O documento discute a importância da avaliação psicológica na formação do psicólogo, enfatizando a necessidade de oferecer estágios desde o início da graduação para treinar habilidades observacionais e familiarizar-se com testes psicológicos. Além disso, ressalta que apenas psicólogos devem aplicar e analisar testes, e que a avaliação requer conhecimento do comportamento humano.
A avaliação inicial no processo de trabalho do TErapeuta Ocupacional
Resenha avaliacao psicologica na formacao do profissional da psicologia algumas reflexoes
1. Avaliação psicológica na formação do profissional da Psicologia,
algumas reflexões
Keila Brito Vargas1
,
Psicologia, FAFIA, keilabrit@hotmail.com.
LOHR, S.S. Avaliação psicológica na formação do profissional da Psicologia,
algumas reflexões. In: Conselho Federal de Psicologia, Ano da Avaliação
Psicológica – Textos geradores. Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 2011.
p.143-149.
Suzane Schmidlin Löhr é graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade
Católica do Paraná (1980), mestre em Psicologia Clínica pela Universidade de São
Paulo (1992) e doutora em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo
(1998). Foi coordenadora do curso de Psicologia da UFPR (1997-1999),
coordenadora do curso de psicologia da Universidade Positivo (2001-2006),
coordenadora do centro psicológico da Universidade Positivo (2006-2008).
Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal do Paraná vinculada ao
Departamento de Teorias e Fundamentos da Educação. Coordenou o Programa de
Desenvolvimento da Educação na UFPR (2009-2010) e no momento orienta projetos
no referido programa. Tem experiência na área de Psicologia Clínica, da Saúde e
Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: habilidades sociais,
prevenção psicológica, interação pais-filhos, processo ensino-aprendizagem, terapia
comportamental e orientação de pais. Professora colaboradora no Programa de Pós-
graduação em Educação da UFPR.
1
Keila Brito Vargas, aluna do 7º Período de Psicologia da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de
Alegre, keilabrit@hotmail.com.
2. A autora atenta para a formação do profissional da psicologia em avaliação
psicológica, discorrendo sobre o conhecimento do comportamento humano, a
definição epistemológica, o domínio de instrumentos e técnicas de exames
psicológicos preponderantes na realização do processo.
De acordo com o texto, a aplicação de técnicas de exame psicológico, bem como a
elaboração de diagnósticos individual ou institucional é especificidade do psicólogo,
o que é compreensível, pois o diagnóstico fornece a leitura da situação presente e, a
partir dele, o profissional pode traçar uma proposta de intervenção que valorize os
aspectos produtivos identificados no indivíduo e/ou na instituição. Dessa forma,
concordamos com a autora que o psicólogo precisa ser preparado desde a
graduação, recebendo noções sobre diagnósticos e avaliações psicológicas de
forma individual ou coletiva.
Segundo a autora, a avaliação psicológica é uma atividade profissional que exige
domínio de noções sobre diferentes formas de avaliação do funcionamento mental -
objetivas e projetivas, cognitivas, afetivas, socioemocionais, motoras; forte
embasamento teórico, para isso a formação do profissional da psicologia deve
integrar e articular a teoria e a prática, proporcionando estágios desde o início da
graduação, divididos em estágios básicos, onde possibilita ao acadêmico o treino da
habilidade de observar o comportamento humano, relacionar a literatura com os
dados observacionais, e os estágios profissionais, que oportunizam aos estudantes
a exercitar sua prática profissional em ambiente protegido, sob orientação de
professores experientes na área do estágio em foco.
Entendemos que um curso de psicologia precisa disponibilizar aos graduandos
oportunidades para se familiarizarem com os testes psicológicos, aprendendo a usar
de forma correta e ética, e utilizá-los como recursos complementares para o trabalho
de observação e análise, pois o mesmo fornece informações que auxiliam o
profissional na tomada de decisão e no delineamento de suas ações, ter noção de
como se elabora um instrumento e saber analisar os resultados; isso o possibilita a
tornar-se consumidor consciente e crítico dos instrumentos de avaliação psicológica.
Vemos que a graduação de psicologia deve preparar o profissional para apresentar
os resultados da avaliação, organizando as informações e estruturando em laudos
3. relatórios e pareceres técnicos, com clareza e objetividade, mantendo o respeito e o
sigilo profissional perante o avaliando.
O trabalho do psicólogo integrado e equipes inter e multidisciplinares é uma
exigência da atualidade, isso requer do profissional da psicologia treinamento
específico que aborde desde o tipo de informação a ser compartilhada com os
demais profissionais até as discussões dos resultados das avaliações psicológicas e
como os mesmos podem auxiliar no delineamento das ações da equipe.
Pensamos que o uso de testes psicológicos por outras profissões, como ocorrido na
psicopedagogia tem gerado confusão, visto ser uma área de atuação tanto de
psicólogos como de pedagogos. Ressaltamos que o uso de testes psicológicos é
restrito, podendo ser utilizado apenas por psicólogos e os cursos de pós-graduação
devem zelar pela ética, pelo respeito às especificidades de cada profissão
proporcionando módulos gerais onde aborde recursos de outras áreas e possibilite
conhecimento suficiente para as trocas com outras profissões e a divisão dos
participantes em subgrupos relacionados a profissões distintas onde aprofunde a
discussão dos instrumentos e recursos específicos de cada área.
Compreendemos que a competência do psicólogo, especialmente em avaliação
psicológica, está intrinsicamente ligado a graduação por isso é imprescindível que as
instituições de ensino ofereçam um forte embasamento teórico e promovam ações
que possibilite articulá-lo com a prática, treinando-o para o exercício da profissão,
possibilitando que o mesmo tenha credibilidade no mercado de trabalho.
Acreditamos que as instituições de ensino que oferecem o curso de psicologia e
pós-graduação em psicopedagogia precisam promover mais discussões sobre o
âmbito profissional de cada uma das áreas ponderando suas particularidades,
garantindo assim que um profissional não adentre nas peculiaridades da área do
outro.
Concluímos a partir da exposição do autor que profissionais de outras áreas não
estão aptos para aplicar, corrigir ou analisar testes psicológicos, pois estes
instrumentos são de uso restrito do psicólogo, além disso, a avaliação não se
restringe a testes, a mesma exige conhecimento técnico-científico do
comportamento humano, bem como análise da subjetividade do indivíduo, onde
4. emoções, sentimentos, relações interpessoais e os aspectos cognitivos são agentes
ativos nesse processo. O texto foi construtivo e contribuiu para desenvolver o espírito
crítico, indispensável ao profissional e ao cidadão, a vermos a graduação de
psicologia sob uma nova perspectiva e nos enriqueceu como pessoa e como
profissionais em formação.
Precisamos enquanto graduandos de psicologia explorar o máximo todo o
conhecimento oferecido pela instituição de ensino e por seus orientadores e
apresentar propostas para implementar o ensino-aprendizagem e a construção do
conhecimento.