O documento descreve a influência do mar na literatura e cultura portuguesas através de poemas e excertos que celebram o mar e a navegação portuguesa. O mar teve um papel fundamental na história de Portugal, inspirando os poetas e desempenhando um papel central na formação da identidade nacional portuguesa.
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Mar na literatura
1. Influência do mar na literatura
“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.”
Fernando Pessoa
“Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.
E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras”
Sophia de Mello Breyner Andresen
“Aqueles de um país costeiro, há séculos,
contêm no tórax a grandeza
sonora das marés vivas.
Em simples forma de barco,
as palmas das mãos. Os cabelos são banais
como algas finas. O mar
está em suas vidas de tal modo
que os embebe dos vapores do sal.
Não é fácil amá-los
de um amor igual à
benignidade do mar.”
Fiama Hasse Pais Brandão
Fig.1
Fig.2 Fig.3
2. O Mar e a Viagem
A nação portuguesa via no
Mar a sua porta natural — Onde a terra acaba e o mar
começa. Chegara a hora de um país de marinheiros des-
bravar o lendário Mar Tenebroso, a partir da ocidental
praia lusitana. Portugal lançou-se na maior aventura cole-
tiva da sua História: a descoberta de novas terras e do
grande oceano por achar.
J. Cândido Martins
Começámos por adquirir longa experiência na navegação
costeira. Em Lisboa, a construção de barcos tornou célebre
a Ribeira das Naus. O grande impulso vinha da figura em-
blemática e predestinada, o Infante D. Henrique, com a
sua mítica Escola de Sagres.
J. Cândido Martins
Os Descobrimentos eram o cometimento grande e grave de todo um povo, o
peito ilustre lusitano. Contudo, a grande empresa era descobrir o desejado
caminho marítimo para a Índia, dobrando o Cabo das Tormentas, símbolo
mítico dos vedados términos e alegoria de todos os medos e perdições.
J. Cândido Martins
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Fig.4
Fig.6
3. Instrumentos náuticos
Fig.7
O astrolábio era um instrumento naval antigo, usado para
medir a altura dos astros acima do horizonte e para deter-
minar a posição dos astros no céu, tendo sido usado, du-
rante muito tempo, como instrumento para a navegação
marítima.
Fig.8
A bússola foi provavelmente o instrumento de navegação e
orientação mais usado durante os descobrimentos. Es-
ta “pequena caixa” de madeira é compostas por uma agulha
magnetizada colocada num plano horizontal e suspensa pelo
seu centro de gravidade, que aponta sempre para o eixo norte
-sul, ao seguir a direção do norte magnético da Terra, indican-
do-nos o Norte.
O quadrante, que tinha a forma de um quarto de círculo graduado de
0º a 90º e um fio de prumo no centro, tinha duas pínulas com um orifí-
cio, por onde se fazia pontaria à Estrela Polar. Este instrumento permi-
tia determinar a distância entre o ponto de partida e o lugar onde a
embarcação se encontrava, cujo o cálculo se baseava na altura desse
astro.
Fig.9
4. Do desbravado mar português, fica-nos a nostalgia. Por-
tugal é, de novo, confinado à sua dimensão terrestre. Es-
te regresso a casa ou ao cais, é precisamente um dos sim-
bólicos temas que tem inspirado muita da atual Literatu-
ra portuguesa: depois do passado marítimo e colonial,
Portugal interroga-se sobre o destino ou rumo como na-
vio-nação.
J. Cândido Martins
A nostalgia do regresso
Da realização de Expo'98, neste Ano Internacional dos Oceanos e da
comemoração dos 500 anos dos Descobrimentos, creio que ficou um
saudável sentimento de auto-estima, perante o nosso passado histó-
rico. É tempo de nos libertarmos de sentimentos derrotistas e fatalis-
tas. É tempo de acabarmos com despropositados complexos de infe-
rioridade. É tempo de encarar o futuro com a confiança das grandes
realizações do passado.
J. Cândido Martins
Fig.10
Fig.11
5. Da profunda influência do Mar na Língua, na Literatura e na Cultura portuguesa. Cos-
teiro ou oceânico, o Mar faz parte do nosso devir histórico, está-nos no sangue. É um
dos traços da nossa idiossincrasia como povo de vocação atlântica ou marítima. Por
isso, numa das suas últimas intervenções públicas, Vergílio Ferreira fez esta bela afir-
mação: “Uma língua é o lugar donde se vê o Mundo e em que se traçam os limites do
nosso pensar e sentir. Da minha língua vê-se o mar.”
J. Cândido Martins
Trabalho realizado por : Ana Beatriz
Catarina Gonçalves
10LH1 Inês Fernandes
Valéria Cunha
Conclusão
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Fig.13