Versão integral da edição n.º 677 do semanário “Jornal da Mealhada”, que se publica na Mealhada, distrito de Aveiro, Portugal. Director: Nuno Castela Canilho. 06.02.2008.
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Engarrafamento daÁgua de Luso Carnaval da Bairrada 2008
Carnaval da Bairrada 2008
17 milhões de saiu à rua na terça-feira de Entrudo
saiu à rua na terça-feira de Entrudo
euros para levar
engarrafamento
para Vacariça
Página 3
Política concelhia da Mealhada
Calhoa defronta
Marqueiro
Custou... mas foi! Página 12 e 13
Marques demite-se?
Páginas 2 e 3 E foi bom!
Página 12 e 13
Hóquei Clube da Mealhada
Séniores masculinos a Entrevista a Manuel Almeida dos Santos
caminho da subida
Página 20 O Carnaval
é obra de
muitas pessoas
4
Páginas 14 e 15
Restaurante quot;O Leitãozinhoquot;
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Leitão à Bairrada - 20 euros Picanha - 19 euros Bife Grelhado - 18 euros
COM MÚSICA AO VIVO (CONJUNTO SERENO & SERENATA)
2. Quarta-feira, 6 de Fevereiro de 2008
10
Mealhada
Debate sobre Alzheimer
“Somos todos potenciais doentes de Alzheimer”, afirmou Filomena Pinheiro
Decorreu na quarta-feira, 30 de Janeiro, no auditório da Escola Profissional
Vasconcellos Lebre (EPVL), uma sessão de esclarecimento sobre a doença de Alzheimer.
Esta sessão foi promovida pela Câmara Municipal da Mealhada (CMM), no âmbito da
Rede Social, em parceria com o Centro de Saúde de Mealhada, e contou com a colaboração
da Alzheimer Portugal e da EPVL.
Isabel Pinto Gonçalves, médica especialista em medicina geral, começou por dizer
que “a doença de Alzheimer é, claramente, uma demência”. A médica enumerou alguns
dos factores de risco que podem despoletar a doença. “A idade, o sexo – especialmente
feminino -, a depressão, a incidência da doença na família - genética -, os problemas
cardiovasculares, o tabagismo, a hipertensão arterial, a obesidade, o sedentarismo e os
diabetes são, geralmente, os factores de maior risco para a doença”, enumerou. Depois
duma breve explicação científica da doença e também dos fármacos mais usados para
o estagnamento da doença, Isabel Gonçalves acrescentou: “Deve ter-se muita atenção
quando notamos em alguém, por exemplo, perda de memória, dificuldade em executar
tarefas diárias, perda de interesse e alteração de personalidade. Estes podem ser sinais
de alerta”. A médica ainda afirmou: “Não existe cura conhecida para doença, mas há A sessão de abertura foi feita por Filomena Pinheiro, vice-presidente da CMM, sentada,
medicamentos que aliviam muito e até a fazem estagnar. O problema é que estes à esquerda, Isabel Pinto Gonçalves, sentada ao lado e Rosária Cabral, em pé
medicamentos são caros e provocam bastantes efeitos secundários”. Homeopatia, cuidador, não se trata de uma ofensa pessoal”. Por fim, Suse Simões disse o que um
massagem, aromoterapia, musicoterapia, psicoterapia e fisioterapia foram tratamentos cuidador deve ter sempre: “Coragem, paciência e muito carinho para dar”.
complementares sugeridos por Isabel Gonçalves. Carla Lemos, fisioterapia no Centro de Saúde de Pombal, falou sobre “O Papel da
“O Apoio Social ao Doente de Alzheimer”, por Carla Pereira, assistente social da Fisioterapia no Doente de Alzheimer”. “A doença de Alzheimer é progressiva e crónica, e
Associação Portuguesa de Familiares e Amigos dos Doentes de Alzheimer, foi o tema que as alterações motoras costumam ser muito evidentes, portanto, o processo de fisioterapia
se seguiu. Regime contributo, pensão de velhice e pensão de invalidez foram as três deve ser iniciado o mais precocemente possível”. A fisioterapeuta ainda demonstrou,
formas de apoio social de que falou a assistente social. através de imagens, alguns dos exercícios que os auxiliares, médicos e enfermeiros dos
“Existe uma coisa que nunca nos podemos esquecer quando lidamos com um doente lares, centros de dia, de saúde, etc., devem fazer quando de deparam com estes doentes.
de Alzheimer: Nós não conseguimos repor a memória”, disse Suse Simões, enfermeira. A “É muito importante também ensinar aos familiares os cuidados que devem ter e como
enfermeira enumerou formas de como se deve proceder quando se está a cuidar dum podem ajudar na recuperação ou estabilização da doença”, concluiu Carla Lemos.
doente de Alzheimer: “Criar um ambiente tranquilo, rotinas, relembrar, evitar chamar a Seguiu-se Célia Mendes, médica de família no Centro de Saúde de Figueiró dos Vinhos,
atenção para erros, tratar a pessoa com respeito, demonstrar apoio e carinho, utilizar que falou sobre “O Médico de Família e o Doente de Alzheimer”. Célia Mendes disse: “O
frases curtas e simples, ter paciência, não chamar a atenção para erros de linguagem, médico de família deve ser das pessoas mais atentas aos sintomas que os seus doentes
aproximar-se do doente para falar com ele, olhá-lo nos olhos, transmitir segurança, apresentam. Os familiares devem também respeitar aquilo que o médico explica e
estar atento às expressões e reacções da pessoa, e, por fim, agradecer sempre a ajuda aconselha”.
prestada quando estes doentes se movimentam um pouco ou ajudam quando os estamos No final, Rosária Cabral, presidente da Alzheimer Portugal – delegação da zona
a vestir, por exemplo”. Quando um doente foge, “não é fuga, é apenas desorientação! centro, falou sobre “A Doença de Alzheimer no seio da Família, divulgação da Alzheimer
Deve haver muita segurança na casa, identificar roupas, colocar pulseira identificativa Portugal”, onde contou o caso pessoal, do seu marido que ficou doente, com alzheimer,
e alertar vizinhos e pessoas como prevenção”. Quando o comportamento é agressivo, a aos quarenta e nove anos de idade e acabou por falecer pouco tempo depois.
enfermeira explicou ainda: “Devemos ter calma e tranquilidade, evitar discutir, ralhar Filomena Pinheiro encerrou a sessão e disse: “Hoje tomámos consciência de que
ou castigar. Não devemos interpretar a agressividade como sendo dirigida contra o somos todos potenciais doentes de Alzheimer”. Mónica Sofia Lopes
Presidentes de junta unidos para Sernadelo
podar e empar na rotunda de Baco Tentativa de Assalto a caixa ATM
O
s presidentes das juntas de freguesia do concelho da Mealhada, alguns membros
D
urante a madrugada do dia 31 de Janeiro, seis individuos, encapuzados,
das Juntas e o Engenheiro Pita da Câmara Municipal da Mealhada (CMM), a tentaram assaltar a caixa de multibanco de um restaurante em Sernadelo.
convite de Manuel Cardoso, presidente da Junta de freguesia de Casal Comba, A missão ficou, no entanto frustrada, dado que foram surpreendidos pelo
podaram e emparam a vinha na rotunda de baco, no passado sábado. Após a conclusão vigilante do restaurante, que foi agredido, e passado uns minutos pela GNR, a quem
do trabalho tiveram um almoço no parque conseguiram escapar, apesar da barreira policial e de uma perseguição.
Plantada há dois anos, com cinco castas da região da Bairrada, esta é uma rotunda Os assaltantes arrombaram a porta principal do restaurante e começaram a cortar o
cuja manutenção está a cargo da Junta de Freguesia de Casal Comba que trata das cofre da caixa ATM, quando foram surpreendidos pelo vigilante do restaurante que estava
videiras, poda, empa e procede aos tratamentos químicos. A cargo da CMM está o na guarita do outro lado da estrada. O vigilante foi agredido com um soco, ficando com
ajardinamento. “Este ano esperamos já ter vinho nas próximas vindimas, para que para dois hematomas, na cabeça, por um dos ladrões que estava de vigilância. O vigilante foi
o ano na altura de podar e empar, possamos beber um copo de vinho destas videiras”, socorrido no local pelos Bombeiros Voluntários da Mealhada.
disse Manuel Cardoso. RSG Uma patrulha da GNR passando frente ao restaurante apercebeu-se dos movimentos
estranhos, provocando a fuga dos presumíveis assaltantes, em dois carros de matrícula
Lameira de São Pedro espanhola, em direcção a Norte. Em Anadia, numa das rotundas, duas patrulhas tentaram
interceptar os assaltantes fazendo uma barreira policial. Os assaltantes conseguiram
escapar com a ajuda de um extintor que provocou uma enorme nuvem branca. Os GNR de
Vítima mortal em acidente de viação Anadia e da Mealhada continuaram a perseguição aos assaltantes que se dirigiram à
A25, em Albergaria- a- Velha, onde os assaltantes conseguiram escapar.
Durante mais 12 quilómetros, pelo IC2 a GNR com a ajuda da BT, que percorreu a A25,
Pelas 23h30m de sábado, 2 de Fevereiro, os Bombeiros Voluntários da Mealhada, tentou encontrar os assaltantes o que não se concretizou. RSG
receberam o alerta de um despiste de um carro ligeiro na estrada nacional 234, estrada
do Luso. Na viatura encontrava-se um indivíduo do sexo masculino de nacionalidade
romena com cerca de trinta e cinco anos, que foi dado como morto pelo médico que se
LOCAL DE VENDA do Jornal da Mealhada na Pampilhosa
deslocou ao local.No local estiveram presentes duas ambulâncias, uma viatura de PAPELARIA MARIA DA CONCEIÇÃO DIREITO
desencarceramento, uma viatura de apoio e um VRCI dos BVM, uma viatura VMER dos
Hospitais da Universidade de Coimbra, a Brigada de Trânsito e a GNR. O carro, quando
os bombeiros começaram o trabalho de desencarceramento, já estava frio levando a LOCAL DE VENDA DO Jornal da Mealhada
crer que o acidente poderia ter ocorrido algum tempo antes. O trabalho dos bombeiros
foi concluído cerca das 2 horas da madrugada.
no Luso PAPELARIA S. JOÃO
PAPELARIA S.
3. Quarta-feira, 6 de Fevereiro de 2008
11
Carnaval por todo o concelho da Mealhada...
Cento e trinta alunos da EB1 de Ventosa do Bairro e Antes e as crianças O tema das máscaras das trinta e seis crianças do Jardim-de-infância Os alunos das Actividades de Tempos Livres, da Escola
do Jardim-de-infância de Antes, Póvoa do Garção, Ventosa do Bairro e da Pampilhosa era a Água. Saíram à rua no dia 1 de Fevereiro, Básica 2,3 da Pampilhosa, realizaram um baile de
Casal Comba, juntaram-se na Quinta dos Três Pinheiros, em Sernadelo, encontrando-se com as restantes escolas no Largo do Preto.
no dia 31 de Janeiro, de manhã, para festejarem o Carnaval. máscaras. No final, houve um lanche partilhado.
A Quinta dos Três Pinheiros recebeu, no dia 31 de Janeiro, cerca de 300 idosos de instituições O Centro Social de Casal Comba, APPACDM de Casal Comba, EB1 de
Na Escola Profissional Vasconcellos Lebre, alunos, professores e
de Avelãs de Cima, Avelãs de Caminho, Amoreira, Antes, Mogofores, Paredes do Bairro, Poutena, Casal Comba e Vimieira, Jardim de Infância de Casal Comba e
Paraíso Social, Pedralva, Centro Social de Esgueira, Fermentelos, Nossa Senhora do Ó de
funcionários fizeram um desfile de máscaras, que sofreu uma
avaliação, e os alunos apresentaram um teatro onde imitaram os Vimieira, no dia 1 de Fevereiro, percorreram as ruas de Casal Comba,
Aguim, Santa Casa da Misericórdia de Anadia, Santa Casa da Misericórdia da Mealhada, Santa
Casa da Misericórdia de Aveiro para os festejos de Carnaval, com música popular. seus professores. tendo no fim do desfile um lanche no Pavilhão dos Escuteiros.
Na Escola Básica 1 de Barcouço os alunos e as A Associação dos Aposentados da Bairrada celebrou
Os alunos da Escola Básica 1 e Jardim-de-Infância da professoras mascaram-se dos seus personagens
Vacariça desfilaram pelas ruas desta localidade. pela primeira vez o Carnaval, no dia 1 de Fevereiro,
preferidos dos livros infantis e desfilaram, de manhã,
pelas ruas da localidade.
na Quinta dos Três Pinheiros.
Quarenta e seis crianças da CAAP da Pampilhosa saíram à Os alunos da Pré-Primária de Sant’Ana desfilaram na Com um pequeno desfile, as crianças do Jardim-de-
rua na sexta-feira dia 1 de Fevereiro, mascarados. O tema manhã de sexta-feira, 1 de Fevereiro, pelas ruas da infância, no dia 1 de Fevereiro, mostraram as suas
era o Campo e a Cidade. mascaras de Carnaval aos pais e avós que estiveram
Mealhada.
presentes. O tema era “Os cinco sentidos”.
Os alunos da Escola Básica do 1º ciclo de Pampilhosa e da Escola
Num cortejo extenso, os alunos da Escola Básica 1 e do Na sexta-feira, 1 de Fevereiro, as funcionárias da Biblioteca
Básica 1º ciclo da Pampilhosa/ Entroncamento, juntaram-se, no dia Municipal da Mealhada ajudaram as crianças na
de Fevereiro, no largo do Preto na sua vila para celebrarem o Jardim-de-Infância do Luso desfilaram, alegres, pelas
Carnaval. Os alunos mascaram-se de Espantalhos. ruas do Luso acompanhados pelos pais e avós. construção de máscaras de Carnaval.
O jardim-de-infância e a Escola Básica 1 do Travasso Na tarde de segunda-feira, 4 de Fevereiro, os alunos das
Na EB1 da Mealhada, os alunos dos quatro anos, para Actividades de Tempos Livres da Santa Casa da Misericórdia
mascararam-se, no dia 1 de Fevereiro, e percorreram as mostrarem os seus trajes de Carnaval, fizeram um desfile.
ruas da sua aldeia, celebrando assim mais um Carnaval. da Mealhada desfilaram pelas ruas da Mealhada.
Pastas
Av 25 de Abril, nº 27
DE SCONTOS de
é 30% arquivo
3050-344 MEALHADA
Telefone: 231 202 649
Fax: 231 203 508 at durante o mês de FEVEREIRO
4. Quarta-feira, 6 de Fevereiro de 2008
12
CA R N A V A L D
quot;É visível que este Carnaval só m
D
epois de no domingo, 3 de Fevereiro, o cortejo Marques, na Mealhada. Alexandre Borges, rei do Carnaval, espírito que estas pessoas têm e da forma como vivem o
do Carnaval Luso-Brasileiro da Bairrada ter e Óscar Magrini, padrinho do Carnaval, foram os actores Carnaval”, disse Artur Ermida, elemento da direcção da
sido cancelado, devido às más condições brasileiros protagonistas do Carnaval Luso-Brasileiro da ACB. Óscar Magrini, padrinho do Carnaval da Bairrada,
climatéricas que se fizeram sentir, na terça-feira, 5 de Bairrada. acrescentou: “Foi uma tristeza ver que o trabalho das
Fevereiro, dia de Entrudo, as escolas de samba puderam “ A decisão de, no domingo, cancelar o cortejo foi escolas não pode ser visto por todos, no domingo, devido
apresentar o seu espectáculo no sambódromo Luís tomada, por unanimidade, entre os elementos da ao mau tempo. Foi também frustrante ter que devolver o
Batuk'Arte, grupo de percussão do Luso Carro alegórico dos 30 anos do Carnaval Luso-Brasileiro da Bairrada Escola de samba Real Imperatriz, de Casal Comba
Per'Curtir, grupo de percussão do norte Escola de samba Juventude de Paquetá Grupo de crítica de Sangalhos
Associação de Carnaval da Bairrada (ACB) e os elementos dinheiro de cinco autocarros, que vieram de outras cidades
das seis escolas de samba”, explicou Álvaro Miranda, do país, para ver este desfile. Eles iam muito tristes porque
presidente da direcção da ACB. Apesar do cancelamento do queriam mesmo assistir. Contudo, a alternativa foi
corso os elementos das escolas de samba fizeram a festa excelente. Houve muita festa dentro daquela tenda, com
durante o resto da tarde apresentando os samba-enredos toda a gente muito feliz”.
no palco da tenda gigante, colocada junto ao sambódromo. Na terça-feira, o tempo deu tréguas e os elementos das
“Nunca imaginámos, quando as escolas nos pediram para escolas de samba puderam desfilar no sambódromo Luís
fazer uma actuação de palco, que tivéssemos tanto público Marques. Juventude de Paquetá, Real Imperatriz, Amigos
a assistir. Enchemos a tenda gigante e, apesar da tristeza de da Tijuca, Sócios da Mangueira, Samba no Pé e GRES
não sairmos com o cortejo à rua, foi uma prova viva do Batuque foram as seis escolas de samba que se
Foto Rei
Rua Dr. José
Cerveira Lebre, 81
Telf: 231 202 189
Mealhada
5. Quarta-feira, 6 de Fevereiro de 2008
13
D A B A IR R AD A
melhoraquot;, afirmou Óscar Magrini
apresentaram no chamado mega desfile de Carnaval. Um “Podia ter estado mais público se o tempo tivesse ajudado. Está tudo muito bonito, o povo todo alegre, todos com
carro alegórico, alusivo aos trinta anos do Carnaval, com Apesar de tudo ter corrido bem na nossa escola, a muita garra para fazer esse desfile inesquecível e
fotografias das personalidades que mais marcaram esta organização do Carnaval da Bairrada tem que ‘montar’ o maravilhoso”. Acerca do povo mealhadense, o rei do
festa ao longo dos anos, fez a abertura deste desfile, depois corso e pensar que tem seis escolas de samba para colocar Carnaval, apenas disse: “O público mealhadense está
da passagem dos grupos de percussão “Per’Curtir”, do a desfilar. Para a próxima, têm que perceber como funciona sambando porque hoje é dia de festa”.
norte do país, e “Batuk’Art”, do Luso. Entre as escolas de uma escola de samba”. Henrique Salvador, dos Sócios da Questionado se o Carnaval teve prejuízo e se haverá
Escola de samba Amigos da T ijuca, de Enxofães Escola de samba Sócios da Mangueira Escola de samba Samba no Pé, de Sepins
Alexandre Borges, rei, e Stephanie Ribeiro, miss Bairrada'07 Grupo de crítica, quot;Sapatadaquot;, da Mealhada Escola de samba GRES Batuque
samba apresentaram-se também dois grupos de crítica, Mangueira, afirmou: “Correu lindamente, o espectáculo foi alguma iniciativa para o suprir Álvaro Miranda respondeu:
um grupo de Sangalhos com referências ao bom e penso que as pessoas ficaram satisfeitas”. Da escola “Ainda temos de fazer contas. Se houver necessidade vamos
encerramento das urgências do Hospital de Anadia e o Samba no Pé, Filipe Figueiredo acrescentou: “Foi um organizar outro evento para poder colmatar os prejuízos
grupo mealhadense “Sapatada”, com referências à Carnaval muito bonito, correu tudo muito bem”. “Como que tivemos com o cancelamento do cortejo no domingo”.
ASAE, ao encerramento de maternidades e à nova lei estivemos a desfilar só damos conta do ponto de vista de
do tabaco. quem actua. Desse lado correu tudo muito bem!”, disse Texto de Mónica Sofia Lopes
No final, os presidentes das direcções das escolas de Jorge Pedrosa da Real Imperatriz. Fotografias de Rosa Santos Gonçalves
samba afirmaram ao Jornal da Mealhada, de modo No final do corso, Álvaro Miranda afirmou: “Hoje foi
unânime, que tudo tinha corrido bem e dentro das extremamente positivo. O
expectativas esperadas. “Foi excelente. O pessoal da cortejo correu muito bem
escola teve sempre muito animado e o público até cantou como estávamos à espera”.
as nossas letras”, disse Pedro Mamede, presidente da Óscar Magrini fez um ARMÉNIO E. S. BAPTISTA,Lda
direcção da escola Amigos da Tijuca. Fátima Silva, da balanço do Carnaval ao
Juventude de Paquetá, disse também: “Valeu a pena todo o longo dos seis últimos
esforço que tivemos e o tempo também deu uma grande anos. “O Carnaval tem
ajuda”. Ricardo Ferreira, da escola GRES Batuque declarou: melhorado, há uns anos só
tinha quatro escolas, agora
já são seis a desfilar. As
PUBLICIDADE roupas são melhores, os
carros estão maiores, por
*Serigrafia * Brindes publicitários exemplo. É visível que este
Empresa da região centro / norte Carnaval só melhora”,
Procura agentes / revendedores disse. TRANSPORTES
Alexandre Borges, rei do ALUGUER DE MÁQUINAS
Carnaval da Bairrada em
ALUGUER DE CONTENTORES| SURRIVAS
Na zona de Cantanhede, 1996 e, novamente em 2008,
fez uma comparação: “Da
Mealhada e Águeda última vez que aqui estive
desfilei no centro da cidade, Rua da Vacariça_ Reconco_3050-381 Mealhada
este ano, estou a estrear-me
no sambódromo. É uma 231 202 736 968 045 778 / 965 506 203
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6. Quarta-feira, 6 de Fevereiro de 2008
14
Entrevista a Manuel Almeida dos Santos, membro da primeira comissão d
“ Para a semente do Carnaval ter germinado
havia, portanto, terra propícia.”
M
anuel Almeida dos Santos é professor últimos entremezes de Car-
aposentado, antigo director do Jornal naval, realizados até aos
anos 50 do século passado,
da Mealhada, sernadelense de gema e eram, normalmente, organi-
mealhadense de coração. Fez parte da mordomia zados na Póvoa da Mealhada.
da festa de Sant’Ana de 1970 que daria origem à Representavam-se em vários
primeira comissão organizadora do Carnaval Luso– pontos. Dois deles eram o
entroncamento da Rua dos
Brasileiro da Bairrada, que teve a sua primeira edição
Carris — que hoje se chama
em Fevereiro de 1971. Conhecedor profundo, o Rua Padre António Breda —
melhor, dizemos nós, da história do Carnaval que se com a Rua Dr. Costa Simões e
faz na Mealhada há bastante mais de trinta anos, a Rua José Cerveira Lebre, em
contou-nos o que poderíamos chamar a história da frente ao Café Central.
fundação do Carnaval da Bairrada. Não se realizavam
entremezes em Sernadelo?
Em Sernadelo, lembro-me
O Carnaval na Mealhada grupos de fantasiados.
de um entremez de Carnaval,
nasce por acidente ou por
Refere-se ao desfile de 1914? em 1940 ou 1941, representado
necessidade?
Sim. António Breda com um formato de revista.
Quando, em 1970, foi
Carvalho, na monografia da Tinha também cantigas.
decidido organizar e realizar
sua autoria intitulada Houve mais, segundo me
na Mealhada os festejos de
“Mealhada — A escrita no disseram pessoas mais
Carnaval em moldes moder-
tempo”, cita, de um jornal, a velhas do que eu, mas este é Sant’Ana de 1970 era cons- estavam previstos para mais António Castanheira Melo,
nos, ninguém inventou nada.
reportagem de um cortejo o único de que tenho tituída por vinte mordomos. dois dias. Foi deliberado, António Alves, António
A Bairrada tinha uma rica
carnavalesco realizado na conhecimento e a que assisti. Era uma comissão inteli- depois, continuar a festa em Ferreira, António Inácio e José
tradição de celebrações
Mealhada em 1914. Da Foi realizado por iniciativa da gentemente formada, com Outubro, aproveitando um fim- Tavares — e quase todos eles
populares carnavalescas.
minha lembrança recordo, família das “Tecedeiras” — a elementos provenientes de de-semana que incluía o aderiram de corpo e alma e
Havia jogos próprios para a
como disse, duas iniciativas Ti’Maria Tecedeira e os seus diversos sectores sociais e feriado de 5 de Outubro. que acabaram por mobilizar
ocasião, havia a circulação de
carnavalescas do mesmo filhos eram naturais da que incluía representantes no mesmo sentido as
mascarados pelas ruas, Mas então como é que
tipo, organizadas com vista Palhaça, terra onde haveria de Sernadelo, do Cardal e do esposas e outros membros
individualmente ou em surgiu a ideia de um cortejo de
à angariação de fundos para também esse costume. Reconco, para além dos da das suas famílias. António
grupo, alguns fazendo troça Carnaval?
o Grupo Desportivo da Mealhada. Eu era um Costa e Toninho do Carlos
de pessoas ou de factos E os bailes de Carnaval onde Na segunda-feira de
Mealhada, e realizadas nos desses elementos. A comis- Lopes, por exemplo, foram,
sociais, havia os entremezes se realizavam? Sant’Ana, 27 de Julho de 1970,
anos de 1957 e de 1958. são começou a trabalhar mais tarde, a partir de 1979, a
humorísticos e de crítica, havia Eram acontecimentos de exactamente, tinham aca-
António José Madeira de com bastante antecedência, alma do Grupo dos Velhos, um
os apupos nocturnos, que forte relevância social. Há bado as corridas de ciclismo
Oliveira, o Macaca, foi o ainda em 1969, e arranjou importante agrupamento que
eram também formas de memória de bailes no salão e um grupo de mordomos
grande protagonista nessas muito dinheiro. A festa foi durante anos um dos
critica social. Era costume do “Theatro da Mealhada” — entre os quais eu me contava
duas iniciativas. Numa delas estava programada para principais animadores dos
também, nos bailes de hoje Theatro Café —, em trocava impressões acerca da
era um “valente toureiro”, durar cinco dias. Faziam cortejos carnavalescos e um
Carnaval, que se faziam um tempos mais recuados, no festa na Avenida Dr. Manuel
noutra era o Leefkick, o chefe parte do programa uma dos seus principais atra-
pouco por todo o lado, salão do Rancho dos Unidi- Louzada. Esta avenida fazia
de um grupo de “escoceses”, prova de ciclismo em várias ctivos. Manuel Coleta, Antó-
participarem pessoas fanta- nhos, no quartel dos Bom- parte do circuito das corridas.
trajados a rigor, de visita à ruas da vila, uma de perícia nio Gradim, António Macha-
siadas, raparigas princi- beiros, no salão do Grupo Em certa altura da conversa
Mealhada. Ficou célebre o automóvel, na Avenida Dr. do contam-se também entre
palmente. Estas, se não Desportivo da Mealhada e no eu disse: “Temos aqui um
discurso de Leefkick profe- Manuel Louzada, um con- os aderentes activos.
tinham posses para ir mais Cineteatro Messias. Havia excelente circuito para um
rido duma das janelas da curso de vestidos de chita,
além, apresentavam-se, pelo bailes para todos e bailes cortejo de Carnaval”. Luís Tem ideia de onde se terá
sede do Grupo Desportivo da no Cineteatro Messias, duas
menos, com um lenço de para classes mais favo- Marques agarrou-me rapida- realizado a primeira reunião da
Mealhada, que era no garraiadas, uma no domingo
fantasia, muito garrido, pelas recidas, por convite. Esses mente no braço e perguntou- comissão de Carnaval?
primeiro andar do edifício e outra na segunda-feira,
costas. Nesse lenço o realizavam-se, duma manei- me: “Professor, vamos fazer o Depois da festa de
onde hoje está instalado o numa praça de touros
vermelho era, em geral, a cor ra geral, no salão nobre do Carnaval?”. Eu respondi: Sant’Ana e da adesão dos
Supermercado Cerveira. Para desmontável, espectáculos
predominante. A partir dos Cineteatro Messias. “Vamos fazer o Carnaval”. mordomos e de outras pessoas
a semente dos actuais nocturnos com orquestras e
anos cinquenta do século XX Prontificaram-se a colaborar realizou-se uma reunião no
festejos de Carnaval germi- Em 1970 estas iniciativas ranchos de nomeada, no
passou a falar-se muito dos na organização dos festejos Café Central, na sala onde hoje
nar e dar fruto havia, por- ainda perduravam? recinto da feira, um
cortejos carnavalescos do carnavalescos apenas sete funciona o ciberespaço, e aí
tanto, terra propícia. Em 1970 os bailes conti- espectáculo teatral para
Porto, organizados pelo Clube mordomos: Luís Marques, eu, foram estabelecidas as linhas
nuavam a ser realizados mas crianças pelo Teatro dos
dos Fenianos e, pouco tempo Carlos Pereira Teles, Cesário gerais dos festejos. No
A festa do galo não era tam- já não se faziam os entre- Estudantes da Universidade
depois, dos de Ovar. Terão Cerveira, Álvaro Xabregas, Domingo Magro, à tarde,
bém uma tradição de Carnaval? mezes e a maior parte das de Coimbra (TEUC), no Jardim
sido estes cortejos que Albino Saldanha e Joaquim chegada do rei e respectivas
Era uma tradição carnava- outras formas de festejar o Costa Simões, para além
inspiraram um grupo de Luís. cerimónias e garraiada
lesca para crianças. Era hábito Carnaval. Os festejos do das festividades religiosas,
pessoas da Mealhada a carnavalesca; à noite, baile. No
na Mealhada e em Sernadelo Carnaval da Mealhada — naturalmente, no domingo e E constitui-se assim a
organizarem dois cortejos Domingo Gordo e na Terça-feira
as crianças da escola levarem Carnaval da Bairrada ou na segunda-feira. primeira comissão de
carnavalescos, bastante de Entrudo, cortejo carnava-
à casa da sua professora ou Carnaval Luso-Brasileiro da organização do Carnaval?
pequenos mas muito interes- Mas nessa festa nem tudo lesco, de tarde, e baile à noite.
do seu professor um galo Bairrada — acabaram por ser Não propriamente. Luís
santes, nos anos cinquenta correu como esperavam.
num carrinho enfeitado. Era uma forma de preenchi- Marques, mais tarde, conta- Quem foi o primeiro rei?
do referido século XX? Correu muito bem no
a festa do galo. As crianças mento de um vazio, de ctou dois amigos seus, Foi um senhor lisboeta
sábado, no domingo e na
Não terá a gente do conce- desfilavam atrás desse satisfação de uma neces- companheiros de passeios que trabalhava na Junta
segunda-feira. Na segunda-
lho da Mealhada propensão carrinho organizadas em sidade da população, princi- no jardim municipal, José Nacional do Vinho — mais
feira, 27 de Julho de 1970, o
especial para esse tipo de coluna e cantando. Muitas palmente no que diz respeito Castanheira e José Eduardo tarde Instituto da Vinha e do
antigo presidente do Con-
realizações? delas iam fantasiadas. ao Carnaval de rua. Gonçalves. Eu falei também Vinho — que toda a gente
selho, António de Oliveira
Eu penso que sim. Há a várias pessoas, espe- tratava por Cerejo. Era um
O que seriam os entre- A história do Carnaval Luso- Salazar, faleceu e, na terça-
notícia de que se realizou na cialmente aos que comigo homem encorpado, gordo, com
mezes de Carnaval? Brasileiro da Bairrada começa feira, de manhã, depois de
vila da Mealhada, já na constituíam o grupo do grande sentido de humor e boa
Eram representações com uma festa de Sant’Ana… uma advertência do tenente
segunda década do século XX, “snooker” — António Costa, presença. Foi o rei Momo I.
teatrais com uma forte com- Pode dizer-se que sim. Coronel Ferreira ao gaiteiro
um cortejo de Carnaval com António Fernandes (Toninho
ponente de crítica social de das Carvalheiras, achámos por Como é que nasce o nome
alguma imponência tanto em Pode contar-nos essa história? do Carlos Lopes), Manuel
índole local. Na Mealhada os bem cancelar os festejos que de Carnaval Luso-Brasileiro da
carros alegóricos como em A Comissão da Festa de Alves Cruz, Fernando Pires,
7. Quarta-feira, 6 de Fevereiro de 2008
15
são do Carnaval Luso-Brasileiro da Bairrada
ado e ter dado origem aos festejos actuais
Bairrada? naval o actor Jaime Barcelos, mestra da comissão. Penso basquetebol dessa associa- que o preço por metro preparatório da Mealhada.
Na referida reunião do Dr. Ezequiel na telenovela que, sem Luís Marques, ção. As basquetebolistas e quadrado fixado pelo Minis- No ano seguinte participou
Café Central ficou assente que brasileira “Gabriela”, em dificilmente arrancaria a os basquetebolistas mea- tério da Agricultura era um grupo mas só de crianças
aos festejos se daria o nome exibição na RTP, que era a realização do Carnaval da lhadenses, jogando já em bastante elevado. da escola primária. Nos
de Carnaval da Bairrada. única estação de televisão Mealhada na altura, pelo campeonatos oficiais, não anos seguintes, já sem
existente em Portugal.. Mas mesmo assim o qualquer grupo infantil a
Pensou-se que os cortejos menos, em que ela se tinham, na Mealhada, espa-
pavilhão construiu-se. desfilar, houve sempre, em
poderiam ser mais animados verificou. Ele fez escola, ele ços apropriados nem para
E porquê Jaime Barcelos e Com o dinheiro que tinha
se neles participassem foi lição. Outros se lhe jogar nem para treinar. cada cortejo, um carro
não outro? — o que resultou do Carnaval
estudantes da Universidade seguiram na liderança. E Havia também, na vila, uma alegórico destinado a
A comissão, correspon- de 1978 e dos anteriores — a
de Coimbra. Nesse sentido tiveram tanto mais êxito equipa de hóquei em patins crianças. Quando 1979 foi
dendo a uma ideia já antiga, comissão decidiu comprar um
falámos com alguns estu- quantos mais próximos com um nível desportivo declarado Ano Interna-
deliberou incluir nos festejos terreno. Como não era pos-
dantes universitários mea- estiveram dessa lição. muito apreciável. Treinava cional da Criança, a
a chamada Festa do Vinho. O sível adquirir qualquer frac-
lhadenses e eles prontifi- numa eira e jogava, nas comissão do Carnaval
Dr. Ezequiel era um homem ção dos Viveiros Florestais,
caram-se a estabelecer Em 1976 e 1977 não houve competições oficiais, no deliberou tomar parte nas
da noite, um homem alegre e Luís Marques sugeriu que se
contactos com alguns colegas desfile de Carnaval. Porquê? pavilhão de Sangalhos, à celebrações desse ano com
grande bebedor, um boémio, comprasse um terreno junto
da Academia. Após algumas Durante esses anos, os semelhança do que acon- a realização do primeiro
uma figura que se adequava do campo de futebol da
diligências, um deles cha- mais quentes da Revolução tecia com os e as basque- Carnaval Infantil da Bair-
perfeitamente ao Carnaval e Mealhada. E assim se fez. O
mou a atenção para a exis- de Abril, muitas das pessoas tebolistas da JUM. A rada, no Domingo Magro.
à Festa do Vinho que se iria Carnaval de 1979 deu um
tência, na cidade de Coimbra, que faziam parte da Mealhada precisava, por- Constou de um cortejo
inaugurar na Mealhada. lucro de mais de três mil
de um grande número de comissão do Carnaval esta- tanto, de um pavilhão carnavalesco infantil cons-
contos e, agora com terreno, tituído por grupos apeados
estudantes brasileiros e lem- Terão sido os brasileiros da vam implicadas, de diversas gimnodesportivo. “Por que
a comissão iniciou a cons- e carros alegóricos, e de um
brou que eles, como naturais Universidade de Coimbra e o maneiras, no processo não aplicar os lucros do
trução do pavilhão. lanche convívio oferecido
do país do samba, poderiam seu samba a provocar o apare- político em curso, tanto a nível Carnaval na construção
dar uma melhor ajuda, par- cimento de escolas de samba oficial como particular. E não desse pavilhão?” — per- Iniciou mas não concluiu. pela comissão do Carnaval
ticipando nos cortejos, do que na Mealhada? dispunham de tempo para guntou Luís Marques à Foram bastante lucrati- a todos os participantes.
os estudantes portugueses. Talvez. De qualquer outras tarefas. comissão do Carnaval. E a vos os Carnavais de 1978 e Tomou parte no cortejo a
maneira, só em 1978 é que, comissão entendeu que de 1979. Os lucros obtidos quase totalidade das
E eles participaram… Em 1978 voltou a haver escolas do concelho da
pela mão de um grupo de aplicar esse lucro em tal nos seguintes, porém, foram
Três membros da comis- festejos carnavalescos na Mealhada e muitas de
jovens em que se destaca obra era uma excelente bastante inferiores e foi-se
são do Carnaval falaram Mealhada. concelhos limítrofes, in-
João Fernando Oliveira, surge medida. E, a partir daí, verificando que, mantendo-
com alguns desses estu- Em 1977, a Dr.ª Odete Isabel, cluindo o de Coimbra.
a primeira escola de samba tornou-se público que o se a tendência para lucros
dantes, em representação presidente da Câmara
mealhadense e, porventura objectivo da realização dos baixos, a Associação do
dos restantes, no Café Municipal da Mealhada, eleita Como é que nasceu a
de Portugal — os Sócios da festejos do Carnaval era a Carnaval — a comissão
Samambaia, no Bairro Mare- em Dezembro do ano anterior, Associação do Carnaval da
Mangueira. Está aí, creio, a construção do pavilhão tinha-se transformado em
chal Carmona — hoje Bairro solicitou a Luís Marques que se Bairrada?
origem do tipo de cortejos gimnodesportivo da Me- associação no ano de 1979
Norton de Matos — e foi lá dispusesse a liderar uma Disse bem. Chama-se
carnavalescos que hoje se alhada. — nuca poderia concluir o
que ficou combinada a vin- comissão que retomasse a Associação do Carnaval da
realizam na Mealhada e pavilhão. Foi proposto, por
da deles. A comissão asse- realização dos festejos do Isso não seria obrigação da Bairrada e não de Carnaval
noutras partes do país. isso, à Câmara que
gurava-lhes alimentação e o Carnaval Luso-Brasileiro da Câmara? da Bairrada. Quando, em
comprasse à associação o 1978, foi comprado o terreno
transporte e eles animariam Qual a importância de Luís Bairrada, e Luís Marques Penso que os dirigentes
terreno e a estrutura para construir o pavilhão,
o cortejo e os bailes. Ante a Marques na fundação do aceitou. tanto da JUM, como do grupo
metálica que ela lá tinha houve necessidade de uma
promessa de que eles Carnaval da Bairrada? que praticava hóquei em
Nas primeiras edições do instalado. A Câmara, então entidade, com personali-
participariam, a comissão O Carnaval Luso-Brasileiro patins, teriam já falado ao
Carnaval mealhadense qual era presidida pelo Dr. Rui dade jurídica, que pudesse
resolveu juntar ao nome dos da Bairrada é obra de muitas presidente da Câmara, Dr.
a colaboração da Câmara Marqueiro, aceitou a ser a proprietária desse
festejos o adjectivo luso- pessoas, quantas delas com António Dias dos Santos, no
Municipal da Mealhada? proposta. terreno, e, mais tarde, a
brasileiro. E o nome daí muito trabalho realizado sentido de a autarquia a que
A Câmara Municipal da dona do pavilhão e sua
resultante foi, como ainda responsavelmente e sem ele presidia construir o Mas, juntamente com a
Mealhada colaborou sem- administradora. Pareceu-
é, Carnaval Luso-Brasileiro nunca ninguém as mencionar. pavilhão. E penso que o Dr. venda, não foi celebrado um
pre, não com subsídios, mas nos que, em face da lei, a
da Bairrada. Não é, portanto, uma obra de Santos não deu luz verde à contrato de comodato com a
com o trabalho do seu comissão do Carnaval não
Luís Marques, só. Ele, porém, ideia. A comissão do Car- Câmara Municipal?
E a participação dos pessoal — vedações do cir- teria força legal para isso. A
foi sempre, nas mais diversas naval, por sua vez, deu-lhe A Associação do Carnaval
brasileiros deu bons frutos… cuito, instalações eléctricas, uma associação, porém,
situações, e quantas delas de conhecimento da deli- da Bairrada e a Câmara da
Durante cinco anos, nos disponibilização do salão como tem personalidade
grande complicação e preocu- beração que tinha tomado Mealhada fizeram um
festejos de 1971 a 1975, eles nobre dos Paços do Con- jurídica, isso já seria
pação, o líder incontestado de e solicitou-lhe que disponi- contrato de comodato no
foram as estrelas principais celho para reuniões, etc. possível. E foi a partir daí que
todos aqueles que bilizasse ou adquirisse um qual se estabelecia que a
dos bailes cantando e surgiu a ideia de constituir
trabalharam para a Foi a Associação do terreno para a construção do Associação do Carnaval da
tocando o samba e magne- uma associação que seria
realização dos festejos Carnaval que iniciou a cons- pavilhão. A Câmara daria o Bairrada poderia usufruir,
tizando todas as pessoas responsável pela realização
carnavalescos mealhaden- trução do Pavilhão Gimno- terreno e a comissão do para os seus fins
com os sons e o ritmo das dos festejos de Carnaval na
ses. O seu dinamismo, as suas desportivo da Mealhada. Foi em Carnaval faria as obras. O Dr. estatutários, das
modinhas que interpretavam. Mealhada e, ao mesmo
palavras e atitudes, sempre 1978 que surgiu a ideia de Santos também não aprovou instalações do antigo
Em 1978, ano em que se de optimismo e de alento construir tal equipamento a ideia. A comissão teria que quartel dos Bombeiros tempo, pela construção do
retomaram os festejos, após para todos, a sua disposição desportivo? comprar o terreno e fazer a Voluntários da Mealhada pavilhão gimnodesportivo.
dois anos de interrupção, ainda constante para trabalhar, Não. A ideia vem já de obra. Mas não desistiu da por um período de cinquenta Houve o cuidado de redigir
participaram brasileiros nos fosse qual fosse a tarefa, a 1971. Inicialmente, porém, ideia. Em 1978 foi pedido à anos. os estatutos de forma a que
bailes e nos cortejos? prontidão com que punha à essa ideia não continha tal Câmara, presidida pela Dr.ª o seu funcionamento fosse
disposição do Carnaval a sua Odete Isabel, que adquiris- Foi também em 1979 que semelhante ao da comissão
Nesse ano já não havia finalidade. Na nossa opini-
pessoa, as instalações e as se um terreno nos Viveiros nasceu o Carnaval da Criança? do Carnaval. É por isso que
estudantes brasileiros na ão, dotar a Mealhada e o
viaturas do armazém de que Florestais para a construção Uma das preocupações os estatutos estabelecem
Universidade de Coimbra. seu concelho de uma festa
era sócio, para além do do pavilhão. Os lucros do de Luís Marques, como de que é competência exclusiva
de Carnaval do tipo da que
Mas o Carnaval continuou telefone e material de Carnaval desse ano tinham outros membros da comis- da assembleia-geral a
se fazia em Ovar era já algo
a chamar-se luso-brasileiro… escritório, e o seu automóvel, ultrapassado os mil contos são, era a participação de tomada de qualquer deli-
de muito importante. Luís
Pois claro. Como já não era sem cobrança de qualquer e seriam suficientes para crianças no cortejo de beração da associação. A
Marques, porém, apesar de
possível dispor da partici- importância para gasolina ou iniciar as obras. Mas faltava Carnaval. Logo no primeiro direcção não tem poder de
quase septuagenário, fazia
pação dos estudantes brasi- desgaste de material, entre o terreno. A Câmara respon- ano, em 1971, participou no deliberar. É apenas exe-
parte da JUM (Juventude
leiros, um elemento da comis- outras coisas, faziam dele um deu que não tinha capa- cortejo um grupo de crianças cutante das deliberações da
Unida da Mealhada) e era
são do Carnaval propôs que guia e um apoio de eleição cidade financeira suficiente da escola primária (terceira assembleia.
um dos responsáveis mais
se convidasse para rei do Car- para todos nós. Ele era a trave para essa compra, uma vez e quarta classes) e do ciclo
activos pela secção de
8. Quarta-feira, 6 de Fevereiro de 2008
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CA R N A V A L D A B A I R R A D A
“Samba Lêlê” actua, mais Sócios da Mangueira
um Carnaval, na Mealhada
fizeram Carnaval em Vouzela
O
grupo “Samba Lêlê” é o mais antigo grupo de samba em
Portugal, tendo sido formado em 1973 por estudantes
Q
uinze elementos da escola de samba
brasileiros da Universidade de Coimbra. Na sexta-feira, 1 de Sócios da Mangueira fizeram uma
Fevereiro, e a fazer abertura do fim-de-semana de Carnaval, o grupo pequena actuação no passado
actuou na Tenda Gigante do sambódromo Luís Marques.
domingo, 27 de Janeiro, em Vouzela. A festa, que
Constituído por seis elementos – Xando (fundador do grupo, voz
principal, cavaco e percussão geral), Pirússas (pandeiro, voz e caixa), juntou idosos dos vários lares do concelho, foi
Xandinho (bateria, voz e cuíca), Lula (surdo, pandeiro e voz), Salú (baixo organizada pela Câmara Municipal de Vouzela
e voz) e Maciel (tam-tam e voz) –, o grupo percorre o país de norte a sul e contou, para a animar, com alguns elementos
do país. “Para além dos espectáculos que temos no Carnaval, temos da bateria e algumas sambistas da escola de
também espectáculos de pré-Carnaval que têm início em Setembro. O samba Sócios da Mangueira. Ao Jornal da
grupo tem contratos com as Câmaras e Juntas de Freguesia de Soure, Mealhada, Henrique Salvador afirmou: “A folia,
Lousã, Resende, Estarreja, Ovar, Vouzela, etc., ou seja, há aquelas festas neste dia, foi tão grande que esta autarquia ficou
do ano em que já sabemos que vamos actuar nestas localidades. de nos contactar, novamente, em Novembro”.
Temos também um mercado muito grande nas escolas de samba por
Também na segunda-feira, 4 de Fevereiro,
esse país fora”, explicou Xando, fundador da banda. Questionado se a
banda começa a pensar em sair do país e abranger outros públicos alguns elementos desta escola fizeram um
internacionais, o líder do “Samba Lêlê” afirmou: “No dia em que desfile de Carnaval pelas ruas de Vila Nova de
actuámos na Mealhada, 1 de Fevereiro, tínhamos um convite para ir Famalicão. MSL
tocar na Galiza e onde faríamos parte também dum programa da TV
Juventude de Paquetá
Galiza, mas já tínhamos estabelecido contrato com a Associação de
Carnaval da Bairrada e não íamos falhar, obviamente. Contudo, o nosso
próximo passo é ir para o mercado espanhol”.
A gravação de um cd é um projecto que os elementos da banda
querem concretizar em breve. “Queremos gravar um disco com algumas
músicas originais e outras com as letras das músicas que tocamos nos
nossos espectáculos de grupos conhecidos do nosso público. Aliás
faz sucesso na Lousã
um dos nossos critérios vai ser que o nosso público nos diga o que
A
mais gosta de ouvir para colocarmos nesse cd”. lg uns elementos da escola de samba
O grupo, que em 29 de Janeiro de 2005 foi apadrinhado pelo grupo “Juventude de Paquetá”, da Mealhada,
brasileiro “Fundo de Quintal”, ganhou também uma madrinha, em desfilaram na sexta-feira, 1 de
Julho de 2007, Beth Carvalho, que fez duas actuações em Portugal no Fevereiro, pelas ruas da Lousã. “Logo de
Verão passado – Ovar e Mealhada. “Ser ‘amadrinhado’ por Beth Carvalho manhã vieram dois autocarros da Câmara
é muito especial para qualquer grupo de samba. Ela é a madrinha do Municipal da Lousã buscar-nos. Quando lá
samba e trouxe muitos nomes conhecidos do Brasil às luzes da ribalta”, chegámos fomos conhecer a cidade e de
concluiu Xando. Recentemente, os fãs do “Samba Lêlê” já podem ver seguida almoçámos na Pousada da Juventude.
actualizadas todas as informações do grupo, no sítio da internet: Tudo isto pago pela Câmara da Lousã”, disse
www.sambalele.com.pt. Mónica Sofia Lopes Fátima Silva, presidente da direcção da escola
de samba.
À tarde, os quarenta e oito elementos da
“Pagode da Tijuca” animou escola de samba “Juventude de Paquetá”
desfilaram pelas ruas da Lousã. “Fizemos um
as noites de Carnaval
desfile de duas horas e, no fim, o público 4321098765432121098765432109876543210987654321
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ainda pediu uma actuação de palco, que 4321098765432121098765432109876543210987654321
fizemos no jardim municipal. Eram imensas
as pessoas que nos estavam a ver ”,
acrescentou a presidente da direcção da
Pensão Astória
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Restaurante O Selas
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escola. Fátima Silva ainda concluiu: “O 4321098765432121098765432109876543210987654321
sucesso que fizemos nesta cidade foi tão 4321098765432121098765432109876543210987654321
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grande, que à noite quando viemos embora,
Confeccionamos
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LUSO
trouxemos connosco cinco pessoas da Câmara 4321098765432121098765432109876543210987654321
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da Lousã, que fizeram questão de vir assistir
à apresentação das escolas que foi feita na doces tradicionais
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Tenda Gigante no Sambódromo Luís Marques”.
MSL
Contacto: 231 939 182
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O
grupo de samba “Pagode da Tijuca” foi criado há dois anos, no
Sim! Nós existimos.
seio da escola de samba “Amigos da T ijuca”, de Enxofães. No
fim-de-semana de Carnaval actuou, no sábado, 2 de Fevereiro,
no “Theatro Café”, na Mealhada, e, na segunda-feira, 4 de Fevereiro,
actuou na Tenda Gigante do sambódromo Luís Marques.
E-N OS
Somos, VISIT
O grupo é constituído por Fredy (pandeiro, repique e voz), Inácio
(rebolo e voz), Pedro (surdo e voz), T iago (bateria e voz), Vitinho
(percussão e voz), João (tamborim, xico-xico e voz) e Hugo (cavaco e voz
principal).
“No primeiro ano da nossa escola de samba fizemos uma festa e
ANFERLUX - Electrodomésticos, Ld.ª
convidámos um grupo de pagode que existia na escola de samba
‘Sócios da Mangueira’. No segundo ano, quisemos fazer a mesma coisa, ARMAZENISTAS
mas já não existia o grupo dos ‘Sócios da Mangueira’. Para convidar
um outro grupo ficava um orçamento mais elevado, então resolvemos
Temos os melhores preços nas marcas que distribuímos: ARISTON, INDESIT, Whirlpool,
pegar em alguns elementos da nossa escola e fazer uma actuação
nessa festa. Foi assim que nasceu o ‘Pagode da T ijuca’”, explicou IGNIS, VULCANO, GRUNDIG, House Line, ROWENTA, KRUPS, TEFAL, entre outras.
Hugo Idalécio, um dos elementos do grupo.
Com garantia de 2 anos
O grupo de samba já fez algumas actuações por algumas
localidades do país, incluindo, Tábua, Vagos, Mealhada, Cantanhede,
Arganil e Avelãs de Cima. “O ano passado actuámos na Tenda Gigante
e, este ano, voltámos a ser convidados”, disse Hugo Idalécio.
Vendas ao público C/pequenos toques
Os interessados em contactar a banda para actuações, ou o público
que queira conhecer um pouco mais do “Pagode da Tijuca”, pode ir ao Em Grada - Anadia telf - 231 209 800
sítio da internet http://amigosdatijuca.blog.pt/.