O documento discute como a internet está revolucionando a sociedade e o ser humano. Apresenta como o ciberespaço se tornou um novo espaço social e como as gerações nativas digitais estão moldando o futuro ser humano e sua relação com a tecnologia. Também reflete sobre como sistemas colaborativos estão se adaptando a esta nova sociedade em rede.
1. # Sistemas Cooperativos #
Aula 02 – FUNDAMENTOS:
Sistemas colaborativos para uma nova sociedade e um novo ser humano
Prof. Leinylson Fontinele Pereira
2. Naaulaanterior...
Apresentação da disciplina
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Introdução aos Sistemas Cooperativos
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4. O que vamosaprender?
Sistemas colaborativos para uma nova sociedade e
um novo ser humano
# Revoluções da sociedade e da internet
# Ciberespaço
# Ser humano digital
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5. Vamos começar?
16:37 5Sistemas Cooperativos: Aula 02 – FUNDAMENTOS: Sistemas colaborativos para uma nova sociedade e um novo ser humano
6. Revoluçõesda sociedade
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Geralmente uma revolução
social é causada por uma
inovação tecnológica que
provoca descontinuidade nos
mais variados setores da vida
em sociedade: trabalho,
moradia, convivência.
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7. Revoluçãode fato?
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Rede de Computadores estão de fato revolucionando?
Não seria mais uma tecnologia como outra qualquer?
1900: rádio (broadcast)
1920: televisão
1950: computador
1960: rede de computadores
1970 e 1980: popularização dos microcomputadores
1990: web
2000: web2.0 e mídias sociais
2010: computação ubíqua
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8. Revolução
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Inovação que provoca descontinuidade nos mais variados setores da vida em
sociedade:
Modos de produção
Espaço de convivência
Organização social
Estilos de agir, viver e ser
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9. Revoluçãoda Internet
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Inovação que provoca descontinuidade nos mais variados setores da vida em
sociedade:
Modos de produção → intelectualizado e fluido
Espaço de convivência → ciberespaço
Organização social → em rede
Estilos de agir, viver e ser → ser humano digital
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10. Qual deveriaser o nomeda novasociedade?
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Sociedade da Informação
Sociedade do Conhecimento
Sociedade da Comunicação
Sociedade em Rede
Sociedade Conectada
...
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Qual é a riqueza da sociedade atual?
11. Novosvocábulos:revoluçãoem evidência
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Novas expressões e palavras (ou novos significados para antigas palavras) indicam
um momento revolucionário. Possibilitam “falar sobre”, dão concretude às
mudanças.
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13. Ciberespaço:um novoespaçode vida
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“Ciberespaço”: termo originalmente cunhado pelo novelista William Gibson em 1982
(o significado foi alterado posteriormente – descubra o original!)
Telas dos computadores são o acesso ao ciberespaço, constituído por circuitos e
impulsos eletrônicos
Um espaço para novas práticas sociais, novas formas de viver e conviver
Experiências vividas são reais, intensas e atraentes
Surpreendente poder de capturar, cativar e manter frequentadores
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14. Ciberespaço:a novaMetrópole
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Revolução Industrial provocou o surgimento de grandes centros urbano-industriais,
nos quais haviam se instalado as primeiras fábricas
A cidade – centro econômico, político e cultural – atraiu os camponeses das
localidades mais remotas, tornou-se o novo espaço para a moradia, trabalho e
socialização do homem moderno
O urbanismo rapidamente se tornou um dos principais temas de interesse de
grandes pensadores do século XIX e início do XX
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15. “Metropolis”(1927)
Cartaz original do
filme, lançado em
1927, dirigido por
Fritz Lang
Cartaz da versão restaurada do
filme, relançada em 2010 após ter
sido restaurado e de serem
acrescentados mais de 25 minutos
de metragem por conta da
descoberta de uma cópia do filme
original, em 2008, no Museu do
Cinema na Argentina
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16. Ciberespaço:integradoao físico
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Internet das coisas (Internet of Things)
Objetos ordinários e estáticos estão sendo transformados em coisas novas e dinâmicas,
misturando interconexão, sensores, atuadores e inteligência: Celular, Câmera de Segurança, GPS
do Carro, Geladeira, Máquina de Café, Roupa inteligente, ...
Computação ubíqua (pervasiva)
Web sensível ao contexto
O resultado da busca depende do IP, do local do usuário, do idioma e outras informações sobre o
lugar físico
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18. Gerações
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Mudanças comportamentais são mais fáceis de serem observadas. As atuais
gerações são separadas em função da vivência com as tecnologias computacionais!
Baby boomers (1950 a 60) – pós-guerra
Geração X (1961 a 1979) – viram o surgimento dos computadores
Geração Y (1980-1994) – nativos digitais
Geração Z (1994 a 2004) – geração da Internet
19. Comoseráo serhumanodo futuro?
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Filmes de ficção científica apresentam uma visão sobre o futuro do homem e da
sociedade com base nos desejos e medos de uma época em relação a uma nova
tecnologia ou descoberta científica:
computadores como um instrumento a serviço do ser humano
ser humano ameaçado e em guerra com as máquinas
ser humano escravo das máquinas
máquinas substituem a espécie humana
simbiose entre o ser humano e as tecnologias
ser humano usando avatares para atuar na realidade física
Indiscriminação entre a realidade virtual e a física
20. Comose relacionarácomas tecnologias?
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2001: Uma Odisseia no Espaço (1968)
THX 1138 (1971)
Guerra nas Estrelas (1977)
Blade Runner (1982)
O Exterminador do Futuro (84)
RoboCop (1987)
O vingador do futuro(1990)
O homem bicentenário (1999)
Matrix (1999)
Inteligência Artificial(2001)
Minority Report (2002)
Eu, Robô(2004)
Substitutos (2009)
Avatar (2009)
A Origem(2010)
21. Revoluçãoda Internet≈ RevoluçãoIndustrial
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Tudo aconteceu tão rápida e abruptamente que muitos se sentiram:
aterrorizados e nostálgicos, ou
intoxicados e excessivamente otimistas
Sobre a Revolução da Internet:
Qual a visão dos aterrorizados e nostálgicos?
Qual a visão dos intoxicados e excessivamente otimistas?
23. SistemasColaborativos
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• Sistemas ainda com uma visão de sociedade industrial:
– controle, automação e eficiência
Ex.: sistemas de workflow (processos de trabalho)
• Sistemas já com a visão de uma sociedade em rede:
– promover a interação e a colaboração
– espaço a ser habitado
Ex.: sistemas de comunicação, edição cooperativa, suporte a comunidades virtuais de prática, etc.
24. Exercício
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Caracterize como são concebidos sistemas projetados:
para uma Sociedade Industrial
para uma Sociedade em Rede
...em diferentes domínios:
• Educação
• Desenvolvimento de Software
• Arquitetura
• Medicina
• outros
26. Nestaaulaaprendemos...
Revoluções da sociedade e da internet
Ciberespaço
Ser humano digital
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27. Napróximaaulaveremos...
Teorias e modelos de colaboração
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Apresentar o título do capítulo. Destacar que a ilustração representa o novo ser humano, e questionar a turma: por que será que esse homem foi representado dessa forma, quais os conceitos que a ilustração nos passa? Deixar os alunos responderem, considerar as possíveis interpretações.
A intenção original dos autores eram:
- [face substituída pelo @] o novo ser humano é reconhecido pelo endereço de uma conta de email, um pefil numa rede social, um nickname e outras identidades não necessariamente relacionadas à aparência física;
[o computador na mão] o novo ser humano usa computadores como uma prótese, um instrumento para potencializar suas habilidades;
[estar voando] o novo ser humano habita o ciberespaço em vez das cidades, não está mais preso ao espaço nem ao tempo nem ao físico.
Apresentar as revoluções sociais reconhecidas ao longo da história humana.
Comentar o livro “A Terceira Onda” de Alvin Toffler (1980):
primeira onda provocada pela revolução agrícola (decorrente da técnica do cultivo)
segunda onda revolução industrial (decorrente da energia inanimada)
terceira onda estaria sendo provocada pelo Conhecimento decorrente das necessidades instauradas pelo industrialismo; para o autor, o Conhecimento é o capital da nova sociedade. Contudo, na época em que escreveu o livro “A Terceira Onda” (Tofler, 1980), a internet ainda não era acessível à população em geral, ainda não havia se tornado um grande fenômeno social.
Desestabilizar a turma, colocar em dúvida se a rede de computadores está de fato provocando uma revolução:
Será que estamos mesmo vivenciando um momento revolucionário em nossa sociedade?
Seria alguma outra tecnologia que estaria mudando a sociedade?
Orientação para o debate... Os meios de comunicação em massa e o computador isoladamente, embora mudem a forma de disseminar e processar informação, não modificam o espaço de convivência, pois não é possível interagir por meio de um computador isolado ou por meio da televisão. As redes de computadores, que possibilita a interconexão entre PESSOAS, é a tecnologia que tem modificado o espaço de convivência e os estilos de viver. Microcomputadores apoiaram a revolução, por disseminar os computadores na sociedade, mas sem as redes não revolucionariam. Análise semelhante se aplica para a web e as mídias sociais (estas tecnologias são consequências do fato dos computadores estarem em rede, não se constituem a origem da revolução). Não é preciso que a turma já consiga ter clareza deste fato no slide atual. O objetivo é fazer a turma se questionar sobre o impacto das tecnologias, e fazer os alunos refletirem sobre o poder de uma tecnologia em promover uma revolução em nossa sociedade.
Abordar o conceito de Revolução = descontinuidade, ruptura, impacto [e não apenas uma evolução] nos mais variados setores da vida em sociedade.
Discutir a nova forma de produção, organização, espaço de convivência e estilos de ser decorrentes das revoluções sociais anteriores:
Sociedade da caça-e-coleta:
produção = caça e coleta;
espaço de convivência = tribo
organização social = papéis bem definidos: homens eram os caçadores, mulheres preparavam a comida e cuidavam das crianças.
Sociedade agrícola:
produção = agricultura;
espaço de convivência = comunidade (o ser humano deixou de ser nômade e se fixou ao redor de um feudo);
organização social = feudal (senhores do feudo [nobreza], servos e clero);
Sociedade industrial:
produção = indústria;
espaço de convivência = cidade (sai do campo e se aglomera em metrópoles ao redor das fábricas);
organização social = chefe e operário;
Solicitar que a turma identifique esses parâmetros para a nova sociedade decorrente da Revolução da Internet (a resposta dos alunos deve ser comparada com o que está respondido no slide seguinte)
Discutir com a turma as características da nova sociedade.
Retomar o slide 3 e questionar se outra tecnologia seria capaz de mudar os modos de produção, organização social, convivência e de ser.
Por exemplo, a televisão não criou uma nova forma de interagir, nem mudou a forma de trabalhar na sociedade.
Para os autores, rede de computadores é a tecnologia que mudou a forma do ser humano interagir, trabalhar e conviver, e por isso essa é a tecnologia que está fazendo emergir uma nova sociedade. É claro que outras tecnologias corroboram, como a popularização dos computadores e a web, mas sem as redes não seria possível estabelecer uma nova forma de interagir, e consequentemente não teríamos uma nova forma de trabalhar e conviver.
A riqueza de cada época é o que nomeia a sociedade: da caça-e-coleta, da Agricultura (Sociedade Agrícola), da Indústria (Sociedade Industrial). A alteração na forma de produção modifica as relações de trabalho e gera profundas mudanças sociais e culturais. Em nossa sociedade atual, qual é o bem mais valorizado: a informação, o conhecimento, as conexões de uma pessoa (networking), ou o quê?
No livro, os autores defendem a denominação “Sociedade em REDE”, pois reconhecem que essa é a tecnologia que está provocando as mudanças realmente profundas que estamos vivenciando em nossa sociedade, pois a rede é a tecnologia que está criando novos espaços de convivência e mudando a forma de trabalhar, viver e ser. Mas escute a opinião dos alunos, leve-os a refletir sobre qual é o verdadeiro valor da sociedade atual.
Comente que novos vocábulos ajudam a falar sobre conceitos novos. Aponte os seguintes vocábulos na figura e comente:
- Surgiram novos termos relacionados à revolução da internet: “internet”, “www”, “ciberespaço”, “cibercultura”;
- Alguns termos receberam novos significados: “rede”, “bate-papo”, “mobilidade”, “ubiquidade”;
- Na área de sistemas colaborativos: “groupware”, “cscw”, “sistemas colaborativos” ;
Alguns tipos de sistemas se tornaram amplamente populares: “redes sociais”, “mídias sociais”, “correio eletrônico”, “blog”, “wiki”.
Discutir com a turma: que outras palavras surgiram para caracterizar e discutir esse momento revolucionário?
Selecione um ou outro termo para discutir com a turma o conceito por trás daquele vocábulo. Por exemplo, discutir: o que é “cibercultura”? Promova um debate para levantar o que a turma já conhece sobre alguns desses termos.
Discutir com a turma: o que é o Ciberespaço?
Mesmo que ninguém saiba definir, pedir para olhar para figura e tentar deduzir. Quais os conceitos que a figura está passando sobre o ciberespaço?
Discutir as características do ciberespaço... Debater com a turma:
Viver no ciberespaço é chato?
O que muda? Quais as características desse novo espaço de convivência?
Cada sistema colaborativo constitui um ciberespaço específico. Quem projeta e desenvolve sistemas colaborativos tem o poder de criar novas formas de trabalho e interação social, novos palcos para a convivência humana. É por isso que não basta mais conhecer bits e bytes, não é mais suficiente saber engenhar um software, é preciso entender também de gente, conhecer as características e necessidades do novo ser humano digital e as novas formas de trabalho e organização social.
Muitas pessoas alegam que viver no ciberespaço é afastar-se da realidade. Confrontar essa afirmação enfatizando que as experiências vividas no ciberespaço são reais.
Estabelecer o paralelo: na revolução industrial, as pessoas saíram do campo e foram viver nas cidades. Atualmente as pessoas estão sendo atraídas e passam a conviver no ciberespaço.
Seria o cyberespaço a nova metrópole? O que vcs acham??
METRÓPOLIS 1927 - legendado (HD-720P) (1927, dirigido por Fritz Lang)Considerado por muitos o primeiro filme de ficção científica. O filme tem um roteiro e efeitos especiais inovadores para a época: em um futuro distante na época (2026) a industrialização e a tecnologia se desenvolveram tanto que os seres humanos passaram a ser vítimas deste processo, sendo a sociedade dividida entre trabalhadores explorados e tecnocratas que vivem no "paraíso". Um clássico de Fritz Lang, considerado referência do expressionismo alemão tardio.
Assistir com a turma ao trailler do filme Metrópolis (assistir pelo YouTube ou diretamente pelo link apresentado no slide)
Pausar na cena clássica em que no filme é apresentada uma panorâmica da visão de como seria a metrópole do futuro. Discutir o que se realizou e o que é fantasia não concretizada na atualidade (quase um século após o filme).
Aproveite para rir com a turma dos efeitos especiais, mas ressalte que aqueles efeitos eram revolucionários na época e foram desenvolvidas várias técnicas importantes sobre como produzir aqueles efeitos cinematográficos.
Discuta o medo da desumanização do trabalho e a busca pelo afeto além do racional, representado pelo robô-mulher. Discuta quais eram os temores da época que foram retratados no filme (os que podem ser percebidos pelo clipe).
Perguntar para a turma quais os conceitos apresentados nesse slide já conheciam: internet das coisas, computação ubíqua (ou pervasiva), web sensível ao contexto.
Estes conceitos ilustram a tendência que se observa na integração do virtual ao real, sem a clara fronteira entre o lugar físico e o ciberespaço. O digital está aterrado no real, espalhado ao nosso redor, tornou-se tão cotidiano e integrado que muitas vezes nem mais notamos a diferença entre o local e o ciberespaço, entre o real e o virtual; entre o analógico e o digital, entre o offline e o conectado. Vivemos num mundo híbrido:
O virtual se espalhou no mundo real por meio da computação ubíqua (em todo lugar): no celular, no carro, na televisão, nos eletrodomésticos.
As coisas ficaram inteligentes: casa inteligente (domótica), roupas inteligentes (wearables) e todo tipo de coisa começa a ser projetada para que a inteligência computacional apoie e expanda o uso do objeto, de maneira integrada e discreta nas coisas do cotidiano.
Internet das coisas: os objetos começam a estar conectados entre si e em rede
Sensível ao contexto: dados sobre o ambiente ao redor do usuário – GPS, sensores, idioma do navegador e o IP da conexão informam o local e dão outras informações contextuais.
Quais os conceitos trabalhados nessa ilustração? Pergunte para a turma e discuta as possibilidades de interpretação da ilustração.
Em essência, os autores querem mostrar que não é apenas uma mudança social que estamos passando. O próprio conceito de ser humano está mudando, está surgindo um novo “ser”, ou ao menos uma nova configuração psíquica. Os estudos da subjetividade contemporânea apontam numa mesma direção: tal como a Revolução Industrial deu origem a um longo processo de mudanças que resultou na emergência do homem do século XX, a Revolução da Internet desencadeou um processo de transformações, ainda em curso, que está gerando o homem do século XXI.
Os computadores em rede são tão impactantes em nossa sociedade atual que as gerações estão sendo diferenciadas em função do contato que tiveram com essas tecnologias. São identificadas as gerações antes dos computadores: Geração de Baby Boomers (nascidos após a Segunda Guerra Mundial), e a Geração X (nascidos entre o início dos anos 1960 e o final da década de 1970) que é uma geração de transição que viu acontecer a popularização do computador pessoal, videogames e o início da revolução da Internet, mas que, no período de formação escolar, ainda pesquisava em bibliotecas e realizava trabalhos escritos à mão. Depois as pessoas são separadas em: Geração Digital (ou Geração Y), que constituem os nativos digitais, nascidos com computadores integrados ao ambiente; e a Geração da Internet (ou Geração Z), com a internet integrada ao ambiente.
Convite os alunos para conhecerem um pouco mais as características e as diferenças de cada geração. Sugerimos passar em aula o primeiro vídeo do conjunto de reportagens do Jornal da Globo, pois é um resumo de tudo, e deixar os demais vídeos para os alunos assistirem em casa.
http://www.youtube.com/watch?v=QZRUx2A6ArE
http://www.youtube.com/watch?v=CuaCEkmEHoU
http://www.youtube.com/watch?v=I8oFLXL_UBQ
http://www.youtube.com/watch?v=PhQ1aHSCvBw
http://www.youtube.com/watch?v=V1N0VckdNFM
Filmes de ficção científica discutem os medos e desejos de uma época em relação a uma nova tecnologia ou descoberta científica. Um tema recorrente é a relação dos seres humanos com as máquinas e os sistemas computacionais. No slide foram listadas algumas das visões trabalhadas nos filmes de ficção científica. Peça para a turma indicar ao menos um filme em cada uma das visões.
Perguntar quais filmes cada um conhece:
Turma, levante a mão quem já assistiu “2001: uma odisséia no espaço”... [se a turma for de jovens, provavelmente poucos terão visto esse filme!] Discuta qual era o temor ou o entusiasmo sobre a tecnologia retratada no filme. Discuta como foi retratada a relação entre o ser humano e as máquinas nesse filme.
Peça para os alunos classificarem cada filme em relação às visões trabalhadas no slide anterior:
- computadores como um instrumento a serviço do ser humano: “Guerra nas Estrelas”, “Minority Report”.
- ser humano ameaçado e em guerra com as máquinas: “O Exterminador do Futuro”, “Matrix”, “Eu, Robô”, “2001: Uma Odisseia no Espaço”.
- ser humano escravo das máquinas: “THX 1138”.
- máquinas substituem a espécie humana: “Inteligência Artificial”.
- simbiose entre o ser humano e as tecnologias: “Blade Runner”, “RoboCop”, “O homem bicentenário”.
- ser humano usando avatares para atuar na realidade física: “Substitutos” e “Avatar”
indiscriminação entre a realidade virtual e a física: “Matrix”, “O vingador do futuro” e “A Origem”
Promover um debate com a turma: para vocês, como será o ser humano do futuro e como será a relação com as tecnologias? Suponha, por exemplo, daqui a 100 anos. Os homens serão senhores da tecnologia, serão escravos ou ocorrerá uma simbiose?
Inovações tecnológicas costumam gerar medo e insegurança relacionados à perda de referenciais estáveis, o que leva algumas pessoas a se sentirem desorientadas, aterrorizado e ter uma visão preconceituosa – são os tecnófobos, os apocalípticos. No outro extremo temos os excessivamente entusiasmados, tecnófilos, apologéticos.
Nós, profissionais da computação, geralmente temos uma visão excessivamente otimista, somos tão empolgados com a tecnologia que dedicamos nossa carreira aos computadores, fazemos da tecnologia nosso objeto de estudo e trabalho diário! Estamos tão “intoxicados” (tecnófilos) que muitas vezes temos dificuldade para aceitar ou mesmo entender as críticas que são apresentadas pelos que temem a tecnologia (tecnófobos).
Discuta com a turma as diferentes visões:
os tecnófobos indicam estarmos sofrendo: o estresse tecnológico, o excesso de informação, o uso excessivo da Internet (por alguns visto como uma nova forma de vício), o sexo virtual percebido como desregramento social, o isolamento e a depressão, o ritmo excessivamente acelerado.
os tecnófilos empolgam-se: estamos perante uma nova forma de escrita e leitura, uma nova democracia mais participativa, uma tecnologia do conhecimento, o resgate das relações sociais e a oportunidade para o auto-conhecimento.
Discutir que os sistemas colaborativos podem ser desenvolvidos para dar suporte a essas duas visões de sociedade. Quem desenvolve sistemas com uma visão de “sociedade industrial” irá reforçar o comando e controle da realização das tarefas, como é a forma típica de trabalho na linha de montagem industrial clássica. Já quem projeta um sistema com uma visão de “sociedade em rede”, concebe um sistema como sendo um espaço a ser habitado, para que as pessoas possam colaborar, interagir e compartilhar, sem uma hierarquia rígida, que tenha flexibilidade de horário e lugar, que favoreça a criação e a informalidade.
Para um mesmo domínio, exercite com a turma as diferentes formas de conceber um sistema: a partir de uma visão de sociedade industrial em contraste com a visão de uma sociedade em rede.
Por exemplo, um sistema computacional para a educação, na perspectiva da sociedade Industrial, irá refletir o modelo de fábrica tal como ocorre nas salas de aula tradicionais. Será reforçada a hierarquia em que os alunos devem obedecer ao professor-chefe, com todas as atividades previamente planejadas e supervisionadas pelo professor, com horários rígidos para a entrega das tarefas, em que se privilegia a memorização de informações e a ausência de comunicação entre os alunos porque, nessa perspectiva, a interação atrapalha o rendimento. O sistema, nessa perspectiva, irá apoiar cada aluno responder individualmente, de maneira eficaz e eficiente, os exercícios postados pelo professor.
Já na perspectiva da sociedade em rede, um sistema computacional para a educação deve buscar estabelecer um espaço de convivência entre os participantes, sem promover a hierarquia, o autoritarismo, a burocracia e o formalismo, pois não são condizentes com a sociedade do século XXI. Deverá apoiar a colaboração, a interação, a construção de conhecimento sob demanda, a criatividade, a construção e compartilhamento de artefatos, e a ampla discussão informal sobre tudo até mesmo dos conhecimentos tradicionalmente estabelecidos. O que se deve buscar é dar apoio à aprendizagem colaborativa.
Agora coloque a turma para exercitar como os sistemas seriam projetados, em diferentes domínios, sob essas perspectivas de sociedade.