1. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem terapêutica baseada nos princípios do behaviorismo, aprendizagem social e terapias cognitivas.
2. A TCC enfatiza como os pensamentos, crenças e atitudes influenciam as emoções e comportamentos dos indivíduos.
3. Os principais modelos da TCC buscam modificar pensamentos irracionais e disfuncionais através de técnicas como reestruturação cognitiva e exposição.
Terapia Comportamental e Cognitiva, uma introdução.
1. O que é Terapia
Comportamental e
Cognitiva?
Marcelo da Rocha Carvalho
Psicólogo Clínico
Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental pela USP e pelo
Albert Ellis Institute
Professor Convidado do Curso de Pós-Graduação em TCC
AMBAN/IPq/FMUSP
marcelodarocha@globo.com
2. Conhecimentos
envolvidos na construção
da TCC
• Behaviorismo metodológico.
• Psicologia experimental.
• Behaviorismo radical.
• Terapia comportamental.
• Aprendizagem social e auto-eficácia.
• Desamparo aprendido.
• Ciência cognitiva: processos de memória,
atenção, etc.
• Terapia Racional, futura TREC.
• Terapia Cognitiva de Beck
7. Onde encontrar sobre o que
falaremos…
• Capítulos para leitura:
– Dois – avaliação
cognitivo
comportamental
completa;
– Seis – terapia da
depressão.
– Doze – resolução de
problemas e terapia
breve em TCC
10. Princípios fundamentais da
TCC
• A maneira como as pessoas
interpretam os eventos influencia
diretamente a emoção e o
comportamento (Beck, 1976).
• Beck e Alford (2000): a posição
filosófica da teoria e terapia cognitiva
integra:
Dimensões Externas
(contexto ambiental)
Dimensões Internas
(percepções
fenomenológicas)
11. O modelo cognitivo
• A avaliação realista e a modificação no
pensamento produzem melhora no humor
e no comportamento.
• A melhora duradoura resulta da
modificação das crenças disfuncionais
básicas dos pacientes.
17. • A Aprendizagem se refere a relação da
mudança permanente num
comportamento(ou possibilidade em
comportar-se) trazida pela experiência, onde
esta mudança não pode ser explicada sobre
a base uma única causa(tendências
genéticas, maturação ou estados temporários
como fadiga, drogas, etc.).
18.
19. Erro conceitual e aproximação
• Terapia Cognitiva da Depressão(Beck e col, 1997):
– Erro conceitual gera aproximação ao modelo da TC:
confusão entre ativação do paciente deprimido e
técnicas comportamentais.
• Observações clínicas comportamentais:
– Bandura e a aprendizagem social e auto-eficácia.
– Lazarus e a Terapia Multimodal.
– Meichenbaum e auto-manejo.
– Seligman e o desamparo aprendido.
20. Pensamentos
• Há três níveis de cognição:
a. nível pré-consciente – pensamentos
automáticos;
b. nível consciente;
c. nível metacognitivo: reflexão sobre um
pensamento – respostas racionais.
• Os esquemas são estruturas
teleonômicas que evoluem para
facilitar a adaptação do indivíduo no
ambiente.
21. Metáfora da TREC/TC e a
“mente”
Cognições
Fala
encobert
a
Crenças
Cognições
encobertas
e
automática
s
Crenças
Pensamentos
disfuncionais
Crenças irracionais
Pensamentos
automáticos
Esquemas
disfuncionais
Crenças Centrais ou
Nucleares
Crenças intermediárias
(regras, atitudes, suposições)
23. • A atividade cognitiva influencia o
comportamento.
• A atividade cognitiva pode ser monitorada
e alterada.
• O comportamento desejado pode ser
influenciado mediante a mudança
cognitiva.
(Dobson, 2001; apud Knapp, 2004)
24. • Os pacientes têm acesso aos
sentimentos com um breve
treinamento.
• Os pacientes têm acesso a
pensamentos e imagens com um
breve treinamento.
• Os pacientes têm problemas
identificáveis a serem focalizados.
• Os pacientes estão motivados a fazer
tarefas de casa e a aprender
25. • Os pacientes podem se engajar em
comportamento colaborativo com o
terapeuta em poucas sessões.
• As dificuldades no relacionamento
terapêutico não são um foco maior de
problemas
• Todas as cognições e todos os padrões
de comportamento podem ser
modificados por análise empírica,
discurso lógico, experimentação,
passos graduais e prática.
26. • Terapia Cognitiva: Beck e os
pensamentos disfuncionais.
– Maior complexidade, ligado aos transtornos
psiquiátricos e menos embativa.
• Terapia Racional Emotiva
Comportamental: Ellis e as crenças
irracionais.
– Menor complexidade, mais embativa e ligado a
questões de neuroticismo.
27. • Não refletem a realidade da experiência
humana;
• São rígidas, hipergeneralizadas e extremas;
• Impedem a concretização dos objetivos ao
invés de facilitá-los;
• Sua transgressão está associada a emoções
extremas e excessivas;
• São relativamente inacessíveis a experiência
comum.
28. • Seus objetivos são, segundo Hawton e col.(1997):
1) Ajudar pacientes a identificar os problemas
como causas da disforia;
2) Ajudá-lo a reconhecer os recursos que
possuem para abordar suas dificuldades;
3) Ensinar-lhes um método sistemático de
superar problemas atuais;
4) Incrementar seu senso de controle sobre os
problemas;
5) Oferecer-lhes um método para lidar com
problemas futuros.
29. 1. Identificar os problemas do paciente.
2. Identificar os recursos do paciente – pontos fracos
e apoios.
3. Obter informações de outras fontes.
4. Decidir se a resolução de problemas é apropriada.
5. Decidir quanto às disposições práticas – quem
estará envolvido, número provável de sessões,
duração, tempo, etc.
6. Estabelecer um contrato terapêutico que inclua
responsabilidades do paciente e do terapeuta na
resolução de problemas.
Hawton, K. e Kirk, J, (1997)
30. 1. Decidir quais problemas abordar primeiro.
2. Estabelecer objetivos de comum acordo.
3. Elaborar os passos necessários para alcançar os
objetivos.
4. Decidir as tarefas necessárias para abordar o
primeiro passo.
5. Revisar progressos na próxima sessão de terapia,
inclusive dificuldades encontradas.
6. Decidir próximo passo, dependendo do progresso, e
estabelecer as tarefas subsequentes.
7. Proceder, como acima, aos objetivos estabelecidos,
ou redefinir os problemas e objetivos.
31. 1. Avaliação do nível e da sintomatologia do stress.
2. Avaliação de estressores externos e
autoproduzidos.
3. Treino comportamental-cognitivo inclui:
• Mudança do estilo cognitivo;
• Redução da excitabilidade emocional;
• Redução da excitabilidade física;
• Treino de assertividade e afetividade;
• Treino em resolução de problemas;
• Autocontrole da ansiedade;
• Manejo da hostilidade e irritabilidade;
• Administração do tempo.
• Redução do Padrão Tipo A do comportamento.
32. 4. Mudança de estilo de vida com relação a:
• Atividade física;
• Nutrição;
• Relaxamento.
4. Plano de prevenção a recaída.
5. Seguimento para incentivar a adesão ao
tratamento.
(Lipp e Malagris, In.: Rangé, 2001)
33. Ambiente Futuro
Eu
DEPRESSÃO
Avaliação
negativa de:
• si - mesmo,
• ambiente e
• do futuro.
ANSIEDADE
Avaliação
catastrófica de:
• si – mesmo
como sem
estratégias,
• ambiente é
perigoso e
• do futuro
como incerto.
36. Crenças Centrais
Esquemas disfuncionais
(regras, atitudes, suposições)
Situação → Pensamentos automáticos → Reações
Eu sou incompetente.
Se eu não entendo algo perfeitamente, então eu sou burro.
Ler um Livro Isso é difícil demais.
Eu jamais entenderia isso.
Emocional: Tristeza.
Comportamental:
fechar o livro.
Fisiológica: peso no
abdômen.
→ →
44. O que estava passando pela sua
cabeça neste momento?
45. • O maior impulso da terapia cognitivo-
comportamental é em direção à
compreensão da natureza e do
desenvolvimento do repertório
comportamental de um indivíduo e dos
processos cognitivos que o acompanham.
46. Paradigma de Ellis
A CB
Evento ativador Crenças Conseqüências
Ativanting event Beliefs Consequences
47. Descrição da
situação
problemática:
O que
aconteceu?
Como o paciente
percebeu o que
aconteceu?
Estratégias
cognitivas
Perguntas para o
questionamento:
lógicas; de
comprovação da
realidade;
pragmáticas;
outras.
Estratégias
emocionais
Questionando por
meio da imaginação:
imaginação racional-
emotiva negativa;
imaginação racional-
emoção positiva
rB Crenças funcionais,
lógicas, empíricas
iB Crenças disfuncionais
dificultam o
funcionamento eficaz;
ocorre um pensamento
“Dogmático”
Ced Conseqüências
emocionais desejáveis
Ccd Conseqüências
comportamentais desejáveis
Cei Conseqüências
emocionais indesejáveis
Cci Conseqüências
comportamentais indesejáveis
Estratégias
comportamentais
Questionamento por
meio de condutas:
opostas às idéias
irracionais; ensaio de
conduta; inversão de
papel racional.
Efeitos do debate ou do
questionamento das crenças
irracionais
Efeitos Cognitivos
(Crenças
Racionais)
Efeitos
Efeitos
comportamentais
(comportamentos
desejáveis)
E
D
A B C
48. O Modelo da Mediação Cognitiva
“O que nos perturba não são os fatos,
são as coisas que pensamos sobre estes”.
A B C
Acontecimento Crenças (Beliefs) Conseqüência
Aaron T. Beck (1962)
S PA R
Situação (estímulo) Pensamento Automático Resposta
Situação
(estímulo)
Cognição
(avaliação)
Reação
(emoção e
comportam
ento)
Comparativamente...
51. Metáfora do Reforço
• O que reforça este
comportamento
inadequado?
• Quais seriam as
consequências que o
comportamento é
função?
• Quem reforça a conduta
do paciente?
• Quais são as
contingências que
sustentam este
comportamento?
52. Metáfora dos Déficits das
Habilidades Sociais
• Quais comportamentos faltam
em seu repertório que
viabilizariam sua melhora?
• Que comportamentos sociais
são complicadores nas relação
com as pessoas e seu meio?
• Quais os déficits de
comportamentos e em quais
ambientes eles se localizam?
• Como facilitar o aprendizado
de comportamentos
assertivos?
• O que oferecer de modelo e
treino?
• Ele é passivo ou agressivo em
53. Metáfora do Desemparo
Aprendido
• Em que experiências o
paciente aprendeu “um
senso de incontrabilidade”
em sua vida?
• Como se estabeleceu o seu
desamparo?
• O que é para ele aversivo e
intransponível?
• Como isto afeta as outras
áreas de sua vida?
• Houve generalização do
evento de desamparo?
• Qual a relação entre seu
comportamento problema e
o desamparo?
54. Metáfora das Distorções
Cognitivas
• Como o paciente interpreta a
sua vida?
• Eventos conflitantes?
• Quais são seus erros
cognitivos?
• Como interferir na fala do
paciente para formas mais
esperançosas e passíveis de
enfrentamento do problema?
• Quais são suas regras e
suposições?
• Quais seus esquemas
disfuncionais precoces?
• Quais são as crenças
irracionais ou demandas do
paciente e da família?
55. Metáfora do Auto-Manejo
• O que o paciente diz
para si frente a
situações em que seu
desempenho é favorável
e o que diz quando não,
que mantem seu
desempenho apesar das
consequências?
• É possível muda-los?
• Como ele reage com
novas formas de
interpretação sobre os
eventos?
56. Metáfora da Modelagem Social
• Quais são seus
modelos de vida?
• O que ele tem de
referencia positiva?
• Que modelos
cooperam para seu
problema atual?
• Quem ele imita de
forma encoberta?
57. Metáfora da relação
interpessoal entre o paciente e
o terapeuta.
• Como o paciente lida com
do terapeuta?
• Qual emoção e
comportamento estão mais
presentes na relação?
• Qual é a evolução da
relação produtiva para
modificação do problema?
• Quais são comportamento
clinicamente relevantes
visto também no cotidiano
do paciente?
65. • Bandura, Albert – Modificação do Comportamento.
Interamericana, Rio de Janeiro, 1979.
• Barlow, David (Org.) – “Manual Clínico dos Transtornos
Psicológicos”, Artes Médicas, 1999.
• Beck, A. e col – “Terapia Cognitiva da Depressão”, Artes
Médicas, 1979/1997.
• Caballo, V. – MANUAL DE TÉCNICAS DE TERAPIA E
MODIFICAÇÃO DO COMPORTAMENTO. Ed. Santos,
1996.
• Ellis, A. e Becker, I. – A CONQUISTA DA FELICIDADE.
Record, 1982.
• Ellis, Albert – COMO VIVER COM UM NEURÓTICO: em
casa e no trabalho. Artenova, 1976.
• Ellis, A. – OVERCOMING DESTRUTIVE BELIEFS, FEELINGS AND
BEHAVIORS. Prometheus Books, 2001.
66. • Ellis, A. & Lange, A. – FIQUE FRIO! Ed. Best Seller, 1997.
• Gonçalves, O. – TERAPIAS COGNITVAS: teorias e práticas.
Biblioteca das Ciências do Homem, 2000.
• Hawton, K. e col – “Terapia Cognitiva-Comportamental dos
Transtornos Psiquiátrico – um guia prático”, Martins Fontes,
1997;
• Knapp, P. – TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NA
PRÁTICA PSIQUIÁTRICA. Artmed, 2004.
• Krumboltz, J. e Krumboltz, H. – Modificação do
Comportamento Infantil. EPU, São Paulo, 1977.
• Lipp, Marilda(org) – “O Stress está dentro de você” – Editora
Contexto, 2000.
• Lipp, M. e Malagris, L. – O stress emocional e seu tratamento. In:
Rangé, B. – PSICOTERAPIA COGNITVO-COMPORTAMENTAIS: um
diálogo com a psiquiatria. Artmed, 2001.
67. • Ryad, Simon – Psicologia Clínica Preventiva. Edusp, 1987.
• Seligman, M. – “Aprenda a ser Otimista”. Nova Era e
Record, 1992.
• Seligman, M. – “Desamparo: sobre depressão,
desenvolvimento e morte”. Hucitec-Edusp, 1977.
• Young, Jeffrey – “Terapia cognitiva do transtornos de
personalidade: uma abordagem focada no esquema”.
ArtMed, 2003.
Notes de l'éditeur
Quite by accident, sooner or later the rat would press a lever in the box and cause the dispenser to release a pellet of food.
After several accidental repetitions of the lever pressing behavior, the rat learns to press the lever consistently based upon the immediate reinforcement (food pellets) which are associated with that behavior.
By the end of the experiment the rat did little else other that pressing the level and eating.
Figure 6-9 from Davis, S.F., & Palladino, J.J. (1997). Psychology, 2nd edition. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall.