O estilo vitoriano surgiu durante o reinado da Rainha Vitória no Reino Unido entre 1837 e 1901. Caracterizou-se pela atenção aos detalhes decorativos e complexidade exagerada na arquitetura, mobiliário e artes gráficas. Valores como sentimentalismo, nostalgia e idealização da beleza eram transmitidos por imagens que capturavam os valores da época.
2. Sobre o estilo:
• Os vitorianos procuravam um modelo que
expressasse sua época, mas a incerteza
estética levava a inúmeras abordagens do
design e a filosofias frequentemente
contraditórias combinadas em estilos
aleatórios.
3. Folha de rosto para
The Pencil of Nature
(O lápis da natureza),
1844.
4. Surgimento:
• O estilo vitoriano surgiu durante o reinado da
Rainha Vitória (1819-1901), no Reino Unido da
Grã-Bretanha e Irlanda. O reinado dela se iniciou
em 1837 e se estendeu por dois terços do século
XIX.
• O movimento se manifestou principalmente na
arquitetura, na ornamentação, no mobiliário, no
vestuário e nos tipos e inscrições.
5. Contexto histórico:
• A Inglaterra firmou sua posição de principal potência
mundial. Fase de apogeu britânico, caracterizada por uma
política marcadamente burguesa e impulsionadora do
liberalismo.
• O poderio britânico contava com o rápido crescimento
industrial (Revolução Industrial), uma poderosa Marinha
mercante e um Estado solidamente estruturado. Desde a
derrota de Napoleão Bonaparte em 1815, não havia
nenhum rival suficientemente forte para ameaçá-la.
Vigorava a chamada “Pax Britannica”.
• A era vitoriana foi um tempo de fortes convicções morais e
religiosas, convenções sociais e otimismo. Lema popular:
“Deus está no céu, tudo certo com o mundo.”
6. Principais representantes
• A. W. N. Pugin (1812-1852): predileção pelo
gótico. Projetou os detalhes ornamentais das
Câmaras do Parlamento Britânico.
• Owen Jones (1809-1874): sua principal
influência se deu graças a seu livro
amplamente estudado de grandes lâminas
coloridas “The Grammar of Ornament”, de
1856, que se tornou a “bíblia” do ornamento
do século XIX.
7. Sir Charles Barry com A. W. N. Pugin, A Câmara dos Lordes nas Casas do Parlamento Britânico,
construída em 1840-1867.
9. The Grammar of
Ornament, 1856.
Owen Jones. O
uso do tipo estilo
moderno com
iniciais decoradas
é típico do antigo
design de livros
da era vitoriana.
10. The Grammar of
Ornament, 1856.
Owen Jones. “Persian
Ornament no. 4”:
From a Persian
manufacturer's
pattern book,
Marlborough House.
11. Características:
• A atenção aos detalhes diminutos e à decoração intrincada
marcou a arquitetura, o mobiliário, o vestuário e os estilos
artísticos do período.
• Com o design de tipos, o resultado não foi promissor.
Frequentemente, levou a tipos filigranados e embelezados
de tal forma que eram quase impossíveis de serem lidos.
Muitos tipos vitorianos mostram encaracolados
entrelaçados com temas naturais cobertos de folhas, que
não eram vistos desde a Idade Média.
• O meio de produção para profusão de impressões coloridas
era a cromolitografia, inovação da Revolução Industrial.
12. Características:
• O amor vitoriano pela complexidade exagerada
expressava-se no madeirame ostentoso aplicado à
arquitetura doméstica, nos adornos extravagantes em
produtos fabricados, de prataria a grandes mobílias, e
nas molduras e letras elaboradas no design gráfico.
• As artes gráficas da era vitoriana não eram o resultado
de uma filosofia do design ou de convicções artísticas,
mas das atitudes e sensibilidades dominantes no
período. Muitas de suas convenções ainda podiam ser
encontradas durante as primeiras décadas do século
XX, particularmente na promoção comercial.
13. Características:
• O design gráfico da era vitoriana capturou e
transmitiu os valores dessa época.
• Sentimentalismo, nostalgia e um cânone de
beleza idealizada eram veiculados por imagens
impressas de crianças, donzelas, cachorrinhos e
flores. Valores tradicionais de lar, religião e
patriotismo eram simbolizados com
sentimentalismo e devoção. Essa época causou
uma atitude social mais amável para com as
crianças, parcialmente manifestada pela ampla
publicação de livros infantis.
14. Kate Greenway, página
de Under the window,
1879. Omitindo o
fundo, ela simplifica
seus desenhos de
página e se concentra
nas figuras. Rompe com
a tendência assimétrica
da época. Seus
desenhos influenciaram
a moda infantil.
15. The Art Album: Sixteen
Facsimilies of Water-
colour Drawings.
Engraved and Printed by
Edmund Evans. London:
W. Kent and Co., 1861.
16. Krebs Lithographing
Company, cartaz para a
Cincinnati Industrial
Exposition, 1883.
Transmite um eufórico
otimismo em relação ao
progresso industrial.
17. Ilustração da Família
Real decorando sua
árvore de Natal foi
publicada na Illustrated
London News, 1848.
26. Big Ben (Clock Tower), de 1858 ornamentado no estilo gótico vitoriano por Barry e Pugin.
27. Referências Bibliográficas
• MEGGS, Philip B. História do Design Gráfico.
São Paulo: Cosac Naify, 2009.
• VICENTINO, Claudio. História geral. 9ª edição.
São Paulo: Scipione, 2002.