Este documento discute as ciências forenses no ensino superior pré-graduado. Resume as definições de ciências forenses, criminalística e criminologia, fornece algumas referências históricas às ciências forenses e discute as saídas profissionais para graduados em ciências forenses.
4. Ciências Forenses
• As ciências forenses desempenham uma função
essencial no sistema de justiça, ao fornecer
informação científica fundamental para a
investigação criminal e para os tribunais.
Alexandre Quintas
5. Ciências Forenses
• O trabalho laboratorial em ciências forenses,
direcciona-se para o reconhecimento,
identificação, individualização e avaliação de
vestígios físicos em procedimentos legais,
aplicando as ciências naturais.
Alexandre Quintas
6. Ciências Forenses
• As Ciências Forenses resultam da aplicação
das Ciências Naturais na análise de vestígios.
• O progresso e desenvolvimento das Ciências
Naturais implica um aumento dos recursos das
Ciências Forenses.
Alexandre Quintas
8. NMR Microscopia
FTIR
LC-MS
Sequenciação de DNA
Alexandre Quintas
9. Ciências Forenses
• Química Forense
– Toxicologia;
– Substâncias de Abuso;
– Incêndios e Explosões
• Biologia Forense
– Genética Forense
– Entomologia
– Palinologia
– Antropologia Forense
• Física Forense
Alexandre Quintas
– Balística
– Análise de padrões de manchas de sangue (Física/Biologia)
10. Ciências Forenses
• Outras Áreas
– Informática Forense;
– Análise de documentos;
• Documentoscopia;
• Grafotécnica (Comparação de escrita);
– Geologia Forense;
Sempre que necessário qualquer área do conhecimento
pode ser utilizada numa perspectiva forense
Alexandre Quintas
11. Ciências Forenses
• Contudo, as ciências forenses, sendo fruto da
sinergia de diferentes campos do saber,
representam actualmente uma área académica
própria e que nos países desenvolvidos se
emancipou há quase duas décadas.
Alexandre Quintas
14. História das Ciências Forenses
• Arquimedes (287-212 AC) é, muito provavelmente,
o primeiro Cientista Forense. Utilizando o teorema
da flutuabilidade dos corpos, por análise do
deslocamento de água (densidade/flutuabilidade),
Arquimedes provou que a coroa do Rei Hierão não
era feita somente de ouro, contendo uma
quantidade apreciável de prata.
Alexandre Quintas
15. História das Ciências Forenses
• O primeiro trabalho monográfico sistemático publicado
sobre Ciências Forenses, no mundo intitula-se por HSI
YUAN LU (Washing Away of Wrongs) e foi escrito por
Song Ci em1247 na China.
Alexandre Quintas
16. História das Ciências Forenses
Song Ci in “Washing Away Of Wrongs”, 1247
Alexandre Quintas
17. História das Ciências Forenses
• Nesta obra de Ciências Forenses Song Ci relata a sua
experiência na utilização da Medicina Legal e
Entomologia na resolução de casos de crime.
Alexandre Quintas
18. História das Ciências Forenses
– Descrição da resolução de um homicídio em 1235,
solicitando aos suspeitos que trouxessem as suas
foices para um determinado local. Depois libertou
moscas. As moscas atraídas pelo sangue, poisaram
numa única foice. Este evento induziu a confissão do
homicida.
Alexandre Quintas
19. História das Ciências Forenses
– Descrição da forma de distinguir entre um
afogamento (água nos pulmões) e um
estrangulamento (quebra da cartilagem do pescoço).
Alexandre Quintas
20. História das Ciências Forenses
• Na Europa, a aplicação das ciências naturais e médicas
na investigação das causas da morte remonta ao século
XVI, tendo como pioneiro Ambrose Paré, um médico
cirurgião do exército francês, que estudou o efeito da
morte violenta sobre os órgãos internos.
Alexandre Quintas
21. História das Ciências Forenses
• Nos finais do século XVIII e princípios do século XIX,
surgiram os primeiros tratados europeus relacionados
com a área das ciências forenses:
– “System einer vollständigen medicinischen Polizey“ da
autoria do médico alemão Johann Peter Frank editado no
ano de 1786
– “Les lois éclairées par les sciences physiques, ou Traité
de médecine légale et d’hygiène” da autoria do médico
Alexandre Quintas
François-Emmanuel Fodéré editado no ano de 1815.
22. História das Ciências Forenses
• Ainda no século XVIII o químico sueco Carl Wilhelm
Scheele descobriu uma forma de detectar o óxido de
arsénio nos cadáveres, ainda que o método se
revelasse pouco sensível.
Alexandre Quintas
23. Origem das Ciências Forenses na Europa
séc. XVI
Ambrose Paré
Johann Peter Frank séc. XVIII
Carl Wilhelm Scheele
séc. XIX
Alexandre Quintas
Francois-Emmanuel Fodéré
24. História das Ciências Forenses
• No início do século XIX, em Inglaterra, a análise de
pegadas junto a um poço permitiu a condenação de um
agricultor pelo assassinato por afogamento da sua
esposa.
Alexandre Quintas
25. História das Ciências Forenses
• Em 1880, Henry Fauld publica na revista
Nature a sua descoberta da singularidade
das impressões digitais, sugerindo a sua
utilização na investigação forense.
Alexandre Quintas
26. História das Ciências Forenses
• Em 1898, Hans Gross, professor de criminologia na
Universidade de Praga, no seu tratado “Handbuch fur
Untersuchungsrichter als System der Kriminalististik”
preconiza a necessidade de um investigador
cientificamente formado e treinado de forma a lidar com
certos aspectos da investigação criminal.
Alexandre Quintas
27. História das Ciências Forenses
• Nesta fase as Ciências Forenses, a
Criminalística e mesmo a Criminologia,
coexistiam num “cadinho” alquímico. A sua
separação ocorreu durante o século XX.
Alexandre Quintas
29. Criminalística / Análise de Cena de Crime
• Contenção da Cena de Crime
• Preservação da Cena de Crime
• Registo da Cena de Crime
• Análise da Cena de Crime
• Recolha de Vestígios
Alexandre Quintas
37. LCFC
• Coordenação:
– Prof. Doutor Alexandre Quintas;
• Presidente da Comissão Científica:
– Profª. Doutora Ana Paula Ferreira;
• Presidente da Comissão Pedagógica:
– Prof. Doutor Luís Proença
Alexandre Quintas
40. LCFC
• A Licenciatura de Ciências Forenses e Criminais é a primeira ao
nível de um 1º Ciclo em Portugal e faz parte de um grupo muito
reduzido de Licenciaturas na Europa Continental.
• Com excepção do Reino Unido, a área das Ciências Forenses na
Europa Continental só muito recentemente foi introduzida no 1º Ciclo.
• A vasta experiência académica que data ao inicio dos anos 80 no
Alexandre Quintas
Reino Unido levou a um intercâmbio académico na Área Forense
entre a Egas Moniz e três Universidades do Reino Unido.
41. Plano de Estudo e Intercâmbio com
Universidades do Reino Unido
• Do intercâmbio Académico Luso-Inglês, resultaram parcerias e
transferência de conhecimento que impulsionaram a inserção de
práticas profissionais forenses modernas no mundo académico.
• As parcerias permitiram criar um Mestrado de Ciências ao abrigo do
programa Erasmus Mundus da Comissão Europeia (CE). O
Mestrado decorre em Espanha, Portugal e Reino Unido e os
estudantes são financiados por bolsas da CE.
Alexandre Quintas
42. Plano de Estudo da LCFC
• O plano de estudo pauta-se por três regras simples:
– Componente científica e pedagógica idêntica à realidade
académica Europeia nesta área, leccionando em simultâneo
conteúdos adaptados à especificidade da realidade Portuguesa;
– Ensino com uma elevada componente prática laboratorial e de
campo nas áreas forenses e criminais;
– Docentes nacionais e estrangeiros com formação específica na
área ou que façam parte da realidade profissional forense
Alexandre Quintas
Portuguesa (INML, LPC, PJ entre outros).
43. Plano de estudos
Tempo de trabalho
Unidades curriculares Área científica (horas)
Total
Métodos Quantitativos em Ciências Forenses I CE 108
Química Forense I CE 162
Biologia CB 135
Introdução aos Laboratórios Forenses CFC 162
Anatomia CBM 108
Análise da Cena de Crime I CFC 135
Métodos Quantitativos em Ciências Forenses II CE 108
Química Forense II CE 162
Bioquímica CBM 162
Alexandre Quintas
Física Forense CE 135
Fisiologia e Processos Pós-Mortem CBM 108
Análise da Cena de Crime II CFC 135
44. Plano de estudos
Tempo de
Unidades curriculares Área científica trabalho (horas)
Total
Biologia Molecular Forense I CB 135
Técnicas Analíticas Forenses I CFC 135
Substâncias de Abuso I CFC 162
Botânica Forense e Palinologia 135
CB
Métodos Avançados de Análise da Cena de Crime I CFC 162
Sociologia e Métodos Sociológicos CSH 81
Biologia Molecular Forense II CB 162
Técnicas Analíticas Forenses II CFC 162
Substâncias de Abuso II CFC 162
Alexandre Quintas
Métodos Avançados de Análise da Cena de Crime II CFC 162
Processos Psicológicos CSH 54
Sociologia Criminal CSH 108
45. Plano de estudos
Tempo de trabalho
Unidades curriculares Área científica (horas)
Total
Antropologia e Entomologia Forense CFC 162
Toxicologia Forense CFC 162
Avaliação Psicológica Forense PFC 108
Microbiologia Forense CB 135
Direito Penal
CFC 135
(Direito Aplicado e Direito Processual Penal)
Opção CFC 108
Medicina Legal CFC 108
Métodos de Análise Toxicológica em Alimentos CFC 108
Ética e Deontologia CSH 54
Alexandre Quintas
Comunicação e Testemunho em Tribunal CFC 108
Estudo Independente de Casos Práticos CFC 324
Opção CFC 108
46. Docentes
• INML
– Prof. Doutor Jorge Costa Santos
– Mestre António Amorim
• LPC
– Prof. Doutor Álvaro Lopes (Antigo director do LPC)
– Dr. Abrantes da Cunha
– Dr. Manuel Mourato
• PJ
– Dr. António Carvalho
• EPJ/ISCSEM
– Prof. Doutora Cristina Soeiro
48. Eventos
• Jornadas de Ciências Forenses e Criminais
• Workshops
– Fotografia Forense
– Análise de Cena de Crime
– Botânica Forense
– Substâncias de Abuso
Alexandre Quintas
54. Áreas de Intervenção
Contenção e Investigação em Cena de Crime
• Detecção, preservação e recolha de vestígios
na cena do crime (capacidade de controlar e
proteger a cena do crime: preparação para
posterior análise)
Alexandre Quintas
57. Áreas de Intervenção
Criminalística
• A Análise de Cena de Crime ou Investigação da
Cena de Crime, faz parte da Criminalística. A
recolha de vestígios envolve estratégias cada
vez mais minuciosas.
• Principio de Edmund Locard
Alexandre Quintas
62. Áreas de Intervenção
do Cientista Forense
• Análise de amostras (capacidades e
competências relacionadas com a análise e
identificação de propriedades físicas, química
e/ou biológicas em amostras/vestígios recebidos
para exame)
Alexandre Quintas
68. Áreas de Intervenção
Ciências Forenses
• Desenvolvimento de estratégias de análise
laboratorial (capacidades e competências relacionadas
com o desenvolvimento de estratégias de análise
forense compatíveis com os vestígios recolhidos e a
investigação criminal em curso).
• O desenvolvimento de novas estratégias/metodologias é
Alexandre Quintas
uma das mais valias da participação do meio académico
nesta área (Mestrados, Doutoramentos).
70. Áreas de Intervenção
do Cientista Forense
• Integração e interpretação dos resultados
das várias análises (capacidades e
competências relacionadas com a integração da
informação obtida das várias análises realizadas
e sua interpretação no contexto da cena do
crime)
Alexandre Quintas