O documento discute o consumo versus consumismo. A individualização levou as pessoas a buscarem referências nos próprios desejos, levando ao consumismo como forma de saciar necessidades supérfluas. Isso se intensificou com a publicidade e padrões de consumo, fazendo do ato de comprar um fim em si mesmo e não mais ligado à necessidade.
2. • Com a modernidade, assistiu-se a uma
intensificação do processo de individualização.
Conjugado a isso, houve uma
destradicionalização da vida, que implicou em
mudanças decisivas no que se refere ao
“situar-se” do indivíduo no mundo. Sujeitos
mais individualizados, que perderam suas
referências, veem-se em uma situação de
impasse, incertezas, inseguranças. Esse estado
gera desconforto, fazendo surgir a
necessidade de se criar, de algum modo,
outras referências.
3. Se as referências sociais se enfraqueceram, começa-se a
ser tomado como
referência o próprio eu. E o eu, sem levar em consideração
os outros, resume-se aos
próprios gostos, necessidades, prazeres a serem buscados.
Se essas são as novas “referências”, as motivações pessoais
irão no sentido de
atender a tais necessidades, satisfazê-las, saciá-las. Para
tanto, o sujeito viverá, em
grande medida, com o objetivo de adquirir objetos e
serviços que o satisfaçam.
4. Temos então o surgimento do fenômeno do
consumismo: um cenário em que grande
parte das ações dos indivíduos estão
relacionadas ao consumo. O consumo se
destaca como norteador marcante da conduta
de vida das pessoas na alta modernidade.
5. Qual é a diferença entre Consumo e
Consumismo?
• No consumo, o ato de comprar está diretamente
relacionado à necessidade ou à sobrevivência. Já
quando se trata de consumismo, essa relação está
rompida, ou seja, a pessoa não precisa daquilo que
está adquirindo. O consumismo está vinculado ao
gasto em produtos sem utilidade imediata, supérfluos.
Esse hábito vem sendo discutido por muitos autores
em suas origens e dimensões. Alguns estudiosos
apontam a importância da publicidade na construção
da obsessão pelo ato de comprar. Outros autores
destacam a vinculação histórica da possibilidade de
compra à vida boa, riqueza, saúde. Isso quer dizer que
ao longo dos anos, pessoas que tinham maior poder de
compra eram consideradas melhores que pessoas com
menor poder de compra.
6. Quais são as origens dessa tendência
consumista?
• A origem da tendência de compulsão pelo ato de comprar
tem suas origens na história da humanidade. Após os
eventos da Revolução Industrial, os processos de produção
e circulação de bens foram agilizados. Com o avanço da
produção, houve um grande distanciamento das pessoas e
do conhecimento em relação aos meios de produção. Para
entender como isso se deu, basta pensar o quanto você
conhece, por exemplo, dos processos de produção das
coisas que você compra. Você sabe como são fabricados os
produtos de higiene, alimentação, itens de decoração e
outros? Conhece as formas de distribuição, importação e
exportação? É justamente esse desconhecimento que
historicamente foi denominado alienação. A alienação é a
principal dimensão do consumismo, está na base da
compra desvinculada da necessidade e do
desconhecimento em relação ao valor de compra e de uso.
7. • Podemos destacar a vinculação da
possibilidade de comprar ao poder,
já que, por muitos anos, o consumo
era privilégio de classes mais ricas.
Com o desenvolvimento
econômico, da produção e da
publicidade, as distâncias foram
sendo diminuídas. O que se pode
perceber na atualidade é um
nivelamento de desejos: crianças
pobres e ricas querem os mesmos
brinquedos, adultos de classes
sociais distintas têm as mesmas
vontades, reforçadas pelos modelos
e padrões de vida apresentados
pela mídia, como os gostos e
hábitos de celebridades.
• A criação e valorização social de
padrões de comportamento é outra
dimensão importante do
consumismo. Para atingir o padrão
de sucesso e boa vida, inúmeras
pessoas investem seus esforços
para adquirir bens que não
necessitam.
8. • O sociólogo polonês
Zygmunt Bauman afirma
que o consumismo é a
incessante criação de
desejos que implica na
contínua substituição dos
objetos, uma vez que
novas necessidades são
criadas o tempo todo e
assim nos baseamos no
excesso e no desperdício.
9. As faces do Consumismo
O consumismo constitui-se numa conduta peculiar.
Incitado a uma verdadeira cultura de
“experimentação”, o indivíduo vive permanentemente
para aquilo que é imediato. Há uma sensível
desvalorização de ideais de longo prazo, fidelidade,
projetos de vida; no máximo, essas coisas
estão ligadas ao próprio consumo – em poucas palavras,
o “sacrifício” realizado seria
simplesmente “economizar para comprar algo”: o “carro
dos sonhos”, “aquela viagem para o
exterior”, o “tênis de marca” e assim por diante.
10. O anseio agora é por prazer,
afinal, se não há ideais
para toda a vida, resta o “carpe
diem do presente”: daí a busca
por inúmeras satisfações
momentâneas, divertimentos,
passatempos. Isso gera uma
situação de ansiedade
permanente de
busca por novidades, substituição
incessante de supérfluos, etc. o
que também traz
consequências para os
relacionamentos entre as
pessoas: superficialidade;
relações descartáveis,
unilaterais, em que a
reciprocidade só ocorre até o
ponto em que os interesses
egoístas estão
sendo satisfeitos.
11. Enfim o consumismo deve ser evitado para que
as pessoas busquem a solução para seus
problemas de uma maneira mais saudável e
para que tenham uma vida financeira mais
estável.
12. Referências:
• http://www.brasilescola.com/psicologia/consumismo.htm
Acessado às 17:18 em 07 de Novembro de 2014
• http://sociologia-
consumismo.blogspot.com.br/2008/05/consumo-x-
consumismo_13.html
Acessado às 19:19 em 07 de Novembro de 2014
• http://ensinosociologia.fflch.usp.br/consumo
Acessado às 19:34 em 07 de Novembro de 2014
http://sanjardim.blogspot.com.br/2012/06/resumo-consumo-
e-consumismo.html
Acessado às 19:38 em 07 de Novembro d 2014