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A Doutrina do Pecado
abordagem desse assunto é essencial para compreendermos com
profundidade o principal tema da mensagem cristã – a nossa redenção
por meio de Cristo. Somente entendendo a natureza e a extensão da
pecaminosidade e da miserabilidade humana, é que de fato atentaremos
com discernimento e clareza para a importância daquilo que Jesus
Cristo realizou por nós mediante sua morte e ressurreição. Em seu
comentário sobre Isaías 53, João Calvino expressou isso da seguinte
forma: "Pois, a menos que percebamos nossa própria miséria indefesa,
nunca saberemos o quanto precisamos do remédio que Cristo traz, nem
viremos a ele com amor ardoroso que lhe devemos (...) Para conhecer a
verdadeira essência de Cristo, deve cada um de nós examinar-se
cuidadosamente, e cada um deve saber-se condenado até ser vindicado
por Cristo. Ninguém está isento . O profeta inclui a todos. Se
Cristo não tivesse trazido ajuda, toda a raça humana pereceria."
[ 1 ]
Diante disso é que propomos o estudo daquilo que é a raiz de todos os
males, ou melhor, daquilo que somos essencialmente – pecado. A luz
das Sagradas Escrituras e de forma que possamos nos desnudar de toda
auto justiça e auto piedade, adentremos nesse assunto tão
indesejável, mas tão imprescindível para todos nós.
 Definição de Pecado
O que é pecado ? Uma pergunta pertinente , que tem sido distorcida e
mal compreendida. A filosofia o vê apenas como um mal abstrato que
interfere na perfeição ou felicidade do ser, quer seja físico ou
metafísico. A ciência o concebe apenas como reminiscência de um
passado animal. A jurisprudência o restringe somente ao crime. A
educação limita-o a ignorância. A sociologia fecha a questão no
egoísmo. E a psicologia moderna entende o pecado apenas como
subproduto dos condicionamentos das pressões sociais, culturais,
familiares e religiosas.
Entretanto, é a Bíblia que nos traz a definição verdadeira e completa
acerca do pecado. Ela o define como qualquer falta de conformidade
com a lei moral de Deus. Não é possível dar uma definição mais
sucinta do pecado que esta: Oposição direta a Deus.
O português bem como o inglês, lutam com dificuldade na tradução de
uma palavra hebraica por uma só palavra que dê o sentido exato em
nosso vernáculo. A classificação das palavras hebraicas no Velho
Testamento, em grupos de acordo com o seu sentido geral, facilita a
explicação da natureza das várias formas do pecado. Ai vão algumas
delas:
1 - Hata` (verbo); errar o alvo ou desviar do caminho reto.
2 - Rasha` (verbo); ímpio, culpado e pecaminoso. Descreve o caráter
formado pela pratica do pecado, atingindo o estado moral do homem.
3 - Pasha ` (verbo) e Pesha` (substantivo); rebelar-se e revoltar-se.
Descreve mais perfeitamente a natureza do pecado e do pecador.
4 - Ra ` e Roa `(substantivos); malvadeza ,vileza e miséria. Palavras
que descrevem a perversidade da natureza humana.
No Novo Testamento, a palavra mais comum para descrever o pecado
é "Hamartia": transgredir, praticar más obras e pecar contra Deus.
João Calvino, mais uma vez, define e resume muito bem o conceito de
pecado, como sendo "a hereditária depravação e corrupção de nossa
natureza, difundida por todas as partes da alma, que, em primeiro
lugar,[nos] faz condenáveis à ira de Deus; e em segundo lugar, também
produz em nós [aquelas] obras que a Escritura chama de `obras da
carne'." [ 2 ]
 As Evidências Extra Bíblicas do Pecado
1. PROVADO PELAS RELIGIÕES.
Entre todos os povos, em qualquer espécie de religião, encontramos a
idéia de culpabilidade e debito para com um Ser Supremo. Há um
sentimento generalizado em todas as religiões de que os deuses estão
ofendidos e que alguma coisa precisa ser feita para apaziguá-los. Os
altares banhados de sangue, os rituais freqüentes, as penitências
praticadas, as confissões de agravo que são feitas, enfim, tudo isso
acaba autenticando a realidade do pecado e sua gravidade.
O historiador Plutarco fala de olhos encharcados de lágrimas, de
caras pálidas e tristes que ele via junto aos altares públicos. E que
via os homens revolvendo-se em acenos e fazendo outras coisas
semelhantes em suas confissões de pecado. Disse também que via entre
as pessoas um sentimento de culpa impossível de quitar.
2 . PROVADO PELA LITERATURA .
A mesma evidência da realidade do pecado encontramos na literatura.
Todos os grandes heróis da literatura foram pessoas imperfeitas,
débeis e depravadas. A grande parte da literatura antiga e moderna é
composta por tragédia, maldade e perversões. Desde o livro "Romance
de dois irmãos" até "As tristezas de satanás". Desde "A Marquesa de
santos" , "As Maluquices do Imperador" , até "As confissões de Santo
Agostinho" , podemos ver a incontestabilidade do pecado.
Machado de Assis em seu livro Memórias Póstumas de Brás Cuba, revela
a pecaminosidade inata do ser humano, quando de maneira irônica e
mordaz fala de uma sociedade em que as instituições se baseiam na
hipocrisia. O casamento, o adultério, os comportamentos individuais e
sociais não escapam a sua visão aguda e implacável da pervertida
natureza humana.
Marguerite Duras, famosa escritora francesa, revela no romance "O
Amante" – escrito em 1984, todo o extinto pedófilo dos homens mais
velhos, quando a personagem principal do livro, uma adolescente,
pisava distraída o chão das ruas. Vale ressaltar que ela se baseia na
própria experiência vivida na década de 30, na qual, sendo ainda
adolescente, viveu um tórrido romance com um abastado comerciante
chinês de Saigon, no Vietnã.
O romance Lolita ( que inspirou a mine serie Presença de Anita ), do
escritor russo Vladimir Nabokov, lançado em 1955, escandalizou o
mundo ao contar a história do romance de uma sensual adolescente com
o seu padrasto, muito mais velho do que ela. Nesse mesmo romance,
Nabokov cunhou a palavra "ninfeta" para garotas cuja idade vai de 9 a
14 anos e que enfeitiçam os homens com sua natureza "nínfica"
(demoníaca ).
Me faltaria espaço nassa apostila para falar de todas as perversões,
infidelidade, taras e relações incestuosas – nas quais pais iniciavam
sexualmente as filhas e mães deitavam com o caçula – relatadas nas
peças teatrais do dramaturgo brasileiro Nelson Rodrigues. ; das
safadezas, sensualidade, hipocrisia, injustiças sociais e opressões
espirituais relatadas nos livros de Jorge Amado.
"Em todos os seus livros, Hermam Melville tem uma idéia fixa: a
compreensão do mal como doença da natureza humana." (comentário da
revista Época sobre o autor de Moby Dick..) [ 3 ]
"A mente humana é muito mais perversa do que se supõe: A qualquer
instante pode irromper o irracional, com conseqüências desastrosas.
Essas divisões internas, esses monstros que todo mundo guarda dentro,
tornaram-se o assunto dominante dos romances de Dostoievski." (
comentário da revista Veja sobre o escritor russo Dostoievski.) [
4 ]
3 . PROVADO PELA ARTE .
O cinema, por exemplo, nos mostra a realidade do pecado estampado na
sua tela através dos dramas, romances, suspense, ação e até comédia.
O jornal O Globo de 93, emitiu uma nota sobre o filme A Lista de
Schingley, dizendo o seguinte: " não é um filme sobre judeus bons e
alemães maus, mas sim, sobre a natureza humana ." O Crepúsculo dos
Deuses, obra-prima do diretor Billy Wilder, foi um dos maiores
filmes de todos os tempos, e retrata justamente a decadência e a
hipocrisia que se escondem por trás do esmalte da fama dos artista de
Hollywood.
Bernard Berenson ( 1865 – 1959), o maior perito em arte renascentista
no seu tempo, formado em Havard, tinha o seguinte conceito a respeito
da arte moderna: " ... a pintura moderna de figuras não se baseia
normalmente na visão, na observação, mas na irritação e na suposição
preconcebida de que o sujo, o sórdido, o violento, o bestial, o
infortúnio, enfim ... as coisas baixas eram a única realidade!" [
5 ]
Gaughin ( 1848 – 1903), procurando a verdade universal e o sentido da
vida, foi ao Taiti e lá defendeu a idéia da nobreza do selvagem.
Segundo ele, o selvagem deveria ser o retorno à inocência perdida
pela a humanidade. Passou, então, a pintar a natureza selvagem como a
volta ao elo perdido. [ 6 ]
Picasso ( 1881 – 1973 ), em seu grande quadro Les Demoiselles
d'Avignon, retrata muito bem a maldade embutida na natureza humana,
quando pintou mulheres que vista por outro angulo transformavam-se em
seres demoníacos. [ 7 ]
4 . PROVADO PELAS LEIS DE REPRESSÃO.
Todo o governo humano, leis civis, constituições, contratos e
regulamentos, existem porque não conseguimos manter nossas disputas e
compromissos com honestidade, sem que sejamos de alguma forma
obrigados e comprometidos por elas. Somente uma sociedade perfeita
poderia dispensar as leis, contratos e regulamentos. Como não existe
( ainda ) uma sociedade assim, fica comprovado a universalidade do
pecado pela necessidade das leis de repressão .
E mesmo com todo esse aparato de leis que protegem os contratos e as
negociações, o numero de folhas de cheque sem fundo no Brasil em 2001
foi de 123.500.000. Isso eqüivale a 57,6 bilhões de reais. [ 8]
A revista Nova, junho de 1996, traz uma matéria cujo o titulo
é "Romance no escritório na era do assedio sexual". Nela é mencionada
uma pesquisa feita pela EEDC – agência federal que fiscaliza o
direito de igualdade no emprego – na qual constatou-se 12.000 queixas
de assédios sexual por ano. 90 % das 500 maiores empresas norte
americanas já enfrentaram denuncias de assedio sexual. Tudo isso num
país em que tal pratica é enquadrada no código penal, pelo qual
supostamente passaria a coibi-la. No entanto, o índice de assedio é
alarmante e crescente, até mesmo entre as personalidades da nação,
como o juiz da suprema corte, Clarense Thomas; o ex.- senador Bob
Packwood e até o ex.- presidente Bill Clinton. [ 9 ]
5 .PROVADO PELA OBSERVAÇÃO DO COMPORTAMENTO HUMANO.
Ainda que muitos contestem e neguem a posição bíblica quanto a
origem do pecado, no entanto, todos são unanimes no que diz respeito
a existência do mesmo. A simples observação é suficiente para
comprovar o fato incontestável do vírus da pecaminosidade humana. Ao
observar nossa história logo percebemos o rastro do pecado; desde a
rebelião de Adão e Eva , passando pela inveja e homicídio de Caim,
chegando aos nossos dias com o terrorismo, os seqüestros, os
sociopatas, as injustiças sociais e a pedofilia.
A revista Super interessante de abril / 2002, entrevistou vários
especialistas e estudiosos a respeito do instinto violento que há em
todos nós, e que em Alguns é manifestado de maneira fria e
insensível – os chamados sociopatas ou psicopatas. "Quanto mais
execramos esses criminosos, mais nos sentimos diferentes deles, como
um exorcista que, diante do demônio, fortalece a sua fé. É uma defesa
natural para negar o potencial de violência que há em todos nós," diz
o psicanalista William César Castilho Pereira, professor de
psicologia da PUC de Minas Gerais. "Assim como em outros animais, a
violência faz parte do ser humano," diz Márcia Regina da Costa,
professora de Antropologia da PUC de São Paulo, especialista em
violência Urbana de gangues. Ela também afirma que esse potencial
pode variar de um comportamento agressivo no transito, uma briga de
torcida, até um assassinato. "A violência é como uma espécie de
arquivo de computador não executável. Dependendo do estimulo, ela
entra em ação e os resultados podem ser inesperados," comenta, ainda,
a antropóloga. "São atos que não podem ser simplificados como tendo
origem na pobreza, na ignorância, ou num momento de descontrole,"
diz o psiquiatra americano Jonathan Picus, autor do livro Base
Istincts – What Makes killers kill ( Instintos básicos – O que faz
matadores matarem, inédito no Brasil ). "No artigo `O mal-estar da
civilização,' publicado em 1930, Sigmund Freud, descreveu pela
primeira vez o conflito existente entre nossos impulsos animais, e a
repressão desses impulsos pela vida em sociedade. A força resultante
desse embate é a culpa," diz o articulista da Super, Rodrigo
Cavalcante. [ 10 ]
Uma outra matéria da Super Interessante de Maio / 2002, aborda a
questão do comportamento vivido nos estádios de futebol . Atitudes
reprimidas no dia a dia são liberadas como uma válvula de escape da
vida regrada vivida na sociedade. "O estádio é um dos espaços
reservado pela sociedade para vivermos emoções que, fora dele, não
são socialmente aceitas," diz a antropóloga márcia Regina da costa,
da PUC de São Paulo. Os palavrões, a violência, o desrespeito as
autoridades ( juizes e bandeirinhas ), o ódio e a satisfação com o
fracasso do adversário – comportamentos que ninguém vive em casa, no
trabalho ou em qualquer outro ambiente social – são freqüentes e
naturalmente aceitos. Esse tipo de conduta que é reprovável para o
indivíduo, encontra plena aceitação nos estádios de futebol porque a
pessoa se identifica com a massa. " O grupo dá proteção ao
indivíduo .... suficiente para o sujeito não Ter que obedecer às
regras que valem para alguém isolado," diz o psicólogo social Odair
Furtado.
Segundo o pai da psicanálise, Sigmund Freud, a cultura é uma forma de
repressão dos desejos por meio das regras. Quando o sujeito está
imerso na massa, ocorria o "retorno do reprimido," em que se podem
quebrar as regras. Em outras palavras, imerso na massa o torcedor,
dentro ou fora do estádio, encontra uma licença de comportamento que
não há em outro lugar.
O escritor e jornalista americano Bill Buford conviveu quatros anos
com torcedores ingleses, conhecidos como hooligans, para tentar
conhecer seu comportamento violento. Em certos momentos, sentiu como
se fosse um deles. Seu relato: "A civilização é como uma barreira
entre mim e algo que não conheço ou não compreendo. Sinto-me atraído
pelos momentos que isso desaparece, ainda que por um instante fugaz.
Não conheço excitação maior. É ali ,no limiar de uma experiência anti-
social, incivilizada, que você encontra as experiências exaltadas
que, por seu risco, sua intensidade, reduzem a autoconsciência a
cinzas, bloqueiam nosso sentido do pessoal. Essas experiências são
escassas: êxtase religioso, dor, drogas e violência. Ou integrar uma
multidão." [ 11 ]
Seja o futebol, o boxe, gladiadores na arena, ou outras formas
agressivas de "lazer civilizado," se constituem uma maquiagem de
decoro para nossas emoções e impulsos violentos, desequilibrados,
rebeldes e perversos, que são reprimidos para viabilizar o convívio
social.
Para terminar esse tópico quero citar algumas frases de notáveis
estudiosos e observadores do comportamento humano, com relação a
perversidade da natureza humana. "Somos todos perversos. O que mais
um reprova no outro, ele achará no seu próprio peito. Vivemos entre
perversos, sendo nós mesmos perversos." ( Senêca – orador romano e
conselheiro do imperador Nero ) [ 12 ]
" Vejo o que é melhor e aprovo; contudo, faço o que é pior." (
Ovídio – filosofo grego que viveu décadas antes de Cristo ). [ 13 ]
"Cada um sabe de si mesmo o que não ousaria contar ao seu mais intimo
amigo." ( Samuel Johnson – moralista Inglês que escreveu em 1749 ` A
vaidade dos desejos humanos' ) [ 14 ]
"Não vejo falta cometida que eu mesmo não tenha cometido." (
J.W.Goethe - poeta alemão) [15]
"O mal não vem do exterior, nós o carregamos dentro de nós." ( Jean
François Mattei – filosofo francês, autor de `A barbárie' ). [ 16 ]
"O mundo não é ruim, só é muito mal freqüentado".( Luís Fernando
Veríssimo – escritor ) [ 17 ]
" O ser humano é mau por natureza." ( Hosmany Ramos – ex-cirugião
plástico, agora recolhido a prisão por tráfico de drogas, homicídio e
seqüestro). [ 18 ]
" O mal como o bem, faz parte da condição humana. Antes de combater o
mal nos demais, cada um deve combatê-lo no interior de si mesmo." (
Vilosov Stevanovic – escritor Sérvio) [ 19 ]
" Em todo homem há um leão adormecido e acorda-lo é só uma questão de
oportunidade." (Álvaro Mayrink da Costa – juiz brasileiro renomado).
[ 20 ]
"O espirito do homem é porco. Por ali passam desejos de todas as
matizes, que são os mais cruéis e terríveis. O mais generoso dos
homens, já deve Ter desejado a morte de uns cem (......) qualquer um
de nós tem instintos homicidas. Se cada um pensar melhor, verá que
não é impossível amanhã ser o agente do crime que hoje reprova." (
Valdir Troncoso Peres – famoso criminalista) [21]
 As Evidências Bíblicas do Pecado.
De Gênesis a Apocalipse, as Escrituras Sagradas falam na questão
do pecado como algo real, latente e destruidor, ( Gn 3.1-24 ; Jr
17.9 ; Sl 14.3 ; Is 53. 6 ; Rm. 3.9 ; 1 Jo 1.8,10 ; Mc 7.20-23 ; Rm.
7.14-25 ; Ef 2.1,2 ; Pv 4.23 ; Gl 5.19-21 ; Tg 1.13-15 ; 1 Pe. 1.18-
19 ; Ap. 21.8 ).
 A Natureza Do Pecado E Sua Entrada Na História
Essa é a mais dolorosa e dramática história que a humanidade já
vivenciou. E nesse drama não somos apenas espectadores, mas
participantes e cúmplice. Sobre isso diz João Calvino: "A Adão foi
proibida a arvore do conhecimento do bem e mal para testar a sua
obediência e provar que ele estava, voluntariamente, sob as ordens de
Deus. O próprio nome da arvore mostra que o único propósito do
preceito era mantê-lo contente com seu quinhão e impedir que se
ensoberbecesse com ímpia cobiça. Mas, a promessa pela qual ele foi
impelido a esperar vida eterna tão logo se alimentasse da arvore da
vida, inversamente, a terrível ameaça de morte, uma vez que provasse
da arvore do conhecimento do bem e do mal, serviriam para provar e
exercitar a sua fé. Daí, não é difícil deduzir porque meios Adão
atraiu sobre si a ira de Deus. De fato, Agostinho fala acertadamente
quando declara que o orgulho foi o principio de todos os males, pois
se a ambição não tivesse elevado o homem acima do que era próprio, é
certo que ele poderia Ter permanecido em seu estado original." [ 22 ]
Moisés o escritor sagrado do livro de Gênesis, faz a seguinte
narração: "E o Senhor Deus fez brotar da terra a arvore agradável à
vista e boa para a comida, bem como a arvore da vida no meio do
jardim, e a arvore do conhecimento do bem e do mal." ( Gn 2.9 )
Várias vezes, lemos a palavra "bom", é uma das frases repetidas da
pagina inicial da bíblia. Porém nos deparamos com outra coisa – "a
arvore da ciência do bem e do mal." Está ai somente no sentido
potencial e não existente em si mesmo, ela cresce no meio da boa
criação; e, ademais na narrativa do capitulo dois, lemos: "De toda
arvore do jardim comerás livremente, mas da arvore da ciência do bem
e do mal, dela não comerás, porque, no dia em que dela comeres,
certamente morrerás." (Gn 2.16,17 )
Filosofia ? Poesia ? Ou profecia ? É tudo isso. Para atingir um
auditório tão universal e heterogêneo; desde um adulto formado à
criança mais ingênua, desde o mais humilde camponês até a mais
brilhante mente do século, houve necessidade do relato ter sido
constituído dessa forma.
Verdade ao mesmo tempo simbólica e, no entanto, histórica;
dramaticamente simplificada e, contudo, psicologicamente mais
profunda do que a mente de nenhuma geração pôde entender. Linguagem
simples, ensino lúcido e profundo na sua penetração psicológica. C.
S. Lewis, referindo-se ao registro de Gênesis 2,3, teceu o seguinte
comentário: "Presumo que o Espirito Santo não teria permitido que a
história da arvore do conhecimento do bem e do mal, crescesse na
igreja e obtivesse a aprovação de grandes doutores, a não ser que ela
fosse também verdadeira e útil, até o ponto que foi" [ 23 ]
Muitos encontram dificuldades pelo fato do teste de obediência que
foi colocado diante do homem ter tido uma enorme repercussão, sendo
algo tão pequeno ( o fruto proibido). Porém, nos esquecemos que até
no mundo físico as pequenas coisas podem ter desdobramentos
gigantescos. A cisão de um átomo, por exemplo, provoca uma reação em
cadeia que chega ser devastadora – a energia atômica. Em termos
espirituais, também há conseqüências terríveis pela desobediência do
menor principio espiritual. Desobedecer dentro dos limites de Adão e
Eva, foi tão tirano como se tivessem tentado destronizar Deus. Pois
aquele que desobedece a Ele no menor principio que seja, está de fato
rejeitando o Seu reinado. A simples desobediência do primeiro casal
na questão do fruto proibido, demostrou na verdade que eles não
estavam disposto a se submeter ao governo divino, e que se tivessem
condições tentariam depor Deus do trono.
A utilidade de cada arvore podemos ver inferida nos respectivos nomes
que lhe foram atribuídas: A arvore da vida, cujos frutos não foram
proibidos, assegurava a imortalidade, ou seja, a isenção da
penalidade da aliança; a arvore do conhecimento do bem e do mal fora
designada para um propósito diferente e proibido o seu fruto.
Enquanto se abstivessem do fruto proibido, admitiriam sua
incapacidade para destinguir entre o bem e o mal, e dependeriam da
orientação da infinita sabedoria de Deus. Em abstendo-se, reconheciam
as prerrogativas divinas para decidir o que era bom ou mal. A arvore
da vida, símbolo do favor divino ; a outra arvore, símbolo da
prerrogativa divina. Contudo, a proximidade da arvore proibida
relembrava, permanentemente, ao casal sob provação, que o favor de
Deus podia ser desfrutado apenas se fosse respeitado a Sua
prerrogativa. Esse símbolo de autoridade encontrava-se bem no meio do
jardim para relembrar-lhe o privilégio que tinham de comer todos os
frutos agradáveis, pela permissão do Supremo Senhor, e que o
desfrutar dos bens materiais devia ser regulados pela decisão de
Deus, cuja prerrogativa era conhecer o bem e o mal.
Deus colocou diante do homem duas coisas boas: a arvore da vida e
arvore do conhecimento do bem e do mal, e não uma coisa boa e outra
má, como pensam Alguns. Ele proibiu o comer da arvore não porque ela
era má, mas porque ele queria fazer um simples teste de obediência no
que diz respeito a sua vontade acatada pelo homem. Teófilo de
Alexandria, um dos pais da igreja, foi quem disse: "A arvore do
conhecimento era boa em si mesma e o seu fruto era bom, pois não era
a arvore , como pensam alguns, mas sim a desobediência que traria a
morte." [ 24 ]
Em Gênesis 3, podemos resumir a tentação do primeiro casal pelo
diabo, dessa maneira: "Fê-lo desejar o que Deus havia proibido,
saber o que Deus não havia revelado e ser o que Deus não tivera a
intenção que fosse."[ 25 ] Estabelecendo a essência do pecado de
nossos primeiros pais, temos o seguinte:
1- Não confiaram na bondade de Deus; 2- Acreditaram na mentira de
satanás; 3- Cederam ao apetite físico; 4- Se submeteram a um desejo
excessivo pelo belo; 5- Cobiçaram uma sabedoria que não era a
intenção de Deus que tivessem.
Portanto, o primeiro pecado foi o desejo do coração em escolher seus
próprios interesses ao invés dos interesses de Deus. O ato publico
simplesmente expressou o pecado que já havia acontecido no coração.
Nessa transgressão, podemos ver não somente o desejo por uma fruta
agradável, mas o desejo de isenção da dependência de Deus nas suas
decisões como regra de conduta. "Arvore desejável para dá
entendimento," ( Gn. 3.6 ), isto é, para ser independente da
sabedoria divina.
Essa foi a natureza da primeira transgressão: Rejeitou a autoridade
de Deus, usurpou a sua prerrogativa e deixou a suas mentes ao domínio
do desejo natural.
As Conseqüências do Pecado Original
Ao primeiro casal foi conferido os privilégios e as responsabilidades
da representação federal da raça humana. Eles tinham o poder de dar
um destino feliz ou infeliz a história humana, assim como um
presidente da republica representa toda uma nação, podendo leva-la ao
progresso ou ao caos. Só que no caso de Adão e Eva, com
conseqüências bem maiores. Os desdobramentos seriam não só em termos
sociais, mas também, em termos morais, físicos e espirituais.
O fato é que nossos representantes legais fracassaram e as
conseqüências disso foram avassaladoras para todos nós. Passamos
agora citar as principais, das quais se originaram todas as outras.
1. O EFEITO DO PECADO NO RELACIONAMENTO DO SER HUMANO COM DEUS
O relacionamento harmonioso que proporcionava ao primeiro casal paz
com o seu Criador, de repente foi quebrado e o que se segue é
vergonha, culpa, depravação total, vazio existencial, conflito com
Deus e fuga constante da Sua santa presença. Qual foi o resultado
disso para a humanidade ?
Morte espiritual ( Ef. 2.1 ; Rm. 5.12 )
Entendemos por morte espiritual a separação do espirito humano de
Deus. A criatura humana perdeu o verdadeiro propósito de vida para o
qual foi projetada – A comunhão com o Criador. Os desdobramentos
dessa morte espiritual são :
Crise existencial – Milhares de pessoas todos os dias tentam amenizar
esta crise consumindo álcool, drogas, psicotropicos, ou se envolvendo
em casos amorosos proibidos e embalos noturnos. Todavia, essas mesmas
pessoas são vazias existencialmente e quando colocam a cabeça no
travesseiro a noite, essa realidade se torna latente.
O Prozac é o antidepressivo mais consumido no mundo. A doença do
século é a depressão. "De acordo com a Organização Mundial da Saúde,
em 2020 a depressão será a segunda moléstia que mais roubará tempo da
vida útil da população. Perderá apenas para as doenças do coração
( ... ) Sem nenhum tratamento preventivo, os médicos dão como certo
que vão surgir 2 milhões de novos deprimidos no mundo a cada ano. Só
no Brasil, 10 milhões de pessoas sofrem hoje da doença." [ 26 ]
O suicídio também é uma marca distinta da crise existencial. Segundo
os dados da OMS em um grupo de 100.000 habitantes entre a faixa
etária de 15 a 24 anos, 6, 2 % (6 000 ) suicidam-se no Brasil; 22 %
( 20 000 )suicidam-se nos Estados Unidos. .Entre a faixa etária de 25
a 34 anos, o percentual no Brasil é de 9,5 % ( 9.500.00 ) ; nos
Estados Unidos é de 24 % ( 24.000 ).E na medida que a faixa etária
aumenta, proporcionalmente aumenta também o percentual de suicídios,
tendo seu maior índice na faixa etária de 70 anos acima, em 17, 6 (
17.600 ) no Brasil e 57, 9 % (57.200 ) nos Estados Unidos.
De fato, a morte espiritual provocou essa insatisfação interior que
leva a criatura humana buscar satisfação em tudo, no entanto, sem
encontrar realização plena em nada. Ivo Pintanguy, o mais famoso
cirurgião plástico do Brasil, que já operou acima de 60 mil pacientes
em 40 anos de profissão, admite que alguns dos seus clientes precisam
mais de uma orientação psicológica do que uma cirurgia plástica. Ele
percebeu que a insatisfação obsessiva com a aparência física, reflete
a insatisfação interior.
Culpa. É um estado de espirito que leva a pessoa a se sentir
merecedora do castigo pela violação da Lei moral. A culpa do pecado
original de Adão, como cabeça federal da raça humana, é imputada a
todos os seus descendentes. E não é meramente uma questão de ser ou
se sentir culpado pelo pecado de outro, mas sim, pelo nosso próprio
pecado. Isso porque todos nós, segundo os ensinamentos da Bíblia
sagrada, estávamos nos lombos de Adão quando esse pecou – o justo
Deus jamais puniria toda a raça humana com a sentença de morte (
física, espiritual e eterna ) se de alguma forma ela não estivesse
ali representada em Adão , isto é ; substancialmente e não
individualmente.
A semente do pecado que carregamos em nossos genes desde o ventre
materno, ao florescer, nos leva a autenticar com o nosso próprio
comportamento o pecado original, tornando-nos merecedores da culpa
imputada.
Por mais que a psicologia moderna tente libertar o homem do
sentimento de culpa, mais cedo ou mais tarde, esse sentimento aparece
de forma intensa e principalmente na hora do leito da morte, quando
uma espécie de ajuste de contas invade a consciência do moribundo ;
que depara-se com a dura realidade que a vida passou, e ele não se
preparou para o além-túmulo.
Depravação moral ( Gn. 8.21 ;Sl. 51.5 ; Sl. 58. 3 ; Rm. 3:10-23 ; Mc.
7. 20-23 )
Aquele ato de desobediência de Adão não foi apenas um mal exemplo
para a humanidade, mas algo que produziu uma mudança constitucional
de natureza, gerando assim impureza e poluição dentro do coração.
Isso por sua vez, resultou em um principio corruptor inato. Se Adão
obedecesse e passasse no teste ao qual ele foi submetido, se
estabeleceria um principio de crescimento espiritual e moral. Essa
prova, a qual o primeiro casal foi submetido, tinha como meta o
desenvolvimento do ser humano como criatura moral, ou seja, a
liberdade de pensar, de escolher, de consciência; e tudo isso com a
responsabilidade de seus atos.
O pastor Raimundo de Oliveira comenta : " A admoestação de Deus no
sentido de que o homem não comesse do fruto da arvore do conhecimento
do bem e do mal não tinha o propósito simplesmente proibitivo.
Visava, sobretudo, testar a capacidade de obediência do homem, e
promover seu crescimento espiritual e moral. Nenhuma autoridade de
bom senso estabeleceria leis tendo em mente que elas seriam
quebradas, mas sim, obedecidas; contribuindo dessa forma para o bem
da sociedade que governa." [ 27 ]
A opção de Deus por uma criatura moral livre ( a opção mais amorosa
que podia existir ) implicava na possibilidade dessa mesma criatura
usar a escolha consciente para optar pelo mal ao invés do bem ; pela
própria vontade ao invés da vontade de Deus. Isso por sua vez,
resultaria na degradação moral no lugar da evolução moral. E foi
justamente o que ocorreu. A parti daí a natureza humana sofreu uma
mudança radical. Agora se inclinaria mais para o mal do que para o
bem ; mais para a desobediência do que para a obediência ; mais para
aquilo que é carnal do que para aquilo que é espiritual ; mais para o
terreno do que para o celeste ; mais para o diabo do que para Deus.
A extensão da depravação moral atinge o homem como um todo. Todas as
suas faculdades mentais, intelectuais, sentimentais, afetivas e
vocacionais foram afetadas, levando-as a um constante retrocesso na
maldade e a uma ativa oposição a Deus. Vale ressaltar, que a
depravação total do homem não quer dizer que ele chegou até o ultimo
grau de maldade, não existindo assim nada de bom em alguma área da
constituição do seu ser. Absolutamente não! Porque se assim fosse ele
seria semelhante aos demônios, não existindo qualquer possibilidade
de salvação. De alguma forma a graça de Deus restringiu a depravação
no ser humano, para não chegar ao grau que chegou no caso dos
demônios. Dessa forma, ainda há esperança de salvação para a criatura
humana, como também coisas boas podem brotar dos seus sentimentos,
intelecto e vontade. As artes, a poesia, uma vacina contra uma
doença, atitudes de cidadania, benevolência e de caridade, comprovam
essa verdade.
O doutor H. V. Smith, com relação a isso, comenta : "A depravação
total nunca quer dizer que os homens são tão maus como podem ser, sem
que tenha em sua condição natural certas qualidades amáveis, nem que
não tenham virtudes em um sentido limitado. Porém, quer dizer, em
primeiro lugar, que a depravação e a condição pecaminosa dos homens
afetam todos em seus intelectos, sentimentos, corações e vontades. Em
segundo lugar, que cada pessoa não regenerada, algum afeto inferior é
supremo. Em terceiro, que cada um deste está destituído do amor de
Deus." [ 28 ]
João Calvino, que defendeu ardorosamente a depravação e a
corrupção do ser humano em toda a extensão do seu ser, admitia que "
em relação as coisas de baixo, a natureza humana, graças aos seus
dotes naturais, era criativa, perceptiva, capaz de realizações
verdadeiramente notáveis ; mas, em relação as coisas do auto, era
corrupta, impotente, incapaz de dar o menor passo em direção à sua
salvação." [ 29 ]
Os desdobramentos da depravação moral são os seguintes :
A Perda da semelhança moral com Deus – O projeto do criador era que
o homem evoluísse moralmente até se identificar com Ele. No entanto,
esse projeto foi interrompido com a queda, e por conseguinte o ser
humano tem descido aos mais baixos níveis de degradação moral. Essa
deformação de caráter é percebida até por pessoas que não tem
entendimento bíblico. Millôr Fernandes, por exemplo, comenta : "só há
plástica no rosto, no seio, nas nádegas, na careca e na papada. E
nenhum Pitanguy para inventar uma plástica no caráter."[ 30 ] A
modelo alemã Claudia Schiffer, uma das mulheres mais lindas do mundo,
quando esteve no Brasil em 1996, surpreendeu a todos ao responder à
pergunta de um reporte : " se tivesse de escolher entre ser bonita ou
rica, o que você preferiria ? " A moça que além de tudo é muito rica
( dois anos antes havia faturado 5,3 milhões de dólares ) ,
simplesmente respondeu : " Acho que preferiria cuidar da beleza
interior. É alguma coisa para sempre. Não termina , como o dinheiro e
a beleza externa. A beleza interna faz diferença. Alguém com
personalidade, caráter e integridade, torna-se mais atraente. Muitas
pessoas aparentemente bonitas revelam, depois de algum tempo, não ter
caráter – e, consequentemente, deixam de ser tão bonitas como
achávamos antes." [ 31 ]
A decadência moral é notória. As revistas Época, Isto é, Super
Interessante, Veja, Nwsweek, Time, Christianity Today e o jornal do
Brasil, apresentaram os seguintes dados sobre a depravação
moral : "Na África do Sul são registrado 50 mil estupros por ano. São
116 ocorrências por grupo de 100 mil pessoas." "Técnicos da telecom.
revelam que os parlamentares da câmara de deputados da Colômbia
gastam 23 mil dólares por mês com serviços de disque-Sex." "Na Europa
há 75 mil brasileiras que trabalham como prostitutas." "De novembro
de 1999 a fevereiro de 2001, 28 milhões de pessoas acessaram os sites
pornográficos ( mais de 40 acessos por segundos )." " Estima-se que o
mercado da pedofilia, em ação nos Estados Unidos e no Leste europeu,
fature 5 bilhões de dólares anuais. Digites as palavras-chave "teen
nude" no Google, um dos programas de busca na Web, e você obterá nada
menos que 596.000 sites que vendem o erotismo infantil." "A cada
hora são realizados 5.708 abortos ao redor do mundo ( 50 milhões por
ano). Só no Brasil, são 160 por hora ou 1,4 milhão por ano." "trinta
mil mulheres exercem legalmente a profissão de prostituta na Holanda
( quase uma prostituta por cada quilometro quadrado )." "Há 1.600
Estrelas de pornô na cidade de Los Angeles, EUA." "Em Buenos Aires,
há 11 mil prostitutas sob o guarda-chuva da associação de meretrizes
da Argentina." "Na década de 80, 20 % dos então 57 mil padres
católicos dos Estados Unidos erram homossexuais. Destes, a metade
praticava o homossexualismo ( cerca de 5. 700 )." " Há pastores,
pastoras e leigos protestantes envolvidos com pornografia via
Internet nos Estados Unidos." "Há cada ano, 2 milhões de meninas de
5 a 15 anos entram para prostituição." "Com a legalização do
casamento civil de homossexuais a partir de 1 de Abril de 2001, 4 mil
duplas do mesmo sexo pretendem se casar na Holanda." "O numero de
adolescentes brasileiras entre 15 a 19 anos que deverão dar à luz
este ano ( 2001 ) é de 800 mil – o dobro em relação à década de
80."[32]
Não há como negar, a decadência moral é algo irrefutável,
incontestável e inegável. Não é alguma coisa esporádica, mas é uma
mania, uma tendência, uma índole e uma inclinação. Profissionais bem
sucedidos, bem casados, bem conceituados, respeitáveis, de repente,
manifestam desejos e hábitos pervertidos e inaceitáveis até mesmo
para aqueles que não são religiosos. A pedofilia é um exemplo disso.
Temos visto nos telejornais e revistas, casos que envolvem
professores, médicos, radialistas, padres, ou seja, pessoas
instruídas e que até então tinham uma reputação acima de qualquer
suspeita. A revista Época do dia 21 de janeiro de 2002, traz uma
matéria de capa sobre a pedofilia na igreja. Clérigos do Brasil e do
mundo inteiro, envolvidos em escândalos de abuso sexual com menores.
No final de Março de 2002, os noticiários alardearam as praticas de
pedofilia envolvendo um conceituadíssimo médico do Brasil – Eugênio
Chipkvitch. A famosa cantora mexicana Glória Trevi, está detida no
Brasil há mais de 20 meses por aliciamento de menores no trafico da
prostituição infantil. No inicio de Abril de 2002, um radialista do
Ceará, um outro de Minas Gerais e um professor do Rio de Janeiro
foram acusados de prostituição infantil.
Na matéria da Super Interessante de Maio, vemos que tanto a OMS como
a Psicanálise, definem a pedofilia não como una doença, mas como uma
perversão sexual. O psiquiatra francês entrevistado, especializado em
pedofilia, Patrick Duaigre, defende a existência de dois tipos de
pedofilia : "a de situação e preferencial. A primeira talvez seja o
tipo mais difícil de detectar. Alguns adultos, principalmente homens,
atacam crianças sem, no entanto, se sentirem excitadas com elas. Na
maior parte dos casos são atos isolados e que, muitas vezes, não irão
se repetir no futuro." De acordo com os especialistas, como o
psicólogo David L Burton – especialista em agressão infantil da
universidade de Michigan e membro do conselho diretivo da Associação
Para Tratamento de Abusos Sexuais, nos Estados Unidos – cerca de 80
% dos casos de abuso sexual de crianças ocorrem na intimidade do lar:
pais, tios e padrastos são os principais agressores. Uma estatística
levantada pelo Laboratório do Estudo da Criança ( Lacri ) da
Universidade de São Paulo ( USP ), registra 1.723 casos de violência
sexual contra menores no âmbito domestico, durante o ano de 2001.
Isso no que diz respeito apenas aqueles episódios que chegaram às
instancias oficiais, como as varas de famílias. "os casos são muito
mais numerosos do que nós sabemos", diz a coordenadora do Lacri, a
professora de psicologia da USP Maria Amélia Azevedo. [ 33 ]
A matéria também nos mostra que esse tipo de perversão está presente
em todas as culturas e épocas. Desde a antiga Grécia, onde rapazes
eram iniciados na vida sexual por homens mais velhos( por causa desse
costume foi criado o termo efebo ) ; passando pela idade média, na
qual havia uma verdadeira obsessão dos homens maduros por meninas que
mal atingiam a puberdade; chegando aos dias atuais, nos quais podemos
constatar que a idade ideal para contrair matrimônio em 450 culturas
é entre 12 e 15 anos. A religião não fica de fora. Maomé, fundador do
Islamismo, tinha 53 anos quando desposou uma de suas mulheres, Aixa
de apenas 08 anos de idade. Em alguns mosteiros budista no Tibete,
até hoje sobrevive uma tradição de novatos dormirem com monges mais
experientes. No hinduísmo antigo, a casta dos Nayar estimulava
experiências sexuais de meninas, antes da primeira menstruação. No
catolicismo, os casos de pedofilia envolvendo sacerdotes vieram a
publico de maneira acintosa. .Os meios de comunicação também nos
cercam com imagens que nos tornam presas – muitas vezes
inconscientes – do poder libidinoso da infância e da
puberdade. "experimente ligar a TV, folhear uma revista, acessar a
Internet; lá estão Xuxa e seus baixinhos, Sandy, Britney Speaars,
desfiles de moda com a beleza evanescente de efebos e ninfetas de 13
anos ( .... ) ao lado de impor a lei, deveríamos olhar para o que
está passando na TV e o que sai nas revistas, e perceber que
provavelmente estamos há bastante tempo fomentando o erotismo
infantil. Mesmo sem consciência disso." Na Internet são 596 000 sites
que vendem o pornografia infantil. Um dos psicanalista mais
respeitados na atualidade, o belga Serge André, faz a chocante, mas
verdadeira afirmação: "somos todos um pouco pedófilos." [ 34 ]
Essa perda de semelhança moral com o Criador pode ser comprovada não
apenas por meio da perversão sexual, mas também, pela falta de
integridade e honestidade por parte das pessoas de um modo geral. O
senador Pedro Simon, disse com muita propriedade : "O povo brasileiro
não é mais corrupto que o americano, o francês ou japonês. A
diferença é que em outros países existe punição." [ 35 ]
A destituição do amor supremo a Deus, substituindo-o por afetos
inferiores – A outra conseqüência catastrófica da depravação moral
foi entronizar afetos inferiores no lugar do amor supremo a Deus. O
pecado original destituiu o amor ao criador e entronizou o amor a si
mesmo. É claro que devemos nos amar, até mesmo porque Jesus
disse : "amarás ao teu próximo como a ti mesmo" ( Mt.22.39 b ). No
entanto, o amor a si próprio não pode ser colocado hedonisticamente e
egoisticamente como o alvo supremo da vida. Quando isso acontece o
que temos é corrupção, injustiça social, lares esfacelados,
infidelidade, violência, terrorismo, ódio, inveja, cobiça, golpes,
traição, disputas mesquinhas e desonestas, enfim, toda a sorte de
destruição e miséria.
David Clark no seu compêndio de teologia sistemática, nos diz : " O
mal não está em que o homem ande de acordo com sua própria vontade ou
desejo, mas em que a sua vontade não esteja em harmonia com a vontade
de Deus."[36] Por causa do pecado original que substituiu o amor
supremo a Deus por afetos inferiores, como o egoísmo, nós vemos, por
exemplo, "12.713.819 hectares na Amazônia pertencendo a uma só
pessoa – o maior latifundiário do mundo." [37] Enquanto milhões vivem
sem terra, sem teto, sem nada. Temos também o terrorismo de massas
que eclodiu no Ocidente; mais por causa da concentração de riquezas
das super potências, do que meramente por questões ideológicas e
religiosas. Pelo menos é essa a análise dos catorzes maiores
estudiosos e pensadores do mundo – entre os quais; economistas,
políticos, sociólogos, ensaístas, militares e historiadores de oitos
países – entrevistados pela revista Veja com relação a onda de
terror que inaugurou o novo milênio. [ 38 ]
O congresso de lauzanne sintetizou da seguinte forma a situação do
mundo no qual vivemos : "imaginemos que a população do mundo fosse
condensado do tamanho de uma vila, com uma população de cem pessoas.
Nesta vila , 67 das cem pessoas seriam pobres; as outras 33 estariam
entre a classe média e os abastados. Do total da população, somente 7
seriam norte-americanos. Os outros 93 observariam os 7 gastarem a
metade de todo o dinheiro. Comerem toda a comida e gastarem a metade
de toda a energia. Estes teriam dez vezes mais médicos que os outros
93. Nesse ínterim, os 7 continuariam a ganhar cada vez mais e os
outros 93, cada vez mais pobres. Pois, para sustentar um norte-
americano, gasta-se 56.000.00 de galões de água, 37.000 galões de
gasolinas, 5,5 toneladas de carne, 9 toneladas de leite. Os Estados
Unidos gastam mais com fertilizantes nos jardins de suas lindas
residências do que a Índia com toda sua produção agrícola. Gastam
mais energia com ar-condicionado do que toda a china, com uma
população seis vezes maior. Vinte e uma nações africanas, ou seja,
quase a metade de toda a África, sofrem de deficiência de alimentos.
Enquanto mais da metade do planeta morre de fome, de subnutrição ou
de doenças tropicais incuráveis, bilhões e bilhões de dólares são
gasto com armamento – uma percentagem infinitamente maior que o gasto
na ajuda filantrópica mundial." [ 39 ]
Será que tudo isso não demonstra a destituição do amor supremo a
Deus ? A Bíblia diz : "Se alguém disser: eu amo a Deus e odiar seu
irmão é mentiroso, pois aquele que não ama a seu irmão a quem vê,
como pode amar a Deus que não pode ver ?" ( 1 Jo.4.20 ). A esse
respeito comenta John L. Dagg : "O amor de Deus está destronado dos
seus corações; assim faltando esse grandioso principio não existe
verdadeira moralidade. A total depravação é a total ausência desse
grande principio que deveria controlar e dirigir nossas ações." [
40 ]
2 . O EFEITO DO PECADO SOBRE OS CORPOS FÍSICOS
Dentre os efeitos catastróficos do primeiro pecado, destacamos
também, àqueles sobre os corpos físicos. A vulnerabilidade,
envelhecimento, adoecimento, decomposição e morte penetraram no nível
molecular e psíquico. A vida passou a ser caracterizada pelo
sofrimento que começa ainda no ventre, pois recebe toda a carga
hereditária positiva e negativa, estendendo-se por toda a vida e
culminando na maior dor – a morte. Classificamos, portanto, os
efeitos sobres os corpos físicos de duas formas:
Morte física ( Gn.2.17; Rm.5.12; Hb.9.27 )
Quando Deus advertiu Adão que se ele desobedecesse, rejeitando o Seu
comando, certamente morreria, também se referia a dimensão física.
Morte significa separação, e no caso do ser humano seria separado
tanto do criador ( morte espiritual e eterna ), como também do meio
ambiente ( morte física ). Imediatamente após o delito, Deus
sentenciou a pena : "Porque tu és pó, e ao pó tornarás" ( Gn.3.19 ).
O apostolo Paulo ao falar da doutrina do pecado, escrevendo à igreja
de Roma, disse : "Por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo o
pecado, a morte" ( Rm.5.12 ). Ao escrever a igreja de Corinto, ele
asseverou: "Pois assim como em Adão todos morreram"(1 Co.15.22 ).
Estes textos nos revelam a doutrina da morte física, espiritual e
eterna, como salário do pecado (Rm.6.23 ). Charles Hodge em seu
comentário sobre romanos, diz : "O fato da Ressurreição ser parte da
Redenção leva, por inferência, a posição que a morte do corpo é uma
parte do mal ou castigo que foi a conseqüência do pecado e do qual a
Redenção deve nos livrar." [ 41 ]
A idéia advogada pelos racionalistas como Kant, Hegel, Ritschli e
outros, de que a morte faz parte da constituição da criação, sendo
uma necessidade da natureza, é totalmente contrária à própria
anatomia do corpo humano, na qual seu organismo se renova a cada sete
anos e que relativamente são poucas as pessoas que morrem de exaustão
e na idade provectica. Em proporção maior morrem de doenças,
assassinatos e acidentes. Além do que, essa idéia é totalmente
inconsistente com o fato da morte não ser encarada por ninguém como
algo natural – por mais que todos saibam que um dia vão morrer – mas
sim, como uma interferência na vida e que é inaceitável. Em outras
palavras o homem não foi feito para morte, ela é uma intrusa no bom
mundo de Deus.
A revista Super interessante, Fevereiro de 2002, traz uma matéria de
capa sobre a morte – que apesar de ser natural, nos aterroriza
tanto. Nela, os psicólogos, médicos, antropólogos, sociólogos,
religiosos e filósofos consultados, afirmam que toda essa cultura de
obsessão pela beleza e jovialidade; de apego aos bens de consumo; de
corpo jovem e malhado como sinônimo de vida saudável; de velhice
solitária e indesejável; de moribundos isolados e abandonados; de UTI
fria e insensível que priva os pacientes terminais do afeto e do amor
dos familiares, enfim, tudo isso demonstra o antagonismo a idéia da
morte. "O maior desejo do homem é a imortalidade", diz a psicóloga
Ingrid Esslinger, da UPS. "A idéia da não existência provoca tal
desconforto que a mente humana acaba criando alguns mecanismos de
defesa, para fugir dessa realidade", diz o psicanalista e psiquiatra
Roosevelt Smeke Cassorla, da sociedade brasileira de psicanálise, em
São Paulo. "Desde os tempos mais remotos, os homens já enxergavam a
morte como elemento antagônico a vida – e não como parte integrante e
inseparável dela", diz o antropólogo Guillermo Ruben da Unicamp. [
42 ]
O pecado deixou essa marca indelével na raça humana, da qual ninguém
pode se livrar. Há um provérbio russo que diz : "Não se morre mais de
uma vez, mas dessa viagem ninguém escapa." A revista Ultimato traz
uma matéria na qual apresenta a realidade de que a humanidade se
constitui em seis bilhões de pecadores; de injustos; de selvagens; de
complicados e de mortais. Sobre o fato de sermos mortais,
comenta: "Apesar do avanço da medicina e da ciência, ainda somos como
a ` relva que de madrugada viceja e floresce e a tarde murcha e seca'
( Sl.90.6 ). Ou como a `sombra que declina' ( Sl.102.11 ). Ainda
somos estrangeiros e peregrinos, como pessoas que estão de passagem
por aqui, sem permanência ( 1 Cr.29.15 ). Nossos dias ainda tem `o
comprimento de alguns palmos' ( Sl.39.5). Não nos livramos ainda da
morte somatopsíquica, do médico legista, do atestado de óbito, do
velório, da agência funerária, do caixão de defunto, do oficio
fúnebre, do coveiro, da necrópole, do sepultamento, da decomposição
do corpo, e da redução deste ao pó (Ec.12.6-7)." [ 43 ]
Contudo, a morte, num mundo de pecado como o nosso, acaba sendo um
instrumento da misericórdia de Deus para nos poupar da maldade e
sofrimento sem fim. " Se Deus não tivesse pronunciado a sentença de
morte a todos os seres humanos depois de caídos, todos continuariam
vivendo em seus pecados e maldade, até que a terra se tornasse o
próprio inferno. Imaginemo-nos vivendo no mundo em que prosseguissem,
ao mesmo tempo, as maiores aberrações morais e os maiores déspotas da
história. Que se faria num mundo em que na mesma época vivessem Caim,
Lameque, Manassés, Antíoco Epifânio, Nero, Hitler, Stalin, Idi Amim e
o aiatolá Komeine ? Acreditamos que isso seria um inferno. Você
gostaria de viver nesse mundo ? Imagine você fazendo um concurso
publico no qual homens de sete mil anos de idade estivessem
concorrendo. Você teria condições de concorrer com essas feras de
cultura milenar ? imaginem, também, que o nosso mundo é terrivelmente
manipulado por uns poucos, que concentram as riquezas e o poder em
suas mãos. Esses déspotas tornam-se poderosos no espaço de apenas
uma geração, mas quando eles morrem a terra respira. Você já pensou
no aconteceria se eles vivessem para sempre ? De quem seria esse
mundo ? Talvez conseguíssemos contar numa só mão os seus donos." [
44 ]
Deus é sábio e justo, até mesmo quando sentencia o homem com a morte
num mundo caído por causa pecado.
Sofrimento físico (Rm.8.18-23; 1 Co.15.53 )
No seu livro "A peste", Camões diz : "Se você estiver em uma tribo e
acontecer que uma peste bubônica se alastre no lugar, você estará em
sérios apuros. Porque se você lutar a favor dos médicos, que estão
combatendo a doença, então, estará lutando contra Deus; se não lutar
a favor dos médicos para estirpar a peste, então estará lutando
contra o homem."[45] O que Camus afirma com isso é que a peste, as
enfermidades e o sofrimento foram criados por Deus. Entretanto, não é
verdade. A Bíblia ensina que foi o Pecado Original que provocou toda
a tragédia e caos que envolve o reino mineral, vegetal, microorganico
e animal. Os germes destrutivos começaram a permear o cosmo. Os micro-
organismos entraram em estado de beligerância. As doenças se
instauraram na natureza física. A mente e os corpos físicos foram
submetidos ao processo de esgotamento, adoecimento, envelhecimento,
morte e degradação. Apesar da teoria da evolução colocar o homem em
processo de maior força mental e corporal, no entanto, essa tese é
refutada pela realidade que tudo no universo está desintegrando-se e
não evoluindo. Uma das mais bem comprovada lei da física moderna, a
Segunda lei da termodinâmica, comprova a veracidade dessa afirmação.
Trata-se da lei da entropia, a qual declara que "em qualquer
transferência ou mudança de energia, embora a quantidade de energia
permanece sem alteração, a quantidade de energia disponível e útil
sempre diminui."[46] E também diz: "todo sistema abandonado à sua
sorte sempre tende a mover-se da ordem para a desordem, e que a
energia tende a ser transformada a níveis mais baixos de
disponibilidade, chegando finalmente ao estado de completa
casualidade e indisponibilidade para qualquer trabalho ulterior.
Quando toda a energia do cosmo for degradada a uma energia térmica
casual, com movimento casual de moléculas e temperatura uniforme de
baixo nível, o universo terá morrido de uma `morte térmica.'" [ 47 ]
Isso implica em degradação e não em evolução.
Todo o universo está se desintegrando: as estrelas morrendo e
esfriando; a crosta terrestre envelhecendo; a biodiversidade na terra
reduzindo-se, ou seja, o mundo físico em pleno processo de
degradação. "A medicina já faz as contas: são 35 mil rótulos para
males que vão da simples dor de barriga aos processos cancerígenos
graves. Um terço dessas doenças são de origem genética. Só tumores
malignos há 802 diferentes tipos. Oficialmente são 300 mil novos
casos de câncer por ano só no Brasil. Na verdade, os especialista
garantem que o numero é três vezes maior e pode chegar a 1 milhão. A
cada ano os problemas de coração causam a morte de 300 mil
brasileiros e os tumores fazem 114 mil vitimas fatais ( no mundo são
7 milhões ). Nos últimos 20 anos, 100 mil brasileiros portadores do
vírus da AIDS morreram ( no mundo foram 21,8 milhões ). O Brasil tem
101 escolas de medicina, 14 médicos para cada 10 mil habitantes (
numero superior aos parâmetros da Organização Mundial da Saúde ) e
uma farmácia para cada 3 mil habitantes ( pela OMS poderia ser uma
para cada 8 mil ). Ex- presidente da Associação Mundial de
Psiquiatria, o médico brasileiro Jorge Alberto da Costa e Silva,
lamenta que já tenha catalogado quase 500 tipos de transtornos
mentais e de comportamento. O número de pessoas ao redor do mundo que
padecem de algum tipo de perturbação mental, neurológica ou
psicológica .... é um pouco menor que a população da América do Norte
e da Central ( 400 milhões de habitantes ). Na edição de 2 de abril
de 2001, a revista Time estampou em ordem alfabética uma relação de
311 fobias...." [ 48 ]
Todo o sofrimento provocado pelas enfermidades físicas e pelas
perturbações mentais atestam os efeitos do pecado no mundo físico.
Vale ressaltar, que apesar de todo pecado ser considerado um mal, nem
todo mal físico pode ser considerado um pecado – ainda que em ultima
instancia tenha sua origem nele. Não podemos associar numa relação
direta a doença ou o sofrimento ao pecado. Conquanto, o principio
causador de todo o sofrimento físico tenha sido o Pecado Original, no
entanto não significa necessariamente que a pessoa esteja em pecado
pelo fato de estar sofrendo.
3. O EFEITO DO PECADO SOBRE O MEIO AMBIENTE
Em Gênesis 3, lemos que a terra também foi afetada: "Maldita é terra
por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias da
tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva
do campo. Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que torne a
terra" ( Gn.3.17-19 ). Podemos, ainda, constatar essa verdade em
textos como os de Is.11.6-9; 65.25 e Os.2.18; que nos revelam a
restauração do meio ambiente como algo que faz parte do projeto
redentor. Isso implica que a natureza e o cosmo foram afetados pelo
pecado do homem. Por conta disso, no meio ambiente começou a surgir
terremotos, tornados, ciclones, maremotos, erosão, secas, enchentes,
animais predadores, bactérias nocivas, distúrbios nos ciclos
astronômicos que por sua vez afetam o clima cá em baixo.
Dizer que as tragédias naturais são apenas conseqüências da
poluição, do desmatamento e dos poluentes – decorrentes do processo
de industrialização – é ser superficial demais na análise dos fatos.
Segundo estudos e pesquisas realizadas, povos como os Mais –
dominaram a América central até o século VIII, os Acadianos – que
formaram a primeira cidade da Mesopotâmia, desapareceram do mapa por
causa das catástrofes naturais. E esses povos existiram há milanos
antes de se iniciar o processo mundial de industrialização. Portanto,
não dá para atribuir apenas ao progresso e a industrialização os
distúrbios que ocorrem na natureza. É verdade que eles são
responsáveis por boa parte das catástrofes naturais, como o efeito
estufa. Entretanto, as pesquisas cientificas nos revelam que as
mudanças nos ciclos astronômicos, como a variação da posição do sol
em relação a terra que "altera a incidência de luz sobre certas áreas
do globo," [49] também afetam grandemente a natureza aqui embaixo. E
isso nada tem haver com poluição.
O pecado afetou grandemente tanto o macrocosmo, como o
microcosmo. "segundo a Cruz Vermelha, 25 milhões de pessoas foram
expulsas de suas casas no ano passado por causa das catástrofes
naturais ( o furacão que assolou o Caribe, os terremotos do
Afeganistão, o ciclone de Bangladesh e outros flagelos como secas,
incêndios e inundações )." [ 50 ] "Peritos advertem que o surgimento
de variedade de bactérias que não podem ser destruídas pelo arsenal
contemporâneo de antibiótico, poderá ser um problema para a saúde
publica, pior do que a AIDS. Doenças consideradas vencidas como,
tuberculose, pneumonia, meningite, infeções por estafilococos, estão
se tornando incontroláveis. Bactérias comuns que causam de tudo,
desde infeções de ouvido em criancinhas à pneumonia, poderão se
tornar `super germes' resistente à vancomicina e outras drogas.
Cientistas esperam nada menos que uma catástrofe medica, advertiu o
Dr. Alexandre Tomaz da universidade Rockefeller na cidade de Nova
Iorque em 1994, numa reunião da American Association for the
Advancement of. Science." [ 51 ]
Na medida que o pecado se intensifica na face da terra, aumenta
proporcionalmente os seus efeitos na natureza. Mesmo depois da queda –
do pecado Ter se instaurado no cosmo – o tempo de vida era
consideravelmente longo. Adão ainda durou 930 anos. Matusalém viveu
960 ( Gn.5.5,27 ). Mas a parti do momento que a pecaminosidade
começou a se alastrar, reduziu-se também o tempo e o nível de
vida. "Então disse o Senhor: O meu Espirito não agirá para sempre no
homem ; pois este é carnal ; e os seus dias serão cento e vinte
anos" ( Gn.6.3,5 ). De alguma forma direta isso tem ligação com a
desordem na natureza. " Pois a criação ficou sujeita à vaidade, não
por sua vontade, mas por causa daquele que a sujeitou. Na esperança
de que a própria criação seja redimida do cativeiro da corrupção para
a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a
criação, a um só tempo, geme e suporta angustias até agora" ( Rm.8.20-
22 ).
Essa realidade pode ser constatada pelo aumento progressivo de
catástrofes naturais. " O universal Almanac informa que entre os anos
1000 e 1800 ocorreram apenas 21 terremotos mais significativos. Mas,
entre 1800 e 1900 houve 18 terremotos de grande porte. Nos 50 anos
seguintes, de 1900 a 1950, ocorreram 33 terremotos de larga
envergadura – quase o mesmo numero que nos 850 anos anteriores !
Entre 1950 e 1991 foram 93 os terremotos de maior porte – quase o
triplo dos ocorridos no meio século anterior – que tiraram a vida de
1 milhão e 300 mil pessoas." [ 52 ]
Atribuir toda essa realidade à industrialização é ser bastante
simplista, e negar as próprias evidências cientificas, que nos
mostram as catástrofes naturais como algo bastante antigo. Em uma
análise mais profunda, veremos que o aumento do caos natural é
proporcional ao aumento da degradação moral. No começo era um
ambiente mais perfeito e belo. Agora, um que é imperfeito e quase
hostil – tendo sido mudado, indubitavelmente, por causa do pecado.
O trabalho e o esforço humano também foram afetados pelo o Pecado
original. Todo trabalho retém a sua dignidade recebida de Deus (
Pv.6.6 ). Contudo, o labor desgastante e estressante devido a
maldição do pecado não estava no projeto original de Deus, "no suor
do seu rosto comerás o pão"(Gn.3.19). Existem várias espécies de
suor : O suor decorrente da cobiça desvairada pelo dinheiro ; o suor
da luta desigual e desumana entre administradores e os administrados;
o suor da luta dos sindicatos pelos seus direitos negados; o suor da
cobiça, do poder que mata e destrói em detrimento de seus fins. Essas
formas de derramar suor, certamente, não estavam no projeto original
de Deus para a raça humana.
Em geral, todas as pessoas – independente de serem religiosas ou não –
alimentam uma tênue e confusa esperança de que algo bom vá acontecer
em algum futuro próximo ou remoto. Pois essa esperança é claramente
anunciada na Bíblia, que nos mostra a história da Redenção começando
no jardim do Éden, passando pelo jardim da agonia ( Getsêmani ) e
desaguando na Nova Jerusalém. Ela conduz o homem e a criação do
paraíso perdido ao paraíso recuperado. Por mais demorada que seja, os
cristãos tem uma esperança de novos céus e nova terra. Ou como diz
Stanley Jones, o mais notável missionário do século XX, " que a
realidade ultima não é o pecado, mas a santidade ; não é a maldade,
mas a bondade ; não é a doença, mas a saúde ; não é o sofrimento, mas
a alegria ; não é a morte, mas a vida." Estamos caminhando para essa
realidade ultima e é isso que nos estimula a viver e a lutar. Ou nas
palavras do teólogo alemão Erhard Gerstenberger : " o aperto atual só
é suportável em face da vastidão futura." [ 53 ]
 A malignidade incomparável do Pecado
A malignidade do pecado é algo indescritível. Todos os outros males
quando comparados com o mal que o pecado proporciona se tornam
insignificantes. Apesar dele poder ser considerado uma classe
especifica de mal, no entanto, nem tudo o que entendemos por mal é
pecado. Ele é causa de todos os outros males. É "o mal sem par."
Samuel Bolton, falecido mestre do colégio de Cristo, universidade de
Cambridge, pregou um sermão intitulado – Pecado: O mal sem par, que
foi publicado pela primeira vez em 1657. Nessa pregação ele descreve
com muita propriedade a excessiva malignidade do pecado. Ele
argumenta em cima de duas proposições básicas: A história do povo de
Deus e à comparação do mal provocado pelo pecado com outros males
provocados pelo sofrimento físico ou emocional.
No primeiro argumento, Samuel diz que, tanto a Bíblia como a
experiência humana são contundentes em demonstrar que os mais
desgraçados e desventurados são aquelas pessoas vitimadas nem tanto
pelo sofrimento físico, mas sobretudo, pelo pecado. Na compreensão do
povo de Deus ele é "o mal sem par". Seus lamentos pelo pecado e seus
sofrimentos a fim de evitá-lo revelam esse fato. Nos gemidos
expressos nos salmos penitenciais de Davi – como o salmo 51 – ou na
afirmação de Paulo em Romanos capitulo 7,que atribui ao corpo da morte
(a natureza pecaminosa) uma tortura bem maior do que a morte do
corpo ( a morte física ), podemos constatar que o pecado é exposto na
bíblia como um mal sem precedentes. Em 2 Coríntios 11.23-25, o
apostolo Paulo relata as suas tabulações, flagelos, prisões,
perseguições, preocupações, fome, pedradas da vida, enfim, todo o
sofrimento que vivenciou em seu ministério. Entretanto, nada disso o
faz murmurar ou lamentar em fel de amargura. Mas, em Romanos 7.24,
ele lamenta amargamente pelo pecado: "miserável homem que sou ! Quem
me livrará do corpo dessa morte ? "
Na verdade, todos homens de Deus estavam mais interessados em evitar
o pecado do que o sofrimento físico – Daniel na cova dos leões (
Dn.6.1-16 ); os três jovens na fornalha de Nabucodonosor
( Dn.3.8-23 ); Paulo e Silas presos ao tronco ( At.16.16-26 ); Moisés
que considerou melhor a escassez do deserto do que as riquezas do
Egito, e consequentemente o prazer passageiro do pecado ( Hb.11.22-
28).
Podemos citar outros exemplos na história do povo de Deus. Músculos,
um homem de grande sabedoria e famoso teólogo, em vez de pecar,
preferiu se submeter a qualquer condição. A história conta-nos que
sendo despojado de tudo quanto tinha, contentou-se, a fim de não
pecar, em torna-se pobre comerciante – tecelão. Posteriormente sendo
ainda mais marginalizado por causa do seu caráter integro, teve que
trabalhar nas valas comuns da cidade para conseguir a sobrevivência
de sua família. Isso porque na sociedade onde ele morava, só se dava
bem na vida quem fosse desonesto e corrupto. No entanto, Músculos se
manteve integro, mesmo sofrendo perdas materiais, aceitando qualquer
condição, menos a que o levasse a pecar. Como diz o grande professor
puritano Samuel Bolton: "Eles não só compreenderam que o pecado é um
mal pior do que a pobreza, compreenderam que é algo pior do que a
morte em si. Este foi o discurso de Ambrósio: `Você me lançará na
prisão ? Você tirará minha vida ? Tudo isso é preferível para mim do
que o pecado.' " [ 54 ]
Quando a imperatriz Eudóxia ameaçou Crisóstomo, aquele a quem
posteriormente baniria, ele enviou-lhe esta mensagem : "Vá e diga-
lhe: Eu não temo nada neste mundo a não ser o pecado." E mais tarde
disse-lhe : "Assim penso e consequentemente sempre irei pregar, que é
mais amargo pecar contra Cristo do que sofrer os tormentos do
inferno." Anselmo disse que, se por um lado lhe fosse apresentado os
males do pecado, e por outro, os tormentos do inferno, ele preferiria
cair no inferno do que cair em pecado : "Prefiro que me matem,
prefiro que me amaldiçoem, prefiro que me lancem no inferno, do que
me permitir pecar contra ti." Basil fala de uma jovem rica, à qual,
sendo condenada ao fogo pela inquisição, e sentenciada a perder todos
os seus bens por não adorar imagens de esculturas, foi oferecida a
promessa de vida e a restituição de seus bens se ela se retratasse.
Diante de tal proposta ela respondeu o seguinte : "Adeus vida, que
pereça o dinheiro." O monge agostiniano Martinho Lutero, ameaçado de
perder sua posição de destaque – professor ilustre da universidade de
Winttenberg – e também de ser excomungado pela igreja católica romana
da qual fazia parte, manteve-se firme na sua postura de protesto
contra um sistema religioso que há muito havia se distanciado das
Sagradas Escrituras. Por ocasião da Dieta em Worms, ele enfrentou
bravamente teólogos, bispos e o próprio papa, negando retratar-se de
sua convicção da verdade bíblica. "A não ser que eu seja persuadido
pelas Escrituras de que esteja errado, não posso, não devo e nem
quero retratar-me de coisa alguma, pois ir contra a consciência não é
justo, nem seguro. Que Deus me ajude. Amém !" [ 55 ]
Todos esses homens e mulheres de Deus tinham uma verdadeira aversão
ao pecado – nem tanto por causa dos privilégios perdidos, nem das
conseqüências amargas, tampouco por causa do pavor em relação ao
juízo eterno – mas, sobretudo, por amarem demasiadamente a pessoa
bendita de Jesus Cristo. Quando se ama a Deus de verdade é inevitável
odiar o pecado com todo o ser.
Um outro fator que os levavam encarar o pecado como algo a ser
evitado a qualquer custo, era a seriedade e a importância que davam
àquilo que o próprio Jesus diz em Mateus 7.27-30 – que é melhor a
mutilação física do que o pecado : "Ouviste o que foi dito; não
adulterarás. Eu, porém, vos digo: Qualquer que olhar para uma mulher
com a intenção impura no coração já adulterou com ela. Se teu olho
direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém
que se perca um dos teus membros, e não seja todo o corpo lançado no
inferno. E se tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de
ti; pois te convém que perca um dos teus membros e não vá todo o teu
corpo para o inferno." Eles também consideravam bastante o ensino
Paulino em 1Corintios 5.5, no qual o apostolo diz que uma pessoa
entregue aos males infligidos pelo diabo estaria em vantagem do que
ser entregue aos seus próprios pecados. De acordo com esse texto, no
primeiro caso, há possibilidade de restauração; no segundo caso é
impossível o retorno de tal pessoa aos caminhos de Deus. A Bíblia e a
experiência nos mostram que a pior desgraça que pode ocorrer a alguém
é ele ser abandonado nos seus próprios caminhos perversos, e entregue
a própria maldade do seu coração (Ez. 24.13; Rm.1.28-32; Gn.6.1-
5; Ef.4.18,19; Hb.6.4-6; 10.26-29 ).
A outra proposição sobre a qual se estriba o grande pregador e
teólogo do século 17, é a análise comparativa do mal provocado pelo o
pecado com outros males ocasionados pelo sofrimento físico. Samuel
Bolton diz: "Se você comparar o mal do pecado com outros males, verá
quão pequeno os outros males são em relação ao pecado.
1- Antes de tudo mais, os outros males são somente externos. São
relacionados apenas ao corpo, ao estado, ao nome, porém, o pecado é
um mal interior; um mal da alma e esse é o pior de todos os males.
2- Todos os outros males são somente de natureza temporal, eles têm
um fim. Pobreza, doença, desgraças, todos esses são grandes males,
mas esses e todos os outros têm um fim. A morte põe um fim em todos
eles. Contudo, o mal do pecado é de natureza eterna e nunca terá fim.
A eternidade em si nunca porá um fim nisso, visto que os ímpios
padecerão para sempre em seus pecados.
3- Todos os outros males não fazem do homem objeto da ira e da
inimizade de Deus. O homem pode ter todos os outros males e ainda
assim permanecer no Amor de Deus. Você pode ser pobre e ainda ser
precioso na avaliação de Deus. Você pode estar debaixo de toda
espécie de miséria e ainda ser amado por Deus. Todavia, existe um mal
que faz da alma objeto da ira e da inimizade de Deus. A ausência de
todos os outros bens e a presença de todos os outros males não
tornarão você abominável para Deus se não houver pecado; contudo, a
presença de todos os outros bens e a ausência de todos os outros
males o tornará uma abominação para Deus se existir pecado.
4- Todos os outros males somente se opõem ao seu bem-estar presente,
porque eles não podem roubar as suas futuras alegrias, mas o pecado
se opõe ao seu bem-estar para sempre. Você não pode ser feliz se não
for santo
5- Todos os outros males são destrutivos para o homem em si; eles
lutam contra particularidades. Entretanto, o pecado é contrário ao
bem universal, sendo contrário a Deus. Se fosse onipotente, porfiaria
para `acabar' com Deus
6- Todos os outros males podem ser transformados em medicina divina,
tanto para prevenção, como para cura do pecado ( 1 Co.11.32 ; 2
Co.12.7 ).
7- Todos os outros males requerem o mínimo possível de Deus para
subjuga-lo, no entanto, o pecado requer Sua infinitude. Ele pode se
utilizar de moscas, piolhos, a menor das criaturas para destruir a
maior e mais poderosa força sobre a terra, mas nada menos que Seu
filho era forte o suficiente para conquistar o pecado. O grande
propósito de Deus ao enviar Cristo ao mundo – sua encarnação,
humilhação, sofrimento, paixão, morte e ressurreição – foi subjugar e
destruir o pecado. Portanto foi empregado Sua infinita sabedoria, Seu
infinito poder, Sua infinita misericórdia, Sua infinita verdade, sua
infinita santidade; tudo isso foi empregado para vencer o pecado,
como para salvar os pecadores.
Vocês podem desprezar o pecado tanto quanto queiram, engoli-lo sem
medo, viver nele sem percebê-lo, cometê-lo sem remorso, no entanto,
isso que vocês tornam tão sem importância exigiu nada menos do que
infinito poder de Deus para ser subjugado; infinita misericórdia de
Deus para ser perdoado; infinito mérito de Cristo para expiá-lo. Foi
o pecado que fez sangrar o coração de Cristo, e fará também o nosso,
se não nos arrepender-mos dele." [ 56 ]
Quero concluir, citando alguns pensamentos de Nathaniel Vincent –
notável pregador puritano do século XVII – sobre a malignidade e
gravidade do pecado, relatados no seu sermão; a conversão de um
pecador : " A figura da morte sobre o cavalo branco, por um segundo é
tenebrosa, mas quando o inferno aparece imediatamente após, aí de
mim ! que mão pode ser forte ? que coração pode ser capaz de
resistir ? Esta Segunda morte é chamada por um dos patriarcas "a
morte que é imortal", porque o pecador nunca se livrará da sua dor;
sempre torturado, nunca executado. O fogo queima, entretanto sem
consumir aqueles a quem queima. O verme corrói, porém nunca se
satisfaz (...) Prazeres [pecaminosos] são sonhos agradáveis, mas
quanto tempo duram ? Quão depressa surgem a aflição, a morte e o
inferno ? Os prazeres [pecaminosos] são as capas que cobrem o pecado
e o faz ser engolido avidamente. Eles são a porção fatal que tornam
vocês estúpidos e os fazem mentir inconscientemente, colocando-os em
extremo perigo. Eles são as mais finas e ainda as mais fortes cordas
com as quais satanás arrasta os homens para as câmaras da morte.
Eles são o combustível que aquece o lago de fogo. Vejam Apoc. 18.7 –
`Quanto ela se glorificou, e em delicias esteve. Foi outro tanto de
tormento e pranto ...'. Oh, o quanto os amantes dos prazeres
[pecaminosos] sofrerão por causa deles." [ 57 ]
Comentando sobre a misericórdia divina, que leva Deus perdoar nossos
pecados, Samuel Bolton diz : "Não houve nada para obrigar Deus a
fazer isso, nem houve nada que pudéssemos fazer para adquiri-la.
Todas as nossas orações, nossas lágrimas, nossas obras, não poderiam
comprar o perdão de um pecado sequer. Não poderíamos comprá-los se
dependesse do que fazemos e se dependesse do que sofremos, nem se
pudéssemos sofrer tanto quanto todos os santos sofreram desde o
começo do mundo até hoje. Se pudéssemos chorar tantas lagrimas quanto
o mar possa conter, se pudéssemos nos humilhar tantos dias quantos o
mundo já passou desde o momento da criação, tudo seria muito pouco
para comprar o perdão de um único pecado, ainda que fizéssemos tudo
isso sem pecado." [ 58 ]
"O mesmo Deus que criou os céus e a terra tem o poder de criar uma
ponte sobre o abismo que o separa de suas criaturas. Tudo por causa
da graça "
(Philip Yancey)
Bibliografia
1.GEORGE, Timothy ( 1994 }. Teologia dos Reformadores – pag 212. São
Paulo - SP, Edições Vida Nova.
2.GEORGE, Timothy ( 1994 }. Teologia dos Reformadores – pag 213 . São
Paulo - SP, Edições Vida Nova.
3. Revista ULTIMATO n. 272 / 2001. Somos todos vira-latas – pag.
27.
4. Revista ULTIMATO n. 272 / 2001. Somos todos vira-latas – pag. 27.
5. SCHAEFFER, Francis A.( 1985 ). O Deus Que Intervém –pag.64.
Brasília - DF , Refúgio Editora LTDA.
6. SCHAEFFER, Francis A. ( 1985 ). O Deus Que Intervém – pag. 34.
Brasília - DF, Refúgio Editora LTDA.
7. SCHAEFFER, Francis A. ( 1985 ). O Deus Que Intervém – pag. 35.
Brasília - DF, Refúgio Editora LTDA.
8. Revista ULTIMATO n. 276 / 2002. Números – pag. 22.
9. Revista NOVA, julho / 1996. Romance no escritório na era do
assédio sexual
10 Revista SUPER INTERRESSANTE, Abril / 2002. Comportamento: Mente
que mata – pag.75.
11.Revista SUPER INTERRESSANTE, Maio / 2002.
Comportamento :Profissão : Sofredor – 49, 50, 51.
12.Revista ULTIMATO n. 233 / 1995. Espirito Porco – pag. 12.
13.Revista ULTIMATO n. 233 / 1995. Espirito Porco – pag. 12
14.Revista ULTIMATO n. 233 / 1995. Espirito Porco – pag. 12
15.Revista ULTIMATO n. 233 / 1995. Espirito Porco – pag. 12
16.Revista ULTIMATO n.272 / 2001. Somos Todos Vira-latas – pag. 27
17.Revista ULTIMATO n.272 / 2001. Somos Todos Vira-latas – pag. 27
18.Revista ULTIMATO n. 272 / 2001. Somos Todos Vira-latas – pag. 27
19.Revista ULTIMATO n. 272 / 2001. Somos Todos Vira-latas – pag. 27
20.Revista ULTIMATO n. 272 / 2001. Somos Todos Vira-latas – pag. 27
21 Revista VEJA, 30 de Novembro de 1994. Comportamento humano – pag.
5-10
22.FITCH, William ( 1984 ). Deus e o Mal – pag. 22. São Paulo - SP,
Publicações Evangélicas Selecionadas.
23.FITCH, William ( 1984 ). Deus e o Mal – pag. 27. São Paulo - SP,
Publicações Evangélicas Selecionadas.
24.DAGG, John L. ( 1989 ) . Manual de Teologia – pag. 122. São José
dos Campos - SP, Editora Fiel.
25.DAGG, John L. ( 1989 ) . Manual de Teologia – pag. 122. São José
dos Campos - SP, Editora Fiel.
26.Revista TUDO, 17 de Maio / 2002. Saúde: As armas certas para
vencer os males da alma – pag. 26 e 28.
27.OLIVEIRA, Raimundo ( 1987 ). As Grandes Doutrinas da Bíblia –
pag.173. Rio de Janeiro - RJ, CPAD
28.CLARK, David S. ( 1988 ).Compêndio de Teologia sistemática –
pag.221.São Paulo-SP, Casa Editora Presbiteriana.
29.GEORGE, Timothy ( 1994 }. Teologia dos Reformadores – pag 213 .
São Paulo - SP, Edições Vida Nova.
30.Revista ULTIMATO n. 269 / 2001. Plástica no Caráter – pag. 18
31.Revista ULTIMATO n. 269 / 2001. Plástica no Caráter – pag. 18
32.Revista ULTIMATO n. 271 / 2001. A Força do sexo – pag. 19
33.Revista SUPER INTERRESSANTE, Maio / 2002. Inocência Roubada –
pag.40
34.Revista SUPER INTERRESSANTE, Maio / 2002. Inocência Roubada –
pag.42 e 44.
35.Revista ULTIMATO n. 269 / 2001. Denúncias – pag. 20
36.CLARK, David S. ( 1988 ).Compêndio de Teologia sistemática –
pag.233.São Paulo-SP, Casa Editora Presbiteriana.
37.Revista ULTIMATO n. 271 / 2001. Números – pag. 18
38 Revista VEJA, 26 de Dezembro de 2001. Que Mundo Surgiu da Tragédia
que Inaugurou o Século – pag. 66 à 184
39.RODRIGUES, Ricardo Gondim ( 1989 ).Mensagem pregada por ocasião da
Segunda Conferência Missionária do Betel brasileiro: Os Perigos e
Desafios da Igreja na virada Século. João Pessoa – PB.
40.DAGG, John L. ( 1989 ) . Manual de Teologia – pag. 127. São José
dos Campos - SP, Editora Fiel.
41.CLARK, David S. ( 1988 ).Compêndio de Teologia sistemática –
pag.222.São Paulo-SP, Casa Editora Presbiteriana.
42.Revista SUPER INTERRESSANTE, Fevereiro / 2002. Morte – pag.38
e 39.
43.Revista ULTIMATO n. 260 / 1999. Seis bilhões de pecadores – pag.
37
44.D`ARAUJO FILHO, Caio Fábio ( 1983 ). Viver: Desespero ou
Esperança ? – pag.21. São Paulo - SP, Mundo Cristão.
45.D`ARAUJO FILHO, Caio Fábio ( 1989 ). Resposta à Calamidade –
pag.47. Rio de Janeiro - RJ, Mundo Cristão
46.D`ARAUJO FILHO, Caio Fábio ( 1983 ). Viver: Desespero ou
Esperança ? – pag.67. São Paulo - SP, Mundo Cristão.
47.MORRIS, Henry M. , ( 1985 ). O Enigma das Origens; a resposta –
pag. 25. São Diego - Califórnia, Editora Origens Associação
Brasileira de Pesquisa da Criação.
48.Revista ULTIMATO n. 272 / 2001. Os Sofrimentos da vida presente –
pag. 28
49.Revista SUPER INTERRESSANTE, Fevereiro / 2002. O que está
havendo com o clima ? – pag.46 e 49
50.Revista ULTIMATO n. 260 / 1999. Deus, A Terra E O Homem – pag. 35
51.ROY, Michel ( 1999 ). O Futuro Predito – pag. 18. São Paulo - SP,
Aurora Pruduction, LTDA.
52.ROY, Michel ( 1999 ). O Futuro Predito – pag. 21. São Paulo - SP,
Aurora Pruduction, LTDA.
53.Revista ULTIMATO n. 269 / 2001. O Aperto atual e a vastidão
futura – pag. 6
54.BOLTON, Samuel ; VINCENT, Nathaniel ; WATSON, Thomas (editado por
Don Kistler em 1990 ). Os Puritanos e a Conversão – pag. 26. São
Paulo-SP, PES.
55.BOLTON, Samuel ; VINCENT, Nathaniel ; WATSON, Thomas (editado por
Don Kistler em 1990 ). Os Puritanos e a Conversão – pag. 26. São
Paulo-SP, PES.
56.BOLTON, Samuel ; VINCENT, Nathaniel ; WATSON, Thomas (editado por
Don Kistler em 1990 ). Os Puritanos e a Conversão – pag. 20,21,32,33.
São Paulo-SP, PES.
57.BOLTON, Samuel ; VINCENT, Nathaniel ; WATSON, Thomas (editado por
Don Kistler em 1990 ). Os Puritanos e a Conversão – pag. 66 e 68. São
Paulo-SP, PES.
58.BOLTON, Samuel ; VINCENT, Nathaniel ; WATSON, Thomas (editado por
Don Kistler em 1990 ). Os Puritanos e a Conversão – pag. 49 e 50. São
Paulo-SP, PES

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A doutrina do pecado

  • 1. A Doutrina do Pecado abordagem desse assunto é essencial para compreendermos com profundidade o principal tema da mensagem cristã – a nossa redenção por meio de Cristo. Somente entendendo a natureza e a extensão da pecaminosidade e da miserabilidade humana, é que de fato atentaremos com discernimento e clareza para a importância daquilo que Jesus Cristo realizou por nós mediante sua morte e ressurreição. Em seu comentário sobre Isaías 53, João Calvino expressou isso da seguinte forma: "Pois, a menos que percebamos nossa própria miséria indefesa, nunca saberemos o quanto precisamos do remédio que Cristo traz, nem viremos a ele com amor ardoroso que lhe devemos (...) Para conhecer a verdadeira essência de Cristo, deve cada um de nós examinar-se cuidadosamente, e cada um deve saber-se condenado até ser vindicado por Cristo. Ninguém está isento . O profeta inclui a todos. Se Cristo não tivesse trazido ajuda, toda a raça humana pereceria." [ 1 ] Diante disso é que propomos o estudo daquilo que é a raiz de todos os males, ou melhor, daquilo que somos essencialmente – pecado. A luz das Sagradas Escrituras e de forma que possamos nos desnudar de toda auto justiça e auto piedade, adentremos nesse assunto tão indesejável, mas tão imprescindível para todos nós.  Definição de Pecado O que é pecado ? Uma pergunta pertinente , que tem sido distorcida e mal compreendida. A filosofia o vê apenas como um mal abstrato que interfere na perfeição ou felicidade do ser, quer seja físico ou metafísico. A ciência o concebe apenas como reminiscência de um passado animal. A jurisprudência o restringe somente ao crime. A educação limita-o a ignorância. A sociologia fecha a questão no egoísmo. E a psicologia moderna entende o pecado apenas como subproduto dos condicionamentos das pressões sociais, culturais, familiares e religiosas. Entretanto, é a Bíblia que nos traz a definição verdadeira e completa acerca do pecado. Ela o define como qualquer falta de conformidade com a lei moral de Deus. Não é possível dar uma definição mais sucinta do pecado que esta: Oposição direta a Deus. O português bem como o inglês, lutam com dificuldade na tradução de uma palavra hebraica por uma só palavra que dê o sentido exato em nosso vernáculo. A classificação das palavras hebraicas no Velho Testamento, em grupos de acordo com o seu sentido geral, facilita a explicação da natureza das várias formas do pecado. Ai vão algumas delas: 1 - Hata` (verbo); errar o alvo ou desviar do caminho reto. 2 - Rasha` (verbo); ímpio, culpado e pecaminoso. Descreve o caráter formado pela pratica do pecado, atingindo o estado moral do homem. 3 - Pasha ` (verbo) e Pesha` (substantivo); rebelar-se e revoltar-se. Descreve mais perfeitamente a natureza do pecado e do pecador. 4 - Ra ` e Roa `(substantivos); malvadeza ,vileza e miséria. Palavras que descrevem a perversidade da natureza humana. No Novo Testamento, a palavra mais comum para descrever o pecado é "Hamartia": transgredir, praticar más obras e pecar contra Deus. João Calvino, mais uma vez, define e resume muito bem o conceito de pecado, como sendo "a hereditária depravação e corrupção de nossa
  • 2. natureza, difundida por todas as partes da alma, que, em primeiro lugar,[nos] faz condenáveis à ira de Deus; e em segundo lugar, também produz em nós [aquelas] obras que a Escritura chama de `obras da carne'." [ 2 ]  As Evidências Extra Bíblicas do Pecado 1. PROVADO PELAS RELIGIÕES. Entre todos os povos, em qualquer espécie de religião, encontramos a idéia de culpabilidade e debito para com um Ser Supremo. Há um sentimento generalizado em todas as religiões de que os deuses estão ofendidos e que alguma coisa precisa ser feita para apaziguá-los. Os altares banhados de sangue, os rituais freqüentes, as penitências praticadas, as confissões de agravo que são feitas, enfim, tudo isso acaba autenticando a realidade do pecado e sua gravidade. O historiador Plutarco fala de olhos encharcados de lágrimas, de caras pálidas e tristes que ele via junto aos altares públicos. E que via os homens revolvendo-se em acenos e fazendo outras coisas semelhantes em suas confissões de pecado. Disse também que via entre as pessoas um sentimento de culpa impossível de quitar. 2 . PROVADO PELA LITERATURA . A mesma evidência da realidade do pecado encontramos na literatura. Todos os grandes heróis da literatura foram pessoas imperfeitas, débeis e depravadas. A grande parte da literatura antiga e moderna é composta por tragédia, maldade e perversões. Desde o livro "Romance de dois irmãos" até "As tristezas de satanás". Desde "A Marquesa de santos" , "As Maluquices do Imperador" , até "As confissões de Santo Agostinho" , podemos ver a incontestabilidade do pecado. Machado de Assis em seu livro Memórias Póstumas de Brás Cuba, revela a pecaminosidade inata do ser humano, quando de maneira irônica e mordaz fala de uma sociedade em que as instituições se baseiam na hipocrisia. O casamento, o adultério, os comportamentos individuais e sociais não escapam a sua visão aguda e implacável da pervertida natureza humana. Marguerite Duras, famosa escritora francesa, revela no romance "O Amante" – escrito em 1984, todo o extinto pedófilo dos homens mais velhos, quando a personagem principal do livro, uma adolescente, pisava distraída o chão das ruas. Vale ressaltar que ela se baseia na própria experiência vivida na década de 30, na qual, sendo ainda adolescente, viveu um tórrido romance com um abastado comerciante chinês de Saigon, no Vietnã. O romance Lolita ( que inspirou a mine serie Presença de Anita ), do escritor russo Vladimir Nabokov, lançado em 1955, escandalizou o mundo ao contar a história do romance de uma sensual adolescente com o seu padrasto, muito mais velho do que ela. Nesse mesmo romance, Nabokov cunhou a palavra "ninfeta" para garotas cuja idade vai de 9 a 14 anos e que enfeitiçam os homens com sua natureza "nínfica" (demoníaca ).
  • 3. Me faltaria espaço nassa apostila para falar de todas as perversões, infidelidade, taras e relações incestuosas – nas quais pais iniciavam sexualmente as filhas e mães deitavam com o caçula – relatadas nas peças teatrais do dramaturgo brasileiro Nelson Rodrigues. ; das safadezas, sensualidade, hipocrisia, injustiças sociais e opressões espirituais relatadas nos livros de Jorge Amado. "Em todos os seus livros, Hermam Melville tem uma idéia fixa: a compreensão do mal como doença da natureza humana." (comentário da revista Época sobre o autor de Moby Dick..) [ 3 ] "A mente humana é muito mais perversa do que se supõe: A qualquer instante pode irromper o irracional, com conseqüências desastrosas. Essas divisões internas, esses monstros que todo mundo guarda dentro, tornaram-se o assunto dominante dos romances de Dostoievski." ( comentário da revista Veja sobre o escritor russo Dostoievski.) [ 4 ] 3 . PROVADO PELA ARTE . O cinema, por exemplo, nos mostra a realidade do pecado estampado na sua tela através dos dramas, romances, suspense, ação e até comédia. O jornal O Globo de 93, emitiu uma nota sobre o filme A Lista de Schingley, dizendo o seguinte: " não é um filme sobre judeus bons e alemães maus, mas sim, sobre a natureza humana ." O Crepúsculo dos Deuses, obra-prima do diretor Billy Wilder, foi um dos maiores filmes de todos os tempos, e retrata justamente a decadência e a hipocrisia que se escondem por trás do esmalte da fama dos artista de Hollywood. Bernard Berenson ( 1865 – 1959), o maior perito em arte renascentista no seu tempo, formado em Havard, tinha o seguinte conceito a respeito da arte moderna: " ... a pintura moderna de figuras não se baseia normalmente na visão, na observação, mas na irritação e na suposição preconcebida de que o sujo, o sórdido, o violento, o bestial, o infortúnio, enfim ... as coisas baixas eram a única realidade!" [ 5 ] Gaughin ( 1848 – 1903), procurando a verdade universal e o sentido da vida, foi ao Taiti e lá defendeu a idéia da nobreza do selvagem. Segundo ele, o selvagem deveria ser o retorno à inocência perdida pela a humanidade. Passou, então, a pintar a natureza selvagem como a volta ao elo perdido. [ 6 ] Picasso ( 1881 – 1973 ), em seu grande quadro Les Demoiselles d'Avignon, retrata muito bem a maldade embutida na natureza humana, quando pintou mulheres que vista por outro angulo transformavam-se em seres demoníacos. [ 7 ] 4 . PROVADO PELAS LEIS DE REPRESSÃO. Todo o governo humano, leis civis, constituições, contratos e regulamentos, existem porque não conseguimos manter nossas disputas e compromissos com honestidade, sem que sejamos de alguma forma obrigados e comprometidos por elas. Somente uma sociedade perfeita poderia dispensar as leis, contratos e regulamentos. Como não existe ( ainda ) uma sociedade assim, fica comprovado a universalidade do pecado pela necessidade das leis de repressão . E mesmo com todo esse aparato de leis que protegem os contratos e as negociações, o numero de folhas de cheque sem fundo no Brasil em 2001 foi de 123.500.000. Isso eqüivale a 57,6 bilhões de reais. [ 8] A revista Nova, junho de 1996, traz uma matéria cujo o titulo
  • 4. é "Romance no escritório na era do assedio sexual". Nela é mencionada uma pesquisa feita pela EEDC – agência federal que fiscaliza o direito de igualdade no emprego – na qual constatou-se 12.000 queixas de assédios sexual por ano. 90 % das 500 maiores empresas norte americanas já enfrentaram denuncias de assedio sexual. Tudo isso num país em que tal pratica é enquadrada no código penal, pelo qual supostamente passaria a coibi-la. No entanto, o índice de assedio é alarmante e crescente, até mesmo entre as personalidades da nação, como o juiz da suprema corte, Clarense Thomas; o ex.- senador Bob Packwood e até o ex.- presidente Bill Clinton. [ 9 ] 5 .PROVADO PELA OBSERVAÇÃO DO COMPORTAMENTO HUMANO. Ainda que muitos contestem e neguem a posição bíblica quanto a origem do pecado, no entanto, todos são unanimes no que diz respeito a existência do mesmo. A simples observação é suficiente para comprovar o fato incontestável do vírus da pecaminosidade humana. Ao observar nossa história logo percebemos o rastro do pecado; desde a rebelião de Adão e Eva , passando pela inveja e homicídio de Caim, chegando aos nossos dias com o terrorismo, os seqüestros, os sociopatas, as injustiças sociais e a pedofilia. A revista Super interessante de abril / 2002, entrevistou vários especialistas e estudiosos a respeito do instinto violento que há em todos nós, e que em Alguns é manifestado de maneira fria e insensível – os chamados sociopatas ou psicopatas. "Quanto mais execramos esses criminosos, mais nos sentimos diferentes deles, como um exorcista que, diante do demônio, fortalece a sua fé. É uma defesa natural para negar o potencial de violência que há em todos nós," diz o psicanalista William César Castilho Pereira, professor de psicologia da PUC de Minas Gerais. "Assim como em outros animais, a violência faz parte do ser humano," diz Márcia Regina da Costa, professora de Antropologia da PUC de São Paulo, especialista em violência Urbana de gangues. Ela também afirma que esse potencial pode variar de um comportamento agressivo no transito, uma briga de torcida, até um assassinato. "A violência é como uma espécie de arquivo de computador não executável. Dependendo do estimulo, ela entra em ação e os resultados podem ser inesperados," comenta, ainda, a antropóloga. "São atos que não podem ser simplificados como tendo origem na pobreza, na ignorância, ou num momento de descontrole," diz o psiquiatra americano Jonathan Picus, autor do livro Base Istincts – What Makes killers kill ( Instintos básicos – O que faz matadores matarem, inédito no Brasil ). "No artigo `O mal-estar da civilização,' publicado em 1930, Sigmund Freud, descreveu pela primeira vez o conflito existente entre nossos impulsos animais, e a repressão desses impulsos pela vida em sociedade. A força resultante desse embate é a culpa," diz o articulista da Super, Rodrigo Cavalcante. [ 10 ] Uma outra matéria da Super Interessante de Maio / 2002, aborda a questão do comportamento vivido nos estádios de futebol . Atitudes reprimidas no dia a dia são liberadas como uma válvula de escape da vida regrada vivida na sociedade. "O estádio é um dos espaços reservado pela sociedade para vivermos emoções que, fora dele, não são socialmente aceitas," diz a antropóloga márcia Regina da costa, da PUC de São Paulo. Os palavrões, a violência, o desrespeito as autoridades ( juizes e bandeirinhas ), o ódio e a satisfação com o fracasso do adversário – comportamentos que ninguém vive em casa, no trabalho ou em qualquer outro ambiente social – são freqüentes e
  • 5. naturalmente aceitos. Esse tipo de conduta que é reprovável para o indivíduo, encontra plena aceitação nos estádios de futebol porque a pessoa se identifica com a massa. " O grupo dá proteção ao indivíduo .... suficiente para o sujeito não Ter que obedecer às regras que valem para alguém isolado," diz o psicólogo social Odair Furtado. Segundo o pai da psicanálise, Sigmund Freud, a cultura é uma forma de repressão dos desejos por meio das regras. Quando o sujeito está imerso na massa, ocorria o "retorno do reprimido," em que se podem quebrar as regras. Em outras palavras, imerso na massa o torcedor, dentro ou fora do estádio, encontra uma licença de comportamento que não há em outro lugar. O escritor e jornalista americano Bill Buford conviveu quatros anos com torcedores ingleses, conhecidos como hooligans, para tentar conhecer seu comportamento violento. Em certos momentos, sentiu como se fosse um deles. Seu relato: "A civilização é como uma barreira entre mim e algo que não conheço ou não compreendo. Sinto-me atraído pelos momentos que isso desaparece, ainda que por um instante fugaz. Não conheço excitação maior. É ali ,no limiar de uma experiência anti- social, incivilizada, que você encontra as experiências exaltadas que, por seu risco, sua intensidade, reduzem a autoconsciência a cinzas, bloqueiam nosso sentido do pessoal. Essas experiências são escassas: êxtase religioso, dor, drogas e violência. Ou integrar uma multidão." [ 11 ] Seja o futebol, o boxe, gladiadores na arena, ou outras formas agressivas de "lazer civilizado," se constituem uma maquiagem de decoro para nossas emoções e impulsos violentos, desequilibrados, rebeldes e perversos, que são reprimidos para viabilizar o convívio social. Para terminar esse tópico quero citar algumas frases de notáveis estudiosos e observadores do comportamento humano, com relação a perversidade da natureza humana. "Somos todos perversos. O que mais um reprova no outro, ele achará no seu próprio peito. Vivemos entre perversos, sendo nós mesmos perversos." ( Senêca – orador romano e conselheiro do imperador Nero ) [ 12 ] " Vejo o que é melhor e aprovo; contudo, faço o que é pior." ( Ovídio – filosofo grego que viveu décadas antes de Cristo ). [ 13 ] "Cada um sabe de si mesmo o que não ousaria contar ao seu mais intimo amigo." ( Samuel Johnson – moralista Inglês que escreveu em 1749 ` A vaidade dos desejos humanos' ) [ 14 ] "Não vejo falta cometida que eu mesmo não tenha cometido." ( J.W.Goethe - poeta alemão) [15] "O mal não vem do exterior, nós o carregamos dentro de nós." ( Jean François Mattei – filosofo francês, autor de `A barbárie' ). [ 16 ] "O mundo não é ruim, só é muito mal freqüentado".( Luís Fernando Veríssimo – escritor ) [ 17 ] " O ser humano é mau por natureza." ( Hosmany Ramos – ex-cirugião plástico, agora recolhido a prisão por tráfico de drogas, homicídio e seqüestro). [ 18 ] " O mal como o bem, faz parte da condição humana. Antes de combater o mal nos demais, cada um deve combatê-lo no interior de si mesmo." ( Vilosov Stevanovic – escritor Sérvio) [ 19 ] " Em todo homem há um leão adormecido e acorda-lo é só uma questão de oportunidade." (Álvaro Mayrink da Costa – juiz brasileiro renomado). [ 20 ] "O espirito do homem é porco. Por ali passam desejos de todas as matizes, que são os mais cruéis e terríveis. O mais generoso dos
  • 6. homens, já deve Ter desejado a morte de uns cem (......) qualquer um de nós tem instintos homicidas. Se cada um pensar melhor, verá que não é impossível amanhã ser o agente do crime que hoje reprova." ( Valdir Troncoso Peres – famoso criminalista) [21]  As Evidências Bíblicas do Pecado. De Gênesis a Apocalipse, as Escrituras Sagradas falam na questão do pecado como algo real, latente e destruidor, ( Gn 3.1-24 ; Jr 17.9 ; Sl 14.3 ; Is 53. 6 ; Rm. 3.9 ; 1 Jo 1.8,10 ; Mc 7.20-23 ; Rm. 7.14-25 ; Ef 2.1,2 ; Pv 4.23 ; Gl 5.19-21 ; Tg 1.13-15 ; 1 Pe. 1.18- 19 ; Ap. 21.8 ).  A Natureza Do Pecado E Sua Entrada Na História Essa é a mais dolorosa e dramática história que a humanidade já vivenciou. E nesse drama não somos apenas espectadores, mas participantes e cúmplice. Sobre isso diz João Calvino: "A Adão foi proibida a arvore do conhecimento do bem e mal para testar a sua obediência e provar que ele estava, voluntariamente, sob as ordens de Deus. O próprio nome da arvore mostra que o único propósito do preceito era mantê-lo contente com seu quinhão e impedir que se ensoberbecesse com ímpia cobiça. Mas, a promessa pela qual ele foi impelido a esperar vida eterna tão logo se alimentasse da arvore da vida, inversamente, a terrível ameaça de morte, uma vez que provasse da arvore do conhecimento do bem e do mal, serviriam para provar e exercitar a sua fé. Daí, não é difícil deduzir porque meios Adão atraiu sobre si a ira de Deus. De fato, Agostinho fala acertadamente quando declara que o orgulho foi o principio de todos os males, pois se a ambição não tivesse elevado o homem acima do que era próprio, é certo que ele poderia Ter permanecido em seu estado original." [ 22 ] Moisés o escritor sagrado do livro de Gênesis, faz a seguinte narração: "E o Senhor Deus fez brotar da terra a arvore agradável à vista e boa para a comida, bem como a arvore da vida no meio do jardim, e a arvore do conhecimento do bem e do mal." ( Gn 2.9 ) Várias vezes, lemos a palavra "bom", é uma das frases repetidas da pagina inicial da bíblia. Porém nos deparamos com outra coisa – "a arvore da ciência do bem e do mal." Está ai somente no sentido potencial e não existente em si mesmo, ela cresce no meio da boa criação; e, ademais na narrativa do capitulo dois, lemos: "De toda arvore do jardim comerás livremente, mas da arvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás, porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás." (Gn 2.16,17 ) Filosofia ? Poesia ? Ou profecia ? É tudo isso. Para atingir um auditório tão universal e heterogêneo; desde um adulto formado à criança mais ingênua, desde o mais humilde camponês até a mais brilhante mente do século, houve necessidade do relato ter sido constituído dessa forma. Verdade ao mesmo tempo simbólica e, no entanto, histórica; dramaticamente simplificada e, contudo, psicologicamente mais profunda do que a mente de nenhuma geração pôde entender. Linguagem simples, ensino lúcido e profundo na sua penetração psicológica. C. S. Lewis, referindo-se ao registro de Gênesis 2,3, teceu o seguinte comentário: "Presumo que o Espirito Santo não teria permitido que a
  • 7. história da arvore do conhecimento do bem e do mal, crescesse na igreja e obtivesse a aprovação de grandes doutores, a não ser que ela fosse também verdadeira e útil, até o ponto que foi" [ 23 ] Muitos encontram dificuldades pelo fato do teste de obediência que foi colocado diante do homem ter tido uma enorme repercussão, sendo algo tão pequeno ( o fruto proibido). Porém, nos esquecemos que até no mundo físico as pequenas coisas podem ter desdobramentos gigantescos. A cisão de um átomo, por exemplo, provoca uma reação em cadeia que chega ser devastadora – a energia atômica. Em termos espirituais, também há conseqüências terríveis pela desobediência do menor principio espiritual. Desobedecer dentro dos limites de Adão e Eva, foi tão tirano como se tivessem tentado destronizar Deus. Pois aquele que desobedece a Ele no menor principio que seja, está de fato rejeitando o Seu reinado. A simples desobediência do primeiro casal na questão do fruto proibido, demostrou na verdade que eles não estavam disposto a se submeter ao governo divino, e que se tivessem condições tentariam depor Deus do trono. A utilidade de cada arvore podemos ver inferida nos respectivos nomes que lhe foram atribuídas: A arvore da vida, cujos frutos não foram proibidos, assegurava a imortalidade, ou seja, a isenção da penalidade da aliança; a arvore do conhecimento do bem e do mal fora designada para um propósito diferente e proibido o seu fruto. Enquanto se abstivessem do fruto proibido, admitiriam sua incapacidade para destinguir entre o bem e o mal, e dependeriam da orientação da infinita sabedoria de Deus. Em abstendo-se, reconheciam as prerrogativas divinas para decidir o que era bom ou mal. A arvore da vida, símbolo do favor divino ; a outra arvore, símbolo da prerrogativa divina. Contudo, a proximidade da arvore proibida relembrava, permanentemente, ao casal sob provação, que o favor de Deus podia ser desfrutado apenas se fosse respeitado a Sua prerrogativa. Esse símbolo de autoridade encontrava-se bem no meio do jardim para relembrar-lhe o privilégio que tinham de comer todos os frutos agradáveis, pela permissão do Supremo Senhor, e que o desfrutar dos bens materiais devia ser regulados pela decisão de Deus, cuja prerrogativa era conhecer o bem e o mal. Deus colocou diante do homem duas coisas boas: a arvore da vida e arvore do conhecimento do bem e do mal, e não uma coisa boa e outra má, como pensam Alguns. Ele proibiu o comer da arvore não porque ela era má, mas porque ele queria fazer um simples teste de obediência no que diz respeito a sua vontade acatada pelo homem. Teófilo de Alexandria, um dos pais da igreja, foi quem disse: "A arvore do conhecimento era boa em si mesma e o seu fruto era bom, pois não era a arvore , como pensam alguns, mas sim a desobediência que traria a morte." [ 24 ] Em Gênesis 3, podemos resumir a tentação do primeiro casal pelo diabo, dessa maneira: "Fê-lo desejar o que Deus havia proibido, saber o que Deus não havia revelado e ser o que Deus não tivera a intenção que fosse."[ 25 ] Estabelecendo a essência do pecado de nossos primeiros pais, temos o seguinte: 1- Não confiaram na bondade de Deus; 2- Acreditaram na mentira de satanás; 3- Cederam ao apetite físico; 4- Se submeteram a um desejo excessivo pelo belo; 5- Cobiçaram uma sabedoria que não era a intenção de Deus que tivessem. Portanto, o primeiro pecado foi o desejo do coração em escolher seus próprios interesses ao invés dos interesses de Deus. O ato publico simplesmente expressou o pecado que já havia acontecido no coração. Nessa transgressão, podemos ver não somente o desejo por uma fruta
  • 8. agradável, mas o desejo de isenção da dependência de Deus nas suas decisões como regra de conduta. "Arvore desejável para dá entendimento," ( Gn. 3.6 ), isto é, para ser independente da sabedoria divina. Essa foi a natureza da primeira transgressão: Rejeitou a autoridade de Deus, usurpou a sua prerrogativa e deixou a suas mentes ao domínio do desejo natural. As Conseqüências do Pecado Original Ao primeiro casal foi conferido os privilégios e as responsabilidades da representação federal da raça humana. Eles tinham o poder de dar um destino feliz ou infeliz a história humana, assim como um presidente da republica representa toda uma nação, podendo leva-la ao progresso ou ao caos. Só que no caso de Adão e Eva, com conseqüências bem maiores. Os desdobramentos seriam não só em termos sociais, mas também, em termos morais, físicos e espirituais. O fato é que nossos representantes legais fracassaram e as conseqüências disso foram avassaladoras para todos nós. Passamos agora citar as principais, das quais se originaram todas as outras. 1. O EFEITO DO PECADO NO RELACIONAMENTO DO SER HUMANO COM DEUS O relacionamento harmonioso que proporcionava ao primeiro casal paz com o seu Criador, de repente foi quebrado e o que se segue é vergonha, culpa, depravação total, vazio existencial, conflito com Deus e fuga constante da Sua santa presença. Qual foi o resultado disso para a humanidade ? Morte espiritual ( Ef. 2.1 ; Rm. 5.12 ) Entendemos por morte espiritual a separação do espirito humano de Deus. A criatura humana perdeu o verdadeiro propósito de vida para o qual foi projetada – A comunhão com o Criador. Os desdobramentos dessa morte espiritual são : Crise existencial – Milhares de pessoas todos os dias tentam amenizar esta crise consumindo álcool, drogas, psicotropicos, ou se envolvendo em casos amorosos proibidos e embalos noturnos. Todavia, essas mesmas pessoas são vazias existencialmente e quando colocam a cabeça no travesseiro a noite, essa realidade se torna latente. O Prozac é o antidepressivo mais consumido no mundo. A doença do século é a depressão. "De acordo com a Organização Mundial da Saúde, em 2020 a depressão será a segunda moléstia que mais roubará tempo da vida útil da população. Perderá apenas para as doenças do coração ( ... ) Sem nenhum tratamento preventivo, os médicos dão como certo que vão surgir 2 milhões de novos deprimidos no mundo a cada ano. Só no Brasil, 10 milhões de pessoas sofrem hoje da doença." [ 26 ] O suicídio também é uma marca distinta da crise existencial. Segundo os dados da OMS em um grupo de 100.000 habitantes entre a faixa etária de 15 a 24 anos, 6, 2 % (6 000 ) suicidam-se no Brasil; 22 % ( 20 000 )suicidam-se nos Estados Unidos. .Entre a faixa etária de 25 a 34 anos, o percentual no Brasil é de 9,5 % ( 9.500.00 ) ; nos Estados Unidos é de 24 % ( 24.000 ).E na medida que a faixa etária aumenta, proporcionalmente aumenta também o percentual de suicídios, tendo seu maior índice na faixa etária de 70 anos acima, em 17, 6 (
  • 9. 17.600 ) no Brasil e 57, 9 % (57.200 ) nos Estados Unidos. De fato, a morte espiritual provocou essa insatisfação interior que leva a criatura humana buscar satisfação em tudo, no entanto, sem encontrar realização plena em nada. Ivo Pintanguy, o mais famoso cirurgião plástico do Brasil, que já operou acima de 60 mil pacientes em 40 anos de profissão, admite que alguns dos seus clientes precisam mais de uma orientação psicológica do que uma cirurgia plástica. Ele percebeu que a insatisfação obsessiva com a aparência física, reflete a insatisfação interior. Culpa. É um estado de espirito que leva a pessoa a se sentir merecedora do castigo pela violação da Lei moral. A culpa do pecado original de Adão, como cabeça federal da raça humana, é imputada a todos os seus descendentes. E não é meramente uma questão de ser ou se sentir culpado pelo pecado de outro, mas sim, pelo nosso próprio pecado. Isso porque todos nós, segundo os ensinamentos da Bíblia sagrada, estávamos nos lombos de Adão quando esse pecou – o justo Deus jamais puniria toda a raça humana com a sentença de morte ( física, espiritual e eterna ) se de alguma forma ela não estivesse ali representada em Adão , isto é ; substancialmente e não individualmente. A semente do pecado que carregamos em nossos genes desde o ventre materno, ao florescer, nos leva a autenticar com o nosso próprio comportamento o pecado original, tornando-nos merecedores da culpa imputada. Por mais que a psicologia moderna tente libertar o homem do sentimento de culpa, mais cedo ou mais tarde, esse sentimento aparece de forma intensa e principalmente na hora do leito da morte, quando uma espécie de ajuste de contas invade a consciência do moribundo ; que depara-se com a dura realidade que a vida passou, e ele não se preparou para o além-túmulo. Depravação moral ( Gn. 8.21 ;Sl. 51.5 ; Sl. 58. 3 ; Rm. 3:10-23 ; Mc. 7. 20-23 ) Aquele ato de desobediência de Adão não foi apenas um mal exemplo para a humanidade, mas algo que produziu uma mudança constitucional de natureza, gerando assim impureza e poluição dentro do coração. Isso por sua vez, resultou em um principio corruptor inato. Se Adão obedecesse e passasse no teste ao qual ele foi submetido, se estabeleceria um principio de crescimento espiritual e moral. Essa prova, a qual o primeiro casal foi submetido, tinha como meta o desenvolvimento do ser humano como criatura moral, ou seja, a liberdade de pensar, de escolher, de consciência; e tudo isso com a responsabilidade de seus atos. O pastor Raimundo de Oliveira comenta : " A admoestação de Deus no sentido de que o homem não comesse do fruto da arvore do conhecimento do bem e do mal não tinha o propósito simplesmente proibitivo. Visava, sobretudo, testar a capacidade de obediência do homem, e promover seu crescimento espiritual e moral. Nenhuma autoridade de bom senso estabeleceria leis tendo em mente que elas seriam quebradas, mas sim, obedecidas; contribuindo dessa forma para o bem da sociedade que governa." [ 27 ] A opção de Deus por uma criatura moral livre ( a opção mais amorosa que podia existir ) implicava na possibilidade dessa mesma criatura usar a escolha consciente para optar pelo mal ao invés do bem ; pela própria vontade ao invés da vontade de Deus. Isso por sua vez,
  • 10. resultaria na degradação moral no lugar da evolução moral. E foi justamente o que ocorreu. A parti daí a natureza humana sofreu uma mudança radical. Agora se inclinaria mais para o mal do que para o bem ; mais para a desobediência do que para a obediência ; mais para aquilo que é carnal do que para aquilo que é espiritual ; mais para o terreno do que para o celeste ; mais para o diabo do que para Deus. A extensão da depravação moral atinge o homem como um todo. Todas as suas faculdades mentais, intelectuais, sentimentais, afetivas e vocacionais foram afetadas, levando-as a um constante retrocesso na maldade e a uma ativa oposição a Deus. Vale ressaltar, que a depravação total do homem não quer dizer que ele chegou até o ultimo grau de maldade, não existindo assim nada de bom em alguma área da constituição do seu ser. Absolutamente não! Porque se assim fosse ele seria semelhante aos demônios, não existindo qualquer possibilidade de salvação. De alguma forma a graça de Deus restringiu a depravação no ser humano, para não chegar ao grau que chegou no caso dos demônios. Dessa forma, ainda há esperança de salvação para a criatura humana, como também coisas boas podem brotar dos seus sentimentos, intelecto e vontade. As artes, a poesia, uma vacina contra uma doença, atitudes de cidadania, benevolência e de caridade, comprovam essa verdade. O doutor H. V. Smith, com relação a isso, comenta : "A depravação total nunca quer dizer que os homens são tão maus como podem ser, sem que tenha em sua condição natural certas qualidades amáveis, nem que não tenham virtudes em um sentido limitado. Porém, quer dizer, em primeiro lugar, que a depravação e a condição pecaminosa dos homens afetam todos em seus intelectos, sentimentos, corações e vontades. Em segundo lugar, que cada pessoa não regenerada, algum afeto inferior é supremo. Em terceiro, que cada um deste está destituído do amor de Deus." [ 28 ] João Calvino, que defendeu ardorosamente a depravação e a corrupção do ser humano em toda a extensão do seu ser, admitia que " em relação as coisas de baixo, a natureza humana, graças aos seus dotes naturais, era criativa, perceptiva, capaz de realizações verdadeiramente notáveis ; mas, em relação as coisas do auto, era corrupta, impotente, incapaz de dar o menor passo em direção à sua salvação." [ 29 ] Os desdobramentos da depravação moral são os seguintes : A Perda da semelhança moral com Deus – O projeto do criador era que o homem evoluísse moralmente até se identificar com Ele. No entanto, esse projeto foi interrompido com a queda, e por conseguinte o ser humano tem descido aos mais baixos níveis de degradação moral. Essa deformação de caráter é percebida até por pessoas que não tem entendimento bíblico. Millôr Fernandes, por exemplo, comenta : "só há plástica no rosto, no seio, nas nádegas, na careca e na papada. E nenhum Pitanguy para inventar uma plástica no caráter."[ 30 ] A modelo alemã Claudia Schiffer, uma das mulheres mais lindas do mundo, quando esteve no Brasil em 1996, surpreendeu a todos ao responder à pergunta de um reporte : " se tivesse de escolher entre ser bonita ou rica, o que você preferiria ? " A moça que além de tudo é muito rica ( dois anos antes havia faturado 5,3 milhões de dólares ) , simplesmente respondeu : " Acho que preferiria cuidar da beleza interior. É alguma coisa para sempre. Não termina , como o dinheiro e a beleza externa. A beleza interna faz diferença. Alguém com personalidade, caráter e integridade, torna-se mais atraente. Muitas pessoas aparentemente bonitas revelam, depois de algum tempo, não ter
  • 11. caráter – e, consequentemente, deixam de ser tão bonitas como achávamos antes." [ 31 ] A decadência moral é notória. As revistas Época, Isto é, Super Interessante, Veja, Nwsweek, Time, Christianity Today e o jornal do Brasil, apresentaram os seguintes dados sobre a depravação moral : "Na África do Sul são registrado 50 mil estupros por ano. São 116 ocorrências por grupo de 100 mil pessoas." "Técnicos da telecom. revelam que os parlamentares da câmara de deputados da Colômbia gastam 23 mil dólares por mês com serviços de disque-Sex." "Na Europa há 75 mil brasileiras que trabalham como prostitutas." "De novembro de 1999 a fevereiro de 2001, 28 milhões de pessoas acessaram os sites pornográficos ( mais de 40 acessos por segundos )." " Estima-se que o mercado da pedofilia, em ação nos Estados Unidos e no Leste europeu, fature 5 bilhões de dólares anuais. Digites as palavras-chave "teen nude" no Google, um dos programas de busca na Web, e você obterá nada menos que 596.000 sites que vendem o erotismo infantil." "A cada hora são realizados 5.708 abortos ao redor do mundo ( 50 milhões por ano). Só no Brasil, são 160 por hora ou 1,4 milhão por ano." "trinta mil mulheres exercem legalmente a profissão de prostituta na Holanda ( quase uma prostituta por cada quilometro quadrado )." "Há 1.600 Estrelas de pornô na cidade de Los Angeles, EUA." "Em Buenos Aires, há 11 mil prostitutas sob o guarda-chuva da associação de meretrizes da Argentina." "Na década de 80, 20 % dos então 57 mil padres católicos dos Estados Unidos erram homossexuais. Destes, a metade praticava o homossexualismo ( cerca de 5. 700 )." " Há pastores, pastoras e leigos protestantes envolvidos com pornografia via Internet nos Estados Unidos." "Há cada ano, 2 milhões de meninas de 5 a 15 anos entram para prostituição." "Com a legalização do casamento civil de homossexuais a partir de 1 de Abril de 2001, 4 mil duplas do mesmo sexo pretendem se casar na Holanda." "O numero de adolescentes brasileiras entre 15 a 19 anos que deverão dar à luz este ano ( 2001 ) é de 800 mil – o dobro em relação à década de 80."[32] Não há como negar, a decadência moral é algo irrefutável, incontestável e inegável. Não é alguma coisa esporádica, mas é uma mania, uma tendência, uma índole e uma inclinação. Profissionais bem sucedidos, bem casados, bem conceituados, respeitáveis, de repente, manifestam desejos e hábitos pervertidos e inaceitáveis até mesmo para aqueles que não são religiosos. A pedofilia é um exemplo disso. Temos visto nos telejornais e revistas, casos que envolvem professores, médicos, radialistas, padres, ou seja, pessoas instruídas e que até então tinham uma reputação acima de qualquer suspeita. A revista Época do dia 21 de janeiro de 2002, traz uma matéria de capa sobre a pedofilia na igreja. Clérigos do Brasil e do mundo inteiro, envolvidos em escândalos de abuso sexual com menores. No final de Março de 2002, os noticiários alardearam as praticas de pedofilia envolvendo um conceituadíssimo médico do Brasil – Eugênio Chipkvitch. A famosa cantora mexicana Glória Trevi, está detida no Brasil há mais de 20 meses por aliciamento de menores no trafico da prostituição infantil. No inicio de Abril de 2002, um radialista do Ceará, um outro de Minas Gerais e um professor do Rio de Janeiro foram acusados de prostituição infantil. Na matéria da Super Interessante de Maio, vemos que tanto a OMS como a Psicanálise, definem a pedofilia não como una doença, mas como uma perversão sexual. O psiquiatra francês entrevistado, especializado em pedofilia, Patrick Duaigre, defende a existência de dois tipos de pedofilia : "a de situação e preferencial. A primeira talvez seja o
  • 12. tipo mais difícil de detectar. Alguns adultos, principalmente homens, atacam crianças sem, no entanto, se sentirem excitadas com elas. Na maior parte dos casos são atos isolados e que, muitas vezes, não irão se repetir no futuro." De acordo com os especialistas, como o psicólogo David L Burton – especialista em agressão infantil da universidade de Michigan e membro do conselho diretivo da Associação Para Tratamento de Abusos Sexuais, nos Estados Unidos – cerca de 80 % dos casos de abuso sexual de crianças ocorrem na intimidade do lar: pais, tios e padrastos são os principais agressores. Uma estatística levantada pelo Laboratório do Estudo da Criança ( Lacri ) da Universidade de São Paulo ( USP ), registra 1.723 casos de violência sexual contra menores no âmbito domestico, durante o ano de 2001. Isso no que diz respeito apenas aqueles episódios que chegaram às instancias oficiais, como as varas de famílias. "os casos são muito mais numerosos do que nós sabemos", diz a coordenadora do Lacri, a professora de psicologia da USP Maria Amélia Azevedo. [ 33 ] A matéria também nos mostra que esse tipo de perversão está presente em todas as culturas e épocas. Desde a antiga Grécia, onde rapazes eram iniciados na vida sexual por homens mais velhos( por causa desse costume foi criado o termo efebo ) ; passando pela idade média, na qual havia uma verdadeira obsessão dos homens maduros por meninas que mal atingiam a puberdade; chegando aos dias atuais, nos quais podemos constatar que a idade ideal para contrair matrimônio em 450 culturas é entre 12 e 15 anos. A religião não fica de fora. Maomé, fundador do Islamismo, tinha 53 anos quando desposou uma de suas mulheres, Aixa de apenas 08 anos de idade. Em alguns mosteiros budista no Tibete, até hoje sobrevive uma tradição de novatos dormirem com monges mais experientes. No hinduísmo antigo, a casta dos Nayar estimulava experiências sexuais de meninas, antes da primeira menstruação. No catolicismo, os casos de pedofilia envolvendo sacerdotes vieram a publico de maneira acintosa. .Os meios de comunicação também nos cercam com imagens que nos tornam presas – muitas vezes inconscientes – do poder libidinoso da infância e da puberdade. "experimente ligar a TV, folhear uma revista, acessar a Internet; lá estão Xuxa e seus baixinhos, Sandy, Britney Speaars, desfiles de moda com a beleza evanescente de efebos e ninfetas de 13 anos ( .... ) ao lado de impor a lei, deveríamos olhar para o que está passando na TV e o que sai nas revistas, e perceber que provavelmente estamos há bastante tempo fomentando o erotismo infantil. Mesmo sem consciência disso." Na Internet são 596 000 sites que vendem o pornografia infantil. Um dos psicanalista mais respeitados na atualidade, o belga Serge André, faz a chocante, mas verdadeira afirmação: "somos todos um pouco pedófilos." [ 34 ] Essa perda de semelhança moral com o Criador pode ser comprovada não apenas por meio da perversão sexual, mas também, pela falta de integridade e honestidade por parte das pessoas de um modo geral. O senador Pedro Simon, disse com muita propriedade : "O povo brasileiro não é mais corrupto que o americano, o francês ou japonês. A diferença é que em outros países existe punição." [ 35 ] A destituição do amor supremo a Deus, substituindo-o por afetos inferiores – A outra conseqüência catastrófica da depravação moral foi entronizar afetos inferiores no lugar do amor supremo a Deus. O pecado original destituiu o amor ao criador e entronizou o amor a si mesmo. É claro que devemos nos amar, até mesmo porque Jesus disse : "amarás ao teu próximo como a ti mesmo" ( Mt.22.39 b ). No entanto, o amor a si próprio não pode ser colocado hedonisticamente e egoisticamente como o alvo supremo da vida. Quando isso acontece o
  • 13. que temos é corrupção, injustiça social, lares esfacelados, infidelidade, violência, terrorismo, ódio, inveja, cobiça, golpes, traição, disputas mesquinhas e desonestas, enfim, toda a sorte de destruição e miséria. David Clark no seu compêndio de teologia sistemática, nos diz : " O mal não está em que o homem ande de acordo com sua própria vontade ou desejo, mas em que a sua vontade não esteja em harmonia com a vontade de Deus."[36] Por causa do pecado original que substituiu o amor supremo a Deus por afetos inferiores, como o egoísmo, nós vemos, por exemplo, "12.713.819 hectares na Amazônia pertencendo a uma só pessoa – o maior latifundiário do mundo." [37] Enquanto milhões vivem sem terra, sem teto, sem nada. Temos também o terrorismo de massas que eclodiu no Ocidente; mais por causa da concentração de riquezas das super potências, do que meramente por questões ideológicas e religiosas. Pelo menos é essa a análise dos catorzes maiores estudiosos e pensadores do mundo – entre os quais; economistas, políticos, sociólogos, ensaístas, militares e historiadores de oitos países – entrevistados pela revista Veja com relação a onda de terror que inaugurou o novo milênio. [ 38 ] O congresso de lauzanne sintetizou da seguinte forma a situação do mundo no qual vivemos : "imaginemos que a população do mundo fosse condensado do tamanho de uma vila, com uma população de cem pessoas. Nesta vila , 67 das cem pessoas seriam pobres; as outras 33 estariam entre a classe média e os abastados. Do total da população, somente 7 seriam norte-americanos. Os outros 93 observariam os 7 gastarem a metade de todo o dinheiro. Comerem toda a comida e gastarem a metade de toda a energia. Estes teriam dez vezes mais médicos que os outros 93. Nesse ínterim, os 7 continuariam a ganhar cada vez mais e os outros 93, cada vez mais pobres. Pois, para sustentar um norte- americano, gasta-se 56.000.00 de galões de água, 37.000 galões de gasolinas, 5,5 toneladas de carne, 9 toneladas de leite. Os Estados Unidos gastam mais com fertilizantes nos jardins de suas lindas residências do que a Índia com toda sua produção agrícola. Gastam mais energia com ar-condicionado do que toda a china, com uma população seis vezes maior. Vinte e uma nações africanas, ou seja, quase a metade de toda a África, sofrem de deficiência de alimentos. Enquanto mais da metade do planeta morre de fome, de subnutrição ou de doenças tropicais incuráveis, bilhões e bilhões de dólares são gasto com armamento – uma percentagem infinitamente maior que o gasto na ajuda filantrópica mundial." [ 39 ] Será que tudo isso não demonstra a destituição do amor supremo a Deus ? A Bíblia diz : "Se alguém disser: eu amo a Deus e odiar seu irmão é mentiroso, pois aquele que não ama a seu irmão a quem vê, como pode amar a Deus que não pode ver ?" ( 1 Jo.4.20 ). A esse respeito comenta John L. Dagg : "O amor de Deus está destronado dos seus corações; assim faltando esse grandioso principio não existe verdadeira moralidade. A total depravação é a total ausência desse grande principio que deveria controlar e dirigir nossas ações." [ 40 ] 2 . O EFEITO DO PECADO SOBRE OS CORPOS FÍSICOS Dentre os efeitos catastróficos do primeiro pecado, destacamos também, àqueles sobre os corpos físicos. A vulnerabilidade, envelhecimento, adoecimento, decomposição e morte penetraram no nível molecular e psíquico. A vida passou a ser caracterizada pelo sofrimento que começa ainda no ventre, pois recebe toda a carga
  • 14. hereditária positiva e negativa, estendendo-se por toda a vida e culminando na maior dor – a morte. Classificamos, portanto, os efeitos sobres os corpos físicos de duas formas: Morte física ( Gn.2.17; Rm.5.12; Hb.9.27 ) Quando Deus advertiu Adão que se ele desobedecesse, rejeitando o Seu comando, certamente morreria, também se referia a dimensão física. Morte significa separação, e no caso do ser humano seria separado tanto do criador ( morte espiritual e eterna ), como também do meio ambiente ( morte física ). Imediatamente após o delito, Deus sentenciou a pena : "Porque tu és pó, e ao pó tornarás" ( Gn.3.19 ). O apostolo Paulo ao falar da doutrina do pecado, escrevendo à igreja de Roma, disse : "Por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo o pecado, a morte" ( Rm.5.12 ). Ao escrever a igreja de Corinto, ele asseverou: "Pois assim como em Adão todos morreram"(1 Co.15.22 ). Estes textos nos revelam a doutrina da morte física, espiritual e eterna, como salário do pecado (Rm.6.23 ). Charles Hodge em seu comentário sobre romanos, diz : "O fato da Ressurreição ser parte da Redenção leva, por inferência, a posição que a morte do corpo é uma parte do mal ou castigo que foi a conseqüência do pecado e do qual a Redenção deve nos livrar." [ 41 ] A idéia advogada pelos racionalistas como Kant, Hegel, Ritschli e outros, de que a morte faz parte da constituição da criação, sendo uma necessidade da natureza, é totalmente contrária à própria anatomia do corpo humano, na qual seu organismo se renova a cada sete anos e que relativamente são poucas as pessoas que morrem de exaustão e na idade provectica. Em proporção maior morrem de doenças, assassinatos e acidentes. Além do que, essa idéia é totalmente inconsistente com o fato da morte não ser encarada por ninguém como algo natural – por mais que todos saibam que um dia vão morrer – mas sim, como uma interferência na vida e que é inaceitável. Em outras palavras o homem não foi feito para morte, ela é uma intrusa no bom mundo de Deus. A revista Super interessante, Fevereiro de 2002, traz uma matéria de capa sobre a morte – que apesar de ser natural, nos aterroriza tanto. Nela, os psicólogos, médicos, antropólogos, sociólogos, religiosos e filósofos consultados, afirmam que toda essa cultura de obsessão pela beleza e jovialidade; de apego aos bens de consumo; de corpo jovem e malhado como sinônimo de vida saudável; de velhice solitária e indesejável; de moribundos isolados e abandonados; de UTI fria e insensível que priva os pacientes terminais do afeto e do amor dos familiares, enfim, tudo isso demonstra o antagonismo a idéia da morte. "O maior desejo do homem é a imortalidade", diz a psicóloga Ingrid Esslinger, da UPS. "A idéia da não existência provoca tal desconforto que a mente humana acaba criando alguns mecanismos de defesa, para fugir dessa realidade", diz o psicanalista e psiquiatra Roosevelt Smeke Cassorla, da sociedade brasileira de psicanálise, em São Paulo. "Desde os tempos mais remotos, os homens já enxergavam a morte como elemento antagônico a vida – e não como parte integrante e inseparável dela", diz o antropólogo Guillermo Ruben da Unicamp. [ 42 ] O pecado deixou essa marca indelével na raça humana, da qual ninguém pode se livrar. Há um provérbio russo que diz : "Não se morre mais de uma vez, mas dessa viagem ninguém escapa." A revista Ultimato traz uma matéria na qual apresenta a realidade de que a humanidade se
  • 15. constitui em seis bilhões de pecadores; de injustos; de selvagens; de complicados e de mortais. Sobre o fato de sermos mortais, comenta: "Apesar do avanço da medicina e da ciência, ainda somos como a ` relva que de madrugada viceja e floresce e a tarde murcha e seca' ( Sl.90.6 ). Ou como a `sombra que declina' ( Sl.102.11 ). Ainda somos estrangeiros e peregrinos, como pessoas que estão de passagem por aqui, sem permanência ( 1 Cr.29.15 ). Nossos dias ainda tem `o comprimento de alguns palmos' ( Sl.39.5). Não nos livramos ainda da morte somatopsíquica, do médico legista, do atestado de óbito, do velório, da agência funerária, do caixão de defunto, do oficio fúnebre, do coveiro, da necrópole, do sepultamento, da decomposição do corpo, e da redução deste ao pó (Ec.12.6-7)." [ 43 ] Contudo, a morte, num mundo de pecado como o nosso, acaba sendo um instrumento da misericórdia de Deus para nos poupar da maldade e sofrimento sem fim. " Se Deus não tivesse pronunciado a sentença de morte a todos os seres humanos depois de caídos, todos continuariam vivendo em seus pecados e maldade, até que a terra se tornasse o próprio inferno. Imaginemo-nos vivendo no mundo em que prosseguissem, ao mesmo tempo, as maiores aberrações morais e os maiores déspotas da história. Que se faria num mundo em que na mesma época vivessem Caim, Lameque, Manassés, Antíoco Epifânio, Nero, Hitler, Stalin, Idi Amim e o aiatolá Komeine ? Acreditamos que isso seria um inferno. Você gostaria de viver nesse mundo ? Imagine você fazendo um concurso publico no qual homens de sete mil anos de idade estivessem concorrendo. Você teria condições de concorrer com essas feras de cultura milenar ? imaginem, também, que o nosso mundo é terrivelmente manipulado por uns poucos, que concentram as riquezas e o poder em suas mãos. Esses déspotas tornam-se poderosos no espaço de apenas uma geração, mas quando eles morrem a terra respira. Você já pensou no aconteceria se eles vivessem para sempre ? De quem seria esse mundo ? Talvez conseguíssemos contar numa só mão os seus donos." [ 44 ] Deus é sábio e justo, até mesmo quando sentencia o homem com a morte num mundo caído por causa pecado. Sofrimento físico (Rm.8.18-23; 1 Co.15.53 ) No seu livro "A peste", Camões diz : "Se você estiver em uma tribo e acontecer que uma peste bubônica se alastre no lugar, você estará em sérios apuros. Porque se você lutar a favor dos médicos, que estão combatendo a doença, então, estará lutando contra Deus; se não lutar a favor dos médicos para estirpar a peste, então estará lutando contra o homem."[45] O que Camus afirma com isso é que a peste, as enfermidades e o sofrimento foram criados por Deus. Entretanto, não é verdade. A Bíblia ensina que foi o Pecado Original que provocou toda a tragédia e caos que envolve o reino mineral, vegetal, microorganico e animal. Os germes destrutivos começaram a permear o cosmo. Os micro- organismos entraram em estado de beligerância. As doenças se instauraram na natureza física. A mente e os corpos físicos foram submetidos ao processo de esgotamento, adoecimento, envelhecimento, morte e degradação. Apesar da teoria da evolução colocar o homem em processo de maior força mental e corporal, no entanto, essa tese é refutada pela realidade que tudo no universo está desintegrando-se e não evoluindo. Uma das mais bem comprovada lei da física moderna, a Segunda lei da termodinâmica, comprova a veracidade dessa afirmação. Trata-se da lei da entropia, a qual declara que "em qualquer transferência ou mudança de energia, embora a quantidade de energia
  • 16. permanece sem alteração, a quantidade de energia disponível e útil sempre diminui."[46] E também diz: "todo sistema abandonado à sua sorte sempre tende a mover-se da ordem para a desordem, e que a energia tende a ser transformada a níveis mais baixos de disponibilidade, chegando finalmente ao estado de completa casualidade e indisponibilidade para qualquer trabalho ulterior. Quando toda a energia do cosmo for degradada a uma energia térmica casual, com movimento casual de moléculas e temperatura uniforme de baixo nível, o universo terá morrido de uma `morte térmica.'" [ 47 ] Isso implica em degradação e não em evolução. Todo o universo está se desintegrando: as estrelas morrendo e esfriando; a crosta terrestre envelhecendo; a biodiversidade na terra reduzindo-se, ou seja, o mundo físico em pleno processo de degradação. "A medicina já faz as contas: são 35 mil rótulos para males que vão da simples dor de barriga aos processos cancerígenos graves. Um terço dessas doenças são de origem genética. Só tumores malignos há 802 diferentes tipos. Oficialmente são 300 mil novos casos de câncer por ano só no Brasil. Na verdade, os especialista garantem que o numero é três vezes maior e pode chegar a 1 milhão. A cada ano os problemas de coração causam a morte de 300 mil brasileiros e os tumores fazem 114 mil vitimas fatais ( no mundo são 7 milhões ). Nos últimos 20 anos, 100 mil brasileiros portadores do vírus da AIDS morreram ( no mundo foram 21,8 milhões ). O Brasil tem 101 escolas de medicina, 14 médicos para cada 10 mil habitantes ( numero superior aos parâmetros da Organização Mundial da Saúde ) e uma farmácia para cada 3 mil habitantes ( pela OMS poderia ser uma para cada 8 mil ). Ex- presidente da Associação Mundial de Psiquiatria, o médico brasileiro Jorge Alberto da Costa e Silva, lamenta que já tenha catalogado quase 500 tipos de transtornos mentais e de comportamento. O número de pessoas ao redor do mundo que padecem de algum tipo de perturbação mental, neurológica ou psicológica .... é um pouco menor que a população da América do Norte e da Central ( 400 milhões de habitantes ). Na edição de 2 de abril de 2001, a revista Time estampou em ordem alfabética uma relação de 311 fobias...." [ 48 ] Todo o sofrimento provocado pelas enfermidades físicas e pelas perturbações mentais atestam os efeitos do pecado no mundo físico. Vale ressaltar, que apesar de todo pecado ser considerado um mal, nem todo mal físico pode ser considerado um pecado – ainda que em ultima instancia tenha sua origem nele. Não podemos associar numa relação direta a doença ou o sofrimento ao pecado. Conquanto, o principio causador de todo o sofrimento físico tenha sido o Pecado Original, no entanto não significa necessariamente que a pessoa esteja em pecado pelo fato de estar sofrendo. 3. O EFEITO DO PECADO SOBRE O MEIO AMBIENTE Em Gênesis 3, lemos que a terra também foi afetada: "Maldita é terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias da tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo. Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que torne a terra" ( Gn.3.17-19 ). Podemos, ainda, constatar essa verdade em textos como os de Is.11.6-9; 65.25 e Os.2.18; que nos revelam a restauração do meio ambiente como algo que faz parte do projeto redentor. Isso implica que a natureza e o cosmo foram afetados pelo
  • 17. pecado do homem. Por conta disso, no meio ambiente começou a surgir terremotos, tornados, ciclones, maremotos, erosão, secas, enchentes, animais predadores, bactérias nocivas, distúrbios nos ciclos astronômicos que por sua vez afetam o clima cá em baixo. Dizer que as tragédias naturais são apenas conseqüências da poluição, do desmatamento e dos poluentes – decorrentes do processo de industrialização – é ser superficial demais na análise dos fatos. Segundo estudos e pesquisas realizadas, povos como os Mais – dominaram a América central até o século VIII, os Acadianos – que formaram a primeira cidade da Mesopotâmia, desapareceram do mapa por causa das catástrofes naturais. E esses povos existiram há milanos antes de se iniciar o processo mundial de industrialização. Portanto, não dá para atribuir apenas ao progresso e a industrialização os distúrbios que ocorrem na natureza. É verdade que eles são responsáveis por boa parte das catástrofes naturais, como o efeito estufa. Entretanto, as pesquisas cientificas nos revelam que as mudanças nos ciclos astronômicos, como a variação da posição do sol em relação a terra que "altera a incidência de luz sobre certas áreas do globo," [49] também afetam grandemente a natureza aqui embaixo. E isso nada tem haver com poluição. O pecado afetou grandemente tanto o macrocosmo, como o microcosmo. "segundo a Cruz Vermelha, 25 milhões de pessoas foram expulsas de suas casas no ano passado por causa das catástrofes naturais ( o furacão que assolou o Caribe, os terremotos do Afeganistão, o ciclone de Bangladesh e outros flagelos como secas, incêndios e inundações )." [ 50 ] "Peritos advertem que o surgimento de variedade de bactérias que não podem ser destruídas pelo arsenal contemporâneo de antibiótico, poderá ser um problema para a saúde publica, pior do que a AIDS. Doenças consideradas vencidas como, tuberculose, pneumonia, meningite, infeções por estafilococos, estão se tornando incontroláveis. Bactérias comuns que causam de tudo, desde infeções de ouvido em criancinhas à pneumonia, poderão se tornar `super germes' resistente à vancomicina e outras drogas. Cientistas esperam nada menos que uma catástrofe medica, advertiu o Dr. Alexandre Tomaz da universidade Rockefeller na cidade de Nova Iorque em 1994, numa reunião da American Association for the Advancement of. Science." [ 51 ] Na medida que o pecado se intensifica na face da terra, aumenta proporcionalmente os seus efeitos na natureza. Mesmo depois da queda – do pecado Ter se instaurado no cosmo – o tempo de vida era consideravelmente longo. Adão ainda durou 930 anos. Matusalém viveu 960 ( Gn.5.5,27 ). Mas a parti do momento que a pecaminosidade começou a se alastrar, reduziu-se também o tempo e o nível de vida. "Então disse o Senhor: O meu Espirito não agirá para sempre no homem ; pois este é carnal ; e os seus dias serão cento e vinte anos" ( Gn.6.3,5 ). De alguma forma direta isso tem ligação com a desordem na natureza. " Pois a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa daquele que a sujeitou. Na esperança de que a própria criação seja redimida do cativeiro da corrupção para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angustias até agora" ( Rm.8.20- 22 ). Essa realidade pode ser constatada pelo aumento progressivo de catástrofes naturais. " O universal Almanac informa que entre os anos 1000 e 1800 ocorreram apenas 21 terremotos mais significativos. Mas, entre 1800 e 1900 houve 18 terremotos de grande porte. Nos 50 anos seguintes, de 1900 a 1950, ocorreram 33 terremotos de larga
  • 18. envergadura – quase o mesmo numero que nos 850 anos anteriores ! Entre 1950 e 1991 foram 93 os terremotos de maior porte – quase o triplo dos ocorridos no meio século anterior – que tiraram a vida de 1 milhão e 300 mil pessoas." [ 52 ] Atribuir toda essa realidade à industrialização é ser bastante simplista, e negar as próprias evidências cientificas, que nos mostram as catástrofes naturais como algo bastante antigo. Em uma análise mais profunda, veremos que o aumento do caos natural é proporcional ao aumento da degradação moral. No começo era um ambiente mais perfeito e belo. Agora, um que é imperfeito e quase hostil – tendo sido mudado, indubitavelmente, por causa do pecado. O trabalho e o esforço humano também foram afetados pelo o Pecado original. Todo trabalho retém a sua dignidade recebida de Deus ( Pv.6.6 ). Contudo, o labor desgastante e estressante devido a maldição do pecado não estava no projeto original de Deus, "no suor do seu rosto comerás o pão"(Gn.3.19). Existem várias espécies de suor : O suor decorrente da cobiça desvairada pelo dinheiro ; o suor da luta desigual e desumana entre administradores e os administrados; o suor da luta dos sindicatos pelos seus direitos negados; o suor da cobiça, do poder que mata e destrói em detrimento de seus fins. Essas formas de derramar suor, certamente, não estavam no projeto original de Deus para a raça humana. Em geral, todas as pessoas – independente de serem religiosas ou não – alimentam uma tênue e confusa esperança de que algo bom vá acontecer em algum futuro próximo ou remoto. Pois essa esperança é claramente anunciada na Bíblia, que nos mostra a história da Redenção começando no jardim do Éden, passando pelo jardim da agonia ( Getsêmani ) e desaguando na Nova Jerusalém. Ela conduz o homem e a criação do paraíso perdido ao paraíso recuperado. Por mais demorada que seja, os cristãos tem uma esperança de novos céus e nova terra. Ou como diz Stanley Jones, o mais notável missionário do século XX, " que a realidade ultima não é o pecado, mas a santidade ; não é a maldade, mas a bondade ; não é a doença, mas a saúde ; não é o sofrimento, mas a alegria ; não é a morte, mas a vida." Estamos caminhando para essa realidade ultima e é isso que nos estimula a viver e a lutar. Ou nas palavras do teólogo alemão Erhard Gerstenberger : " o aperto atual só é suportável em face da vastidão futura." [ 53 ]  A malignidade incomparável do Pecado A malignidade do pecado é algo indescritível. Todos os outros males quando comparados com o mal que o pecado proporciona se tornam insignificantes. Apesar dele poder ser considerado uma classe especifica de mal, no entanto, nem tudo o que entendemos por mal é pecado. Ele é causa de todos os outros males. É "o mal sem par." Samuel Bolton, falecido mestre do colégio de Cristo, universidade de Cambridge, pregou um sermão intitulado – Pecado: O mal sem par, que foi publicado pela primeira vez em 1657. Nessa pregação ele descreve com muita propriedade a excessiva malignidade do pecado. Ele argumenta em cima de duas proposições básicas: A história do povo de Deus e à comparação do mal provocado pelo pecado com outros males provocados pelo sofrimento físico ou emocional. No primeiro argumento, Samuel diz que, tanto a Bíblia como a experiência humana são contundentes em demonstrar que os mais desgraçados e desventurados são aquelas pessoas vitimadas nem tanto pelo sofrimento físico, mas sobretudo, pelo pecado. Na compreensão do povo de Deus ele é "o mal sem par". Seus lamentos pelo pecado e seus
  • 19. sofrimentos a fim de evitá-lo revelam esse fato. Nos gemidos expressos nos salmos penitenciais de Davi – como o salmo 51 – ou na afirmação de Paulo em Romanos capitulo 7,que atribui ao corpo da morte (a natureza pecaminosa) uma tortura bem maior do que a morte do corpo ( a morte física ), podemos constatar que o pecado é exposto na bíblia como um mal sem precedentes. Em 2 Coríntios 11.23-25, o apostolo Paulo relata as suas tabulações, flagelos, prisões, perseguições, preocupações, fome, pedradas da vida, enfim, todo o sofrimento que vivenciou em seu ministério. Entretanto, nada disso o faz murmurar ou lamentar em fel de amargura. Mas, em Romanos 7.24, ele lamenta amargamente pelo pecado: "miserável homem que sou ! Quem me livrará do corpo dessa morte ? " Na verdade, todos homens de Deus estavam mais interessados em evitar o pecado do que o sofrimento físico – Daniel na cova dos leões ( Dn.6.1-16 ); os três jovens na fornalha de Nabucodonosor ( Dn.3.8-23 ); Paulo e Silas presos ao tronco ( At.16.16-26 ); Moisés que considerou melhor a escassez do deserto do que as riquezas do Egito, e consequentemente o prazer passageiro do pecado ( Hb.11.22- 28). Podemos citar outros exemplos na história do povo de Deus. Músculos, um homem de grande sabedoria e famoso teólogo, em vez de pecar, preferiu se submeter a qualquer condição. A história conta-nos que sendo despojado de tudo quanto tinha, contentou-se, a fim de não pecar, em torna-se pobre comerciante – tecelão. Posteriormente sendo ainda mais marginalizado por causa do seu caráter integro, teve que trabalhar nas valas comuns da cidade para conseguir a sobrevivência de sua família. Isso porque na sociedade onde ele morava, só se dava bem na vida quem fosse desonesto e corrupto. No entanto, Músculos se manteve integro, mesmo sofrendo perdas materiais, aceitando qualquer condição, menos a que o levasse a pecar. Como diz o grande professor puritano Samuel Bolton: "Eles não só compreenderam que o pecado é um mal pior do que a pobreza, compreenderam que é algo pior do que a morte em si. Este foi o discurso de Ambrósio: `Você me lançará na prisão ? Você tirará minha vida ? Tudo isso é preferível para mim do que o pecado.' " [ 54 ] Quando a imperatriz Eudóxia ameaçou Crisóstomo, aquele a quem posteriormente baniria, ele enviou-lhe esta mensagem : "Vá e diga- lhe: Eu não temo nada neste mundo a não ser o pecado." E mais tarde disse-lhe : "Assim penso e consequentemente sempre irei pregar, que é mais amargo pecar contra Cristo do que sofrer os tormentos do inferno." Anselmo disse que, se por um lado lhe fosse apresentado os males do pecado, e por outro, os tormentos do inferno, ele preferiria cair no inferno do que cair em pecado : "Prefiro que me matem, prefiro que me amaldiçoem, prefiro que me lancem no inferno, do que me permitir pecar contra ti." Basil fala de uma jovem rica, à qual, sendo condenada ao fogo pela inquisição, e sentenciada a perder todos os seus bens por não adorar imagens de esculturas, foi oferecida a promessa de vida e a restituição de seus bens se ela se retratasse. Diante de tal proposta ela respondeu o seguinte : "Adeus vida, que pereça o dinheiro." O monge agostiniano Martinho Lutero, ameaçado de perder sua posição de destaque – professor ilustre da universidade de Winttenberg – e também de ser excomungado pela igreja católica romana da qual fazia parte, manteve-se firme na sua postura de protesto contra um sistema religioso que há muito havia se distanciado das Sagradas Escrituras. Por ocasião da Dieta em Worms, ele enfrentou bravamente teólogos, bispos e o próprio papa, negando retratar-se de sua convicção da verdade bíblica. "A não ser que eu seja persuadido
  • 20. pelas Escrituras de que esteja errado, não posso, não devo e nem quero retratar-me de coisa alguma, pois ir contra a consciência não é justo, nem seguro. Que Deus me ajude. Amém !" [ 55 ] Todos esses homens e mulheres de Deus tinham uma verdadeira aversão ao pecado – nem tanto por causa dos privilégios perdidos, nem das conseqüências amargas, tampouco por causa do pavor em relação ao juízo eterno – mas, sobretudo, por amarem demasiadamente a pessoa bendita de Jesus Cristo. Quando se ama a Deus de verdade é inevitável odiar o pecado com todo o ser. Um outro fator que os levavam encarar o pecado como algo a ser evitado a qualquer custo, era a seriedade e a importância que davam àquilo que o próprio Jesus diz em Mateus 7.27-30 – que é melhor a mutilação física do que o pecado : "Ouviste o que foi dito; não adulterarás. Eu, porém, vos digo: Qualquer que olhar para uma mulher com a intenção impura no coração já adulterou com ela. Se teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o corpo lançado no inferno. E se tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que perca um dos teus membros e não vá todo o teu corpo para o inferno." Eles também consideravam bastante o ensino Paulino em 1Corintios 5.5, no qual o apostolo diz que uma pessoa entregue aos males infligidos pelo diabo estaria em vantagem do que ser entregue aos seus próprios pecados. De acordo com esse texto, no primeiro caso, há possibilidade de restauração; no segundo caso é impossível o retorno de tal pessoa aos caminhos de Deus. A Bíblia e a experiência nos mostram que a pior desgraça que pode ocorrer a alguém é ele ser abandonado nos seus próprios caminhos perversos, e entregue a própria maldade do seu coração (Ez. 24.13; Rm.1.28-32; Gn.6.1- 5; Ef.4.18,19; Hb.6.4-6; 10.26-29 ). A outra proposição sobre a qual se estriba o grande pregador e teólogo do século 17, é a análise comparativa do mal provocado pelo o pecado com outros males ocasionados pelo sofrimento físico. Samuel Bolton diz: "Se você comparar o mal do pecado com outros males, verá quão pequeno os outros males são em relação ao pecado. 1- Antes de tudo mais, os outros males são somente externos. São relacionados apenas ao corpo, ao estado, ao nome, porém, o pecado é um mal interior; um mal da alma e esse é o pior de todos os males. 2- Todos os outros males são somente de natureza temporal, eles têm um fim. Pobreza, doença, desgraças, todos esses são grandes males, mas esses e todos os outros têm um fim. A morte põe um fim em todos eles. Contudo, o mal do pecado é de natureza eterna e nunca terá fim. A eternidade em si nunca porá um fim nisso, visto que os ímpios padecerão para sempre em seus pecados. 3- Todos os outros males não fazem do homem objeto da ira e da inimizade de Deus. O homem pode ter todos os outros males e ainda assim permanecer no Amor de Deus. Você pode ser pobre e ainda ser precioso na avaliação de Deus. Você pode estar debaixo de toda espécie de miséria e ainda ser amado por Deus. Todavia, existe um mal que faz da alma objeto da ira e da inimizade de Deus. A ausência de todos os outros bens e a presença de todos os outros males não tornarão você abominável para Deus se não houver pecado; contudo, a presença de todos os outros bens e a ausência de todos os outros males o tornará uma abominação para Deus se existir pecado. 4- Todos os outros males somente se opõem ao seu bem-estar presente,
  • 21. porque eles não podem roubar as suas futuras alegrias, mas o pecado se opõe ao seu bem-estar para sempre. Você não pode ser feliz se não for santo 5- Todos os outros males são destrutivos para o homem em si; eles lutam contra particularidades. Entretanto, o pecado é contrário ao bem universal, sendo contrário a Deus. Se fosse onipotente, porfiaria para `acabar' com Deus 6- Todos os outros males podem ser transformados em medicina divina, tanto para prevenção, como para cura do pecado ( 1 Co.11.32 ; 2 Co.12.7 ). 7- Todos os outros males requerem o mínimo possível de Deus para subjuga-lo, no entanto, o pecado requer Sua infinitude. Ele pode se utilizar de moscas, piolhos, a menor das criaturas para destruir a maior e mais poderosa força sobre a terra, mas nada menos que Seu filho era forte o suficiente para conquistar o pecado. O grande propósito de Deus ao enviar Cristo ao mundo – sua encarnação, humilhação, sofrimento, paixão, morte e ressurreição – foi subjugar e destruir o pecado. Portanto foi empregado Sua infinita sabedoria, Seu infinito poder, Sua infinita misericórdia, Sua infinita verdade, sua infinita santidade; tudo isso foi empregado para vencer o pecado, como para salvar os pecadores. Vocês podem desprezar o pecado tanto quanto queiram, engoli-lo sem medo, viver nele sem percebê-lo, cometê-lo sem remorso, no entanto, isso que vocês tornam tão sem importância exigiu nada menos do que infinito poder de Deus para ser subjugado; infinita misericórdia de Deus para ser perdoado; infinito mérito de Cristo para expiá-lo. Foi o pecado que fez sangrar o coração de Cristo, e fará também o nosso, se não nos arrepender-mos dele." [ 56 ] Quero concluir, citando alguns pensamentos de Nathaniel Vincent – notável pregador puritano do século XVII – sobre a malignidade e gravidade do pecado, relatados no seu sermão; a conversão de um pecador : " A figura da morte sobre o cavalo branco, por um segundo é tenebrosa, mas quando o inferno aparece imediatamente após, aí de mim ! que mão pode ser forte ? que coração pode ser capaz de resistir ? Esta Segunda morte é chamada por um dos patriarcas "a morte que é imortal", porque o pecador nunca se livrará da sua dor; sempre torturado, nunca executado. O fogo queima, entretanto sem consumir aqueles a quem queima. O verme corrói, porém nunca se satisfaz (...) Prazeres [pecaminosos] são sonhos agradáveis, mas quanto tempo duram ? Quão depressa surgem a aflição, a morte e o inferno ? Os prazeres [pecaminosos] são as capas que cobrem o pecado e o faz ser engolido avidamente. Eles são a porção fatal que tornam vocês estúpidos e os fazem mentir inconscientemente, colocando-os em extremo perigo. Eles são as mais finas e ainda as mais fortes cordas com as quais satanás arrasta os homens para as câmaras da morte. Eles são o combustível que aquece o lago de fogo. Vejam Apoc. 18.7 – `Quanto ela se glorificou, e em delicias esteve. Foi outro tanto de tormento e pranto ...'. Oh, o quanto os amantes dos prazeres [pecaminosos] sofrerão por causa deles." [ 57 ] Comentando sobre a misericórdia divina, que leva Deus perdoar nossos pecados, Samuel Bolton diz : "Não houve nada para obrigar Deus a fazer isso, nem houve nada que pudéssemos fazer para adquiri-la.
  • 22. Todas as nossas orações, nossas lágrimas, nossas obras, não poderiam comprar o perdão de um pecado sequer. Não poderíamos comprá-los se dependesse do que fazemos e se dependesse do que sofremos, nem se pudéssemos sofrer tanto quanto todos os santos sofreram desde o começo do mundo até hoje. Se pudéssemos chorar tantas lagrimas quanto o mar possa conter, se pudéssemos nos humilhar tantos dias quantos o mundo já passou desde o momento da criação, tudo seria muito pouco para comprar o perdão de um único pecado, ainda que fizéssemos tudo isso sem pecado." [ 58 ] "O mesmo Deus que criou os céus e a terra tem o poder de criar uma ponte sobre o abismo que o separa de suas criaturas. Tudo por causa da graça " (Philip Yancey) Bibliografia 1.GEORGE, Timothy ( 1994 }. Teologia dos Reformadores – pag 212. São Paulo - SP, Edições Vida Nova. 2.GEORGE, Timothy ( 1994 }. Teologia dos Reformadores – pag 213 . São Paulo - SP, Edições Vida Nova. 3. Revista ULTIMATO n. 272 / 2001. Somos todos vira-latas – pag. 27. 4. Revista ULTIMATO n. 272 / 2001. Somos todos vira-latas – pag. 27. 5. SCHAEFFER, Francis A.( 1985 ). O Deus Que Intervém –pag.64. Brasília - DF , Refúgio Editora LTDA. 6. SCHAEFFER, Francis A. ( 1985 ). O Deus Que Intervém – pag. 34. Brasília - DF, Refúgio Editora LTDA. 7. SCHAEFFER, Francis A. ( 1985 ). O Deus Que Intervém – pag. 35. Brasília - DF, Refúgio Editora LTDA. 8. Revista ULTIMATO n. 276 / 2002. Números – pag. 22. 9. Revista NOVA, julho / 1996. Romance no escritório na era do assédio sexual 10 Revista SUPER INTERRESSANTE, Abril / 2002. Comportamento: Mente que mata – pag.75. 11.Revista SUPER INTERRESSANTE, Maio / 2002. Comportamento :Profissão : Sofredor – 49, 50, 51. 12.Revista ULTIMATO n. 233 / 1995. Espirito Porco – pag. 12. 13.Revista ULTIMATO n. 233 / 1995. Espirito Porco – pag. 12 14.Revista ULTIMATO n. 233 / 1995. Espirito Porco – pag. 12 15.Revista ULTIMATO n. 233 / 1995. Espirito Porco – pag. 12 16.Revista ULTIMATO n.272 / 2001. Somos Todos Vira-latas – pag. 27 17.Revista ULTIMATO n.272 / 2001. Somos Todos Vira-latas – pag. 27 18.Revista ULTIMATO n. 272 / 2001. Somos Todos Vira-latas – pag. 27 19.Revista ULTIMATO n. 272 / 2001. Somos Todos Vira-latas – pag. 27 20.Revista ULTIMATO n. 272 / 2001. Somos Todos Vira-latas – pag. 27 21 Revista VEJA, 30 de Novembro de 1994. Comportamento humano – pag. 5-10 22.FITCH, William ( 1984 ). Deus e o Mal – pag. 22. São Paulo - SP, Publicações Evangélicas Selecionadas. 23.FITCH, William ( 1984 ). Deus e o Mal – pag. 27. São Paulo - SP, Publicações Evangélicas Selecionadas. 24.DAGG, John L. ( 1989 ) . Manual de Teologia – pag. 122. São José
  • 23. dos Campos - SP, Editora Fiel. 25.DAGG, John L. ( 1989 ) . Manual de Teologia – pag. 122. São José dos Campos - SP, Editora Fiel. 26.Revista TUDO, 17 de Maio / 2002. Saúde: As armas certas para vencer os males da alma – pag. 26 e 28. 27.OLIVEIRA, Raimundo ( 1987 ). As Grandes Doutrinas da Bíblia – pag.173. Rio de Janeiro - RJ, CPAD 28.CLARK, David S. ( 1988 ).Compêndio de Teologia sistemática – pag.221.São Paulo-SP, Casa Editora Presbiteriana. 29.GEORGE, Timothy ( 1994 }. Teologia dos Reformadores – pag 213 . São Paulo - SP, Edições Vida Nova. 30.Revista ULTIMATO n. 269 / 2001. Plástica no Caráter – pag. 18 31.Revista ULTIMATO n. 269 / 2001. Plástica no Caráter – pag. 18 32.Revista ULTIMATO n. 271 / 2001. A Força do sexo – pag. 19 33.Revista SUPER INTERRESSANTE, Maio / 2002. Inocência Roubada – pag.40 34.Revista SUPER INTERRESSANTE, Maio / 2002. Inocência Roubada – pag.42 e 44. 35.Revista ULTIMATO n. 269 / 2001. Denúncias – pag. 20 36.CLARK, David S. ( 1988 ).Compêndio de Teologia sistemática – pag.233.São Paulo-SP, Casa Editora Presbiteriana. 37.Revista ULTIMATO n. 271 / 2001. Números – pag. 18 38 Revista VEJA, 26 de Dezembro de 2001. Que Mundo Surgiu da Tragédia que Inaugurou o Século – pag. 66 à 184 39.RODRIGUES, Ricardo Gondim ( 1989 ).Mensagem pregada por ocasião da Segunda Conferência Missionária do Betel brasileiro: Os Perigos e Desafios da Igreja na virada Século. João Pessoa – PB. 40.DAGG, John L. ( 1989 ) . Manual de Teologia – pag. 127. São José dos Campos - SP, Editora Fiel. 41.CLARK, David S. ( 1988 ).Compêndio de Teologia sistemática – pag.222.São Paulo-SP, Casa Editora Presbiteriana. 42.Revista SUPER INTERRESSANTE, Fevereiro / 2002. Morte – pag.38 e 39. 43.Revista ULTIMATO n. 260 / 1999. Seis bilhões de pecadores – pag. 37 44.D`ARAUJO FILHO, Caio Fábio ( 1983 ). Viver: Desespero ou Esperança ? – pag.21. São Paulo - SP, Mundo Cristão. 45.D`ARAUJO FILHO, Caio Fábio ( 1989 ). Resposta à Calamidade – pag.47. Rio de Janeiro - RJ, Mundo Cristão 46.D`ARAUJO FILHO, Caio Fábio ( 1983 ). Viver: Desespero ou Esperança ? – pag.67. São Paulo - SP, Mundo Cristão. 47.MORRIS, Henry M. , ( 1985 ). O Enigma das Origens; a resposta – pag. 25. São Diego - Califórnia, Editora Origens Associação Brasileira de Pesquisa da Criação. 48.Revista ULTIMATO n. 272 / 2001. Os Sofrimentos da vida presente – pag. 28 49.Revista SUPER INTERRESSANTE, Fevereiro / 2002. O que está havendo com o clima ? – pag.46 e 49 50.Revista ULTIMATO n. 260 / 1999. Deus, A Terra E O Homem – pag. 35 51.ROY, Michel ( 1999 ). O Futuro Predito – pag. 18. São Paulo - SP, Aurora Pruduction, LTDA. 52.ROY, Michel ( 1999 ). O Futuro Predito – pag. 21. São Paulo - SP, Aurora Pruduction, LTDA. 53.Revista ULTIMATO n. 269 / 2001. O Aperto atual e a vastidão futura – pag. 6 54.BOLTON, Samuel ; VINCENT, Nathaniel ; WATSON, Thomas (editado por Don Kistler em 1990 ). Os Puritanos e a Conversão – pag. 26. São
  • 24. Paulo-SP, PES. 55.BOLTON, Samuel ; VINCENT, Nathaniel ; WATSON, Thomas (editado por Don Kistler em 1990 ). Os Puritanos e a Conversão – pag. 26. São Paulo-SP, PES. 56.BOLTON, Samuel ; VINCENT, Nathaniel ; WATSON, Thomas (editado por Don Kistler em 1990 ). Os Puritanos e a Conversão – pag. 20,21,32,33. São Paulo-SP, PES. 57.BOLTON, Samuel ; VINCENT, Nathaniel ; WATSON, Thomas (editado por Don Kistler em 1990 ). Os Puritanos e a Conversão – pag. 66 e 68. São Paulo-SP, PES. 58.BOLTON, Samuel ; VINCENT, Nathaniel ; WATSON, Thomas (editado por Don Kistler em 1990 ). Os Puritanos e a Conversão – pag. 49 e 50. São Paulo-SP, PES