O documento discute a relação entre fé e razão, citando João Paulo II. A fé e a razão elevam o espírito humano à contemplação da verdade, pois Deus colocou no homem o desejo de conhecer a verdade e a Ele. Santo Agostinho diz que acredita em tudo que entende, mas nem tudo que crê entende.
2. “Creio tudo o que entendo, mas nem
tudo que creio também entendo. Tudo
o que compreendo conheço, mas nem
tudo o que creio conheço”.
(Santo Agostinho. De Magistro. (1973. p.319).
3. “A fé e a razão constituem como que as duas asas pelas
quais o espírito humano se eleva para a contemplação da
verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o
desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de O
conhecer a Ele, para que, conhecendo-O e amando-O, possa
chegar também à verdade plena sobre si próprio.”.
(cf. Ex 33, 18; Sal 2726, 8-9; 6362, 2-3; Jo 14, 8; 1 Jo 3, 2)
5. A fé e a razão
Henrique Nazareth Souto
henriquenazareth@hotmail.com
6. Fides et ratio (JOÃO PAULO II, 1998, p.1)
A fé e a razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito
humano se eleva para a contemplação da verdade. Foi Deus quem colocou
no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, em última
análise, de O conhecer a Ele, para que, conhecendo-O e amando-O, possa
chegar também à verdade plena sobre si próprio.
(cf. Ex 33, 18; Sal 2726, 8-9; 6362, 2-3; Jo 14, 8; 1 Jo 3, 2).
7. O que é a verdade?
”Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14, 6)
17. Fides et ratio Fides et ratio (JOÃO PAULO II, 1998, p.12)
“Não há motivo para existir concorrência entre a razão e a fé: uma implica a
outra, e cada qual tem o seu espaço próprio de realização. Aponta nesta
direcção o livro dos Provérbios, quando exclama: « A glória de Deus é
encobrir as coisas, e a glória dos reis é investigá-las » (25, 2)”.
20. Do latim fides. No sentido profano, significa dar crédito na existência
do fato, fazer bom juízo sobre alguém, expressar sinceridade no modo
de agir etc. No sentido sagrado quando o testemunho no qual se
baseia a confiança absoluta em uma revelação divina. A Fé, neste
sentido, não é um ato irracional, pois, o espírito humano só pode aderir
incondicionalmente a um objeto quando possui a certeza de que é
Conceito de fé
21. Do latim ratio. Significa a faculdade de "bem julgar". Tem relação com
o raciocínio discursivo. É conhecimento natural enquanto oposto ao
conhecimento revelado, objeto da fé.
Conceito de razão
24. “Tenha coragem de ser um homem,
não queira ser um deus”
“Conhece-te a ti mesmo”
“Conheça os seus limites”
“Nada em demasia”
25. “Quanto mais o homem conhece a realidade e o mundo, tanto
mais se conhece a si mesmo na sua unicidade, ao mesmo
tempo que nele se torna cada vez mais premente a questão do
sentido das coisas e da sua própria existência”. (Fides et
Ratio, pág. 1).
Conhecer a si mesmo
26. Quem sou eu?
De onde venho e para onde vou?
Porque existe o mal?
O que é que existirá depois desta vida?
As grandes questões
27. “As respostas de tais perguntas depende efetivamente a
orientação que se imprime à existência. Neste sentido a
Igreja se faz peregrina pelas estradas do mundo, para
anunciar que Jesus Cristo é "o caminho, a verdade e a vida”
(Jo 14,6)”. (Fides et Ratio, pág. 2).
A grande resposta
50. As diversas disciplinas
Segundo a encíclica, duas são as disciplinas que mais
contribuem para promoção do conhecimento, a saber, a
Filosofia e a Teologia. “De entre eles sobressai a filosofia,
cujo contributo específico é colocar a questão do sentido da
vida e esboçar a resposta: constitui, pois, uma das tarefas
mais nobres da humanidade”. Pág. 2.
51. Possibilidade ou
impossibilidade Possibilidade ou impossibilidade de conciliar razão e fé:
Os que julgavam fé e razão irreconciliáveis e a fé superior à razão (diziam eles:
“Creio por que é absurdo”.).
Os que julgavam fé e razão conciliáveis, mas subordinavam a razão à fé (diziam
eles: “Creio para compreender”.).
Os que julgavam razão e fé inconciliáveis, mas afirmavam que cada uma delas
tem seu campo próprio de conhecimento e não devem misturar-se (a razão se
refere a tudo o que concerne à vida temporal dos homens e do mundo; a fé, a
tudo o que se refere à salvação da alma e à vida eterna futura).
52. O percurso do tema
Ao longo da história da humanidade o tema fé e razão foi debatido
sobretudo no cristianismo e filosofia.
Na antiguidade clássica grega prevalecia a filosofia e o pensamento,
calcado na razão e a busca do arché (princípio ordenador do universo);
Na Idade Média prevaleceu a teologia, que é a fé na revelação. A
filosofia foi considerada a “serva da teologia”, sobretudo nos grandes
expoentes como Agostinho (fé>razão) da Patrística e Tomás de Aquino
(fé=razão) da Escolástica, esses buscaram encontrar uma síntese
53. O percurso do tema
No final da Idade Média, este equilíbrio se rompe e a filosofia torna-se
independente da fé e da revelação. É o aparecimento do iluminismo,
em que tudo deveria ser explicado à luz da razão. É nessa época que
surgem as ciências e o método teórico-experimental, depois utilizado
pela Igreja em seu método de hermenêutica bíblica (histórico-crítico);
Na modernidade Pascal, mesmo sendo homem de ciência, se rebelara
contra a autonomia da ciência. Para ele, embora a ciência tenha um
poder extraordinário, ela não é capaz de explicar a origem do Universo
54. O percurso do tema
Na contemporaneidade temos pensadores como Hume, Kant e os
filósofos morais estabelecendo novos princípios a partir de suas
críticas duras a modernidade e a estruturação de uma moral ainda
determinada;
Na pós-contemporaneidade temos a desvalorização de todos os
valores e pensadores como Nietzsche, Deleuze, Guatarri e Espinosa
apresenta uma nova forma de se pensar o homem (“o que pode um
corpo?” ) rompendo com tudo o que é bem e mal, estruturando uma
55. Imanência e
Transcendência Somos imanência, estamos em um mesmo plano de conhecimento,
relacionamento a partir dos bons encontros, podemos fazer a
diferença mesmo com toda a nossa limitação e nossas imperfeições,
através da nossa presença no mundo.
Na concepção cristã de pessoa, há a abertura para a transcendência, o
imanente que se religa, se relaciona e encontra com o Transcendente,
só é possível encontrar o Transcendente (EU-TOTALMENTE-OUTRO),
encontrando a si mesmo (EU-EU) e se relacionamento com o outro (EU-
57. Espiritualidade do alto e de
baixo A espiritualidade do alto está baseada nos princípios morais, éticos,
baseado em nossa doutrina e nossos dogmas, calcado nas 613
prescrições do antigo testamento, nos 10 mandamentos da Igreja e em
todas as regras do catecismo e do nosso direito canônico;
A espiritualidade debaixo está baseada em 2 só mandamentos, amar a
Deus e ao próximo, está baseada na lei de ouro reformulada por Jesus
(faça aos outros o que você gostaria que fosse feito com você) e,
sobretudo nas obras de misericórdia físicas e espirituais, as quais
59. O que Deus fazia antes de
criar o mundo?
Ele amava.
Porque Deus criou o mundo?
Para compartilhar sua
plenitude.
60. Realmente existe vida
após a morte?
A esperança cristã é a
esperança da salvação,
esperança é a confiança
que algo pode ou se
realizar, em Cristo porém
é certeza, Ele
61. O que consiste a verdadeira
revolução cristã?
Deixar de viver para si
próprio e ir ao encontro a
um dos mais pequeninos.
62. De quem é a responsabilidade dos refugiados?
De
todos.
63. O que é preciso para conhecer Jesus?
Encontrar o Senhor no silêncio da oração.
Reconhecer-se pecador.
64. Porque não consigo
perceber a presença
de Deus em minha
vida?
Queremos fazer por
nós mesmos;
Adoramos falsos
ídolos;
Deus como refúgio
66. Onde está Deus? Onde está Deus, se no mundo
existe o mal, se há pessoas famintas, sedentas,
sem terra, sem casa, sem abrigo, deslocadas,
refugiadas? Onde está Deus, quando morrem
pessoas inocentes por causa da violência, do
terrorismo, das guerras? Onde está Deus, quando
doenças cruéis rompem laços de vida e de afeto?
Ou quando as crianças são exploradas,
humilhadas, e sofrem – também elas – por causa
67. Deus está neles, Jesus
está neles, sofre neles,
profundamente
identificado com cada
68. Relembremos as 14 obras de misericórdia:
dar de comer a quem tem fome, dar de beber a
quem tem sede, vestir os nus, dar pousada
aos peregrinos, visitar os enfermos; visitar os
presos; enterrar os mortos; dar bons
conselhos, ensinar os ignorantes, corrigir os
que erram, consolar os tristes, perdoar as
injúrias, suportar com paciência as fraquezas
do nosso próximo, rezar a Deus por vivos e
69. “Somos chamados a servir Jesus crucificado
em cada pessoa marginalizada, a tocar a sua
carne bendita em quem é excluído, tem fome,
tem sede, está nu, preso, doente,
desempregado, é perseguido, refugiado,
migrante. Naquela carne bendita, encontramos
o nosso Deus; naquela carne bendita, tocamos o
Senhor”.