2. É
Dezembro.
O vento
sopra frio e a
neve cobre o
vale à beira do
rio.
3. Pela janela, um menino olha a
paisagem.
“Hoje a noite vem o Pai Natal” - pensa ele, de passagem,
preocupado, com um ar aflito.
4. Lá fora, flocos de neve
dançam ao vento.
Quem é que vem lá a
correr?
É a irmã mais velha do
menino que volta da escola.
Ela pega o irmão ao colo.
- Porque choras? Achas que o
Pai Natal não vem?
Ouve meu querido, com muita
atenção:
Há 500 anos, no Inverno, o Pai
Natal faz uma grande viagem para
presentear as crianças que
pensam no nascimento do Jesus
Menino e no bem. .
5. A voar, no meio da
confusão dos outros
balões, ele grita para
baixo:
-Digam às crianças
da Terra que
precisam ser
boazinhas!
6. O balão branco, solto, voa pelo céu entre as nuvens e se perde na
imensidão do céu. Na cesta, com o Pai Natal de vermelho viaja o seu
bravo burrinho, debruçado num canto, todo alegre a apreciar a viagem.
-Agarre-se firme, amiguinho! Estamos a voar baixinho.
Eles conseguem ver as pontas dos Alpes. Na neve, aos raios do sol,
brilham os campos, os vales, os rochedos e o gelo… Lá embaixo repousa,
imenso e calmo, o lago.
7. O velhinho olha, de vez em quando, no
seu livro de navegação.
"Acho que estou indo para o norte"
Para contemplar tanta beleza o velhinho se inclina e vê o fundo do
vale, o lago, os telhados, tudo branco de neve, a mata e a
cachoeira brilhando como prata .
8.
9. O Pai Natal mostra tudo ao burrinho:
-Olha as casinhas, o estábulo, o riacho, o bosque e o
campo, amiguinho.
10. Lá embaixo as crianças brincam. Que gritaria!
Com alegria, o Pai Natal, lá do alto, esvazia um saco cheio de
rebuçados saborosos.
Oh! Esse saco, nunca fica vazio… De onde ele tira tantas coisas
gostosas?
11. Por fim, avista no bosque a
sua casa, onde passa todo o
ano.
Ali no meio aterra o balão. A boa
camponesa já o espera e o ajuda
com a mão.
12. O Pai Natal descansa no sofá
de orelhas, o burrinho dorme a
seus pés deitado ao chão, de
viés
13. Agora partem, floresta adentro,
o Pai Natal e o burrinho, enquanto
flocos densos caem de mansinho.
Fica tudo branco - barba, capuz,
e manto.
Os esquilos brincam nos
pinheiros.
Todos os animais o seguem pelo
caminho, até os veados vieram.
Querem ver o bom velhinho que vai
tirando do saco, para todos, um
bom lanchinho.
14. Ao longe, as estrelas cintilam.
Brilham também as luzinhas nas casas, cidades e vilas onde meninos e
meninas esperam pelo bom velhinho.
15. O nosso Pedro, dentro da
sala, com a ansiedade, quase
perde a fala e sussurra para
sua irmã:
-Daqui a pouco ele chega…
A irmã corre para a porta. O
Pai Natal está lá fora.
16. Na sala aconchegante, o
menino a tremer, sem fala,
encosta-se contra a parede.
O Pai Natal estende-lhe a mão
e pergunta-lhe sorridente se ele
é bom menino ou não.
-Bonzinho não foi nenhuma vez.
Tu não obedeces. Os teus irmãos mal
podem estudar com tanto barulho a
atrapalhar. Não queres dormir, nem lavar
as mãos, escovar os dentes nem pensar.
Não gosto nada disso, não…
17. O Pai Natal observa o menino a chorar,
lágrimas grandes feito avelãs, e começa no
livro a procurar algo de bom que possa o
menino salvar. Então muda de expressão:
-Tu salvaste uma abelha que no copo quase se
afogou, cuidas da vaquinha da vizinha, dás comida
ao passarinho, ajudas a mãe na cozinha, cuidas
bem do livro de figura e ainda passas a roupa
limpinha.