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Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades,
O tempo passa,
todos mudam,
o mundo está sempre a mudar,
Continuamente vemos novidades,
diferentes em tudo da esperança;
do mal ficam as mágoas na lembrança,
e do bem (se algum houve), as saudades.
Há sempre novidades
diferentes do que se esperava;
das infelicidades recordamos só a mágoa,
das alegrias, se as houve, fica apenas a saudade.
O tempo cobre o chão de verde manto,
que já coberto foi de neve fria,
e, enfim, converte em choro o doce canto.
Chega a primavera
Depois de ter sido o inverno
Tal como à alegria sucede a tristeza
E, afora este mudar-se cada dia,
outra mudança faz de mor espanto,
que não se muda já como soía.
E, apesar desta mudança constante,
há outra mudança surpreendente:
já não se muda como era costume
«Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades»
(por José Mário Branco)
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades,
E/Mas, se todo o mundo é composto de mudança,
troquemos-lhe as voltas,
que inda o dia é uma criança.
Continuamente vemos novidades,
diferentes em tudo da esperança;
do mal ficam as mágoas na lembrança,
e do bem (se algum houve), as saudades.
E/Mas, se todo o mundo é composto de mudança,
troquemos-lhe as voltas,
que inda o dia é uma criança.
O tempo cobre o chão de verde manto,
que já coberto foi de neve fria,
e, em mim, converte em choro o doce canto.
E/Mas, se todo o mundo é composto de mudança,
troquemos-lhe as voltas,
que inda o dia é uma criança.
E, afora este mudar-se cada dia,
outra mudança faz de mor espanto,
que não se muda já como soía.
E/Mas, se todo o mundo é composto de mudança,
troquemos-lhe as voltas,
que inda o dia é uma criança.
Luís de Camões, «Mudam-se os
tempos, mudam-se as vontades»,
cantado por José Mário Branco
O soneto de Camões aproveita um
tema do gosto dos renascentistas, a
mudança (que se revela na natureza
positivamente — a neve dá lugar ao
verde —, mas também no poeta, que vai
envelhecendo).
O refrão introduzido pela canção
altera o sentido do poema: é uma
sugestão de revolução à própria
regularidade de tudo (inclusivé do
tempo).
«Amor é um fogo que arde sem se ver»,
p. 160
Ver glossário
• anáfora (p. 333)
• paradoxo, oxímoro (p. 335)
Amor é um fogo que arde sem se ver
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode em seu favor
nos corações humanos a amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
«Amor é fogo que arde sem se ver»
(pelos Pólo Norte)
Amor é um fogo que arde sem se ver
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode em seu favor
nos corações humanos a amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões, «Amor é fogo que
arde sem se ver» (p. 160)
Construído com anáforas, o
soneto, através dos muitos oxímoros
(paradoxos), pretende acentuar que o
amor é complexo, indefinível.
Exm.º Senhor
Presidente da Câmara
Municipal de Lisboa
Sancho Dinis Gomes, nascido em 19 de
fevereiro de 1960, na freguesia de São Sebastião
da Pedreira, concelho de Lisboa, filho de
Gualdim Gomes e de Urraca Mafalda Dinis,
portador do cartão de cidadão n.º 123456789,
casado, agricultor, residente na Avenida da
Liberdade, 100, 3.º Esq.º, 1000-431 Lisboa, vem
requerer a V. Ex.ª que autorize a demolição de
duas paredes do apartamento supracitado,
bem como a abertura de uma janela na parede
de uma das casas de banho. A referida obra,
cujo projeto se anexa, destina-se a
melhorar a acomodação de um casal de
ornitorrincos que comigo habita, por quem
sinto grande afeição.
Pede deferimento.
Lisboa, 25 de dezembro de 2014
Sancho Dinis Gomes
Excelentíssimo Senhor Chefe da Repartição
das Finanças de Benfica
Ernesto Vasco Sousa Silva, portador do
cartão de cidadão n.º 12345678, contribuinte n.º
87654321, residente na Rua das Flores, 33, 3.º,
1300 Lisboa, vem requerer a V. Ex.ª que se digne
mandar certificar que o requerente não é devedor
de contribuições ou impostos ao Estado, neste
concelho.
Pede deferimento,
Lisboa, 19 de fevereiro de 3333
Ernesto Vasco Sousa Silva
7.1: c;
7.2: c;
7.3: b.
7.1 Na expressão «Excelentíssimo
Senhor Ministro», utiliza-se
c. uma forma de tratamento honorífica.
7.2 A expressão «Querido João»
c. não deve ser utilizada em qualquer
tipo de requerimento, pois é típica de
um registo informal.
7.3 Num requerimento, a utilização da
expressão «Excelentíssimo Senhor»
b. está em consonância com a utilização
do registo formal.
(a) requeiro
(b) requeri
(c) requereu
(d) defiram
(e) deferiu
(f) requeira
(g) requereremos
(h) requeria
(i) requeres
(j) requererei
(k) requererás
(l) requererão
(m) deferirão
TPC
(1) Como combináramos, prepara a
leitura expressiva, ou tendencialmente
expressiva, dos sonetos de Camões que
te calharam. Em Gaveta de Nuvens pus
leitura minha desses sonetos mas não
expressiva (e apenas para esclarecer
pronúncias difíceis).
(2) Resolve também o requerimento
pedido em cima.
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Apresentação para décimo ano de 2014 5, aula 77-78

  • 1.
  • 2. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades, O tempo passa, todos mudam, o mundo está sempre a mudar,
  • 3. Continuamente vemos novidades, diferentes em tudo da esperança; do mal ficam as mágoas na lembrança, e do bem (se algum houve), as saudades. Há sempre novidades diferentes do que se esperava; das infelicidades recordamos só a mágoa, das alegrias, se as houve, fica apenas a saudade.
  • 4. O tempo cobre o chão de verde manto, que já coberto foi de neve fria, e, enfim, converte em choro o doce canto. Chega a primavera Depois de ter sido o inverno Tal como à alegria sucede a tristeza
  • 5. E, afora este mudar-se cada dia, outra mudança faz de mor espanto, que não se muda já como soía. E, apesar desta mudança constante, há outra mudança surpreendente: já não se muda como era costume
  • 6.
  • 7. «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades» (por José Mário Branco)
  • 8. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades,
  • 9. E/Mas, se todo o mundo é composto de mudança, troquemos-lhe as voltas, que inda o dia é uma criança.
  • 10. Continuamente vemos novidades, diferentes em tudo da esperança; do mal ficam as mágoas na lembrança, e do bem (se algum houve), as saudades.
  • 11. E/Mas, se todo o mundo é composto de mudança, troquemos-lhe as voltas, que inda o dia é uma criança.
  • 12. O tempo cobre o chão de verde manto, que já coberto foi de neve fria, e, em mim, converte em choro o doce canto.
  • 13. E/Mas, se todo o mundo é composto de mudança, troquemos-lhe as voltas, que inda o dia é uma criança.
  • 14. E, afora este mudar-se cada dia, outra mudança faz de mor espanto, que não se muda já como soía.
  • 15. E/Mas, se todo o mundo é composto de mudança, troquemos-lhe as voltas, que inda o dia é uma criança.
  • 16.
  • 17.
  • 18. Luís de Camões, «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades», cantado por José Mário Branco O soneto de Camões aproveita um tema do gosto dos renascentistas, a mudança (que se revela na natureza positivamente — a neve dá lugar ao verde —, mas também no poeta, que vai envelhecendo).
  • 19. O refrão introduzido pela canção altera o sentido do poema: é uma sugestão de revolução à própria regularidade de tudo (inclusivé do tempo).
  • 20.
  • 21. «Amor é um fogo que arde sem se ver», p. 160
  • 22. Ver glossário • anáfora (p. 333) • paradoxo, oxímoro (p. 335)
  • 23. Amor é um fogo que arde sem se ver é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade.
  • 24. Mas como causar pode em seu favor nos corações humanos a amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor?
  • 25. «Amor é fogo que arde sem se ver» (pelos Pólo Norte)
  • 26. Amor é um fogo que arde sem se ver é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer.
  • 27. É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder.
  • 28. É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade.
  • 29. Mas como causar pode em seu favor nos corações humanos a amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor?
  • 30. Luís de Camões, «Amor é fogo que arde sem se ver» (p. 160) Construído com anáforas, o soneto, através dos muitos oxímoros (paradoxos), pretende acentuar que o amor é complexo, indefinível.
  • 31.
  • 32. Exm.º Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa Sancho Dinis Gomes, nascido em 19 de fevereiro de 1960, na freguesia de São Sebastião da Pedreira, concelho de Lisboa, filho de Gualdim Gomes e de Urraca Mafalda Dinis, portador do cartão de cidadão n.º 123456789,
  • 33. casado, agricultor, residente na Avenida da Liberdade, 100, 3.º Esq.º, 1000-431 Lisboa, vem requerer a V. Ex.ª que autorize a demolição de duas paredes do apartamento supracitado, bem como a abertura de uma janela na parede de uma das casas de banho. A referida obra, cujo projeto se anexa, destina-se a
  • 34. melhorar a acomodação de um casal de ornitorrincos que comigo habita, por quem sinto grande afeição. Pede deferimento. Lisboa, 25 de dezembro de 2014 Sancho Dinis Gomes
  • 35.
  • 36. Excelentíssimo Senhor Chefe da Repartição das Finanças de Benfica Ernesto Vasco Sousa Silva, portador do cartão de cidadão n.º 12345678, contribuinte n.º 87654321, residente na Rua das Flores, 33, 3.º, 1300 Lisboa, vem requerer a V. Ex.ª que se digne mandar certificar que o requerente não é devedor de contribuições ou impostos ao Estado, neste concelho. Pede deferimento, Lisboa, 19 de fevereiro de 3333 Ernesto Vasco Sousa Silva
  • 38. 7.1 Na expressão «Excelentíssimo Senhor Ministro», utiliza-se c. uma forma de tratamento honorífica.
  • 39. 7.2 A expressão «Querido João» c. não deve ser utilizada em qualquer tipo de requerimento, pois é típica de um registo informal.
  • 40. 7.3 Num requerimento, a utilização da expressão «Excelentíssimo Senhor» b. está em consonância com a utilização do registo formal.
  • 41. (a) requeiro (b) requeri (c) requereu (d) defiram (e) deferiu
  • 42. (f) requeira (g) requereremos (h) requeria (i) requeres (j) requererei (k) requererás (l) requererão (m) deferirão
  • 43.
  • 44. TPC (1) Como combináramos, prepara a leitura expressiva, ou tendencialmente expressiva, dos sonetos de Camões que te calharam. Em Gaveta de Nuvens pus leitura minha desses sonetos mas não expressiva (e apenas para esclarecer pronúncias difíceis). (2) Resolve também o requerimento pedido em cima.