O documento discute a eclosão da mediunidade, que pode ocorrer de forma espontânea ou provocacional, trazendo perturbações físicas e emocionais ao médium. É importante que o médium inicie o exercício da mediunidade sob a orientação de experientes para evitar influências negativas. O documento também aborda a importância do estudo e do desenvolvimento constante da mediunidade para o serviço espírita.
O CRISTÃO E O MEIO AMBIENTE: o homem como jardineiro
Estudo Sistematizado da Mediunidade
1.
2. Estudo e Prática da
Mediunidade
Módulo II
Roteiro 1
Fundamentação Espírita: A
Prática Mediúnica
Eclosão da Mediunidade
3. A mediunidade, sendo uma faculdade natural, eclode ou surge na
época apropriada, definida no planejamento reencarnatório do
individuo.
Natural, aparece espontaneamente, mediante constrição segura, na
qual os desencarnados de tal ou qual estagio evolutivo convocam à
necessária observância de suas leis, conduzindo o instrumento
mediúnico a preciosa labor por cujos serviços adquire vasto
patrimônio de equilíbrio e iluminação, resgatando, simultaneamente,
os compromissos negativos a que se encontra enleado desde vidas
anteriores. Outras vezes surge como impositivo provacional
mediante o qual é possível mais ampla libertação do próprio
médium, que, em dilatando o exercício da nobilitação a que se
dedica, granjeia consideração e títulos de benemerência que lhe
conferem paz. Sem duvida, poderoso instrumento pode converter-se
em lamentável fator de perturbação, tendo em vista o nível espiritual
e moral daquele que se encontra investido de tal recurso. (2)
4. A eclosão mediúnica pode, então, ocorrer sob duas formas:
•Espontânea – não causa maiores desconfortos, quer físicos quer
emocionais, ao médium iniciante;
•Provacional – o médium apresenta descompassos emocionais, que
atingem a sua organização física. Podem ocorrer perturbações
espirituais.
Esta ultima forma é a forma mais comum do surgimento da
mediunidade no estado evolutivo em que ainda nos encontramos. O
presente estudo se deterá mais nesse aspecto.
O surgimento da faculdade mediúnica não depende de lugar, idade,
condição social ou sexo. Pode surgir na infância, adolescência ou
juventude, na idade madura ou na velhice. Pode revelar-se no
Centro Espírita, em casa, em templos de quaisquer denominações
religiosas, no materialista. (4) Os sinais ou sintomas que anunciam a
mediunidade variam ao infinito. Reações emocionais insólitas.
Sensação de enfermidade, só aparente. Calafrios e mal-estar.
Irritações estranhas (4).
5. Quando do aparecimento da mediunidade, surgem distúrbios vá-
rios, sejam na área orgânica, através de desequilíbrios e doen-
ças, ou mediante inquietações emocionais e psiquiátricas, por
debilidade da sua [do médium] constituição fisiopsicologica. Não é
a mediunidade que gera o distúrbio no organismo, mas a ação
fluídica dos Espíritos que favorece a distonia ou não, de acordo
com a qualidade de que esta se reveste. Por outro lado, quando a
ação espiritual é salutar, uma aura de paz e de bem-estar envolve
o medianeiro, auxiliando-o na preservação das forcas que o nu-
trem e sustentam durante a existência física. (3) O momento da
eclosão da faculdade mediúnica no Espírito encarnado é de fun-
damental importância, uma vez que essa faculdade poderá pro-
porcionar benefícios ao próprio encarnado e ao próximo, se bem
orientada e amparada fraternalmente. Deve-se considerar, no
em-tanto, que nem sempre a pessoa é convenientemente assis-
tida logo que desabrocham suas faculdade mediúnicas; seja por
ignorância a respeito do assunto, o que é mais comum, seja por
desinteresse ou desatenção dos familiares ou dos amigos.
6. Em outras ocasiões, os médiuns iniciantes, por ser revelarem (...)
fascinados pelo entusiasmo excessivo, diante do impacto das
revelações espirituais que os visitam de jato, solicitam o
entendimento e o apoio dos irmãos experimentados, para que
não se percam, através de engodos brilhantes. (5)
Assim, em questão de mediunidade, é importante conhecer bem
o assunto para poder auxiliar, efetivamente, aquele que busca
amparo na casa Espírita. Não esqueçamos que a (...) maioria dos
estudantes do Espiritismo situam na mediunidade a pedra basilar
de todas as edificações doutrinarias, mas cometem o erro de
considerar por médiuns tão somente os trabalhadores da fé
renovadora, com tantas tarefas especiais, ou os doentes
psíquicos que, por vezes, servem admiravelmente à tarefa das
manifestações fenomênicas. (7)
7. Auxiliar a educação e o desenvolvimento do médium não é tarefa
fácil. Exige do dirigente espírita devotamento nesse gênero de
tarefa, assim como disposição para orientar com bondade e
paciência, sobretudo se o médium iniciante apresenta
mediunidade provacional. É importante compreender que, no
inicio da prática mediúnica, os médiuns topam com o escolho (...)
de terem de haver-se com Espíritos inferiores e devem dar-se por
felizes quando são apenas Espíritos levianos. Toda atenção
precisam pôr em que tais Espíritos não assumam predomínio,
porquanto, em acontecendo isso, nem sempre lhes será fácil
desembaraçar-se deles. É ponto esse de tal modo capital,
sobretudo em começo, que, não sendo tomadas as precauções
necessárias, podem perder-se os frutos das mais belas
faculdades. (1)
8. A pessoa, cuja faculdade mediúnica eclodiu e que dispôs a iniciar o
seu exercício, deve ter consciência da importância e da significação
dessa tarefa. Por isso mesmo, os amigos desencarnados, sempre
que responsáveis e conscientes dos próprios deveres diante das
Leis Divinas, estarão entre os homens exortando-os à bondade e ao
serviço, ao estudo e ao discernimento, porquanto a força
mediúnica, em verdade, não ajuda e nem edifica quando esteja
distante da caridade e ausente da educação. (6) É necessário,
contudo, reconhecer que, na esfera da mediunidade, cada servidor
se reveste de características próprias. O conteúdo sofrerá sempre a
influenciação da forma e da condição do recipiente. Essa é a lei do
intercambio. (...) Mediunidade, pois, para o serviço de revelação
divina reclama estudo constante e devotamento ao bem para o
indispensável enriquecimento de ciência e virtude. A ignorância
poderá produzir indiscutíveis e belos fenômenos, mas só a noção de
responsabilidade, a consagração sistemática ao progresso de todos,
a bondade e o conhecimento conseguem materializar na Terra os
monumentos definitivos da felicidade humana. (8)
9. Estudo e Prática da
Mediunidade
Prática II
Roteiro 1
Irradiação Mental
Aprendendo a fazer irradiações
mentais (1)
10. A finalidade do exercício de irradiação mental é desenvolver a
expansão do pensamento e dos fluidos, produzindo ideoplastias (ou
imagens mentais), base das irradiações mentais, sob o controle da
vontade. É importante considerar o seguinte: a) se necessário,
associar uma prece às irradiações mentais; b) pode-se colocar uma
música suave, tocada em surdina, durante a irradiação. Não se
trata, porem, de uma exigência, evitando-se, a propósito, a
dependência de só se fazer irradiações mentais com música; c)
evitar qualquer tipo de práticas divorciadas da orientação espírita
(posições corporais, respiração intencionalmente ritmada ou
ofegante, uso de incenso, etc.); d) as irradiações não devem ser
prolongadas: cinco minutos, no máximo; e) não realizar, em hipótese
alguma, desdobramento da personalidade, ou entrar em transe
mediúnico, uma vez que a finalidade do exercício é desenvolver a
expansão mental e fluídica, em apoio à harmonização intima; f) as
irradiações, como a prece, podem ser feitas no lar, fora da Casa
Espírita.
11. Fontes de Consulta
1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos – Cap XVII, item 211
2. FRANCO, Divaldo Pereira. Estudos Espíritas. Pelo Espírito de Joanna
de Angelis. Cap 18
3. ____. Médiuns e Mediunidade. Pelo Espírito de Vianna de Carvalho, p
38
4. PERALVA, Martins. Mediunidade e Evolução, Cap 3
5. XAVIER, Francisco Candido e VIEIRA, Waldo. Estude e Viva. Pelos
Espíritos de Emmanuel e André Luiz. Cap 37
6. _____. Seara dos Médiuns. Pelo Espírito de Emmanuel. Capitulo: Força
Mediúnica.
7. _____. Roteiro. Pelo Espírito de Emmanuel, Cap. 27, p 115
8. _____, p 116-117