1. Educação
sem fronteiras
SERVIÇO
SOCIAL
Autores
Carmen Ferreira Barbosa
Edilene Maria de Oliveira Araújo
Edilene Xavier Rocha Garcia
Eloísa Castro Berro
Maria Massae Sakate
Silvia Regina da Silva Costa
6
www.interativa.uniderp.br
www.unianhanguera.edu.br
Anhanguera Publicações
Valinhos/SP, 2009
00_Abertura_SSocial_6Sem.indd 1 6/5/09 10:07:38 AM
3. Nossa Missão, Nossos Valores
_______________________________
A Anhanguera Educacional completa 15 anos em 2009. Desde sua fundação, buscou a ino-
vação e o aprimoramento acadêmico em todas as suas ações e programas. É uma Instituição de
Ensino Superior comprometida com a qualidade dos cursos que oferece e privilegia a preparação
dos alunos para a realização de seus projetos de vida e sucesso no mercado de trabalho.
A missão da Anhanguera Educacional é traduzida na capacitação dos alunos e estará sempre
preocupada com o ensino superior voltado às necessidades do mercado de trabalho, à adminis-
tração de recursos e ao atendimento aos alunos. Para manter esse compromisso com a melhor
relação qualidade/custo, adotaram-se inovadores e modernos sistemas de gestão nas instituições
de ensino. As unidades no Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul preservam a missão e difundem os valores
da Anhanguera.
Atuando também no Ensino a Distância, a Anhanguera Educacional orgulha-se de poder es-
tar presente, por meio do exemplar trabalho educacional da Uniderp Interativa, nos seus pólos
espalhados por todo o Brasil.
Boa aprendizagem e bons estudos!
Prof. Antonio Carbonari Netto
Presidente — Anhanguera Educacional
00_Abertura_SSocial_6Sem.indd 3 6/5/09 10:07:39 AM
4. .
00_Abertura_SSocial_6Sem.indd 4 6/5/09 10:07:40 AM
5. AULA 1 — A Base do Pensamento Econômico
Apresentação
____________________
A Universidade Anhanguera/UNIDERP, ao longo de sua existência, prima pela excelência no
desenvolvimento de seu sólido projeto institucional, concebido a partir de princípios modernos,
arrojados, pluralistas, democráticos.
Consolidada sobre patamares de qualidade, a Universidade conquistou credibilidade de par-
ceiros e congêneres no país e no exterior. Em 2007, sua entidade mantenedora (CESUP) passou
para o comando do Grupo Anhanguera Educacional, reconhecido pelo compromisso com a
qualidade do ensino, pela forma moderna de gestão acadêmico-administrativa e pelos propósi-
tos responsáveis em promover, cada vez mais, a inclusão e a ascensão social.
Reconhecida pela ousadia de estar sempre na vanguarda, a Universidade impôs a si mais um
desafio: o de implantar o sistema de ensino a distância. Com o propósito de levar oportunida-
des de acesso ao ensino superior a comunidades distantes, implantou o Centro de Educação a
Distância.
Trata-se de uma proposta inovadora e bem-sucedida, que, em pouco tempo, saiu das frontei-
ras do Estado do Mato Grosso do Sul e se expandiu para outras regiões do país, possibilitando o
acesso ao ensino superior de uma enorme demanda populacional excluída.
O Centro de Educação a Distância atua por meio de duas unidades operacionais: a Uniderp
Interativa e a Faculdade Interativa Anhanguera(FIAN). Com os modelos alternativos ofereci-
dos e respectivos pólos de apoio presencial de cada uma das unidades operacionais, localizados
em diversas regiões do país e exterior, oferece cursos de graduação, pós-graduação e educação
continuada, possibilitando, dessa forma, o atendimento de jovens e adultos com metodologias
dinâmicas e inovadoras.
Com muita determinação, o Grupo Anhanguera tem dado continuidade ao crescimento da
Instituição e realizado inúmeras benfeitorias na estrutura organizacional e acadêmica, com re-
flexos positivos nas práticas pedagógicas. Um exemplo é a implantação do Programa do Livro-
Texto – PLT, que atende às necessidades didático-pedagógicas dos cursos de graduação, viabiliza
a compra, pelos alunos, de livros a preços bem mais acessíveis do que os praticados no mercado
e estimula-os a formar a própria biblioteca, promovendo, assim, a melhoria na qualidade de sua
aprendizagem.
É nesse ambiente de efervescente produção intelectual, de construção artístico-cultural, de
formação de cidadãos competentes e críticos, que você, acadêmico(a), realizará os seus estudos,
preparando-se para o exercício da profissão escolhida e uma vida mais plena na sociedade.
Prof. Guilherme Marback Neto
00_Abertura_SSocial_6Sem.indd 5 6/5/09 10:07:40 AM
7. Autores
____________________
CARMEN FERREIRA BARBOSA
Graduação: Serviço Social – Faculdades Unidas Católica de
Mato Grosso – FUCMT – 1984
Especialização: Saúde da Família – Universidade Federal de MS – UFMS – 2003
Especialização: Metodologia de Ensino Superior – FUCMAT – 1992
Mestrado: Serviço Social – Universidade Estadual Paulista/UNESP e Universidade Católica
Dom Bosco/UCDB – 2002
EDILENE MARIA DE OLIVEIRA ARAÚJO
Graduação:Serviço Social – Faculdades Unidas Católica de
Mato Grosso – FUCMT – 1986
Pós-graduação Latu sensu: Gestão de Iniciativas Sociais – Universidade Federal do Rio de
Janeiro – UFRJ – 2002
Pós-graduação Lato Sensu: Formação de Formadores de em Educação de Jovens e Adultos –
Universidade Nacional de Brasília – UNB – 2003
Pós-graduação Lato Sensu: Administração em Marketing e Comércio Exterior – UCDB – 1998
EDILENE XAVIER ROCHA GARCIA
Graduação: Serviço Social – Faculdades Unidas Católica de
Mato Grosso – FUCMT – 1988
Especialização: Gestão de Políticas Sócias – UNIDERP – 2003
Mestrado: Desenvolvimento Local – Universidade Unidas Católicas – UCDB
MS – 2007
ELOÍSA CASTRO BERRO
Graduação: Serviço Social – Faculdades Integradas de Marília – 1984
Especialização: Planejamento e Serviço Social – Faculdades Unidas Católica de
Mato Grosso – FUCMT – 1998
Especialização: Metodologia de Ação do Serviço Social - Faculdades
Unidas Católica de
Mato Grosso – FUCMT – 1983
Mestrado: Serviço Social - Universidade Estadual Paulista/UNESP e Universidade Católica Dom
Bosco/UCDB – 2002
00_Abertura_SSocial_6Sem.indd 7 6/5/09 10:07:40 AM
8. MARIA MASSAE SAKATE
Graduação: Matemática – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS,
Campo Grande, MS – 1992
Especialização: Informática na Educação – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul –
UFMS, Campo Grande, MS – 1998
Mestrado: Educação – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS,
Campo Grande, MS – 2003
SILVIA REGINA DA SILVA COSTA
Graduação: Serviço Social – Universidade Católica Dom Bosco – UCDB – 2001
Especialização em Violência Doméstica Contra Criança e Adolescentes – Universidade de São
Paulo – USP – 2004
Especialização: Políticas Sociais com Ênfase no Território e na Família – Universidade
Católica Dom Bosco – UCDB – 2007
Mestrado em Educação – Universidade Estadual Paulista – UNESP – 2008
00_Abertura_SSocial_6Sem.indd 8 6/5/09 10:07:40 AM
9. Sumário
____________________
MÓDULO – PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO
UNIDADE DIDÁTICA – ESTÁGIO SUPERVISIONADO III
AULA 1
O estágio supervisionado III - o estágio como atividade integradora entre o saber e a ação ......... 3
AULA 2
A Intervenção em Serviço Social ........................................................................................................ 7
UNIDADE DIDÁTICA – PLANEJAMENTO DE INTERVENÇÕES SOCIAIS
AULA 1
Planejamento em Serviço Social – conceitos e definições ................................................................ 14
AULA 2
A Administração no Serviço Social – contextualizações básicas ...................................................... 18
AULA 3
Gestão Social – aspectos importantes ................................................................................................ 23
AULA 4
Políticas, Planos, Programas e Projetos – Definições ........................................................................ 29
AULA 5
Papel do Gestor Social ........................................................................................................................ 32
AULA 6
O que é um projeto social? Implicações diretas na realidade atual .................................................. 36
AULA 7
Roteiro básico de um projeto social ................................................................................................... 40
AULA 8
Fases metodológicas e a instrumentalização do planejamento social .............................................. 47
AULA 9
Avaliação e monitoramento de projetos sociais ................................................................................ 54
AULA 10
O Sistema Único da Assistência Social (SUAS) e o planejamento na administração pública......... 60
UNIDADE DIDÁTICA – TRATAMENTO DE INFORMAÇÕES E OS
INDICADORES SOCIAIS
AULA 1
Noções de estatística descritiva – obtenção e organização de dados ................................................ 68
AULA 2
Representações dos dados por meio da tabela................................................................................... 76
AULA 3
Representações gráficas dos dados ..................................................................................................... 82
AULA 4
Aspectos conceituais: o que são indicadores e índices ...................................................................... 86
00_Abertura_SSocial_6Sem.indd 9 6/5/09 10:07:40 AM
10. AULA 5
Sistema de indicadores: requisitos para a sua construção e produção ............................................. 90
AULA 6
Fontes de indicadores sociais .............................................................................................................. 94
AULA 7
Desenvolvimento humano ................................................................................................................. 100
AULA 8
Objetivos do Desenvolvimento do Milênio - ODM.......................................................................... 106
SEMINÁRIO INTEGRADO: PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO .............................................. 115
MÓDULO – DESENVOLVIMENTO LOCAL E INTEGRAÇÃO DA
ASSISTÊNCIA
UNIDADE DIDÁTICA – DESENVOLVIMENTO LOCAL E TERRITORIALIZAÇÃO
AULA 1
Desenvolvimento local: reflexões e conceitos .................................................................................... 119
AULA 2
Espaço, lugar e território .................................................................................................................... 125
AULA 3
Cultura e identidade ........................................................................................................................... 132
AULA 4
Capital social ....................................................................................................................................... 138
AULA 5
Potencialidade e comunidade ............................................................................................................. 146
AULA 6
Agentes do desenvolvimento local e dimensões metodológicas ....................................................... 150
AULA 7
Solidariedade e educação .................................................................................................................... 154
AULA 8
Cultura do desenvolvimento e desenvolvimento da cultura ............................................................ 160
UNIDADE DIDÁTICA – REDE SOCIOASSISTENCIAL
AULA 1
O significado de redes no contexto do trabalho socioassistencial ................................................... 171
AULA 2
A filantropia no Brasil ......................................................................................................................... 175
AULA 3
Terceiro setor e suas diversas concepções .......................................................................................... 182
AULA 4
Movimentos sociais, ONGs e redes solidárias ................................................................................... 186
AULA 5
Marco legal das entidades que compõem a rede socioassistencial ................................................... 190
00_Abertura_SSocial_6Sem.indd 10 6/5/09 10:07:41 AM
11. AULA 6
O Sistema Único de Assistência Social e a nova forma de gestão da assistência social: caráter
público, protagonismo e avaliação do processo................................................................................ 197
AULA 7
Oficina 1: PEAS/2006 – Pesquisa das Entidades de Assistência Social Privadas sem
Fins Lucrativos ................................................................................................................................... 208
AULA 8
Oficina 2: PEAS/2006 – Pesquisa das Entidades de Assistência Social Privadas sem
Fins Lucrativos .................................................................................................................................... 215
SEMINÁRIO INTEGRADO: DESENVOLVIMENTO LOCAL E INTEGRAÇÃO
DA ASSISTÊNCIA .................................................................................................................................... 227
00_Abertura_SSocial_6Sem.indd 11 6/5/09 10:07:41 AM
12. Módulo
PLANEJAMENTO E
ADMINISTRAÇÃO
Profa. Ma. Eloísa Castro Berro
Profa. Ma. Silvia Regina da Silva Costa
Profa. Esp. Edilene Maria de Oliveira Araújo
67
Modulo 01.indd 67 2/6/2009 12:15:44
13. Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
AULA
1
Unidade Didática – Tratamento de Informação e os
____________________
NOÇÕES DE ESTATÍSTICA DESCRITIVA –
OBTENÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE DADOS
Indicadores Sociais
Conteúdo
• Introdução à estatística.
• Obtenção, classificação e organização dos dados.
Competências e habilidades
• Compreender a técnica que melhor se aplica a uma determinada situação e utilizá-la eficazmente na
sua solução.
• Verificar e compreender de uma forma mais crítica as informações obtidas dos meios de comunicação.
• Ampliar a leitura das informações dos dados apresentados.
Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no Portal
Verificar no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.
Duração
2 h/a – via satélite com o professor interativo
2 h/a – presencial com o professor local
6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo
INTRODUÇÃO À ESTATÍSTICA meios de comunicação e informação ampliando a
A evolução das ciências e também das tecnolo- forma de acompanhar um dado acontecimento, ve-
gias impulsionam, de forma generalizada, toda a rificar, sintetizar, resolver problemas e tomar novas
sociedade para a utilização de algumas técnicas e re- decisões.
sultados implementados pelas academias, entre elas Na área de Serviço Social, com a concepção de
destacamos as grandes quantidades de informação, que todos têm direitos amplos e universais, orienta-
de meios de comunicação, desenvolvimentos de pes- dos pela perspectiva de superação das desigualdades
quisas, um aprimoramento na forma de gerenciar e sociais e pela igualdade de condições, é necessário
adquirir outras formas de trabalho. Nesse contex- obter o conhecimento dos dados para transformá-
to, a estatística, com a sua possibilidade de buscas, los em uma ferramenta de trabalho que possa real-
de representações e síntese de dados, desponta nos mente participar de um trabalho efetivo e crítico.
68
Modulo 01.indd 68 2/6/2009 12:15:44
14. AULA 1 — Noções de Estatística Descritiva – Obtenção e Organização de Dados
O conhecimento das informações proporciona- Representação gráfica das informações da tabela.
das por meio da tecnologia da comunicação e in-
formação é uma excelente ferramenta para a com-
preensão da realidade, pois possibilita uma visão
de conjunto de carência e potencialidade de cada
região, podendo assim reforçar e divulgar a neces-
sidade de medidas de tomadas de decisão tanto nos
níveis municipais, estaduais, federais e até mundial
como é descrito pelos órgãos das Nações Unidas
no Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH)
publicado anualmente e também no Índice de De-
senvolvimento Humano (IDH), que pressupõe que
aferir a evolução de uma população não deve consi- IDH – Índice de Desenvolvimento Humano.
derar apenas a dimensão econômica, mas também
outras características como sociais, culturais, e polí-
no tempo. Confúcio relatou levantamentos feitos na
ticas que influenciam a qualidade da vida humana.
China há mais de 2000 anos antes da era cristã. No
Essas informações são baseadas em pesquisas esta-
antigo Egito, os faraós fizeram uso de informações de
tísticas, por meio de uma equipe interdisciplinar,
caráter estatístico, conforme evidenciaram pesquisas
que buscam a população de que desejam obter as
arqueológicas. Os registros mostram que alguns dos
informações, preparam o questionário, coletam as in-
povos já faziam controles de sua população, regis-
formações, organizam e publicam por meio das fer-
trando as migrações, nascimentos, óbitos, e também
ramentas existentes como as publicações científicas,
das suas terras e das riquezas. Havia distribuição de
jornais, sites na internet etc.
terras de uma forma proporcional à quantidade de
A seguir, uma tabela e seus gráficos para a com- pessoas na família, faziam também registros dos pa-
preensão de dados já organizados. trimônios para melhor tributar os impostos.
Vamos agora ampliar o conhecimento que já te- Os recenseamentos, como o mencionado na Bí-
mos de estatística, começando por alguns fatos his- blia, não passavam de controles militares, referentes
tóricos. à baixa de soldados, armas e cavalos, visando reor-
ganizar o exército para novas conquistas e adminis-
O surgimento da estatística trar as terras conquistadas. A partir do século XVI,
Desde a Antiguidade, os governos têm se interes- começa a aparecer a análise, de forma mais sistema-
sado por informações sobre suas populações e ri- tizada, de alguns fatos sociais, como casamentos,
quezas, para fins de controle e forma de governabi- batizados, mortes, e também apresentação das tabe-
lidade, pois o registro de informações não se perde las com os primeiros números relacionados.
Tabela – Crescimento anual médio do IDH
País IDH em 1975 1975 a 1980 1980 a 1985 1985 a 1990 1990 a 1995 1995 a 2000 2000 a 2004 IDH em 2004
Brasil 0,647 1,12% 0,43% 0,59% 0,79% 0,94% 0,22% 0,792
Colômbia 0,664 0,86% 0,49% 0,56% 0,65% 0,55% 0,48% 0,790
Venezuela 0,719 0,41% 0,22% 0,48% 0,21% 0,16% 0,32% 0,784
Peru 0,645 0,91% 0,70% 0,26% 0,75% 0,67% 0,23% 0,767
México 0,691 1,30% 0,54% 0,24% 0,47% 0,68% 0,31% 0,821
Argentina 0,787 0,38% 0,22% 0,05% 0,54% 0,59% 0,09% 0,863
Chile 0,706 0,97% 0,64% 0,57% 0,78% 0,60% 0,47% 0,859
Fonte: IDH do Brasil melhora, mas país cai no ranking.
69
Modulo 01.indd 69 2/6/2009 12:15:44
15. Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
No século 18, Gottfried Anchenwall dá os primei- bilidade de visualizar e ampliar o conhecimento de
ros passos para que esses controles, por meio dos uma forma mais generalizada, extrair as informa-
dados obtidos e organizados, tenham objetivos ou ções necessárias e também interferir nas diferentes
métodos que se relacionem com outras ciências. É localidades com as informações obtidas.
também, pela primeira vez, que se observa o termo Outro setor que se apropria das informações ob-
“estatística” como uma ciência. A partir dessa época, tidas pelas pesquisas estatísticas é o da comunica-
as tabelas e as representações gráficas ficaram mais ção, pois a sua representação em tabelas e gráficos,
significativas, com uma maior clareza. Os estudos com todas as suas técnicas, faz com que as infor-
da probabilidade fizeram com que a estatística não mações sejam compreendidas mais rapidamente na
ficasse apenas na coletânea de dados numéricos, sua totalidade.
mas que desse uma visão do todo, pelo estudo das Essa forma de transposição das informações cria
partes. uma nova forma de leitura das pesquisas acadêmi-
A teoria das probabilidades, no final do século cas e do mundo. Os profissionais, de forma geral,
XVII, aplicada à estatística existente, deu origem à devem possuir conhecimentos de estatística para
estatística moderna, aplicada em todos os campos tomar decisões e para evitar apresentações viciosas.
de pesquisa. Atualmente tornou-se uma tecnologia Isso implica que as academias proporcionem movi-
quantitativa para a ciência experimental e observa- mentos nos quais possam criar e fazer leituras das
cional, que permite avaliar e estudar as incertezas informações dos dados estatísticos, ampliando mais
e os seus efeitos no planejamento, possibilitando a o conhecimento, desenvolvendo na formação aca-
interpretação de experiências e de observações de dêmica competências para visualizar com mais pro-
fenômenos da natureza e da sociedade. priedade os fenômenos históricos, sociais, políticos
Resumindo... e econômicos.
Estatística é uma tecnologia quantitativa para a A estatística contribui na formação profissional,
ciência experimental e observacional, que permite como uma excelente ferramenta para o desenvolvi-
avaliar e estudar as incertezas e também as certezas mento de métodos científicos. Entretanto, a estatís-
e os seus efeitos no planejamento, possibilitando a tica não pode provar nada e sim propiciar o cálculo
interpretação de experiências e de observações de da probabilidade da ocorrência de um evento den-
fenômenos da natureza e da sociedade. Está relacio- tro de uma determinada margem de acerto, ou ain-
nada com a matemática de uma forma dependen- da a hipótese relativa de se estar certo ou errado.
te para se desenvolver e com outras ciências é um A estatística pode ser aplicada nas mais diversas
complemento da pesquisa. áreas. Entre elas, citamos as mais conhecidas pela
sociedade:
Importância da estatística na sociedade a) o censo, que é aplicado pelo Instituto Brasilei-
Adquirir conhecimentos e transformá-los foram ro de Geografia e Estatística (IBGE), fornece ao go-
preocupações constantes do homem na sua histó- verno federal as informações, em diferentes aspec-
ria. Muitos desses conhecimentos, que se transfor- tos, da população brasileira, também utilizado por
maram em descobertas desfrutadas por nós todos muitos pesquisadores para ampliar as informações
os dias, vieram de fontes ignoradas por muitos: a da população total e também das diversas regiões.
estatística. Disponível em: <www.ibge.gov.br/home/>;
A estatística é utilizada praticamente por todos os b) a política, quando é feita a pesquisa de urna
setores da pesquisa, tanto governamentais como os ou para saber as necessidades da população, para
privados, das ciências humanas, sociais, aplicadas, que os políticos possam traçar as suas metas de
exatas, enfim por todos os ramos. Ela dá a possi- campanha.
70
Modulo 01.indd 70 2/6/2009 12:15:45
16. AULA 1 — Noções de Estatística Descritiva – Obtenção e Organização de Dados
Destacaremos a partir de agora a importância da – grau de satisfação da equipe de trabalho;
estatística no curso de Serviço Social. – grau de produtividade e a necessidade para
A estatística tem se tornado parte integrante das a superação;
nossas vidas. Basta dar uma olhada nos diversos ti- – identificação de problemas na aceitação do
pos de publicações como os jornais, livros e revistas, programa;
para perceber como a linguagem da probabilidade – informações quanto a visitas, perícias técni-
e da estatística está presente no cotidiano, e é cons- cas, laudos, informações e pareceres sobre
tantemente utilizada tanto nas seções policiais, des- matéria de Serviço Social;
portivas, informativas, como na meteorologia, em – realizar pesquisas que subsidiem formula-
relatórios econômicos e financeiros, administrati- ção de políticas e ações.
vos, sondagens de opinião, com caráter político ou
• Verificar e orientar a população na identifica-
publicitário, de produtos de consumo, ilustrando as
ção de recursos para atendimento e defesa de
informações com gráficos e tabelas dos mais diver-
seus direitos.
sos tipos, cujas leitura e interpretação pressupõem
• Verificar por meio da pesquisa, elaborar pla-
alguns conhecimentos estatísticos.
nos e projetos, executar e avaliar planos na área
Essa linguagem está na sociedade em geral; as in-
social.
formações são apresentadas utilizando os métodos
e a linguagem estatística. As publicações de uma
Desse modo, esse tipo de conhecimento possibi-
forma geral recorrem, frequentemente, a conceitos
lita o desenvolvimento da capacidade de tomar de-
estatísticos e utilizam gráficos e tabelas de vários ti-
cisões, essencial, quer no exercício da cidadania ou
pos para representarem os seus dados e conteúdos.
na vida profissional.
• O fazer profissional perante as questões sociais
O uso da tecnologia, mais especificamente de
predispõe que se tenha a visão do todo e das
uma planilha eletrônica ou um software específi-
partes, tanto nos cenários internacional e na-
co de estatística, dá a possibilidade de um enfoque
cional, desvelando as possibilidades de ação
maior nos conceitos estatísticos, superando assim as
contidas na realidade para uma tomada de
dificuldades que muitos têm das técnicas matemáti-
uma decisão.
cas para cálculos operatórios, permitindo trabalhar
• A identificação das demandas presentes na so-
com dados mais complexos, sem arredondamentos,
ciedade pode ser proporcionada por uma pes-
isto é, com os dados reais.
quisa estatística.
Apesar da importância de compreensão dos con-
• O enfrentamento das questões sociais pode ser
ceitos matemáticos no ensino da estatística, poderá
proporcionado também pelo conhecimento da
ser mais significativo se o enfoque do ensino esti-
realidade local e do contexto do acontecimento.
ver mais centrado nos conceitos estatísticos do que
• No gerenciamento de programas, elaboração,
nos cálculos matemáticos e probabilísticos. Mesmo
execução e avaliação, possibilitam a visibilida-
reconhecendo a necessidade e a importância dos
de por meio de um sistema de informação para
procedimentos, isso deverá ser o início de todo o
tomada de decisão, como:
processo, o desafio é ir muito além, ultrapassar os
– atendimento das etapas do programa da sua procedimentos e chegar à reflexão. A estatística de-
equipe de trabalho; verá ser muito mais do que uma série de técnicas. O
– informações das metas atingidas e manipu- trabalho com os dados deve promover o desenvol-
ladas; vimento de hábitos de pensamento, pois se trata de
– qualidade do atendimento; um processo de pensar para um maior entendimen-
– localidades atendidas; to sobre o mundo.
71
Modulo 01.indd 71 2/6/2009 12:15:45
17. Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
A compreensão, de forma significativa, da pre- A busca de informações por meio de uma pes-
paração dos questionários, amostragem, coleta de quisa em toda a população torna-se dispendiosa
dados, organização, representação gráfica de dados temporal e financeiramente, assim a alternativa é a
e da elaboração de previsões faz com que o pensa- busca de uma amostra. Esta deverá ter uma análise
mento estatístico seja usado na resolução de proble- criteriosa e impessoal, pois poderá trazer informa-
mas do mundo real, obtendo a devida valorização ções que não representam a população. Exemplo:
por parte dos alunos, contribuindo assim para sua um político quer saber seu grau de aceitação na so-
conscientização sobre o papel da estatística na so- ciedade e busca informações apenas em seu partido
ciedade e a natureza do pensamento científico. político ou com os seus familiares.
Podemos já visualizar alguns pontos que os assis-
tentes sociais poderão usar dos conceitos estatísticos Noções de estatística
para obter benefícios na sua profissão. Destacamos
agora alguns aspectos que devem ser analisados cri-
ticamente antes do uso da estatística.
Limitações da estatística
A estatística tem sido utilizada na pesquisa cien-
O que é a estatística?
tífica para a otimização de recursos econômicos,
Segundo Rocha,10 estatística é: “ciência que tem
para o aumento da qualidade e produtividade, na
por objetivo a observação, a captação, a classifica-
otimização em análise de decisões, em questões ju-
ção e análise das ocorrências coletivas ou de massa,
diciais, previsões e em muitas outras áreas, porém
bem como a indução de leis a que tais ocorrências
pode haver erros na coleta dos dados. Por exemplo,
obedeçam, e apresentação numérica em tabelas e
um entrevistador pode cometer um engano ao re-
gráficos dos resultados dessas observações”.
gistrar os dados obtidos, em vez de registrar a idade
De uma forma mais simplificada, colocamos que
de uma pessoa, 24, registra 42, interferindo assim na
é uma metodologia para coletar, analisar, apresentar
transposição das informações.
e interpretar os dados, isto é, uma parte da mate-
Com a finalidade de levantar dados para determi-
mática aplicada que fornece métodos para a coleta,
nada pesquisa é importante escolher uma fonte con-
organização, descrição, análise e interpretação de
fiável de informações ou uma amostra adequada e
dados e a utilização destes na tomada de decisão.
utilizar instrumentos corretos de coleta de dados, tais
como questionários ou entrevistas, entre outros. De-
A estatística se divide em duas áreas ou fases:
pendendo do assunto pesquisado, os dados resulta-
a descritiva e a inferencial
rão em gráficos diferentes, bem como diferentes dis-
tribuições de frequências. Ao colocarmos os valores A estatística descritiva compreende as etapas de
em um gráfico, podemos obter as mais diversas con- descrição, da organização, tabulação e representa-
figurações e elas poderão afetar a leitura dos dados. ção por meio de gráficos e tabelas. O seu objetivo é
tornar as pesquisas mais fáceis de serem entendidas,
Podemos também observar que em alguns mo-
relatadas, discutidas, facilitando a utilização dos re-
mentos não temos disposição para a interpretação
sultados obtidos. Por exemplo:
de uma pergunta, assim a resposta poderá estar in-
correta, causando erros nos resultados. a) apresentação por meio de uma tabela ou grá-
fico do perfil do assistente social por meio da pes-
Os questionários mal elaborados podem levar a
interpretações do que não desejamos e assim as res- 10
ROCHA, R. Dicionário língua portuguesa. São Paulo: Editora Scipio-
postas não terão êxito na pesquisa. ne, 1996. p. 256.
72
Modulo 01.indd 72 2/6/2009 12:15:45
18. AULA 1 — Noções de Estatística Descritiva – Obtenção e Organização de Dados
quisa nacional elaborada pelo Conselho Federal do rão os acadêmicos do curso de Serviço Social da
Serviço Social (CFESS); UNIDERP Interativa, pois o resultado da pesquisa
b) dados da média anual de leitura de livros fornecerá dados para responder à minha questão de
dos acadêmicos do curso de Serviço Social da investigação.
UNIDERP Interativa; • População é o conjunto de todos os elementos
c) apresentação por meio de gráficos do índice com as características que se deseja estudar ou
de aceitação da popularidade do presidente da Re- é o grupo sobre o qual se realiza um estudo es-
pública. tatístico.
A estatística inferencial é a continuidade da es- Ao aplicar as questões, devemos decidir quem res-
tatística descritiva, e consiste na análise e interpre- ponderá a elas.
tações dos dados amostrais. Sua base está ligada à Nesse caso, se for para toda a população, daremos
teoria das probabilidades, tornando possível a esti- o nome de censo; se forem escolhidos alguns repre-
mação de características de uma população a partir sentantes, será apenas uma amostra.
dos resultados amostrais. • Amostra é a parte da população que se escolhe
aleatoriamente para o estudo; em outras pala-
De uma forma mais simplificada, a estatística infe- vras, deve ser escolhida obrigatoriamente ao
rencial, por meio de uma amostra que teve as etapas acaso e refere-se a uma parte representativa da
de amostras e pesquisa na estatística descritiva, tenta população.
ampliar o conhecimento, fazer estimativas e testar a A amostra deverá ser no mínimo de 10% de ele-
sua hipótese de características da população. mentos da população.
As vantagens de se trabalhar com amostras repre-
sentativas são: baixo custo, pouco tempo para reali-
zar a pesquisa, facilidade e eficiência nos resultados
obtidos.
A escolha da amostragem poderá ser:
a) amostragem aleatória simples – sorteia-se para
Alguns conceitos esclarecedores ..........
o estudo pelo menos 10% da população; ex.: sorteio
É importante conhecer os conceitos estatísti-
em uma urna;
cos. Essa ciência nos dá possibilidade de uma visão
b) amostragem sistemática – sorteia-se um nú-
maior, mais global dos acontecimentos e de sermos
mero de 1 a 10. Este será o primeiro, os próximos
mais críticos nos resultados demonstrados pelas
poderão ser os múltiplos do número sorteado ou a
mídias impressas, televisivas ou digitais. Antes da
somatória de 5; enfim, deverá ser sistematizada uma
elaboração dos questionamentos relacionados com
forma para a escolha dos elementos;
um problema, é imprescindível decidir que parte da
população será pesquisada. c) amostragem estratificada proporcional – a
amostra é formada por estratos com um número de
elementos proporcional ao de cada grupo que for-
Exemplo:
ma a população, isto é, se a população for formada
Queremos saber quantos acadêmicos do curso de
por 70% do sexo masculino, a amostra deverá ter
Serviço Social da UNIDERP Interativa estão atuan-
70% desses elementos.
do na área de formação.
Para obtermos a resposta para esse questio-
namento, necessitamos fazer a pergunta para os
acadêmicos do curso, logo, a nossa população se-
73
Modulo 01.indd 73 2/6/2009 12:15:45
19. Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
• Para saber a temperatura da água da piscina, b) secundários – quando os pesquisadores recor-
basta colocar um dedo; se houver a necessidade rem aos relatórios, revistas, livros ou dados já cole-
de uma maior precisão, basta colocar um ter- tados por instituições especializadas.
mômetro. O conjunto de dados é obtido por meio dos ele-
• Para saber se existe uma doença, o médico so- mentos da pesquisa. Eles fazem parte da amostra.
licita exames. A proporção da quantidade de Os elementos são as entidades sobre as quais os
sangue retirado é bem menor que 10%. dados são coletados, por meio de variáveis.
• Para saber se a sopa está boa, prova-se apenas Variáveis – são as características medidas e apre-
uma pequena porção, mas se a sopa não for sentam variabilidade dentro da população.
homogênea, teremos informações viciadas ou Podem ser qualitativas ou quantitativas.
a amostragem dará uma visão distorcida da Variáveis qualitativas – quando seus valores fo-
realidade. rem expressos por atributos (não numéricos).
O tamanho da amostra depende da área espe- - Nominal – quando tem nome (ex.: cor dos olhos,
cífica que está sendo pesquisada. O resultado de sexo, raça, consumo de bebida, gosto pelo estudo).
uma pesquisa da amostragem refletirá o todo. Uma - Ordinal – quando tem ordem (ex.: classe social,
maneira prática de se minimizar os erros é evitar grau de instrução, consumo de álcool – pouco, mé-
amostras muito pequenas que produzam uma es- dio, muito).
timativa pouco representativa da população; entre- Variáveis quantitativas – quando seus valores po-
tanto, amostras grandes demandam muito trabalho dem ser descritos numericamente.
e tempo, elevando significativamente os custos.
- Discreta – quando seus valores resultam de con-
É importante ter alguns cuidados para que não tagem (ex.: número de filhos, número de reprova-
ocorram erros viciosos, levando os dados observa- ções, número de copos de álcool consumidos etc.).
dos, medidos ou avaliados, a não representatividade - Contínua – quando seus valores resultam de
da realidade. Se a amostragem não for realizada con- medições e podem assumir qualquer valor em um
forme as técnicas experimentais, ela não representa- intervalo da reta numérica (ex.: estatura, nota na
rá a população e, consequentemente, a margem de prova, IMC, quantidade de bebida alcoólica consu-
erros tornar-se-á tão grande que a pesquisa poderá mida etc.).
tornar-se inútil. Quando temos condições de saber
quem e como vamos escolher nossos entrevistados,
Resumindo
partiremos para verificar quais os tipos de variáveis
Variáveis Tipos Descrição Exemplos
e dados iremos buscar nos nossos questionários. Cor dos olhos
Não existe
Nominal Sexo
Qualitativas ordenação
Cor/raça
Dados, elementos e variáveis ou
categóricas Obedece Grau de
Os dados são os fatos e números coletados, anali- Ordinal a certa escolaridade
sados e sintetizados para a apresentação e interpre- ordenação Classe social
Quantidade de
tação; em outras palavras, qualquer característica funcionário
que possa ser observada ou medida de alguma ma- Discreta Contagem Acidentes
neira. As matérias-primas da estatística são os dados Quantitativas ocorridos
durante um mês
observáveis e mensuráveis. Estatura
Contínua Medição
Os dados podem ser: Peso
a) primários – quando as informações são colhi-
das diretamente pelo pesquisador ou por seus au- Já sabemos os tipos de dados existentes em uma
xiliares; coleta, mas como podemos coletar os dados?
74
Modulo 01.indd 74 2/6/2009 12:15:45
20. AULA 1 — Noções de Estatística Descritiva – Obtenção e Organização de Dados
Sabemos que existem dois tipos de dados, os pri- • Qual a cor de seus olhos?
mários e os secundários; destacaremos a seguir os ( ) Verde
métodos de pesquisa. ( ) Marrom
( ) Outro (favor especificar)_________________
No método de coleta de dados primários, podem Nas perguntas abertas, os participantes podem
ser utilizadas algumas das formas abaixo: responder a essas perguntas de qualquer maneira. A
principal vantagem é que elas permitem um núme-
Entrevistas ro infinito de respostas divergentes, mas, cuidado,
pessoais Dicotômica pois são difíceis de ser processadas e analisadas. Seja
Entrevista por prudente para não as utilizar demasiadamente.
telefone
Tipos de Múltipla As perguntas abertas podem ser mais úteis em três
Questionários Envio por e-mail
perguntas escolha
Deixado áreas particulares:
em lugares
estratégicos Aberta a) pesquisas-piloto – podem ser úteis para tentar
Observação alcançar todas as possíveis respostas para uma de-
terminada pergunta, tornando-a mais bem projeta-
O questionário, geralmente enviado pelo correio da para uma de múltipla escolha;
ou por e-mail ou deixado em lugares estratégicos, b) investigações – para obter informações extras
é a forma mais conhecida de pesquisa estatística. dependendo de uma escolha feita por uma resposta
Atualmente, a entrevista por telefone e o e-mail estão anterior;
substituindo o trabalho antes feito pelo correio. c) utilizadas no final do questionário, – podem ser
A observação é o principal método empregado um meio de dar ao participante a chance de adi-
quando a população de interesse não está relacio- cionar qualquer coisa que ele considere importante,
nada com as pessoas ou não requer resposta de mas não é mencionado nas perguntas citadas.
pessoas. Exemplo: uma pesquisa sobre o tráfego. As perguntas abertas podem dar mais credibili-
Esse método depende em grande parte do observa- dade ao relatório final com o uso de respostas reais,
dor e, por sua natureza, geralmente consome mais como citações.
tempo.
Quanto aos tipos de perguntas, na elaboração do Observações importantes para a elaboração de
questionário, veja os detalhes. um questionário
• Perguntas dicotômicas são aquelas que permi- • Ele deve ser o mais curto possível.
tem apenas duas respostas. Exemplo: • As questões em si:
Você mora com os seus pais? ( ) sim ( ) não – devem evitar o uso de termos complexos;
Você gosta ( ) ou não gosta de matemática ( )? – devem fazer sentido;
• Perguntas de múltipla escolha são aquelas ques- – não devem ser muito técnicas ou envolver
tões com opção de várias possibilidades. O par- muitos cálculos;
ticipante pode fazer o uso de apenas uma des- – não devem ser muito pessoais ou ofensivas;
sas opções. – não devem sobrecarregar a memória;
Exemplo: – não devem ser ambíguas.
Em que tipo de alojamento você está morando • As perguntas devem ser colocadas em uma or-
neste ano de estudo? dem lógica.
( ) Alojamento universitário • Deve ser disposto e construído de forma atraente.
( ) Casa/apartamento próprio, com os seus pais • A maneira como as respostas serão analisadas
( ) Casa/apartamento alugado, com os seus pais devem ser consideradas na etapa da elaboração
( ) Outro (favor especificar)_________________ do questionário.
75
Modulo 01.indd 75 2/6/2009 12:15:45
21. Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
AULA
2
Unidade Didática – Tratamento de Informação e os
____________________
REPRESENTAÇÃO DOS DADOS POR MEIO
DA TABELA
Indicadores Sociais
Conteúdo
• Obtenção e organização dos dados.
• Tabulação e classificação dos dados.
• Apresentação dos dados em tabelas.
Competências e habilidades
• Compreender a técnica que melhor se aplica a uma determinada situação e utilizá-la eficazmente na
sua solução.
• Verificar e compreender de uma forma mais crítica as informações obtidas dos meios de comunicação.
• Ampliar a leitura das informações dos dados apresentados.
Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no Portal
Verificar no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.
Duração
2 h/a – via satélite com o professor interativo
2 h/a – presencial com o professor local
6 h/a – mínimo sugerido para auto estudo
Nesta aula, vamos dar continuidade aos conteú- Os dados brutos ou absolutos são aqueles coleta-
dos anteriores e verificaremos como se faz para or- dos através da pesquisa direta da fonte sem outra
ganizar os dados qualitativos e quantitativos e apre- manipulação e estão divididos em dois tipos que
sentar os dados em tabela e logo após faremos uma são os qualitativos e os quantitativos. Primeiramente
descrição gráfica dos dados estatísticos. trataremos dos dados qualitativos que são os expres-
sos por atributos ou qualidade.
DESCRIÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS DADOS Suponhamos que os dados a seguir relacionados se-
Após a elaboração e a aplicação dos questionários jam os dados brutos coletados de uma pesquisa sobre o
e das entrevistas, temos uma nova fase que é a orga- estado civil dos 56 acadêmicos de uma turma do curso
nização dos dados coletados. ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa.
76
Modulo 01.indd 76 2/6/2009 12:15:46
22. AULA 2 — Representação dos Dados por Meio da Tabela
Solteiro Casado Casado Viúvo Casado Casado Solteiro
Casado Solteiro Casado Solteiro Casado Casado
Solteiro Divorciado Casado Casado Casado Solteiro
Casado Viúvo Solteiro Casado Solteiro Solteiro Viúvo
Viúvo Solteiro Casado Divorciado Casado Casado
Casado Casado Casado Solteiro Casado Casado
Casado Solteiro Casado Casado Casado Casado
Divorciado Solteiro Casado Solteiro
Cabe observar ainda que oito acadêmicos deixa- As normas para a elaboração de uma tabela estão
ram a questão em branco, isto é, não responderam. no fim do texto desta aula.
No geral, para o levantamento de todos os dados
qualitativos, a forma de organização dos dados e a
É possível organizar, contar por meio de uma sua apresentação são usados procedimentos seme-
planilha ou manualmente e arrumar os dados em lhantes. Mas a leitura dos dados absolutos é de difí-
conjunto e apresentá-los em uma tabela. Já sabemos cil interpretação. Mesmo trazendo um resultado fiel
que temos acadêmicos nas categorias ou situação: e exato. É necessário usar de um conceito da estatís-
casado, divorciado, solteiro e viúvo. Mostraremos tica dos dados relativos. Estes têm por finalidade re-
agora essas informações por meio de uma tabela, alçar ou facilitar as comparações entre quantidades.
uma representação tabular. Os cálculos é que fazem comparações do todo com
as situações ou categorias específicas ou a razão en-
Estado civil dos acadêmicos do curso ABC do Polo Forte
tre o total e o específico.
União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1 Podemos traduzir os dados relativos, de uma forma
Situação Frequência
geral, por meio de porcentagens, índices, coeficientes
Casado 27
e taxas. A seguir apresentaremos como será efetuado
Divorciado 3
Solteiro 14 o cálculo e depois uma breve leitura dos dados.
Viúvo 4
Não responderam 8
A frequência relativa é simplesmente a proporção
Total 56
de representações de uma situação em relação ao
Fonte: Acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP
Interativa da Turma 2010/1. total dessa variável.
Estado civil dos acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1
Cálculo Frequência Cálculo Frequência
Situação Frequência
(Rascunho) relativa (Rascunho) percentual
Casado 27 27/56 0,482 0,482 *100 48,20
Divorciado 3 3/56 0,054 0,054 *100 5,40
Solteiro 14 14/56 0,250 0,250 *100 25,00
Viúvo 4 4/56 0,071 0,071 *100 7,10
Não responderam 8 8/56 0,143 0,142*100 14,30
27/56+3/56+14/56+ 0,482*100+0,054*100+
Total 56 1,000 100,00
4/56+8/56 0,250*100+0,071*100+ 0,142*100
Obs:
• As colunas Cálculo (Rascunho) aparecem para a compreensão do cálculo.
• Na frequência relativa utiliza-se até três casas na parte decimal.
77
Modulo 01.indd 77 2/6/2009 12:15:46
23. Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
A frequência percentual é a frequência relativa Como elaborar uma representação tabular
multiplicada por 100. Fazer uma representação dos dados coletados por
meio de tabelas, possibilita uma visão mais clara do
Refletindo... que ocorre com os dados observados.
Para organizar uma série estatística ou uma dis-
Qual seria a mais significativa, para a leitura das
tribuição de frequências, existem algumas normas
informações? Em qual delas seria mais fácil inter-
nacionais ditadas pela Associação Brasileira de Nor-
pretar as informações?
mas Técnicas (ABNT), de acordo com a publicação
Normas de apresentação tabular, 3.a edição, 1993,
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), as quais devem ser respeitadas. Assim, toda
tabela estatística deve conter:
Elementos essenciais
1. Título – indica a natureza da pesquisa, as variá-
Você consegue perceber quais dados dão melhor
veis na análise do fato, o local e a época.
visibilidade da situação?
2. Corpo – é o conjunto de linhas e colunas que
Quando mostramos alguns dados, temos que ter contêm, respectivamente, as séries horizontais e
essa preocupação. Qual a melhor forma para enten- verticais de informações.
der os dados apresentados? 3. Cabeçalho – designa a natureza do conteúdo de
Podemos usar também a tabela com os dados na cada coluna.
frequência percentual. 4. Coluna indicadora – mostra a natureza do con-
teúdo de cada linha.
Estado civil dos acadêmicos do curso ABC do Polo Forte
União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1 Elementos complementares (se necessário)
Situação Frequência (%)
5. Fonte – é o indicativo, no rodapé da tabela, da
Casado 48,20
entidade responsável pela sua organização ou for-
Divorciado 5,40
Solteiro 25,00
necedora dos dados primários.
Viúvo 7,10 6. Notas – são colocadas no rodapé da tabela para
Não responderam 14,30 esclarecimentos de ordem geral.
Total 100,00 7. Chamadas – são colocadas no rodapé; servem
Fonte: Acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da para esclarecer minúcias em relação às colunas ou
UNIDERP Interativa da Turma 2010/1.
linhas. Nenhuma célula da tabela deve ficar em
branco, apresentando sempre um número ou sinal.
Podemos concluir que: 48,20% dos acadêmicos
estão casados, 5,40% divorciados, 25% solteiros, Estado civil dos acadêmicos do curso ABC do
7,10% viúvos e 14,30% não responderam ao ques- Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma
1
2010/1
tionário. 3
Situação Frequência (%)
Essas representações de valores dos dados or-
Casado 48,20
ganizados e apresentados como uma conclusão Divorciado 5,40
da pesquisa descritiva nos dão uma visão maior Solteiro 25,00
quanto à situação dos acadêmicos desse curso e Viúvo 7,10
Não responderam 14,30
turma.
Total 100,00
A seguir, aprenderemos a organizar os dados Fonte: Acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da
quantitativos e a apresentar os dados em tabela. UNIDERP Interativa da Turma 2010/1. 5,6 e 7
78
Modulo 01.indd 78 2/6/2009 12:15:46
24. AULA 2 — Representação dos Dados por Meio da Tabela
Vamos agora dar continuidade aos conteúdos e A colocação dos dados em ordem crescente faci-
verificaremos como organizar os dados quantitativos lita a retirada de algumas informações necessárias
e apresentar os dados em tabela e logo após faremos para a organização dos dados. Assim, será retirada
uma descrição gráfica dos dados estatísticos. uma informação que é a amplitude total.
Podemos, pelo rol, verificar de maneira mais cla-
Retomando... ra e rápida a composição do conjunto, identificando
o maior e o menor valor, além de alguns elementos
O que são dados brutos?
que podem se repetir várias vezes, mostrando assim
São os dados obtidos diretamente da pesquisa,
o comportamento dos dados.
logo após a aplicação do questionário, sem nenhu-
ma interferência ou sem ter passado por processos
Refletindo...
de sínteses ou análises.
Analisemos os dados brutos a seguir que vieram
da mesma pesquisa dos acadêmicos da turma ABC,
relativos a suas idades.
35 35 24 20 33 33
23 45 20 35 35 53
24 29 23 50 45 42 De imediato podemos verificar no rol que a me-
27 24 42 22 29 35 nor idade é 20 e a maior idade é 53. Sabemos então
40 33 40 42 24 35
que a idade varia de 20 a 53 e tem a amplitude total
23 51 20 35 33 22
24 29 35 35 51 de 33, pois: 53 – 20 = 33
26 20 42 22 29 Amplitude total é um conceito da estatística, que
40 33 40 45 20
mede a variação dos dados quantitativos. Essa va-
23 53 27 24 24
riação é um parâmetro de medida e auxilia na cons-
trução de outras medidas.
Para que possamos obter uma visualização me-
Nesses casos, utilizaremos as seguintes regras:
lhor dos dados, fazer uma análise, e também para
construiremos as classes com os dados existentes e
apresentá-los para os acadêmicos, será necessário organizados. Sabemos que a pesquisa teve a partici-
organizar as idades dos acadêmicos. pação de 56 acadêmicos e, para saber quantas clas-
Utilizaremos a primeira noção de organização de ses devem ser utilizadas, usamos a seguinte regra:
dados quantitativos. 1) amplitude total = maior valor – menor valor
Rol são os arranjos dos dados em certa ordem. da pesquisa (53 – 20 = 33);
Utilizaremos a ordem crescente. 2) quantidade de classes = raiz quadrada da quan-
tidade de elementos da pesquisa ( 56 7,48 7)
Idades organizadas em ordem crescente. sempre será um número inteiro. Se der valor deci-
20 23 27 33 40 45 mal, aproximar para o número inteiro menor;
20 23 27 35 40 50 3) intervalo da classe é dado pela divisão en-
20 24 29 35 40 51
tre a amplitude total e a quantidade de classes
20 24 29 35 40 51
20 24 29 35 42 53 amplitude total 33
( = 4,71 5), sem-
22 24 29 35 42 53 quantidade de classe 7
22 24 33 35 42
22 24 33 35 42 pre será arredondado para um valor maior, caso
23 24 33 35 45 contrário o maior valor não será encaixado na úl-
23 26 33 35 45 tima classe;
79
Modulo 01.indd 79 2/6/2009 12:15:46