2. Tecnologia
• O termo tecnologia vem do grego technê
(arte, ofício) e logos (estudo de).
• A relação do homem com a natureza foi
sempre mediada pela tecnologia.
Nos sistemas tecnológicos do amanhã – rápidos, fluidos e auto-reguladores - as
máquinas lidarão com o fluxo de materiais físicos: os homens com o fluxo de
informação e perceção. Máquinas realizarão, cada vez mais, as tarefas
rotineiras; os homens, as tarefas intelectuais e criativas. As máquinas, assim
como os homens, em vez de ficarem concentradas em fábricas gigantescas e
cidades industriais, estarão espalhadas através do globo, ligadas por um
sistema de comunicação, impressionantemente sensível, quase instantâneo. O
trabalho humano sairá da fábrica e do escritório massificado, para a comunidade
e o lar.
Alvin Toffler, O choque do futuro (1970)
3. Como surge a Tecnologia Educativa
(TE)?
• Didáticas Tecnológicas versus Didáticas
Clássicas (Blázquez, 1985)
A TE surge:
• Porque o homem deve ser educado para atuar
conscientemente num ambiente tecnológico;
• Como uma ciência aplicada capaz de contribuir
para tornar o processo educativo mais eficaz.
4. TE - Conceito
O significado de tecnologia educativa tem tido uma
interpretação errada, muitos pensam que são apenas as
ferramentas com que se trabalha atualmente na
educação, mas “é qualquer meio que permita chegar a
um fim”.
Na educação o desenvolvimento científico foi influenciado
pela filosofia, sociologia, e psicologia que marcaram as
bases teóricas e metodológicas que determinaram as
investigações educativas.
5. Tecnologia Educativa: Definição
• Etienne Brunswic (1980) define TE como, “o conjunto
dos meios novos saídos da revolução dos meios de
comunicação e que podem ser utilizados com fins
pedagógicos”.
• Lachance (1970), Lapointe (1978) e Marton (1978) : “A
tecnologia educativa integra as diversas funções do
processo educativo. Pretende, por um lado, analisar
os problemas ligados ao ensino e à aprendizagem,
e por outro, elaborar, implantar e avaliar as soluções
a estes problemas, através do desenvolvimento e
exploração dos recursos educacionais”
6. Tecnologia Educativa: Definição
“A tecnologia educativa é o estudo científico das
práticas educacionais, técnica-prática fundada no
conhecimento científico, dado que a tecnologia
pretende apagar essa distância entre a eficácia
infundada e o saber científico, ao servir de ponte
entre a técnica e a ciência”
(Quesada Castillo, 1990).
“Tecnologia Educativa é a teoria e prática
do planeamento, desenvolvimento,
utilização, gestão e avaliação de processos e
recursos para a aprendizagem”
7. Evolução do conceito
Definição genérica
• “aplicação de princípios científicos
na resolução de problemas
educativos”.
Definição específica
• Construção e desenvolvimento de
sistemas de ensino-aprendizagem, para
resolução de problemas educativos,
para uma melhor aprendizagem.
8. O que significa falar de TE?
• Conjunto de técnicas, métodos, instrumentos,
meios;
• Tornar o processo educativo mais eficaz. Falar
em eficácia significa melhorar a aprendizagem.
• O domínio de estudo da TE consiste na construção
de sistemas de ensino-aprendizagem capazes de
provocar mudanças educativas significativas.
9. Etapas da evolução da TE
Blanco (1983) assinala três fases:
1- Modernização (os aparelhos
são ajudas para o ensino )
2- Otimização do processo
(ajudas para a educação –
recursos para a aprendizagem)
3- Mudança (focagem sistémica)
10. Evolução TE em Portugal
• Arranque – meios audiovisuais (telescola - 1964);
• Afirmação – década de 70 e 80 – integração
curricular da TE na formação de professores;
- Projeto MINERVA
.
- Reforma educativa – 2 relatórios referentes à TE
Desenvolvimento – a partir da década 90 - a TE é uma
das componentes das Ciências da Educação – está
presente em todas as modalidades de formação de
professores. Lançamento de cursos de pós-graduação.
Universidade Aberta.
11. Investigação em TE em
Portugal
Linhas de investigação
•
•
•
•
•
•
Aplicação das teorias de
aprendizagem à estruturação
do conhecimento;
Desenvolvimento de métodos,
estratégias e técnicas de ensino-aprendizagem;
Exploração dos recursos tecnológicos da informação e
da comunicação (TIC);
• Utilização de sistemas de planificação, de gestão e de
avaliação na análise dos problemas e soluções
educativas.
12. A TE em Portugal
A Tecnologia Educativa (TE) em Portugal desenvolveu-se em
meados da década de 70, integrando os currícula dos cursos de
formação inicial de professores e pós-graduação;
Começaram a surgir alguns trabalhos de investigação na área;
Projecto de investigação (Coutinho, 2005) - 460 artigos científicos
desenvolvidos no âmbito da TE e publicados por autores
portugueses em revistas e actas de reuniões científicas entre 1985 e
2000.
Os resultados fornecem-nos importantes pistas para uma reflexão
sobre o futuro e o rumo que deverá tomar a TE no nosso país.
•
http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/6377
13. 2 estudos focalizam a análise no desenvolvimento de Centros
de Recursos Educativos (Canário, Barroso, Oliveira & Pessoa,
1995; Oliveira, 1999);
2 contextualizam a formação inicial de professores num
ambiente de aprendizagem colaborativa (Correia & Calafate,
1999) e na Internet (Bettencourt, 2000);
3 perspectivam a utilização do computador na criação de uma
rede de escolas europeias (Ramos, 1999), e a utilização do ecrã
como suporte para a prática da pintura de expressão livre
(Martins & Chaves, 2000).
Fazer um levantamento sistemático da produção científica para
que o domínio se afirme e defina o seu espaço dentro das Ciências
da Educação em Portugal;
14. A tecnologia na educação
A tecnologia educativa sempre existiu.
No início como material de apoio à docência
e depois como meios didáticos e
audiovisuais para o ensino.
Atualmente acompanhando os desenvolvimentos tecnológicos
torna-se impossível resistir às mudanças. Tem havido
mudanças importantes na educação, nos seus objetivos,
estrutura e funcionamento.
A educação tem acompanhado os avanços científicos.
Procurando desenvolver o processo educativo de forma mais
viável e adequada à sociedade e cultura.
15. Funções
As tecnologias da informação podem contribuir para
desenvolver ambientes de aprendizagem mais
interativos.
A integração bem planificada de uma aprendizagem
com meios tecnológicos (computador, dispositivos
móveis, softwares, audiovisuais, multimédia), pode
reduzir a pressão sobre os docentes.
Os avanços no campo das TIC
mudaram os papéis dos docentes e
alunos nos processos de ensinoaprendizagem.
16. Do professor vai depender a capacidade para
estimular a criatividade e o espírito crítico dos
alunos;
A tecnologia na educação deve ser utilizada pelo seu
valor educacional e não por pressão social;
Os professores aceitam as inovações tecnológicas
se as considerarem como recursos auxiliares;
O grau em que o computador responde a estes
critérios depende de como os professores percebem
a sua utilidade.
17. Papel da tecnologia na educação?
Romper um pouco com a resistência;
Automatizar os processos administrativos;
Proporcionar novas formas de comunicação;
Manter os nossos conhecimentos atualizados;
Tornar os processos docentes mais interativos e
participativos;
Criar novos espaços para a utilização dos recursos
tecnológicos na educação.
18. Currículo e tecnologia educativa
A tecnologia está aqui e faz parte do nosso
quotidiano;
A nossa tarefa é certificarmo-nos de que
estará na sala de aula por sábias e
prudentes razões políticas, económicas e
educacionais e não apenas porque alguns
grupos de poder desejam novamente
redefinir os objectivos da educação de
acordo com os seus interesses;
Não devemos deixar nunca de questionar o
que há de crítico nas tecnologias
educativas.
•
Paraskeva, João M., Oliveira, Lia R., (2011). Currículo e Tecnologia Educativa _ Volume 2
19. A TE hoje
Quando pensamos no uso de tecnologias nas escolas
não falamos simplesmente no uso de “aparelhos
tecnológicos digitais”, mas sim no conjunto de técnicas,
processos e métodos específicos para o ofício de
ensinar!
A escola que hoje convive com as tecnologias digitais,
já viveu séculos sem elas e viverá muitos outros séculos
com tecnologias que ainda serão inventadas;
As tecnologias mudam, a escola adequa-se ao seu
tempo e usa essas tecnologias, mas a escola não é uma
aplicação da tecnologia em si.
25. Referencial de Competências TIC (profs)
Objetivos
• Desenvolvimento e valorização profissional dos agentes
educativos na utilização das TIC
• Reconhecimento de competências já adquiridas
• Aquisição de novas competências
• Formação e Certificação de docentes
• Competências Digitais
• Competências Pedagógicas com TIC
• Competências Pedagógicas com TIC de Nível Avançado
• Formação e Certificação de pessoal não docente
• Competências Digitais
• Competências Profissionais com TIC
26. Referencial de Competências TIC (profs)
• Nível 1: Certificado de Competências
Digitais
– Conhecimento de ferramentas e de
procedimentos.
– Capacidades técnicas.
------------------------------------• O professor demonstra ter conhecimentos
básicos das ferramentas TIC e da sua utilização
no contexto de trabalho.
• O professor utiliza instrumentalmente as TIC
como ferramentas funcionais no seu contexto
profissional.
27. Referencial de Competências TIC (profs)
• Nível 2: Certificado de Competências Pedagógicas com
TIC
– Integração da tecnologia e da pedagogia.
------------------------------• O professor demonstra ter conhecimentos fundamentados
das ferramentas TIC relativas às disciplinas e/ou áreas
disciplinares que leciona.
• O professor compreende as vantagens da utilização das TIC
como meio para melhorar as práticas pedagógicas e as
aprendizagens dos alunos.
28. Referencial de Competências TIC (profs)
• Nível 3: Certificado de Competências Pedagógicas com
TIC de Nível Avançado
– Inovação, Criação, Investigação.
----------------------• O professor inova práticas pedagógicas com as TIC,
mobilizando as experiências e reflexões, num sentido de
partilha e colaboração com a comunidade educativa numa
perspectiva investigativa.
• O professor demonstra amplo conhecimento das
ferramentas TIC e compreende o seu potencial no
desenvolvimento profissional e na inovação pedagógica.
29. Erros concetuais – Tecnologias
Digitais/Tecnologias educacionais
Ideológicos
Foco na tecnologia e não na pedagogia.
O foco correto deve ser no processo de ensino
e aprendizagem (currículo, metodologias,
estratégias, etc.) e as TDs têm de ser inseridas
como ferramentas de apoio às TEs onde for
viável fazê-lo.
30. Estratégicos
Busca de atividades e projetos que possam
ser desenvolvidos com as TDs. Pressuposto
de que é preciso estabelecer projetos
específicos para o uso das TDs.
O foco correto deveria ser a busca de TDs
que facilitem o processo de ensino e
aprendizagem e o uso da tecnologia para o
ensino e não do ensino para a tecnologia.
31. Práticos
Formação de professores para o uso de
softwares e TDs. Compartimentação do
conhecimento (TDs X TEs). Planeamento de
aulas voltado para o uso de TDs.
O foco correto deveria ser a inclusão digital dos
professores e alunos (uso efetivo das TDs nas
atividades do quotidiano). Disponibilização de
recursos, oportunidades e valorização da
inovação que leva à melhoria da qualidade do
ensino.
32. Projetos de aprendizagem e tecnologias
digitais
Para evitar os erros apresentados antes devese procurar inserir as TDs num contexto em que
se disponha de:
Tecnologia comprovadamente eficaz;
Estratégias conhecidas e adequadas;
Práticas eficazes e sustentáveis.
33. Projetos de Aprendizagem
São Projetos Educacionais que possuem tecnologias bem estabelecidas
Sabemos como e por que motivo os utilizámos. Sabemos planeá-los
e executá-los. Temos objetivos para utilizá-los e estratégias para os
conduzir. Tudo isso nos dá segurança para os desenvolver;
Permitem a ação de múltiplos agentes (interdiscilinaridade,
transdiciplinaridade).
Isso permite-nos atingir um número maior de atores potenciais para
o uso das TDs e facilitam a aprendizagem colaborativa de alunos
e professores.
Permitem o uso natural de diferentes TDs;
Projetos com várias etapas, atores e muitas ações simultâneas ou
não. Tudo isso permite que diferentes recursos tecnológicos sejam
usados em diferentes momentos e situações. Projetos geram
oportunidades de uso das TDs;
34. Projetos de Aprendizagem
São focados no processo e não nos resultados finais.
Aqui as TDs têm a característica natural delas: apoio ao
desenvolvimento, à aprendizagem, ao “fazer”; são “instrumentos
para potenciar as ações” e não objetivos em si mesmas. As TDs
enriquecem o processo e não são objetivos finais.
Promovem a aprendizagem colaborativa.
É no “aprender a aprender” e no “aprender a fazer” que as TDs são
aprendidas, e a aprendizagem colaborativa é fundamental para
esses processos. Os projetos têm naturalmente a característica de
aprendizagem colaborativa e permitem que não apenas os alunos
aprendam colaborativamente, mas também os professores.
35. Como implementar as TDs em
Projetos de Aprendizagem?
Dispor de recursos tecnológicos (TDs) e facilitar
o seu acesso;
Planear a inserção das TDs nas diferentes
atividades do projeto em função de sua utilidade
e disponibilidade, visando sempre a melhoria da
qualidade dos processos ou produtos;
Documentar, relatar, analisar e registar o uso
das TDs e o seu impacte nos Projetos de
Aprendizagem.
36. Partilhar experiências e aprendizagens (reuniões
pedagógicas, formações, dia-a-dia, etc.);
Promover uma política de inovação constante, dar
continuidade aos projetos e procurar envolver
cada vez mais os diferentes agentes;
Incentivar, valorizar, expor, divulgar e premiar as
inovações que produzem bons resultados;
Repensar o modelo de professor para incorporar
um novo perfil profissional: o perfil do “Professor
Digital“.
•
http://professordigital.wordpress.com
37. A tecnologia de hoje
Tecnologia educativa hoje está num
constante processo de renovação face às
novas exigências;
Tem de ser incorporada nas escolas e os
professores devem ser preparados para a
sua integração;
Atualmente, os custos para incorporar
e utilizar a tecnologia de forma adequada
não são muito elevados.
A grande maioria das ferramentas Web 2.0
são gratuitas.
38. O docente
No que respeita à formação de
professores ela é a chave para o
sucesso da introdução de tecnologias na
escola;
Dificilmente podemos ter sucesso na
integração de tecnologias na
educação, se os professores que as
vão usar não estão preparados para o
seu uso.
39. Da pedagogia à tecnologia
• O uso da tecnologia na educação deve ser a
sua progressiva integração na vida escolar no
currículo e seguindo a prática pedagógica.
40. Evolução da tecnologia educativa:
calculadoras gráficas:
ábaco
tábuas de logaritmos
máquinas de calcular mecânicas
calculadoras científicas
computador ENIAC
calculadoras gráficas
43. Objetos de Aprendizagem
O conceito de objeto de aprendizagem (AO) surgiu nos anos 90.
Os objetos de aprendizagem são definidos por Wiley (2000)
como quaisquer recursos digitais, que podem ser reutilizados
digitais
para assistir à aprendizagem e que podem ser distribuídos
pela rede, sob demanda, independentemente do tamanho.
rede
tamanho
Para este autor OA são elementos digitais de um novo tipo de
instrução, que podem ser reutilizados em diferentes contextos
pedagógicos e por várias pessoas.
pessoas
Foi adotado como uma representação do conceito de reutilização
de e-conteúdos educativos (Polsani, 2003)
44. Conclusão
É fundamental compreender que as
tecnologias próprias da Educação,
como a pedagogia, a didática, a
prática de ensino e as diversas
metodologias próprias de cada área
do saber, não são substituíveis pelas
tecnologia digitais ou por qualquer
outra tecnologia.
A tecnologia educativa deve variar de acordo
com as necessidades sociais e deve ser uma
resposta a essas necessidades.
45. Discussão
?
Actualmente os educadores têm o imperativo de :
Aprender a utilizar a tecnologia;
Aprender a ensinar com recurso às tecnologias educativas;
e principalmente,
Aprender a saber utilizar a tecnologia para benefício do processo
de ensino e aprendizagem dos alunos.
46. Bibliografia
•
António, José Carlos. Projetos de Aprendizagem e Tecnologias Digitais, Professor
Digital, SBO, 04 maio 2009. Disponível em:
http://professordigital.wordpress.com/2009/05/04/projetos-educacionais-e-tecnologias-
•
Pereira Coutinho, C. (2006). A investigação em "meios de ensino" entre 1950 E
1980: expectativas e resultados. Revista Portuguesa de Educação, ano/vol. 19,
número, vol.19, no.1, p.153-174
Pereira Coutinho, C. & Chaves, J.H. (2002). O estudo de caso na investigação em
Tecnologia Educativa em Portugal. Revista Portuguesa de Educação, 15(1), pp. 221243
Blanco, Elias & SILVA, Bento (1993). Tecnologia Educativa em Portugal: conceito,
origens, evolução, áreas de intervenção e investigação. Revista Portuguesa de
Educação, vol. 6, nº 3, 37-55.
Toffler, A. (1970). O Choque do futuro. Lisboa : Edição Livros do Brasil.
Paraskeva, João M., Oliveira, Lia R., (2011). Currículo e Tecnologia Educativa _
Volume 2
Eurydice. (2007). O Sistema Educativo em Portugal. Disponível em:
http://www.eurydice.org.
Santos Guerra, Miguel. (2003). No coração da escola. Porto: Edições ASA.
Sousa, Jesus. (2000). O Professor como Pessoa. Porto: Edições ASA.
•
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