1) A cor é um elemento visual importante que transmite informações e significados para além da beleza.
2) Na natureza, a cor é fundamental para o equilíbrio de ecossistemas, por exemplo atraindo polinizadores para as flores.
3) As cores podem ser usadas para distinguir objetos, produtos, equipas desportivas, empresas e culturas.
2. A cor à nossa volta
Podemos dizer que a cor é um dos elementos visuais mais
importantes porque nos transmite uma enorme quantidade
de informação. Quer dizer que não transmite apenas a
sensação de beleza, mas possui muitos outros significados.
Quando olhamos à nossa volta, vemos que a Natureza
e os objetos que nos rodeiam se apresentam com uma
enorme variedade de cores. É difícil imaginarmos o
mundo sem cor. Tudo e a cor faz parte da nossa vida.
3. Na própria Natureza, a cor é fundamental para o
seu equilíbrio. Por exemplo, as cores atrativas das
flores funcionam como sinal para as abelhas e
outros insetos as identificarem.
4. Assim, pela cor, aprendemos a distinguir e intentificar:
- equipas de jogadores de futebol ou automobilistas do Fórmula 1;
Benfica Ferrari
6. - formas com as mesmas características ou pertencentes ao
mesmo grupo, por exemplo, vários tipos de maçãs com formas
semelhantes, mas cuja cor indica a diferença;
7. - Estados físicos da natureza, das pessoas e dos produtos. Verde
na Natureza é sinal de viçoso, amarelo e castanho é sinal de seco;
em certos produtos vegetais o verde é também sinal de fresco em
oposição ao amarelo ou castanho, que significa deteriorado.
Primavera Outono InvernoVerão
8. - tradições e costumes; vestidos compridos brancos
simbolizam casamento ou comunhão, roupa preta, no
Ocidente, é sinal de luto e a roupa branca, no Oriente,
também é sinal de luto.
No entanto, já noutros produtos ou paisagens o verde pode
também significar estragado ou poluído;
9. ESPECTRO LUMÍNICO
A nossa visão é a responsável pela percepção das cores e é pela luz que
essa mesma percepção se pode fazer, porque num ambiente escuro as
cores não se vêem, não existem. Podemos então dizer que a cor é o
resultado da luz, logo, sem luz não há cor. Estamos a falar de luz branca,
como a do sol, porque existem outros tipos que alteram a cor dos objetos
(por exemplo, a luz negra).
A luz é formada por minúsculas ondas invisíveis e cada onda tem o
seu tamanho específico - chamado comprimento de onda.
O ESPECTRO ELECTROMAGNÉTICO
Visível Ultravioleta Raio-X Raio GamaInfravermelhoMicroondaRadio
Frequência (HZ)
Comprimento de onda (metros)
10. Processo pelo qual nos apercebemos das cores foi descoberto
por Newton no ano de 1666. Esse ciencista fez passar por um
raio de luz branca através de um prisma triangular transparente
obtendo assim um conjunto de cores que ia do vermelho ao
violeta. Estas cores, chamadas cores de espetro, são as
mesmas que podes ver no arco-íris. Ao processo de separação
da luz branca dá-se o nome de refração da luz.
Refração da luz – é desvio de cores, com diferentes graus de
inclinação, já que cada cor tem o seu comportamento de onda e
velocidade diferentes.
11. Foi Newton quem idealizou a forma de dispor, num círculo de
porções iguais de cores, a banda do espectro para melhor se
estudarem. Teoricamente deveria ver-se um círculo branco se
rodássemos com velocidade o círculo de cores. Mas na
realidade o resultado é sempre um círculo cinzento. Isso
deve-se às impurezas das próprias cores.
12. SÍNTESE ADITIVA (COR-LUZ)
Em 1860, outro cientista, chamado Charles August Young, aprofundou
as experiências de Newton e Leibniz e projetou luz de lanternas com
as várias cores do espetro, obtendo assim a cor branca. Mas tarde
descobriu que bastava projetar apenas três dessas cores para que o
resultado fosse o mesmo. Usou então três focos de luz de cor
vermelha, verde e azul e obteve o branco. Descobriu também que
misturando estas cores duas se obtinham outras: o amarelo, o azul
ciano e o magenta. Este processo chamamos síntese ou mistura
aditiva.
13. SÍNTESE SUBTRACTIVA (COR-PIGMENTO)
Quando utilizas cores recorres quase sempre a pigmentos, ou seja, a
tintas. O processo de mistura dessas tintas baseia-se no fenómeno
que acabámos de te descrever. Assim, quantas mais cores mistures
menos luz se vai refletindo, até que, chegado ao preto, toda a luz é
absorvida. Este processo, chamado síntese subtrativa ou mistura
subtrativa, é o contrário da mistura aditiva.
Pigmento é a substância
sólida, constituída por
pequenas partículas
separadas uma das outras,
que dá cor. Pode ser de
origem orgânica (vegetal ou
animal) ou de origem
inorgânica (mineral).
14. CORES PRIMÁRIAS E CORES SECUNDÁRIAS
As cores primárias da mistura subtrativa são o azul ciano, o magenta e
o amarelo. São cores que não se podem obter por mistura.
A mistura em partes iguais dessas cores duas a duas dá origem às
cores secundárias, que são o violeta, o laranja e o verde.
A mistura de uma cor primária com a cor secundária mais próxima
produz uma cor terciária
LARANJA VERDEVIOLETA
AZUL CIANO MAGENTA AMARELO
15. CÍRCULO CROMÁTICO ITTEN
O processo mais fácil para se entender as cores é executar o
círculo cromático, onde as cores se ordenam.
As cores básicas são as seis primárias e secundárias. Todas as
outras se obtêm misturando em partes iguais as cores primárias com
as secundárias.
Cores primárias
Cores
secundárias
Cores
terciárias
16. CORES COMPLEMENTARES
Quando mais próximas as cores se situam entre si no círculo
cromático, mais parecidas são: quanto mais afastadas, mais
distintas. As cores que no círculo cromático se situam
diametralmente opostas, isto é, que se situam no lado oposto
uma da outra, são chamadas cores complementares.
VioletaAmarelo VerdeMagenta LaranjaAzul
17. TOM
Cada cor possui três qualidades que permitem distingui-la das
demais: o tom, o valor e a saturação.
Se chamamos laranja, verde, azul, amarelo, violenta, magenta a
uma cor, estamos a referir-nos ao tom.
O tom é a qualidade que designa a cor.
amarelo
18. VALOR
O valor é qualidade relativa à luminosidade da cor.
Se dois azuis forem distintos um do outro (um mais escuro e
outro mais claro), estamos a falar do seu grau de luminosidade
ou do seu valor. O valor altera-se quando se adiciona preto ou
branco à cor.
19. SATURAÇÃO
Uma cor pode ainda distinguir-se pelo grau de pureza que contém.
Podemos verificar que uma cor misturada é menos brilhante e
menos intensa do que uma cor pura. Estamos a falar de saturação.
A saturação é a qualidade relativa à pureza da cor.
21. MATIZ
Qualquer modificação que faças nas cores básicas, segundo
cada uma das três qualidades, produz sempre uma nova cor a
que chamamos matiz.
Quando a escala é contínua chamamos gradiente de cor ou dégradé.
Uma escala gradual é uma sucessão de valores de uma cor, do mais
claro para o mais escuro ou vice-versa.
22. SENSAÇÕES CROMÁTICAS
As cores provocam sensações muito diferentes. As cores claras,
brilhantes e luminosas sugerem alegria ou ação e tendem a
expandir-se provocando uma sensação de aumento de
tamanho. As cores escuras sugerem tristeza, mistério e medo
(porque as associamos à noite e ao desconhecido) e tendem a
contrair-se, provocando uma sensação de diminuição de
tamanho.
Os círculos de cores mais
claras parecem de
tamanho maior.
As cores também provocam sensações de proximidade ou de
distância. As cores quentes parecem avançar para nós,
enquanto que as frias parecem afastar-se. As cores puras e
brilhantes também parecem estar mais próximas do que as
cores apagadas e claras.
23. A montanha, cuja a cor vai diminuindo de intensidade,
sugerem-nos a ideia de distância.
24. SENSAÇÃO TÉRMICA DA COR
Chamamos sensação térmica da cor à distinção que fazemos entre
cores quentes e cores frias.
Podes facilmente entendê-la se dividires em dois círculo cromático.
Determinadas cores, como o amarelo, o laranja e o vermelho, remetem-
nos para ambientes quentes (porque as associamos ao fogo e ao sol).
Outras, como o azul, o verde e o violenta, pelo contrário, sugerem-nos
ambientes frios (por associação ao gelo e à agua).
Ambiente de cores quentes Ambiente de cores frias
25. SIGNIFICADO DAS CORES
Os significados das cores são: significado pragmático,
significado estético e expressivo e significado simbólico.
O significado pragmático, dado pela natureza física das cores e
pelo que ela representa (corado, estragado, seco, etc.). As cores
próprias dos objetos e da Natureza transmitem-nos informação
sobre as características desses mesmos objetos. Aprendemos
com a experiência o significado pramático das cores.
26. O significado estético e expressivo, dado pelas harmonias,
equilíbrios ou contrastes (o modo como as pessoas combinam as
cores e as apreciam e como os artistas e os designers as usam
de uma forma pessoal). A forma como combinamos (agrupamos)
as cores traduz-se em significado estético. Se associarmos cores
de uma determinada gama, produzimos harmonias, isto é,
combinações visuais agradáveis. Podemos, contudo, combinar as
cores optando por estabelecer em contrastes.
Gama é um conjunto de cores elaborado com um critério
determinado
Podemos criar harmoniaGama de cores pastel Gama de cores quentes
28. Algumas convenções simbólicas da cor.
Amarelo: perigo
Vermelho: paragem obrigatória, perigo
Verde: via livre, saída, auxílio, reciclagem, natural
Azul: informação, atenção, obrigação
Preto e branco: permissão
Castanho: informação
o significado simbólico, dado pelo que se convenciona que as
cores representam (semáforos e outros sinais de trânsito,
símbolos de perigo, etc.); dado pelos valores culturais que cada
grupo, povo ou civilização lhes atribui (nações, partidos, políticos,
clubes, luto, vestido de noiva, etc.). O significado das cores,
previamente convencionado, representa uma grande ajuda na vida
prática do nosso dia-a-dia. No entanto, para além das convenções
aceites mundialmente, a simbologia das cores está fortemente
relacionada com os valores culturais de cada povo. Daí que varie
tanto para região. Por isso, ao atribuirmos significado simbólico às
cores, devemos atender à especificidade cultural de cada região.
29. Para teres uma ideia dessa variedade observa o quadro.
Azul
A cor sagrada
na religião judaica
Vermelho
Usado na China
em Casamento,
Funerais e outras
Ocasiões, pois
Representa a sorte
e as celebrações
Laranja
Nos Estados Unidos
da América é a cor
com que se festeja o
Hallowen, e ou a
Festa das Bruxas
Azul
Os Chineses
associam o azul
à imortalidade
Preto
No Minho (Norte de
Portugal), é a cor
do vestido tradicional
das noivas
Castanho
A cor do luto na
Índia
Roxo
Na Europa é a cor da
Realeza, mas
também simboliza
o período da
Quaresma na
religião católica
Preto
Cor do luto no
Ocidente, associada
à morte, mas também
ao estilo e à
elegância
Verde
Em Portugal diz-se
que é a cor da
esperança
Branco
Cor da pureza na
cultura ocidental,
por isso é usada
para vestidos
de casamento
Amarelo
Representa
alegria e felicidade
no Ocidente
Vermelho
Usado para vestidos
de casamento na
Ìndia, pois é a
cor da pureza
Verde
De grande significado
nos países
Muçulmanos porque
é a cor do Islão
Branco
Cor do luto e
da morte no Oriente,
Sobretudo no Japão
Vermelho
Nas sociedades
latinas é a cor
de paixão
também se associa
ao Natal
Cinzento
Símbolo de falta de
amor ou de solidão
nas sociedades
ocidentais
Azul
Cor sagrada para a
religião hindu,
porque é a cor
de Krishna
Amarelo
Cor sagrada
e imperial em muitas
Culturas asiáticas
Laranja
Associada à religião
prostestante na
Irlanda
Verde
Em França tem
conotações negativas
e é má escolha
para embalagens
30. PADRONIZAÇÃO E CATÁLOGOS DE CORES
Num universo infindável de matizes, torna-se necessário que as cores se
organizem e se classifiquem de modo a facilitar o seu uso e comunicação.
Existem diversos catálogos que orientam as pessoas na escolha das cores
desejadas. No entanto, a maioria desses catálogos não atribui os mesmos
nomes às mesmas cores. Utilizam designações como celeste, lavanda,
magnólia, pêssego, alfazema ou mesmo referências e números como
Pantone 545, 3030-R80B, etc. As cores estão organizadas segundo
sequências lógicas, fáceis de consultar, sendo dados a cada cor um
número ou um nome – uma referência.
Um dos catálogos mais comuns é o catálogo Pantone. Usado
mundialmente, é hoje um sistema de padronização de vários
milhares de cores ao qual recorrem muitos profissionais,
empresas de impressão e de publicidade, de tecidos,
programas de computadores, etc.