Curso sobre o Livro ; Nos domínios da Mediunidade, espírito André Luiz pelo médium Chico Xavier.
Curso no Grupo Espírita Lamartine Palhano Jr, Em Vitória no ES - por Leonardo Pereira.
1. NOS DOMÍNIOS
DA MEDIUNIDADE
LEONARDO PEREIRA
Socorro espiritual
(Estudo 7 de 30)
2. NOS DOMÍNIOS
DA MEDIUNIDADE
LEONARDO PEREIRA
QUESTÕES PARA ESTUDO
3. 1 - Além da dedicação do guia espiritual
Clementino, o que foi determinante em Raul
para que Libórnio pudesse amenizar seu
comportamento?
4. 2 - Qual foi o elemento principal
para que as palavras "Libórnio, meu
irmão!", usadas por Raul, levasse
Libórnio ao pranto?
5. 3 - Que procedimento deve ter um
doutrinador diante de um
comportamento rebelde de um irmão
obsessor?
6. 4 - Podemos afirmar que Libórnio praticou o suicídio,
como foi suposto pelos que acharam seu corpo inerte?
Justifique.
7. 5 - Que máquina foi utilizada por
Clementino, com a ajuda de Raul, para que
Libórnio tomasse conhecimento de seus
últimos momentos da sua vida material? De
que forma ela funciona?
8. 6 - Qual é o fator importante para o êxito do
seu funcionamento? Por que?
9. NOS DOMÍNIOS
DA MEDIUNIDADE
LEONARDO PEREIRA
Socorro espiritual
(Estudo 7 de 30)
10. T R E C H O S D O C A P Í T U L O.
Sob a influência de Clementino, que o envolvia
inteiramente, Silva levantara-se e dirigia-se ao
comunicante com bondade:
- Meu amigo, tenhamos calma e roguemos o amparo
divino!
- Estou doente, desesperado...
- Sim, todos somos enfermos, mas não nos cabe
perder a confiança. Somos filhos de Nosso Pai
Celestial que é sempre pródigo de amor.
- É padre?
- Não. Sou seu irmão. [...]
11. A paciência do doutrinador sensibilizava-nos.
Não recebia Libórnio, qual se fora defrontado por um
habitante das sombras, suscetível de acordar-lhe
qualquer impulso de curiosidade menos digna.
Ainda mesmo descontando o valioso concurso do
mentor que o acompanhava, Raul emitia de si
mesmo sincera compaixão de mistura com
inequívoco interesse paternal.
Acolhia o hóspede sem estranheza ou irritação,
como se o fizesse a um familiar regressasse demente
ao santuário doméstico.
Talvez por essa razão o obsessor a seu turno se
revelava menos agastadiço. [...]
12. • - Não sou um ministro religioso -
continuava Raul, imperturbável -,
mas desejo me aceite como seu
amigo.
• - Que irrisão! não existem amigos
quando a miséria está conosco...
[...]
• - Ignoro por que me entravam agora
os passos. É inútil. Aliás, não sei a
razão pela qual me contenho. ....
Afinal, que fazem aqui estes
cavalheiros silenciosos e estas
mulheres mudas? que pretendem
de mim?
13. • - Estamos em prece por sua paz - falou Silva,
com inflexão de bondade e carinho.
• - Grande novidade" que há de comum entre
nós? Devo-lhes algo?
• - Pelo contrário - exclamou o interlocutor
convicto -, nós somos quem lhe deve atenção e
assistência.
• Estamos numa instituição de serviço fraterno e é
fora de dúvida que, num hospital, a ninguém
será licito inquirir da luta particular daqueles
que lhe batem à porta, porque, antes de tudo, é
dever da medicina e da enfermagem a prestação
de socorro às feridas que sangram.
14. • Ante o argumento enunciado com
sinceridade e simpleza, o renitente
sofredor pareceu apaziguar-se
ainda mais. Jatos de energia
mental, partidos de Silva,
alcançavam-no agora em cheio, no
tórax, como a lhe buscarem o
coração.
• Libórnio tentou falar, contudo, à
maneira de um viajante que já não
pode resistir à aridez do deserto,
comoveu-se diante da ternura
daquele inesperado acolhimento,
surgir-lhe por abençoada fonte de
água fresca. Surpreendido, notou
que a palavra lhe falecia embargada
na garganta.
15. • Sob o sábio comando de
Clementino, falou o
doutrinador com afetividade
ardente:
• - Libórnio, meu irmão!
• Estas três palavras foram
pronunciadas com tamanha
inflexão de generosidade
fraternal que o hóspede não
pode sopitar o pranto que lhe
subia do âmago.
• Raul avançou para ele,
impondo-lhe as mãos, das
quais jorrava luminoso fluxo
magnético, e convidou:
• - Vamos orar! [...]
16. • O visitante chorava.
• Via-se, porém, que não eram as palavras a força que o
convencia, mas sim o sentimento irradiante com que
eram estruturadas.
• Raul Silva, sob a destra radiosa de Clementino,
afigurava-se-nos aureolado de intensa luz.
• - Deus, que se passa comigo?!... - conseguia gritar
Libórnio em lágrimas.
• O irmão Clementino fez breve sinal a um dos
assessores de nosso plano, que apressadamente
acorreu, trazendo interessante peça que me pareceu
uma tela de gaze tenuíssima, com dispositivos
especiais, medindo por inteiro um metro quadrado,
aproximadamente.
17. • O mentor espiritual da reunião manobrou
pequena chave num dos ângulos do aparelho e o
tecido suave se cobriu de leve massa fluídica,
branquicenta e vibrátil.
• Em seguido, postou-se novamente ao pé de Silva,
que, controlado por ele, disse ao comunicante:
• - Lembre-se, meu amigo, lembre-se! Faça um
apelo à memória! Veja à frente os quadros que se
desenrolarão aos nossos olhos!...
• De imediato, como se tivesse a atenção
compulsoriamente atraída para a tela, o visitante,
fixou-a e, desde esse momento, vimos com
assombro que o retângulo sensibilizado exibia
18. variadas cenas de que o próprio Libórnio era o principal
protagonista. Recebendo-as mentalmente, Raul Silva
passou a descrevê-la:
-Observe, meu amigo! É noite. Ouve-se passos um
burburinho de algazarra a distância... Sua mãe
velhinha chama-o à cabeceira e pede-lhe
assistência ... Está exausta... Você é o filho que lhe
resta... Derradeira esperança da flagelada vida.
- Único arrimo...A pobre sente morrer.... Declara-se
receosa da solidão, de vez que é sábado de
carnaval e os vizinhos se ausentaram na direção
dos centros festivos.Parece uma criança
atemorizada...
19. • Contempla-o, ansiosa, e roga-lhe que fique...
Você responde que sairá tão somente por alguns
minutos... o bastante para trazer-lhe a medicação
necessária... Em seguida, avança, rápido, para
uma gaveta situada em aposento próximo e
apropria-se do único dinheiro de que a enferma
dispõe, algumas centenas de cruzeiros, com que
você se julga habilitado a desfrutas as falsas
alegrias do seu clube...Amigos espirituais de seu
lar abeiram-se de você, implorando socorro em
favor da doente, quase moribunda, mas você se
mostra impermeável a qualquer pensamento de
compaixão...
20. • ...Por três dias e quatro noites consecutivos,
entrega-se à loucura, com esquecimento de todas
as obrigações...Somente na madrugada de quarta
feira você volta estafado e semi-inconsciente... A
velhinha socorrida por braços anônimos, não o
reconhece mais... Aguarda, resignadamente, a
morte enquanto você se encaminha para um
quarto dos fundos, na expectativa de conseguir
um banho que o auxilie a refazer-se... Abre o gás
e senta-se por alguns minutos, experimentando a
cabeça entontecida...
21. • O corpo exige descanso,
depois da louca folia... A
fadiga surge, insopitável...
Desapercebe-se de si
mesmo e dorme semi-embriagado,
perdendo a
existência, porque as
emanações tóxicas lhe
cadaverizaram o corpo...
Na manhã clara de sol, um
rabecão leva-o ao
necrotério, como simples
suicida.
22. • O comunicante, vencido,
caiu em lágrimas.
• Tão grande lhe surgiu a
crise emotiva que o mentor
espiritual do grupo se
apressou a desligá-lo do
equipamento mediúnico,
entregando-o aos vigilantes
para que fosse
convenientemente
abrigado em organização
próxima.
• Libórnio, em fundo
processo de transformação,
afastou-se, tornando
Eugênia à posição normal.
[...]
23. • Que função desempenhava aquele retângulo que eu
ainda não conhecia? que cenas eram aquelas que se
haviam desdobrado célebres sob a nossa
administração?
• - Aquele aparelho - informou Áurus, gentil - é um
"condensador ectoplásmico" [...]
• Mas se estamos à frente de um condensador de
forças - considerei -, precisamos concluir que o êxito
do trabalho depende da colaboração de todos os
componentes do grupo....
• Exato - confirmou o Assistente -, as energias
ectoplasmicas são fornecidas pelo conjunto dos
companheiros encarnado, em favor de irmãos que
ainda se encontram semimaterializados na
24. faixas vibratórias da experiência física.
Por isso mesmo, Silva e Clementino necessitam do
concurso geral para que a máquina do serviço
funcione tão harmoniosamente quanto seja possível.
Pessoas que exteriorizem sentimentos menos dignos,
equivalentes a princípios envenenados nascidos das
viciações de variada espécie, perturbam
enormemente as atividades dessa natureza,
porquanto arrojam ao condensador as sombras de
que se fazem veículo, prejudicando a eficiência da
assembléia e impedindo a visão perfeita da tela por
parte da entidade necessitada de compreensão e de
luz.
25. NOS DOMÍNIOS
DA MEDIUNIDADE
LEONARDO PEREIRA
QUESTÕES PARA ESTUDO
26. 1 - Além da dedicação do guia espiritual
Clementino, o que foi determinante em Raul para
que Libórnio pudesse amenizar seu
comportamento?
• R: A sincera compaixão e o interesse
fraternal. Estes são elementos
fundamentais no auxílio a qualquer
espírito - encarnado ou desencarnado -
que esteja passando por momentos de
sofrimento e dor. Aos dirigentes e
esclarecedores nas reuniões mediúnicas,
então, tornam-se imprescindíveis.
27. • A compaixão - entendida aqui como empatia,
proximidade, verdadeiro exercício do amor
ao próximo - permite uma aproximação e um
entendimento mais amplo da dor do outro
(mesmo quando esta dor se expressa em
palavras rudes de revolta, como no caso de
Libório). O interesse é o passo inicial para a
atençao, que por sua vez é o requisito para
estabelicimento da sintonia.
• Prestar atenção ao outro, com interesse real,
ouvi-lo expressar-se, deixar que destile sua
mágoa ou dor, é colaborar grandemente.
28. 2 - Qual foi o elemento principal para que as palavras
"Libórnio, meu irmão!", usadas por Raul, levasse
Libórnio ao pranto?
• R: Mais que as palavras, o importante é o
sentimento que as gerou e que faz com que
sejam carregadas de energia positiva. É fácil
dizer "meu irmão", mas é difícil sentir
verdadeiramente isto por um quase
desconhecido. Apenas o exercício constante,
metódico e disciplinado da fraternidade
legítima, pode produzir os resultados
alcançados por Raul.
29. 3 - Que procedimento deve ter um doutrinador diante
de um comportamento rebelde de um irmão obsessor?
• R: Não só os doutrinadores - prefirimos o termo
"esclarecedores" - mas qualquer é um de nós,
devemos compreender que a rebeldia - geralmente
expressa através de palavras grosseiras, violentas -
esconde uma dor profunda, uma mágoa intensa,
uma insatisfação grande, às vezes consigo mesmo.
Entender isso é o primeiro passo para a
compreensão, e a compreensão (que não deve ser
confundida com aceitação) é o procedimento
correto diante de um comportamento rebelde.
30. 4 - Podemos afirmar que Libórnio praticou o suicídio,
como foi suposto pelos que acharam seu corpo inerte?
Justifique.
• R: Sim, suicídio indireto, ou para usarmos o termo usado
pelos espíritos da codificação (O Livro dos Espíritos, qst.
952, à qual remetemos os colegas de estudo), um
suicídio moral. Lembremos que o próprio André Luiz foi
categorizado como suicida. Naturalmente, as
conseqüências deste tipo de suicídio não se comparam
com as do suicídio direto já que não há a _intenção de
se matar, e os espíritos (LE 954) afirmam que não há
culpabilidade quando não há intenção ou a consciência
positiva de se fazer o mal. A responsabilidade é pelo mal
uso do corpo físico, pelo desgaste prematuro das
energias orgânicas, pelo comportamento auto-destrutivo.
•
31. 5 - Que máquina foi utilizada por Clementino, com a
ajuda de Raul, para que Libórnio tomasse
conhecimento de seus últimos momentos da sua vida
material? De que forma ela funciona?
• R: O aparelho foi denominado por Áulus como
sendo um "condensador ectoplasmático", ou
seja condensa (torna mais denso, mais
"material") o ectoplasma (que é a energia
emitida pelos componentes encarnados da
reunião, energia essa ainda em estudo).