Este documento descreve as principais contribuições de Egas Moniz para a medicina, incluindo o desenvolvimento da angiografia cerebral e da leucotomia pré-frontal. A angiografia cerebral envolve a injeção de contraste nos vasos sanguíneos do cérebro para visualizar tumores, e a leucotomia pré-frontal envolve cortes nas fibras pré-frontais para tratar doenças mentais. Embora controversa, a leucotomia pré-frontal rendeu a Moniz o Prêmio Nobel de Medicina em 1949.
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A angiografia cerebral e a leucotomia pré-frontal de Egas Moniz
1. A leucotomia pré-frontal
A angiografia cerebral
António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz nasceu em Avanca, Estarreja, em 29
de Novembro de 1874 e morreu em Lisboa a 13 de Dezembro de 1955. De várias
carreiras, médico, investigador e politico, inventou uma técnica que consiste na
radiografia dos vasos sanguíneos do cérebro, que
designou por angiografia cerebral, através da
injecção de determinadas substâncias químicas. A
opacidade conseguida com a injecção desses
produtos permitia obter um contraste, e este
detectava tumores cerebrais e assim facilitava o
seu tratamento. Este feito deu-lhe um grande
prestígio internacional e veio a ser muito
importante na divulgação do seu trabalho de
investigação posterior no domínio da psicocirurgia.
Tempos depois, Egas dedicou-se ao tratamento de
doenças mentais, como a esquizofrenia, através
do corte das fibras de ligação entre os neurónios. Este tratamento era feito nos
lobos pré-frontais. A esta técnica Ega deu o nome de leucotomia. Inicialmente
usava-se um método que consistia na introdução de álcool puro, que foi substituída
por um instrumento especial, a que chamou
leucótomo, com o qual cortava uma pequena
esfera da substância branca dos lobos pré-frontais. Ilustração 1- leucótomos
Estas foram as suas duas descobertas mais importantes, a angiografia conseguida
em 1927 e a leucotomia pré-frontal, concretizada em 1935. A primeira foi premiada
com o Prémio de Oslo de 1945 e a segunda com o Prémio Nobel de Medicina e
Fisiologia em 1949.
2. Ilustração2- artéria carótida Ilustração 3- malformação vascular
e artéria carótida
As imagens acima mostram um exame em Raios X dos vasos sanguíneos do
cérebro, utilizando o método angiografia cerebral. Um contraste opaco aos raios foi
introduzido num dos quatro vasos do pescoço (artéria carótida) que o conduzem ao
cérebro.
A primeira imagem sugere um estado normal. Na segunda imagem temos um caso
de malformação situado na parte parietal do cérebro e provocado por uma artéria
dilatada.
Ilustração 4- leucotomia pré-frontal
A Leucotomia nos dias de Hoje
Hoje em dia a leucotomia exercitada por Egas Moniz já não é praticada devido aos
efeitos secundários austeros. No entanto ainda hoje se praticam, raramente,
técnicas directamente descendentes da leucotomia original. Os efeitos secundários
destas técnicas são bem mais incomuns, mas devido à irreversibilidade do
tratamento e às mudanças forçosas na personalidade do doente, estas são
utilizadas apenas em última exigência caso todos os outros tratamentos possíveis
se tenham revelado inúteis. É então praticada em alguns casos de dor crónica
intratável, neurose obsessiva, ansiedade crónica ou depressão profunda
prolongada.
Susana Silva, 12º2 , nº23