SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  24
PROFESSORA TUTORA:
  RENATA AGUIAR
   Você já se sente professor de Língua
    Portuguesa (LP)? Quais são os requisitos
    necessários para a composição do professor de
    LP? No que consiste uma boa aula de LP? Qual
    o espaço da educação na nossa sociedade?
   As concepções de Língua/linguagem: implicações
    para a prática educativa e configuração identitária
    do professor de LP.

   Afinal, Língua é gramática? Língua é código?
    Língua é variação? Língua é interação?

 Segundo Travaglia (1996), a linguagem pode ser
  vista como:
1. Manifestação do pensamento;
2. Código/veículo ou instrumento de comunicação;
3. Interação.
 Cada campo do saber dentro da linguística vai
  abordar e, portanto, compreender a língua(gem)
  sob um ponto de vista. Cabe a nós, estudiosos
  desse objeto, estabelecermos filiações e operar
  com a multiplicidade de informações.
 Ensino prescritivo: aprende aquele que domina as

  regras da linguagem normativa.
 Ensino descritivo: considera todas as variedades

  linguísticas.
 Ensino produtivo: objetiva acrescentar novas

  habilidades linguísticas aos alunos (PCN’s)
   Nos dias de hoje, a sociedade carece de um
    sujeito crítico, hábil na linguagem, que use as
    práticas de leitura e escrita para significar o
    mundo que o cerca. Proficiência linguística.

   Nesse sentido, o texto/gênero deve ser a unidade
    de ensino, uma vez que são reveladores de
    processos das mais variadas situações de
    comunicação.
   Letramento: resultado da ação de ensinar a ler e
    escrever dentro de um contexto onde a escrita e a
    leitura tenham sentido e façam parte da vida do aluno.
    (Magda Becker Soares, professora titular da
    Faculdade de Educação da UFMG).

   A construção educativa deve garantir ao discente uma
    formação consistente, significativa, que lhe possa dar
    condições para o exercício da cidadania ao longo de
    sua vida. Democracia.
   Assim, o professor deve fomentar situações reais de
    produção de sentido, sendo necessário pensar a
    abordagem teórico-metodológica de suas aulas de
    modo a assegurar a competência comunicativa.

   Um sujeito capaz de lidar satisfatoriamente com as
    práticas de escrita e oralidade nas diversas esferas
    sociais constitui-se em um sujeito letrado.

   Um dos instrumentos pedagógicos norteador do
    trabalho do professor são os Parâmetros Curriculares
    Nacionais (PCNs).
Vamos refletir sobre alguns apontamentos
  relevados pelos PCNs quanto ao ensino de
  língua:
 1. A razão de ser das propostas de leitura e

  escuta é a compreensão ativa e não a
  decodificação e o silêncio;
 2. A razão de ser das propostas de uso da fala e

  da escrita é a interlocução efetiva, e não a
  produção de textos para serem objetos de
  correção;
 3. As situações didáticas têm como objetivo levar

  os alunos a pensar sobre a linguagem para poder
  compreendê-la e utilizá-la apropriadamente às
  situações e aos propósitos definidos. (p. 19)
   O professor deve mudar a abordagem do ensino focado
    em palavras, frases soltas, para o gênero.

   Primar pela classificação e taxonomia do gênero em
    detrimento da compreensão da sua função social é insistir
    no erro. Obviamente, saber que tipo de gênero se trata é
    importante, mas não menos relevante é considerar os
    aspectos constitutivos do gênero - as condições de sua
    produção, as práticas sociais nas quais ele é construído,
    os possíveis papéis sociais assumidos pelos participantes
    dessa prática, o seu propósito na interação.
Sabemos que o aprendiz não detém todas as
estratégias necessárias para a prática de leitura e
escrita, elas deverão ser introduzidas e
desenvolvidas gradativamente, daí a importância
de selecionar material didático condizente com o
nível de letramento que se encontra o aluno.
   Toda e qualquer ação pedagógica deve ter como
    escopo um ou outro gênero, uma vez que nos
    comunicamos, interagimo-nos através dos
    mesmos.
   Você acha que se deve trabalhar em sala apenas
    os gêneros escritos? Os gêneros orais não
    demandam o domínio de estratégias linguísticas,
    textuais e discursivas que devem ser
    desenvolvidas?
   E quanto aos gêneros híbridos? Qual o espaço
    concedido a eles na escola? À propósito, o que é
    mesmo gênero híbrido?
   Gêneros primários : atividades de linguagem
    realizadas em um âmbito mais familiar e, por
    assim ser, seguem padrões menos rígidos.

   Gêneros secundários : moldam-se a uma
    matriz cujos parâmetros são mais fixos e,
    portanto, menos negociáveis.

   O memorial, por exemplo, é um gênero
    considerado híbrido na medida em que deixa
    transparecer aspectos domésticos, íntimos do
    sujeito que enuncia e evidencia traços da esfera
    pública já que é um gênero acadêmico.
   Portanto, caro acadêmico, caberá ao professor
    selecionar gêneros orais e escritos tanto da
    esfera primária, quanto da esfera secundária,
    além, é claro, considerar os gêneros híbridos
    quando for elaborar seu plano de aula.

   Quais critérios devem nortear esta seleção?Como
    promover o desenvolvimento da língua/linguagem
    através do uso de gêneros em sala de aula?
Observe 4 aulas de LP em uma escola pública e
 avalie os seguintes aspectos:

   1. Qual a visão de língua/linguagem trabalhada em sala de
    aula?
   2. O que é ensinado está de acordo com as orientações
    dos PCNs?
   3. Qual o lugar da oralidade na prática de ensino?
   4. As aulas observadas se apóiam na noção de gênero?
    Justifique.
   5. Quais os recursos didáticos utilizados pelo(a)
    professor(a)?
   6. Aponte dois pontos positivos e dois pontos negativos da
    aula assistida.
 O professor, diante da multiplicidade de usos da
  língua oral e escrita de acordo com as demandas
  comunicativas, deverá não só conscientizar os
  alunos da variação linguística, mas criar situações
  de aprendizagem que requerem habilidade do
  falante para produzir efeitos de sentido.
 Sujeitos pertencentes a classes sociais diferentes

  terão relação com a linguagem (escrita/oral)
  também de maneira diferenciada. Cabe ao
  professor: continuar reproduzindo essa divisão.
   Revisão da dicotomia língua escrita e língua oral:
    entendê-las como modalidades hibricadas,
    heterogêneas. Marcuschi (2001) defende que o
    objetivo central do ensino de língua: É o pleno
    domínio e uso de ambas as modalidades nos seus
    diferentes níveis.
   Na pretensão de se ensinar a variedade culta o
    ponto de partida deve ser a língua falada no dia-a-
    dia, somente assim o aluno terá condições de
    refletir, entender o funcionamento da língua e,
    portanto, apropriar-se de outras variedades das
    quais ele não tenha tanta familiaridade.
   Nesse contexto, necessário se faz a escolha
    adequada de recursos didáticos condizentes com
    os interesses do público-alvo. O professor deve
    promover situações das quais naturalmente
    emergirão textos/gêneros diversos.
   pesquisas apontam que poucos professores
    apresentam uma abordagem metodológica de
    ensino de língua diferente daquela tradicional e
    estanque. Ensino de língua para muitos é sinônimo
    de ensino de gramática normativa. Talvez, esteja aí
    o ponto de desinteresse dos alunos pela disciplina
    Língua Portuguesa.
   Val (1991) define texto: como ocorrência linguística
    falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de
    unidade sociocomunicativa, semântica e formal.
   Beaugrande e Dressler (apud Val, 1991) destacam sete
    fatores responsáveis pela textualidade de um discurso
    qualquer:
1. Coerência; 2. Coesão que se relacionam com o
  material conceitual e linguístico do texto;
3. Intencionalidade; 4. Aceitabilidade;
5. Situacionalidade; 6. Informatividade;
7. Intertextualidade, os quais têm a ver com os fatores
  pragmáticos envolvidos no processo sociocomunicativo.
   Qual é o espaço conferido ao texto oral em sala de aula?

   Os gêneros orais não são tratados como objetos de
    ensino nas aulas de Língua Portuguesa, geralmente,
    eles emergem de situações corriqueiras da sala de aula.

   As ações empreendidas quando um determinado gênero
    oral é demandado na prática pedagógica carecem de
    planejamento, reflexão e apreensão.

   O professor de LP não pode se esquivar de ensinar
    gêneros orais, sob pena de formar um aluno
    despreparado para as ações de linguagem.
 De que tipo de texto estamos falando?
 Qual é a concepção de texto operada em sala de

  aula?
 Que critérios devemos utilizar para a seleção

  desses textos?
 Que gêneros escritos devemos trabalhar na

  escola?
 Como trabalhá-los da melhor forma?

 De que escrita estamos falando?
   Quanto à escrita, sabemos que não é todo sujeito
    que tem pleno o domínio da mesma, sobretudo,
    quando ela vem representada como o lugar legítimo
    da norma, funcionando a serviço daqueles que
    recorrem ao discurso como forma de sedimentar
    divisão de classes. De que forma podemos mudar
    essa situação?
   A questão é mostrar os recursos que a língua
    oferece quando participa de um determinado
    evento enunciativo. Assim, construir-se-Á sua
    identidade comunicativa e vai se sentindo à
    vontade para ousar, criar e jogar com o outro nas
    interações verbais.
 Diferentemente do que geralmente se difunde, a
  entrevista não é um gênero de texto
  exclusivamente jornalístico.
 FÓRUM

 Faça uma entrevista, seguindo a estrutura acima

  exposta, com a coordenadora da área
  "Linguagens, códigos e suas tecnologias" sobre o
  ensino de língua materna na escola. Em seguida,
  escreva seu posicionamento diante das respostas
  e discuta com seus no Fórum da aula.
   Não há porque privilegiarmos o ensino da escrita em
    detrimento da oralidade, ambas devem ser trabalhadas,
    sem hierarquias. Ocorre que estudos sobre o ensino da
    oralidade ainda são escassos.
   Como ter segurança de que sua atuação é adequada
    para a expectativa deformação de um aluno ideal?
    Particularmente sobre a oralidade, como eleger
    metodologias satisfatórias para o seu desenvolvimento?
   Aulas cuja temática se baseie nas proximidades entre
    fala e escrita podem cooperar para o entendimento da
    língua em funcionamento.
Estágio   1o.dia

Contenu connexe

Tendances

O ensino na língua portuguesa
O ensino na língua portuguesaO ensino na língua portuguesa
O ensino na língua portuguesalagunaedu
 
Atividade avaliativa de encontro presencial
Atividade avaliativa de encontro presencialAtividade avaliativa de encontro presencial
Atividade avaliativa de encontro presencialLOCIMAR MASSALAI
 
O ensino da língua portuguesa 1ª aula 04
O ensino da língua portuguesa 1ª aula 04O ensino da língua portuguesa 1ª aula 04
O ensino da língua portuguesa 1ª aula 04Lygia Souza
 
Proposta curricular 2016 1º ano
Proposta curricular 2016   1º anoProposta curricular 2016   1º ano
Proposta curricular 2016 1º anoMarcia Susana
 
Projeto de pesquia em língua Portuguesa
Projeto de pesquia em língua PortuguesaProjeto de pesquia em língua Portuguesa
Projeto de pesquia em língua PortuguesaJose Arnaldo Silva
 
Introdução à didáctica do português recensão
Introdução à didáctica do português recensãoIntrodução à didáctica do português recensão
Introdução à didáctica do português recensãoascotas
 
Introdução à didáctica do português
Introdução à didáctica do portuguêsIntrodução à didáctica do português
Introdução à didáctica do portuguêsascotas
 
Diversidade textual livro
Diversidade textual livroDiversidade textual livro
Diversidade textual livroFabiana Esteves
 
A polifonia no discurso publicitário como recurso pedagógico
A polifonia no discurso publicitário como recurso pedagógicoA polifonia no discurso publicitário como recurso pedagógico
A polifonia no discurso publicitário como recurso pedagógicoDenise Medeiros
 
Didatica da Lingua Portuguesa. Linguagem e língua
Didatica da Lingua Portuguesa. Linguagem e línguaDidatica da Lingua Portuguesa. Linguagem e língua
Didatica da Lingua Portuguesa. Linguagem e línguaVelasco Carneiro Francisco
 
Análise do livro projeto buriti
Análise do livro projeto buriti Análise do livro projeto buriti
Análise do livro projeto buriti monyckesilva
 
A leitura numa perspectiva social
A leitura numa perspectiva socialA leitura numa perspectiva social
A leitura numa perspectiva socialUPE
 
A leitura numa perspectiva social
A leitura numa perspectiva socialA leitura numa perspectiva social
A leitura numa perspectiva socialUPE
 
Análise da Gramática Reflexiva de Cereja e Cochar
Análise da Gramática Reflexiva de Cereja e CocharAnálise da Gramática Reflexiva de Cereja e Cochar
Análise da Gramática Reflexiva de Cereja e CocharWendell Santos
 
Introdução à didáctica do português
Introdução à didáctica do portuguêsIntrodução à didáctica do português
Introdução à didáctica do portuguêsascotas
 
Seminário academico. O Ensino da Língua Portuguesa: Perspectivas e Contradições
Seminário academico. O Ensino da Língua Portuguesa: Perspectivas e ContradiçõesSeminário academico. O Ensino da Língua Portuguesa: Perspectivas e Contradições
Seminário academico. O Ensino da Língua Portuguesa: Perspectivas e Contradiçõeslagunaedu
 
Fala escrita livro_luiz marcuschi
Fala escrita livro_luiz marcuschiFala escrita livro_luiz marcuschi
Fala escrita livro_luiz marcuschiAmauri Lima
 

Tendances (20)

O ensino na língua portuguesa
O ensino na língua portuguesaO ensino na língua portuguesa
O ensino na língua portuguesa
 
Atividade avaliativa de encontro presencial
Atividade avaliativa de encontro presencialAtividade avaliativa de encontro presencial
Atividade avaliativa de encontro presencial
 
O ensino da língua portuguesa 1ª aula 04
O ensino da língua portuguesa 1ª aula 04O ensino da língua portuguesa 1ª aula 04
O ensino da língua portuguesa 1ª aula 04
 
Proposta curricular 2016 1º ano
Proposta curricular 2016   1º anoProposta curricular 2016   1º ano
Proposta curricular 2016 1º ano
 
Projeto de pesquia em língua Portuguesa
Projeto de pesquia em língua PortuguesaProjeto de pesquia em língua Portuguesa
Projeto de pesquia em língua Portuguesa
 
Introdução à didáctica do português recensão
Introdução à didáctica do português recensãoIntrodução à didáctica do português recensão
Introdução à didáctica do português recensão
 
Introdução à didáctica do português
Introdução à didáctica do portuguêsIntrodução à didáctica do português
Introdução à didáctica do português
 
Diversidade textual livro
Diversidade textual livroDiversidade textual livro
Diversidade textual livro
 
Proposta o-ensino-da-gramatica-em-lingua-portuguesa
Proposta o-ensino-da-gramatica-em-lingua-portuguesaProposta o-ensino-da-gramatica-em-lingua-portuguesa
Proposta o-ensino-da-gramatica-em-lingua-portuguesa
 
A polifonia no discurso publicitário como recurso pedagógico
A polifonia no discurso publicitário como recurso pedagógicoA polifonia no discurso publicitário como recurso pedagógico
A polifonia no discurso publicitário como recurso pedagógico
 
Didatica da Lingua Portuguesa. Linguagem e língua
Didatica da Lingua Portuguesa. Linguagem e línguaDidatica da Lingua Portuguesa. Linguagem e língua
Didatica da Lingua Portuguesa. Linguagem e língua
 
Análise do livro projeto buriti
Análise do livro projeto buriti Análise do livro projeto buriti
Análise do livro projeto buriti
 
A leitura numa perspectiva social
A leitura numa perspectiva socialA leitura numa perspectiva social
A leitura numa perspectiva social
 
A leitura numa perspectiva social
A leitura numa perspectiva socialA leitura numa perspectiva social
A leitura numa perspectiva social
 
ExpressãO Oral
ExpressãO OralExpressãO Oral
ExpressãO Oral
 
Análise da Gramática Reflexiva de Cereja e Cochar
Análise da Gramática Reflexiva de Cereja e CocharAnálise da Gramática Reflexiva de Cereja e Cochar
Análise da Gramática Reflexiva de Cereja e Cochar
 
Unidade 5 - parte 1
Unidade 5 - parte 1Unidade 5 - parte 1
Unidade 5 - parte 1
 
Introdução à didáctica do português
Introdução à didáctica do portuguêsIntrodução à didáctica do português
Introdução à didáctica do português
 
Seminário academico. O Ensino da Língua Portuguesa: Perspectivas e Contradições
Seminário academico. O Ensino da Língua Portuguesa: Perspectivas e ContradiçõesSeminário academico. O Ensino da Língua Portuguesa: Perspectivas e Contradições
Seminário academico. O Ensino da Língua Portuguesa: Perspectivas e Contradições
 
Fala escrita livro_luiz marcuschi
Fala escrita livro_luiz marcuschiFala escrita livro_luiz marcuschi
Fala escrita livro_luiz marcuschi
 

En vedette

Oralidade, escrita, estrutura e função da linguagem
Oralidade, escrita, estrutura e função da linguagemOralidade, escrita, estrutura e função da linguagem
Oralidade, escrita, estrutura e função da linguagemRenato Souza
 
Generos orais na escola texto
Generos orais na escola  textoGeneros orais na escola  texto
Generos orais na escola textoDany silverio
 
Situação de aprendizagem aparecida martins borges testa
Situação de aprendizagem   aparecida martins borges testaSituação de aprendizagem   aparecida martins borges testa
Situação de aprendizagem aparecida martins borges testaclaricelis
 
Variação linguística
Variação linguísticaVariação linguística
Variação linguísticabodaovg
 

En vedette (7)

Ling port 2
Ling port 2Ling port 2
Ling port 2
 
Oralidade, escrita, estrutura e função da linguagem
Oralidade, escrita, estrutura e função da linguagemOralidade, escrita, estrutura e função da linguagem
Oralidade, escrita, estrutura e função da linguagem
 
Generos orais na escola texto
Generos orais na escola  textoGeneros orais na escola  texto
Generos orais na escola texto
 
Texto base disciplina-aquisicaol2
Texto base disciplina-aquisicaol2Texto base disciplina-aquisicaol2
Texto base disciplina-aquisicaol2
 
Situação de aprendizagem aparecida martins borges testa
Situação de aprendizagem   aparecida martins borges testaSituação de aprendizagem   aparecida martins borges testa
Situação de aprendizagem aparecida martins borges testa
 
Variação linguística
Variação linguísticaVariação linguística
Variação linguística
 
Variação linguística 2
Variação linguística 2Variação linguística 2
Variação linguística 2
 

Similaire à Estágio 1o.dia

PCNs de Língua Portuguesa
PCNs de Língua PortuguesaPCNs de Língua Portuguesa
PCNs de Língua PortuguesaEvaí Oliveira
 
Aula 1 - Introdução ao estudo da linguagem na perspectiva psicológica.pptx
Aula 1 - Introdução ao estudo da linguagem na perspectiva psicológica.pptxAula 1 - Introdução ao estudo da linguagem na perspectiva psicológica.pptx
Aula 1 - Introdução ao estudo da linguagem na perspectiva psicológica.pptxalessandrapereira773417
 
O modo imperativo numa abordagem semântica pragmática e discursiva
O modo imperativo numa abordagem semântica pragmática e discursivaO modo imperativo numa abordagem semântica pragmática e discursiva
O modo imperativo numa abordagem semântica pragmática e discursivaCarmelita Minelio
 
Entrevista com silvana serrani
Entrevista com silvana serraniEntrevista com silvana serrani
Entrevista com silvana serraniKelly Cris
 
Izabel maria de matos artigo sobre linguística
Izabel maria de matos artigo sobre linguísticaIzabel maria de matos artigo sobre linguística
Izabel maria de matos artigo sobre linguísticaIzabel Maria de Matos
 
Monografia Maria Aparecida Pedagogia 2011
Monografia Maria Aparecida Pedagogia 2011Monografia Maria Aparecida Pedagogia 2011
Monografia Maria Aparecida Pedagogia 2011Biblioteca Campus VII
 
Bloco2 alfabetizacao letramento_1
Bloco2 alfabetizacao letramento_1Bloco2 alfabetizacao letramento_1
Bloco2 alfabetizacao letramento_1Gilberta Nogueira
 
Alfabetizacao e letramento_1
Alfabetizacao e letramento_1Alfabetizacao e letramento_1
Alfabetizacao e letramento_1angelafreire
 
Pnaic sintese unidade 2 from juliana arruda
Pnaic sintese unidade 2 from juliana arrudaPnaic sintese unidade 2 from juliana arruda
Pnaic sintese unidade 2 from juliana arrudatlfleite
 
Vol2 linguaestrangeira
Vol2 linguaestrangeiraVol2 linguaestrangeira
Vol2 linguaestrangeiraClaudio Luis
 
Vol2 linguaestrangeira
Vol2 linguaestrangeiraVol2 linguaestrangeira
Vol2 linguaestrangeiraBarto Freitas
 
Grupo 07 a gramática na escola ppw
Grupo 07 a gramática na escola ppwGrupo 07 a gramática na escola ppw
Grupo 07 a gramática na escola ppwsilvia-9616
 
sequecia didatica bliogr5afias do 3 ao 5 ano.pdf
sequecia didatica bliogr5afias do 3 ao 5 ano.pdfsequecia didatica bliogr5afias do 3 ao 5 ano.pdf
sequecia didatica bliogr5afias do 3 ao 5 ano.pdfRaabedosSantosBorges
 
Bakhtin generos textuais e ensino de lingua portuguesa
Bakhtin   generos textuais e ensino de lingua portuguesaBakhtin   generos textuais e ensino de lingua portuguesa
Bakhtin generos textuais e ensino de lingua portuguesaUNIPLETRAS
 
Projeto do Professor Theo
Projeto do Professor TheoProjeto do Professor Theo
Projeto do Professor Theosilvaniaamorim
 
Unidade 5 parte 1
Unidade 5    parte 1Unidade 5    parte 1
Unidade 5 parte 1Lais Renata
 
2ª ReplicaçãO Modo Oral 1
2ª ReplicaçãO   Modo Oral 12ª ReplicaçãO   Modo Oral 1
2ª ReplicaçãO Modo Oral 1sandravieira1969
 
2ª ReplicaçãO Modo Oral 1
2ª ReplicaçãO   Modo Oral 12ª ReplicaçãO   Modo Oral 1
2ª ReplicaçãO Modo Oral 1sandravieira1969
 
As concepções de ensino e de linguagem
As concepções de ensino e de linguagemAs concepções de ensino e de linguagem
As concepções de ensino e de linguagemLilian Buzato
 

Similaire à Estágio 1o.dia (20)

PCNs de Língua Portuguesa
PCNs de Língua PortuguesaPCNs de Língua Portuguesa
PCNs de Língua Portuguesa
 
Aula 1 - Introdução ao estudo da linguagem na perspectiva psicológica.pptx
Aula 1 - Introdução ao estudo da linguagem na perspectiva psicológica.pptxAula 1 - Introdução ao estudo da linguagem na perspectiva psicológica.pptx
Aula 1 - Introdução ao estudo da linguagem na perspectiva psicológica.pptx
 
O modo imperativo numa abordagem semântica pragmática e discursiva
O modo imperativo numa abordagem semântica pragmática e discursivaO modo imperativo numa abordagem semântica pragmática e discursiva
O modo imperativo numa abordagem semântica pragmática e discursiva
 
Entrevista com silvana serrani
Entrevista com silvana serraniEntrevista com silvana serrani
Entrevista com silvana serrani
 
Artigo especialização linguistica
Artigo especialização linguisticaArtigo especialização linguistica
Artigo especialização linguistica
 
Izabel maria de matos artigo sobre linguística
Izabel maria de matos artigo sobre linguísticaIzabel maria de matos artigo sobre linguística
Izabel maria de matos artigo sobre linguística
 
Monografia Maria Aparecida Pedagogia 2011
Monografia Maria Aparecida Pedagogia 2011Monografia Maria Aparecida Pedagogia 2011
Monografia Maria Aparecida Pedagogia 2011
 
Bloco2 alfabetizacao letramento_1
Bloco2 alfabetizacao letramento_1Bloco2 alfabetizacao letramento_1
Bloco2 alfabetizacao letramento_1
 
Alfabetizacao e letramento_1
Alfabetizacao e letramento_1Alfabetizacao e letramento_1
Alfabetizacao e letramento_1
 
Pnaic sintese unidade 2 from juliana arruda
Pnaic sintese unidade 2 from juliana arrudaPnaic sintese unidade 2 from juliana arruda
Pnaic sintese unidade 2 from juliana arruda
 
Vol2 linguaestrangeira
Vol2 linguaestrangeiraVol2 linguaestrangeira
Vol2 linguaestrangeira
 
Vol2 linguaestrangeira
Vol2 linguaestrangeiraVol2 linguaestrangeira
Vol2 linguaestrangeira
 
Grupo 07 a gramática na escola ppw
Grupo 07 a gramática na escola ppwGrupo 07 a gramática na escola ppw
Grupo 07 a gramática na escola ppw
 
sequecia didatica bliogr5afias do 3 ao 5 ano.pdf
sequecia didatica bliogr5afias do 3 ao 5 ano.pdfsequecia didatica bliogr5afias do 3 ao 5 ano.pdf
sequecia didatica bliogr5afias do 3 ao 5 ano.pdf
 
Bakhtin generos textuais e ensino de lingua portuguesa
Bakhtin   generos textuais e ensino de lingua portuguesaBakhtin   generos textuais e ensino de lingua portuguesa
Bakhtin generos textuais e ensino de lingua portuguesa
 
Projeto do Professor Theo
Projeto do Professor TheoProjeto do Professor Theo
Projeto do Professor Theo
 
Unidade 5 parte 1
Unidade 5    parte 1Unidade 5    parte 1
Unidade 5 parte 1
 
2ª ReplicaçãO Modo Oral 1
2ª ReplicaçãO   Modo Oral 12ª ReplicaçãO   Modo Oral 1
2ª ReplicaçãO Modo Oral 1
 
2ª ReplicaçãO Modo Oral 1
2ª ReplicaçãO   Modo Oral 12ª ReplicaçãO   Modo Oral 1
2ª ReplicaçãO Modo Oral 1
 
As concepções de ensino e de linguagem
As concepções de ensino e de linguagemAs concepções de ensino e de linguagem
As concepções de ensino e de linguagem
 

Estágio 1o.dia

  • 1. PROFESSORA TUTORA: RENATA AGUIAR
  • 2. Você já se sente professor de Língua Portuguesa (LP)? Quais são os requisitos necessários para a composição do professor de LP? No que consiste uma boa aula de LP? Qual o espaço da educação na nossa sociedade?
  • 3. As concepções de Língua/linguagem: implicações para a prática educativa e configuração identitária do professor de LP.  Afinal, Língua é gramática? Língua é código? Língua é variação? Língua é interação?  Segundo Travaglia (1996), a linguagem pode ser vista como: 1. Manifestação do pensamento; 2. Código/veículo ou instrumento de comunicação; 3. Interação.
  • 4.  Cada campo do saber dentro da linguística vai abordar e, portanto, compreender a língua(gem) sob um ponto de vista. Cabe a nós, estudiosos desse objeto, estabelecermos filiações e operar com a multiplicidade de informações.  Ensino prescritivo: aprende aquele que domina as regras da linguagem normativa.  Ensino descritivo: considera todas as variedades linguísticas.  Ensino produtivo: objetiva acrescentar novas habilidades linguísticas aos alunos (PCN’s)
  • 5. Nos dias de hoje, a sociedade carece de um sujeito crítico, hábil na linguagem, que use as práticas de leitura e escrita para significar o mundo que o cerca. Proficiência linguística.  Nesse sentido, o texto/gênero deve ser a unidade de ensino, uma vez que são reveladores de processos das mais variadas situações de comunicação.
  • 6. Letramento: resultado da ação de ensinar a ler e escrever dentro de um contexto onde a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da vida do aluno. (Magda Becker Soares, professora titular da Faculdade de Educação da UFMG).  A construção educativa deve garantir ao discente uma formação consistente, significativa, que lhe possa dar condições para o exercício da cidadania ao longo de sua vida. Democracia.
  • 7. Assim, o professor deve fomentar situações reais de produção de sentido, sendo necessário pensar a abordagem teórico-metodológica de suas aulas de modo a assegurar a competência comunicativa.  Um sujeito capaz de lidar satisfatoriamente com as práticas de escrita e oralidade nas diversas esferas sociais constitui-se em um sujeito letrado.  Um dos instrumentos pedagógicos norteador do trabalho do professor são os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs).
  • 8. Vamos refletir sobre alguns apontamentos relevados pelos PCNs quanto ao ensino de língua:  1. A razão de ser das propostas de leitura e escuta é a compreensão ativa e não a decodificação e o silêncio;  2. A razão de ser das propostas de uso da fala e da escrita é a interlocução efetiva, e não a produção de textos para serem objetos de correção;  3. As situações didáticas têm como objetivo levar os alunos a pensar sobre a linguagem para poder compreendê-la e utilizá-la apropriadamente às situações e aos propósitos definidos. (p. 19)
  • 9. O professor deve mudar a abordagem do ensino focado em palavras, frases soltas, para o gênero.  Primar pela classificação e taxonomia do gênero em detrimento da compreensão da sua função social é insistir no erro. Obviamente, saber que tipo de gênero se trata é importante, mas não menos relevante é considerar os aspectos constitutivos do gênero - as condições de sua produção, as práticas sociais nas quais ele é construído, os possíveis papéis sociais assumidos pelos participantes dessa prática, o seu propósito na interação.
  • 10. Sabemos que o aprendiz não detém todas as estratégias necessárias para a prática de leitura e escrita, elas deverão ser introduzidas e desenvolvidas gradativamente, daí a importância de selecionar material didático condizente com o nível de letramento que se encontra o aluno.
  • 11. Toda e qualquer ação pedagógica deve ter como escopo um ou outro gênero, uma vez que nos comunicamos, interagimo-nos através dos mesmos.  Você acha que se deve trabalhar em sala apenas os gêneros escritos? Os gêneros orais não demandam o domínio de estratégias linguísticas, textuais e discursivas que devem ser desenvolvidas?  E quanto aos gêneros híbridos? Qual o espaço concedido a eles na escola? À propósito, o que é mesmo gênero híbrido?
  • 12. Gêneros primários : atividades de linguagem realizadas em um âmbito mais familiar e, por assim ser, seguem padrões menos rígidos.  Gêneros secundários : moldam-se a uma matriz cujos parâmetros são mais fixos e, portanto, menos negociáveis.  O memorial, por exemplo, é um gênero considerado híbrido na medida em que deixa transparecer aspectos domésticos, íntimos do sujeito que enuncia e evidencia traços da esfera pública já que é um gênero acadêmico.
  • 13. Portanto, caro acadêmico, caberá ao professor selecionar gêneros orais e escritos tanto da esfera primária, quanto da esfera secundária, além, é claro, considerar os gêneros híbridos quando for elaborar seu plano de aula.  Quais critérios devem nortear esta seleção?Como promover o desenvolvimento da língua/linguagem através do uso de gêneros em sala de aula?
  • 14. Observe 4 aulas de LP em uma escola pública e avalie os seguintes aspectos:  1. Qual a visão de língua/linguagem trabalhada em sala de aula?  2. O que é ensinado está de acordo com as orientações dos PCNs?  3. Qual o lugar da oralidade na prática de ensino?  4. As aulas observadas se apóiam na noção de gênero? Justifique.  5. Quais os recursos didáticos utilizados pelo(a) professor(a)?  6. Aponte dois pontos positivos e dois pontos negativos da aula assistida.
  • 15.  O professor, diante da multiplicidade de usos da língua oral e escrita de acordo com as demandas comunicativas, deverá não só conscientizar os alunos da variação linguística, mas criar situações de aprendizagem que requerem habilidade do falante para produzir efeitos de sentido.  Sujeitos pertencentes a classes sociais diferentes terão relação com a linguagem (escrita/oral) também de maneira diferenciada. Cabe ao professor: continuar reproduzindo essa divisão.
  • 16. Revisão da dicotomia língua escrita e língua oral: entendê-las como modalidades hibricadas, heterogêneas. Marcuschi (2001) defende que o objetivo central do ensino de língua: É o pleno domínio e uso de ambas as modalidades nos seus diferentes níveis.  Na pretensão de se ensinar a variedade culta o ponto de partida deve ser a língua falada no dia-a- dia, somente assim o aluno terá condições de refletir, entender o funcionamento da língua e, portanto, apropriar-se de outras variedades das quais ele não tenha tanta familiaridade.
  • 17. Nesse contexto, necessário se faz a escolha adequada de recursos didáticos condizentes com os interesses do público-alvo. O professor deve promover situações das quais naturalmente emergirão textos/gêneros diversos.  pesquisas apontam que poucos professores apresentam uma abordagem metodológica de ensino de língua diferente daquela tradicional e estanque. Ensino de língua para muitos é sinônimo de ensino de gramática normativa. Talvez, esteja aí o ponto de desinteresse dos alunos pela disciplina Língua Portuguesa.
  • 18. Val (1991) define texto: como ocorrência linguística falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, semântica e formal.  Beaugrande e Dressler (apud Val, 1991) destacam sete fatores responsáveis pela textualidade de um discurso qualquer: 1. Coerência; 2. Coesão que se relacionam com o material conceitual e linguístico do texto; 3. Intencionalidade; 4. Aceitabilidade; 5. Situacionalidade; 6. Informatividade; 7. Intertextualidade, os quais têm a ver com os fatores pragmáticos envolvidos no processo sociocomunicativo.
  • 19. Qual é o espaço conferido ao texto oral em sala de aula?  Os gêneros orais não são tratados como objetos de ensino nas aulas de Língua Portuguesa, geralmente, eles emergem de situações corriqueiras da sala de aula.  As ações empreendidas quando um determinado gênero oral é demandado na prática pedagógica carecem de planejamento, reflexão e apreensão.  O professor de LP não pode se esquivar de ensinar gêneros orais, sob pena de formar um aluno despreparado para as ações de linguagem.
  • 20.  De que tipo de texto estamos falando?  Qual é a concepção de texto operada em sala de aula?  Que critérios devemos utilizar para a seleção desses textos?  Que gêneros escritos devemos trabalhar na escola?  Como trabalhá-los da melhor forma?  De que escrita estamos falando?
  • 21. Quanto à escrita, sabemos que não é todo sujeito que tem pleno o domínio da mesma, sobretudo, quando ela vem representada como o lugar legítimo da norma, funcionando a serviço daqueles que recorrem ao discurso como forma de sedimentar divisão de classes. De que forma podemos mudar essa situação?  A questão é mostrar os recursos que a língua oferece quando participa de um determinado evento enunciativo. Assim, construir-se-Á sua identidade comunicativa e vai se sentindo à vontade para ousar, criar e jogar com o outro nas interações verbais.
  • 22.  Diferentemente do que geralmente se difunde, a entrevista não é um gênero de texto exclusivamente jornalístico.  FÓRUM  Faça uma entrevista, seguindo a estrutura acima exposta, com a coordenadora da área "Linguagens, códigos e suas tecnologias" sobre o ensino de língua materna na escola. Em seguida, escreva seu posicionamento diante das respostas e discuta com seus no Fórum da aula.
  • 23. Não há porque privilegiarmos o ensino da escrita em detrimento da oralidade, ambas devem ser trabalhadas, sem hierarquias. Ocorre que estudos sobre o ensino da oralidade ainda são escassos.  Como ter segurança de que sua atuação é adequada para a expectativa deformação de um aluno ideal? Particularmente sobre a oralidade, como eleger metodologias satisfatórias para o seu desenvolvimento?  Aulas cuja temática se baseie nas proximidades entre fala e escrita podem cooperar para o entendimento da língua em funcionamento.