O documento resume notícias de Coimbra e região, incluindo a manutenção de quatro clubes da região na primeira liga portuguesa de futebol, um debate sobre escutas telefônicas que será realizado em Coimbra, e o segundo congresso promovido pelo Conselho da Cidade de Coimbra sobre desenvolvimento urbano e cidadania.
1. CAFÉ TURISMO Doçaria Conventual do Lorvão
Largo de Alberto Leitão n.º 3 / 3360 - 191 PENACOVA / Telefones: 239 476 267 e 918 225 214
DIRECTOR JORGE CASTILHO
ANO I N.º 4 (II série) De 24 de Maio a 7 de Junho de 2006 € 1 euro (IVA INCLUÍDO)
“QUEIMA” INVADIU RUAS DE COIMBRA
Faúlhas de arco-íris PÁG. 10 a 13
QUATRO EQUIPAS NA I LIGA
Bola ao Centro!
A bola não se vê. Mas entrou na baliza!
Foi o segundo golo da Académica, a garantir
a permanência entre os melhores do futebol nacional.
A Naval conseguiu também manter-se à tona,
para onde Beira Mar subiu e onde o União de Leiria
bem se aguentou.
Aveiro, Coimbra, Figueira da Foz e Leiria – a mesma Liga!
PÁG. 15
COIMBRA TRÊS GERAÇÕES CUIDAM AFIRMAM DIRIGENTES ASSINE O “CENTRO”
EM CONGRESSO DA CANÇÃO DE COIMBRA DA ACM DE COIMBRA E GANHE OBRA DE ARTE
Para Guitarras Uma
que haja de Artur instituição
mais cidade Paredes pobre
e melhor eram feitas mas bem
cidadania em Lisboa governada
PÁG. 3 PÁG. 4 e 5 PÁG. 16 e 17 PÁG. 3
2. 2 DE 24 DE MAIO A 7 DE JUNHO DE 2006
DEBATE NA RELAÇÃO EDITORIAL
Escutas telefónicas
“Escutas telefónicas – o quotidiano”
Notas soltas
é o tema que será debatido hoje, a par- tano do pontapé na bola.
tir das 11h30, no salão nobre do Tribu- Aveiro (com o Beira Mar), Coimbra
nal da Relação de Coimbra. (com a Académica), Figueira da Foz (com
Trata-se de mais uma jornada pro- a Naval 1.º de Maio) e Leiria (com o
movida pela Secção Criminal do referi- União), fazem jus a felicitações e aos
do Tribunal, sob a égide da Presidência respeito o escrevo) temos um quot;Lino ibéri- votos de que consigam bons resultados,
da Relação, e que desta feita contará coquot;... Aclarando: o Ministro Mário Lino, pois tal será também benéfico contributo
com as intervenções de Pedro do Car- falando em Espanha, assumiu-se como para dinamizar a economia do Centro do
mo (Director Nacional Adjunto da Polí- iberista convicto. Por cá foi um coro de País e rendibilizar um pouco mais os
cia Judiciária) e Fernanda Roberto (Juiz protesto contra a quot;heresiaquot; ministerial. Só megalómanos investimentos que se fize-
de Instrução Criminal). que a muitos dos que agora protestaram ram em estádios.
em público, já em privado se lhes ouviu
defender que a solução para a crise de Como nesta edição se anuncia, vai
NO PRÓXIMO SÁBADO, Jorge Castilho
Portugal era arrendar o País aos espa- realizar-se ainda este mês o II Congresso
EM COIMBRA nhóis. E não deviam estar a brincar, pois promovido pelo Conselho da Cidade de
Timor Leste foi uma das causas que muitos deles têm andado a fazer isso Coimbra.
“Lions” mais sensibilizou e mobilizou os por- mesmo, a retalho, de forma mais ou O Conselho é constituído por um he-
tugueses, numa onda de solidariedade menos encapotada... terogéneo conjunto de cidadãos preocu-
promovem debate que logrou alcançar o que parecia impos- pados com o desenvolvimento de
sível: a independência. É, por isso, com Apesar de não ser fervoroso adepto do Coimbra e sua Região e que, persistente-
sobre tolerância tristeza e preocupação que se assiste ao futebol, reconheço que ele deverá ser o mente, vão analisando as questões mais
que neste momento se passa naquele ter- fenómeno que mais interessa e preocupa diversas de forma tão empenhada como
O Lions Club de Coimbra promove ritório. Oxalá o bom senso venha a a maioria da população portuguesa. desinteressada, com sacrifício dos seus
no próximo sábado (dia 13) um deba- prevalecer! Sem querer entrar em complexas abor- tempos livres (e não raro da sua própria
te sobre o tema “Tolerância”, em que dagens sociológicas, direi apenas que actividade profissional), lançando alertas
participam Rodrigo Moita de Deus, Foi com satisfação que tomei conheci- isso, como quase tudo, tem desvantagens e oferecendo contributos para um pro-
Vasco Pinto de Magalhães (padre je- mento de que em Espanha acabam de e conveniências. gresso equilibrado e bem sustentado.
suíta) e José Manuel Leite (pastor nascer duas crias de lince ibérico, em Remetendo apenas para as últimas, Infelizmente, a classe política (a que
evangélico). O debate, que decorre na cativeiro, o que permite acalentar a espe- terá de admitir-se que a Região marcou está no poder, a que esteve e a que
Casa Municipal da Cultura de Coim- rança de que se consiga salvar uma espé- vitoriosos golos nessa actividade espera vir a estar...), pouca atenção con-
bra, com início às 09h30, será modera- cie quase extinta. Infelizmente, em económico-político-desportiva, pondo a cede a este grupo pioneiro, assim des-
do pelo jornalista Jorge Castilho. Portugal há já muitos anos que não se bola ao Centro para a próxima época. Ou baratando (mais adequado seria dizer
A justificar esta iniciativa, referem avista qualquer exemplar desta espécie. seja, ter quatro clubes que vão disputar a desprezando...) esses generosos gestos
os organizadores: “Estando já mais Mas, em contrapartida (e sem des- I Liga é feito meritório no panorama lusi- de cidadania.
calma a discussão acesa sobre as fa-
migeradas caricaturas, chegou a altu-
ra de debater a questão da tolerância APELO DE ASSOCIAÇÕES DE ESPECTADORES
com serenidade e mais profundida-
de”.
MOSTRA REGIONAL
Hoje diga não à televisão
EM COIMBRA A Federação Ibérica de Telespectado- por causa das pessoas idosas e muito fere Nuno de Campos.
res e Radiouviontes escolheu este ano a isoladas”, como salienta Nuno de Cam- Esta inicitiva ibérica é semelhante à
Igualdade entre data de 10 de Maio como o “Dia sem Te- pos, Presidente da AC Media. proposta pela TV Turnoff Network, que
levisão” para Portugal e Espanha. Em Espanha, o objectivo da campa- decorreu nos Estados Unidos entre 24 e
homens e mulheres Aquele organismo (de que faz parte nha é alertar para o “telelixo”, enquan- 30 de Abril, “mas em vez de uma sema-
a Associação Portuguesa de Consumi- to que em Portugal se pretende sobretu- na sem ver televisão, propõe-se apenas
Vai realizar-se em Coimbra, no dores de Media – AC Media), espera, do sublinhar o facto de se ver televisão um dia”. O lema é “Um dia 10 sem ver
próximo dia 18, uma Mostra Regional com esta iniciativa, chamar a atenção sem qualquer atitude crítica. “Não é televisão”, sugerindo-se que os habi-
de Projectos destinados a promover a para a necessidade de se melhorar a uma acção contra as televisões, mas tuais telespectadores passem o tempo a
igualdade entre homens e mulheres. qualidade da programação televisiva. A uma acção que pretende fazer reflectir fazer outras coisas, que provavelmente
A iniciativa decorre no Auditório teledependência é outra das preocupa- sobre a necessidade de se criar um sen- acabarão por se revelar mais agradáveis
da CCDRC (Comissão de Coordena- ções dos promotores, “principalmente tido crítico em relação à televisão” – re- e construtivas.
ção e Desenvolvimento da Região
Centro).
CONFRARIA “PANELA AO LUME”
Bem comer e bem fazer
Director: Jorge Castilho
(Carteira Profissional n.º 99) A Confraria Gastronómica “Panela ao APPACDM de Coimbra (Associação
Lume” promoveu, em Coimbra, mais Portuguesa de Pais e Amigos do Cida-
Propriedade: AUDIMPRENSA
um dos seus jantares intitulados “No As- dão Deficiente Mental).
NIF: 501 863 109
tória, com história”. Presentes diversas figuras conhecidas
Sócios: Jorge Castilho e Irene Castilho Trata-se de uma iniciativa que é aco- da cidade, nomeadamente alguns antigos
Inscrito na DGCS sob o n.º 120 930 lhida no Hotel Astória, e que procura di- jogadores da Académica, que se uniram à
Composição e montagem:
vulgar, entre os membros da Confraria e volta das mesas, deliciando–se com uma
AUDIMPRENSA - Rua da Sofia, 95, 3.º convidados, algumas das delícias gastro- sopa de nabo e uma vitela à moda de
3000-390 Coimbra - Telefone: 239 854 150 nómicas das várias regiões do País, ao Guimarães, complementadas com vinhos
Fax: 239 854 154 mesmo tempo que serve para angariar oferecidos pelas Caves Messias.
e-mail: centro.jornal@gmail.com fundos destinados a apoiar uma institui- A Presidente da APPACDM, Helena
Impressão: CIC - CORAZE ção. Albuquerque, agradeceu a iniciativa, re-
Oliveira de Azeméis Desta feita o gesto de solidariedade – ferindo que a Associação presta apoio a
Tiragem: 10.000 exemplares como o classificou o Presidente da Con- cerca de 800 deficientes na Região Cen-
fraria, Gonçalo Reis Torgal – foi para a tro.
3. DE 24 DE MAIO A 7 DE JUNHO DE 2006 COIMBRA 3
II CONGRESSO PELA CIDADE DE COIMBRA DIREITO E DEVER
DE PARTICIPAÇÃO ACTIVA
Contra o afastamento No domingo (dia 21), pelas 10h00,
inicia.se o 3.º painel do Congresso, ver-
sando “Governação e participação”, que
entre cidadãos e eleitos é assim justificado pelos organizadores:
“A reconhecida falência do sistema de
governação, alicerçado exclusivamente
Vai realizar-se nos próximos dias 20 A sessão de abertura, marcada para as participação do cidadão da saúde”, por na representatividade partidária, exige
e 21 do corrente mês de Maio 10h00 do dia 20 (sábado) contará com a Pedro Ferreira (Professor da Faculdade que os cidadãos assumam verdadeira-
o “II Congresso pela Cidade participação de José Reis, Professor da Fa- de Economia e Presidente do Observató- mente a importância do seu direito à in-
de Coimbra”, subordinado ao culdade de Economia de Coimbra, que rio da Saúde). formação e ao reconhecimento da parti-
tema “Mais Cidade, Melhor vai abordar o tema “O que é uma cidade? O segundo painel, com início às 17h00, cipação activa, bem como o seu dever de
Cidadania”. Coimbra 2026”. Pelas 11h45 será a vez de versará o “Emprego: inovação e recur- exercer esse direito”. José Ferreira da Sil-
Mendes Baptista, assessor do Secretário sos”. Segundo a organização, “perante a va (da Ordem dos Advogados e da Re-
Joana Martins de Estado do Ambiente e Ordenamento alarmante crise de emprego que a Cidade pública do Direito) fará a introdução ao
do Território, falar sobre “Coimbra: que de Coimbra atravessa, é urgente entender tema, e a moderação do debate que se
Promovido pelo Conselho da Cidade ambições para o séc. XXI?”. os mecanismos que garantam uma reva- seguirá às seguintes intervenções: “Vo-
de Coimbra, o Congresso decorre no audi- lorização cultural, social e económica e lu- luntariado e nova economia”, por Ro-
tório da Faculdade de Economia (avenida RECONCILIAÇÃO DA URBE tar pela sua concretização em tempo útil”. que Amaro (do ISCTE); “Restaurar a de-
Dias da Silva). São três as ideias estrutu- COM OS CIDADÃOS A introdução a esta temática, tal co- mocracia... de que forma?”, por Helso
rantes que irão preencher o programa des- No primeiro painel, sobre “Ambiente e mo a moderação, vão estar a cargo de Ribeiro (da Universidade de
tes dois dias: “Ambiente e qualidade de qualidade de vida urbana” (a iniciar pelas Pedro Hespanha (Professor da Faculda- Montpellier); “A Agenda 21 nas Câma-
vida urbana”; “Emprego: inovação e re- 14,30 horas), “vai procurar reflectir-se, em de de Economia de Coimbra), anun- ras Municipais de S. João da Madeira e
cursos”; e “Governação e participação”. torno de Coimbra, sobre ambiente, dese- ciando-se as seguintes intervenções: Santo Tirso”, por Pedro Santos (ES-
Lurdes Cravo, Presidente do Concelho nho urbano, espaço público, cultura, saú- “Os desafios da inovação e o emprego”, BUCP); “O Orçamento participativo em
da Cidade, explicou ao “Centro” que o te- de e desporto, na perspectiva da reconci- por António Figueiredo (Professor da Palmela”, por António Mestre e Luís
ma escolhido para esta segunda edição liação da urbe com os cidadãos”. A intro- Faculdade de Economia do Porto); “As Guerreiro (CTOP – CMP).
do Congresso se baseia nos “mecanismos dução ao tema e a moderação será feita indústrias tecnológicas em Coimbra”, A última sessão do Congresso inicia-se
da democracia participativa”. Procura-se, por António Martins (da Comissão de por Teresa Mendes (Professora da Uni- pelas 14h00, com a apresentação e vota-
assim, “fomentar uma cidadania mais ac- Coordenação e Desenvolvimento da versidade de Coimbra e Presidente do ção das propostas emanadas do Congres-
tiva, antídoto contra a crescente distância Região Centro), estando previstas as se- Instituto Pedro Nunes); “Um caso de so, assim como das respectivas metas e
entre cidadãos e eleitos” – sublinhou a guintes intervenções: “O espaço físico da inovação bem sucedido: a Critical Sof- calendarização.
Presidente deste organismo, pioneiro no Cidade desde o Congresso de 2001”, por tware”, por Gonçalo Quadros (respon- Proceder-se-á depois à eleição dos ci-
País, que agrega representantes de diver- António José Bandeirinha (Professor de sável por esta empresa que tem sede em dadãos conselheiros para o quadriénio
sas instituições da chamada sociedade ci- Arquitectura da Universidade de Coim- Coimbra e que conquistou invulgar 2006-2010.
vil. É o futuro da cidade que se perspecti- bra); “A Cultura em Coimbra – os desa- prestígio internacional, trabalhando Por último, pelas 16h30, a conferência
vará nos dois dias de palestras, tendo co- fios do presente”, por João Gouveia Mon- mesmo para a NASA); “Criação de ne- de encerramento pelo cidadão José Dias,
mo pano de fundo um padrão de apro- teiro (Pró-Reitor para a Cultura da Uni- gócios e inclusão social”, por José Fer- que foi assessor do anterior Presidente da
fundamento da democracia. versidade de Coimbra); “Envolvimento e reira (da Central Business). República Jorge Sampaio.
APENAS 20 EUROS POR UMA ASSINATURA ANUAL! de AUDIMPRENSA), para a seguinte
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Trata–se de um belíssimo trabalho da brantes paisagens (desde as praias mag- Tudo isto, voltamos a sublinhá-lo, por lhe oferecemos, estamos a preparar mui-
autoria de Zé Penicheiro, expressamente níficas até às serras verdejantes) e, ainda, APENAS 20 EUROS! tas outras regalias para os nossos assinan-
concebido para o jornal “Centro”, com o de gente hospitaleira e trabalhadora. Não perca esta campanha promocio- tes, pelo que os 20 euros da assinatura se-
cunho bem característico deste artista Não perca, pois, a oportunidade de re- nal, e ASSINE JÁ o “Centro”. rão um excelente investimento.
plástico - um dos mais prestigiados pinto- ceber já, GRATUITAMENTE, esta magní- Para tanto, basta cortar e preencher o O seu apoio é imprescindível para que
res portugueses, com reconhecimento fica obra de arte, que está reproduzida na cupão que abaixo publicamos, e enviá–lo, o “Centro” cresça e se desenvolva, dando
mesmo a nível internacional, estando re- primeira página, mas que tem dimensões acompanhado do valor de 20 euros (de voz a esta Região.
presentado em colecções espalhadas por bem maiores do que aquelas que ali apre- preferência em cheque passado em nome CONTAMOS CONSIGO!
vários pontos do Mundo.
Neste trabalho, Zé Penicheiro, com o
seu traço peculiar e a inconfundível utili- Desejo fazer uma assinatura do jornal CENTRO (26 edições).
zação de uma invulgar paleta de cores,
Para tal envio : cheque vale de correio no valor de 20 euros
criou uma obra que alia grande qualida-
de artística a um profundo simbolismo.
De facto, o artista, para representar a
Nome
Região Centro, concebeu uma flor, com- Morada
posta pelos seis distritos que integram es- Localidade Cód. Postal Telefone
ta zona do País: Aveiro, Castelo Branco,
Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu.
Profissão e-mail:
Cada um destes distritos é representa-
do por um elemento (remetendo para res- Desejo receber recibo na volta do correio N.º de Contribuinte
pectivo património histórico, arquitectó- Assinatura
4. 4 ENTREVISTA DE 24 DE MAIO A 7 DE JUNHO DE 2006
UMA OFICINA COM MUITAS HISTÓRIAS PARA CONTAR
A guitarra de Grácio
Carlos Carranca
Não há guitarra sem guitarreiro.
Falar da guitarra portuguesa, em
particular da guitarra de Coimbra,
obriga-nos a nomear uma família
oriunda de Coimbrão (curiosa coinci-
dência de nome, já que é uma localida-
de no concelho de Leiria) e que há já
três gerações lhe dedica todo o seu ta-
lento – a família Grácio.
Foi Gilberto Grácio, símbolo da 3.ª
geração, quem, numa tarde de cava-
queira, na oficina das escadinhas da
Ponte Nova (Cacém), contou como o
avô João iniciou uma obra que veio a
atingir a notoriedade com os filhos
Joaquim e João Pedro, para além do
Manuel, do Ulisses e do José.
Gilberto Grácio mostra-me uma fo-
tografia tirada nos finais do século
XIX: “O primeiro da esquerda, senta-
do com a guitarra na mão, é o meu
avô, João Pedro Grácio”.
João Pedro Grácio, por aquela data,
deixa a sua terra e vai para a capital.
Abre uma loja (oficina) de guitarras na
Rua da Boavista, 118.
Mais tarde, regressa a Coimbrão,
mas como árvore transplantada. Já
não era dali e, no ano de 1918, instala-
-se definitivamente em Lisboa, defron-
te da cadeia do Limoeiro, no Largo de
S. Martinho.
JOVEM DE COIMBRA
COM GUITARRA ASSINADA
POR CARLOS PAREDES
“Naquela altura – diz-nos Gilberto
Grácio – só se fabricava um tipo de
guitarras, com uma ligeira variante no
Porto, que apenas se distinguia na vo-
luta em cabeça de animal ou humana.
As guitarras do Porto e de Lisboa não
eram, nesse tempo, definidas.
Curiosamente, há muito pouco tem-
po, uma rapariga, guitarrista de Coim-
bra, trouxe à nossa oficina uma guitar-
ra para eu arranjar e, qual não é o meu
espanto, olho o rótulo da guitarra e
era o rótulo do meu avô assinado pelo
Carlos Paredes. Estava na presença da
primeira guitarra feita pelo meu pai,
em 1945”.
Gilberto conta um dos episódios
guardados na memória – o trabalho de
seu pai na exploração do som da gui-
tarra: “O meu pai trabalhou para o Ar-
tur Paredes, ainda no Limoeiro. Quan-
do o meu pai veio para o Cacém, o Ar-
tur Paredes ficou cliente do meu tio
Joaquim. No fim da vida, o Artur Pa-
redes tinha seis guitarras – três feitas
pelo pai e as restantes por mim”.
Gilberto não perde a corda à guitar-
ra e dedilha-a. “Como disse, o meu pai
já trabalhava para o Artur Paredes na
oficina do meu avô e, mais tarde,
quando o meu tio resolve montar uma
fábrica de cutelaria em Queluz e outra
na Amadora (isto entre 45 e 50), o Ar-
tur Paredes experimentou uma nova Gilberto Grácio dá forma a uma guitarra
5. DE 24 DE MAIO A 7 DE JUNHO DE 2006 ENTREVISTA 5
O pai de Gilberto, João Pedro Grácio Junior, na respectiva oficina, na década de 40
guitarra feita pelo meu pai e comen- “Um dia fiz uma guitarra em mog- uma idade que é a da sabedoria. E eu Câmara de Oeiras com a Medalha de
tou: ‘Eu julgava que o meu amigo João no para o Artur Paredes e o som dela então pensei: ‘Porque é que eu não Ouro e pela Câmara de Sintra com a
estava a fazer guitarras de fanqueiro!’ não era tão agreste, era mais aveluda- hei-de produzir um som meu?’. Olhe, Medalha de Prata.
A partir daí, a sua relação com o meu do. Ele tocou, gostou muito e disse- criei um instrumento para concerto, é Actualmente, para além da sua ve-
pai passou a ser tão estreita ao ponto –me: ‘Aquilo é um sino. É boa para o guitolão”. lha oficina, dirige a Escola-Oficina de
de pernoitar em minha casa, algumas me limpar os ouvidos!’”. Hoje, Gilberto Grácio vê reconheci- Paço de Arcos (com o apoio da Câma-
vezes, para ir à caça com o meu pai. Olhando quase religiosamente para do todo o trabalho de uma vida. Agra- ra Municipal de Oeiras), onde os jo-
Aliás, uma das armas de meu pai foi o a sua mesa de trabalho, afirma de se- ciado pelo Presidente Sampaio com a vens aprendem a arte da construção
Artur Paredes quem lha vendeu”. guida, em tom de desabafo: “Sabe, há comenda da Ordem de Mérito, pela da guitarra.
Gilberto Grácio continua desfiando
o rosário de memórias...
“A exigência de Artur Paredes
quanto à guitarra era grande e ele
queria uma escala mais afinada e um
som mais evoluído. O meu pai disse-
-lhe: ‘O senhor Paredes, lá no Banco
(ele era funcionário bancário), veja lá
se há um engenheiro que faça uma es-
cala mais afinada!’. Só que a escala
não pode ser feita por um “matemáti-
co”: afina até ao quinto ponto, mas
depois não afina [mostra-me um com-
passo]. Tivemos que adaptar ferra-
menta com bico de grafonola. Acertá-
mos a escala. Ela teve que ser inventa-
da. Ainda é segredo”.
GUITARRA CONTRARIA
REGRAS DA ACÚSTICA
Aproveito a pausa do nosso amigo
Grácio e avanço com uma provocação,
afirmando que o Carlos Paredes dizia
que a guitarra era um instrumento
anárquico e anarquizante.
“Pois é! – responde-me de pronto.
Porque contraria todas as regras da
acústica”.
Olho a oficina e pergunto-lhe há
quanto tempo trabalha ali. “Foi nos
fins da década de 40... Chegámos a ser
sete a trabalhar aqui. Eu comecei com
12 anos. Nasci em 34, a 12 de Maio, no
mesmo dia e no mesmo ano do Ma-
nuel Alegre. O meu pai faleceu em
Maio de 67, com 62 anos, e eu deitei-
-me às guitarras – fabricava violas,
mas já conhecia todas as regras da
guitarra”.
Um pormenor: Foto de finais do séulo XIX: João Pedro Grácio, o avô de Gilberto, é o primeiro à esquerda, sentado
6. 6 CITAÇÕES DE 24 DE MAIO A 7 DE JUNHO DE 2006
esta liderança tem revelado insufi- tuais a denúncia pelo vice-presidente dem os supermercados portugueses...
ciências importantes. É discutível a americano, a partir de um país euro- O dinamismo económico do nosso úni-
eficácia do próprio líder quando fala peu (Lituânia) e a propósito da ques- co país vizinho mete-nos medo.
para os portugueses, que parecem não tão energética, da “chantagem de Vla- Só que o perigo espanhol é o inverso:
entender muito bem a mensagem de- dimir Putin”. se a economia espanhola perder força (e
le. A agenda do partido tem sido mui- Mas a questão é inevitável e passa há sinais disso), Portugal será prejudi-
to confusa. Há uma reflexão a fazer por interrogar por onde anda a diplo- cado.
sobre as prioridades do CDS no com- macia internacional europeia e quem
bate político. E já não há pachorra pa- pode acusar, questionar e negociar Francisco Sarsfield Cabral
ra ver Ribeiro e Castro justificar siste- politicamente em nome da União. “Visão” de 04/05/06
maticamente as suas insuficiências de Num momento em que a ratificação
afirmação externa com o funciona- do Tratado Constitucional passa por
mento do próprio partido, queixando- tantas vicissitudes, importa esclarecer
CORRUPÇÃO
itações -se de mim e de Telmo Correia, ou la-
mentando que Paulo Portas não tenha
se os europeus não andam um pouco
distraídos e se o estado do mundo não SEM CONTROLO
emigrado. Esperaríamos que valori- obrigará a menos ingenuidade e a um
zasse aqueles que dão a cara pelo par- renovado empenho na construção de “Nunca a lista de casos sob investi-
tido todos os dias em vez de fazer o uma Europa com verdadeiro peso po- gação foi tão extensa, nem se falou
O PESO DO ESTADO discurso de um presidente-Calimero. lítico. tanto de corrupção como agora. Em
Portugal, país que, em rankings como
O Estado absorve metade dos re- Pires de Lima Elisa Ferreira - eurodeputada os do Instituto do Banco Mundial ou
cursos gerados e no entanto os servi- deputado do CDS/PP JN - 07/05/06 da ONG Transparência Internacional
ços que presta são de fraca qualidade, Entrevista ao DN - 01/05/06 e Centro para a Integridade Pública,
na saúde, na educação, na justiça. O insiste em posicionar-se na cauda da
peso do Estado conduziu a uma carga União Europeia (a 15), o fenómeno
fiscal que diminui a capacidade de
MORALISMO D. ANTÓNIO propaga-se como uma infestação de
competição das empresas, afecta o in- A verdade é que vivemos um mora- FERREIRA GOMES ratazanas de esgoto. Alimentado, ain-
vestimento privado e penaliza as fa- lismo legal mais asfixiante e petulante da por cima, pelo tal sentimento de
mílias. que qualquer teocracia da Antiguidade. Mas D. António Ferreira Gomes impunidade que vem da raridade de
Além disso, a burocracia administrati- Os decretos ministeriais metem o nariz não se limitou a reflectir sobre alguns condenações em tribunal, sobretudo
va, mais do que incentivar e propiciar o em tudo, do brinde do bolo-rei aos ga- desígnios fundamentais do Concílio no campo da chamada ‘grande cor-
empreendedorismo, tem em geral uma lheteiros nos restaurantes, dos coletes Vaticano II. rupção’.
atitude de desconfiança e desconsidera- retrorreflectores nos carros aos locais de Ousou tocar questões melindrosas. Quanto ao impacto do fenómeno
ção perante a iniciativa privada. piquenique. Os menores detalhes da vi- A título de exemplo: dever-se-ia re- no País pode-se especular. Segundo
da privada estão estatuídos em leis, có- flectir sobre a actual disciplina da Daniel Kaufmann, director do Institu-
Proença de Carvalho digos, despachos. A grande parte dos Igreja no tocante à confissão auricular to do Banco Mundial, fez cálculos e
DN 30 Abril 06 debates políticos da sociedade actual – “Santo Agostinho nunca se confes- concluiu que Portugal podia ter o ní-
ocupa-se, não de problemas públicos, sou” – bem como repensar o processo vel de desenvolvimento da Finlândia
mas da vida íntima. Num tempo que se da canonização dos santos; quanto à se melhorasse o seu índice de contro-
julga livre de dogmas e censuras, o diplomacia eclesiástica, lembrando a lo da corrupção que, numa escala de 0
MÁRIO LINO grande tema de partidos, deputados, transparência do Evangelho – seja a a 100, se situava, em 2004, nos 86,7
“IBERISTA CONFESSO” portarias são os hábitos e costumes, o vossa palavra sim, sim, e não, não –, a pontos”.
conforto e intimidade, os valores e norma desejável seria: “Tanta diplo-
“Enquanto Espanha anda há meses opções. Não há paralelo na História pa- macia quanta seja necessária ou útil e Francisco Galope
agitada pelos debates sobre os estatutos ra esta ditadura moral, nem sequer na tão pouca quanta seja possível”; a re- “Visão” de 04/05/06
de autonomia ou se o Estado se des- república florentina de Girolamo Savo- forma da Cúria “será baldada se não
membra e se ‘rompe’ como nação, o mi- narola. Chegámos ao paroxismo de go- incluir o desaparecimento da função
nistro das Obras Públicas, Transportes e vernos, baseados em maiorias ocasio- cardinalícia”; o que se passou no caso
Comunicações de Portugal, Mário Lino, nais, se acharem com direito a redefinir do novo Estatuto da Opus Dei foi “um FALTOU “TOQUE”
confessou-se em Santiago profunda- conceitos milenares, como casamento e dos factos mais graves da História da DE AUTOCRÍTICA
mente ‘iberista’, convencido de que Es- família, vida e morte. Igreja” e dos mais infelizes.
panha e Portugal têm pela frente um fu- Foi muito positivo, assim, que sobre
turo comum porque a sua história tam- João César das Neves Anselmo Borges (Padre esta matéria Cavaco Silva tenha feito o
bém é comum e a sua língua semelhan- DN - 01/05/06 e professor de Filosofia) (bom) discurso que fez, no 25 de Abril.
te. (...) “Sou iberista confesso (...) Há DN - 07/05/06 A desiguladade e a exclusão são a nos-
unidade histórica e cultural e a Ibéria é sa pior chaga, foi aí que Abril menos
uma realidade que persegue tanto o chegou, e acredite-se ou não num Plano
Governo espanhol como o português’.”
POR ONDE Nacional de Inclusão é positivo tudo
A DIPLOMACIA O PERIGO quanto o Prfesidente faça para a ‘curar’.
Faro de Vigo EUROPEIA? ESPANHOL A sua intervenção, a que nem faltou
07/05/06 uma citação de um dos mais belos poe-
Certamente que o problema ener- “Portugal foi a única nação ibérica mas de Ruy Belo, seria ainda melhor,
gético está longe de ser apenas euro- que conseguiu ficar independente de aliás, se tivesse um ‘toque’ de autocríti-
peu. Não é por acaso que o acesso às Madrid. Mas – diz-se – o que os espa- ca pela parte da responbsabilidade que
A DISCUTÍVEL fontes de energia tem determinado nhóis não obtiveram no passado pela lhe cabe na actual situação, como pri-
EFICÁCIA DO LÍDER grande parte da política internacional política e pela força militar, estão a al- meiro-ministro durante dez anos.
americana, por mais criticável que a cançá-lo agora pela economia. As em-
Um ano depois da eleição de Ribei- sua materialização seja; ainda durante presas espanholas compram as nossas José Carlos de Vasconcelos
ro e Castro, é forçoso reconhecer que a semana, atingiu níveis pouco habi- empresas, os produtos espanhóis inva- “Visão” de 04/05/06
A DA FORNECEDORES DE: HOSPITAIS,CLÍNICAS, CÂMARAS,
JORGE MENDES IRMÃO & C. , L ESCOLAS, HOTÉIS, FORÇAS ARMADAS, INFANTÁRIOS,
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7. DE 24 DE MAIO A 7 DE JUNHO DE 2006 COIMBRA 7
“plarq”: 25 anos a arquitectar EXPOSIÇÃO É HOJE
INAUGURADA EM COIMBRA
“Agostinho da Silva:
pensamento e acção”
Uma exposição que pretende
retratar a vida e obra de Agosti-
nho da Silva é inaugurada hoje
(quarta-feira, dia 10), pelas
18h00, na Casa Municipal da
Cultura de Coimbra.
O certame, que poderá ser
visto até ao dia 4 de Junho, é
uma forma do Departamento de
Cultura da Câmara Municipal
de Coimbra se associar às come-
morações do centenário do nas-
cimento do filósofo.
Recorde-se que Agostinho da
Silva nasceu no Porto, em 1906, e
Um dos mais prestigiados de avaliação de Imóveis, cons- bem como de apresentações faleceu em Lisboa, em 1994.
gabinetes de arquitectura do tituem as principais activida- de trabalhos, a “plarq”, apoia- Doutorou-se em Filologia Clássi-
País, com sede em Coimbra, des da empresa, a par com ou- da numa equipa interna de es- ca pela Faculdade de Letras do
celebrou há dias 25 anos. Refe- tras tarefas multidisciplinares pecialistas em computação Porto e esteve ligado ao movi- tamento de Cultura da autarquia
rimo-nos à “plarq”, que assi- o que vocaciona o gabinete gráfica, desenvolve e apresen- mento da Renascença Portugue- de Coimbra, que acrescenta:
ta, hoje em dia, todos os seus sa. A partir de 1944 fixou-se no “Reflexão (1957), as Aproxi-
projectos em 3 dimensões e Brasil, onde leccionou em várias mações (1960) e um Fernando
realidade virtual. universidades, exercendo gran- Pessoa (1959), estudo pioneiro
Na área da Arquitectura, a de influência nos meios culturais sobre este grande poeta da lín-
Plarq tem uma vasta experiên- brasileiros, “sobretudo, através gua portuguesa, são algumas
cia em diversas áreas progra- de uma original concepção de das suas obras que melhor di-
máticas, como por exemplo a um messianismo ecuménico, ba- vulgam o seu pensamento. Re-
recuperação e restauro de seado numa análise das obras do gressado a Portugal, ficaram
imóveis, a hotelaria, centros Padre António Vieira e de Fer- famosas as suas charlas televi-
de saúde, mercados, equipa- nando Pessoa, na linha de um sivas que permitiram uma me-
mentos desportivos, indus- Quinto Império Universal e no lhor projecção do seu pensa-
triais e comerciais. A outro ní- culto do Espírito Santo, de que mento junto do grande públi-
vel de intervenção arquitectó- Portugal, o Brasil e as comunida- co, bem assim como alguns
nica, no curriculum da plarq des de língua portuguesa seriam dos seus últimos livros, no-
surgem os planos de ordena- a prefiguração” – como refere meadamente, Educação de
mento de território – lotea- uma nota divulgada pelo Depar- Portugal (1989)”.
mentos, planos de pormenor,
nalou o seu primeiro quarto para a elaboração de estudos e planos de urbanização, entre
de século de existência com
uma sessão solene no auditó-
projectos nas mais diversas
áreas temáticas.
outros.
Trata-se, em suma, de uma
Exposição original
rio do campus da Fundação
Bissaya Barreto, em que parti-
Acompanhando os mais re-
centes métodos de análise, es-
empresa que prestigia Coim-
bra – e que, por isso, bem jus- no Edifício Chiado
ciparam diversas e destacadas tudo e representação gráfica, tifica esta referência.
individualidades. Ali foi tam- “Coimbra... Memórias do melhores au-
bém inaugurada uma exposi- Acervo Municipal” é o título da tores, dando
ção que mostra alguns dos exposição que abre amanhã visibilidade
principais projectos desenvol- (quinta-feira, dia 11) na Galeria a uma colec-
vidos pela Plarq, em vários de Exposições Temporárias do ção cuja te-
pontos do País e além-frontei- Edifício Chiado mática versa
ras. Entre os mais recentes e A mostra reúne obras que, ao muito parti-
emblemáticos, destaque-se o longo do último século, foram fi- cularmente a
Estádio Cidade de Coimbra. cando dispersas por vários edifí- cidade de
A “plarq – estudos de ar- cios municipais e que “nunca Coimbra e a
quitectura e urbanismo, lda”, chegaram, até à data, a ser objec- sua vivência”.
foi fundada em 1981 pelos to de estudo e de divulgação jun- A exposição (que vai ser inau-
seus dois sócios-gerentes, ar- to do público”, como refere o De- gurada amanhã às 18h00) estará
quitectos António José Mon- partamento de Cultura da autar- patente até 25 de Junho, de terça-
teiro e António Crespo Osório. quia, que acrescenta: feira a sexta-feira, das 11 às
A arquitectura, a engenharia, “Através de uma criteriosa se- 19h00; sábados, domingos e fe-
o planeamento urbanístico, os lecção do acervo da Autarquia a riados, das 11 às 13 e das 14 às
estudos de mercado e serviços mostra apresenta trabalhos dos 19h00.
8. 8 MUNDO ANIMAL DE 24 DE MAIO A 7 DE JUNHO DE 2006
Parvovirose canina:
Lardy, Max e Chica um drama anual
traído qua- Todos os anos, as Clínicas ra contrariarem as infecções
se todos os Veterinárias são inundadas, oportunistas de bactérias que
líquidos do principalmente pela altura do se aproveitam do organismo
seu frágil Verão, por dezenas de cachor- combalido pela doença. Nal-
organismo ros desidratados, com vómitos, guns casos é necessário mesmo
juvenil. profusa diarreia hemorrágica e uma transfusão de sangue pa-
Hoje estou profundamente magros e de- ra compensar as perdas do ani-
Salvador Mascarenhas * de preven- primidos. O diagnóstico faz-se mal pelos vómitos e dejecções
ção na clí- pelos sintomas e também pela hemorrágicas.
“Lardy” é um amigalhaço. nica e a mi- análise do sangue; mas tam- Pela nossa experiência te-
Chamei-o e ele piscou-me o olho nha noite bém quase que “adivinhamos” mos observado que animais
que tem a malha negra. Ele é to- avança cal- só pelo cheiro fétido das fezes muito jovens (até dois meses
do branco, tem uma malha ne- ma com a hemorrágicas: Parvovirose Ca- de vida) e ainda sem nenhuma
gra em cima do olho esquerdo e música da nina. Doença provocada por vacinação, têm um prognósti-
é um bull terrier. Está deitado de Rádio Uni- vírus (parvovírus) muito resis- co muito reservado. Não só
lado, em cima de uma manta versidade tente, sendo um vírus muito devido à maior destruição da
confortável e no calor que o ar em fundo. Um manual da Bri- animais, à natureza e à sua con- pequeno (parvo em latim = pe- mucosa gastrointestinal, mas
condicionado debita para a sala tish Small Animal Veterinary servação. Por aqui, eu e os meus queno), comparado com os ou- também porque nessa idade
Association (BSAVA) enche-me colegas ainda somos “loucos” tros vírus. Este parvovírus ata- outras células do corpo ainda
a retina quando não estou a tra- (como diz o nosso amigo biólo- ca os cachorros e infecta os são alvo para o parvovírus,
tar dos internados ou não res- go) e nos disponibilizamos para seus intestinos e outros órgãos causando imunodeficiência e
pondo a algum telefonema de ir de madrugada, domingo, sá- em que as células se encontram miocardites, além septicemia,
um dono aflito. “Wildlife Ca- bado, feriado, dia de Natal, a em rápida multiplicação. Algu- problemas relacionados com a
sualties” é o título, e essa leitura tentar salvar algum animal sel- mas outras doenças podem mi- coagulação do sangue dentro
leva-me numa viagem pelo tem- vagem e, como se diz aqui, “sem metizar os sintomas da parvo- dos vasos e dificuldades respi-
po em que eu era estudante. En- dono”. Traz tristeza lembrar que virose tal como a Coronaviro- ratórias agudas. Nesses casos
trei com o sonho de ser um está intrínseca na cultura portu- se, o Parasitismo Intestinal, e a doença, infelizmente, poderá
“zoovet”, que se revelou impos- guesa a tolerância aos atentados outras, que deverão ser dife- evoluir mesmo para a morte
sível pela escassez de lugares no ao ambiente e à vida animal. É renciadas pelo Médico Veteri- do animal, devido ao colapso
de internamentos. O soro entra- mercado nessa especialidade, e pena que a sociedade civil não nário. circulatório e falência de vá-
-lhe pela veia radial e dá-lhe vi- por conseguinte fui por outros tenha a consciência da necessi- O vírus destrói as células rios órgãos.
da. Chamo-o de novo e ele pis- caminhos, que confesso, me rea- dade de preservarmos a nature- que revestem a mucosa dos in- Sabe-se que a incidência da
ca-me o olho outra vez. Não re- lizam também. Nessa altura era testinos e causa vómito e diar- doença decresce muito signifi-
sisto e abandono o computador a Escola Superior de Medicina reia muito intensas que na cativamente com a vacinação.
que se encontra a poucos metros Veterinária, mas alguns senho- maior parte das vezes é san- Por isso, a única prevenção
da sua jaula inox. Abro a porta e res devem ter achado que “Esco- guinolenta. Um grande núme- eficaz consiste na vacinação e
passo-lhe a mão pelo pêlo. Aba- la” era pouco digno. Eu habi- ro de partículas virais são li- cuidados higio-sanitários cor-
na a cauda e faço-lhe festinhas tuei-me a dizer que ia à “Escola” bertadas nas fezes dos cães in- rectos com os cachorros, não
na cabeça possante, sem tocar na e mesmo com a mudança para fectados e podem infectar ou- permitindo que entrem em
enorme ferida que ele tem no “Faculdade”, continuei a dizer tros cachorros, especialmente contacto com as secreções
lombo. Encosto a minha cabeça “Escola”, o que causava algum os que não foram vacinados e/ou dejecções de outros cães
na dele e faz um som de mimo. prurido nalguns colegas mais ou que ainda não completa- na rua, enquanto não tiverem
O “Lardy” povoa a sala com o pedantes (Os Senhores Douto- ram o seu esquema vacinal. O completado a sua primo vaci-
“Max” que é um cachorro dál- res). Surpreendeu-me alegre- za e do respeito pelas outras vi- período de incubação da nação (que consiste em três ou
mata a recuperar de uma diar- mente o preâmbulo do livro com das. “Lardy” pisca-me olho, doença é de 6 a 10 dias e o ani- quatro vacinações seguidas
reia hemorrágica e já abana a o seguinte: “...veterinary sur- “Max” abana a cauda e a “Chi- mal infectado começa a liber- com o espaço de 2 a 4 semanas
cauda quando me aproximo de- geons in the UK have a long ca” por essas alturas já ronrona tar o vírus antes de manifestar entre cada uma). Importante
le. A gatinha “Chica” ainda está standing policy of treating wil- com as minhas carícias. A noite a doença; 3 a 5 dias depois de também é lavar as mãos,
prostrada e o soro começa a re- dlife casualties gratis...”, o que ainda é uma criança. ser infectado. Por isso um ani- quando voltamos da rua, an-
por-lhe a elasticidade à pele, de- revela logo à partida a postura mal ainda sem sintomas pode tes de fazermos festas ao nos-
pois de uma diarreia lhe ter ex- de um povo relativamente aos * Médico Veterinário estar a infectar os outros ca- so cachorro, e já agora, troque-
chorros e mesmo depois de re- mos os sapatos por umas chi-
cuperar da doença vai libertar nelas, porque podemos estar a
Ainda o lamentável seus iguais e ainda não foram
levados (e abatidos) pela edili-
o vírus durante cerca de 7 dias
para o seu meio ambiente.
trazer alguns vírus nas suas
solas. O Parvovírus é muito
dade. Sabe-se que algumas raças resistente e estável no ambien-
caso de Eira Pedrinha Os cães dentro do canil pre- são mais predispostas à Parvo- te, mas pode ser destruído por
cisam de quem os alimente e virose canina, nomeadamente uma solução composta por 1
tros, que assim tenta- estime. Quem adoptar qual- o Rottweiler, o Doberman, o parte de lixívia diluída por 30
vam sobreviver. quer um deles, terá um amigo Pit Bull, o Labrador e o Pastor partes de água.
De uma das pessoas fiel e reconhecido para a vida. Alemão. Quantos mais cachorros fo-
que denunciou esta Se não tivesse sido salva, a O tratamento dos cachorros rem vacinados, menos cães
desumana situação re- Rosinha não teria muito mais afectados consiste, essencial- irão adoecer e portanto menos
cebemos uma enterne- para contar. Agora é alimenta- mente, no combate à desidra- irão transmitir a doença. Se to-
cedora imagem acom- da e acarinhada por alguém tação através de administração dos os donos fossem responsá-
panhada do texto que que tenta fazer-lhe esquecer a de líquidos com electrólitos, veis com os seus cachorros va-
a seguir transcreve- maldade humana. glicose e outros nutrientes por cinando-os, a endemia seria
Há um mês foi aqui referido mos: Vamos tentar repetir a histó- via endovenosa (soro), dando facilmente controlada e este
pelo veterinário Salvador St. “Esta é a Rosinha. Uma ca- ria com os outros sobreviven- tempo ao organismo de criar drama anual não aconteceria.
Aubyn Mascarenhas o lamen- dela sobrevivente do terrível tes. defesas para expulsar o vírus Sejamos donos responsáveis.
tável caso de um canil em Eira caso de Eira Pedrinha, Condei- Contamos convosco para agressor. Além disso são utili-
Pedrinha (Condeixa), onde xa. Foi abandonada pelo “do- ajudar a passar a palavra. Bem zados medicamentos para con- Salvador St. Aubyn Mascarenhas
muitos cães se encontravam fe- no” fora do canil onde ainda se hajam”. trolarem os vómitos e também Médico Veterinário
chados e abandonados, de tal encontram outros cães que, O apelo aqui fica, esperando para aumentarem a protecção
forma que os que iam morren- apesar de tudo, tiveram a sorte que encontre eco junto de al- da mucosa intestinal que se en- salvadorvet@sapo.pt
do eram devorados pelos ou- de escapar ao pesadelo dos guns dos leitores do “Centro”. contra lesada e antibióticos pa- www.vetcondeixa.pt
9. DE 24 DE MAIO A 7 DE JUNHO DE 2006
OPINIÃO 9
PRAÇA DA REPÚBLICA
A nossa rica pobreza rentabilidade e competitividade, das fa-
lências fraudulentas e dos despedimen-
tos colectivos, das empresas fantasmas e
fugitivas...
to–estima e a capacidade de reacção po- Quando um empresário recruta um
sitiva na busca individual de soluções. trabalhador não compra um escravo
Em toda a complexidade do fenóme- nem dá esmola a um indigente. Cele-
no, temos de colocar em primazia o fac- bra, isso sim, um contrato com um ho-
tor educativo. Em que medida a escola, mem livre num país democrático em
Carlos Carranca entendida “latu senso” (instituição, en- que cada parte se obriga a cumprir não
Renato Ávila volvimento sócio–cultural, media...) tem só um determinado número de cláusu-
investido, como lhe compete, na educa- las de natureza económica ao nível da
Fernando O senhor Presidente da República
centrou o seu discurso do “25 de Abril”
no magno problema da exclusão social a
ção para a cidadania? Não estaremos a
formar seres egoístas, interesseiros e sem
convicções cívicas e de moral humanis-
qualidade das prestações mas, sobretu-
do, ao nível das expectativas as quais,
para ambas as partes, é mister se criem
Valle qual atinge largas franjas da sociedade
portuguesa.
Fê-lo em momento altamente crucial
ta?
Precisamos urgentemente de opor
uma escola de valores a essa escola de
no sentido duma gestão séria, eficiente
e projectada no futuro e duma sadia
cultura de empresa, de estabilidade e
no país
da nossa vida colectiva onde as desigual- mercadores que grassa por aí e que torna excelência, pelo zelo e qualidade das
dades se acentuam e as dificuldades eco- esta pobre humanidade mais impessoal, prestações laborais e participação insti-
nómicas batem à porta de um número mais vítima dessa duro, gélido e selváti- tucional e afectiva dos trabalhadores na
vertiginosamente acrescido de lares por- co liberalismo materialista e hedonista. vida daquela. A empresa não é tão so-
do Maio tugueses.
É caso para perguntarmos porque
existe tanta exclusão social. A primeira
Seguidamente, as políticas socio-eco-
nómicas. Quando vemos um estado abú-
lico e conivente num quadro sistemático
mente um instrumento para o empresá-
rio obter lucros, mas uma instituição
propiciadora dum bem inestimável de
explicação que nos surge é, naturalmen- de distorções retributivas – fechando os progresso, segurança, dignificação e in-
te, económica. olhos às escandalosas autopromoções serção e social – o trabalho. Há que
Quanto a nós, o problema mergulha dos quadro superiores das empresas e atender com sensato equilíbrio às duas
bem mais fundo e tem muito mais a ver aos assaltos de chorudas reformas às cai- faces da moeda. Muitas empresas de-
com a natureza das relações que se foram xas de pensões, às escandalosas e obscu- caíram, faliram e ficaram a dever a este
estabelecendo inter–pessoas e inter–gru- ras manifestações de riqueza de alguns mundo e ao outro, ao estado, porque
pos, propiciadas e fomentadas pela crise cidadãos... e regateando as migalhas com marginalizaram os seus trabalhadores.
de valores ora emergente na sociedade que acena aos mais desprotegidos, he- Vivemos uma grave crise económica e
portuguesa, a fragilização dos laços fa- mos de concluir que ainda estamos mui- social. O receituário que os eminentíssi-
miliares e da ancestral cultura da solida- to longe dum verdadeiro estado social. mos especialistas vão aduzindo fica–se
riedade. As políticas laborais surgem, obvia- pela rama. Aliviar linearmente o estado e
De pouco valerão as ajudas pecuniá- mente, no centro de todo o processo. A as empresas dos seus excedentes, flexibi-
rias se nada for alterado no âmbito das questão do desemprego, quanto a nós, lizar unilateralmente o vínculo laboral,
relações, na apologia e adopção de novos começa por ser filosófica. deixar em roda livre as empresas de
e tradicionais valores de cívica humani- É que ainda não houve um poder que comportamento duvidoso... são mezi-
dade e na relevância duma cultura hu- conseguisse colocar no mesmo plano de nhas míopes e muito discutíveis.
manizada de atenção pelo próximo. importância cívica, económica e jurídica Ou atacamo-la com seriedade, rigor e
Por outro lado, o fenómeno da exclu- as prerrogativas empresariais e as labo- parcimoniosa humanidade ou continua-
são, para além dos factores exógenos ao rais. remos ad aeternum com a rica pobreza
excluído, vulgarmente entendidos como Esta crónica e inconsequente subalter- de uns poucos escandalosamente abor-
sociológicos, tem muito a ver com ques- nização das segundas pelas primeiras é a nalados num miserável país de excluí-
tões pessoais entre as quais avulta a au- causa profunda de toda essa polémica da dos.
POIS... Lá fui, pois, atestar! Então se esta-
va ali a dois passos!...
A fila na bomba, imensa. Só prati-
poupámos 500 euros, já viste?». E tu-
do numa admiração! Claro: os meus
padrinhos têm o grande supermerca-
camente carros com matrícula portu- do ao lado de casa, mas há o mesmo
guesa. A companhia vendedora do do lado de lá, com preços muito mais
Vem ao nosso encontro combustível era, por mero acaso, por- baixos... não hesitam! E já têm amigos
o velho caminheiro. tuguesa também, mas, ali, vendia que trabalham cá e compraram casa
muito mais barato do que do lado de lá: compensa!
O rio Alva debrua-lhe o passeio. cá. Ayamonte, sexta-feira, 21 de Abril
À sua volta a sombra de um poema Pelas ruas e nas lojas, portugue- passado: um mar de portugueses às
José d’ Encarnação
– serras em cantilena ses... E comentários: «Olha, com isto compras!
ecoam o credo antigo
ouvido em comunhão
na voz daquele amigo
da serra do Marão. CARTA ABERTA A VARELA PÈCURTO tes, Tomar e outros locais onde foram fi-
cando restos e testemunhos desse tempo.
Vem ao nosso encontro
o velho caminheiro. Memórias alentejanas Na construção do próprio Convento
de Avis, bem como em muitas casas e
herdades senhoriais aparecidas no conce-
Só ele é daqui lho no decurso da Segunda Dinastia, foi
e é de longe. Li e reli o seu texto saudoso sobre a 1966), é difícil concluir tal asserção – mas aliás usada muita pedra do piso da estra-
Poeta-monge ponte do Ervedal e gostaria de lhe acres- que é muito semelhante, isso não tem dú- da romana, que assim viu o seu fim
que o chão duro centar alguns esclarecimentos. vida! apressado, primeiro pela instalação da
nomeou sorri A velha ponte de madeira deveu a sua As “passadeiras” a que se refere, eram respectiva Ordem e mais tarde da dinas-
à luz feliz dos seus mil anos. construção ao interesse do Doutor Antu- as antigas pedras de caminho pedonal tia de Avis (em cuja vigência muitos no-
nes Varela (ministro da Justiça nos idos que os romanos usavam para atravessar bres, que acompanhavam o rei nas suas
Vem ao nosso encontro de 50 e 60, e recentemente falecido) junto as linhas de água, pois por ali passava a estadias de repouso na região, ali adqui-
o velho caminheiro. de quem de direito, para assim facilitar a antiga estrada que desde o século I ia de riram propriedades e construíram gran-
travessia para Figueira-e-Barros e para as Sevilha a Coimbra, atravessando o que des casas rústicas).
É o futuro! herdades circundantes ao norte da ribei- são hoje os campos e povoados de Juro- Com toda a cordialidade
Deixemo-lo passar. ra. Se foi inspiração ou experiência para a menha, Ervedal, Poço das Grandezas e
Ele vai chegar primeiro. futura ponte sobre o Tejo (inaugurada em Monte do Chafariz (em Benavila), Abran- Manuel Grilo
10. 10 QUEIMA DAS FITAS DE 24 DE MAIO A 7 DE JUNHO DE 2006
A “Queima” invadiu Coimbra
Em Maio Coimbra é, sobretudo, - para além do incómodo sentido pe- Mas mais do que a música, ali con- foi bafejado pelo bom tempo.
“Queima das Fitas”. los que conseguiram lá entrar. Prova- tinua a imperar o álcool – e talvez ain- A abrir, como de costume, alguns anti-
Não por acaso, a “Lusa Atenas” po- velmente, será altura de encontrar um da outras substâncias menos reco- gos alunos, “velhos doutores” a matar
de continuar a intitular-se “Cidade espaço alternativo para esta cerimó- mendáveis, a fazer fé nos relatos de saudades.
Universitária”, já que se mantém nia. quem ali andou todos os dias. Depois o infindável desfile de cerca de
aquela onde os estudantes represen- Depois deste domingo de pendor Sarau, Baile de Gala, Garraiada – 90 carros alegóricos, em quantidade que
tam uma maior percentagem da po- mais religioso, seguiram-se uns dias cumpriram-se a preceito. vai aumentando a cada ano que passa.
pulação. de preparação para os festejos pagãos. Um festival de cor e alegria, que não
Este ano essa realidade permanece A Serenata na Sé Velha voltou a ser CERVEJA IMPEROU raro subiu aos excessos, especialmente no
evidente, e ficou ontem bem demons- “monumental”, com o Largo e ruas NO CORTEJO que respeita ao consumo de bebidas al-
trada no cortejo que desfilou desde a que para ele convergem totalmente coólicas.
velha Universidade (com os seus 716 cheias de estudantes trajando capa e Regressando ao “prato mais forte” A cerveja aí ganhou, por larga vanta-
anos é uma das mais antigas do Mun- batina. da “Queima das Fitas” de Coimbra - gem, e não foram poucos os que tiveram
do) até à Baixa, ao longo de muitas e Apesar disso, muitos outros opta- que é sempre o Cortejo, e que ontem de “desertar” do desfile e ser transporta-
muitas horas. ram por prescindir da serenata e can-
tarem eles próprios noutros locais da
BÊNÇÃO DAS PASTAS cidade, especialmente na Praça da Re-
E SERENATA
Mas voltemos um pouco atrás, ao
pública e restaurantes da Baixa.
As noites têm sido, sobretudo, mar-
cadas pelos espectáculos na Praça da
AUTO -LUZ E LECTRICISTA A UTO
primeiro grande momento da Queima Canção (não por acaso começaram
das Fitas, que é sempre a Bênção das
Pastas. A Sé Nova voltou a mostrar-se
por lhe chamara “Queimódromo”),
com uma abertura internacional de
António Afonso Barbosa
66 anos de actividade ao serviço do automobilismo
muito exígua para tantos estudantes e Melanie C., seguida de muitos outros
seus familiares, sendo elevado o nú- grupos portugueses, de géneros bem SERVIÇO PERMANENTE - 912 332 204 / 239 823 436 / 239 712 864
mero dos que tiveram de ficar cá fora diversos. Morada: Terreiro da Erva 1-A 3000-355 COIMBRA
11. DE 24 DE MAIO A 7 DE JUNHO DE 2006 QUEIMA DAS FITAS 11
dos aos Hospitais para receber tratamen- CRIATIVIDADE cortejos da Queima, praticamente desapa- mais não seja nas memórias que conse-
to adequado. TAMBÉM EM CRISE receu. guirem conservar-se - isto é, as que o
Já lá vai o tempo em que o vinho, espe- No avanço do desfile era patente algu- *lcool não dissipou...
cialmente o espumante, era quem reina- O cortejo da Queima vai crescendo, ma desorganização. Mas mais eloquentes do que as pala-
va... mas a criatividade não acompanha esse E até mesmo as canções e refrões mais vras, aqui ficam as imagens do cortejo, a
Também como já vai sendo um inde- movimento. tradicionais estão em vias de extinção. que assistiram milhares de pessoas, que
sejável hábito, não foram só fitas a ar- Ontem voltou a verificar-se falta de ins- Como exemplo, nos dois carros que aguentaram muitas horas a fio ao longo
der nesta “Queima”. As flores de papel piração, nem tanto na construção dos car- abriam o desfile (um de Medicina e outro dos passeios para ver passar os carros co-
de alguns carros foram consumidas por ros (alguns dos quais foram bem concebi- de Direito) entoava-se exactamente a loridos e respectivos ocupantes quase
chamas ateadas involuntariamente ou dos), mas especialmente nos cartazes que mesma frase: “Coimbra é minha, Coim- todos bem bebidos.
lançadas por indivíduos sem escrúpu- os complementam. bra é minha e há-de ser!”.
los. A crítica social, que era apanágio destes E não temos dúvidas que será, quanto CONTINUA NAS PÁGINAS SEGUINTES >>
Especialidades
Cantinho dos Reis
restaurante - snack bar
em GRELHADOS
Aberto das 09 às 24H
Terreiro da Erva, 16
3000-153 Coimra
Tlm. 969083192
Tel. 239824116
O Restaurante “Cantinho dos Reis”
deseja a este novo jornal e ao Dr. Castilho, os maiores êxitos jornalísticos
12. 12 QUEIMA DAS FITAS DE 24 DE MAIO A 7 DE JUNHO DE 2006
13. DE 24 DE MAIO A 7 DE JUNHO DE 2006 QUEIMA DAS FITAS 13
TROPA DE SOUSA
Clínica Geral
Medicina Estética
Acupuntura
VIRGÍLIO CARDOSO
Ginecologia / Obstetrícia
Laser Yag Vascular (Varizes) CRISTINA FERREIRA
GINECOLOGIA / OBSTETRÍCIA LUÍSA MARTINS
Laser de Depilação definitiva Kromoterapia
PEDRO SERRA Florais de Bach
Laser de Luz Pulsada (Trat. Estética) PODOLOGISTA
Endermologia (LPG) RENATA MARGALHO
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