2. A origem da exploração da força de trabalho de um homem por outro não
tem uma data definida. Na antiguidade, a exploração dos homens já
ocorria através da prática social da escravidão, em que o explorador
(proprietário) era dono do explorado (escravo).
Na Idade Média, o modo de organização feudal marca as relações de
exploração do trabalho, os explorados (servos) vendiam a sua força de
trabalho para os exploradores (senhores feudais) apenas em troca de
um montante de terra para moradia. É a partir do Século XVIII, com a
ascensão do capitalismo e a Revolução Industrial, que as relações de
trabalho ganham os contornos que predominam até os dias atuais,
quando os explorados (trabalhadores) recebem salários em troca da
venda de sua força de trabalho para os exploradores (patrões).
Durante a Revolução Industrial na Inglaterra, devido à constante
concorrência que os fabricantes capitalistas faziam entre si, as máquinas
foram ganhando cada vez mais lugar nas fábricas, tomando assim, o
lugar de muitos operários. Estes tomaram-se o que é chamado
''excedente de mão-de-obra'', logo o capitalista tornou-se dono da
situação e tinha o poder de pagar o salário que quisesse ao operário.
3. É neste momento que surgem duas novas classes sociais,
o capitalista e o proletário, onde o capitalista é o proprietário
dos meios de produção (fábricas, máquinas, matéria-prima) e
o proletário era proprietário apenas de sua força de trabalho.
Este último passou a ser empregado do capitalista, que
pagava salários cada vez mais baixo para obter mais lucros,
oferecendo ao proletário a trabalhar em uma jornada de
trabalho que chegava até 16 horas.
Através desta situação que os proletariados percebe a
necessidade de se unirem para tentarem negociar as suas
condições de trabalho. Com isso surgem os sindicatos,
organizações políticas criadas pelos operários, buscando unir
forças para disputar politicamente perante os capitalistas,
negociação de salários e condições de trabalho.
4. A CUT é uma organização que envolve todos os sindicatos do Brasil.
Ela foi fundada em 28 de agosto de 1983. Sua criação representou
um passo na ruptura com a estrutura sindical oficial, que era baseada
na carta del Lavoro, de Benito Mussolini, imposta desde os anos 30
pela Ditadura do presidente brasileiro Getúlio Vargas, e preservada
na sua essência apesar dos períodos de redemocratização
experimentados pelo país.
5. Ela nasceu das mobilizações populares contra a ditadura militar no final
dos anos 70, das lutas contra a unicidade sindical (sindicato único
imposto pela legislação), o imposto sindical (contribuição financeira
compulsória), o direito normativo da Justiça do Trabalho, a ingerência do
Estado nas relações entre capital e trabalho, e da defesa da livre-
negociação.
A CUT tem autonomia em relação aos governos, aos partidos políticos,
aos empresários e aos credos religiosos. Considera que a unidade dos
trabalhadores deve resultar da vontade dos próprios trabalhadores e não
da imposição por parte do Estado.
Os princípios básicos de atuação da CUT era a luta por melhores
condições de vida e trabalho e o engajamento no processo de
transformação da sociedade.
A luta pela autodeterminação dos povos, independentemente dos
regimes políticos por eles escolhidos, realização de ações internacionais
com vista a superação dos desequilíbrios e injustiças mundiais, norteiam
a política de solidariedade internacional defendida pela CUT.
7. Os trabalhadores estão sozinhos, isolados, sem nenhuma
organização para lutar pelos seus direitos. Dessa forma ficam
dependentes das ações de nossos políticos para aprovarem leis que
ampliem seus direitos ou aumentos salariais. Porém sem pressão
todos esses direitos ou aumentos salariais nunca irão satisfazer suas
necessidades. A cada ano o salário mínimo têm aumentos irrisórios
que nunca irá suprir as necessidades mais importantes do
trabalhador como saúde e segurança por exemplo. Na verdade
esses pequenos aumentos são conquistas dos empresários. E por
que isso ocorre? Porque enquanto a maioria dos trabalhadores estão
desunidos, com os empresários as coisas são diferentes, além de
financiar campanhas políticas para ter seus projetos aprovados se
unem em sindicatos patronais, confederações ou associações
empresariais. Eles perceberam que unidos possuem muito mais força
e representatividade para exigir ou propor projetos de leis que os
beneficiam. Eles buscam lucros, redução de custo e alta
produtividade.
8. Muitas vezes os trabalhadores se revoltam e até fazem
greves, mas porquê não todos? Porque sabe que a
maioria dos sindicatos possui dirigentes pelegos e corre o
risco de ser demitidos. É dessa forma que muitos acabam
ficando quietos e conformados. Desta forma o trabalhador
continua sozinho, sem organização e sem iniciativa para
lutar por melhores condições de trabalho. Já se conformou
em viver uma vida dependente e não se prepara para ter
uma vida livre, trabalhando em algo que realmente gosta e
que faça se sentir feliz. Os trabalhadores precisam se
organizar. A luta de classes que ouvimos dizer nas aulas
de sociologia de fato existe. Os trabalhadores podem e
devem criar associações, cooperativas, participar de
partidos ou núcleos socialistas e de movimentos sociais.