A Metodologia de Desenvolvimento surgiu da necessidade de responder às limitações dos métodos qualitativos e quantitativos na investigação educacional. Privilegia a iteração entre teoria e prática, e a adaptação aos contextos investigados, com o objetivo de produzir soluções melhores. Distingue-se por refinar problemas, soluções e métodos, ao invés de especificar novas hipóteses.
2. Trata-se de uma abordagem metodológica que surgiu
da necessidade de responder a limitações encontradas
nos métodos qualitativos e quantitativos usados na
investigação em educação e em particular no domínio
da tecnologia educativa. A designação desta
metodologia não é consensual, embora o termo mais
usado seja o de Design-Based Research.
3. Como referem Coutinho e Chaves (2001), existem
vários termos que podem ser incluídos nesta
abordagem, porque partilham determinados
pressupostos e pretendem alcançar objectivos
similares. Entre eles: Educational Design Research;
Design Studies; Design Experiments; Development
Research, Formative Research.
4. Nunes (2012) sintetiza de modo muito claro os
propósitos que estiveram na génese desta
abordagem: “Estas modalidades de investigação
têm como filosofia de base a articulação entre a
teoria e a prática. É adequado utilizá-las quando se
estudam problemas complexos observados na
prática educativa, e para os quais ainda não
5. orientações claras” (p.152). Ou seja, permitir uma
mais efetiva conexão entre os temas e problemas a
estudar no ambiente escolar, nomeadamente os
associados à tecnologia educativa, e a realidade
atual dos contextos de aprendizagem.
6. Segundo Coutinho (2006, citada por Nunes, 2012)
“...este tipo de estudos enquadra-se na modalidade
de estudos mistos, quer dizer que, em fases
paralelas ou sequenciais da investigação, utilizam
técnicas qualitativas e quantitativas na recolha e/ou
análise de dados” (p.154).
7. O que distingue esta metodologia das que usam
uma abordagem qualitativa ou quantitativa, é que a
Metodologia de Desenvolvimento privilegia a
adoção de uma atitude de iteração entre a
componente teórica e prática da investigação e
uma adaptabilidade constante aos contextos sociais
e humanos que investiga e que pretende
8. tendo em vista produzir uma realidade melhor do
que a anterior à investigação.
Segundo Van Der Akker (1999, citado por Coutinho
e Chaves, 2001), os métodos da investigação de
desenvolvimento não são necessariamente
diferentes de outras abordagens à investigação
educativa. As diferenças situam-se mais ao nível das
9. finalidades da investigação, no modo como são
abordados os problemas e como se concebe o
projeto de investigação.
10. Quadro1.
principais diferenças entre a investigação empírica e a
metodologia do desenvolvimento:
Investigação
empírica
Especificação de novas hipóteses
11. Metodologia de
desenvolvimento
Refinamento dos problemas, soluções e métodos
Fonte: Coutinho e Chaves, 2001, p.900.
12. Referências
Coutinho, C. P. (2006). Aspectos metodológicos na investigação em
tecnologia educativa em Portugal (1985-2000). Colóquio da secção
portuguesa da Association Francophone Internationale de Recherche
Scientifique en Education, 14: “Para um balanço da investigação em
educação de 1960 a 2005: teorias e práticas”. Actas do Colóquio da
AFIRSE. Lisboa: Universidade de Lisboa. Retirado de
https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/6497/1/Clara
%20Coutinho%20AFIRSE%202006.pdf
13. Coutinho, C. M., & Chaves, J. H. (2001). Desafios à investigação em TIC na
educação: As metodologias de desenvolvimento. In P. M. B. S. Dias &
C. V. Freitas (Org). Desafios 2001: Actas da Conferência Internacional
de Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação (pp. 895-
903). Braga: Centro de Competência Nónio Século XXI da
Universidade do Minho. Retirado de
http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/4277/3/Clara
%20Coutinho.pdf
14. Nunes, C. (2012). Apoio a pais e docentes de alunos com multideficiência:
Conceção e desenvolvimento de um ambiente virtual de
aprendizagem. Manuscrito não publicado, Tese de doutoramento.
Instituto de Educação da Universidade de Lisboa. Disponível em:
http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/7702/1/ulsd064599_td_tes
e.pdf