ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
Determinismo e Liberdade na Ação Humana
1. DETERMINISMO E LIBERDADE NA AÇÃO HUMANA
O PROBLEMA DO LIVRE - ARBÍTRIO
04/01/2014
Professora
Leonídia Marinho
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LIVRE –ARBÍTRIO
Possibilidade de, ao agirmos, escolhermos realmente o que fazemos.
PROBLEMA DO LIVRE - ARBÍTRIO
«Será que escolhemos realmente o que fazemos ou as nossas ações são
causadas por factores que não controlamos?»
RESPOSTAS AO PROBLEMA DO LIVRE - ARBÍTRIO
DETERMINISMO RADICAL
LIBERTISMO
L
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4 de janeiro de 2014
COMPATIBILISMO
3. TESE DO DETERMINISMO RADICAL:
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Uma vez que o mundo é determinado, então o homem não tem livrearbítrio
ARGUMENTOS
Todas os acontecimentos do universo
são o resultado de uma série infinita de
causas e efeitos. As nossas ações são o
resultado necessário de acontecimentos
anteriores (são, por isso mesmo, efeitos
de causas necessárias).
Fazemos o que o nosso passado
determina que façamos e não aquilo
que queremos (o passado determina o
futuro).
O determinismo defende que o ser
humano, pelo facto de não ter livrearbítrio, não é responsável pelos seus
atos. As ações humanas são totalmente
determinadas pelas causas que as
antecedem pelo que a vontade humana
não tem qualquer intervenção na sua
ocorrência (o Determinismo Radical
coloca o problema da Responsabilidade
Moral).
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Assim, como as nossas acções não
dependem de nós, mas de factores que
não podemos controlar, não somos
livres (o livre – arbítrio é uma ilusão e
resulta da nossa ignorância de quais são
as causas que determinam a vontade e a
ação).
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Argumento do Determinismo Radical:
As leis naturais regulam o funcionamento do mundo natural.
O ser humano faz parte do mundo natural.
O ser humano não tem livre arbítrio.
Texto
Nota: Esta tese é incompatibilista, pois nega a possibilidade de
compatibilizar a existência de causas externas ao agente, com a ideia de
que a vontade, em circunstâncias iguais, pode escolher um certo curso
da ação se esse for o seu querer.
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«Os homens enganam-se quando se julgam livres, e esta opinião
consiste apenas em que eles têm consciência das sua acções e
são ignorantes das causas pelas quais são determinados. O que
constitui, portanto, a ideia da sua liberdade é que eles não
conhecem nenhuma causa das suas acções. Com efeito, quando
dizem que as ações humanas dependem da vontade, dizem
meras palavras, das quais não têm nenhuma ideia. Efetivamente,
todos ignoram o que seja a vontade e como é que ela move o
corpo.» Espinosa
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Objeções ao Determinismo Radical
Texto
Fernando Savater, Ética Para um Jovem
1. A experiência do livre-arbítrio é uma experiência permanente da
nossa vida quotidiana e da nossa ação. É uma evidência empírica
que quando agimos de uma forma podíamos ter agido de outra.
2. Não é possível demonstrar que os princípios que regem o
universo são os mesmos que regulam a ação humana.
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«Quando alguém se esforçar por te negar que nós, seres
humanos, somos livres, aconselho-te a que lhe apliques a prova
do filósofo romano. Na Antiguidade, um filósofo romano estava a
discutir com um amigo que negava a liberdade humana e
garantia que, para todos os homens, não há maneira de evitar
fazer o que fazem. O filósofo pegou no seu bastão e começou a
dar-lhe pauladas com toda a força que tinha, 'já chega, não batas
mais!', dizia-lhe o outro. E o filósofo, sem deixar de surrá-lo,
continuou a argumentar: 'Não dizes que não sou livre e que
quando faço uma coisa não posso evitar fazê-la? Pois então não
gastes saliva a pedir-me que pare: sou automático'. Até que o
amigo reconheceu que o filósofo podia livremente deixar de
bater-lhe, e só então o filósofo deu descanso ao seu bastão. A
prova é boa, mas só deves administrá-la em casos extremos e
sempre com amigos que não saibam artes marciais...»
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3. O Determinismo coloca o problema da Responsabilidade Moral.
Vejamos: o determinismo defende que não há ações livres; e, se
não há ações livres, ninguém é responsável pelas suas acções. Este
argumento pode ser formulado da seguinte forma:
1. As nossas ações são causadas por
acontecimentos anteriores e pelas leis da
natureza.
2. Se as nossas ações são causadas por
acontecimentos anteriores e pelas leis da
natureza, então não somos livres.
não
podemos agir de modo diferente),
como condenar ou ilibar alguém?
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3. Se não somos livres, não somos
moralmente responsávéis pelas nossas
ações.
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TESE DO LIBERTISMO:
O homem é livre porque tem capacidade de se determinar a si próprio. As
ações do ser humano resultam das suas deliberações/decisões e não são
necessariamente causadas por de acontecimentos anteriores.
ARGUMENTOS
Existe
uma
diferença
entre
causalidade
necessária
e
causalidade livre. A primeira
caracteriza a relação de causaefeito na natureza física e conduz a
um único desfecho possível. A
segunda resulta da vontade do
agente e é aquela que caracteriza a
ação humana.
O agente é detentor de uma
vontade livre porque escolhe entre
as várias alternativas de ação.
A liberdade é possível porque “a
existência precede a essência”. Jean
Paul-Sartre (1905 - 1980)
Texto página 72 - O homem está
condenado a ser livre.
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O ser humano, enquanto detentor
de uma vontade livre é responsável
pelas suas ações.
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ARGUMENTO DO LIBERTISMO:
O ser humano, quando age, tem consciência de que poderia ter
escolhido de outra forma.
A única coisa que o ser humano não pode escolher é deixar de ser
livre.
O ser humano tem livre arbítrio, pelo que é responsável pelas suas
escolhas.
Texto:
Nota: O libertismo é uma resposta incompatibilista ao problema do
livre-arbítrio, na medida em que nega que a tese do determinismo
causal possa ser compatível com o livre arbítrio.
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"Perspectiva que procura proteger a realidade do livre arbítrio
humano através da assunção de que uma escolha livre não é
causalmente determinada, mas também não é aleatória; é antes
necessário conceber uma intervenção racional e responsável no
curso das coisas. (…) Postula-se uma categoria especial de
causalidade do agente, (…) um agente situado completamente fora
da esfera da natureza." Simon Blackburn
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OBJEÇÕES AO LIBERTISMO
1. Os defensores do Libertismo advogam que o agente é capaz de se
autodeterminar independentemente de fatores externos ou das leis
físicas, químicas e biológicas que regem o funcionamento do cérebro
humano. No entanto, não conseguem explicar como surge a
causalidade livre do agente. O agente decide com base em processos
mentais como as intenções…mas o que está na origem das
intenções?
2. Dizer que o ser humano tem consciência do seu livre arbítrio não é o
mesmo que dizer que é livre. A liberdade pode ser uma ilusão.
ESQUEMA (ver pág. 74)
LIBERTISMO
O ser humano
não pode
escolher agir de
outra forma, pois
é determinado
pela cadeia
causal de
acontecimentos.
O ser humano
pode sempre
escolher agir de
outra forma.
Decidir não fazer
uso da liberdade
representa já uma
escolha livre.
O livre arbítrio é
uma ilusão.
O ser humano é
livre e responsável
pelas suas ações.
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DETERMINISMO
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TESE DO COMPATIBILISMO (DETERMINISMO MODERADO):
O facto de o ser humano estar sujeito à causalidade natural não
anula a sua possibilidade de escolha ( a sua liberdade).
O determinismo coexiste com a liberdade.
ARGUMENTOS
“
Como pode um acto ser livre e
estar determinado ao mesmo
tempo?
Segundo
o
Compatibilismo,
algumas
das
ações
são
obviamente livres e algumas são
obviamente não livres. O que
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“O Compatibilismo é a ideia de
que
um
ato
pode
ser
simultaneamente
livre
e
determinado. Isto pode parecer
uma contradição, mas, segundo
esta teoria, isso não é verdade.
Contrariamente ao que possamos
pensar, é possível aceitar que o
comportamento humano está
causalmente determinado e
pensar corretamente em nós
próprios como agentes livres.”
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interessa é encontrar a diferença entre elas.
Ações livres.
Ex: Um homem deixa de comer como forma de protesto
contra a política de austeridade.
As ações livres são as ações determinadas por factores ou
causas internas – as crenças, desejos e pensamentos - do
agente.
Ações não livres.
Ex: Um homem deixa de comer porque no deserto onde se
perdeu não há comida.
As ações não livres são determinadas por factores externos.
Sendo livre, o agente é responsável, se as suas ações forem
causadas por estados internos – crenças, desejos e
pensamentos – do agente.
Não há incompatibilidade entre
determinismo (compatibilismo).
livre
arbítrio
e
O determinismo é verdadeiro.
Existe o livre-arbítrio.
Logo, o determinismo e o livre-arbítrio são compatíveis.
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Argumento:
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Texto:
"Contribuímos com dinheiro para uma organização de
beneficência porque decidimos que essa organização merece
o nosso apoio. (…) Alistamo-nos no exército porque a
perspectiva de ser soldado nos atrai. (…)
Estas acções são livres porque a nossa escolha se baseia nos
nossos próprios desejos, sem que ninguém nos diga o que
temos de fazer. É isto que significa fazer algo, “de livre
vontade”. Mas repare-se que isto é perfeitamente compatível
com as nossas acções estarem causalmente determinadas
pelo nosso passado, pelos acontecimentos que ocorrem no
nosso cérebro e assim por diante (…). Deste modo, o livrearbítrio e o Determinismo são compatíveis.
Podemos resumir a ideia básica do Compatibilismo dizendo
que “livre” não significa “não causado” – significa antes algo
como “isento de coerção”. Assim, o facto de o nosso
comportamento ser ou não ser livre não depende de se é ou
não causado, depende apenas do modo como é causado."
James Rachels, Problemas da Filosofia
1. Não distingue claramente ações livres de ações não
livres.
2. Não salvaguarda a ideia de liberdade.
FIM
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Objeções ao Compatibilismo (Determinismo Moderado)