1. O documento discute vários conceitos e perspectivas sobre o tempo, incluindo definições da física, medições do tempo e mitologia.
2. Historicamente, o tempo era medido através do sol, areia e água, com instrumentos como relógios de sol, ampulhetas e clepsídras.
3. Na mitologia grega, Cronos era o deus do tempo que foi derrotado por Zeus, simbolizando a imortalidade dos deuses.
3. O tempo perguntou ao tempo qual é o tempo que o tempo tem. O tempo respondeu ao tempo que não tem tempo para dizer ao tempo que o tempo do tempo é o tempo que o tempo tem. Ana Salema
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5. " Eu sei o que é o tempo, se não mo perguntarem …“ Sto Agostinho Ana Salema
6. O TEMPO O último dia do ano Não é o último dia do tempo. Outros dias virão E novas coxas e ventres te comunicarão o calor da vida. Beijarás bocas, rasgarás papéis, farás viagens e tantas celebrações de aniversário, formatura, promoção, glória, doce morte com sinfonia e coral, que o tempo ficará repleto e não ouvirás o clamor, os irreparáveis uivos do lobo, na solidão. O último dia do tempo não é o último dia de tudo. Fica sempre uma franja de vida onde se sentam dois homens. Um homem e seu contrário, uma mulher e seu pé, um corpo e sua memória um olho e seu brilho, uma voz e seu eco, e quem sabe até se Deus .../.../ Carlos Drummond de Andrade Ana Salema
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14. CRONOS Na mitologia grega, Cronos era filho de Úrano (o Céu) e da Geia (a Terra). Incitado pela mãe e ajudado pelos irmãos, os titãs, castrou o pai, tornando-se o primeiro rei dos deuses. Cronos reinou durante um período de prosperidade, conhecido como a Idade Dourada. Era, porém, ameaçado por uma profecia segundo a qual seria vencido por um dos seus filhos. Para que não se cumprisse este vaticínio, Reia, mulher de Cronos, entregava-lhe os seus filhos para que este os devorasse mal nasciam. No entanto, Reia conseguiu salvar o seu filho Zeus. Este depois de crescer destronou o pai, expulsando-o do Olimpo e libertou todos os seus irmãos. Segundo a tradição clássica, Cronos simbolizava o tempo e, por isso, Zeus, ao derrotá-lo, conferira a imortalidade aos deuses. Adaptado do Dicionário de Mitologia Grega e Romana, de Pierre Grimal Ana Salema
15. À fragilidade da vida Esse baixel nas praias derrotado Foi nas ondas Narciso presumido; Esse farol nos céus escurecido Foi do monte libré, gala do prado. Esse nácar em cinzas desatado Foi vistoso pavão de Abril florido; Esse Estio em Vesúvios encendido Foi Zéfiro suave, em doce agrado. Se a nau, o Sol, a rosa, a Primavera Estrago, eclipse, cinza, ardor cruel Sentem nos auges de um alento vago, Olha, cego mortal, e considera Que és rosa, Primavera, Sol, baixel, Para ser cinza, eclipse, incêndio, estrago. Francisco de Vasconcelos (1665-1723), FÉNIX RENASCIDA III Ana Salema
16. Antes de Nós Antes de nós nos mesmos arvoredos Passou o vento, quando havia vento, E as folhas não falavam De outro modo do que hoje. Passamos e agitamo-nos debalde. Não fazemos mais ruído no que existe Do que as folhas das árvores Ou os passos do vento. Tentemos pois com abandono assíduo Entregar nosso esforço à Natureza E não querer mais vida Que a das árvores verdes. Inutilmente parecemos grandes. Salvo nós nada pelo mundo fora Nos saúda a grandeza Nem sem querer nos serve. Se aqui, à beira-mar, o meu indício Na areia o mar com ondas três o apaga, Que fará na alta praia Em que o mar é o Tempo ? RIcardo Reis Ana Salema Ana Salema