo da paz”.


          As expressões "fumar cachimbo com o inimigo" e "fumar o cachimbo da paz" tinham e
têm o sentido de tentar um acordo ou reconciliação com o inimigo ou adversário.

          Noutras regiões da América, o cachimbo também era utilizado em rituais de cura, pelos
feiticeiros das tribos, em que o fumo aspirado era expirado sobre o corpo dos enfermos,
acreditando que este ritual iria ajudar a afastar doenças físicas e psíquicas.




                                                                                               2
Cachimbo tubular simples




        O cachimbo tubular simples é a forma considerada mais antiga, encontrada em
escavações arqueológicas tanto na América do Norte quanto na do Sul. Consiste apenas num
simples cano em madeira, osso, pedra ou barro, geralmente mais largo na extremidade onde
era colocado o tabaco (o fornilho) e mais estreito na outra extremidade destinada a aspirar a
fumaça (a piteira).




                         Cachimbo tubular com cabeça diferenciada



        A evolução do cachimbo tubular é representada pelo aumento de tamanho do fornilho,
às vezes bem diferenciado da piteira.

        A evolução da construção do cachimbo tubular para o cachimbo angular, onde a
cabeça onde é cavada o fornilho forma um ângulo com o cabo, deve-se provavelmente à
necessidade de evitar a queda do tabaco aceso.

        A antiguidade do cachimbo ultrapassa com certeza os 3.000 anos: Wilbert (1972)
atribuiu à cultura olmeca (1200-900 AC) alguns cachimbos encontrados no México.

        No Brasil, os cachimbos tubulares e angulares são encontrados em sítios pré-
históricos de todo o País.



                                                                                           3
O Museu Goeldi em Belém do Pará (Brasil), possui uma coleção de cachimbos
colhidos na região norte e datados de 950 anos A.C. Feitos de argila, esses cachimbos tem
formatos antropomórficos, representando seres humanos, aves, peixes e outros animais.
Alguns com formato fálico sugerem que eram usados em rituais religiosos de fertilidade.




                                   Cachimbo tradicional indígena




                                                                                          4
Quando o tabaco chegou à Europa, nos tempos dos conquistadores espanhóis, eram
objetos de uso os cachimbos de barro (entre os séculos XVII e XX), sendo que existem em
museus muitas coleções, determinando a sua origem, situação política da época, através dos
seus ornamentos e marcas caraterísticas.




                                 Cachimbos Africanos



                                                                                        5
Cachimbo “Meerschaum” ou Espuma-Do-Mar

       O Narguilé tem origem no Oriente. Há uma versão de que este objecto teria sido
inventado na Índia, no séc. XVII, por um médico, com o objectivo de retirar as impurezas da
fumaça.


       Chegado à China, passou a ser utilizado para fumar o ópio e assim permaneceu até à
revolução comunista na década de 1940.


       Os árabes utilizavam este tipo de cachimbo para ser apreciado em grupo,
acompanhado de um café e de uma boa conversa.


       Existem evidências históricas de Narguilés na Pérsia e na Mesopotâmia.


       Os primeiros cachimbos desta natureza eram feitos com madeira e um coco que fazia o
lugar do corpo do objecto.


       Com o desenvolvimento das civilizações e as expansões dos territórios, principalmente
dos países europeus, o narguilé, semelhante já ao que conhecemos hoje (base de cerâmica ou
porcelana e corpo de metal), começou a ser divulgado, e trazido para a Europa junto com
especiarias como cravo e canela.


       As Cruzadas também auxiliaram a espalhar o narguilé pelo mundo, quando os
guerreiros sobreviventes traziam-no para seus países.




                                                        Narguilé


                                                                                          6
Numa cidade do Missouri, em meados do século XIX, os agricultores já fabricavam
cachimbos com as espigas de milho, tendo, em 1869, um emigrante holandês de nome Henry
Tibbe, a ideia de fomentar a industrialização destes cachimbos.




                   Um cachimbo straight feito com espiga de milho


                                                                                    7
Um cachimbo bent apple




       Por tudo isto podemos afirmar apenas que o cachimbo foi desenvolvido,
simultaneamente, ao longo de muitos anos em diversos lugares do mundo.




                                                                           8
Nota:    Achei    interessante   este   exerto   extraído   de   um     blog   http://cachimbo-
ferdinando.blogspot.pt/, pelo que tomei a liberdade de inseri-lo no final deste trabalho:

“Se acham que ser intolerante com os fumantes, chamando-os de burros e de inimigos da
sociedade seja coisa politicamente correta, veja bem e considere que os três principais
fascistas da história, Adolf Hitler, Benito Mussolini e Francisco Franco eram todos ferrenhos
inimigos do fumo, ao passo que os salvadores da democracia, Winston Churchill e Franklin
Delano Roosevelt, eram fumantes respectivamente de charuto e de cachimbo. O nazista
alemão achava que o fumo poderia prejudicar a saúde da pura raça ariana e dizia que o tabaco
era a vingança do índio contra o homem branco que tinha prejudicado os nativos com o álcool.
O pessoal da Gestapo e das SS era estritamente proibidos de fumar, e a única fumaça que o
Führer amava era a das chaminés de Auschwitz., Dachau e os outros lugares onde ciganos e
judeus eram exterminados.”




                                                                                             9

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  • 1. ESCOLA BÁSICA INTEGRADA QUINTA DO CONDE – 11/12 CURSO DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE ADULTOS – NÍVEL SECUNDÁRIO CULTURA, LÍNGUA E COMUNICAÇÃO EFA – NS – 2º Ano 23/03/12 Formadora: Rute Gomes Formando: Judite Salgueiro O CACHIMBO O cachimbo é utilizado para fumar, geralmente, tabaco. É composto de um recipiente (o chamado fornilho) onde se queima a erva, e de um tubo (a chamada piteira) por onde se aspira a fumaça. Em termos gerais, este objeto é fabricado em madeira, mas também podem ser utilizadas outras matérias na sua confeção, tais como o barro, as espigas de milho, a porcelana e ainda o “meerschaum” (carbonato de cálcio). Pode ser utilizado como peça religiosa, como símbolo de status ou simplesmente como fonte de prazer. Achados arqueológicos indicam que cachimbos feitos de argila, já eram conhecidos na ilha de Creta, há cerca de 3.000 anos A.C., mas tendo em conta que o uso do tabaco nessa época só era conhecido na América, não é possível determinar o que era fumado nos mesmos. Na América do Norte foram encontrados, nos locais de sepultamento de algumas tribos, cachimbos de pedra e madeira datados de mais de 2.000 anos A.C. Outra razão que torna difícil datar o início do uso do cachimbo é que vários povos que faziam uso do mesmo se aproveitavam de materiais disponíveis localmente para a fabricação dos mesmos, como por exemplo, bambu, ossos de animais, dentes de morsa (entre os esquimós) e outros.
  • 2. O uso do cachimbo teve início nas Américas, no período pré-colombiano. Fazia parte de rituais sagrados, significando, para alguns povos ameríndios (Indígenas), a união terrestre (representado pelas folhas) com o celeste (representado pela fumaça). Lendas e rituais interligando tabaco, sociedade e religião, fazem parte também da cultura dos nativos sul americanos e, devido ao fato da planta do tabaco ter tido origem nesta região, é até possível que o aparecimento do cachimbo tenha ocorrido primeiro na América do Sul do que na América do Norte. A lenda do Búfalo Branco (cultura Sioux) atribui uma origem divina ao cachimbo. A cultura do cachimbo nas Américas é milenar, ligada à espiritualidade e às religiões de cada povo. Assim, o uso do cachimbo, passou a fazer parte de uma comunicação cultural e uma tradição comum a todos os nativos americanos. As culturas Maia e Asteca, da América Central, defendiam o uso do tabaco, como forma de lhes possibilitar enviar mensagens e receber respostas e inspiração, por parte dos deuses, através da fumaça. Na cultura Asteca, o tabaco era usado pelos sacerdotes que determinavam os sacrifícios humanos, sendo também fumado, em cachimbos tubulares, após os banquetes dos nobres. Daí se conclui que o tabaco era usado tanto para obter prazer como para fins místicos. Os cachimbos indígenas eram feitos de madeira, osso ou barro, muitas vezes com ornamentações de caráter mítico e religioso. Os índios da América do Norte costumavam celebrar acordos de paz com inimigos através do ritual de se fumar cachimbo em conjunto. Era o chamado “cachimbo da paz”. As expressões "fumar cachimbo com o inimigo" e "fumar o cachimbo da paz" tinham e têm o sentido de tentar um acordo ou reconciliação com o inimigo ou adversário. Noutras regiões da América, o cachimbo também era utilizado em rituais de cura, pelos feiticeiros das tribos, em que o fumo aspirado era expirado sobre o corpo dos enfermos, acreditando que este ritual iria ajudar a afastar doenças físicas e psíquicas. 2
  • 3. Cachimbo tubular simples O cachimbo tubular simples é a forma considerada mais antiga, encontrada em escavações arqueológicas tanto na América do Norte quanto na do Sul. Consiste apenas num simples cano em madeira, osso, pedra ou barro, geralmente mais largo na extremidade onde era colocado o tabaco (o fornilho) e mais estreito na outra extremidade destinada a aspirar a fumaça (a piteira). Cachimbo tubular com cabeça diferenciada A evolução do cachimbo tubular é representada pelo aumento de tamanho do fornilho, às vezes bem diferenciado da piteira. A evolução da construção do cachimbo tubular para o cachimbo angular, onde a cabeça onde é cavada o fornilho forma um ângulo com o cabo, deve-se provavelmente à necessidade de evitar a queda do tabaco aceso. A antiguidade do cachimbo ultrapassa com certeza os 3.000 anos: Wilbert (1972) atribuiu à cultura olmeca (1200-900 AC) alguns cachimbos encontrados no México. No Brasil, os cachimbos tubulares e angulares são encontrados em sítios pré- históricos de todo o País. 3
  • 4. O Museu Goeldi em Belém do Pará (Brasil), possui uma coleção de cachimbos colhidos na região norte e datados de 950 anos A.C. Feitos de argila, esses cachimbos tem formatos antropomórficos, representando seres humanos, aves, peixes e outros animais. Alguns com formato fálico sugerem que eram usados em rituais religiosos de fertilidade. Cachimbo tradicional indígena 4
  • 5. Quando o tabaco chegou à Europa, nos tempos dos conquistadores espanhóis, eram objetos de uso os cachimbos de barro (entre os séculos XVII e XX), sendo que existem em museus muitas coleções, determinando a sua origem, situação política da época, através dos seus ornamentos e marcas caraterísticas. Cachimbos Africanos 5
  • 6. Cachimbo “Meerschaum” ou Espuma-Do-Mar O Narguilé tem origem no Oriente. Há uma versão de que este objecto teria sido inventado na Índia, no séc. XVII, por um médico, com o objectivo de retirar as impurezas da fumaça. Chegado à China, passou a ser utilizado para fumar o ópio e assim permaneceu até à revolução comunista na década de 1940. Os árabes utilizavam este tipo de cachimbo para ser apreciado em grupo, acompanhado de um café e de uma boa conversa. Existem evidências históricas de Narguilés na Pérsia e na Mesopotâmia. Os primeiros cachimbos desta natureza eram feitos com madeira e um coco que fazia o lugar do corpo do objecto. Com o desenvolvimento das civilizações e as expansões dos territórios, principalmente dos países europeus, o narguilé, semelhante já ao que conhecemos hoje (base de cerâmica ou porcelana e corpo de metal), começou a ser divulgado, e trazido para a Europa junto com especiarias como cravo e canela. As Cruzadas também auxiliaram a espalhar o narguilé pelo mundo, quando os guerreiros sobreviventes traziam-no para seus países. Narguilé 6
  • 7. Numa cidade do Missouri, em meados do século XIX, os agricultores já fabricavam cachimbos com as espigas de milho, tendo, em 1869, um emigrante holandês de nome Henry Tibbe, a ideia de fomentar a industrialização destes cachimbos. Um cachimbo straight feito com espiga de milho 7
  • 8. Um cachimbo bent apple Por tudo isto podemos afirmar apenas que o cachimbo foi desenvolvido, simultaneamente, ao longo de muitos anos em diversos lugares do mundo. 8
  • 9. Nota: Achei interessante este exerto extraído de um blog http://cachimbo- ferdinando.blogspot.pt/, pelo que tomei a liberdade de inseri-lo no final deste trabalho: “Se acham que ser intolerante com os fumantes, chamando-os de burros e de inimigos da sociedade seja coisa politicamente correta, veja bem e considere que os três principais fascistas da história, Adolf Hitler, Benito Mussolini e Francisco Franco eram todos ferrenhos inimigos do fumo, ao passo que os salvadores da democracia, Winston Churchill e Franklin Delano Roosevelt, eram fumantes respectivamente de charuto e de cachimbo. O nazista alemão achava que o fumo poderia prejudicar a saúde da pura raça ariana e dizia que o tabaco era a vingança do índio contra o homem branco que tinha prejudicado os nativos com o álcool. O pessoal da Gestapo e das SS era estritamente proibidos de fumar, e a única fumaça que o Führer amava era a das chaminés de Auschwitz., Dachau e os outros lugares onde ciganos e judeus eram exterminados.” 9