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1
Manjute David Maulana
O Papel da família no processo de estimulação do interesse do aluno pela
escola: Caso particular da Escola Primária do 1º E 2º Grau de N’córipo
(2014-2015).
Curso de Licenciatura em Psicologia Educacional com Habilitação em Educação
de Infância
Universidade Pedagógica
Montepuez
2016
2
Manjute David Maulana
O Papel da família no processo de estimulação do interesse do aluno pela
escola: Caso particular da Escola Primária do 1º E 2º Grau de N’córipo
(2014-2015).
Monografia a ser apresentada ao
Departamento de Ciências de Educação
e Psicologia, para fins de obtenção do
grau académico de Licenciatura em
Psicologia Educacional com Habilitações
em Educação de Infância.
Supervisor: dr. Machel Isac
Universidade Pedagógica
Montepuez
2016
3
Índice
Lista de tabelas III
Lista de abreviaturas IV
Lista de Anexos V
Declaração VI
Dedicatória VII
Agradecimentos VIII
Resumo IX
Abstract IX
Capítulo I: Apresentação dos procedimentos metodológicos da pesquisa
Introdução 10
1. Definição do tema 11
1.1. Delimitação do tema 11
1.2. Objectivos 11
1.2.1. Objectivo geral 11
1.2.2. Objectivos Específicos 11
1.3. Objecto de Estudo 11
1.4. Justificativa 12
1.5. Problematização 12
1.6. Formulação das Hipóteses 13
1.7. Metodologia do Trabalho 14
1.8.Técnicas de colecta de dados 14
1.9. Universo da pesquisa 15
1.10. Amostra da Pesquisa 15
Capitulo II: Fundamentação Teórica
2. Estimulação do interesse do aluno 16
2.1. Família 17
2.2. Relação família – escola 18
2.3. Papel dos pais na vida escolar dos alunos21
2.4. Teoria base 25
Capítulo III: Apresentação, Análise e Interpretação dos resultados da pesquisa
4
3. Localização da escola 27
3.1. Apresentação e análise dos resultados 27
3.1.1. Apresentação e análise dos resultados da observação 27
3.1.2. Apresentação e análise dos resultados da entrevista dirigida aos pais
encarregados de educação dos alunos 28
3.1.3. Apresentação e análise dos resultados da entrevista dirigida aos professores
31
3.1.4. Apresentação e análise dos resultados da entrevista dirigida ao DAP 35
3.2. Validação das hipóteses 36
Conclusão 38
Sugestões 39
Anexos 40
Apêndices 42
Referência bibliográfica 47
5
Lista de tabelas
Tabela 1: Hipóteses e suas variáveis 13
Tabela 2: Observação do aluno no ambiente familiar 27
Tabela 3: Solicitação da família na realização das actividades escolare
Tabela 4: Execução de tarefas de casa vulgos “TPC 28
Tabela 5: Actividades para evitar a desistência 29
Tabela 6: Importância da escola para o aluno 30
Tabela 7: Actividades para o desempenho do aluno na escola 30
Tabela 8: Participação activa da família nas reuniões e actividades escolares 31
Tabela 9: Prestação da família de informação sobre o desempenho do seu educando
32
Tabela 10: Causas dos alunos mais faltosos 33
Tabela 11: Actividades escolares realizadas pela família alem das reuniões 33
Tabela 12: Causas das desistências 34
Tabela 13: O nível de desistência na EP do 1º e 2º Grau N’coripo 2015 35
6
Lista de abreviaturas e siglas
A (1,2,3,4,5,6,7 e 8) – Aluno;
DAP – Director-Adjunto Pedagógico;
C – Código;
EP – Escola Primaria;
No
– Número
P.V – Poucas vezes;
P (1,2,3,4,5) – Pergunta;
TPC – Trabalho Para Casa;
UP – Universidade Pedagógica.
Lista de Anexo e Apêndices
Anexo 01 – Credencial 41
Apêndice 01 – Ficha de observação destinada aos alunos 43
Apêndice 02 – Guião de entrevista destinada aos pais ou encarregados 44
Apêndice 03 – Guião de entrevista destinada aos professores 45
7
Apêndice 04 – Guião de entrevista destinada aos membros da direcção 46
Declaração
Declaro que esta Monografia Científica é resultado da minha investigação pessoal e
das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes
consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliográfica
final. Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição
para a obtenção de qualquer grau académico.
Montepuez, 12 de Abril de 2016
______________________________
Manjute David Maulana
8
Dedicatória
Dedico este trabalho em primeiro lugar à minha mãe “Mariamo Fadila Mamudo” pela
oportunidade de colocar-me num mundo real e proporcionar-me ensinamentos de como
ajustar-me nele. Dedico ao meu filho “Euwilte M. David”, meus irmãos “Jefté de Maria
Cassimo” e “Victor Luís Bunguel” por serem fontes do meu incentivo e por fim à toda
minha família por sempre participarem no meu percurso vital.
9
Agradecimentos
O meu enorme agradecimento se endereça à Deus dador das oportunidades e ao meu
supervisor “dr. Machel Isac” por aceitar partilhar a sua experiência comigo e estar
sempre disponível para satisfazer as minhas dificuldades para a realização deste
trabalho.
Agradecimentos se endereçam também ao meu pai “Cassimo Omar” e meus colegas
do curso de Psicologia Educacional turma 2012, particularmente para Sitima, Somar e
Egas pelos concelhos e preocupação demonstrados, mesmo distante. Aos meus
amigos Inocêncio, Farzana, Wilson e Chite por me aturarem sempre que precisei.
Agradeço de igual forma a UP – Delegação de Montepuez por conceder a bolsa de
estudo que foi como minha fonte económica na vida estudantil. E por fim a toda
comunidade escolar da EP de N’coripo por aceitarem a participar na pesquisa e me
fornecer informações credíveis para a sua realização.
Resumo
O presente estudo trata sobre o papel da família no processo de estimulação do
interesse do aluno pela escola, cuja temática vem sendo discutida actualmente por
vários pesquisadores em psicologia escolar, em virtude ao aumento dos problemas
relacionados com a família como uma das principais fontes de incentivo para
aprendizagem dos alunos. O objectivo deste estudo foi de analisar os factores que
10
contribuem na fraca motivação dos alunos na participação colectiva das actividades
escolares na Escola Primaria do 1º e 2º Grau de N’córipo, distrito de Montepuez. Os
participantes da pesquisa foram 23, incluindo alunos, família dos alunos, professores e
DAP. O procedimento metodológico utilizado foi o levantamento bibliográfico, recolha de
dados por meio da observação e entrevista. Com os resultados, a pesquisa revelou que
há pouco envolvimento da família nas actividades escolares dos seus educandos, facto
que causa falta de conhecimento do seu papel e como incentivar o aluno a se
interessar em participar activamente nas actividades escolares.
Palavras-chave: família, actividades escolar e incentivo.
Abstract
This study focuses on the role of family in the stimulation process of student interest in
school, whose theme is being currently discussed by many researchers in school
psychology, due to the increase in problems related to the family as a major source of
incentive for student learning. The aim of this study was to analyze the factors that
contribute to the poor motivation of the students in the collective participation of school
activities in Primary School 1st and 2nd Grade N'córipo, Montepuez district. The
participants were 23, including students, families of students, teachers and DAP. The
methodological procedure used was the bibliographical survey, data collection through
observation and interview. With the results, the survey revealed that there is little family
involvement in school activities of their children, a fact that causes lack of knowledge of
their role and how to encourage students to take an interest in actively participating in
school activities.
Key-words: family, school activities and incentive.
Introdução
Esta monografia tem como tema “O papel da família no processo de estimulação do
interesse do aluno pela escola: Caso particular da Escola Primária do 1º e 2º Grau de
N’córipo (2014-2015) ”. Devido a fraca presença dos alunos nas salas de aulas e fraca
participação da família nas actividades escolares dos alunos pretendeu-se analisar os
factores que contribuem na fraca motivação do aluno a se interessar em participar
activamente nas actividades escolares, tendo em conta que é um fenómeno que vem
afectando diversos alunos da comunidade de N’córipo nos últimos anos. Este trabalho
permite estimular e fortalecer a relação participativa e democrática entre comunidade e
a escola, e também ajudar a família dos alunos a traçar novas estratégias
11
motivacionais e metodologias de acção de modo a incentivar o aluno nas actividades
escolares.
Este trabalho esta apresentado em capítulos, cujos distribuídos em três (3),
especificamente:
 Capitulo I: Aborda assuntos relacionados com o projecto da pesquisa,
envolvendo também a metodologia usada para a execução da pesquisa;
 Capitulo II: Destaca aspectos relacionados com a fundamentação teórica
pautada para o sustento da pesquisa;
 Capitulo III: Focaliza a apresentação, interpretação e Analise dos resultados
colhidos no campo.
12
Capítulo I: Apresentação dos procedimentos metodológicos da pesquisa
Neste capítulo, estão abordados todos os aspectos metodológicos que
sustentaram a realização desta monografia científica.
1. Definição do tema
Esta pesquisa tem como tema:
 O papel da família no processo de estimulação do interesse do aluno pela
escola.
1.1. Delimitação do tema
 O papel da família e pais encarregados de educação na estimulação do
interesse do aluno pela escola, no período de 2015 a 2016 no bairro de N’córipo,
utilizando entrevistas com as famílias.
1.2. Objectivos
1.2.1. Objectivo geral
 Analisar os factores que contribuem na fraca motivação dos alunos na
participação colectiva das actividades escolares.
1.2.2. Objectivos Específicos
 Identificar os factores que intervêm na fraca motivação dos alunos na
participação das actividades escolares;
 Explicar o papel da família no processo de estimulação do aluno nas actividades
escolares;
 Propor possíveis estratégias para evitar a desistência dos alunos na Escola do
1º e 2º Grau de N’córipo.
1.3. Objecto de Estudo
13
 O processo de estimulação do interesse do aluno pela escola.
1.4. Justificativa
No decorrer das Práticas Psicológicas I e II na Escola do 1º e 2º Grau de N’córipo, o
autor observou a fraca presença dos alunos nas salas de aulas e fraca participação dos
alunos nas actividades escolares, o que leva a desistência destes. Desta feita, inicia o
interesse de querer perceber o porquê da falta de interesse dos alunos pela escola
nesta comunidade. O autor acredita que o tema é relevante, pois, minimizando esta
situação da “desistência dos alunos” estará assim a contribuir na luta contra o
analfabetismo e melhoria do aproveitamento pedagógico, pois, para isso, é
imprescindível que elas possuam uma formação académica saudável e adequada, de
modo que manifestem uma boa personalidade na sociedade na qual onde estão
inseridos.
A outra pertinência é pelo facto de que, de uma forma geral, irá estimular e fortalecer a
relação participativa e democrática entre escola e a comunidade, e também irá ajudar a
família dos alunos a traçarem novas estratégias motivacionais e metodologias de acção
de modo a estimular o aluno nas actividades escolares. E promoção das actividades
escolares no aluno, é evitar sérios problemas sociais tais como, a prática de actos
ilícitos como a violência, a criminalidade entre outros, que de alguma forma tem como
impacto a falta da educação escolar.
1.5. Problematização
Observa-se no Bairro de N’córipo da Cidade de Montepuez várias crianças a
apresentarem sérios problemas de comportamento, agressividade devido a sua fraca
motivação na realização das actividades escolares, e como consequência registam-se
abandonos escolares, outras crianças são expostas a trocar escola por actividades
extra-escolar. Todavia, o que se têm verificado, no que diz respeito a estimulação do
interesse do aluno pela escola, é que a família deixa essa acção exclusivamente ao
cargo dos professores, não se interessando pela infrequência ou pela frequência do
filho na escola, pelo desempenho ou pelo empenho, nem com as dificuldades que este
enfrente na escola. Diante a estas situações surge a questão:
14
 Qual é o papel que desempenha a família no processo de estimulação do aluno
nas actividades escolares na Escola Primária do 1º e 2º Grau de N’córipo?
1.6. Formulação das Hipóteses
 A família é uma das principais fontes de incentivo para aprendizagem dos
alunos;
 A falta de conhecimento da família sobre o seu papel influencia na fraca
estimulação do aluno nas actividades escolares.
Tabela 1: Hipótese e Variáveis
Hipótese
Variáveis
Variável Independente Variável
Dependente
Indicadores
H1
H2
Aprendizagem dos
alunos A família como a
principal fonte de
incentivo
Pouca participação da
família na vida escolar
do aluno e nas
actividades escolares;
Falta de incentivos da
família para manter o
aluno na escola.
A falta de conhecimento
da família sobre o seu
papel
Fraca estimulação
nas actividades
escolares
Pouco envolvimento
dos pais nas
actividades escolares;
Negligência da família e
fraca relação entre
escola e comunidade.
Fonte: Autor/2015.
15
1.7. Metodologia do Trabalho
Quanto a natureza
 Pesquisa aplicada: pois, o trabalho objectivou gerar conhecimentos para
aplicação prática dirigidos à solução de problema específico, envolvendo verdades e
interesses locais.
Quanto aos objectivos
 Pesquisa explicativa: optou-se por este objectivo, visto que a preocupação
central foi de identificar e explicar os factores que determinam ou que contribuem para
a ocorrência do desinteresse dos pais encarregados de educação no interesse do
aluno pela escola.
Quanto aos procedimentos técnicos
 Pesquisa de campo: com este procedimento foi possível observar os factos tal
como ocorrem espontaneamente, pois, o foco foi de conseguir informações e/ou
conhecimentos acerca do desinteresse da família na estimulação do interesse do aluno
pela escola.
 Pesquisa bibliográfica: com este procedimento foi possível trazer um
referencial teórico ou fazer levantamento bibliográfico de autores que ostentam sobre o
tema em questão para saber-se quais são as opiniões reinantes sobre o assunto.
Quanto a forma de abordagem do problema
 Pesquisa qualitativa: optou-se por essa abordagem porque nesta pesquisa não
se usou elementos estatísticos mas sim inseriu-se no âmbito social, onde o ambiente
natural foi a fonte directa para colecta de dados.
1.8.Técnicas de colecta de dados
Para a colecta de dados usaram-se as seguintes técnicas:
16
 Observação sistemática: com essa técnica foi possível observar o aluno no seu
ambiente familiar, no que diz respeito ao papel da família na valorização da
educação formal (escolarização) do aluno;
 Entrevista semi-estruturada: com essa técnica foi possível ter um diálogo face
a face com professores, membros da direcção da escola e pais encarregados de
educação sobre o papel da família na participação ds actividades escolares dos
alunos.
1.9. Universo da pesquisa
O universo da pesquisa abrangeu a comunidade escolar do bairro de N’córipo.
1.10. Amostra da Pesquisa
Nesta pesquisa trabalhou-se com a seguinte amostra:
 (23) Vinte e três elementos, dos quais (6) seis professores, sendo (1) um que
lecciona a 2ª classe, (3) três que leccionam 5a
classe e (2) dois que leccionam 7ª
classe; (1) um membro da direcção da escola. Também foram abrangidos (8) oito
alunos dos quais, (2) dois da 2ª classe e (3) três da 5ª e 7ª classe com idade
compreendida entre 7 a 15 anos de idade e seus respectivos pais encarregados de
educação (8) oito.
Capitulo II: Fundamentação Teórica
Neste capítulo, apresentamos os aspectos teóricos sobre o papel da família no
processo de estimulação do interesse do aluno pela escola.
2. Estimulação do interesse do aluno
17
Fundamentado por NEVES & ALMEIDA (2003:92), “de acordo com a literatura na área
da Psicologia Educacional, os problemas escolares foram pensados, por muito tempo,
e muitos desses centrados no aluno”.
No entanto há estudos que buscam explicar o processo de desenvolvimento da escola
e, especificamente, a questão da motivação e estimulação para manter o interesse dos
alunos pela mesma.
Para compreendermos melhor a questão de estimulação do interesse do aluno pela
escola, é necessários que, primeiro façamos a distinção do conceito “estimulação” da
“motivação”.
 Motivação
Na óptica de PILLETI (2004:233), Motivação em sentido didáctico, consiste em
oferecer ao aluno estímulos e incentivos para tornar a aprendizagem eficaz.
Para MESQUITA & DUARTE (1996:145) a motivação é um “conjunto de processos
psicológicos e fisiológicos que levam um indivíduo a agir, isto é, a desencadear uma
acção, a orientá-lo em função de certos objectivos”.
 Estimulação
Estímulo é considerado como qualquer forma de energia externa ou interna ao
organismo, capaz de excitar um receptor sensorial susceptível de provocar uma
reacção específica no organismo (Id., ibid:89)
O processo de estimulação, olha-se como sendo uma modificação de alguma parte do
ambiente que é perceptível por um indivíduo. Os estímulos são considerados como as
causas directas do comportamento. Essas modificações ambientais, ou estímulos,
liberam uma quantidade de energia que leva a uma resposta por parte do indivíduo.
A partir destas definições destaca-se a motivação como sendo algo interno, e a
estimulação como externo ao indivíduo, que desperta seu interesse e sua vontade de
realizar uma determinada acção.
18
A diferenciação destas definições é importante quando se pretende compreender o
papel da família no processo de estimulação do interesse do aluno pela escola, pois
justifica a opção pelo termo estimulação, na medida em que ele é algo externo que, por
diferentes recursos, pode favorecer o interesse dele pela escola.
2.1. Família
O termo família surge do latim famulos, que significa “escravo do homem”. Este termo
foi criado na Antiga Roma para designar um novo grupo social que surgiu entre as
tribos latinas, ao serem introduzidas a agricultura e a escravatura. Actualmente o termo
família e conceituado como pessoas da mesma árvore genealógica possuindo o
mesmo vínculo sanguíneo.
De acordo com PEREIRA (2008:43):
A Família é considerada a instituição social básica a partir da qual todas
as outras se desenvolvem, a mais antiga e com um carácter universal,
pois aparece em todas as sociedades, embora as formas de vida familiar
variem de sociedade para sociedade. A Organização das Nações Unidas
(ONU) em 1984, refere a Família como o elemento de base da
sociedade e o meio natural para o crescimento e o bem-estar de todos
os seus membros.
Para Félix citado por Ibidem (2008:45):
A Família é, o primeiro e o mais marcante espaço de realização,
desenvolvimento e consolidação da personalidade humana, onde o
indivíduo se afirma como pessoa, o habitat natural de convivência
solidária e desinteressada entre diferentes gerações, o veículo mais
estável de transmissão e aprofundamento de princípios éticos, sociais,
espirituais, cívicos e educacionais, o elo de ligação entre a consistência
da tradição e as exigências da modernidade.
No entanto o termo família para os moçambicanos possui um significado importante,
devido a etnia que aqui se manifesta, sendo um conjunto de pessoas que partilham o
mesmo espaço social, vínculo sanguíneo e que demonstram boas relações de
afectividades.
Conforme a definição apresentada por relvas e Alarcão (1989) citado por PICANÇO,
2012:13), a família é “um sistema social natural e, por isso, aberto e autor regulado;
19
sendo um conjunto de pessoas, unidas por laços sanguíneos e/ou afectivos, em
interacção contínua”.
No entanto, não importa qual seja o tipo de constituição familiar existente, entretanto na
maioria das vezes são os laços de consanguinidade que se levam em conta, mas o que
mais importa é que haja afectos, interesses, valores comuns de todos que compõem a
família e que promovam um ambiente familiar favorável para o aluno
“A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à protecção
desta e do Estado” (Declaração Universal dos Direitos do Homem, citado por
PICANÇO, 2012).
2.2. Relação família – escola
Partindo do principio de que a escola é a educação secundaria da criança, seria quase
impossível que o processo de ensino tenha um avanço significante sem o auxílio da
família, visto que ela a primeira componente para a socialização da criança.
Para Diogo (1998) citado por PICANÇO, 2012)
A família, espaço educativo por excelência, é vulgarmente considerada o
núcleo central do desenvolvimento moral, cognitivo e afectivo, no qual se
“criam” e “educam” as crianças, ao proporcionar os contextos educativos
indispensáveis para cimentar a tarefa de construção de uma existência
própria. Lugar em que as pessoas se encontram e convivem, a família é
também o espaço histórico e simbólico do qual se desenvolve a divisão
do trabalho, dos espaços, das competências, dos valores, dos destinos
pessoais de homens e mulheres. A família revela-se, portanto, um
espaço privilegiado de construção social da realidade em que, através
das relações entre os seus membros, os factos do quotidiano individual
recebem o seu significado.
Neste sentido, sendo a família o cunho crucial para a educação e desenvolvimento
integral da criança, a sua relação com a escola é um dos mais importantes factores
para a melhoria da aprendizagem do seu educando. Esta parceria deve estar vinculada
na participação activa da família na vida escolar do aluno, ajudando-os a ter sucesso
na vida escolar e colaborar para diminuir os índices de evasão.
De acordo com DEWEY (2002:23),
20
A sociedade é um conjunto de pessoas unidas por estarem a trabalhar
de acordo com linhas comuns, animadas num espírito comum e com
referencia a objectivos comuns. As necessidades e objectivos comuns
exigem um intercâmbio de ideias e uma crescente unidade de
sentimentos solidários
No entanto, a escola deve manter a relação participativa e democrática com a
comunidade, onde não exista uma relação de subordinação de nenhuma espécie entre
educadores familiares e educadores escolares. E para tal ligação, a escola tem que
promover mais reuniões, palestras e encontros com os pais encarregados de educação
ou com a comunidade em geral, isto é, chamar pais, avós ou tios para ir à escola
contar histórias do passado, ler livros, ensinar uma brincadeira ou fazer um pequeno
lanche, chamar os pais não só para comparecer mas também para ajudar na
organização de festas da escola entre outros eventos. No entanto, as palestras e
debates que tenham como objectivo a formação dos pais, tratando de assuntos de
interesse geral, como saúde, drogas, sexualidade entre outros. De salientar que a
família não pode deixar a iniciativa de promover palestras, reuniões ou encontros a
cargo da escola, ela também deve ter a iniciativa de promover. Por exemplo, se o filho
estiver com problemas ou apresentar um baixo desempenho, não espere ser chamado:
vá à escola para saber o que está acontecendo.
Estudos recentes mostram que em vários países, nas últimas décadas,
que se os pais se envolverem na educação dos filhos, eles por ora,
obtêm melhor aproveitamento escolar. De muitas variáveis que se
estudaram, o envolvimento dos pais no processo educativo foi a que
obteve maior impacto, estado este impacto presente em todos os grupos
sociais e culturais (Marques, 2001 citado por PICANÇO, 2012:14).
Neste sentido, a colaboração mais simples deve iniciar primeiro pela comunicação
entre professor e pais do aluno. A necessidade de se construir uma relação entre
escola e família, deve ser para planear, estabelecer compromissos e acordos mínimos
para que o educando/filho tenha uma educação com qualidade tanto em casa quanto
na escola.
A Relação entre a Escola e a Família tem vindo a ser alvo de todo um conjunto de
atenções: através de notícias nos meios de comunicação, de discursos de políticos, da
divulgação de projectos de investigação e de nova legislação (PEREIRA, 2008).
21
A parceria entre família e escola é fundamental para o crescimento do indivíduo, pois
essas duas instituições são responsáveis por preparar o indivíduo para actuar na
sociedade.
De acordo com ROCHA e MACEDO (2002),
O envolvimento dos pais nas escolas gera efeitos positivos nos pais e
nos professores, nas escolas e na sociedade. Os pais que contribuem
frequentemente com a escola permanecem mais motivados para se
submergirem nos processos actualização profissionais e assim,
aperfeiçoam a sua auto-estima como pais.
A família exerce o principal papel na modificação da conduta dos filhos no meio social.
É nela que a criança adquire conhecimentos para se adaptar em diferentes meios,
independentemente da cultura e das regras impostas, pois a família é responsável por
educar os indivíduos para viver em sociedade.
Segundo GUZZO e TIZZEI (2007:42), a família representa um ambiente extremamente
importante para o desenvolvimento da criança, porque “é o primeiro sistema em que o
ser humano se insere na sociedade, por meio do qual começa a estabelecer seu
vínculo com o mundo”.
Conforme RUBINSTEIN (2003),
A aprendizagem proporcionada pela escola não compreende apenas o
conhecimento social, mas também valores e ideais. A escola é o lugar
onde ocorre a continuidade dos princípios familiares. Assim, a escola
permanece encarregada de receber e orientar o aluno em
complementação à educação da família, para que possa se acomodar
no meio, da melhor forma possível.
De acordo com CARDOSO (2009), o papel da escola encontra-se alicerçado nas
“questões relacionais, sociais, nas capacidades cognitivas, na habilidade de lidar com o
novo. Por isso, compete à escola tornar o indivíduo um cidadão capaz de exercer a sua
cidadania, bem como reconhecer seus direitos e deveres”.
Sendo assim, família e escola devem educar como equipe para propiciar ao sujeito em
desenvolvimento maior segurança para enfrentar as dificuldades que são impostas pela
22
sociedade. Desta maneira, entende-se que tanto o acompanhamento familiar interfere
no desempenho da criança no contexto escolar e vice-versa.
2.3. Papel dos pais na vida escolar dos alunos
Uma das receitas para a estimulação e manutenção do interesse do aluno pela escola
é a participação e o interesse da família pela vida escolar do aluno. Quando a família
valoriza os estudos estimula o interesse e a vontade na criança em aprender.
Brandão citado por PEREIRA, (2008:71), define envolvimento da família na escola
como sendo,
“Um leque de interacções entre a Escola e a Família desde a simples
participação dos encarregados de educação em reuniões mais ou
menos formais, até à execução de tarefas específicas na escola, em
colaboração com os professores”.
A participação dos pais não se reveste apenas na comunicação e o trabalho voluntários
dos pais com a escola, mas também apoio educativo da criança em casa, nos tempos
livres, na execução de tarefas de casa vulgos “TPC”, com vista os pais possam
perceber as dificuldades dos seus filhos e dar o apoio que necessitam para o
crescimento escolar.
De acordo com PICANÇO (2012:),
A importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos tem
apresentado um papel importante no desempenho escolar. O diálogo
entre a família e a escola, tende a colaborar para um equilíbrio no
desempenho escolar. O envolvimento dos pais com a escola deve
favorecer a reflexão de diferentes aspectos pedagógicos e psicológicos
dos seus filhos, com vista a melhorar, de modo efectivo, o seu
desempenho escolar.
O interesse dos pais no que seus filhos produziram, aprenderam, faz com que eles
sintam-se valorizados em relação ao que fizeram, estimulando desta feita o interesse
do aluno pela escola (CECCON & OLIVEIRA, 1997).
Os pais devem envolver-se na educação dos filhos também na escola. Foi-se o tempo
em que os pais abandonavam filhos na escola dizendo que a partir daí a escola era
responsável pela educação deles. Para que a educação dos filhos seja eficaz a
23
preocupação deve partir dos pais e terminar pelos professores. Tendo em conta que a
influência que os filhos sofrem junto aos meios de comunicação, junto aos amigos e
junto a escola leva-nos a família é uma componente preponderante na formação de
cada filho.
Ao longo do tempo, a relação escola-família foi sofrendo algumas
transformações, evoluindo de uma relação assimétrica, onde era
atribuído um maior poder à escola e um papel mais passivo aos pais,
para uma relação mais simétrica, de maior proximidade e onde a
colaboração estreita entre família e escola é desejável (Diogo, 1998:20
citado por PICANÇO, 2012).
Ainda na mesma linha do autor supra citado sustenta, “a família desempenha,
consequentemente um papel importante na adaptação da criança a esses novos
environnements”. No entanto, algumas famílias possuem pouca capacidade para o
fazerem sozinhas, sendo essencial a cooperação com os professores. As escolas
deverão, assim trabalhar no sentido de criar um maior relacionamento recíproco, tendo
em conta a produção de melhores contextos de aprendizagens para os alunos.
Sendo assim, é papel dos pais na vida escolar do aluno:
 Falar sempre bem da escola para criar nele uma expectativa positiva em relação
aos estudos;
 Na volta, procurar saber como foi o dia dele, o que aprendeu e como se
relacionou com todos;
 Conhecer o professor e conversar com ele sobre a criança e o trabalho dela na
escola;
 Criar o hábito de observar os materiais escolares;
 Ajuda-lo nas lições de casa, mas sem concluir as respostas;
 Ter livros em casa, principalmente do interesse do aluno;
 Reservar um lugar tranquilo para os estudos.
No entanto, e de acordo com outros autores Bloom, (1982) e Colgan (1997), citados por
PEREIRA, (2008:27), surge a ideia de que,
O ambiente familiar pode ser favorável ou desfavorável ao
desenvolvimento da capacidade geral para aprender. Ou seja, para que
um ambiente familiar fosse favorável à aprendizagem, o que era
importante era o tipo de actividades e atitudes dos pais, e não o seu
estatuto socioeconómico ou os seus conhecimentos, ou seja, aquilo que
24
os pais faziam com os seus filhos e não necessariamente aquilo que
eram ou sabiam.
A participação de pais na vida escolar dos filhos é reconhecida por muitos professores
como um factor importante para o rendimento do aluno em sala de aula, influenciando,
portanto no desempenho das actividades educativas.
Para BASTOS (2001:66), a escola apresenta a preocupação de levar o conhecimento
científico ao aluno, dando continuidade e complementando a educação familiar. Para
isto, preocupa-se como conseguir a adesão da família nas actividades escolares.
De acordo com PATTO (2006), muitas atitudes tomadas dentro da instituição escolar,
podem influenciar e aprofundar as dificuldades vividas por uma criança. Entretanto,
muitas crianças apresentam algumas dificuldades que somente a escola, poderia
observar e informar aos pais.
Sustenta o mesmo autor que, “na educação deve haver conhecimento, disponibilidade,
e empenho por parte da família em saber o que está acontecendo dentro da escola,
reconhecendo e estimulando a aprendizagem da criança” (Id., Ibid.). Com isso, estará
colaborando para o desenvolvimento da mesma.
Contudo, sabe-se que muitas famílias não participam efectivamente do quotidiano
escolar dos filhos e, consequentemente, influenciam negativamente no
desenvolvimento do aluno em sala de aula. Os educadores buscam estratégias para
que os pais se envolvam mais no processo de aprendizagem através de reuniões, que
são utilizadas para relatar o que acontece na escola e com o aluno e/ ou promovem
actividades de integração entre pais e filhos. Apesar dos esforços, nem sempre os pais
comparecem nestes eventos, frustrando as expectativas da escola.
Para que os pais participem do quotidiano escolar dos filhos é necessário que a escola
tome a iniciativa de convidá-los, visto que muitos pais não têm o conhecimento de
como é o processo de aprendizagem ou mesmo, como podem auxiliar nas dificuldades
encontradas na instituição.
25
Por isso, uma das formas mais utilizadas pelas escolas para que os pais participem do
aprendizado dos filhos, é o dever de casa, que é uma forma para que possam perceber
as dificuldades e o rendimento do filho.
Para CARVALHO (2004),
Planejado como parte complementar do processo ensino-aprendizagem,
o dever de casa não somente acfeta o trabalho do docente, mas a vida
dos estudantes fora da escola e sua rotina familiar, uma vez que a
conexão entre as actividades de sala de aula e de casa promovem a
aproximação familiar, em apoio as actividades escolares. Portanto, como
fundamental componente da interacção família–escola, o dever de casa
ocorre através de uma política simples, ampliada por famílias e escolas,
a uma política formal que profere os esforços educativos destas
instituições.
O mesmo autor coloca que “o sucesso escolar depende em grande parte, do apoio
directo e sistemático da família, que investe nos filhos, compensando tanto dificuldades
individuais quanto deficiências escolares”. (CARVALHO, 2000:144).
Como podemos perceber, o desempenho das crianças na escola depende, em grande
parte, mas não exclusivamente, da participação e colaboração dos pais. Portanto as
escolas devem buscar formas de parcerias com as famílias de seus alunos, para que
juntos possam desenvolver uma educação proveitosa e de qualidade.
Para RIBEIRO e LOMÔNACO (2002), “uma das formas mais eficazes de ganhar a
confiança dos pais, é abordar assuntos relacionados à vida escolar de seus filhos,
escutar e debater propostas que visem esclarecer assuntos conflituosos para ambas as
partes”.
Portanto, a parceria entre as duas instituições que são responsáveis pela educação e
integração das crianças na sociedade, deve ser extremamente colaborativa, para que
juntas, possam desenvolver estratégias para uma educação de qualidade.
2.4. Teoria de base
Este estudo assenta suas abordagens com base na teoria behaviorista de
aprendizagem, cuja esta privilegia o fundamento de uma série de comportamentos
emocionais que se instalam mediante associações entre estímulos e respostas.
26
De acordo com essa teoria, os indivíduos aprendem através das consequências de
suas acções. Eles tendem a repetir o comportamento satisfatório e a evitar aqueles que
não trazem satisfação para eles. Este é o pronunciamento explicativo do
condicionamento operante.
Conforme COUTINHO (2001) citado por SOBRAL (2010:46),
Os operantes, séries de actos ou acções, pelas consequências que
geram, são fortalecidos ou enfraquecidos de modo a aumentar ou
diminuir a probabilidade de sua ocorrência. As consequências que
fortaleceram o comportamento são chamadas reforço. Assim, o reforço,
na teoria behaviorista, refere-se a qualquer evento ou estímulo que
aumenta a força de algum comportamento operante.
A aprendizagem, na teoria behaviorista, surge na presença de um reforço positivo
(recompensa), em oposição ao negativo (castigo), e a recompensa seria a fonte da
motivação. Deste modo, o aluno teria o hábito, se condicionaria a estudar para obter
uma nota positiva ou alta e não pelo prazer de adquirir novos conhecimentos.
Não há, nesse caso, nenhum tipo de gosto pela aprendizagem, conforme explicita
PILETTI (2006:65) citado por SOBRAL (2010:46),
[...] aprender para conseguir um prémio é uma forma de aprendizagem
que não permanece, [...] esquece-se muito mais depressa quando, se
estuda apenas para obter uma nota na prova, do que quando se estuda
porque se gosta da matéria.
Nesse pensar, para que o aluno se motive a aprender, é preciso que a família crie um
ambiente de tal maneira que desperte o interesse, desejo e a necessidade do aluno
para atingir os objectivos traçados, envolvendo-se nas suas actividades escolares.
COUTINHO (2001) citado por SOBRAL (2010:48), descreve algumas implicações da
teoria behaviorista que geraram alguns pressupostos para a motivação da
aprendizagem escolar:
 O ambiente é factor primordial na aprendizagem e no desenvolvimento humano;
 O comportamento humano é mensurável; logo, é possível medir e avaliar
fenómenos comportamentais;
 A aprendizagem decorre da relação estímulo-resposta e das consequências de
acções praticadas, tendo como objectivo a aquisição de novos comportamentos
ou a modificação dos já existentes;
 O ensino resulta do arranjo e planeamento de reforços através dos quais o aluno
é levado a adquirir ou modificar um comportamento. Nesta perspectiva, ganham
sentido os elogios, as notas, os prémios, entre outros que são reforçadores.
27
Estímulos que, por sua vez, se tornam associados à outra classe de reforçadores
mais remotos e generalizados, tais como: diplomas, vantagens da futura
profissão, possibilidade de ascensão social e económica, aquisição de prestígio.
Capítulo III: Apresentação, Análise e Interpretação dos resultados da pesquisa
3. Localização da escola
A escola localiza-se no bairro de N’córipo à 200m da Universidade Pedagógica –
Delegação de Montepuez, província de Cabo Delgado.
3.1. Apresentação e análise dos resultados
Neste item iremos apresentar os resultados obtidos no campo por meio de observação
sistemática dirigidas aos alunos no seu ambiente familiar e entrevista semi-estruturada
dirigida aos pais encarregados de educação, professores e DAP da escola. Antes
porém, salientar que os resultados serão apresentados através dos aspectos
observados no ambiente familiar dos alunos (apêndice 1) e as respostas das questões
que fizeram parte da entrevista. E pretendemos seguir uma sequência crescente, tendo
em conta que foram elaboradas cinco (5) perguntas para os pais encarregados de
educação (apêndice 2), cinco (5) para os professores (apêndice 3) e quatro (4) para o
DAP (apêndice 4) e todas foram-nos satisfeitas.
3.1.1. Apresentação e análise dos resultados da observação
Tabela 2: observação do aluno no ambiente familiar
C Aspectos observados
Alunos
Resultados
P1 P2 P3 P4 P5
P1 Com quem vive o aluno A1 Tios Sim P.V P.V Sim
P2 Possui livros de seu interesse A2 Avos Sim P.V Não P.V
P3 Os pais ajudam nas lições de casa A3 Pais Sim Sim Sim Sim
A4 Mãe Não Não P.V Sim
28
P4 Os pais observam os materiais escolares
do aluno
A5 Pais Sim Sim Sim Sim
A6 Mãe Não Não P.V Sim
P5 Os pais demonstram preocupação no
aluno
A7 Pais Não P.V Não P.V
A8 Avos Não P.V P.V Sim
Fonte: autor do trabalho/2016
Dos alunos envolvidos na pesquisa foi possível observar que na sua maioria vivem com
seus pais, alguns deles são lhes incentivados por livros do seu interesse, apesar da
pouca disponibilidade dos pais, tem ajudado os seus educandos a realizam as tarefas
de casa e por conseguinte, demonstram preocupação na vida escolar dos alunos.
Entretanto, há necessidade de se aumentar os esforços para que essas actividades
sejam realizadas sempre, porque vai incentivar o aluno a interessar-se em participar
nas actividades escolares.
3.1.2. Apresentação e análise dos resultados da entrevista dirigida aos pais
encarregados de educação dos alunos
De acordo com a pergunta no
1 que tinha por objectivo saber o que os pais
encarregados de educação dos alunos tem feito quando são solicitados na realização
das actividades escolares. Apresentamos na tabela abaixo as seguintes respostas:
Tabela 3:
Entrevistado
s
Respostas
7 - Apenas participo nas reuniões de divulgação dos resultados dos
alunos e ouvimos o que eles dizem e cumprimos.
1 - Tenho dado proposta para melhorar o aproveitamento pedagógico.
Fonte: autor do trabalho/2016
Em consonância das respostas dadas pelas famílias na pergunta no
1, nos remete a
pensar que a família dos alunos apenas participa nas reuniões de divulgação de
resultados trimestrais e não nas outras actividades escolares.
De acordo com a pergunta no
2 que tinha por objectivo de saber se a família tem
participado na execução de tarefas de casa, vulgos “TPC”. Apresentamos na tabela
abaixo as seguintes respostas:
Tabela 4:
Entrevistado
s
Respostas
29
5 Não ajudo, por falta de tempo.
3 - Ajudo-o nessas actividades as vezes quando tenho tempo
Fonte: autor do trabalho/2016
No que tange na questão acima e nessas respostas dadas pela família, concluímos que
a um pouco apoio e interesse por parte da família nas actividades escolares do aluno
enquanto estiver em casa, facto que faz com que ele também se interesse pouco na
realização dessas actividades.
Conforme CARVALHO (2004),
O dever de casa é um aprendizado que integra as relações família-
escola, é um trabalho dividido entre as instituições. Pode ser visto como
uma necessidade educativa, reconhecida por essas instituições, como
uma tarefa apropriada para os alunos em casa.
Entretanto, percebe-se que o fraco apoio por parte dos pais nas tarefas de casa, é
devido a pouca disponibilidade que eles possuem a tarefa de casa fica por conta do
próprio aluno, mas o dever de casa é uma estratégia utilizada nas escolas para integrar
os pais da vida escolar dos filhos.
Quanto a pergunta no
3 que tinha por finalidade saber o que a família faz para que
seu filho esteja sempre na escola para evitar a desistência. Apresentamos na tabela
abaixo as seguintes respostas:
Tabela 5:
Entrevistado
s
Respostas
7 - Compro-lhe todo material escolar e digo-lhe para sempre ir a
escola.
1 - Não tenho feito nada, por causa das condições financeiras.
Fonte: autor do trabalho/2016
Fazendo uma análise das respostas obtidas na questão acima apresentada, nos remete
a pensar que a família dos alunos demonstram pouco incentivo para que o aluno esteja
sempre interessado em ir a escola.
Quanto à pergunta no
4, cujo objectivo era saber a sensibilidade da família sobre a
importância da escola para o seu educando. Apresentamos na tabela abaixo as
seguintes respostas:
30
Tabela 6:
Entrevistado
s
Respostas
5 - A escola para ele é muito importante, vai permitir que seja alguém
no futuro, tenha emprego.
3 - A escola para a minha educanda é para mudar de ser, pensar e
agir e melhorar a sua vida.
Fonte: autor do trabalho/2016
Analisando as respostas dadas pelos entrevistados, nos faz concluir que a maioria da
família sabe sobre a importância que a escola desempenha na vida dos seus
educandos, apesar de cada um possuir objectivos próprios, mas eles esforçam-se
pouco para o alcance desses objectivos.
Em relação à questão no
5, que tinha por objectivo de conhecermos sobre a
preocupação da família na vida escolar do aluno, acerca do seu desempenho escolar e
se entram em contacto com os professores. Apresentamos na tabela abaixo as
seguintes respostas:
Tabela 7:
Entrevistado
s
Respostas
7 - Não faço nada e não entro em contacto com os professores.
1 - Chego até aos professores e mantenho uma conversa.
Fonte: autor do trabalho/2016
Fazendo uma análise entorno da questão exposta acima e a resposta dada pelos
entrevistado, faz-nos concluir que a maioria dos pais ficam com braços cruzados,
esperando os professores que lhes comunique sempre e lhes dar informações sobre o
desempenho do seu filho ao invés de ir atrás dessas informações. Essa atitude faz com
que o fracasso do aluno seja ainda linear ou pior, porque não se estabelece nenhuma
preocupação nesse aspecto e nem no momento das reuniões eles expõem esses
assuntos.
De acordo com OLIVEIRA (2001),
As reuniões são momentos onde os pais podem expor como
compreendem o desenvolvimento dos filhos, e apresentar suas
insatisfações. Contudo, é preciso reflectir sobre as diversas formas de
31
convidar os pais a participarem do processo educacional das crianças. E
procurarem juntas soluções existentes para os problemas encontrados.
Percebe-se que os pais demonstram pouca preocupação com o desempenho escolar
dos filhos, por isso há pouco contacto com os professores, para se informar sobre o
processo de escolarização. Assim como OLIVEIRA (2001) nos diz a escola deve
“procurar convidar os pais de uma forma mais atractiva a participarem das reuniões, e
mostrar que o espaço aberto a eles é para expor suas dúvidas e insatisfações
referentes ao desempenho da escola e também como está o comportamento dos seus
filhos”.
3.1.3. Apresentação e análise dos resultados da entrevista dirigida aos
professores dos alunos
Quanto a pergunta no
1 que tinha por objectivo de saber o que os professores fazem
para que os pais ou encarregados de educação dos alunos participem activamente nas
actividades escolares como o as reuniões e, obtivemos a seguinte resposta, conforme
visualiza a tabela abaixo:
Tabela 8:
Entrevistado
s
Resposta
6 - Convocamos sempre os pais por forma de bilhetinho para reuniões
e tratamos assuntos relacionados com seus educandos
Fonte: autor do trabalho/2016
De posse das respostas expostas da pergunta no
1, podemos inferir que todos
professores marcam reuniões com a família do aluno e não são individuais, mas sim
colectivas e analisamos que é apenas esta actividade que a família participa a nível
escolar.
Conforme CARDOSO (2009),
Os pais devem desempenhar uma posição de supervisores da proposta
pedagógica, e colaborar com acções que promovam a parceria família-
escola. Para a escola é importante o apoio da família, pois os pais
cooperativos ajudarão a estimular na criança o desejo pela
aprendizagem.
Com isso, percebe-se que a escola deve envolver os pais em diversas actividades, de
modo que eles possam também dar o seu contributo para o desenvolvimento do seu
educando e da escola em geral.
32
Quanto a pergunta no
2 que tinha por objectivo de saber o que os professores fazem
para que os pais ou encarregados dos alunos prestem qualquer informação relacionada
ao desempenho do seu educando. Na tabela abaixo apresentamos a resposta:
Tabela 9:
Entrevistado
s
Resposta
6 - Convocamos os pais nas reuniões de divulgação de resultados
trimestrais e aproveitam obter qualquer informação relacionada ao
desempenho do seu educando.
Fonte: autor do trabalho/2016
Analisando a unânime resposta dos entrevistados, concluímos que a família só tem
acesso da informação relacionada ao desempenho escolar do seu educando nas
reuniões trimestrais, além disso, nada mais. Este facto é constrangedor, visto que a
família é uma das fontes cruciais na vida escolar do aluno. Portanto, a família devia
possuir qualquer informação relacionada com seu educando sempre que necessário, ou
seja quando o aluno demonstrar um fracasso, que é para desde cedo resolver a
dificuldade.
Para RIBEIRO e LOMÔNACO (2002), “através dos encontros com os pais, a escola
sente-se segura quando estabelece um vínculo para adquirir mais informações,
procurando trocar ideias, na busca das soluções dos problemas que se deparam no
quotidiano”.
Quanto a pergunta no
3 que tinha por objectivo de saber o que os professores fazem
para saber os factores dos alunos mais faltosos, obtivemos as seguintes respostas
apresentada na tabela abaixo:
Tabela 10:
Entrevistado
s
Respostas
5 - Procuro saber com os colegas as causas das ausências dos
alunos, de seguida mando chamar os pais e tratamos o assunto
junto;
1
- Chego na casa dos alunos para saber os factores, converso com a
família e adoptamos as possíveis estratégias.
Fonte: autor do trabalho/2016
33
De acordo com esses pronunciamentos dos entrevistados, nos fez perceber que não se
executa um grande trabalho para conhecer os factores dos alunos mais ausentes e é
preocupante, tendo em conta que essa acção de ausência pode culminar com a
desistência e influenciar os outros alunos, visto que há fraca preocupação nesse
âmbito.
Quanto a pergunta no
4 que tinha por objectivo de saber quais são as actividades
escolares que os professores têm envolvido a família dos alunos, além das reuniões e
obtivemos as seguintes respostas apresentada na tabela abaixo:
Tabela 11:
Entrevistado
s
Respostas
5 - Participam na produção escolar (orta) e nas construções das salas
de aulas.
1 - Não participam.
Fonte: autor do trabalho/2016
Diante a estas respostas, analisamos que a família não é submetida activamente nas
actividades que possam incentivar os alunos a interessar-se em realizar as actividades
escolares, como os eventos festivos da escola, ir à escola contar histórias do passado,
ler livros, ensinar uma brincadeira, participar nas palestras, debates de assuntos de
interesse geral, como saúde, drogas e sexualidade.
De acordo com OLIVEIRA (2001),
O envolvimento escola-família, aumenta o empenho e interesse dos pais
em participarem do processo escolar dos filhos como co-responsáveis.
Sobretudo, é necessário que haja uma relação de diálogo, onde as
partes envolvidas possam expressar formas de saída para os problemas
educacionais.
Essa articulação entre família-escola é importante para o desenvolvimento escolar dos
alunos, mas a escola não está proporcionando essa articulação. Talvez esteja faltando
dialogar mais com os pais dos alunos e assim promover uma interacção entre as
instituições, para o crescimento educacional dos mesmos.
Quanto a pergunta no
5 que tinha por objectivo analisar a sensibilidade dos
professores sobre os factores da desistência dos alunos. Na tabela abaixo
apresentamos as respostas:
Tabela 12:
Entrevistado Respostas
34
s
5 - Falta de interesse dos pais, negligencia, levam os alunos na
machamba e casamentos prematuros dos alunos.
1 - Baixo aproveitamento pedagógico, desemprego dos alunos no
futuro
Fonte: autor do trabalho/2016
Com esses pronunciamentos demonstrados pelos professores, analisamos que
nessa escola há famílias que demonstram pouco interesse nas actividades escolares
dos seus educando, facto que faz com que eles próprios submetem-nas noutras
actividades extra escolares.
3.1.4. Apresentação e análise dos resultados da entrevista dirigida ao DAP
Neste item primeiro iremos apresentar numa tabela o nível de desistência dos alunos
na EP do 1º e 2º Grau N’coripo relativo ao ano 2015, de seguida apresentaremos os
resultados da entrevista dirigida ao DAP.
Tabela 13:
Alunos inscritos em 2015: 1550
Total de alunos desistentes 258
Sexo: Masculino 147
Feminino 111
Classes: 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª
40 81 16 38 61 ----- 22
Fonte: DAP/2016
Quanto a pergunta no
1 que tinha por objectivo de saber sobre as actividades que a
escola realiza para promover uma relação participativa com os pais encarregados de
educação ou com a comunidade em geral. Abaixo apresentamos a resposta:
• Realizamos muitos encontros com os pais encarregados de educação e
destacamos sobre todos assuntos que tem a ver com seus educandos.
Quanto a pergunta no
2 que tinha por objectivo de saber sobre as actividade que a
escola realiza para envolver os pais, avós ou tios nas actividades extra escolares, como
35
contar histórias do passado, ler livros, ensinar uma brincadeira. Obtivemos a seguinte
resposta:
• Temos convidado a comunidade em geral a fazer parte de algumas actividades
da escola juntamente com os filhos, principalmente quando se trata da disciplina
de ofício.
Quanto a pergunta no
3 que tinha por objectivo de saber sobre as actividade que a
escola realiza para que os pais encarregados de educação ajudem na organização de
festas da escola entre outros eventos, promover palestras e debates que tenham como
objectivo a formação dos pais, tratando de assuntos de interesse geral, como saúde,
drogas, sexualidade. Obtivemos a seguinte resposta:
• Há fraqueza nesse aspecto, mas fazemos esforço para isso acontecer.
Quanto a pergunta no
4 que tinha por objectivo de saber sobre as actividade que a
escola realiza para evitar o índice de desistência dos alunos. Obtivemos a seguinte
resposta:
• Solicitamos o pai ou encarregado de educação do aluno, procuramos saber as
causas e sensibilizamos o aluno, assim como o pai.
Conforme as respostas que obtivemos a partir das questões, percebemos que nessa
escola são levadas à cabo poucas actividades para envolver a família, o que faz com
que o nível de desistência chegue num estágio alarmante, como ilustra a tabela 13.
Entretanto a família não tem a oportunidade de dotar estratégias de incentivo, de se
actualizar sobre o seu papel na vida escolar do seu educando e acerca da importância
que o acto de estudar possui.
3.2. Validação das hipóteses
Neste item iremos apresentar a confrontação das hipóteses, a partir dos resultados
colectados e chegamos as seguintes confirmações:
A primeira Hipótese (H1) era:
 A família é uma das principais fontes de incentivo para aprendizagem dos
alunos. Esta hipótese foi validada, porque os participantes da pesquisa demonstraram
que a maior parte dos alunos não participam nas actividades escolares de maneira
efectiva e a maioria dos desistentes são influenciados pela família, devido a
36
manifestação de pouco incentivo ou interesse para que o educando participe sempre
nas actividades escolar;
A segunda Hipótese (H2) era:
 A falta de conhecimento da família sobre o seu papel influencia na fraca
estimulação do aluno nas actividades escolares. Esta hipótese foi validada, visto que
os participantes da entrevista (família, professores e membros da direcção)
demonstraram que há pouco intercâmbio entre eles, há fraca participação activa da
família nas actividades escolares e também, a escola não promove muitos eventos
(palestras e debates) envolvendo a família, fazendo com que eles aprendam mais
sobre o seu papel na vida escolar do seu educando, sobre a importância da escola e
como incentiva-lo a ter o interesse pela escola, que não seja apenas a compra de
material escolar.
Conclusão
37
Chegados ao fim deste trabalho que pretendeu analisar sobre os factores que
contribuem na fraca motivação dos alunos na participação colectiva das actividades
escolares, concluímos que são vários, mas o mais peculiar é o fraco envolvimento da
família em todas actividades da escola, cujas essas actividades tenham destaque sobre
temas de interesse geral. Não se pode apenas trabalhar com o corpo, mas também
com a mente, ou seja a participação da família não pode se limitar apenas na
construção da escola e trabalhos de ofícios, mas também em moldar a maneira de
pensar da família, focalizando no futuro da sociedade. Salientar ainda que nesta escola
são realizadas poucas actividades que possam criar uma relação participação da
familiar ou ate mudança de mentalidade, como palestras, teatros, debates e festas.
A relação entre a família e a escola é uma das grandes parcerias para resolução de
diversos problemas ligados ao processo educativo dos alunos, porque é através dela
onde esses dois campos tem a oportunidade de conhecer a realidade da vida escolar
do aluno, suas competências, dificuldades e ajuda-lo se for necessário.
Acredita-se que o ambiente escolar é um local apropriado para o intercâmbio de
experiências entre os professores e os pais encarregados de educação, de modo que
estes últimos sejam também formados para auxiliar a escola no alcance dos seus
objectivos, que um deles é formar um indivíduo com uma sólida preparação científica,
técnica, cultural, física, e uma elevada educação moral cívica e patriótica, que não seria
possível sem esta parceria.
Sugestões
Depois de realizarmos a pesquisa, foi possível notarmos que os agentes dessa escola
fazem um grande esforço para o melhoramento do processo educativo dos alunos, mas
isso não deixa de nos remeter a sugerir em alguns aspectos que merecem ainda uma
grande apreciação, como tais:
38
 Para evitar os índices de desistências dos alunos, a escola de N’coripo deve
traçar novas estratégias, como palestras com os encarregados dos alunos;
 Promover diversas actividades (desporto, danças, teatros, festas escolares) e
outros eventos pertinentes, mas sempre envolvendo a família e para mostrar que
a escola é viva;
 Nas reuniões trimestrais deve se incluir temas de debates, principalmente
aqueles que são os factores da desistência, em forma duma aula, de modo que
os pais aprendam mais e saibam como lidar-se com seus educandos;
 Os professores da escola devem sempre demonstrar preocupação com os
alunos mais faltosos, fazendo visitas nas suas residências e sempre manter o
contacto com a família;
 Deve se comunicar a família dos alunos que não se pode sempre esperar ser
solicitada para prestar qualquer informação sobre o desempenho do seu
educando;
 Deve-se informar sempre a família, que eles são os agentes mais importantes
para que o filho esteja sempre na escola, para tal devem ser ensinados sobre o
seu papel nesse processo, ajudando nas tarefas da escola, observar os
materiais escolares e oferecer-lhe outros materiais escolares do seu interesse.
 A família deve sempre participar na vida escolar, incentivando os seus filhos a
buscar novas fontes de conhecimento, isso, ajudará no crescimento das
competências, sobretudo para o bom desempenho escolar.
39
Anexo
Apêndices
40
Ficha de observação destinada aos alunos da Escola Primária do 1º e 2º Grau de
N’córipo no ambiente familiar, para colectar informações sobre o papel da família
no processo de estimulação do interesse do aluno pela escola
Dados pessoais
Idade:
Classe: Sexo:
1. O aluno vive com:
Pai_____ Mãe ______ Avos______ Irmãos______ Outros________
2. O aluno possui outros materiais ou livros do seu interesse?
Sim______ Não______
3. Nas lições de casa os pais ajudam/supervisionam o seu educando?
Sim______ Não______ Poucas vezes______
4. Os pais ou encarregados de educação observam os materiais escolares quando
aluno regressa da escola?
Sim______ Não______ Poucas vezes______
5. Os pais ou encarregados de educação demonstram preocupação da vida escolar
do aluno?
Sim______ Não______ Poucas vezes______
Guião de entrevista destinada aos pais ou encarregados de educação do aluno, para
colectar informações sobre o papel da família no processo de estimulação do interesse
do aluno pela escola
41
Dados pessoais
Profissão:
Nível de escolaridade:
1. O que tem feito quando é solicitado/a na realização das actividades escolares?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2. O que senhor/a tem feito para seu educando nos tempos livres, na execução de
tarefas de casa vulgos “TPC”?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
3. O que tem feito para que seu filho esteja sempre na escola para evitar a desistência?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
____________________________________________________
4. Que importância a escola tem para o seu filho?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
____________________________________________________
5. O que senhor/a tem feito com os professores sobre o desempenho do seu filho na
escola?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
Guião de entrevista destinada aos professores do aluno, para colectar informações
sobre o papel da família no processo de estimulação do interesse do aluno pela escola
Dados pessoais
Classe que lecciona:
Número de alunos:
1. O que tem feito para que os pais ou encarregados de educação dos alunos
participem activamente nas reuniões e actividades escolares?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
__________________________________________
2. O que tem feito para que os pais ou encarregados dos alunos prestarem qualquer
42
informação relacionada ao desempenho do seu educando?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
____________________________________________________
3. O que tem realizado para saber as causas dos alunos mais faltosos?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
____________________________________________________
4. Quais são as actividades escolares que os pais encarregados de educação dos
alunos participam alem das reuniões?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
___________________________________________________________________
5. Para si, quais são as causas das desistências dos alunos?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Guião de entrevista destinada aos membros da direcção da Escola Primária do 1º e 2º
Grau de N’córipo, para colectar informações sobre o papel da família no processo de
estimulação do interesse do aluno pela escola
Alunos inscritos em 2015:
Total de alunos desistentes
Sexo: Masculino
Feminino
Classes: 1ª ____ 2ª ____3ª ____4ª ____ 5ª ____ 6ª____ 7ª____
1. O que a escola tem feito para promover uma relação participativa com os pais
encarregados de educação ou com a comunidade em geral?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
2. O que a escola tem feito para envolver os pais, avós ou tios nas actividades extra
escolares, como contar histórias do passado, ler livros, ensinar uma brincadeira?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
3. O que a escola tem feito para que os pais encarregados de educação ajudarem na
organização de festas da escola entre outros eventos, promover palestras e debates
que tenham como objectivo a formação dos pais, tratando de assuntos de interesse
geral, como saúde, drogas, sexualidade?
43
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
4. O que a escola tem feito para evitar o índice de desistência dos alunos nessa
escola?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Referencias Bibliográfica
BASTOS, B. J. Gestão democrática da educação: as práticas administrativas
compartilhadas. In: BASTOS, B. J. (org). Gestão democrática. 2 ed. Rio de
Janeiro, DP& A/SEPE, 2001.
CARDOSO, A. R. Escola e pais separados: uma parceria possível. Curitiba: Juruá,
2009. p- 66- 94.
CARVALHO, P. E. M. Escola como extensão da família ou família como extensão da
escola? O dever de casa e as relações família- escola. Brasil, 2004. Disponível
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44
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PATTO, M. H. S. A família pobre e a escola pública: anotações sobre um desencontro.
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  • 1. 1 Manjute David Maulana O Papel da família no processo de estimulação do interesse do aluno pela escola: Caso particular da Escola Primária do 1º E 2º Grau de N’córipo (2014-2015). Curso de Licenciatura em Psicologia Educacional com Habilitação em Educação de Infância Universidade Pedagógica Montepuez 2016
  • 2. 2 Manjute David Maulana O Papel da família no processo de estimulação do interesse do aluno pela escola: Caso particular da Escola Primária do 1º E 2º Grau de N’córipo (2014-2015). Monografia a ser apresentada ao Departamento de Ciências de Educação e Psicologia, para fins de obtenção do grau académico de Licenciatura em Psicologia Educacional com Habilitações em Educação de Infância. Supervisor: dr. Machel Isac Universidade Pedagógica Montepuez 2016
  • 3. 3 Índice Lista de tabelas III Lista de abreviaturas IV Lista de Anexos V Declaração VI Dedicatória VII Agradecimentos VIII Resumo IX Abstract IX Capítulo I: Apresentação dos procedimentos metodológicos da pesquisa Introdução 10 1. Definição do tema 11 1.1. Delimitação do tema 11 1.2. Objectivos 11 1.2.1. Objectivo geral 11 1.2.2. Objectivos Específicos 11 1.3. Objecto de Estudo 11 1.4. Justificativa 12 1.5. Problematização 12 1.6. Formulação das Hipóteses 13 1.7. Metodologia do Trabalho 14 1.8.Técnicas de colecta de dados 14 1.9. Universo da pesquisa 15 1.10. Amostra da Pesquisa 15 Capitulo II: Fundamentação Teórica 2. Estimulação do interesse do aluno 16 2.1. Família 17 2.2. Relação família – escola 18 2.3. Papel dos pais na vida escolar dos alunos21 2.4. Teoria base 25 Capítulo III: Apresentação, Análise e Interpretação dos resultados da pesquisa
  • 4. 4 3. Localização da escola 27 3.1. Apresentação e análise dos resultados 27 3.1.1. Apresentação e análise dos resultados da observação 27 3.1.2. Apresentação e análise dos resultados da entrevista dirigida aos pais encarregados de educação dos alunos 28 3.1.3. Apresentação e análise dos resultados da entrevista dirigida aos professores 31 3.1.4. Apresentação e análise dos resultados da entrevista dirigida ao DAP 35 3.2. Validação das hipóteses 36 Conclusão 38 Sugestões 39 Anexos 40 Apêndices 42 Referência bibliográfica 47
  • 5. 5 Lista de tabelas Tabela 1: Hipóteses e suas variáveis 13 Tabela 2: Observação do aluno no ambiente familiar 27 Tabela 3: Solicitação da família na realização das actividades escolare Tabela 4: Execução de tarefas de casa vulgos “TPC 28 Tabela 5: Actividades para evitar a desistência 29 Tabela 6: Importância da escola para o aluno 30 Tabela 7: Actividades para o desempenho do aluno na escola 30 Tabela 8: Participação activa da família nas reuniões e actividades escolares 31 Tabela 9: Prestação da família de informação sobre o desempenho do seu educando 32 Tabela 10: Causas dos alunos mais faltosos 33 Tabela 11: Actividades escolares realizadas pela família alem das reuniões 33 Tabela 12: Causas das desistências 34 Tabela 13: O nível de desistência na EP do 1º e 2º Grau N’coripo 2015 35
  • 6. 6 Lista de abreviaturas e siglas A (1,2,3,4,5,6,7 e 8) – Aluno; DAP – Director-Adjunto Pedagógico; C – Código; EP – Escola Primaria; No – Número P.V – Poucas vezes; P (1,2,3,4,5) – Pergunta; TPC – Trabalho Para Casa; UP – Universidade Pedagógica. Lista de Anexo e Apêndices Anexo 01 – Credencial 41 Apêndice 01 – Ficha de observação destinada aos alunos 43 Apêndice 02 – Guião de entrevista destinada aos pais ou encarregados 44 Apêndice 03 – Guião de entrevista destinada aos professores 45
  • 7. 7 Apêndice 04 – Guião de entrevista destinada aos membros da direcção 46 Declaração Declaro que esta Monografia Científica é resultado da minha investigação pessoal e das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliográfica final. Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para a obtenção de qualquer grau académico. Montepuez, 12 de Abril de 2016 ______________________________ Manjute David Maulana
  • 8. 8 Dedicatória Dedico este trabalho em primeiro lugar à minha mãe “Mariamo Fadila Mamudo” pela oportunidade de colocar-me num mundo real e proporcionar-me ensinamentos de como ajustar-me nele. Dedico ao meu filho “Euwilte M. David”, meus irmãos “Jefté de Maria Cassimo” e “Victor Luís Bunguel” por serem fontes do meu incentivo e por fim à toda minha família por sempre participarem no meu percurso vital.
  • 9. 9 Agradecimentos O meu enorme agradecimento se endereça à Deus dador das oportunidades e ao meu supervisor “dr. Machel Isac” por aceitar partilhar a sua experiência comigo e estar sempre disponível para satisfazer as minhas dificuldades para a realização deste trabalho. Agradecimentos se endereçam também ao meu pai “Cassimo Omar” e meus colegas do curso de Psicologia Educacional turma 2012, particularmente para Sitima, Somar e Egas pelos concelhos e preocupação demonstrados, mesmo distante. Aos meus amigos Inocêncio, Farzana, Wilson e Chite por me aturarem sempre que precisei. Agradeço de igual forma a UP – Delegação de Montepuez por conceder a bolsa de estudo que foi como minha fonte económica na vida estudantil. E por fim a toda comunidade escolar da EP de N’coripo por aceitarem a participar na pesquisa e me fornecer informações credíveis para a sua realização. Resumo O presente estudo trata sobre o papel da família no processo de estimulação do interesse do aluno pela escola, cuja temática vem sendo discutida actualmente por vários pesquisadores em psicologia escolar, em virtude ao aumento dos problemas relacionados com a família como uma das principais fontes de incentivo para aprendizagem dos alunos. O objectivo deste estudo foi de analisar os factores que
  • 10. 10 contribuem na fraca motivação dos alunos na participação colectiva das actividades escolares na Escola Primaria do 1º e 2º Grau de N’córipo, distrito de Montepuez. Os participantes da pesquisa foram 23, incluindo alunos, família dos alunos, professores e DAP. O procedimento metodológico utilizado foi o levantamento bibliográfico, recolha de dados por meio da observação e entrevista. Com os resultados, a pesquisa revelou que há pouco envolvimento da família nas actividades escolares dos seus educandos, facto que causa falta de conhecimento do seu papel e como incentivar o aluno a se interessar em participar activamente nas actividades escolares. Palavras-chave: família, actividades escolar e incentivo. Abstract This study focuses on the role of family in the stimulation process of student interest in school, whose theme is being currently discussed by many researchers in school psychology, due to the increase in problems related to the family as a major source of incentive for student learning. The aim of this study was to analyze the factors that contribute to the poor motivation of the students in the collective participation of school activities in Primary School 1st and 2nd Grade N'córipo, Montepuez district. The participants were 23, including students, families of students, teachers and DAP. The methodological procedure used was the bibliographical survey, data collection through observation and interview. With the results, the survey revealed that there is little family involvement in school activities of their children, a fact that causes lack of knowledge of their role and how to encourage students to take an interest in actively participating in school activities. Key-words: family, school activities and incentive. Introdução Esta monografia tem como tema “O papel da família no processo de estimulação do interesse do aluno pela escola: Caso particular da Escola Primária do 1º e 2º Grau de N’córipo (2014-2015) ”. Devido a fraca presença dos alunos nas salas de aulas e fraca participação da família nas actividades escolares dos alunos pretendeu-se analisar os factores que contribuem na fraca motivação do aluno a se interessar em participar activamente nas actividades escolares, tendo em conta que é um fenómeno que vem afectando diversos alunos da comunidade de N’córipo nos últimos anos. Este trabalho permite estimular e fortalecer a relação participativa e democrática entre comunidade e a escola, e também ajudar a família dos alunos a traçar novas estratégias
  • 11. 11 motivacionais e metodologias de acção de modo a incentivar o aluno nas actividades escolares. Este trabalho esta apresentado em capítulos, cujos distribuídos em três (3), especificamente:  Capitulo I: Aborda assuntos relacionados com o projecto da pesquisa, envolvendo também a metodologia usada para a execução da pesquisa;  Capitulo II: Destaca aspectos relacionados com a fundamentação teórica pautada para o sustento da pesquisa;  Capitulo III: Focaliza a apresentação, interpretação e Analise dos resultados colhidos no campo.
  • 12. 12 Capítulo I: Apresentação dos procedimentos metodológicos da pesquisa Neste capítulo, estão abordados todos os aspectos metodológicos que sustentaram a realização desta monografia científica. 1. Definição do tema Esta pesquisa tem como tema:  O papel da família no processo de estimulação do interesse do aluno pela escola. 1.1. Delimitação do tema  O papel da família e pais encarregados de educação na estimulação do interesse do aluno pela escola, no período de 2015 a 2016 no bairro de N’córipo, utilizando entrevistas com as famílias. 1.2. Objectivos 1.2.1. Objectivo geral  Analisar os factores que contribuem na fraca motivação dos alunos na participação colectiva das actividades escolares. 1.2.2. Objectivos Específicos  Identificar os factores que intervêm na fraca motivação dos alunos na participação das actividades escolares;  Explicar o papel da família no processo de estimulação do aluno nas actividades escolares;  Propor possíveis estratégias para evitar a desistência dos alunos na Escola do 1º e 2º Grau de N’córipo. 1.3. Objecto de Estudo
  • 13. 13  O processo de estimulação do interesse do aluno pela escola. 1.4. Justificativa No decorrer das Práticas Psicológicas I e II na Escola do 1º e 2º Grau de N’córipo, o autor observou a fraca presença dos alunos nas salas de aulas e fraca participação dos alunos nas actividades escolares, o que leva a desistência destes. Desta feita, inicia o interesse de querer perceber o porquê da falta de interesse dos alunos pela escola nesta comunidade. O autor acredita que o tema é relevante, pois, minimizando esta situação da “desistência dos alunos” estará assim a contribuir na luta contra o analfabetismo e melhoria do aproveitamento pedagógico, pois, para isso, é imprescindível que elas possuam uma formação académica saudável e adequada, de modo que manifestem uma boa personalidade na sociedade na qual onde estão inseridos. A outra pertinência é pelo facto de que, de uma forma geral, irá estimular e fortalecer a relação participativa e democrática entre escola e a comunidade, e também irá ajudar a família dos alunos a traçarem novas estratégias motivacionais e metodologias de acção de modo a estimular o aluno nas actividades escolares. E promoção das actividades escolares no aluno, é evitar sérios problemas sociais tais como, a prática de actos ilícitos como a violência, a criminalidade entre outros, que de alguma forma tem como impacto a falta da educação escolar. 1.5. Problematização Observa-se no Bairro de N’córipo da Cidade de Montepuez várias crianças a apresentarem sérios problemas de comportamento, agressividade devido a sua fraca motivação na realização das actividades escolares, e como consequência registam-se abandonos escolares, outras crianças são expostas a trocar escola por actividades extra-escolar. Todavia, o que se têm verificado, no que diz respeito a estimulação do interesse do aluno pela escola, é que a família deixa essa acção exclusivamente ao cargo dos professores, não se interessando pela infrequência ou pela frequência do filho na escola, pelo desempenho ou pelo empenho, nem com as dificuldades que este enfrente na escola. Diante a estas situações surge a questão:
  • 14. 14  Qual é o papel que desempenha a família no processo de estimulação do aluno nas actividades escolares na Escola Primária do 1º e 2º Grau de N’córipo? 1.6. Formulação das Hipóteses  A família é uma das principais fontes de incentivo para aprendizagem dos alunos;  A falta de conhecimento da família sobre o seu papel influencia na fraca estimulação do aluno nas actividades escolares. Tabela 1: Hipótese e Variáveis Hipótese Variáveis Variável Independente Variável Dependente Indicadores H1 H2 Aprendizagem dos alunos A família como a principal fonte de incentivo Pouca participação da família na vida escolar do aluno e nas actividades escolares; Falta de incentivos da família para manter o aluno na escola. A falta de conhecimento da família sobre o seu papel Fraca estimulação nas actividades escolares Pouco envolvimento dos pais nas actividades escolares; Negligência da família e fraca relação entre escola e comunidade. Fonte: Autor/2015.
  • 15. 15 1.7. Metodologia do Trabalho Quanto a natureza  Pesquisa aplicada: pois, o trabalho objectivou gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problema específico, envolvendo verdades e interesses locais. Quanto aos objectivos  Pesquisa explicativa: optou-se por este objectivo, visto que a preocupação central foi de identificar e explicar os factores que determinam ou que contribuem para a ocorrência do desinteresse dos pais encarregados de educação no interesse do aluno pela escola. Quanto aos procedimentos técnicos  Pesquisa de campo: com este procedimento foi possível observar os factos tal como ocorrem espontaneamente, pois, o foco foi de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca do desinteresse da família na estimulação do interesse do aluno pela escola.  Pesquisa bibliográfica: com este procedimento foi possível trazer um referencial teórico ou fazer levantamento bibliográfico de autores que ostentam sobre o tema em questão para saber-se quais são as opiniões reinantes sobre o assunto. Quanto a forma de abordagem do problema  Pesquisa qualitativa: optou-se por essa abordagem porque nesta pesquisa não se usou elementos estatísticos mas sim inseriu-se no âmbito social, onde o ambiente natural foi a fonte directa para colecta de dados. 1.8.Técnicas de colecta de dados Para a colecta de dados usaram-se as seguintes técnicas:
  • 16. 16  Observação sistemática: com essa técnica foi possível observar o aluno no seu ambiente familiar, no que diz respeito ao papel da família na valorização da educação formal (escolarização) do aluno;  Entrevista semi-estruturada: com essa técnica foi possível ter um diálogo face a face com professores, membros da direcção da escola e pais encarregados de educação sobre o papel da família na participação ds actividades escolares dos alunos. 1.9. Universo da pesquisa O universo da pesquisa abrangeu a comunidade escolar do bairro de N’córipo. 1.10. Amostra da Pesquisa Nesta pesquisa trabalhou-se com a seguinte amostra:  (23) Vinte e três elementos, dos quais (6) seis professores, sendo (1) um que lecciona a 2ª classe, (3) três que leccionam 5a classe e (2) dois que leccionam 7ª classe; (1) um membro da direcção da escola. Também foram abrangidos (8) oito alunos dos quais, (2) dois da 2ª classe e (3) três da 5ª e 7ª classe com idade compreendida entre 7 a 15 anos de idade e seus respectivos pais encarregados de educação (8) oito. Capitulo II: Fundamentação Teórica Neste capítulo, apresentamos os aspectos teóricos sobre o papel da família no processo de estimulação do interesse do aluno pela escola. 2. Estimulação do interesse do aluno
  • 17. 17 Fundamentado por NEVES & ALMEIDA (2003:92), “de acordo com a literatura na área da Psicologia Educacional, os problemas escolares foram pensados, por muito tempo, e muitos desses centrados no aluno”. No entanto há estudos que buscam explicar o processo de desenvolvimento da escola e, especificamente, a questão da motivação e estimulação para manter o interesse dos alunos pela mesma. Para compreendermos melhor a questão de estimulação do interesse do aluno pela escola, é necessários que, primeiro façamos a distinção do conceito “estimulação” da “motivação”.  Motivação Na óptica de PILLETI (2004:233), Motivação em sentido didáctico, consiste em oferecer ao aluno estímulos e incentivos para tornar a aprendizagem eficaz. Para MESQUITA & DUARTE (1996:145) a motivação é um “conjunto de processos psicológicos e fisiológicos que levam um indivíduo a agir, isto é, a desencadear uma acção, a orientá-lo em função de certos objectivos”.  Estimulação Estímulo é considerado como qualquer forma de energia externa ou interna ao organismo, capaz de excitar um receptor sensorial susceptível de provocar uma reacção específica no organismo (Id., ibid:89) O processo de estimulação, olha-se como sendo uma modificação de alguma parte do ambiente que é perceptível por um indivíduo. Os estímulos são considerados como as causas directas do comportamento. Essas modificações ambientais, ou estímulos, liberam uma quantidade de energia que leva a uma resposta por parte do indivíduo. A partir destas definições destaca-se a motivação como sendo algo interno, e a estimulação como externo ao indivíduo, que desperta seu interesse e sua vontade de realizar uma determinada acção.
  • 18. 18 A diferenciação destas definições é importante quando se pretende compreender o papel da família no processo de estimulação do interesse do aluno pela escola, pois justifica a opção pelo termo estimulação, na medida em que ele é algo externo que, por diferentes recursos, pode favorecer o interesse dele pela escola. 2.1. Família O termo família surge do latim famulos, que significa “escravo do homem”. Este termo foi criado na Antiga Roma para designar um novo grupo social que surgiu entre as tribos latinas, ao serem introduzidas a agricultura e a escravatura. Actualmente o termo família e conceituado como pessoas da mesma árvore genealógica possuindo o mesmo vínculo sanguíneo. De acordo com PEREIRA (2008:43): A Família é considerada a instituição social básica a partir da qual todas as outras se desenvolvem, a mais antiga e com um carácter universal, pois aparece em todas as sociedades, embora as formas de vida familiar variem de sociedade para sociedade. A Organização das Nações Unidas (ONU) em 1984, refere a Família como o elemento de base da sociedade e o meio natural para o crescimento e o bem-estar de todos os seus membros. Para Félix citado por Ibidem (2008:45): A Família é, o primeiro e o mais marcante espaço de realização, desenvolvimento e consolidação da personalidade humana, onde o indivíduo se afirma como pessoa, o habitat natural de convivência solidária e desinteressada entre diferentes gerações, o veículo mais estável de transmissão e aprofundamento de princípios éticos, sociais, espirituais, cívicos e educacionais, o elo de ligação entre a consistência da tradição e as exigências da modernidade. No entanto o termo família para os moçambicanos possui um significado importante, devido a etnia que aqui se manifesta, sendo um conjunto de pessoas que partilham o mesmo espaço social, vínculo sanguíneo e que demonstram boas relações de afectividades. Conforme a definição apresentada por relvas e Alarcão (1989) citado por PICANÇO, 2012:13), a família é “um sistema social natural e, por isso, aberto e autor regulado;
  • 19. 19 sendo um conjunto de pessoas, unidas por laços sanguíneos e/ou afectivos, em interacção contínua”. No entanto, não importa qual seja o tipo de constituição familiar existente, entretanto na maioria das vezes são os laços de consanguinidade que se levam em conta, mas o que mais importa é que haja afectos, interesses, valores comuns de todos que compõem a família e que promovam um ambiente familiar favorável para o aluno “A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à protecção desta e do Estado” (Declaração Universal dos Direitos do Homem, citado por PICANÇO, 2012). 2.2. Relação família – escola Partindo do principio de que a escola é a educação secundaria da criança, seria quase impossível que o processo de ensino tenha um avanço significante sem o auxílio da família, visto que ela a primeira componente para a socialização da criança. Para Diogo (1998) citado por PICANÇO, 2012) A família, espaço educativo por excelência, é vulgarmente considerada o núcleo central do desenvolvimento moral, cognitivo e afectivo, no qual se “criam” e “educam” as crianças, ao proporcionar os contextos educativos indispensáveis para cimentar a tarefa de construção de uma existência própria. Lugar em que as pessoas se encontram e convivem, a família é também o espaço histórico e simbólico do qual se desenvolve a divisão do trabalho, dos espaços, das competências, dos valores, dos destinos pessoais de homens e mulheres. A família revela-se, portanto, um espaço privilegiado de construção social da realidade em que, através das relações entre os seus membros, os factos do quotidiano individual recebem o seu significado. Neste sentido, sendo a família o cunho crucial para a educação e desenvolvimento integral da criança, a sua relação com a escola é um dos mais importantes factores para a melhoria da aprendizagem do seu educando. Esta parceria deve estar vinculada na participação activa da família na vida escolar do aluno, ajudando-os a ter sucesso na vida escolar e colaborar para diminuir os índices de evasão. De acordo com DEWEY (2002:23),
  • 20. 20 A sociedade é um conjunto de pessoas unidas por estarem a trabalhar de acordo com linhas comuns, animadas num espírito comum e com referencia a objectivos comuns. As necessidades e objectivos comuns exigem um intercâmbio de ideias e uma crescente unidade de sentimentos solidários No entanto, a escola deve manter a relação participativa e democrática com a comunidade, onde não exista uma relação de subordinação de nenhuma espécie entre educadores familiares e educadores escolares. E para tal ligação, a escola tem que promover mais reuniões, palestras e encontros com os pais encarregados de educação ou com a comunidade em geral, isto é, chamar pais, avós ou tios para ir à escola contar histórias do passado, ler livros, ensinar uma brincadeira ou fazer um pequeno lanche, chamar os pais não só para comparecer mas também para ajudar na organização de festas da escola entre outros eventos. No entanto, as palestras e debates que tenham como objectivo a formação dos pais, tratando de assuntos de interesse geral, como saúde, drogas, sexualidade entre outros. De salientar que a família não pode deixar a iniciativa de promover palestras, reuniões ou encontros a cargo da escola, ela também deve ter a iniciativa de promover. Por exemplo, se o filho estiver com problemas ou apresentar um baixo desempenho, não espere ser chamado: vá à escola para saber o que está acontecendo. Estudos recentes mostram que em vários países, nas últimas décadas, que se os pais se envolverem na educação dos filhos, eles por ora, obtêm melhor aproveitamento escolar. De muitas variáveis que se estudaram, o envolvimento dos pais no processo educativo foi a que obteve maior impacto, estado este impacto presente em todos os grupos sociais e culturais (Marques, 2001 citado por PICANÇO, 2012:14). Neste sentido, a colaboração mais simples deve iniciar primeiro pela comunicação entre professor e pais do aluno. A necessidade de se construir uma relação entre escola e família, deve ser para planear, estabelecer compromissos e acordos mínimos para que o educando/filho tenha uma educação com qualidade tanto em casa quanto na escola. A Relação entre a Escola e a Família tem vindo a ser alvo de todo um conjunto de atenções: através de notícias nos meios de comunicação, de discursos de políticos, da divulgação de projectos de investigação e de nova legislação (PEREIRA, 2008).
  • 21. 21 A parceria entre família e escola é fundamental para o crescimento do indivíduo, pois essas duas instituições são responsáveis por preparar o indivíduo para actuar na sociedade. De acordo com ROCHA e MACEDO (2002), O envolvimento dos pais nas escolas gera efeitos positivos nos pais e nos professores, nas escolas e na sociedade. Os pais que contribuem frequentemente com a escola permanecem mais motivados para se submergirem nos processos actualização profissionais e assim, aperfeiçoam a sua auto-estima como pais. A família exerce o principal papel na modificação da conduta dos filhos no meio social. É nela que a criança adquire conhecimentos para se adaptar em diferentes meios, independentemente da cultura e das regras impostas, pois a família é responsável por educar os indivíduos para viver em sociedade. Segundo GUZZO e TIZZEI (2007:42), a família representa um ambiente extremamente importante para o desenvolvimento da criança, porque “é o primeiro sistema em que o ser humano se insere na sociedade, por meio do qual começa a estabelecer seu vínculo com o mundo”. Conforme RUBINSTEIN (2003), A aprendizagem proporcionada pela escola não compreende apenas o conhecimento social, mas também valores e ideais. A escola é o lugar onde ocorre a continuidade dos princípios familiares. Assim, a escola permanece encarregada de receber e orientar o aluno em complementação à educação da família, para que possa se acomodar no meio, da melhor forma possível. De acordo com CARDOSO (2009), o papel da escola encontra-se alicerçado nas “questões relacionais, sociais, nas capacidades cognitivas, na habilidade de lidar com o novo. Por isso, compete à escola tornar o indivíduo um cidadão capaz de exercer a sua cidadania, bem como reconhecer seus direitos e deveres”. Sendo assim, família e escola devem educar como equipe para propiciar ao sujeito em desenvolvimento maior segurança para enfrentar as dificuldades que são impostas pela
  • 22. 22 sociedade. Desta maneira, entende-se que tanto o acompanhamento familiar interfere no desempenho da criança no contexto escolar e vice-versa. 2.3. Papel dos pais na vida escolar dos alunos Uma das receitas para a estimulação e manutenção do interesse do aluno pela escola é a participação e o interesse da família pela vida escolar do aluno. Quando a família valoriza os estudos estimula o interesse e a vontade na criança em aprender. Brandão citado por PEREIRA, (2008:71), define envolvimento da família na escola como sendo, “Um leque de interacções entre a Escola e a Família desde a simples participação dos encarregados de educação em reuniões mais ou menos formais, até à execução de tarefas específicas na escola, em colaboração com os professores”. A participação dos pais não se reveste apenas na comunicação e o trabalho voluntários dos pais com a escola, mas também apoio educativo da criança em casa, nos tempos livres, na execução de tarefas de casa vulgos “TPC”, com vista os pais possam perceber as dificuldades dos seus filhos e dar o apoio que necessitam para o crescimento escolar. De acordo com PICANÇO (2012:), A importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos tem apresentado um papel importante no desempenho escolar. O diálogo entre a família e a escola, tende a colaborar para um equilíbrio no desempenho escolar. O envolvimento dos pais com a escola deve favorecer a reflexão de diferentes aspectos pedagógicos e psicológicos dos seus filhos, com vista a melhorar, de modo efectivo, o seu desempenho escolar. O interesse dos pais no que seus filhos produziram, aprenderam, faz com que eles sintam-se valorizados em relação ao que fizeram, estimulando desta feita o interesse do aluno pela escola (CECCON & OLIVEIRA, 1997). Os pais devem envolver-se na educação dos filhos também na escola. Foi-se o tempo em que os pais abandonavam filhos na escola dizendo que a partir daí a escola era responsável pela educação deles. Para que a educação dos filhos seja eficaz a
  • 23. 23 preocupação deve partir dos pais e terminar pelos professores. Tendo em conta que a influência que os filhos sofrem junto aos meios de comunicação, junto aos amigos e junto a escola leva-nos a família é uma componente preponderante na formação de cada filho. Ao longo do tempo, a relação escola-família foi sofrendo algumas transformações, evoluindo de uma relação assimétrica, onde era atribuído um maior poder à escola e um papel mais passivo aos pais, para uma relação mais simétrica, de maior proximidade e onde a colaboração estreita entre família e escola é desejável (Diogo, 1998:20 citado por PICANÇO, 2012). Ainda na mesma linha do autor supra citado sustenta, “a família desempenha, consequentemente um papel importante na adaptação da criança a esses novos environnements”. No entanto, algumas famílias possuem pouca capacidade para o fazerem sozinhas, sendo essencial a cooperação com os professores. As escolas deverão, assim trabalhar no sentido de criar um maior relacionamento recíproco, tendo em conta a produção de melhores contextos de aprendizagens para os alunos. Sendo assim, é papel dos pais na vida escolar do aluno:  Falar sempre bem da escola para criar nele uma expectativa positiva em relação aos estudos;  Na volta, procurar saber como foi o dia dele, o que aprendeu e como se relacionou com todos;  Conhecer o professor e conversar com ele sobre a criança e o trabalho dela na escola;  Criar o hábito de observar os materiais escolares;  Ajuda-lo nas lições de casa, mas sem concluir as respostas;  Ter livros em casa, principalmente do interesse do aluno;  Reservar um lugar tranquilo para os estudos. No entanto, e de acordo com outros autores Bloom, (1982) e Colgan (1997), citados por PEREIRA, (2008:27), surge a ideia de que, O ambiente familiar pode ser favorável ou desfavorável ao desenvolvimento da capacidade geral para aprender. Ou seja, para que um ambiente familiar fosse favorável à aprendizagem, o que era importante era o tipo de actividades e atitudes dos pais, e não o seu estatuto socioeconómico ou os seus conhecimentos, ou seja, aquilo que
  • 24. 24 os pais faziam com os seus filhos e não necessariamente aquilo que eram ou sabiam. A participação de pais na vida escolar dos filhos é reconhecida por muitos professores como um factor importante para o rendimento do aluno em sala de aula, influenciando, portanto no desempenho das actividades educativas. Para BASTOS (2001:66), a escola apresenta a preocupação de levar o conhecimento científico ao aluno, dando continuidade e complementando a educação familiar. Para isto, preocupa-se como conseguir a adesão da família nas actividades escolares. De acordo com PATTO (2006), muitas atitudes tomadas dentro da instituição escolar, podem influenciar e aprofundar as dificuldades vividas por uma criança. Entretanto, muitas crianças apresentam algumas dificuldades que somente a escola, poderia observar e informar aos pais. Sustenta o mesmo autor que, “na educação deve haver conhecimento, disponibilidade, e empenho por parte da família em saber o que está acontecendo dentro da escola, reconhecendo e estimulando a aprendizagem da criança” (Id., Ibid.). Com isso, estará colaborando para o desenvolvimento da mesma. Contudo, sabe-se que muitas famílias não participam efectivamente do quotidiano escolar dos filhos e, consequentemente, influenciam negativamente no desenvolvimento do aluno em sala de aula. Os educadores buscam estratégias para que os pais se envolvam mais no processo de aprendizagem através de reuniões, que são utilizadas para relatar o que acontece na escola e com o aluno e/ ou promovem actividades de integração entre pais e filhos. Apesar dos esforços, nem sempre os pais comparecem nestes eventos, frustrando as expectativas da escola. Para que os pais participem do quotidiano escolar dos filhos é necessário que a escola tome a iniciativa de convidá-los, visto que muitos pais não têm o conhecimento de como é o processo de aprendizagem ou mesmo, como podem auxiliar nas dificuldades encontradas na instituição.
  • 25. 25 Por isso, uma das formas mais utilizadas pelas escolas para que os pais participem do aprendizado dos filhos, é o dever de casa, que é uma forma para que possam perceber as dificuldades e o rendimento do filho. Para CARVALHO (2004), Planejado como parte complementar do processo ensino-aprendizagem, o dever de casa não somente acfeta o trabalho do docente, mas a vida dos estudantes fora da escola e sua rotina familiar, uma vez que a conexão entre as actividades de sala de aula e de casa promovem a aproximação familiar, em apoio as actividades escolares. Portanto, como fundamental componente da interacção família–escola, o dever de casa ocorre através de uma política simples, ampliada por famílias e escolas, a uma política formal que profere os esforços educativos destas instituições. O mesmo autor coloca que “o sucesso escolar depende em grande parte, do apoio directo e sistemático da família, que investe nos filhos, compensando tanto dificuldades individuais quanto deficiências escolares”. (CARVALHO, 2000:144). Como podemos perceber, o desempenho das crianças na escola depende, em grande parte, mas não exclusivamente, da participação e colaboração dos pais. Portanto as escolas devem buscar formas de parcerias com as famílias de seus alunos, para que juntos possam desenvolver uma educação proveitosa e de qualidade. Para RIBEIRO e LOMÔNACO (2002), “uma das formas mais eficazes de ganhar a confiança dos pais, é abordar assuntos relacionados à vida escolar de seus filhos, escutar e debater propostas que visem esclarecer assuntos conflituosos para ambas as partes”. Portanto, a parceria entre as duas instituições que são responsáveis pela educação e integração das crianças na sociedade, deve ser extremamente colaborativa, para que juntas, possam desenvolver estratégias para uma educação de qualidade. 2.4. Teoria de base Este estudo assenta suas abordagens com base na teoria behaviorista de aprendizagem, cuja esta privilegia o fundamento de uma série de comportamentos emocionais que se instalam mediante associações entre estímulos e respostas.
  • 26. 26 De acordo com essa teoria, os indivíduos aprendem através das consequências de suas acções. Eles tendem a repetir o comportamento satisfatório e a evitar aqueles que não trazem satisfação para eles. Este é o pronunciamento explicativo do condicionamento operante. Conforme COUTINHO (2001) citado por SOBRAL (2010:46), Os operantes, séries de actos ou acções, pelas consequências que geram, são fortalecidos ou enfraquecidos de modo a aumentar ou diminuir a probabilidade de sua ocorrência. As consequências que fortaleceram o comportamento são chamadas reforço. Assim, o reforço, na teoria behaviorista, refere-se a qualquer evento ou estímulo que aumenta a força de algum comportamento operante. A aprendizagem, na teoria behaviorista, surge na presença de um reforço positivo (recompensa), em oposição ao negativo (castigo), e a recompensa seria a fonte da motivação. Deste modo, o aluno teria o hábito, se condicionaria a estudar para obter uma nota positiva ou alta e não pelo prazer de adquirir novos conhecimentos. Não há, nesse caso, nenhum tipo de gosto pela aprendizagem, conforme explicita PILETTI (2006:65) citado por SOBRAL (2010:46), [...] aprender para conseguir um prémio é uma forma de aprendizagem que não permanece, [...] esquece-se muito mais depressa quando, se estuda apenas para obter uma nota na prova, do que quando se estuda porque se gosta da matéria. Nesse pensar, para que o aluno se motive a aprender, é preciso que a família crie um ambiente de tal maneira que desperte o interesse, desejo e a necessidade do aluno para atingir os objectivos traçados, envolvendo-se nas suas actividades escolares. COUTINHO (2001) citado por SOBRAL (2010:48), descreve algumas implicações da teoria behaviorista que geraram alguns pressupostos para a motivação da aprendizagem escolar:  O ambiente é factor primordial na aprendizagem e no desenvolvimento humano;  O comportamento humano é mensurável; logo, é possível medir e avaliar fenómenos comportamentais;  A aprendizagem decorre da relação estímulo-resposta e das consequências de acções praticadas, tendo como objectivo a aquisição de novos comportamentos ou a modificação dos já existentes;  O ensino resulta do arranjo e planeamento de reforços através dos quais o aluno é levado a adquirir ou modificar um comportamento. Nesta perspectiva, ganham sentido os elogios, as notas, os prémios, entre outros que são reforçadores.
  • 27. 27 Estímulos que, por sua vez, se tornam associados à outra classe de reforçadores mais remotos e generalizados, tais como: diplomas, vantagens da futura profissão, possibilidade de ascensão social e económica, aquisição de prestígio. Capítulo III: Apresentação, Análise e Interpretação dos resultados da pesquisa 3. Localização da escola A escola localiza-se no bairro de N’córipo à 200m da Universidade Pedagógica – Delegação de Montepuez, província de Cabo Delgado. 3.1. Apresentação e análise dos resultados Neste item iremos apresentar os resultados obtidos no campo por meio de observação sistemática dirigidas aos alunos no seu ambiente familiar e entrevista semi-estruturada dirigida aos pais encarregados de educação, professores e DAP da escola. Antes porém, salientar que os resultados serão apresentados através dos aspectos observados no ambiente familiar dos alunos (apêndice 1) e as respostas das questões que fizeram parte da entrevista. E pretendemos seguir uma sequência crescente, tendo em conta que foram elaboradas cinco (5) perguntas para os pais encarregados de educação (apêndice 2), cinco (5) para os professores (apêndice 3) e quatro (4) para o DAP (apêndice 4) e todas foram-nos satisfeitas. 3.1.1. Apresentação e análise dos resultados da observação Tabela 2: observação do aluno no ambiente familiar C Aspectos observados Alunos Resultados P1 P2 P3 P4 P5 P1 Com quem vive o aluno A1 Tios Sim P.V P.V Sim P2 Possui livros de seu interesse A2 Avos Sim P.V Não P.V P3 Os pais ajudam nas lições de casa A3 Pais Sim Sim Sim Sim A4 Mãe Não Não P.V Sim
  • 28. 28 P4 Os pais observam os materiais escolares do aluno A5 Pais Sim Sim Sim Sim A6 Mãe Não Não P.V Sim P5 Os pais demonstram preocupação no aluno A7 Pais Não P.V Não P.V A8 Avos Não P.V P.V Sim Fonte: autor do trabalho/2016 Dos alunos envolvidos na pesquisa foi possível observar que na sua maioria vivem com seus pais, alguns deles são lhes incentivados por livros do seu interesse, apesar da pouca disponibilidade dos pais, tem ajudado os seus educandos a realizam as tarefas de casa e por conseguinte, demonstram preocupação na vida escolar dos alunos. Entretanto, há necessidade de se aumentar os esforços para que essas actividades sejam realizadas sempre, porque vai incentivar o aluno a interessar-se em participar nas actividades escolares. 3.1.2. Apresentação e análise dos resultados da entrevista dirigida aos pais encarregados de educação dos alunos De acordo com a pergunta no 1 que tinha por objectivo saber o que os pais encarregados de educação dos alunos tem feito quando são solicitados na realização das actividades escolares. Apresentamos na tabela abaixo as seguintes respostas: Tabela 3: Entrevistado s Respostas 7 - Apenas participo nas reuniões de divulgação dos resultados dos alunos e ouvimos o que eles dizem e cumprimos. 1 - Tenho dado proposta para melhorar o aproveitamento pedagógico. Fonte: autor do trabalho/2016 Em consonância das respostas dadas pelas famílias na pergunta no 1, nos remete a pensar que a família dos alunos apenas participa nas reuniões de divulgação de resultados trimestrais e não nas outras actividades escolares. De acordo com a pergunta no 2 que tinha por objectivo de saber se a família tem participado na execução de tarefas de casa, vulgos “TPC”. Apresentamos na tabela abaixo as seguintes respostas: Tabela 4: Entrevistado s Respostas
  • 29. 29 5 Não ajudo, por falta de tempo. 3 - Ajudo-o nessas actividades as vezes quando tenho tempo Fonte: autor do trabalho/2016 No que tange na questão acima e nessas respostas dadas pela família, concluímos que a um pouco apoio e interesse por parte da família nas actividades escolares do aluno enquanto estiver em casa, facto que faz com que ele também se interesse pouco na realização dessas actividades. Conforme CARVALHO (2004), O dever de casa é um aprendizado que integra as relações família- escola, é um trabalho dividido entre as instituições. Pode ser visto como uma necessidade educativa, reconhecida por essas instituições, como uma tarefa apropriada para os alunos em casa. Entretanto, percebe-se que o fraco apoio por parte dos pais nas tarefas de casa, é devido a pouca disponibilidade que eles possuem a tarefa de casa fica por conta do próprio aluno, mas o dever de casa é uma estratégia utilizada nas escolas para integrar os pais da vida escolar dos filhos. Quanto a pergunta no 3 que tinha por finalidade saber o que a família faz para que seu filho esteja sempre na escola para evitar a desistência. Apresentamos na tabela abaixo as seguintes respostas: Tabela 5: Entrevistado s Respostas 7 - Compro-lhe todo material escolar e digo-lhe para sempre ir a escola. 1 - Não tenho feito nada, por causa das condições financeiras. Fonte: autor do trabalho/2016 Fazendo uma análise das respostas obtidas na questão acima apresentada, nos remete a pensar que a família dos alunos demonstram pouco incentivo para que o aluno esteja sempre interessado em ir a escola. Quanto à pergunta no 4, cujo objectivo era saber a sensibilidade da família sobre a importância da escola para o seu educando. Apresentamos na tabela abaixo as seguintes respostas:
  • 30. 30 Tabela 6: Entrevistado s Respostas 5 - A escola para ele é muito importante, vai permitir que seja alguém no futuro, tenha emprego. 3 - A escola para a minha educanda é para mudar de ser, pensar e agir e melhorar a sua vida. Fonte: autor do trabalho/2016 Analisando as respostas dadas pelos entrevistados, nos faz concluir que a maioria da família sabe sobre a importância que a escola desempenha na vida dos seus educandos, apesar de cada um possuir objectivos próprios, mas eles esforçam-se pouco para o alcance desses objectivos. Em relação à questão no 5, que tinha por objectivo de conhecermos sobre a preocupação da família na vida escolar do aluno, acerca do seu desempenho escolar e se entram em contacto com os professores. Apresentamos na tabela abaixo as seguintes respostas: Tabela 7: Entrevistado s Respostas 7 - Não faço nada e não entro em contacto com os professores. 1 - Chego até aos professores e mantenho uma conversa. Fonte: autor do trabalho/2016 Fazendo uma análise entorno da questão exposta acima e a resposta dada pelos entrevistado, faz-nos concluir que a maioria dos pais ficam com braços cruzados, esperando os professores que lhes comunique sempre e lhes dar informações sobre o desempenho do seu filho ao invés de ir atrás dessas informações. Essa atitude faz com que o fracasso do aluno seja ainda linear ou pior, porque não se estabelece nenhuma preocupação nesse aspecto e nem no momento das reuniões eles expõem esses assuntos. De acordo com OLIVEIRA (2001), As reuniões são momentos onde os pais podem expor como compreendem o desenvolvimento dos filhos, e apresentar suas insatisfações. Contudo, é preciso reflectir sobre as diversas formas de
  • 31. 31 convidar os pais a participarem do processo educacional das crianças. E procurarem juntas soluções existentes para os problemas encontrados. Percebe-se que os pais demonstram pouca preocupação com o desempenho escolar dos filhos, por isso há pouco contacto com os professores, para se informar sobre o processo de escolarização. Assim como OLIVEIRA (2001) nos diz a escola deve “procurar convidar os pais de uma forma mais atractiva a participarem das reuniões, e mostrar que o espaço aberto a eles é para expor suas dúvidas e insatisfações referentes ao desempenho da escola e também como está o comportamento dos seus filhos”. 3.1.3. Apresentação e análise dos resultados da entrevista dirigida aos professores dos alunos Quanto a pergunta no 1 que tinha por objectivo de saber o que os professores fazem para que os pais ou encarregados de educação dos alunos participem activamente nas actividades escolares como o as reuniões e, obtivemos a seguinte resposta, conforme visualiza a tabela abaixo: Tabela 8: Entrevistado s Resposta 6 - Convocamos sempre os pais por forma de bilhetinho para reuniões e tratamos assuntos relacionados com seus educandos Fonte: autor do trabalho/2016 De posse das respostas expostas da pergunta no 1, podemos inferir que todos professores marcam reuniões com a família do aluno e não são individuais, mas sim colectivas e analisamos que é apenas esta actividade que a família participa a nível escolar. Conforme CARDOSO (2009), Os pais devem desempenhar uma posição de supervisores da proposta pedagógica, e colaborar com acções que promovam a parceria família- escola. Para a escola é importante o apoio da família, pois os pais cooperativos ajudarão a estimular na criança o desejo pela aprendizagem. Com isso, percebe-se que a escola deve envolver os pais em diversas actividades, de modo que eles possam também dar o seu contributo para o desenvolvimento do seu educando e da escola em geral.
  • 32. 32 Quanto a pergunta no 2 que tinha por objectivo de saber o que os professores fazem para que os pais ou encarregados dos alunos prestem qualquer informação relacionada ao desempenho do seu educando. Na tabela abaixo apresentamos a resposta: Tabela 9: Entrevistado s Resposta 6 - Convocamos os pais nas reuniões de divulgação de resultados trimestrais e aproveitam obter qualquer informação relacionada ao desempenho do seu educando. Fonte: autor do trabalho/2016 Analisando a unânime resposta dos entrevistados, concluímos que a família só tem acesso da informação relacionada ao desempenho escolar do seu educando nas reuniões trimestrais, além disso, nada mais. Este facto é constrangedor, visto que a família é uma das fontes cruciais na vida escolar do aluno. Portanto, a família devia possuir qualquer informação relacionada com seu educando sempre que necessário, ou seja quando o aluno demonstrar um fracasso, que é para desde cedo resolver a dificuldade. Para RIBEIRO e LOMÔNACO (2002), “através dos encontros com os pais, a escola sente-se segura quando estabelece um vínculo para adquirir mais informações, procurando trocar ideias, na busca das soluções dos problemas que se deparam no quotidiano”. Quanto a pergunta no 3 que tinha por objectivo de saber o que os professores fazem para saber os factores dos alunos mais faltosos, obtivemos as seguintes respostas apresentada na tabela abaixo: Tabela 10: Entrevistado s Respostas 5 - Procuro saber com os colegas as causas das ausências dos alunos, de seguida mando chamar os pais e tratamos o assunto junto; 1 - Chego na casa dos alunos para saber os factores, converso com a família e adoptamos as possíveis estratégias. Fonte: autor do trabalho/2016
  • 33. 33 De acordo com esses pronunciamentos dos entrevistados, nos fez perceber que não se executa um grande trabalho para conhecer os factores dos alunos mais ausentes e é preocupante, tendo em conta que essa acção de ausência pode culminar com a desistência e influenciar os outros alunos, visto que há fraca preocupação nesse âmbito. Quanto a pergunta no 4 que tinha por objectivo de saber quais são as actividades escolares que os professores têm envolvido a família dos alunos, além das reuniões e obtivemos as seguintes respostas apresentada na tabela abaixo: Tabela 11: Entrevistado s Respostas 5 - Participam na produção escolar (orta) e nas construções das salas de aulas. 1 - Não participam. Fonte: autor do trabalho/2016 Diante a estas respostas, analisamos que a família não é submetida activamente nas actividades que possam incentivar os alunos a interessar-se em realizar as actividades escolares, como os eventos festivos da escola, ir à escola contar histórias do passado, ler livros, ensinar uma brincadeira, participar nas palestras, debates de assuntos de interesse geral, como saúde, drogas e sexualidade. De acordo com OLIVEIRA (2001), O envolvimento escola-família, aumenta o empenho e interesse dos pais em participarem do processo escolar dos filhos como co-responsáveis. Sobretudo, é necessário que haja uma relação de diálogo, onde as partes envolvidas possam expressar formas de saída para os problemas educacionais. Essa articulação entre família-escola é importante para o desenvolvimento escolar dos alunos, mas a escola não está proporcionando essa articulação. Talvez esteja faltando dialogar mais com os pais dos alunos e assim promover uma interacção entre as instituições, para o crescimento educacional dos mesmos. Quanto a pergunta no 5 que tinha por objectivo analisar a sensibilidade dos professores sobre os factores da desistência dos alunos. Na tabela abaixo apresentamos as respostas: Tabela 12: Entrevistado Respostas
  • 34. 34 s 5 - Falta de interesse dos pais, negligencia, levam os alunos na machamba e casamentos prematuros dos alunos. 1 - Baixo aproveitamento pedagógico, desemprego dos alunos no futuro Fonte: autor do trabalho/2016 Com esses pronunciamentos demonstrados pelos professores, analisamos que nessa escola há famílias que demonstram pouco interesse nas actividades escolares dos seus educando, facto que faz com que eles próprios submetem-nas noutras actividades extra escolares. 3.1.4. Apresentação e análise dos resultados da entrevista dirigida ao DAP Neste item primeiro iremos apresentar numa tabela o nível de desistência dos alunos na EP do 1º e 2º Grau N’coripo relativo ao ano 2015, de seguida apresentaremos os resultados da entrevista dirigida ao DAP. Tabela 13: Alunos inscritos em 2015: 1550 Total de alunos desistentes 258 Sexo: Masculino 147 Feminino 111 Classes: 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 40 81 16 38 61 ----- 22 Fonte: DAP/2016 Quanto a pergunta no 1 que tinha por objectivo de saber sobre as actividades que a escola realiza para promover uma relação participativa com os pais encarregados de educação ou com a comunidade em geral. Abaixo apresentamos a resposta: • Realizamos muitos encontros com os pais encarregados de educação e destacamos sobre todos assuntos que tem a ver com seus educandos. Quanto a pergunta no 2 que tinha por objectivo de saber sobre as actividade que a escola realiza para envolver os pais, avós ou tios nas actividades extra escolares, como
  • 35. 35 contar histórias do passado, ler livros, ensinar uma brincadeira. Obtivemos a seguinte resposta: • Temos convidado a comunidade em geral a fazer parte de algumas actividades da escola juntamente com os filhos, principalmente quando se trata da disciplina de ofício. Quanto a pergunta no 3 que tinha por objectivo de saber sobre as actividade que a escola realiza para que os pais encarregados de educação ajudem na organização de festas da escola entre outros eventos, promover palestras e debates que tenham como objectivo a formação dos pais, tratando de assuntos de interesse geral, como saúde, drogas, sexualidade. Obtivemos a seguinte resposta: • Há fraqueza nesse aspecto, mas fazemos esforço para isso acontecer. Quanto a pergunta no 4 que tinha por objectivo de saber sobre as actividade que a escola realiza para evitar o índice de desistência dos alunos. Obtivemos a seguinte resposta: • Solicitamos o pai ou encarregado de educação do aluno, procuramos saber as causas e sensibilizamos o aluno, assim como o pai. Conforme as respostas que obtivemos a partir das questões, percebemos que nessa escola são levadas à cabo poucas actividades para envolver a família, o que faz com que o nível de desistência chegue num estágio alarmante, como ilustra a tabela 13. Entretanto a família não tem a oportunidade de dotar estratégias de incentivo, de se actualizar sobre o seu papel na vida escolar do seu educando e acerca da importância que o acto de estudar possui. 3.2. Validação das hipóteses Neste item iremos apresentar a confrontação das hipóteses, a partir dos resultados colectados e chegamos as seguintes confirmações: A primeira Hipótese (H1) era:  A família é uma das principais fontes de incentivo para aprendizagem dos alunos. Esta hipótese foi validada, porque os participantes da pesquisa demonstraram que a maior parte dos alunos não participam nas actividades escolares de maneira efectiva e a maioria dos desistentes são influenciados pela família, devido a
  • 36. 36 manifestação de pouco incentivo ou interesse para que o educando participe sempre nas actividades escolar; A segunda Hipótese (H2) era:  A falta de conhecimento da família sobre o seu papel influencia na fraca estimulação do aluno nas actividades escolares. Esta hipótese foi validada, visto que os participantes da entrevista (família, professores e membros da direcção) demonstraram que há pouco intercâmbio entre eles, há fraca participação activa da família nas actividades escolares e também, a escola não promove muitos eventos (palestras e debates) envolvendo a família, fazendo com que eles aprendam mais sobre o seu papel na vida escolar do seu educando, sobre a importância da escola e como incentiva-lo a ter o interesse pela escola, que não seja apenas a compra de material escolar. Conclusão
  • 37. 37 Chegados ao fim deste trabalho que pretendeu analisar sobre os factores que contribuem na fraca motivação dos alunos na participação colectiva das actividades escolares, concluímos que são vários, mas o mais peculiar é o fraco envolvimento da família em todas actividades da escola, cujas essas actividades tenham destaque sobre temas de interesse geral. Não se pode apenas trabalhar com o corpo, mas também com a mente, ou seja a participação da família não pode se limitar apenas na construção da escola e trabalhos de ofícios, mas também em moldar a maneira de pensar da família, focalizando no futuro da sociedade. Salientar ainda que nesta escola são realizadas poucas actividades que possam criar uma relação participação da familiar ou ate mudança de mentalidade, como palestras, teatros, debates e festas. A relação entre a família e a escola é uma das grandes parcerias para resolução de diversos problemas ligados ao processo educativo dos alunos, porque é através dela onde esses dois campos tem a oportunidade de conhecer a realidade da vida escolar do aluno, suas competências, dificuldades e ajuda-lo se for necessário. Acredita-se que o ambiente escolar é um local apropriado para o intercâmbio de experiências entre os professores e os pais encarregados de educação, de modo que estes últimos sejam também formados para auxiliar a escola no alcance dos seus objectivos, que um deles é formar um indivíduo com uma sólida preparação científica, técnica, cultural, física, e uma elevada educação moral cívica e patriótica, que não seria possível sem esta parceria. Sugestões Depois de realizarmos a pesquisa, foi possível notarmos que os agentes dessa escola fazem um grande esforço para o melhoramento do processo educativo dos alunos, mas isso não deixa de nos remeter a sugerir em alguns aspectos que merecem ainda uma grande apreciação, como tais:
  • 38. 38  Para evitar os índices de desistências dos alunos, a escola de N’coripo deve traçar novas estratégias, como palestras com os encarregados dos alunos;  Promover diversas actividades (desporto, danças, teatros, festas escolares) e outros eventos pertinentes, mas sempre envolvendo a família e para mostrar que a escola é viva;  Nas reuniões trimestrais deve se incluir temas de debates, principalmente aqueles que são os factores da desistência, em forma duma aula, de modo que os pais aprendam mais e saibam como lidar-se com seus educandos;  Os professores da escola devem sempre demonstrar preocupação com os alunos mais faltosos, fazendo visitas nas suas residências e sempre manter o contacto com a família;  Deve se comunicar a família dos alunos que não se pode sempre esperar ser solicitada para prestar qualquer informação sobre o desempenho do seu educando;  Deve-se informar sempre a família, que eles são os agentes mais importantes para que o filho esteja sempre na escola, para tal devem ser ensinados sobre o seu papel nesse processo, ajudando nas tarefas da escola, observar os materiais escolares e oferecer-lhe outros materiais escolares do seu interesse.  A família deve sempre participar na vida escolar, incentivando os seus filhos a buscar novas fontes de conhecimento, isso, ajudará no crescimento das competências, sobretudo para o bom desempenho escolar.
  • 40. 40 Ficha de observação destinada aos alunos da Escola Primária do 1º e 2º Grau de N’córipo no ambiente familiar, para colectar informações sobre o papel da família no processo de estimulação do interesse do aluno pela escola Dados pessoais Idade: Classe: Sexo: 1. O aluno vive com: Pai_____ Mãe ______ Avos______ Irmãos______ Outros________ 2. O aluno possui outros materiais ou livros do seu interesse? Sim______ Não______ 3. Nas lições de casa os pais ajudam/supervisionam o seu educando? Sim______ Não______ Poucas vezes______ 4. Os pais ou encarregados de educação observam os materiais escolares quando aluno regressa da escola? Sim______ Não______ Poucas vezes______ 5. Os pais ou encarregados de educação demonstram preocupação da vida escolar do aluno? Sim______ Não______ Poucas vezes______ Guião de entrevista destinada aos pais ou encarregados de educação do aluno, para colectar informações sobre o papel da família no processo de estimulação do interesse do aluno pela escola
  • 41. 41 Dados pessoais Profissão: Nível de escolaridade: 1. O que tem feito quando é solicitado/a na realização das actividades escolares? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ _________________________________________________________________ 2. O que senhor/a tem feito para seu educando nos tempos livres, na execução de tarefas de casa vulgos “TPC”? ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 3. O que tem feito para que seu filho esteja sempre na escola para evitar a desistência? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ____________________________________________________ 4. Que importância a escola tem para o seu filho? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ____________________________________________________ 5. O que senhor/a tem feito com os professores sobre o desempenho do seu filho na escola? ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ Guião de entrevista destinada aos professores do aluno, para colectar informações sobre o papel da família no processo de estimulação do interesse do aluno pela escola Dados pessoais Classe que lecciona: Número de alunos: 1. O que tem feito para que os pais ou encarregados de educação dos alunos participem activamente nas reuniões e actividades escolares? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ __________________________________________ 2. O que tem feito para que os pais ou encarregados dos alunos prestarem qualquer
  • 42. 42 informação relacionada ao desempenho do seu educando? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ____________________________________________________ 3. O que tem realizado para saber as causas dos alunos mais faltosos? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ____________________________________________________ 4. Quais são as actividades escolares que os pais encarregados de educação dos alunos participam alem das reuniões? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5. Para si, quais são as causas das desistências dos alunos? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ Guião de entrevista destinada aos membros da direcção da Escola Primária do 1º e 2º Grau de N’córipo, para colectar informações sobre o papel da família no processo de estimulação do interesse do aluno pela escola Alunos inscritos em 2015: Total de alunos desistentes Sexo: Masculino Feminino Classes: 1ª ____ 2ª ____3ª ____4ª ____ 5ª ____ 6ª____ 7ª____ 1. O que a escola tem feito para promover uma relação participativa com os pais encarregados de educação ou com a comunidade em geral? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 2. O que a escola tem feito para envolver os pais, avós ou tios nas actividades extra escolares, como contar histórias do passado, ler livros, ensinar uma brincadeira? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 3. O que a escola tem feito para que os pais encarregados de educação ajudarem na organização de festas da escola entre outros eventos, promover palestras e debates que tenham como objectivo a formação dos pais, tratando de assuntos de interesse geral, como saúde, drogas, sexualidade?
  • 43. 43 ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 4. O que a escola tem feito para evitar o índice de desistência dos alunos nessa escola? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Referencias Bibliográfica BASTOS, B. J. Gestão democrática da educação: as práticas administrativas compartilhadas. In: BASTOS, B. J. (org). Gestão democrática. 2 ed. Rio de Janeiro, DP& A/SEPE, 2001. CARDOSO, A. R. Escola e pais separados: uma parceria possível. Curitiba: Juruá, 2009. p- 66- 94. CARVALHO, P. E. M. Escola como extensão da família ou família como extensão da escola? O dever de casa e as relações família- escola. Brasil, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n25/n25a08.pdf >. Acesso em: 2 Fevereiro. 2016. _________, P. E. M. Relações entre família e escola e suas implicações de género. UFPB, 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ %0D/cp/n110/n110a06.pdf>. Acesso em: 2 Fevereiro. 2016. CECCON, C., & OLIVEIRA, R. A Vida na Escola e a Escola da Vida. Vozes Editora, Petrópolis, 1997. COSTA, da António Carlos Gomes. O Professor Como Educador: Um Resgate Necessário e Urgente. Fundação Luís Eduardo Magalhães, Brasil, 2001. CUNHA, M. I. O Bom Professor e sua Prática. Papirus Editora, Brasil, 1999. DEWEY, John. A Escola e a Sociedade e a Criança e o Currículo. Relógio D’ Água Editores. Nova York, 2002.
  • 44. 44 GUZZO, R. S. L; TIZZEI, R. P. Olhar sobre a criança: perspectiva de pais sobre o desenvolvimento. Campinas, São Paulo, 2007. LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Maria de Andrade. Métodos de Trabalho Cientifico, 6ª ed. Atlas, São Paulo, 2001. MESQUITA, Raul & DUARTE, Fernanda. Dicionário de Psicologia. Plátano Editora, S.A. 1ª ed. São Paulo, 1996 NEVES, M. M. B. J. & ALMEIDA, S. F. C. Psicologia Escolar: ética e competências na formação e actuação profissional. Alínea Editora, Campinas – Brasil, 2003. OLIVEIRA, L. P. Uma relação tão delicada: a participação da família no processo de aprendizagem de crianças do ensino fundamental de 1º a 4º série e classes de alfabetização. Belém, 2001. Disponível em: <http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/monografias/RELACAO_DELICADA.pdf >, Acesso em: 9 mar. 2016. PICANÇO, Ana Luísa Bibe. A relação entre escola e família: As suas implicações no processo de ensino-aprendizagem. LISBOA, 2012. PEREIRA, M. A relação entre pais e professores: uma construção de proximidade para uma escola de sucesso. Universidade de Málaga, 2008. PILLETI, Claudino. Didáctica Geral. 23a ed, Áctica Editora, São Paulo, 2004. SOBRAL, Clara Rita Oliveira. Motivação e Aprendizagem: Um estudo centrado em alunos do 5º ano do ensino fundamental em duas escolas públicas de Sergipe (2008-2009). Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Instituto de Ciências da Educação. Lisboa, 2010. RIBEIRO, M. N. & LOMÔNACO.J. F. B. Análise das relações entre família e escola na cidade de Porto Velho. São Paulo: Casa do Psicólogo. 2002. ROCHA, S. C. & MACÊDO, R. C. Relação família e escola. 2002. Disponível em: <http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/monografias/relacao_familia_&_escola. pdf>. Acesso em: 09 Março. 2016.
  • 45. 45 RUBINSTEIN, E. R. A queixa escolar na actualidade. São Paulo, 2003. PATTO, M. H. S. A família pobre e a escola pública: anotações sobre um desencontro. 3ª ed. São Paulo, 2006.